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Caderno de Casos - Direito Empresarial - 2019

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Prévia do material em texto

André Fernandes Estevez 
Gabriela Wallau Rodrigues 
João Pedro Scalzilli 
Laís Machado Lucas 
 
 
08 Fall 
2019/1 
 
DIREITO EMPRESARIAL 
 
 
 
 
SU M Á R I O 
 
 
 
APRESENTAÇÃO .........................................................................................................................................4 
CASO Nº 1. INCAPACIDADE SUPERVENIENTE DO EMPRESÁRIO ...................................................5 
CASO Nº 2. FORMAÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA ....................................................................6 
CASO Nº 3. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL ................................................................................7 
CASO Nº 4. REGISTRO DA SOCIEDADE E NOME EMPRESARIAL ....................................................8 
CASO Nº 5. EXCLUSÃO DE SÓCIO NA SOCIEDADE LIMITADA .......................................................9 
CASO Nº 6. REGISTRO DE SOCIEDADE LIMITADA ...........................................................................10 
CASO Nº 7. SUCESSÃO DO SÓCIO ADMINISTRADOR NAS LIMITADAS ......................................11 
CASO Nº 8. RESPONSABILIDADE DO ADMINISTRADOR NA SOCIEDADE LIMITADA .............12 
CASO Nº 9. SOCIEDADE SIMPLES LIMITADA E RETIRADA DE SÓCIO ........................................13 
CASO Nº 10. EXERCÍCIO DO DIREITO DE RETIRADA ......................................................................14 
CASO Nº 11. FORMAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS .......................15 
CASO Nº 12. DIREITO DE RECESSO E REEMBOLSO DE AÇÕES .....................................................16 
CASO Nº 13. VALORES MOBILIÁRIOS E REGULAÇÃO DO MERCADO DE CAPITAIS ...............17 
CASO Nº 14. CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA ESTATUTÁRIA ........................................................18 
CASO Nº 15. PODER DE CONTROLE E CONFLITO DE INTERESSES NAS SOCIEDADES 
ANÔNIMAS .........................................................................................................................................19 
CASO Nº 16. ACORDO DE ACIONISTAS ...............................................................................................20 
CASO Nº 17. DEVERES DE ADMINISTRADORES ................................................................................21 
CASO Nº 18. RESPONSABILIDADE CIVIL DOS ADMINISTRADORES NAS SOCIEDADES 
ANÔNIMAS .........................................................................................................................................22 
CASO Nº 19. ELEIÇÃO DE ADMINISTRADORES E RESPONSABILIDADE .....................................23 
CASO Nº 20. EXCLUSÃO DE SÓCIO EM SOCIEDADE ANÔNIMA ...................................................24 
CASO Nº 21. LETRA DE CÂMBIO ...........................................................................................................25 
CASO Nº 22. CHEQUE: ENDOSSO E OBRIGAÇÃO DE REGRESSO. .................................................26 
CASO Nº 23. NOTA PROMISSÓRIA. .......................................................................................................27 
CASO Nº 24. TÍTULOS DE CRÉDITO EM BRANCO .............................................................................28 
CASO Nº 25. CHEQUE PRÉ-DATADO ....................................................................................................29 
CASO Nº 26. MEDIDAS PARA ENFRENTAR A CRISE EMPRESARIAL (1) ......................................30 
CASO Nº 27. MEDIDAS PARA ENFRENTAR A CRISE EMPRESARIAL (2) ......................................31 
CASO Nº 28. MEDIDAS PARA ENFRENTAR A CRISE EMPRESARIAL (3) ......................................32 
CASO Nº 29. APLICAÇÃO DA LEI DE RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS E FALÊNCIA (1) ............33 
CASO Nº 30. APLICAÇÃO DA LEI DE RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS E FALÊNCIA (2) ............34 
 3 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
CASO Nº 31. PRINCÍPIO DA CELERIDADE, EFICIÊNCIA E ECONOMIA PROCESSUAL ..............35 
CASO Nº 32. PRINCÍPIO DA RETIRADA DA EMPRESA INVIÁVEL DO MERCADO .....................36 
CASO Nº 33. REGIMES DA LEI N. 11.101/05 ..........................................................................................37 
CASO Nº 34. COMPETÊNCIA PARA AS AÇÕES DA LEI N. 11.101/05 ...............................................38 
CASO Nº 35. CURSO DA PRESCRIÇÃO EM FACE DO DEVEDOR ....................................................39 
CASO Nº 36. CRÉDITOS INEXIGÍVEIS ...................................................................................................40 
CASO Nº 37. VERIFICAÇÃO DE CRÉDITOS .........................................................................................41 
CASO Nº 38. COMITÊ DE CREDORES ....................................................................................................42 
CASO Nº 39. ESCOLHA E REMUNERAÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL .............................43 
CASO Nº 40. OBRIGAÇÕES DO ADMINISTRADOR JUDICIAL .........................................................44 
CASO Nº 41. CRÉDITOS SUJEITOS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL ...................................................45 
CASO Nº 42. PERÍODO DE PROTEÇÃO NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL .........................................46 
CASO Nº 43. VOTO DO CREDOR EM MOEDA ESTRANGEIRA .........................................................47 
CASO Nº 44. LEGITIMAÇÃO PARA O PEDIDO DE FALÊNCIA .........................................................48 
CASO Nº 45. RESPOSTA DO RÉU NO PEDIDO DE FALÊNCIA ..........................................................49 
CASO Nº 46. PAGAMENTO DE CREDORES NA FALÊNCIA ..............................................................50 
 
 
 
4 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
 
 
 
 
 
AP R E S E N T A Ç Ã O 
 
 
Este caderno tem por objetivo servir de apoio às aulas de Direito Empresarial 
ministradas na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande 
do Sul (PUCRS), no curso do semestre 2019-1. Foi elaborado para enriquecer a 
dinâmica da sala de aula e, em especial, preparar os alunos para a solução concreta de 
casos a partir do desenvolvimento do raciocínio jurídico e da argumentação. 
Por seu caráter complementar, o caderno de casos não tem qualquer pretensão 
de esgotar os temas apontados no programa de cada disciplina. Da mesma forma, a 
bibliografia sugerida ao fim de cada caso deve ser consultada em conjunto com os 
textos constantes dos planos de ensino, bem como com aqueles porventura indicados 
em sala de aula. 
Bons estudos! 
Os autores. 
 
 5 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 1. Incapacidade Superveniente do Empresário 
 
Sérgio era um próspero empresário em nome individual, do ramo da fabricação e 
comercialização de portões eletrônicos. Em decorrência de um trágico acidente 
automobilístico, Sérgio faleceu, deixando como único herdeiro seu filho Benício, de 07 anos 
de idade. Foi ajuizada ação de inventário, em que a mãe de Benício, Helena, foi nomeada 
inventariante. Nesta mesma ação, Helena manifestou o interesse da família na continuidade 
da atividade empresarial e indicou como possível administrador o tio de Benício, Otávio. 
 
Questões: 
a) É possível a continuidade desta atividade empresarial por Benício? Em caso afirmativo, 
qual o procedimento a ser adotado? 
b) Como se dá a administração da empresa continuada por incapaz? 
c) Helena ao indicar Otávio como possível administrador, assume alguma responsabilidade? 
 
Bibliografia de apoio: 
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa. Comentários aos artigos 966 
a 1.195 do Código Civil. 04 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial. Teoria Geral e Direito Societário. 
v. 1, 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
 
6 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 2. Formação da Sociedade Empresária 
 
Alberto, brasileiro, solteiro, menor de idade e emancipado, Bruno, 
brasileiro, solteiro, maior de idade e capaz, e Carlos, brasileiro, solteiro, menor 
de idade e absolutamente incapaz,resolvem celebrar entre si contrato de 
sociedade limitada. 
Dentre as diversas cláusulas e condições do contrato social estabelecido 
entre os três, estão: (a) o capital social será de R$ 30 mil, dividido em 30 mil 
quotas, subscrevendo cada sócio 10 mil quotas e integralizando-as no ato. 
Carlos integraliza as suas através de dinheiro e Alberto e Bruno através de 
bens incorpóreos, cuja avaliação é realizada pelos próprios sócios, 
dispensando-se laudo pericial; (b) a administração da sociedade competirá 
exclusivamente a Alberto, que terá poderes para realizar todos os atos de 
gestão; (c) Bruno e Carlos participarão no resultado da empresa na proporção 
de 50% (cinquenta por cento) cada e Alberto receberá, a título de pro labore, a 
remuneração fixa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês; (d) as quotas 
poderão ser vendidas a terceiros estranhos ao quadro social sem a anuência 
dos demais sócios e sem que se observe direito de preferência. 
Apenas Carlos foi representado por seus pais no ato, tendo os demais 
firmado pessoalmente o contrato social. 
 
Questõão: 
Existe(m) nulidade(s) ou anulabilidade(s) no negócio jurídico celebrado por 
Alberto, Bruno e Carlos? Fundamente. 
 
Bibliografia de apoio: 
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa. Comentários aos artigos 966 
a 1.195 do Código Civil. 04 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial. Teoria Geral e Direito Societário. 
v. 1, 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
 
 7 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 3. Estabelecimento Empresarial 
 
Antônio Fagundes e Lima Duarte são sócios da Pizzaria Queijo Derretido Ltda. 
Não estando mais interessados no desenvolvimento do negócio, vendem o estabelecimento, 
na sua integralidade, para Luana Piovani, titular da Massa Fofa Pizzaria EIRELI. No 
momento da negociação, os vendedores do estabelecimento omitem da adquirente uma 
dívida com o fornecedor de bebidas, no valor de R$ 55.000,00. Ressaltam, no entanto, que 
o grande diferencial da pizza produzida por eles advém da utilização de uma farinha 
especial, fornecida pela empresa Trigo Limpo Beneficiamento de Grãos S/A, sendo de 
grande relevância para o bom desenvolvimento do negócio, a continuidade desta 
contratação. 
 
Questões: 
a) Qual a regra de responsabilidade de alienante e adquirente de estabelecimento 
comercial, prevista no Código Civil? 
b) Será possível a manutenção do contrato com a Empresa Trigo Limpo? Qual a 
previsão legislativa? 
c) Qual a regra de concorrência aplicável a alienação de estabelecimento comerciais? 
 
Bibliografia de apoio: 
CAVALLI, Cassio. "Apontamentos sobre a teoria do estabelecimento empresarial no 
direito brasileiro" Revista dos Tribunais Vol. 96 Iss. 858 (2007) 
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa. Comentários aos artigos 966 
a 1.195 do Código Civil. 04 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012. 
 
8 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 4. Registro da Sociedade e Nome Empresarial 
 
Anderson Silva e José Aldo pretendem constituir uma sociedade limitada cujo 
objeto será atuar no mercado de varejo de equipamentos para a prática de atividades físicas. 
Anderson concorrerá com 80% do capital e, José, com os restantes 20%. 
 
Questões: 
a) Trata-se de sociedade simples ou empresária? Porquê? Onde deve ser efetuado o 
registro da mesma? 
b) Quais os elementos obrigatórios do contrato social desta sociedade? 
c) Com base na disciplina do nome empresarial, quais as possibilidades de nome para 
esta sociedade? Qual o âmbito de proteção do nome empresarial, no que tange a 
territorialidade? 
 
Bibliografia de apoio: 
CAVALLI, Cássio. "Nome empresarial e a normatização do DNRC" Revista dos Tribunais 
Iss. 912 (2011) 
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa. Comentários aos artigos 966 
a 1.195 do Código Civil. 04 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012. 
 
 9 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 5. Exclusão de Sócio na Sociedade Limitada 
 
Vintage Administrações e Participações Ltda. é uma sociedade limitada voltada para 
a administração de bens imóveis e suas eventuais receitas. Seu quadro societário é 
composto por Maria (10% das cotas), João (20% das cotas), Mario (35% das cotas) e José 
(35% das cotas), sendo todos os sócios administradores, de forma isolada, da sociedade. A 
sociedade está devidamente constituída desde 1999 e opera com lucratividade. A sócia 
Maria é responsável pelo controle financeiro da sociedade e desde 2010, os demais sócios 
tem dúvidas sobre as algumas demonstrações apresentadas, limitando-se a insurgirem-se 
verbalmente durante as reuniões para aprovação de contas, por falta de provas precisas. 
Ocorre que, no mês de fevereiro de 2015 os sócios João, Mario e José conseguiram prova 
inequívoca de que a sócia Maria está desvirtuando dinheiro da sociedade para contas 
pessoais suas, obviamente sem autorização dos demais. Ao conversarem com Maria sobre 
essa situação, a mesma nega todas as acusações e recusa-se a sair amigavelmente da 
sociedade. João, Mario e José procuram por advogado e relatam a este a impossibilidade de 
continuar sendo sócios de Maria, mas a vontade de manterem a sociedade Vintage, pois 
reconhecida no mercado e lucrativa. 
 
Questões: 
a) O fato narrado pode ser considerado como falta grave da sócia Maria? Em caso 
afirmativo, quais são as possibilidades previstas em lei para a exclusão de Maria, do quadro 
social da empresa Vintage? 
b) Quais são as regras previstas no Código Civil para a convocação de reunião ou 
assembleia de sócios? 
 
Bibliografia de apoio: 
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa. Comentários aos artigos 966 
a 1.195 do Código Civil. 04 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012. 
SPINELLI, Luis Felipe. Exclusão de Sócio por Falta Grave na Sociedade Limitada. São 
Paulo: Quartier Latin, 2015. 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial. Teoria Geral e Direito Societário. 
v. 01. 02 ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
10 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 6. Registro de Sociedade Limitada 
 
Joana Machado, solteira, administradora de empresas, residente e domiciliada à Rua 
Bagé, 340, na cidade de Porto Alegre/RS, inscrita no CPF/MF sob nº XXXXXX, e 
 
Carla dos Santos, brasileira, casada, arquiteta, residente e domiciliada à Rua Pelotas, 
200, na cidade de Porto Alegre/RS, inscrita no CPF/MF sob nº XXXXXX, por estarem 
justas e contratadas firma o presente contrato para constituição de Sociedade Limitada, que 
reger-se-á pelas cláusulas que seguem: 
 
Cláusula Primeira: A sociedade girará sob a denominação Arrumadinho Importação 
e Comércio de Objetos de Decoração Ltda.; 
Cláusula Segunda: A sociedade desenvolverá a atividade de importação e 
comercialização online de móveis e artigos de decoração; 
Cláusula Terceira: A sede da sociedade será o local de desenvolvimento de suas 
atividades, qual seja, o site www.arrumadinho.com.br; 
Cláusula Quarta: O capital social será de US$ 50.000 (cinquenta mil dólares 
americanos), divididos em 50 cotas de US$ 1.000 (um mil dólares) cada, sendo dividido da 
seguinte forma: 
 
SÓCIA COTAS VALOR DAS 
COTAS 
PERCENTUAL 
JOANA 30 30.000 60% 
CARLA 20 20.000 40% 
 
O Registro de Empresas Mercantis realizou o registro da Sociedade em questão, 
sem nenhuma ressalva. 
 
Questões: 
a) Do ponto de vista do regramento do registro empresarial, agiu corretamente o Registro 
de Empresa Mercantis? 
b) Em caso negativo, aponte todos os equívocos constantes neste trecho do contrato. 
 
Bibliografia de apoio: 
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa. Comentários aos artigos 966 
a 1.195 do Código Civil. 04 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial. Teoria Geral e Direito Societário. 
v. 1, 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
 11 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 7. Sucessão do Sócio Administradornas Limitadas 
 
Lucas é sócio de Joaquim na empresa Seis Furos Materiais de Construção Ltda. 
Ambos exercem conjuntamente a tarefa de administradores desta sociedade. Joaquim está 
gravemente doente e possui poucos meses de vida. O contrato social prevê o ingresso dos 
herdeiros no caso de falecimento de um dos sócios. Lucas, preocupado com o ingresso dos 
herdeiros de Joaquim ingressarem na sociedade, pois não possuem qualquer conhecimento 
do negócio, procura você, advogado, com o seguinte questionamento: 
 
Questão: 
a) o cargo de administrador se transfere aos herdeiros do sócio falecido que ocupava esta 
tarefa? Responda indicando o fundamento legal.. 
 
Bibliografia de apoio: 
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa. Comentários aos artigos 966 
a 1.195 do Código Civil. 04 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial. Teoria Geral e Direito Societário. 
v. 1, 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
 
12 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 8. Responsabilidade do Administrador na Sociedade 
Limitada 
 
Angelo Bonavides e Luiza Dalmonte são sócios em uma sociedade limitada, cuja 
atividade é o desenvolvimento de softwares para a gestão de recursos humanos em 
empresas públicas e privadas. A sociedade está registrada na Junta Comercial do Rio 
Grande do Sul sob a firma Bonavides & Dalmonte Ltda. O capital social constante do 
contrato social é de R$ 250.000,00 e os sócios declararam que o mesmo encontra-se 
totalmente integralizado. De acordo com o contrato social, ambos os sócios são 
administradores e, a administração da sociedade deve ser exercida em conjunto por eles. No 
mês de janeiro do corrente ano, Luiz foi acometida de uma grave enfermidade e, mudou-se 
temporariamente para os Estados Unidos para a realização de tratamento médico. 
Temendo ficar sem o “controle” da sua sociedade, Luiza outorgou procuração pública a seu 
filho José, para que este pudesse a substituir na tarefa de administradora da sociedade, 
conjuntamente com o outro sócio administrador, Angelo. Neste período de ausência de 
Luiza, a sociedade foi procurada por um potencial cliente (AlphaBeta Automotivos S.A.), 
interessado no desenvolvimento de um software, cujo contrato resultaria em um ganho de 
aproximadamente R$ 2.000.000,00. Pressionado pela urgência deste cliente no fechamento 
do contrato, Angelo, sem consultar Luiza ou seu filho José, firmou o contrato, 
comprometendo a sociedade na entrega do software em um prazo de 90 dias. 
 
Questões: 
a) Em relação ao nome empresarial, qual seria uma possível denominação para esta 
sociedade? 
b) O que é capital integralizado e o que é capital subscrito? 
c) Qual a regra geral da administração das sociedades limitadas? Indique o dispositivo legal. 
d) Agiu corretamente Luiza ao delegar a administração da sociedade ao seu filho José? 
Indique o dispositivo legal. 
e) Angelo poderia ter firmado o contrato com AlphaBeta, sem a anuência de Luiza ou José? 
Indique o dispositivo legal. 
 
Bibliografia de apoio: 
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa. Comentários aos artigos 966 
a 1.195 do Código Civil. 04 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012. 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial. Teoria Geral e Direito Societário. 
v. 01. 02 ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
 13 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 9. Sociedade Simples Limitada e Retirada de Sócio 
 
Carla é sócia de Fernanda na Clínica de Fisioterapia Sem Dor Sociedade Simples 
Ltda. Por razão de outros projetos pessoais, Carla acorda com Fernanda a sua saída da 
Clínica, ambas acordando que as cotas de Carla serão transferidas, por negociação de venda, 
à Elen. A alteração contratual com a saída de Carla e ingresso de Elen na sociedade é 
protocolada no Registro Civil das Pessoas Jurídicas em 01.03.2016. 
 
Questões: 
a) É possível a constituição de uma “sociedade simples limitada”? Qual o fundamento 
legal? 
b) Quais as responsabilidades da sócia que se retira e da que ingressa na sociedade? 
 
Bibliografia de apoio: 
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa. Comentários aos artigos 966 
a 1.195 do Código Civil. 04 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012. 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial. Teoria Geral e Direito Societário. 
v. 01. 02 ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
14 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 10. Exercício do Direito de Retirada 
 
Leonel é sócio de Juliana na empresa Construtora Finesse Ltda. Leonel deseja se 
retirar da sociedade, pois pretende aposentar-se. Os sócios não conseguem chegar a um 
acordo sobre o montante que Leonel teria direito a receber pela sua participação na 
sociedade. O contrato social é silente sobre o assunto. 
 
Questões: 
Qual a determinação legal quanto a forma de cálculo dos haveres, até quando os mesmos 
devem ser calculados e o prazo de pagamento? Considere a dissolução parcial da sociedade 
por exercício do direito de retirada. 
 
Bibliografia de apoio: 
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa. Comentários aos artigos 966 
a 1.195 do Código Civil. 04 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012. 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial. Teoria Geral e Direito Societário. 
v. 01. 02 ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
 
 
 
 15 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 11. Formação do Capital Social nas Sociedades Anônimas 
 
Alaor, Bernardo e Carlos decidiram constituir uma companhia, denominada ABC 
Negócios Imobiliários S/A. Em 20 de janeiro de 2016, todos os fundadores compareceram 
ao Primeiro Tabelionato de Notas de Porto Alegre/RS, onde foi lavrada a escritura pública 
de constituição da sociedade. 
 
No ato, ficou definido o capital social no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de 
reais), dividido em 1.000 (mil) ações ordinárias, emitidas e subscritas pelo seu valor 
nominal. Alaor e Bernardo subscreveram 400 (quatrocentas) ações cada um e Carlos 200 
(duzentas) ações. Todos os sócios integralizaram 10% (dez por cento) das suas respectivas 
ações à vista, comprometendo-se a realizar o restante até 1º de abril de 2016. Alaor e Carlos 
cumpriram rigorosamente com as suas obrigações, mas Bernardo não o fez, ficando em 
mora. 
 
 
Questões: 
a) Qual a diferença entre patrimônio e capital social? 
b) É válida a formação do capital social na forma estabeleceida pelos sócios? 
c) Em razão do descumprimento das obrigações por Bernardo, que medidas podem ser 
tomadas em face dele e quais as consequências para a companhia? 
 
Bibliografia de apoio: 
CARVALHOSA, Modesto. Comentário à Lei das Sociedades Anônimas, vol. 2. São Paulo: 
Saraiva, 2009. pp. 271 a 291. 
SCALZILLI, João Pedro. Patrimônio e Capital Social. In: ______. Confusão Patrimonial no 
Direito Societário. São Paulo: Quartier Latin, 2015. pp. 23-47. 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 12. Direito de Recesso e Reembolso de Ações 
 
Boi Brabo Alimentos S/A é uma companhia fechada, fundada em 1994, cujo capital 
social é de R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais), distribuído em 100.000.000 (cem 
milhões de ações), todas ordinárias, no valor nominal de R$ 1,00 (um real) cada. Dentre 
seus sócios, está Denilson, titular de 10.000.000 (dez milhões) de ações. 
Em 30 de março de 2015, a Assembleia Geral Ordinária da companhia aprovou 
balanço que apontava patrimônio líquido no valor de 200.000.000,00 (duzentos milhões de 
reais). 
Em 15 de janeiro de 2016, reunidos em Assembleia Geral Extraordinária 
devidamente convocada e instalada, os acionistas da Boi Brabo, levando em conta o cenário 
do mercado e o melhor interesse da companhia, aprovaram a mudança do objeto social, 
que passou a ser a administração de negócios imobiliários. A ata da assembleia foi publicada 
em 20 de janeiro de 2016. 
Denilson não compareceu à assembleia geral, mas não concorda com a deliberação 
realizada, discordando de todos os demais sócios,que votaram no sentido da mudança do 
objeto social. Além disso, revendo o estatuto da companhia, Denilson percebeu que não há 
nenhuma previsão sobre critérios de determinação do valor para eventual reembolso de 
ações. 
 
 
Questões: 
a) Existem medidas para garantir os interesses de Denilson? Em caso positivo, quais? 
b) Em havendo reembolso das ações de Denilson, que valor deverá ele receber? 
 
Bibliografia de apoio: 
BERTOLDI, Marcelo; RIBEIRO, Marcia Carla. Curso Avançado de Direito Comercial. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. Parte II, Capítulo 18 (O Acionista). 
CARVALHOSA, Modesto. Comentário à Lei das Sociedades Anônimas, vol. 1. São Paulo: 
Saraiva, 2009. Comentários ao art. 45. pp. 433-453. 
 
 
 17 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 13. Valores Mobiliários e Regulação do Mercado de 
Capitais 
 
Royce é produtor rural, devidamente registrado na Junta Comercial do Rio Grande 
do Sul – JUCERGS, na condição de empresário individual. Desde 2001, realiza atividades 
ligadas à pecuária, na Fazenda Santa Carolina, localizada em Bagé/RS. 
Considerando tal cenário, Royce decidiu expandir seu negócio de engorde de gado, 
identificando que a área da fazenda é ideal para tal atividade, ainda não explorada em todo 
seu potencial. Contudo, já que não possui capital próprio, decide buscar investidores para o 
seu empreendimento. 
Royce elabora um modelo padrão de “Contrato de Investimento Coletivo”, através 
do qual os investidores que a ele aderirem terão direito a um percentual sobre o resultado 
da atividade econômica de engorde de gado. Quanto maior o número de investidores, mais 
gado poderá adquirir e, assim, mais resultado poderá distribuir entre aqueles que aportem 
capital – além, obviamente, de Royce lucrar mais. 
Para potencializar a captação de recursos, Royce decide contratar um carro de som 
que, todos os finais de semana, divulgará à população de Bagé a grande oportunidade de 
investimento na Fazenda Santa Carolina, prometendo um percentual sobre os resultados. 
Em paralelo, também contrata a veiculação de propagandas por rádio e televisão. 
 
 
Questões: 
a) Qual a natureza jurídica do contrato de investimento coletivo, nos moldes 
formulados por Royce? 
 
b) A captação de recursos nessa modalidade está sujeita a registro? Explique. 
 
Bibliografia de apoio: 
SPINELLI, Luis Felipe; SCALZILLI, João Pedro; CORRADINI, Luiz Eduardo Malta; 
TELLECHEA, Rodrigo. Contrato de Investimento Coletivo como Sociedade em Conta de Participação. 
In: Revista de Direito Bancário e Mercado de Capitais, n. 61, jul/set 2013. 
CODORNIZ, Gabriella; PATELLA, Laura (org.). Comentários à Lei do Mercado de Capitais – 
Lei nº 6.385/76. São Paulo: Quartier Latin, 2015. 
WALD, Arnoldo. A CVM e a Evolução do Mercado de Capitais no Brasil. In: Revista Forense, 
2002. 
 
 
 
18 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 14. Cláusula Compromissória Estatutária 
 
A Assembleia Geral de Delta Comércio de Artigos Esportivos S/A, companhia de 
capital fechado, aprovou, em 1º de abril de 2014, a alteração do estatuto social, a fim de 
estabelecer que eventuais litígios entre os acionistas e a companhia, ou entre os acionistas 
controladores e os acionistas minoritários, serão solucionadas mediante o sistema da 
arbitragem, nos moldes da Lei n. 9.307/97. A decisão foi tomada por acionistas que 
representavam 60% (sessenta por cento) do total do capital votante da companhia. 
Augusto, acionista titular de 5% (cinco por cento) das ações da Delta, discorda da 
inclusão da referida cláusula no estatuto social e entende que há inafastabilidade da 
apreciação pelo Poder Judiciário de lesão ou ameaça de lesão aos seus direitos. Apesar 
disso, o sócio dissidente não exerce seu direito de retirada, permanecendo no quadro 
societário na companhia. 
 
Questões: 
a) É válida a inclusão da cláusula compromissória no estatuto da companhia Delta? 
b) Augusto está submetido ao procedimento arbitral? 
 
Bibliografia de apoio: 
CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e Processo: um comentário à Lei n. 9.307/96. 3. ed. 
(disponível online na Biblioteca da PUCRS) 
LOBO, Carlos Augusto da Silveira. A Cláusula Compromissória Estatutária. In: Doutrinas 
Essenciais de Arbitragem e Mediação, vol. 4, 2014. pp. 203-224. 
TELLECHEA, Rodrigo. Arbitragem nas Sociedades Anônimas: Direitos Individuais e Princípio 
Majoritário. São Paulo: Quartier Latin, 2016. 
 
 19 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
 
Caso nº 15. Poder de Controle e Conflito de Interesses nas 
Sociedades Anônimas 
 
A Companhia Gama Indústria de Calçados, constituída em 21 de dezembro de 
1985, possui capital social no valor de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), totalmente 
dividido em ações ordinárias, as quais não estão admitidas à negociação no Mercado de 
Valores Mobiliários. A administração da companhia é realizada pela sua Diretoria e não há 
Conselho de Administração. 
O estatuto social da companhia, dentre outras disposições, prevê que a celebração 
de contratos cujo valor exceda R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) deverá ser precedida de 
aprovação pela Assembleia Geral. 
Em 1º de fevereiro de 2014, a sócia controladora, ABC Participações Ltda., que é 
titular de 70% (setenta por cento) do capital social da Companhia Gama, propôs aos 
administradores a contratação do fornecimento de matéria prima perante a empresa 
Curtume Bom Couro Ltda., contrato que obrigará a companhia em, no mínimo, R$ 
1.000.000,00 (um milhão de reais). Observa-se que 50% (cinquenta por cento) do capital 
social da Curtume Bom Couro é também de titularidade da ABC Participações. 
Cientes da proposta, os administradores convocaram Assembleia Geral, a qual foi 
realizada em 28 de fevereiro de 2014, tendo sido cumpridas todas as formalidades legais 
para a sua convocação e instalação. No ato, restou aprovada a realização do contrato de 
fornecimento perante a Companhia Gama e a Curtume Bom Couro. 
João e Tiago, acionistas titulares, respectivamente, de 10% (dez por cento) e 20% 
(vinte por cento) do capital da Companhia Gama, dissentiram da referida deliberação, sob o 
argumento de que o preço encontra-se muito acima do praticado no mercado. Todavia, 
prevaleceu o voto da controladora. 
 
Questões: 
a) O voto proferido pela controladora é válido? 
b) Que medida(s) poderiam os dissidentes adotar para fazer valer seus interesses? 
 
Bibliografia de apoio: 
BERTOLDI, Marcelo. O Poder de Controle nas Sociedades Anônimas. In: Revista de Direito 
Mercantil, Industrial, Econômico e Financeiro, n. 118, abril-jun, 2000. 
MUNIZ, Joaquim de Paiva. Poder de Controle, Conflito de Interesses e Proteção aos 
Minoritários e Stakeholders. In: Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais, vol. 28, abr-
jun/2005. 
REQUIÃO, Rubens. O Controle e a Proteção dos Acionistas. In: Doutrinas Essenciais de 
Direito Empresarial. Vol. 3. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. 
20 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 16. Acordo de Acionistas 
 
Bola Dourada Empreendimentos S/A é uma companhia fechada, cujo capital social 
está distribuído em 100 mil ações ordinárias e 50 mil ações preferenciais sem direito a voto. 
Santiago possui 40 mil ações ordinárias e seus irmãos Felipe, Osvaldo e Almir possuem, 
cada um, 20 mil ações ordinárias. As ações preferenciais são de propriedade do Fundo de 
Investimento em Participações Bola Redonda. 
Em 2017, Felipe, Osvaldo e Almir firmaram um acordo de acionistas entre si, 
estabelecendo o voto em bloco para eleição dos membros do conselho de administração da 
companhia. No documento, ficou estipulado que, 24h antes das assembleias gerais 
ordinárias, os integrantes do acordo reunir-se-iam para alinhamento e definição do voto. O 
acordo de acionistas foi arquivado na sede da companhia. 
Na véspera da Assembleia Geral Ordinária de 2018, os três irmãos acordaram em 
eleger Osvaldo conselheiro da companhia. Contudo, durante a assembleia, Felipe mudou de 
ideia e acabou manifestandoseu voto em favor de Santiago. 
 
Questões: 
a) É válido o acordo de acionistas firmado nos moldes acima descritos? 
b) Que medida pode ser tomada por Almir e Osvaldo diante do voto proferido por Felipe? 
 
Bibliografia de apoio: 
CARVALHOSA, Modesto; EIZIRIK, Nelson. Acordo de Acionistas. In: ______; ______. A 
Nova Lei das Sociedades Anônimas. 
 
 
 
 21 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 17. Deveres de Administradores 
 
 
João é administrador da Rosa Baia Indústria Química S/A, empresa que produz um 
destacado solvente, que não possui similares no mercado. A empresa chegou a este produto 
após anos de pesquisas e somente poucos colaboradores da empresa tem acesso à fórmula; 
dentre eles está João. João é abordado secretamente pela principal concorrente de Rosa 
Baia, que lhe oferece uma soma vultuosa de dinheiro para que o mesmo dê indicações da 
fórmula secreta. João cede e “vende” a fórmula secreta do solvente à empresa concorrente, 
que passa a produzi-lo e em menos de 06 meses coloca o produto no mercado, interferindo 
gravemente nas vendas da Rosa Baia. Uma investigação é feita para apurar o vazamento do 
segredo industrial e chega-se a João. 
 
Questão: 
Diante do fato narrado, diga qual o dever infringido por João e se há alguma medida cabível 
para responsabilizá-lo. 
 
Bibliografia de apoio: 
CARVALHOSA, Modesto. Comentário à Lei das Sociedades Anônimas, vol. 3. São Paulo: 
Saraiva. 
22 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 18. Responsabilidade Civil dos Administradores nas 
Sociedades Anônimas 
 
 
Almir e Alberto são diretores estatutários da Companhia Farmacêutica Delta, eleitos 
pelo conselho de administração da sociedade. Almir é diretor financeiro e Alberto é diretor 
técnico, ambos com funções distintas discriminadas no estatuto da companhia. 
Em 2015, no exercício de suas funções, Alberto contratou, sem cotação de preços, 
o fornecimento de insumos perante a Química Maravilha Ltda., sociedade da qual João, seu 
amigo de longa data, é também administrador. Alberto não obteve nenhuma vantagem 
pessoal com a contratação, limitando-se a escolher aquela fornecedora em razão da 
confiança pessoal que tinha em relação a João. 
Embora os insumos fossem de boa qualidade, o preço contratado era 80% (oitenta 
por cento) mais caro do que o praticado no mercado. Almir, ao aprovar o pagamento da 
operação, percebeu tal fato mas entendeu por bem não se manifestar, já ́ que o contrato de 
fornecimento havia sido assinado tão-somente por Alberto. 
 
 
Questões: 
a) Almir e Alberto são responsáveis pelos prejuízos causados à companhia em razão do 
elevado preço pago pelos insumos? Haveria solidariedade no presente caso? 
b) É aplicável ao caso a business judgement rule? 
c) Que medida(s) poder-se-ia adotar em face dos atos dos administradores? 
 
Bibliografia de apoio: 
CARVALHOSA, Modesto. Comentário à Lei das Sociedades Anônimas, vol. 3. São Paulo: 
Saraiva, 2009. pp. 347-404. 
PARGENDLER, Mariana. Responsabilidade Civil dos Administradores e a Business 
Judgement Rule no Direito Brasileiro. In: Revista dos Tribunais, vol. 953, mar/2015. 
 
 23 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 19. Eleição de Administradores e Responsabilidade 
 
Marlene é dona de casa, mãe de três filhos – Pedro, Fábio e Jorge –, dedicando-se 
há 40 anos exclusivamente ao lar e às questões familiares. Em conjunto, os filhos são 
controladores da Companhia Beta Empreendimentos Imobiliários, em atividade desde o 
início da década de 2000. A companhia possui ainda outros 5 (cinco) acionistas 
minoritários. 
Em 2016, Pedro, Fábio e Jorge decidiram eleger sua mãe para ocupar cargo no 
Conselho de Administração da companhia. Embora não tivesse nenhuma experiência, 
Marlene aceitou o encargo, passando a compor o Conselho ao lado de Fábio e Jorge e 
limitando-se a acatar todas as orientações provenientes de seus filhos. 
Em setembro do mesmo ano, foi realizada reunião do Conselho de Administração, 
na qual decidiu-se aprovar a realização de atos fraudulentos, que beneficiavam a família em 
detrimento da companhia e dos minoritários. 
Em janeiro de 2018, Marlene foi citada em ação de responsabilidade civil pelos atos 
cometidos no exercício do seu cargo. Em defesa, alegou que desconhecia os atos 
praticados, uma vez que se limitava a assinar todos os papeis que lhes eram apresentados 
pelo filhos e que sequer tinha expertise para compreender a extensão e os efeitos daquilo que 
estava sendo apontado. 
 
 
Questões: 
a) Assiste razão a Marlene, ao alegar ausência de responsabilidade? 
b) Podem os controladores ser responsabilizados pela eleição de Marlene para ocupar 
assento no Conselho de Administração da companhia? 
 
Bibliografia de apoio: 
CARVALHOSA, Modesto. Comentário à Lei das Sociedades Anônimas, vol. 3. São Paulo: 
Saraiva, 2009. pp. 347-404. 
PARGENDLER, Mariana. Responsabilidade Civil dos Administradores e a Business 
Judgement Rule no Direito Brasileiro. In: Revista dos Tribunais, vol. 953, mar/2015. 
 
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Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 20. Exclusão de Sócio em Sociedade Anônima 
 
Em 1995, Apolônio, Cléber e Antônio, jovens estudantes de engenharia, 
conheceram-se na PUCRS e tornaram-se grandes amigos. Em 1997, decidiram fundar a 
Hightech Aparelhos Eletrônicos S/A, uma companhia de capital fechado cujo objeto era a 
fabricação de equipamentos de esporte e saúde, com tecnologia inovadora. 
A companhia cresceu e prosperou. Em 2002, o Fundo de Investimento ABC 
aportou R$ 50 milhões na sociedade anônima, tornando-se titular de 20% (vinte por cento) 
do seu capital social. O trio de amigos permaneceu controlando a companhia, cujo capital 
permanece fechado. 
Recentemente, Apolônio desentendeu-se pessoalmente com seus amigos e, 
pretendendo prejudica-los, passou a divulgar informações inverídicas nas redes sociais, 
envolvendo o nome da empresa. Indignados, Cléber e Antônio pretendem excluir Apolônio 
do quadro societário, sob o fundamento da quebra de affectio societatis. 
 
 
Questões: 
a) É viável a exclusão de sócio em sociedade anônima? 
b) O fundamento de Cléber e Antônio é consistente? 
c) Caso viesse a ser excluído, Apolônio teria direito a ser reembolsado do valor de suas 
ações? 
 
Bibliografia de apoio: 
CAMINHA, Uinie; GONÇALVES, Liliane. Exclusão de Sócios em Sociedade Anônima. In: 
LUPION, Ricardo (org.) 40 Anos da Lei das Sociedades Anônimas (6404/76). Porto Alegre: 
Editora Fi, 2017. 
 
 
 
 
 25 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 21. Letra de Câmbio 
 
André resolveu comprar uma mesa de Laís pelo valor de R$ 1.000,00. Durante a 
negociação, André afirmou que João Pedro era seu devedor na mesma quantia e que, 
portanto, poderia emitir uma letra de câmbio colocando-lhe como devedor. Desta forma, 
André (sacador) sacou letra de câmbio fazendo constar João Pedro (sacado) como devedor 
e constando Laís (tomadora) como credora. A letra de câmbio foi criada em 18/07/2016 
com vencimento em 01/08/2016. João Pedro realmente devia o valor de R$ 1.000,00 para 
André, com vencimento em 30/07/2016, no entanto, jamais foi procurado até o dia do 
vencimento da dívida. No dia 01/08/2016 Laís procura João Pedro para lhe cobrar o 
pagamento da letra de câmbio, mas João Pedro recusa efetuar o pagamento. 
 
Questões: 
a) O título de crédito mencionado foi criado em formato juridicamente adequado? 
Justifique. 
b) João Pedro realmente pode ser cobrado judicialmente por Laís em razão da letra de 
câmbio mencionada? Explique. 
 
 
Bibliografia de apoio: 
ASCARELLI, Tullio. Teoria geral dos títulos de crédito. Campinas: Servanda, 2013. 
REQUIÃO, Rubens. Direito Comercial. v. 2. 24ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial: títulos de crédito. v. 2. 4ª. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
26 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 22. Cheque: Endosso e Obrigação de Regresso. 
 
Tomás resolve contratar advogado em razão de problemas jurídicosenvolvendo 
contrato de locação comercial (na modalidade built to suit) que mantém na qualidade de 
locador. Para tanto, procura Gabriela que lhe cobra o valor de R$ 30.000,00, antecipados, 
para resolver o problema mencionado. Tomás informa que havia recebido um cheque 
nominal que foi emitido em 10/07/2016 por João Pedro no valor de R$ 10.000,00 e que 
gostaria de endossar este cheque para Gabriela com o fim de pagar parte dos honorários 
devidos. Tomás prometeu pagar o saldo dos honorários, mas jamais realizou o 
adimplemento. O serviço jurídico foi concluído em apenas 45 dias, mediante acordo, de 
forma que não era devido mais nenhum valor a título de honorários além dos R$ 30.000,00 
expressamente convencionados em contrato verbal. O cheque jamais foi pago por João 
Pedro, isto porque Tomás havia prometido entregar para João Pedro alguns móveis, os 
quais nunca foram entregues e não há perspectiva de cumprimento da obrigação. 
 
Questões: 
a) Gabriela pode cobrar judicialmente Tomás pelo valor integral? Caso positivo, de 
que forma? Qual é a contribuição do cheque para a solução do adimplemento? 
b) Gabriela poderá cobrar judicialmente João Pedro? Justifique. 
 
 
Bibliografia de apoio: 
ASCARELLI, Tullio. Teoria geral dos títulos de crédito. Campinas: Servanda, 2013. 
REQUIÃO, Rubens. Direito Comercial. v. 2. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial: títulos de crédito. v. 02. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
 27 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 23. Nota Promissória. 
 
André contratou Bruno, em 01/06/2016, para pintar a casa de seus pais pelo valor 
de R$ 6.500,00. Considerando as dificuldades financeiras momentâneas, André pagou R$ 
3.000,00 no ato, em dinheiro, e emitiu nota promissória no valor de R$ 3.500,00 com 
vencimento em 15/08/2016. Bruno precisa comprar latas de tinta no valor de R$ 3.500,00 
para outro empreendimento em que está trabalhando simultaneamente. Para tanto, 
combina com Carlos de endossar em preto, em 15/06/2016, a nota promissória em seu 
benefício. Carlos recebe a promissória e entrega o produto. Com o interesse de comprar 
veículo usado pelo valor de R$ 12.000,00, Carlos efetuou o pagamento de R$ 2.500,00 em 
dinheiro, endossou a promissória de R$ 3.500,00 e financiou o saldo através do sistema 
bancário. O negócio entre Carlos e Daniel foi realizado em 01/08/2016. Considerando a 
desconfiança de Daniel sobre Carlos, exigiu-se que a nota promissória fosse avalizada por 
duas pessoas, a saber, Giovani e Giovana. Giovani é casado com Heloisa pelo regime da 
comunhão parcial de bens. Giovana tem união estável com Lauro, sem pacto antenupcial. 
Após o vencimento da dívida, André deixou de pagar a promissória e afirmou que não o 
faria, visto que é menor de idade, com 14 anos, portanto absolutamente incapaz. Giovani e 
Giovana recusaram pagar a dívida por afirmarem que inexistiu outorga uxória. Os fatos 
afirmados por André, Giovani e Giovana são comprovados. 
 
Questões: 
a) Quais são os efeitos jurídicos que derivam do título de crédito ter sido criado pela 
assinatura de pessoa natural absolutamente incapaz? 
b) Quais são os efeitos jurídicos da ausência de outorga uxória para os avais prestados 
por Giovani e Giovana? 
 
Bibliografia de apoio: 
ASCARELLI, Tullio. Teoria geral dos títulos de crédito. Campinas: Servanda, 2013. 
GORGA, Érica; SICA, Lígia Paula Pinto. Estudos avançados de Direito Empresarial: 
títulos de crédito. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 
REQUIÃO, Rubens. Direito Comercial. v. 2. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial: títulos de crédito. v. 02. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
28 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 24. Títulos de Crédito em Branco 
 
André resolve contratar Tomás, advogado especializado em contratos, com o fim de 
ajudar em litígio que envolve permuta para a construção de prédio residencial junto à 
Construtora Encol. Tomás informa que será devido o montante de aproximadamente R$ 
10.000,00 em custas judiciais, de forma que seria ideal que André já deixasse cheque em 
branco e assinado para que o valor fosse preenchido posteriormente por Tomás, conforme 
o valor exato que a contadoria apurasse. André assina o cheque e deixa de preencher os 
demais campos do título. Tomás se dirige a uma concessionária de veículos, a 
SuperBomVeículos, momento em que preenche o cheque de André e coloca 
SuperBomVeículos como beneficiária, com o valor de R$ 15.000,00. Tomás afirma na 
concessionária que André é seu parente e que ficou muito grato com o presente recebido. 
SuperBomVeículos recebeu o cheque e endossou para Daniel em razão de novo negócio 
realizado. André tomou conhecimento que o cheque não foi usado para pagar custas 
judiciais. Horas após Daniel receber o cheque, mas antes de ocorrer o depósito bancário, 
André toma conhecimento de que o cheque está com Daniel e faz contato por email e 
telefone. Informa sobre a combinação feita com Tomás e que houve descumprimento em 
relação ao combinado. 
 
Questões: 
a) Há problema jurídico com a emissão de cheque “em branco” para posterior 
preenchimento? Justifique. 
b) Haverá erro ou dever de indenizar caso Daniel efetue o depósito do cheque, com 
compensação dos valores em conta corrente? 
 
 
Bibliografia de apoio: 
ESTEVEZ, André Fernandes. Títulos de crédito em branco e incompletos: análise dos 
requisitos essenciais de formação e dos efeitos jurídicos do pacto de preenchimento. 
Revista Direito & Justiça, n.º41, v. 2, 2015. p. 114-125. 
GORGA, Érica; SICA, Lígia Paula Pinto. Estudos avançados de Direito Empresarial: 
títulos de crédito. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 
REQUIÃO, Rubens. Direito Comercial. v.02. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial: títulos de crédito. v. 02. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
 29 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 25. Cheque Pré-Datado 
 
André resolveu comprar um veículo na SuperBomVeículos pelo valor de R$ 
50.000,00. Para tanto, emitiu dois cheques no valor de R$ 25.000,00 cada, o primeiro com 
vencimento na mesma data do negócio (15/07/2016) e o segundo com vencimento em 
01/08/2016. No segundo cheque constou escrito na frente do título com caneta “bom para 
01/08/2016”. Por falha administrativa, ambos os cheques foram depositados por 
SuperBomVeículos no dia 18/07/2016. Como não havia fundos para quitar ambos os 
cheques, um deles foi devolvido por insuficiência de fundos (alínea 11). Como havia ordem 
da loja ao gerente do banco para reapresentar automaticamente todos os cheques que 
voltassem sem fundos, o referido título que estava previsto para ser apresentado em 
01/08/2016 foi reapresentado em 19/07/2016, sendo novamente devolvido por 
insuficiência de fundos (alínea 12), informação que foi repassada ao Banco Central e aos 
órgãos de proteção ao crédito (SPC/SERASA). 
 
Questões: 
a) O banco poderia ter processado o depósito do cheque em que constava “bom para 
01/08/2016”? Há erro ou responsabilidade na sua conduta? 
b) A loja SuperBomVeículos poderia ter depositado o cheque em que constava “bom 
para 01/08/2016”? Há erro ou responsabilidade na sua conduta? 
 
 
Bibliografia de apoio: 
REQUIÃO, Rubens. Direito Comercial. v.02. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 
STJ, 4ª Turma, REsp n.º 16.855/SP, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, julgado em 
11/05/1993. 
STJ, 3ª Turma, REsp n.º 213.940/RJ, Rel. Min. Eduardo Ribeiro, julgado em 29/06/2000. 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial: títulos de crédito. v. 02. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
 
30 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 26. Medidas para Enfrentar a Crise Empresarial (1) 
 
Você é especialista em gestão de crise. A empresa Lux Móveis Diferenciado S.A. 
convidou-o para uma reunião em sua sede. No dia e horário marcados, ainda antes da 
reunião, você está na antessala esperando ser chamado. Enquanto espera, a copeira lhe 
oferece café italianodo tipo ristretto e água Perrier. A reunião demora, então você aproveita 
para se informar lendo as várias revistas e jornais disponíveis. Após trinta minutos, uma das 
três recepcionistas lhe acompanha até a sala de reuniões. No caminho, você passa por 
vários setores da empresa, principalmente escritórios administrativos repletos de 
funcionários. Em reunião com a diretoria, você toma conhecimento que a Lux Móveis 
Diferenciado S.A. obteve receita de R$ 120 milhões em 2016, porém, no mesmo ano, 
apresentou despesas de R$ 125 milhões, apresentando um prejuízo de R$ 5 milhões. Apesar 
do prejuízo verificado, não há, ainda, um endividamento significativo. Também foi relatado 
que a receita recuou 10% em relação ao ano de 2015, provavelmente em função da 
obsolescência de algumas linhas de produtos, que não agradam mais ao consumidor. 
 
Questões: 
 
a) Como você enquadraria a crise acima descrita? 
b) Qual o tipo de intervenção mais adequada? 
c) Quais medidas poderiam ser tomadas? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
32-33 e 66 e ss. 
 
 
 31 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 27. Medidas para Enfrentar a Crise Empresarial (2) 
 
Você é especialista em gestão de crise. A empresa Companhia Nacional de Guindastes 
convidou-o para uma reunião em sua sede. Em reunião com a diretoria, você toma 
conhecimento que a Companhia Nacional de Guindastes obteve receita de R$ 200 milhões 
em 2016 e incorreu em despesas de R$ 170 milhões, apresentando lucro de R$ 30 milhões. 
No entanto, a diretoria informa que o Caixa da empresa está “zerado”. Pior, as contas 
correntes da empresa estão no negativo, com os limites sendo utilizados para capital de 
giro. Após algumas perguntas, você descobre que os guindastes são vendidos a prazo. O 
prazo médio de recebimento é de 180 dias. Por outro lado, a compra de matéria prima para 
a fabricação é feita à vista ou, na melhor das hipóteses, com prazo de 30 dias. 
 
Questões: 
 
a) Como vocês enquadraria a crise acima descrita? 
b) Qual o tipo de intervenção mais adequada? 
c) Quais medidas poderiam ser tomadas? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
32-33 e 66 e ss. 
 
 
32 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 28. Medidas para Enfrentar a Crise Empresarial (3) 
 
Você é especialista em gestão de crise. A empresa a ABC Construtora Ltda. 
convidou-o para uma reunião em sua sede. Em reunião com a diretoria, você toma 
conhecimento que a ABC apresentou prejuízo nos últimos 5 anos, acumulando um passivo 
de aproximadamente R$ 50 milhões de reais. Em grande medida, esse passivo foi 
acumulado pela incapacidade de a ABC honrar com seus compromissos financeiros frente 
aos Bancos. Do total da dívida, cerca de 30% corresponde a dívidas com fornecedores 
(credores quirografários); cerca de 50% com instituições financeiras, cujas operações de 
crédito são possuem garantia hipotecária (credores com garantia real); do restante, 10% 
corresponde a endividamento tributário; e outros 10% com trabalhadores. A diretoria 
pondera que se algo não for feito, o endividamento tende a crescer geometricamente nos 
próximos meses. Para piorar, a empresa possui ativos (bens) não utilizados no processo 
produtivo que poderiam ser alienados para gerar caixa, porém não se encontram 
interessados em função do risco de um eventual adquirente se tornar sucessor do alienante 
pelas dívidas já existentes. 
 
Questões: 
a) Como vocês enquadraria a crise acima descrita? 
b) Qual o tipo de intervenção mais adequada? 
c) Quais medidas poderiam ser tomadas? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
32-33, 66 e ss., 244 e ss. e 337 e ss. 
 
 33 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 29. Aplicação da Lei de Recuperação de Empresas e 
Falência (1) 
 
A Cooperativa dos Produtores de Soja da Região Noroeste se encontra em grave 
crise econômico-financeira, possuindo um passivo total de R$ 30.000.000,00 (trinta milhões 
de reais), sendo que desse total, aproximadamente, 60% é dívida bancária, 30% dívida com 
fornecedores e 10% dívida tributária. A cooperativa está devidamente registrada na Junta 
Comercial desde 1995, possui escrituração contábil regular, bem como vem publicando, 
anualmente, suas demonstrações financeiras. 
 
Questões: 
 
a) Diante da situação narrada, seria o caso de a cooperativa se valer de algum dos regimes 
recuperatórios previstos na Lei 11.101/05? 
b) Em caso positivo, qual? Em caso negativo, explique a razão e aponte o fundamento 
legal. 
 
Bibliografia de apoio: 
 
AYOUB, Luiz Roberto; CAVALLI, Cássio. A Construção Jurisprudencial da Recuperação 
Judicial de Empresas. Rio de Janeiro: Forense, 2013. pp. 19 e ss. 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
89 e ss. 
 
34 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 30. Aplicação da Lei de Recuperação de Empresas e 
Falência (2) 
 
A sociedade empresária Fazendas Reunidas Gado Gordo Ltda., regularmente 
registrada na Junta Comercial há 3 anos, com escrituração contábil regular e demonstrações 
financeiras devidamente publicadas, ajuizou um pedido de recuperação judicial. O passivo 
da sociedade ultrapassa a quantia de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais), sendo que, 
aproximadamente, 50% da dívida decorre de um financiamento bancário com garantia real 
contraído há 5 anos junto ao Banco do Brasil S.A. O restante do passivo é dívida com 
fornecedores, classificada como crédito quirografário, toda contraída no último ano. 
 
Questões: 
 
a) Diante da situação narrada, o magistrado pode aceitar o processamento da ação ajuizada 
pela Fazendas Reunidas Gado Gordo Ltda.? 
b) Em caso positivo, quais dívidas se sujeitam à recuperação judicial? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
AYOUB, Luiz Roberto; CAVALLI, Cássio. A Construção Jurisprudencial da Recuperação 
Judicial de Empresas. Rio de Janeiro: Forense, 2013. pp. 19 e ss. 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
89 e ss. 
 
 35 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 31. Princípio da Celeridade, Eficiência e Economia 
Processual 
 
Você é juiz da Vara Judicial de Carlos Barbosa, único magistrado da comarca. Entre 
todos os processos conclusos em seu gabinete (questões envolvendo adoção, usucapião, 
reintegração de posse, interdição, cobrança, renovatória de aluguel, execuções fiscais, ações 
penais, etc.), há uma recuperação judicial com assembleia geral de credores marcada para os 
próximos dias. Incidentalmente, há uma ação para incluir na lista de credores um crédito de 
R$ 10 milhões de reais, inicialmente não reconhecido pelo devedor nem pelo administrador 
judicial. Trata-se da recuperação judicial da empresa mais importante da cidade, indústria 
que emprega cerca de 15% da população do município. O reconhecimento ou não do 
crédito pode mudar o panorama da votação. Na ação incidental há um pedido de 
antecipação de tutela para suspender a assembleia geral de credores até a definição sobre se 
o credor participa ou não do conclave. 
 
Questões: 
 
a) Como você decide o pedido antecipatório? 
b) Quais são os fundamentos jurídicos da decisão? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
84 e ss. e 191. 
 
36 
 
Direito Empresarial |2019-1 
Caso nº 32. Princípio da Retirada da Empresa Inviável do 
Mercado 
 
Você é juiz da Vara Judicial de Seberi, único magistrado da cidade. Você é o juiz 
competente para a ação de recuperação judicial do Laticínio Leite Delícia Ltda., uma das 
empresas mais importantes do município, empregadora de cerca de 5% da população 
economicamente ativa da cidade. O advogado representante da devedora, por erro na 
contagem do prazo, protocolou o plano de recuperação no 65º dia após a publicação da 
decisão que defere o processamento da recuperação judicial, portanto, fora do prazo 
legalmente estipulado. Diante dessa situação, um dos credores pediu que fosse decretada a 
falência da Leite Delícia com base no art. 73, II, da LREF. 
 
Questões: 
 
a) Como você decide o pedido do credor? 
b) Quais são os fundamentos jurídicos da decisão? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
77, 301 e 359 e ss. 
 
 37 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 33. Regimes da Lei n. 11.101/05 
 
A empresa SDX Seguradora S.A., uma das principais empresas brasileiras com 
atuação no ramo dos seguros de saúde, encontra-se em crise econômico-financeira 
classificada como extremamente grave, possuindo um passivo de aproximadamente R$ 500 
milhões. Desse total, R$ 100 milhões é o passivo tributário; R$ 200 milhões é o passivo 
bancário (decorrente de operações variadas, entre elas financiamentos com garantia real, 
mútuos sem garantia e mútuos garantidos por alienação fiduciária); a dívida quirografária é 
de aproximadamente R$ 150 milhões (na sua maior parte decorrentes de contratos de 
fornecimentos inadimplidos); a dívida trabalhista é de aproximadamente R$ 50 milhões. O 
ativo total da companhia, no entanto, é de R$ 700 milhões, boa parte deste total está 
imobilizada (são imóveis). Você foi procurado pelo Diretor Presidente da SDX, que lhe 
pergunta qual a melhor alternativa para a crise empresarial. 
 
Questão: 
 
Diante do cenário descrito, você recomenda autofalência, recuperação judicial, recuperação 
extrajudicial ou nenhuma das alternativas citadas. Explique a opção. 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
66 e ss. e 89 e ss. 
 
 
38 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 34. Competência para as Ações da Lei n. 11.101/05 
 
A Viação Aérea dos Pampas S.A., fundada em 1927, na cidade de Porto Alegre/RS, possui 
nesta capital sua sede estatutária. Todavia, sua atividade principal é exercida na cidade do 
Rio de Janeiro/RJ, local dos seus escritórios administrativos e dos seus estabelecimentos 
mais importantes. A companhia se encontra há aproximadamente uma década em profunda 
crise econômico-financeira. Afundada em dívidas bilionárias, seus principais executivos 
cogitam a possibilidade de uma recuperação judicial. 
 
Questões: 
 
a) Qual seria o juízo competente para processar e julgar a recuperação judicial da 
companhia? 
b) Caso a ação seja proposta em juízo diverso daquele previsto na Lei 11.101/05, que 
medida judicial poderia ser proposta pelos interessados? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
AYOUB, Luiz Roberto; CAVALLI, Cássio. A Construção Jurisprudencial da Recuperação 
Judicial de Empresas. Rio de Janeiro: Forense, 2013. pp. 88 e ss. 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
121 e ss. 
 
 39 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 35. Curso da Prescrição em Face do Devedor 
 
Você é advogado estabelecido na comarca de Bento Gonçalves. Por indicação de um 
amigo, o diretor de uma importante empresa local marca uma reunião em seu escritório. Na 
reunião, o referido diretor relata que pretende ajuizar uma ação de indenização contra a 
Transportadora Confiança S.A., cuja recuperação judicial teve o seu processamento 
deferido há um mês. Após ouvir o relato, você se convence que o direito é bom e que há 
plenas condições para a procedência da ação. Além disso, você identifica que é uma causa 
com grande potencial econômico e que uma eventual indenização pode ultrapassar a 
quantia de R$ 10 milhões. Foram ajustados honorários de 10% sobre o benefício 
econômico e R$ 25 mil de entrada para a elaboração da inicial. No entanto, você se dá 
conta que amanhã é o último dia antes do prazo prescricional e que ainda levará vários dias 
até que toda a documentação para ingresso da ação possa ser reunida. 
 
Questão: 
O que fazer? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
133 e ss. 
 
40 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 36. Créditos Inexigíveis 
 
Você é advogado estabelecido em Igrejinha. Em uma tarde quente de verão, você é 
procurado em seu escritório pelo padre da cidade, que relata estar preocupado com a 
situação da empresa Colchões Great Dreams EIRELI, que havia feito uma promessa de 
doação para a paróquia. A doação consistiria em 50 colchões, que seriam utilizados nos 
estabelecimentos de atendimento aos desabrigados da comunidade (todos administrados 
pela paróquia). O problema, segundo relatou o padre, é que há boatos de que a empresa 
estaria à beira da falência. 
 
Questões: 
a) Em caso de falência, seria válida a promessa de doação? 
b) Em caso positivo, qual seria o tratamento dispensado ao credor dentro da falência? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
115 e ss. 
 
 41 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 37. Verificação de Créditos 
 
A empresa XYZ Comércio de Medicamentos S.A. recebeu correspondência do 
administrador judicial nomeado na recuperação da ABC Supermercados Ltda. Foi 
informado por meio da carta que a XYZ estava arrolada como credora pela quantia de R$ 
25 mil reais (crédito quirografário, Classe II). No entanto, o financeiro da XYZ apontou 
que o crédito foi arrolado incorretamente, pois o montante total, considerando juros de 
mora e multa pelo inadimplemento, é de R$ 30 mil reais. Você é gerente jurídico da XYZ. 
 
Questões: 
 
a) Qual medida tomar? 
b) A quem dirigir a medida? 
c) Quais os prazos e meios para a defesa dos interesses da XYZ? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
139 e ss. 
 
42 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 38. Comitê de Credores 
 
João da Silva foi eleito para compor o comitê de credores, como representante da classe dos 
credores trabalhistas, na recuperação judicial da empresa Dulce Delicia Industria de 
Alimentos S/A, em junho de 2018. João é irmão do principal acionista da empresa 
recuperanda. No ano de 2011, João já havia sido membro do Comitê de Credores, também 
na classe trabalhistas, na falência da empresa Sal Rosa Alimentos S/A, cargo do qual foi 
destituído por condutas incompatíveis com a função do comitê de credores. 
 
Questão: 
 
Diante das circunstâncias narradas, há algum impedimento para que João seja membro do 
comitê de credores na recuperação da empresa Dulce Delicia Industria de Alimentos S/A? 
 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. 
 
 43 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 39. Escolha e Remuneração do Administrador Judicial 
 
O juiz da comarca de Casca/RSrecebe em conclusão um pedido de recuperação 
judicial. Trata-se da principal empresa da cidade, sociedade empresária que, sozinha, 
emprega quase 5% da população do município. Como estão atendidos todos os 
pressupostos da Lei 11.101/05, o magistrado entende pela viabilidade do processamento da 
recuperação judicial. Entretanto, não vislumbra na comarca pessoa com capacidade para 
exercer a função de administrador judicial, tampouco vislumbra, com clareza, os critérios 
para a fixação da remuneração deste auxiliar do juízo. 
 
Questões: 
 
a) Diante da situação narrada, pode o juiz nomear profissional ou empresa especializada de 
outro município? 
b) Qual formação deve ter esse profissional? 
c) Como fixar a remuneração do profissional? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
169 e ss. 
 
44 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 40. Obrigações do Administrador Judicial 
 
A empresa Borrachas Rubber S.A. teve a sua falência decretada em dezembro de 
2016. Motivo: impontualidade (não pagamento de obrigação líquida materializada em título 
executivo protestado cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 salários-mínimos). O juízo que 
prolatou a sentença é a 2ª Vara Cível de Caxias do Sul. Na sentença falimentar você é 
nomeado administrador judicial. Seu escritório fica em Porto Alegre. 
 
Questão: 
 
Descreva, em ordem cronológica, as três primeiras providências que você deve tomar para 
assumir o encargo e para garantir o bom andamento do processo. 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
157 e ss. 
 
 
 45 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 41. Créditos Sujeitos à Recuperação Judicial 
 
A empresa LLY Transportes S.A. possui passivo com a seguinte composição: dívidas 
trabalhistas: R$ 2 milhões; dívidas bancárias garantidas por penhor: R$ 1 milhão; dívidas 
bancárias garantidas por hipoteca: R$ 4 milhões; dívidas bancárias garantidas por alienação 
fiduciária: R$ 2 milhões; dívidas bancárias por contrato de arrendamento mercantil: R$ 1 
milhão; dívidas bancárias sem garantia: R$ 2 milhões; dívidas bancárias decorrentes de 
adiantamentos ao contrato de câmbio: 2 milhões; dívidas com fornecedores sem qualquer 
garantia: R$ 1 milhão; dívidas tributárias: R$ 4 milhões; dívidas com empresas enquadradas 
como microempresa ou empresa de pequeno porte: R$ 2 milhões. 
 
Questão: 
 
Qual seria o valor total dos créditos sujeitos à uma eventual recuperação judicial? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
240 e ss. 
 
46 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 42. Período de Proteção na Recuperação Judicial 
 
A empresa Comércio de Grãos Super Soja S.A. ingressou com pedido de recuperação 
judicial em outubro de 2016. O foro competente para a ação é o da comarca de Giruá/RS. 
Alguns dias antes de completar 180 dias do despacho que defere o processamento da 
recuperação judicial, os advogados da Super Soja apresentam um pedido para que o período 
de proteção (stay period) seja prorrogado até a realização da assembleia geral de credores. 
Cientes do pedido da recuperanda, vários credores se manifestaram indignados com a 
possível extensão, uma vez que já estão há meses sem receber. O magistrado, sensibilizado 
com a situação da empresa, mas também ciente dos problemas enfrentados pelos credores, 
intima o Ministério Público para que se manifeste. Você é promotor da Promotoria de 
Justiça de Giruá. 
 
Questões: 
 
a) Em que sentido é a sua promoção? 
b) Quais são os fundamentos jurídicos da promoção? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
72 e ss., 77 e ss., 84 e ss. e 276 e ss. 
 
 
 
 47 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 43. Voto do Credor em Moeda Estrangeira 
 
A empresa SPX Logística S.A. entrou em recuperação judicial no dia 2 de setembro de 
2013, quando a cotação do dólar estava em R$ 2,70. O deferimento do processamento da 
RJ ocorreu no dia 5 de setembro. Nesta data, a cotação estava em R$ 2,60. Uma primeira 
assembleia geral de credores (“AGC”) ocorreu no dia 1º de setembro de 2014. Nesta data, o 
dólar estava em R$ 2,50, mesmo câmbio da véspera. Uma segunda assembleia de credores 
ocorreu no dia 3 de novembro. Nesta data, o dólar estava cotado em R$ 2,60, mesmo 
câmbio da véspera. A empresa General Motors Company (dos EUA) possui um crédito de 
US$ 1 milhão contra a recuperanda. Não houve qualquer acordo para a prefixação do 
câmbio. 
 
Questões: 
 
a) A GM possui direito de voto na AGC? 
b) Em caso positivo, com qual crédito a GM votará na segunda AGC? 
c) Se a GM fosse sócia controladora da SPX Logística S.A., haveria alguma alteração na 
questão do voto? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
201 e ss. 
 
48 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 44. Legitimação para o Pedido de Falência 
 
Representantes da König Stahl GmbH e da Edelstein AG, empresas alemãs com sede em 
Munique, procuram o seu escritório a fim de mover um pedido de falência contra uma 
sociedade anônima brasileira, cujos estabelecimentos empresariais estão situados na cidade 
de Campo Bom/RS. O crédito da König é de R$ 30 mil e o da Edelstein é de R$ 20 mil. 
 
Questões: 
 
a) É possível que empresas estrangeiras ajuízem pedido de falência no Brasil? 
b) Em caso negativo, qual o fundamento jurídico? Em caso positivo, quais são os 
requisitos? Como você orientaria os clientes? 
c) Existe alguma peculiaridade no preparo da(s) inicial(is)? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
433 e ss. 
 
 49 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 45. Resposta do Réu no Pedido de Falência 
 
A empresa Bella Vita Calçados S.A. é citada em uma ação falimentar movida pelo Curtume 
São José Ltda. O valor do crédito alegado na inicial é de R$ 1,5 milhão de reais. Você é 
gerente jurídico da Bella Vita. 
 
Questões: 
 
a) Qual a estratégia de defesa mais segura e quais são as suas implicações práticas? 
b) Quais são as matérias de defesas possíveis? 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
448 e ss. 
 
50 
 
Direito Empresarial | 2019-1 
Caso nº 46. Pagamento de Credores na Falência 
 
Você é administrador judicial da massa falida de Treze de Maio S.A. – Indústria de 
Autopeças. Durante o procedimento de verificação de créditos, apareceram os seguintes 
credores, cujos créditos foram legalmente habilitados: (1) Banco Alfa S.A., com crédito de 
R$ 6 milhões, garantido por uma hipoteca; (2) Banco Beta S.A., com crédito de R$ 500 mil, 
garantido por penhor; (3) Banco Charlie S.A., com crédito de R$ 2 milhões, sem qualquer 
garantia ou privilégio; (4) Indústria de Plásticos Delta Ltda., com crédito de R$ 1,5 milhão, 
sem qualquer garantia ou privilégio; (5) Cordeiro & Guerra Contadores Ltda., com crédito 
de R$ 70 mil, sem qualquer garantia ou privilégio; (6) Alves & Alvarez Advogados 
Associados, com crédito de R$ 120 mil; (7) Eixo Transportadora Ltda., com crédito de R$ 
25 mil reais; (8) Foxtrot Manutenção Industrial EIRELI, com crédito deR$ 12 mil; (9) José 
Souza Marques, acionista da falida, com crédito de R$ 200 mil, decorrente de pró-labore; 
(10) Jair Marques Jr., acionista da falida, com crédito de R$ 1 milhão decorrente de mútuo 
concedido antes da decretação da quebra; (11) Ferragem Golf Ltda. ME, com crédito de R$ 
5 mil; (12) Romeo Vigilância & Monitoramento S.A., com crédito R$ 120 mil, por serviços 
de segurança prestados após a decretação da quebra; (13) Você, com crédito de R$ 60 mil, 
honorários de administrador judicial; (14) União Federal, com crédito de 7 milhões, tributos 
federais; (15) Estado do Rio Grande do Sul, R$ 4 milhões, por tributos estaduais; (16) 
Estado do Rio Grande do Sul, crédito R$ 700 mil, por multa tributária; (17) Município de 
Quaraí, crédito de R$ 200 mil, por tributos municipais; (18) Astolfo Coelho, crédito 
trabalhista R$ 40 mil decorrente do não pagamento de salários; (19) Godofredo Calvo, 
crédito trabalhista R$ 200 mil decorrente do não pagamento de salários; (20) Bruno 
Bernardo, crédito de R$ 300 mil, decorrente de indenização por acidente de trabalho. 
Todos os bens arrecadados foram vendidos. Há R$ 22 milhões depositados na conta 
vinculada ao processo de falência. 
 
Questões: 
 
a) Apresente o plano de partilha (ordem de pagamento) a ser submetido ao juiz. 
b) Aponte quanto cada credor recebeu. 
 
Bibliografia de apoio: 
 
SCALZILLI, João Pedro; SPINELLI, Luis Felipe; TELLECHEA, Rodrigo. Recuperação 
de Empresas e Falência: teoria e prática na Lei 11.101/05. São Paulo: Almedina, 2016. pp. 
789 e ss. e 811 e ss.

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