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Monografia - Ciências Econômicas UFABC

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO GRANDE ABC 
 
 
 
 
JULIANO MACHADO LINO 
 
 
 
 
 
EFEITOS ECONÔMICOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 95, APÓS TRÊS 
ANOS DE SUA PROMULGAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Bernardo do Campo 
2019 
 
 
Sumário 
 
 
 
1 Introdução…………………....……………………………………….. 3 
2 Fundamentação teórica……………………………………………….. 4 
 2.1 Teoria do crescimento das despesas públicas……....………................ 4 
 2.2 Correntes teóricas do crescimento das despesas públicas………….... 9 
 2.2.1 Public Choice……………………………………………………….. 10 
2.2.2 Estudo de Niskanen…………………………………………………. 10 
2.2.3 Giacomoni e linha econômica da burocracia………………………... 
11 
2.3 Regras fiscais…………………………………………………………12 
3 Contexto histórico e diagnóstico das contas públicas na propositura da 
 EC nº95…………………………………………………………….... 14 
3.1 Argumentos favoráveis e contrários a EC nº95……………...……… 15 
4. Estrutura normativa e sistemática de aplicabilidade da EC nº 95….. 16 
4.1 Aplicabilidade da EC nº 95…………………………………………. 16 
4.2 Metodologia da EC nº 95…………...………………………………. 17 
4.3. Reflexos na autonomia dos demais Poderes………………………… 18 
4.4 Reflexos no ciclo orçamentário da Lei de Orçamento Anual (LOA).. 18 
4.5 Compensação de limites…………………………………………….. 19 
4.6 Vedações criadas pela EC nº 
95………………………………………19 
4.6.1 Vedações Gerais…………………………………………………….. 19 
4.6.2 Específica para o Poder Executivo………………………………….. 20 
4.6.3 Contagiantes do Órgão para o Poder………………………………... 20 
4.6.4 Vinculadas ao Órgão Autônomo……………………………………. 21 
4.7 Casos especiais……………………………………………………… 21 
4.8 Reflexos sobre demais dispositivos de metas fiscais……………….. 21 
5 Análise dos Dados…………………………………………………... 21 
 6 Conclusão………………………………………………………….... 35 
1 
 
 7 Referências Bibliográficas………………………………………….. 36 
 8 Apêndice 1…………………………………………………………... 38 
Resumo 
 
 
 
O Brasil tem experimentado um conjunto de transformações constitucionais e legais, 
com reflexos na participação do Estado na Economia, isto é, nas finanças públicas. Dentre as 
mudanças recentes mais expressivas, destaca-se a Emenda Constitucional (EC) nº 95, 
também conhecida por Emenda do Teto dos Gastos Públicos. 
Essa EC trata da imposição de limites ao crescimento dos gastos do Governo Central, 
ou seja, do Governo Federal. Portanto, observa-se nela uma tentativa de conter a trajetória 
ascendente dos gastos governamentais para o curto e longo prazos, com impactos 
significativos sobre a Economia brasileira, uma vez que, tais gastos representam parcela 
relevante do PIB brasileiro. 
Assim, passados aproximadamente três anos de sua promulgação, já é possível 
verificar os seus reflexos sobre as finanças públicas e na Economia Nacional. 
Logo, este trabalho de monografia busca compreender os resultados alcançados até o 
momento pela EC nº 95 e suas projeções para os demais anos de sua vigência. 
 
 
Palavras-chave: Teto dos Gastos, EC nº 95, Resultado Primário, Dívida Pública, 
Finanças Públicas. 
 
 
1. Introdução 
 
 
A Emenda Constitucional (EC) nº 95, conhecida por Emenda do Teto dos Gastos 
Públicos, foi promulgada em 15 de dezembro de 2016, sendo a sua vigência para os próximos 
vinte anos, ou seja, ela abrange o período de 2017 a 2036. Proposta sobre a ideologia do “não 
2 
 
há alternativa” , seu principal objetivo, ao instituir o Novo Regime Fiscal (NRF), é congelar 1
o orçamento primário em termos reais, pelo menos até o final de 2025. Em outras palavras, a 
EC nº 95 visa conter a trajetória ascendente das despesas ​primárias relativas a ​Pessoal, Saúde, 
Educação, Previdência, Programas Sociais e Investimentos, a partir de 2002, ​e agravada no 
biênio 2013-2014, conforme se observa no gráfico 1.1​. Por conseguinte, deseja-se estabilizar 
a razão dívida/PIB, ​a qual saltou de 51,7% em 2013 para 67,5% em abril de 2016 , e ,assim, 2
solucionar a atual crise fiscal do Estado. 
Na verdade, imaginava-se que no curto prazo o NRF resultaria em menor necessidade 
de financiamento do setor público (NFSP) e, consequentemente, em maior superávit 
primário, com a expectativa de que posteriormente houvesse uma melhora nos demais 
agregados econômicos, dentre eles, a ​retomada do crescimento econômico, redução da taxa 
básica de juros, aumento do nível de investimentos e empregos​. Outros argumentos utilizados 
para a aprovação da EC nº 95 referem-se ao progresso na distribuição de recursos no 
orçamento e estabilização do crescimento real da despesa pública acima da inflação, após 
2008. 
1 CARCANHOLO, 53. 
2 EMI 0083/2016 
3 
 
Entretanto, nesses três primeiros anos pós EC nº 95, percebe-se no Brasil apenas a 
estabilização do déficit público, dada pela manutenção do nível de despesas, sem a 
considerável redução esperada do déficit no momento de sua propositura. Não se nota 
também nenhuma evolução significativa no crescimento do PIB, tão pouco na distribuição 
dos recursos orçamentários, capaz de viabilizar o investimento público, a diminuição do 
desemprego e, assim, o desenvolvimento econômico . Por outro lado, tem-se a queda na taxa 3
básica de juros e da inflação, aos menores níveis históricos. Porém, estas decorrem do alto 
nível de ociosidade da Economia nacional, combinada com a enorme liquidez externa dos 
países centrais. Apesar da queda na taxa básica de juros contribuir para melhora da 
estabilização da relação dívida/PIB, não tem sido suficiente para a​mpliar o nível de 
investimento e, à vista disso, dinamizar o PIB​. 
Como trata-se de uma limitação fiscal para a realização de despesas, o Governo 
brasileiro optou por introduzi-la na Constituição Federal. Tal caminho tem como finalidade 
evitar qualquer mudança posterior a sua aprovação, visto que, o rito das Emendas 
Constitucionais é mais rígido do que os demais ritos legislativos. 
Outro aspecto a ser considerado é quanto ao tipo de regra fiscal adotada. Já que se 
refere a uma limitação fiscal voltada para despesas, esta tem características econômicas que 
resultam na maior contenção dos gastos discricionários, sendo o investimento público o mais 
afetado. 
 
 
 
2. Fundamentação Teórica 
 
 
Para compreender a EC nº 95 e seus efeitos, torna-se necessário o estudo das teorias 
de crescimento d​as despesas públicas e das regras fiscais. Sendo assim, nos próximos tópicos 
serão apresentados as principais teorias e autores nesse campo da Economia. 
 
3 As variáveis macroeconômicas de taxa de juros, desemprego, taxa de câmbio, PIB e seus 
correspondentes gráficos são apresentados neste trabalho para contextualizar o cenário econômico 
brasileiro atual com o apresentado na EMI 0083/2016. . 
4 
 
 
2.1 Teoria do crescimento das despesas públicas 4
 
 
Uma característica marcante do século XX é o crescimento das despesas públicas, 
sendo a ​mais antiga contribuição nesse campo de estudo atribuída ao economista alemão 
Adolf Wagner, por volta de 1880. Ele formulou a chamada Lei do Crescimento Incessante 
das Atividades Estatais, também conhecida por Lei de Wagner . 
Segundo essa lei, tem-se que: 
 
“À medida que cresce o nível de renda em países industrializados, o setor público 
cresce sempre a taxas mais elevadas, de tal forma que a participação relativa do governo na 
economia cresce com o próprio ritmo de crescimento econômico do país.”Torna-se evidente, que a Lei de Wagner não faz distinção entre os tipos de despesas 
públicas. 
Entre 1910 e 1960, Richard Bird buscou comprová-la, pesquisando o Reino Unido, 
Alemanha e Suécia. Em suas observações, Bird apontou três causas e justificativas 
determinantes para a evidência formulada por Wagner, as quais são apresentadas na tabela 
2.1. 
 
Tabela 2.1 - Causas do crescimento despesas públicas para Richard Bird 
Causas Justificativas 
1. Crescimento das funções 
administrativas e de segurança do 
Estado. 
O crescimento das despesas públicas com 
Segurança, Educação, Saúde e funções 
administrativas do Estado decorre da 
complexidade da vida moderna ,dada pela 
urbanização e industrialização, pois as 
cidades favorecem a difusão de novos 
padrões de comportamento, bem como a 
articulação de interesses reivindicatórios, 
por parte dos grupos sociais, junto ao 
governo. 
4 GIACONOMI, 7 a 17 
5 
 
 
2. Crescentes demandas por maior bem 
estar social (saúde e educação). 
 
3. Maior intervenção direta e indireta 
do governo no processo produtivo. 
 
Deriva-se do papel dinamizador do Estado 
no desenvolvimento econômico, 
especialmente no fornecimento de 
infraestrutura e na capacidade de neutralizar 
certos excessos monopolizadores do 
mercado. 
 
Outro estudioso da Lei de Wagner foi Gehard Colm​. Na tabela 2.2, a seguir, um breve 
resumo de suas causas e justificativas . 
 
Tabela 2.2 - ​ ​Causas do crescimento das despesas públicas segundo Gerhard Colm 
1. Necessidade de Serviços Públicos. O governo aumenta seu raio de ação, 
conforme a existência de demanda por seus 
serviços. 2. Desejo de melhores serviços 
públicos 
3. Os recursos disponíveis para 
utilização pelo governo 
O governo possui facilidades na geração de 
recursos e isso estimula a oferta de bens e 
serviços. 
4. O custo dos serviços públicos Os serviços públicos são pouco suscetíveis 
ao emprego de fórmulas racionalizadoras, 
que visam a redução de seus custos. 
 
Na visão de Musgrave, Rostow e Herber , no tocante à Lei de Wagner, a magnitude 5
dos gastos públicos está relacionada aos estágios de desenvolvimento dos países. Em 
situações de baixo desenvolvimento, a participação do governo na Economia é relevante e 
produz maiores gastos públicos. Já nas circunstâncias de médio desenvolvimento, o governo 
atuaria de forma complementar à iniciativa privada. Desse modo, os gastos não seriam tão 
elevados nessa etapa de evolução. E, finalmente, para o período de alto desenvolvimento, os 
gastos públicos voltariam a crescer em razão dos fatores da Lei de Wagner (urbanização, 
5 DE TONI, 73 
6 
 
mudanças demográficas e concentração da atividade econômica). A figura 2.1 exibe uma 
representação do crescimento dos gastos do governo, conforme o nível de desenvolvimento. 
Outra formulação para o crescimento das despesas públicas é atribuída a Peacok & 
Wiseman. Para eles , “o crescimento dos gastos governamentais é muito mais em função das 
possibilidades de obtenção de recursos, do que da expansão dos fatores de crescimento da 
demanda de serviços produzidos pelo governo” . Infere-se, portanto, que na visão de Peacok 
& Wiseman o crescimento do Estado está limitado pelas fontes de recursos. 
 
Figura 2.1 . Representação do crescimento dos gastos do governo conforme o nível de desenvolvimento, 
conforme a interpretação de Musgrave, rostow e Heber a Lei de Wagner. 
 
Peacok & Wiseman explicam o mecanismo de geração de recursos da seguinte forma: 
 
“ A demanda de bens e serviços públicos por parte dos indivíduos é anulada pela não 
disposição dos mesmos indivíduos em contribuir via sistema tributário para o financiamento 
dos encargos decorrentes desses bens e serviços.” 
 
Assim, para Peacok & Wiseman, no estado de normalidade e estabilidade econômica, 
os indivíduos resistem ao aumento de tributos e, somente nas situações de caráter 
excepcional, com o equilíbrio rompido, passam a reconhecer a importância da ação pública 
7 
 
naquele momento , não se opondo ao aumento da carga tributária. Em seguida, ao cessar a 
anormalidade, continuam aceitando os novos tributos em níveis superiores aos registrados 
antes da calamidade. Tal fato ficou conhecido por Efeito Translação de Peacok & Wiseman. 
Posteriormente, Musgrave & Musgrave identificaram que a razão entre os gastos 
totais e o produto nacional bruto (PNB) cresceu significamente nos dois conflitos mundiais. 
Logo após, esses níveis caíram, mas se mantiveram num patamar acima do registrado 
anteriormente, conforme dito acima. 
No Brasil, o Efeito Translação de Peacok & Wiseman foi estudado por Fernando 
Rezende, que o identificou em três momentos​: 
 
I. crescimento da despesa pública decorrente da participação do País na Segunda Guerra 
Mundial; 
II. no governo Juscelino Kubistschek, em razão do programa desenvolvimentista; 
III. no período de 1965 a 1969, devido às políticas econômicas de combate à inflação e o 
crescimento econômico. 
 
Contudo, tanto Musgrave & Musgrave , quanto Rezende, não perceberam no Efeito 
Translação, a explicação definitiva para o crescimento das despesas públicas. 
Em resumo, o Efeito Translação ocorre nas situações de calamidade pública e só 
assim os governos conseguem elevar os gastos públicos. Nesse cenário, tributa-se o máximo 
permitido pela oferta de bens e serviços. Em outros períodos, ou seja, em épocas de 
estabilidade econômica, sempre haverá resistência por parte da população, em relação ao 
aumento de tributos. 
Outros teóricos do crescimento dos gastos do Estado foram Baer, Newfarmer e 
Trebat. Eles fizeram um importante questionamento, dado por: quais atribuições econômicas 
do governo têm crescido nos períodos caracterizados pelo Efeito Translação? A partir daí, 
foram identificadas três hipóteses sobre a alocação de recursos públicos. Na tabela 2.3, 
aponta-se as respectivas hipóteses: 
 
Tabela 2.3 - Hipóteses de Baer, Newfarmer e Trebat para o crescimento do Estado 
8 
 
1 O forte aparato econômico do governo é coadjuvante do mercado, cujas forças 
orientam o crescimento econômico. As empresas estatais surgem e se expandem em 
função de uma demanda não atendida pelo setor privado e o planejamento 
governamental tem como objetivo básico facilitar o aporte de poupança para os 
setores privados produtivos mais importantes. 
2 A ação governamental está a serviço dos setores privados nacionais e estrangeiros. O 
setor público seria controlado pelo capital privado, que necessitaria do planejamento 
público e de investimentos de infraestrutura para os setores produtivos importantes. 
3 A tecnologia se constitui em elemento novo e importante no processo de alocação de 
recursos. Atrás de uma retórica defesa de livre iniciativa, foram criadas condições 
para a expansão do Estado por meio da multiplicação das unidades descentralizadas: 
as estatais. A tecnoburocracia comandaria uma espécie de “ Estado dentro do Estado” 
 
Por fim, a tabela 2.4 traz um resumo das explicações e justificativas para o 
crescimento das despesas públicas. 
 
Tabela 2.4 - Explicações e justificativas para o crescimento das funções do Estado 
Explicação Justificativa 
O crescimento da renda per capita 
resulta no aumento de demanda por 
bense serviços públicos 
O crescimento da renda per capita gera aumento 
da demanda de bens públicos de consumo, 
reivindicações por programas culturais, lazer, 
saúde e educação superior. 
 
 
Mudanças tecnológicas 
Alguns saltos tecnológicos dão origem a um 
grande aumento dos gastos públicos. Exemplo: 
a invenção do motor combustão significou total 
revolução nos métodos de transporte, exigindo 
rodovias que são de competência do Estado. 
 
Mudanças populacionais 
Alterações na taxa de crescimento populacional 
refletem-se no gasto público. Exemplo: se a 
taxa de natalidade é alta, o Estado aumentará 
suas despesas com educação; se a expectativa 
de vida aumenta, crescem as despesas 
previdenciárias 
 
Os custos relativos dos serviços 
públicos 
As atividades estatais são pouco suscetíveis ao 
emprego de técnicas de racionalização e de 
novas tecnologias que visam à diminuição de 
custos. 
9 
 
 
 
Mudanças no alcance das transferências 
sociais 
Os benefícios sociais (atendimento médico 
hospitalar; diminuição do tempo de serviço para 
aposentadoria, incorporação de vantagens 
concedidas aos empregados em atividade) 
foram ampliados sem a devida fonte de 
financiamento. Efeito limite e finanças de guerra 
 
Fatores políticos e Sociais 
Novos grupos sociais que passam a ter 
representatividade e força política, gerando 
novas demandas por empreendimentos públicos. 
2.2 - Correntes teóricas do crescimento das despesas públicas 
 
 
Na Economia, existem diversas correntes doutrinárias, as quais buscam compreender 
o crescimento das despesas públicas. Dentre elas, destacam-se as correntes neoclássicas, 
keynesianas e neo-institucionais. 
Para os neoclássicos, o Estado não deveria interferir nesse setor. Eles defendem a 
teoria do Estado-mínimo. De modo diverso, os keynesianistas entendem que deverá haver a 
intervenção do Estado na Economia, sempre que necessário, para se evitar recessões. 
Como decorrência das concepções neoclássica e keynesiana, o pensamento 
econômico nos países capitalistas, neste século, geralmente, tem visto a alocação de recursos 
pelo setor público como um processo cumpridor da racionalidade intrínseca do sistema de 
mercado. Essa corrente racionalista tem recebido críticas da corrente neo-institucionalistas, a 
qual afirma que a teoria keynesiana é estabelecida como se emanasse de déspotas 
benevolentes e oniscientes. 
Em síntese, os neo-institucionalistas censuram os neoclássicos e keynesianos, por não 
considerarem o interesse pessoal das decisões dos agentes. Dessa maneira, os 
neo-institucionalistas partem da premissa de que os agentes públicos também atuam como 
agentes econômicos e ,assim, estes buscam maximizar o retorno de suas decisões sobrepondo 
o interesse pessoal. Sendo assim, as decisões dos agentes políticos são viesadas e, por 
conseguinte, os seus resultados são capazes de gerar mais despesas públicas. Nesse caso, 
pode-se dar como exemplo o processo de reeleição, em que o político eleva os gastos 
públicos, na tentativa de manter-se no cargo. 
 
 
10 
 
2.2.1 - Public Choice 
 
 
Uma das correntes neo-institucionalistas de maior notoriedade é a “public choice”, 
também denominada de teoria da escolha pública. Ela considera como causa principal do 
crescimento das despesas públicas, a diversidade existente entre o processo político e o 
processo de mercado. Sob essa ótica, tem-se como exemplo, as classes de menor poder 
aquisitivo, as quais utilizam o processo político na busca de um incremento, mesmo indireto, 
de suas rendas. 
Na sequência, o agente eleito por essa classe procura aumentar as despesas públicas, 
com o objetivo de privilegiar ou agradar sua base política e, à vista disso, garantir a sua 
reeleição. Observa-se, assim, a busca pela maximização do retorno pessoal com impactos 
sobre o orçamento público, conforme tratado na seção anterior. 
 
 
2.2.2 - Estudo de Niskanen 
 
 
Outro estudo importante da corrente neoinstitucionalista é o de William Niskanen . 
Este afirma que os burocratas (servidores públicos) configuram a organização produto/ 
produtora encarregada da provisão de bens e serviços a certa clientela, recebendo do setor 
patrocinador (os níveis políticos do Governo, inclusive Legislativo) determinado volume de 
recursos programados (o orçamento). Nesse modelo, o burocrata é um maximizador do 
orçamento, que buscará a todo custo majorar o seu salário independentemente do crescimento 
do PIB ou Efeito Translação. 
 
 
2.2.3 - Giacomoni e linha econômica da burocracia 
 
 
De acordo com Giacomoni, não existem estudos na linha econômica da burocracia. 
Em um plano mais geral, estão os estudos de Bresser Pereira, o qual afirma que o modo de 
11 
 
produção capitalista (MPC) mais presente na Inglaterra está sendo substituído pelo modo de 
produção tecnoburocrático (MPT), sistema de dominante nas sociedades soviética e chinesa. 
Nas situações intermediárias, nos países em desenvolvimento e até mesmo nos 
desenvolvidos, encontram-se traços dos dois modos de produção. Esse sistema híbrido pode 
ser constatado no Brasil e apresenta as seguintes características constantes na tabela 2.5 
abaixo. 
 
Tabela 2.5 - Características de um Sistema Híbrido (MPC para MPT) 
1 O capital privado é dominante, mas é evidente a progressiva ocupação de espaços 
econômicos pelo capital estatal. 
2 O mercado se responsabiliza pela formação de alguns preços, todavia, boa parte deles é 
fixada, seja por meio dos controles e da ação monopolista do Estado, ou pelos 
Oligopólios Privados. Exemplo: IPCA, em que uma parte é composta por preços 
controlados e a outra por preços não controlados. 
3 Ao lado das classes burguesa e trabalhadora começa a surgir, de forma bem delineada, a 
classe tecnoburocrática, isto é, os técnicos das mais diversas áreas que, baseados no 
conhecimento (competência), ascendem ao comando das organizações privadas e 
públicas. 
 
 
 
2.3 Regras fiscais 
 
 
As ​regras fiscais são mecanismos que visam garantir a sustentabilidade das finanças 
públicas. Para tanto, são usados limites numéricos, com a finalidade de corrigir distorções, 
bem como conter as pressões sobre os gastos públicos. Além disso, elas servem de parâmetro 
de comparação das finanças públicas entre países. . 
Em nosso País, há regras fiscais constitucionais e legais. Dentre as regras fiscais 
constitucionais destacam-se a Regra de Ouro, o Teto dos Gastos Públicos e a regra do § 5º do 
art. 195. 
A Regra de Ouro é considerada uma das mais importantes regras fiscais, pois proíbe 
o endividamento dos governos para financiar despesas correntes (salários, benefícios 
12 
 
previdenciários e assistenciais, funcionamento máquina pública, etc.). De acordo com essa 
regra, as operações de crédito não podem ser superiores às despesas de capital (investimentos 
públicos, inversões financeiras, amortização da dívida). 
Em relação ao Teto dos Gastos Públicos, este é recente no Brasil e trata-se de uma 
regra fiscal com foco na contenção da despesa do Governo Central. 
Quanto às regras fiscais legais, considera-se como exemplos, a meta de resultado 
primário presente na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), os limites de despesascom 
pessoal da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e os limites para dívida e contratação de 
operações de crédito das Resoluções do Senado Federal. 
Outra forma de se classificar as regras fiscais é de acordo com o seu objetivo, o que 
permitirá verificar a eficácia da regra fiscal sobre as finanças públicas. A tabela 2.6 descreve 
as regras fiscais vigentes no Brasil, conforme o objetivo econômico e sua base legal.. 
 
Tabela 2.6: Regras fiscais vigentes no Brasil 6
Regra Fiscal Descrição Objetivo Base Legal 
 
 
Regra de Ouro 
 
Proíbe a realização de operações de créditos que 
excedam o montante das despesas de capital. 
 
 
Resultado 
art. 167, inc.III (CF) 
art. 32, §3º (LRF) 
Res. SF 48/2007 
 
Teto dos Gastos 
Públicos * 
Define um limite para o montante das despesas 
primárias, equivalente ao do ano anterior, corrigido 
pela inflação. Esse limite é individualizado por Poder 
e Órgão Autônomo. 
 
Despesa 
 
arts. 106 a 114 
(ADCT) 
Geração de 
despesas da 
Seguridade 
Social 
Veda a criação, majoração ou extensão de benefícios, 
ou serviços da Seguridade Social, sem 
correspondentes fontes de custeio. 
 
Despesa 
 
art. 195, § 5º (CF) 
Meta de 
resultado 
primário 
Fixa, anualmente, na LDO, a meta de resultado 
primário a ser perseguida no Exercício a que a lei se 
refere. 
 
Resultado 
 
art. 4º, § 1º (LRF) 
 
Geração de 
despesa 
obrigatória 
Não permite a criação ou aumento de despesas 
obrigatórias de caráter continuado. sem a 
demonstração da origem dos recursos para seu 
custeio. Efeitos financeiros devem ser compensados 
 
 
Despesa 
 
art. 113, ADCT 
6 Instituição Fiscal Independente, 2018. 
13 
 
por aumento permanente de receita, ou redução 
constante de despesa 
 
art. 17 LRF 
 
Renúncia de 
receitas 
Impede a concessão de renúncia de receita,quando 
não há demonstração de que o benefício não afetará 
as metas fiscais e também não apresentar medidas de 
compensação por aumento de receita 
 
Receita 
art. 113 (ADCT) 
art. 14 (LRF) 
Limite de 
despesas com 
pessoal 
Define limites para a despesa total com pessoal, em 
função da receita corrente líquida do ente. Os limites 
são fixados por esfera da federação e, em cada uma 
delas, por Poder e Órgão Autônomo. 
 
Despesa 
art. 169 (CF) 
art. 19 (LRF) 
 
Limite da dívida 
consolidada ** 
Determina limites globais para o montante da dívida 
consolidada da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios. Os limites são definidos 
pelo Senado Federal, mediante proposta do 
Presidente da República 
 
 
Dívida 
art. 52, VI (CF) 
art. 30, inc. I (LRF) 
Res. SF 40/2001 
 
 
 
Limite da dívida 
mobiliária 
** 
 
Estabelece limites globais para o montante da dívida 
mobiliária da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios. O limite da União é definido pelo 
Congresso Nacional, por proposta do Presidente da 
República. Os limites dos demais entes são definidos 
pelo Senado Federal, mediante proposta do 
Presidente da República. 
 
 
 
 
Dívida 
art. 48, XIV (CF) 
art. 52, inc.IX (CF) 
art. 30, inc I (LRF) 
art. 30, inc II (LRF) 
Res. SF 40/2001 
 
 
Limite para 
operações de 
crédito 
 
Estipula limites globais para as operações de crédito 
externo e interno da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios. Os limites são definidos 
pelo Senado Federal, mediante proposta do 
Presidente da República. 
 
 
 
Dívida 
art. 52, VII (CF) 
art. 30, I (LRF) 
Res. SF 48/2007 
Res. SF 43/2001 
Limites para 
concessão de 
garantia em 
operações de 
crédito 
Cria limites para concessão de garantia em operações 
de crédito externo e interno. Os limites são definidos 
pelo Senado Federal, mediante proposta do 
Presidente da República. 
 
 
Dívida 
art. 52, VIII (CF) 
art. 30, I (LRF) 
Res. SF 48/2007 
*Somente para a União e vigente até 2036 
** Não instituído na União, nos demais entes está vigente 
 
 
3. Contexto histórico e diagnóstico das contas públicas na propositura da EC nº95 
 
 
14 
 
Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, as despesas do Governo 
Central têm aumentado acima do PIB. Dentre os fatores responsáveis por esse crescimento, 
pode-se mencionar a maior urbanização do País e o caráter de Estado dirigente presente nesta 
Constituição. Desta maneira, decorreu-se a ampliação de políticas e os programas sociais, na 
tentativa de tornar o Brasil um Estado de Bem estar Social. 
No entanto, conforme se observa na figura do gráfico 3.1, foi durante o período de 
2010 a 2015 que o crescimento das despesas públicas se assentou e ultrapassou o nível de 
receitas necessárias para mantê-los. Vários fatores contribuíram para essa distorção, dentre 
eles o prolongamento das políticas fiscais anticíclicas de combate a Crise Econômica 
Mundial de 2008 e o quadro recessivo que se instalou no Brasil no triênio 2014-2016. 
 
 
Diante desse quadro de desequilíbrio fiscal, o então Ministro da Fazenda, Henrique 
Meirelles, submeteu ao Presidente da República em exercício daquela época, Michel Temer, 
a Proposta de Emenda à Constituição nº 241 (PEC 241). 
Na Exposição de Motivos (EMI) nº 00083/2016 MF-MPDG, encontra-se o relato do 
diagnóstico fiscal e as razões para a propositura da EC. ​Ela destaca a evolução acelerada da 
relação dívida/PIB , que em 2013 era de aproximadamente 54%, chegou a 70% do PIB em 
15 
 
2016 , ​conforme se observa na figura do gráfico 3.2​. ​Outro aspecto da EMI, mas não é objeto 
desta monografia, é a presença da ideologia do “não há alternativa” ​¹​. 
 
 
 
3.1 Argumentos favoráveis e contrários a EC nº95 
 
 
A EC nº 95 foi objeto de grande discussão nacional e aqui serão ressaltados os 
principais argumentos favoráveis e contrários à referida Emenda. 
Na avaliação daqueles que a defendem, haveria reequilíbrio das Contas Públicas e 
consequente redução das taxas de juros, com a retomada da confiança dos agentes públicos, 
promovendo assim uma aplicação mais eficiente dos recursos públicos. Ocorreria ainda a 
eliminação da tendência de crescimento real do gasto público, com a queda substancial em 
relação ao PIB, ou seja, tornando sustentável. Outro aspecto defendido pelos favoráveis a EC 
nº 95 refere-se a previsibilidade da política macroeconômica. Tudo isso iria contribuir para a 
geração de emprego e renda. Já na visão dos técnicos que se opõem à EC 95, esta provocaria 
a redução dos investimentos públicos e o desmonte do Estado, agravando a recessão e 
16 
 
tornando a prestação dos serviços públicos precária, o que afetaria diretamente as políticas 
sociais. 
Tais argumentos servem de norte para verificação dos resultados da EC nº 95. 
 
 
4. Estrutura normativa e sistemática de aplicabilidade da EC nº 95 
 
 
A EC nº 95 altera Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) para 
instituir o Novo Regime Fiscal (NRF), no âmbito ​dos Orçamentos Fiscais (OF) e da 
Seguridade Social (OSS) da União. Essa alteração está descrita nos artigos 106 a 114 do 
ADCT. 
Em linhas gerais, o NRF fixa limites individualizados para as despesas primárias dos 
Poderes e Órgãos Autônomos, integrantes daqueles orçamentos, pelo período de vinte 
exercícios financeiros. 
Logo, nesta seção tem-se a mecânica de funcionamento da EC nº 95, sendo seu 
principal destaque o limite de gastos instituído para Órgãos e Poderes. ​A análise do conteúdo 
normativo da EC nº 95 e sua sistemática de aplicabilidade é importante para a compreensão 
dos gastos atingidos pelo NRF.4.1 Aplicabilidade da EC nº 95 
 
 
O art. 106, do ADCT, institui o NRF para as despesas primárias do OF e da OSS da 
União, pelo período de vinte exercícios financeiros. Logo, entende-se que o NRF não se 
aplica aos Estados e Municípios, nem às despesas financeiras. 
Da redação dos incisos I a IV, do art 107, constam os Poderes e Órgãos Autônomos 
que estão obrigados a cumprir e atender os limites da EC nº 95. Destaca-se a preocupação do 
Constituinte Reformador em tratar os limites dos gastos de forma individualizada, por Poder 
e Órgãos Autônomos. 
17 
 
Abaixo, a Tabela 4.1 apresenta a relação dos Poderes e Órgãos Autônomos onde a 
EC nº 95 é aplicada. 
 
Tabela 4.1 - Poderes e Órgãos da EC nº 95 
Poder Órgão Autônomo 
Executivo todos os Órgãos 
Legislativo Câmara dos Deputados, Senado Federal e TCU 
Judiciário Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça 
Conselho Nacional de Justiça, Justiça do Trabalho, Justiça Federal, 
Justiça Militar da União, Justiça Eleitoral*, Justiça do Distrito Federal 
e Territórios 
 Ministério Público da União e Conselho Nacional do Ministério 
Público 
Defensoria Pública da União 
 
 
 
4.2 Metodologia da EC nº 95 
 
 
Entre os § 1º e § 11º, do art. 107, encontram-se a metodologia de aplicabilidade da 
EC nº 95, tendo os seguintes destaques: 
 
a) 2017, corresponde ao ano 1 de aplicação da EC; 
b) A base de cálculo dos limites individuais corresponde à despesa primária paga, ou 
seja, o somatório dos Empenhos e Restos a Pagar (RP) pagos em 2016 vezes 
corrigidos por 7,2%; 
c) de 2018 a 2036, o limite de gastos corresponde ao limite do ano 1 (2017) corrigido 
pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano anterior; 
d) vedação da abertura de créditos orçamentários suplementares, ou especiais, que 
ampliem os limites individuais; 
e) despesas primárias que não estão incluídas na base de cálculo dos limites: 
18 
 
● transferências constitucionais; 
● créditos extraordinários; 
● Fundeb; 
● despesas não recorrentes da Justiça Eleitoral; 
● despesas com o aumento da participação acionária em empresas estatais 
independentes. 
 
 
4.3. Reflexos na autonomia dos demais Poderes 
 
 
Em relação à autonomia orçamentária de cada Poder, ou Órgão Autônomo, esta 
permanece inalterada. Entretanto, os Poderes e Órgãos Autônomos devem respeitar os 
limites individuais expressos na LOA. 
Nesse aspecto, cita-se como exemplo o Poder Legislativo. Esse Poder possui 
competência para fixar as suas próprias remunerações, conforme previsto no inciso IV, do art 
51 e no inciso XII, do art. 52, da CF. No entanto, essa liberdade não pode ultrapassar os 
valores dados pelos limites. Portanto, não se deve confundi-los com a autonomia 
orçamentária que cada Poder ou Órgão Autônomo possui para direcionar suas despesas 
orçamentárias. 
 
 
4.4 Reflexos no ciclo orçamentário da Lei de Orçamento Anual (LOA) 
 
 
Na elaboração da LOA, a Mensagem Presidencial deve conter os valores de 
programação orçamentária, compatíveis com os limites individualizados. 
Em relação à execução do orçamento, os limites devem ser respeitados, sendo 
vedados quaisquer créditos orçamentários suplementares ou especiais, que extrapolem os 
limites individuais. 
 
 
19 
 
 
 
 
4.5 Compensação de limites 
 
 
Para os exercícios financeiros de 2017, 2018 e 2019, a EC nº 95 gerou-se um 
mecanismo de compensação entre o Poder Executivo e os demais Poderes. Trata-se de um 
artifício para acomodação das despesas dos demais Poderes, em razão de leis, estruturação de 
carreiras, ou outros atos anteriores à Emenda. 
Na hipótese de compensação, é preciso respeitar o teto de 25%, do limite do Poder 
Executivo. 
 
 
4.6 Vedações criadas pela EC nº 95 
 
 
A EC nº 95 criou um conjunto de vedações para as situações de descumprimento dos 
limites individuais, as quais podem ser classificadas da seguinte forma: 
 
 
4.6.1 Vedações Gerais 
 
 
Nessa hipótese, todos os Poderes e Órgãos Autônomos são responsabilizados, ou seja, 
todos pagam o preço pelo descumprimento do limite individualizado. Abaixo, estão 
relacionados os principais itens que serão vedados: 
I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração, exceto 
dos derivados de sentença judicial transitada em julgado, ou de determinação legal anterior à 
Emenda Constitucional; 
II - criação de cargo, emprego ou função, que resultem no aumento de despesa; 
20 
 
III - alteração de estrutura de carreira, que resulte em acréscimo de despesa; 
IV - admissão ou contratação de pessoal, exceto para cargos de chefia e de direção 
que não acarretem aumento de despesa e vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios; 
V - realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias 
VI - criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de 
representação ou benefícios 
VII - criação de despesa obrigatória; 
VIII - adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da 
variação da inflação, 
IX - proibição de correção anual dos salários. 
 
 
4.6.2 Específica para o Poder Executivo 
 
 
 No caso do Poder Executivo , a EC nº 95 elaborou vedações específicas, dadas 
abaixo: 
 
I - proibição de novas linhas de financiamento, remissão, renegociação, 
refinanciamento de dívidas, que ocasionem a ampliação dos subsídios e subvenções; 
 
II - proibição da concessão ou ampliação de renúncia de receitas. 
 
 
4.6.3 Contagiantes do Órgão para o Poder 
 
 
Os itens I , III e VI, do tópico 4.6.1 apresentam as vedações aos fatores que podem 
contagiar a EC nº 95. 
 
21 
 
 
 
 
 
 
4.6.4 Vinculadas ao Órgão Autônomo 
 
 
Trata-se de aplicação somente aos Órgãos Autônomos, ou seja, são limitadas ao 
individual 
I proibição de concursos (limitada ao Órgão) 
● ex: vacância de cargos públicos efetivos e vitalícios. 
 
 
4.7 Casos especiais 
 
 
Na tabela 3.7, verifica-se os casos de aplicação especial da EC nº 95. 
 
 
4.8 Reflexos sobre demais dispositivos de metas fiscais 
 
 
A EC nº 95 não revoga outros dispositivos constitucionais ,ou legais, sobre regras 
fiscais. Desta forma, a Regra de Ouro e a Lei de Responsabilidade Fiscal seguem inalteradas, 
mesmo com a instituição do Teto dos Gastos Públicos. 
 
 
5. Análise dos Dados 
 
 
22 
 
 Visto que a EC nº 95 foi proposta como instrumento para reverter, no horizonte de 
médio e longo prazo, o quadro de desequilíbrio fiscal e ,por conseguinte, desagregar a 
Economia da situação crítica de recessão em que se encontrava no triênio 2014-2016, 
recolocando-a na trajetória de crescimento, ​esta sessão será dividida em duas subseções. Na 
primeira, encontram-se os gráficos correspondentes à evolução das principais variáveis 
macroeconômicas. Estes têm a finalidade de confrontar o cenário Econômico brasileiro atual 
com as projeções da EMI nº 0083/2016​. ​Na segunda subseção, os gráficos relacionados com 
os resultados fiscais antes e pós EC nº 95. 
 
 
5.1 Cenário macroeconômico 
 
 
Nos gráficos 5.1.1, 5.1.2 e 5.13, ​tem-se o PIB real, a demanda agregada 
dessazonalizada e do nível de atividade econômica nacional. Neles se observa a recessão 
aguda do triênio 2014-2016. Destacam-se também nesses gráficos a queda na Formação 
Bruta de Capital Fixo (FBCF), o baixonível de atividade econômica nacional e aumento 
significativo do desemprego a partir de 2014. 
Na sequência, diz-se da retomada do PIB para valores positivos e sua estabilização na 
ordem de 1,1% em 2019. Apesar da recuperação do PIB coincidir com o início da vigência da 
EC nº 95, nos períodos seguintes não se verifica a que,​a o desemprego e nem tão pouco 
melhora na FBCF, ou seja, no nível de investimentos da economia. 
23 
 
 
 
Como a FBCF está diretamente relacionada com o nível de investimentos, tem-se que 
o seu baixo nível resulta numa maior inercialização da economia. 
24 
 
 
Assim, da análise desses três gráficos (5.1.1, 5.1.2 e 5.1.3), não se constata ​retomada 
acelerada do crescimento econômico presente ​n​a EMI nº 0083/2016 e, sim, uma ​estabilização 
da atividade econômica a níveis positivos​, mas inferiores aos de 2014, combinada com alto 
nível de desemprego. 
A figura do Gráfico 5.1.4 apresenta a taxa básica de juros (SELIC). Percebe-se a sua 
significativa redução a partir de 2017, atingindo os menores níveis históricos em 2020. Tais 
resultados contribuíram de ​forma tímida para a queda nos juros nominais pagos pelo governo, 
conforme se observa no Gráfico 5.1.5. Além disso, essa queda na taxa básica de juros ainda 
não foi capaz de alavancar o PIB, a renda e o emprego, conforme apresentado nos gráficos 
5.1.1, 5.1.2 e 5.1.3. 
25 
 
 
Um aspecto que deve ser considerado na análise de queda da taxa básica de juros 
(SELIC), mas que não é objeto deste estudo, refere-se a alta liquidez alta liquidez externa 
dada pelos bancos centrais dos países centrais com o fim de se evitar uma nova crise 
econômica mundial. 
26 
 
Em relação aos níveis de inflação, estes são apresentados nos gráficos das figuras 
5.1.6 e 5.1.7. Dois aspectos se destacam quanto à inflação: primeiro , o IPCA-Geral tem 
registrado os menores valores históricos desde 2017; segundo, a inflação de Saúde e de 
Educação apresenta resultados superiores ao IPCA-Geral. Logo, como a EC nº 95 limita o 
crescimento dos gastos ao IPCA-Geral, no longo prazo, as despesas com Saúde e Educação 
serão comprimidas, ou seja, ficarão reduzidas e poderão resultar em gargalos ainda maiores 
para essas áreas. 
 
 
27 
 
 
 
 
5.2 Resultados Fiscais 
 
 
Esta subseção apresenta os principais resultados fiscais obtidos nos três anos 
subsequente a promulgação da EC nº 95, ou seja, de 2017 a 2019. 
Iniciando-se com o gráfico 5.2.1, tem-se os Resultados Fiscais do Governo em relação 
ao PIB. Observa-se que, mesmo após a promulgação da EC nº 95, as despesas do governo 
permanecem acima das receitas. Consequentemente, os Resultados Primário e Nominal 
continuam apresentando valores negativos. Em outras palavras, a EC nº 95 foi eficaz ao 
estabilizar o nível de despesa, porém, não o suficiente para inverter a posição relativa das 
curvas de Receita Líquida e Despesas Totais. 
Posto que, o Resultado Primário serve de âncora para a política fiscal, verifica-se que 
até 2014 o quadro era de superávit, enquanto o Resultado Nominal era deficitário em razão 
dos altos juros. A partir de meados de 2014, percebe-se a inversão na curva de Resultado 
Primário, dada pela crise fiscal instalada. Apesar da queda da taxa de juros nos últimos anos 
28 
 
(gráficos 5.14 e 5.1.5) não se constata melhora no Resultado Primário , o suficiente para 
torná-lo superavitário. 
 
 
29 
 
O gráfico 5.2.2 apresenta a evolução da Dívida Pública para os diversos níveis de 
governo, bem como a distância entre a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) e a Dívida 
Bruta do Governo Geral (DBGG). Nele se observa que a DBGG alcançou o patamar de 80% 
do PIB em meados de 2019 e, logo após, manifestou um ligeiro recuo. É possível ainda 
comparar neste gráfico, o peso de cada esfera de governo na DBGG. Isto significa que, 
enquanto a DLSP do Governo Federal apresentou crescimento significativo após 2014, nos 
demais governos ela se manteve estável. Dessa análise, pode-se extrair que a EC nº 95 é 
insuficiente para conter a elevação da dívida pública. 
Logo, tem-se uma contradição com as expectativas de queda da dívida pública dadas 
pela EC nº 95, pois esperava-se com a sua promulgação a reversão desses indicadores, 
mesmo que gradual. 
PAREI AQUI 
Quanto à distribuição das despesas primárias do Governo Federal, o gráfico da Figura 
5.10 demonstra o crescimento de 7% das despesas do grupo Benefícios Previdenciários, a 
manutenção do nível de despesas com Pessoal e Encargos Sociais e a redução de 4% e 3% 
das despesas dos grupos Outras Despesas Obrigatórias e Despesas do Poder Executivo 
30 
 
Sujeitas a Programação Financeira, respectivamente. Assim, em relação às despesas 
primárias, os Benefícios Previdenciários têm crescido e avançado sobre as demais despesas. 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
As rubricas de Educação e Saúde encontram-se como subclasses do grupo Despesas 
do Poder Executivo Sujeitas a Programação Financeira. O gráfico da Figura 5.11 demonstra a 
evolução dessas rubricas . Nele, os dispêndios, tanto obrigatórios, quanto discricionários em 
Educação, sofreram quedas desde a promulgação da EC nº 95. Em contrapartida, as despesas 
discricionárias com Saúde apresentaram aumento antes da promulgação da EC º 95, o qual 
pode ser decorrente de uma correção vislumbrada pelo Governo com a perspectiva de 
aprovação da EC nº 95. 
A tabela 5.1 reúne as principais rubricas de despesas primárias do Governo Central 
por ordem crescente e percentual de participação na despesa total. 
 
Tabela 5.1: Distribuição percentual das rubricas de despesas primária em relação a despesa total do 
Governo central. . Valores constantes (-IPCA) acumulados por períodos de 12 meses 
Fonte: STN - site: ​http://www.tesouro.fazenda.gov.br/resultado-do-tesouro-nacional 
Rubrica 
out/08 
- 
set/09 
out/09 
- 
set/10 
out/10 
- 
set/11 
out/11 
- 
set/12 
out/12 
- 
set/13 
out/13 
- 
set/14 
out/14 
- 
set/15 
out/15 
- 
set/16 
out/16 
- 
set/17 
out/17 
- 
set/18 
out/18 
- 
set/19 
1. Benefícios 
Previdenciários - 
Urbano 
30,28 27,97 30,08 29,98 29,95 28,94 29,73 30,99 33,25 34,24 35,33 
2. Pessoal e Encargos 
Sociais 
26,57 23,77 25,37 23,32 22,31 21,24 21,68 19,83 22,04 21,99 22,39 
3. Outras Despesas de 
Custeio 
21,15 25,34 20,03 20,52 21,91 22,86 23,65 22,77 21,32 20,83 20,09 
4. Benefícios 
Previdenciários - Rural 
8,25 7,87 8,43 8,62 8,72 8,41 8,69 8,68 9,19 9,22 9,30 
5. Saúde - despesa 
obrigatória 
0,00 4,65 6,50 6,54 6,42 6,70 6,67 5,88 5,95 5,89 6,11 
6. Benefícios de 
Prestação Continuada 
da LOAS/RMV 
3,22 3,14 3,45 3,59 3,67 3,65 3,85 3,76 4,09 4,16 4,26 
32 
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/resultado-do-tesouro-nacional
 
7. Abono e Seguro 
Desemprego 
4,54 4,14 4,68 4,73 4,90 4,84 4,60 4,47 4,17 4,04 3,95 
8. Outras Despesas de 
Capital 
5,36 6,63 6,94 7,68 6,78 7,77 5,32 4,16 4,02 3,90 3,55 
9. Bolsa Família - 
despesa obrigatória 
0,00 1,48 2,21 2,46 2,68 2,49 2,54 2,17 2,23 2,21 2,26 
10. Demais - despesa 
discricionária 
0,00 8,52 3,48 4,57 4,23 4,73 3,74 3,29 2,88 2,32 2,12 
11. Saúde - despesa 
discricionária 
0,00 0,92 1,23 1,42 1,56 1,55 1,49 1,40 1,85 2,03 1,97 
12. PAC 2,27 3,313,63 4,99 4,63 5,89 3,79 3,52 2,40 2,25 1,85 
13. Educação - 
despesa discricionária 
0,00 1,33 2,11 2,60 2,59 2,98 2,63 2,06 1,91 1,89 1,63 
14. Sentenças Judiciais 
e Precatórios 
0,31 0,30 0,31 0,35 0,03 0,37 0,49 0,83 1,50 1,04 1,10 
15. Fundef/Fundeb - 
Complementação da 
União 
0,86 0,73 1,16 1,24 1,14 1,07 1,21 0,98 1,09 1,02 1,07 
16.Benefícios a 
servidores públicos - 
despesas obrigatórias 
0,00 0,48 0,71 0,69 0,86 0,87 0,88 0,93 1,02 1,01 0,97 
17. Defesa - despesa 
discricionária 
0,00 0,96 1,53 1,48 1,62 1,55 1,08 1,00 0,95 1,07 0,92 
18. Subsídios, 
Subvenções e Proagro 
0,49 0,94 0,72 1,06 0,66 0,48 1,67 4,75 1,40 1,04 0,92 
19. 
Legislativo/Judiciário/
MPU/DPU (Custeio e 
Capital) 
1,00 0,91 0,97 1,01 0,95 0,95 1,09 0,96 0,93 0,98 0,89 
20.Compensação ao 
RGPS pelas 
Desonerações da Folha 
0,00 0,00 0,00 0,00 0,89 1,55 2,25 1,65 1,12 0,99 0,80 
21.Transporte - 
despesa discricionária 
0,00 1,34 2,17 1,66 1,31 1,62 0,97 0,95 0,78 0,86 0,69 
33 
 
22. Administração - 
despesa discricionária 
0,00 0,62 0,72 0,55 0,62 0,62 0,46 0,41 0,43 0,57 0,48 
23. Créditos 
Extraordinários 
(exceto PAC) 
0,65 0,98 0,90 0,36 0,66 0,46 0,27 0,56 0,13 0,17 0,48 
24. Educação - 
despesa obrigatória 
0,00 0,52 0,68 0,71 0,70 0,74 0,50 0,48 0,48 0,51 0,46 
25. Minha Casa Minha 
Vida 
0,00 0,26 0,84 1,77 1,25 1,67 1,35 1,18 0,40 0,31 0,39 
26. Complemento para 
o FGTS (LC nº 
110/01) 
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,05 0,45 1,33 0,43 0,38 0,39 
27. Demais - despesa 
obrigatória 
0,00 0,14 0,18 0,23 0,14 0,26 0,19 0,13 0,13 0,31 0,28 
28.Ciência e 
Tecnologia - despesa 
discricionária 
0,00 0,43 0,61 0,57 0,58 0,55 0,52 0,38 0,37 0,33 0,27 
29. Segurança Pública 
- despesa 
discricionária 
0,00 0,26 0,28 0,25 0,27 0,25 0,20 0,18 0,24 0,25 0,24 
30. Assistência Social 
- despesa 
discircionária 
0,00 0,33 0,38 0,47 0,39 0,42 0,38 0,29 0,28 0,36 0,19 
31. Impacto Primário 
do FIES 
0,00 0,08 0,17 0,36 0,51 0,58 0,51 0,53 0,43 0,39 0,15 
32. Fundo 
Constitucional DF 
(Custeio e Capital) 
0,09 0,08 0,09 0,10 0,12 0,11 0,54 0,20 0,11 0,11 0,12 
33. Transferências 
Multas ANEEL 
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,06 0,03 0,11 0,07 0,07 
34. Fabricação de 
Cédulas e Moedas 
0,15 0,13 0,12 0,12 0,14 0,08 0,07 0,05 0,08 0,06 0,06 
34 
 
35. Benefícios de 
Legislação Especial e 
Indenizações 
0,00 0,02 0,04 0,04 0,04 0,04 0,07 0,04 0,04 0,04 0,05 
37. Lei Kandir e FEX 1,27 0,35 0,49 0,47 0,46 0,37 0,20 0,47 0,30 0,29 0,04 
38.Transferências 
ANA 
0,02 0,00 0,02 0,02 0,02 0,03 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 
39. Anistiados 0,02 0,02 0,03 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 
40. Financiamento de 
Campanha Eleitoral 
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,13 0,00 
41. Apoio Fin. 
EE/MM 
0,17 0,33 0,00 0,00 0,16 0,15 0,00 0,23 0,00 0,00 0,00 
42. Auxílio CDE 0,00 0,00 0,00 0,00 0,44 1,17 0,24 0,02 0,00 0,00 0,00 
43. Convênios 0,01 0,03 0,04 0,06 0,05 0,03 0,02 0,02 0,02 0,01 0,00 
44. Doações 0,02 0,01 0,00 0,00 0,02 0,03 0,02 0,04 0,02 0,00 0,00 
45. FDA/FDNE 0,06 0,12 0,12 0,29 0,17 0,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 
46. Reserva de 
Contingência 
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 
47. Ressarc. Est/Mun. 
Comb. Fósseis 
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 
 
 
Como o nível de investimento do Governo Central contribui para o crescimento da 
Economia, observa-se no gráfico da figura 5.12 uma queda significativa do investimento 
total e, por Ministério, do Governo Central, no triênio 2014-2016. Após a EC nº 95, as 
despesas com investimento do Governo ainda continuam em declínio, porém, em menor grau. 
De qualquer forma, o nível de investimentos do Governo é o mais baixo dos últimos 10 anos. 
O gráfico da Figura 5.14(​onde está esse gráfico? Está parecido com o 5.13) apresenta as 
participações das despesas sujeitas e não sujeitas ao Teto dos Gastos Públicos pelo critério do valor 
pago. Verifica-se, num primeiro momento pós EC nº 95, uma redução da despesa total para apuração 
do Resultado Primário. Na sequência , a despesa total demonstra uma pequena reação, enquanto as 
despesas sujeitas ao Teto dos Gastos Públicos têm perdido espaço sobre as despesas não sujeitas ao 
Teto dos Gastos. Já, num segundo momento, as despesas sujeitas aos Teto é que são mais afetadas 
 
35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
O gráfico da Figura 5.13 apresenta as participações das despesas sujeitas e não sujeitas ao 
Teto dos Gastos Públicos. Ocorre, no primeiro exercício financeiro da EC nº 95 uma redução de 
0,60% na despesa total em relação ao PIB, sendo que as despesas não sujeitas ao Teto dos Gastos 
representaram 60% dessa redução. No exercício financeiro de 2018 , as despesas não sujeitas ao Teto 
dos Gastos reagem, enquanto as despesas sujeitas aos Teto seguem em queda. 
Por fim, na Tabela 5.2 encontram-se os resultados de limite e gastos efetuados por Órgãos e 
Poderes. Dividindo-se os gastos apurados pelos limites, observa-se que tanto os Órgãos quanto os 
Poderes têm respeitado tais limites. 
 
 
Tabela 5.2: Cumprimento das despesas por Poder e Órgão sujeitas ao Teto da EC 95/2016 
Poder / Órgão Base 2016 Limite 2017 Apuradas 
2017 
Limite 2018 Apuradas 
2018 
Limite 2019 Apuradas até 
out/2019 
1 Poder 
Executivo 
1.168.261,10 1.252.375,90 1.202.884,20 1.289.947,20 1.229.250,90 1.346.575,80 1.047.817,74 
2.1 Câmara dos 
Deputados 
5.067,20 5.432,10 5.127,70 5.595,10 5.289,40 5.840,70 4.461,63 
2.2 Senado 
Federal 
3.729,90 3.998,50 3.899,60 4.118,40 3.993,00 4.299,20 3.413,51 
2.3 Tribunal de 
Contas da 
União 
1.752,50 1.878,70 1.823,30 1.935,10 1.868,00 2.020,00 1.601,42 
2 Poder 
Legislativo 
10.549,60 11.309,30 10.850,60 11.648,60 11.150,40 12.159,90 9.476,56 
3.1 Supremo 
Tribunal 
Federal 
540,50 579,40 569,90 596,80 598,30 623,00 537,02 
3.2 Superior 
Tribunal de 
Justiça 
1.271,80 1.363,40 1.265,20 1.404,30 1.357,30 1.465,90 1.130,74 
3.3 Justiça 
Federal 
9.302,70 9.972,50 10.030,00 10.271,70 10.446,50 10.722,60 8.808,06 
3.4 Justiça 
Militar da 
União 
457,60 490,50 463,40 505,20 507,30 527,40 415,06 
3.5 Justiça 
Eleitoral 
6.192,70 6.638,60 6.324,90 6.837,80 6.770,20 7.137,90 5.694,84 
3.6 Justiça do 
Trabalho 
15.844,60 16.985,40 17.530,10 17.495,00 18.479,70 18.263,00 15.345,29 
3.7 Justiça do 
Distrito Federal 
e dos 
Territórios 
2.244,40 2.406,00 2.413,10 2.478,20 2.469,70 2.587,00 2.098,30 
37 
 
3.8 Conselho 
Nacional de 
Justiça 
165,30 177,20 118,20 182,50 159,70 190,60 123,25 
3 Poder 
Judiciário 
36.019,60 38.613,00 38.714,80 39.771,50 40.788,70 41.517,40 34.152,56 
4. Defensoria 
Pública da 
União 
459,70 492,80 524,80 507,60 515,50 529,90 421,17 
5.1 Ministério 
Público da 
União 
5.369,00 5.755,50 5.881,80 5.928,20 5.979,40 6.188,50 5.067,08 
5.2 Conselho 
Nacional do 
Ministério 
Público 
70,30 75,40 75,20 77,60 75,70 81,00 66,95 
5.Ministério 
Público da 
União 
5.439,30 5.830,90 5.957,00 6.005,80 6.055,10 6.269,50 5.134,03 
6. Total 1.220.729,30 1.308.621,90 1.258.931,40 1.347.880,70 1.287.760,60 1.407.052,50 1.097.002,06 
 
 
 
6. Conclusão 
 
 
A EC nº 95 caracteriza-se como uma regra fiscal voltada para contenção da despesa. 
Ela foi proposta como condição necessária para a crise fiscal brasileira, ou seja, defendida 
dentro da ideologia de “não há alternativa”. Ocorre que seus resultados para efeitos de 
redução da dívida pública e retorno do superávit fiscal ainda são muito tímidos. Logo, 
constata-se que ela demandará um período razoável para restabelecer o equilíbrio fiscal. 
Outros aspectos quanto aos efeitos da EC nº 95 dizem respeito às distorções geradas 
pela aplicação do IPCA-Geral para as funções funçõesde Educação e Saúde, uma vez que, 
tais áreas apresentam níveis de inflação superiores ao IPCA-Geral. Portanto, no decorrer dos 
próximos anos, essas funções terão seus gastos comprimidos, o que poderá resultar no 
desabastecimentos, ou gargalos nos serviços públicos ligados a essas funções. 
Dentre os seus aspectos positivos pode-se citar as regras para limitação de gastos por 
órgão e Poder. Nota-se que os órgãos e Poderes têm atendido os limites e regras impostos 
pela EC nº 95. Sendo assim, evita-se o crescimento descontrolado dos gastos nos órgãos e 
38 
 
poderes, principalmente em momentos de crise econômica, onde a experiência demonstra 
certo grau de descompromisso com os gastos públicos dos Poderes e órgãos externos ao 
Poder Executivo . 
Do ponto de vista econômico, a EC nº 95 não produziu os efeitos de crescimento do 
PIB e geração de renda apresentados em sua exposição de motivos( EMI 0083/2016 
MF-MPDG). Sendo assim, julga-se necessária a criação de outras reformas, além da EC nº 
95, dentre elas a tributária, para dinamizar a Economia. 
 
 
7. Referências bibliográficas 
 
EMI nº0083/2016. Ministério da Fazenda. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e 
Gestão. Brasília, 15 de Julho de 2016. 
BRASIL. Emenda Constitucional nº 95, de 16 de dezembro de 2016. Altera o Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal. Brasília. 
BITTES TERRA, F. “Há tratamento além da camisa de força da PEC 241?” Jornal Valor 
Econômico. 20/10/2016. 
CARCANHOLO, HUGO I. P.; TARIK, TANURE; TEIXEIRA, ANDRÉ; MISSIO, 
FABRÍCIO J.(2017). Uma Perspectiva Crítica do novo Regime Fiscal para Dinâmica de 
Curto e Longo Prazo da Economia brasileira. 
 
DE TONI, JACKSON, A economia do setor público, 1º edição , Porto Alegre: Imprensa 
Livre, 2010. 
 
GIACOMONI, JAMES. Orçamento Público, 15º edição, São Paulo: Atlas, 2010. 
 
INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE. Relatório de Acompanhamento Fiscal, Tópico 
Especial: Regras Fiscais no Brasil, janeiro de 2018. Disponível em: 
<​https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/536464/RAF12_JAN2018_pt06.pdf​> 
 
IPEA, A Política Fiscal e o teto dos gastos públicos, 3º Trimestre de 2019. Disponível em: 
<​http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/conjuntura/190926_nt_a_politica_fiscal
_e_o_teto_dos_gastos_publicos.pdf​> 
39 
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/536464/RAF12_JAN2018_pt06.pdf
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/conjuntura/190926_nt_a_politica_fiscal_e_o_teto_dos_gastos_publicos.pdf
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/conjuntura/190926_nt_a_politica_fiscal_e_o_teto_dos_gastos_publicos.pdf
 
MENEZES FILHO, N. “Governo deve desvincular gastos obrigatórios em educação e saúde? 
NÃO”. Jornal Folha de São Paulo. 11/06/2016 Disponível em: 
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2016/06/1780648-governo-deve-desvincular-gastos-ob
rigatorios-em-educacao-e-saude-nao.shtml 
MENDES, M. J. A PEC 241 e a Saúde. Portal Monitor da Saúde. Novembro de 2016. 
Disponível em: http:monitordesaude.blogspot.com.br/ 
MENDLOVITZ, M. Análise dos Efeitos da PEC nº241 sobre a Manutenção e 
Desenvolvimento do Ensino. Estudo Técnico. Câmara dos Deputados. Consultoria de 
Orçamento e Fiscalização Financeira. 11/2016 
 
PACELLI, GIOVANNI. Noções de Economia do Setor Público, agosto de 2019. Disponível 
em:<​https://www.youtube.com/watch?v=A0xTb9YyS-8&list=PLlPZmp4I-aePMzfRBslfwo3
G_hRwN0yZI&index=2​> 
 
STN, Estatísticas Fiscais e Transparência, março de 2020. Disponível em: 
<​https://www.tesourotransparente.gov.br/temas/estatisticas-fiscais-e-transparencia/resultado-
do-tesouro-nacional-rtn​> 
 
STN, Resultado do Tesouro Nacional, março de 2020. Disponível em: 
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/resultado-do-tesouro-nacional 
VIEGAS ANDRADE, M. NORONHA, K. TURRA, C. M. A PEC dos gastos e o SUS. 
Revista Conjuntura Econômica. Volume 71 nº1. Janeiro de 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2016/06/1780648-governo-deve-desvincular-gastos-obrigatorios-em-educacao-e-saude-nao.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2016/06/1780648-governo-deve-desvincular-gastos-obrigatorios-em-educacao-e-saude-nao.shtml
https://www.youtube.com/watch?v=A0xTb9YyS-8&list=PLlPZmp4I-aePMzfRBslfwo3G_hRwN0yZI&index=2
https://www.youtube.com/watch?v=A0xTb9YyS-8&list=PLlPZmp4I-aePMzfRBslfwo3G_hRwN0yZI&index=2
https://www.tesourotransparente.gov.br/temas/estatisticas-fiscais-e-transparencia/resultado-do-tesouro-nacional-rtn
https://www.tesourotransparente.gov.br/temas/estatisticas-fiscais-e-transparencia/resultado-do-tesouro-nacional-rtn
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/resultado-do-tesouro-nacional
 
 
 
 
 
Apêndice 1 - Emenda Constitucional nº 95 
 
 
Altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá 
outras providências. 
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da 
Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional: 
Art. 1º O ​Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar acrescido dos seguintes 
arts. 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 113 e 114: 
"​Art. 106​. Fica instituído o Novo Regime Fiscal no âmbito dos Orçamentos Fiscal 
e da Seguridade Social da União, que vigorará por vinte exercícios financeiros, 
nos termos dos arts. 107 a 114 deste Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias." 
"​Art. 107​. Ficam estabelecidos, para cada exercício, limites individualizados para 
as despesas primárias: 
I - do Poder Executivo; 
II - do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Conselho 
Nacional de Justiça, da Justiça do Trabalho, da Justiça Federal, da Justiça 
Militar da União, da Justiça Eleitoral e da Justiça do Distrito Federal e 
Territórios, no âmbito do Poder Judiciário; 
III - do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Tribunal de Contas da 
União, no âmbito do Poder Legislativo; 
IV - do Ministério Público da União e do Conselho Nacional do Ministério 
Público; e 
V - da Defensoria Pública da União. 
§ 1º Cada um dos limites a que se refere o ​caput ​deste artigo equivalerá: 
I - para o exercício de 2017, à ​despesa primária paga no exercício de 2016, 
incluídos os restos a pagar pagos e demais operações que afetam o resultado 
primário, corrigida em 7,2% (sete inteiros e dois décimos por cento); e 
II - para os exercícios posteriores, ao valor do limite referente ao exercício 
imediatamente anterior, corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao 
Consumidor Amplo - IPCA, publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
41 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#adct
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#adctart106
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#adctart107
 
Estatística, ou de outro índice que vier a substituí-lo, para o período de doze 
meses encerrado em junho do exercício anterior a que se refere a lei 
orçamentária. 
§ 2º Os limites estabelecidos na forma do inciso IV do caput do art. 51, do inciso 
XIII do caput do art. 52, do § 1º do art. 99, do § 3º do art. 127 e do § 3º do art. 
134 da Constituição Federal não poderão ser superiores aos estabelecidos nos 
termos deste artigo​. 
§ 3º A mensagem que encaminharo projeto de lei orçamentária demonstrará os 
valores máximos de programação compatíveis com os limites individualizados 
calculados na forma do § 1º deste artigo, observados os §§ 7º a 9º deste artigo. 
§ 4º As despesas primárias autorizadas na lei orçamentária anual sujeitas aos 
limites de que trata este artigo não poderão exceder os valores máximos 
demonstrados nos termos do § 3º deste artigo. 
§ 5º É vedada a abertura de crédito suplementar ou especial que amplie o 
montante total autorizado de despesa primária sujeita aos limites de que trata 
este artigo​. 
§ 6º Não se incluem na base de cálculo e nos limites estabelecidos neste artigo: 
I - ​transferências constitucionais estabelecidas no § 1º do art. 20, no inciso III do 
parágrafo único do art. 146, no § 5º do art. 153, no art. 157, nos incisos I e II do 
art. 158, no art. 159 e no § 6º do art. 212, as despesas referentes ao inciso XIV do 
caput ​do art. 21, todos da Constituição Federal, e as complementações de que 
tratam os incisos V e VII do ​caput ​do art. 60, deste Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias; 
II - ​créditos extraordinários a que se refere o § 3º do art. 167 da Constituição 
Federal; 
III - ​despesas não recorrentes da Justiça Eleitoral com a realização de eleições; 
e 
IV - ​despesas com aumento de capital de empresas estatais não dependentes​. 
§ 7º Nos três primeiros exercícios financeiros da vigência do Novo Regime Fiscal, 
o Poder Executivo poderá compensar com redução equivalente na sua despesa 
primária, consoante os valores estabelecidos no projeto de lei orçamentária 
encaminhado pelo Poder Executivo no respectivo exercício, o excesso de despesas 
primárias em relação aos limites de que tratam os incisos II a V do ​caput ​deste 
artigo. 
§ 8º A compensação de que trata o § 7º deste artigo não excederá a 0,25% (vinte 
e cinco centésimos por cento) do limite do Poder Executivo. 
§ 9º Respeitado o somatório em cada um dos incisos de II a IV do ​caput ​deste 
artigo, a lei de diretrizes orçamentárias poderá dispor sobre a compensação entre 
os limites individualizados dos órgãos elencados em cada inciso. 
42 
 
§ 10. Para fins de verificação do cumprimento dos limites de que trata este artigo, 
serão consideradas as ​despesas primárias pagas​, incluídos os restos a pagar 
pagos e demais operações que afetam o resultado primário no exercício. 
§ 11. O pagamento de restos a pagar inscritos até 31 de dezembro de 2015 
poderá ser excluído da verificação do cumprimento dos limites de que trata este 
artigo, até o excesso de resultado primário dos Orçamentos Fiscal e da 
Seguridade Social do exercício em relação à meta fixada na lei de diretrizes 
orçamentárias." 
"​Art. 108​. O Presidente da República poderá propor, a partir do décimo exercício 
da vigência do Novo Regime Fiscal, projeto de lei complementar para alteração 
do método de correção dos limites a que se refere o inciso II do § 1º do art. 107 
deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. 
Parágrafo único. Será admitida apenas uma alteração do método de correção dos 
limites por mandato presidencial." 
"​Art. 109​. No caso de descumprimento de limite individualizado, aplicam-se, até o 
final do exercício de retorno das despesas aos respectivos limites, ao Poder 
Executivo ou a órgão elencado nos incisos II a V do ​caput ​do art. 107 deste Ato 
das Disposições Constitucionais Transitórias que o descumpriu, sem prejuízo de 
outras medidas, as seguintes vedações: 
I - concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de 
remuneração de membros de Poder ou de órgão, de servidores e empregados 
públicos e militares, exceto dos derivados de sentença judicial transitada em 
julgado ou de determinação legal decorrente de atos anteriores à entrada em 
vigor desta Emenda Constitucional; 
II - criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa; 
III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; 
IV - admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas as 
reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de 
despesa e aquelas decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios; 
V - realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias 
previstas no inciso IV; 
VI - criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de 
representação ou benefícios de qualquer natureza em favor de membros de Poder, 
do Ministério Público ou da Defensoria Pública e de servidores e empregados 
públicos e militares; 
VII - criação de despesa obrigatória; e 
VIII - adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da 
variação da inflação, observada a preservação do poder aquisitivo referida no 
inciso IV do ​caput ​do art. 7º da Constituição Federal. 
43 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#adctart108
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#adctart109
 
§ 1º As vedações previstas nos incisos I, III e VI do ​caput​, quando descumprido 
qualquer dos limites individualizados dos órgãos elencados nos incisos II, III e IV 
do ​caput ​do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, 
aplicam-se ao conjunto dos órgãos referidos em cada inciso. 
§ 2º Adicionalmente ao disposto no ​caput​, no caso de descumprimento do limite 
de que trata o inciso I do ​caput ​do art. 107 deste Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, ficam vedadas: 
I - a criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem como a 
remissão, renegociação ou refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação 
das despesas com subsídios e subvenções; e 
II - a concessão ou a ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária. 
§ 3º No caso de descumprimento de qualquer dos limites individualizados de que 
trata o ​caput ​do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, 
fica vedada a concessão da revisão geral prevista no inciso X do ​caput ​do art. 37 
da Constituição Federal. 
§ 4º As vedações previstas neste artigo aplicam-se também a proposições 
legislativas." 
"​Art. 110​. Na vigência do Novo Regime Fiscal, as aplicações mínimas em ações e 
serviços públicos de saúde e em manutenção e desenvolvimento do ensino 
equivalerão: 
I - no exercício de 2017, às aplicações mínimas calculadas nos termos do inciso I 
do § 2º do art. 198 e do ​caput ​do art. 212, da Constituição Federal; e 
II - nos exercícios posteriores, aos valores calculados para as aplicações mínimas 
do exercício imediatamente anterior, corrigidos na forma estabelecida pelo inciso 
II do § 1º do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias." 
"​Art. 111​. A partir do exercício financeiro de 2018, até o último exercício de 
vigência do Novo Regime Fiscal, a aprovação e a execução previstas nos §§ 9º e 
11 do art. 166 da Constituição Federal corresponderão ao montante de execução 
obrigatória para o exercício de 2017, corrigido na forma estabelecida pelo inciso 
II do § 1º do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias." 
"​Art. 112​. As disposições introduzidas pelo Novo Regime Fiscal: 
I- não constituirão obrigação de pagamento futuro pela União ou direitos de 
outrem sobre o erário; e 
II - não revogam, dispensam ou suspendem o cumprimento de dispositivos 
constitucionais e legais que disponham sobre metas fiscais ou limites máximos de 
despesas." 
"​Art. 113​. A proposição legislativa que crie ou altere despesa obrigatória ou 
renúncia de receita deverá ser acompanhada da estimativa do seu impacto 
orçamentário e financeiro." 
44 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#adctart110
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#adctart111
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#adctart112
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#adctart113
 
"​Art. 114. A tramitação de proposição elencada no ​caput ​do art. 59 da 
Constituição Federal, ressalvada a referida no seu inciso V, quando acarretar 
aumento de despesa ou renúncia de receita, será suspensa por até vinte dias, a 
requerimento de um quinto dos membros da Casa, nos termos regimentais, para 
análise de sua compatibilidade com o Novo Regime Fiscal." 
Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua promulgação. 
Art. 3º Fica revogado o ​art. 2º da Emenda Constitucional nº 86, de 17 de março de 2015. 
 Brasília, em 15 de dezembro de 2016. 
 
Apêndice 2 - Artigos da Constituição Federal e do Ato da Disposições Constitucionais 
Transitórias relacionados com Ec nº 95 
 
Art. 20. São bens da União​: ​[...] 
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás 
natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros 
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial 
ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. 
Art. 21. Compete à União: [...] 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros 
militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito 
Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, 
também, ao seguinte: [...] 
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 
39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a 
iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na 
mesma data e sem distinção de índices 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no 
âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os 
servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações 
públicas. [...] 
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e 
os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por 
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, 
45 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#adctart114
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc86.htm#art2
 
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie 
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. 
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: ​[...] 
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, 
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a 
iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os 
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: ​[...] 
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, 
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a 
iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os 
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias 
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. 
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites 
estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes 
orçamentárias. 
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função 
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime 
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. ​[...] 
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites 
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentária 
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função 
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime 
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos 
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos 
individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma 
do ​inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal​. ​[...] 
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e 
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites 
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no 
art. 99, § 2º . 
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito 
Federal 
Art. 146. Cabe à lei complementar: [...] 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá 
instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: [...] 
46 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm#art5lxxiv
 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de 
recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada 
qualquer retenção ou condicionamento; 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] 
§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento 
cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V 
do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de 
um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos 
seguintes termos: 
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de 
qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, 
por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; 
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir 
no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I. 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de 
qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, 
por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; 
II

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