Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Palma forrageira: cultivo e utilização na alimentação de bovinos 75 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 Palma forrageira: cultivo e utilização na alimentação de bovinos Orlando Filipe Costa Marques1*, Luan Souza de Paula Gomes2, Mário Henrique França Mourthé3, Thiago Gomes dos Santos Braz3, Otaviano de Souza Pires Neto4 Resumo Objetivou-se revisar as características agronômicas e a utilização da palma forrageira na alimentação de bovinos. A palma é uma cactácea de origem mexicana que apresenta boas características de adap- tação à região semiárida brasileira devido ao seu processo fotossintético peculiar que evita a perda excessiva de água pela transpiração durante o dia. A palma tolera grande variação de temperatura para seu cultivo, com limites mínimos e máximos, respectivamente, de 8 a 31oC. Esta cactácea apresenta algumas restrições quanto a precipitação para atingir bons níveis de produção tendo como limitantes volumes acima de 1.089 e abaixo de 368,4 mm/ano. A implantação da cultura deve ser feita no final do período seco do ano para evitar o apodrecimento das mudas pela alta umidade e contaminação micro- biológica. A palma possui em sua composição bromatológica, baixo teor de proteína e fibra insolúvel em detergente neutro, porém é rica em carboidrato não fibroso com valor superior as silagens de milho e sorgo. A palma pode ser fornecida aos bovinos desde fresca picada até sob pastejo. Entretanto, de- vido ao baixo teor de fibra, recomenda-se que seja associada a alimentos volumosos, principalmente para animais de alta produção. A palma forrageira é opção estratégica para a produção de alimentos para bovinos em áreas com escassez e irregularidade de chuvas, pois apresenta potencial para manter o desempenho animal no período seco do ano, desde que incluída de maneira correta em dietas de bovinos. Palavras-chave: Adaptação à seca. Carboidrato não fibroso. Condições semiáridas. Nopalea sp. Opuntia sp. Ruminantes. Spineless cactus: cultivation and use in cattle feed Abstract This study aimed to review the agronomic characteristics and the use of forage cactus in cattle feed. The palm is a cactaceous of Mexican origin that has good characteristics to adapt to the Brazilian semiarid region due to its peculiar photosynthetic process that prevents excessive water loss by transpiration during the day. Palm tolerate large temperature range for cultivation, with minimum and maximum li- mits, respectively, 8-31°C. This cactaceous has some restrictions on rainfall to achieve good levels of production with as limiting volumes above 1,089 and below 368.4 mm / year. The implementation of culture should be made at the end of the dry season to avoid rotting of seedlings by high humidity and 1Mestrando do Programa de Produção Animal da Universidade Estadual de Montes Claros, Janaúba, MG, Brasil. *Autor para correspondência: orlandozootec@gmail.com 2Mestrando do Programa de Produção Animal da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Montes Claros, MG, Brasil 3Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Montes Claros, MG, Brasil 4Faculdades Unidas do Norte de Minas Gerais (UFMG), Montes Claros, MG, Brasil Recebido para publicação em 03 de novembro de 2016 Aceito para publicação em 23 de março de 2017 Marques, O. F. C. et al. 76 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 microbiological contamination. Palm has in your chemical composition, low in protein and soluble fiber, neutral detergent, but is rich in non fibrous carbohydrate with superior value silage corn and sorghum. The palm can be supplied from the chopped fresh cattle to grazing. However, because of the low fiber content, it is recommended to be associated with roughage, especially for high production animals. The spineless cactus is a strategic option for the production of feed for cattle in areas with shortages and irregular rainfall, it has the potential to keep the animal performance in the dry season, since included correctly in cattle diets. Keywords: Adaptation to drought. Non-fibrous carbohydrate. Semi-arid conditions. Nopalea sp. Opun- tia sp. Ruminants. Introdução As regiões de condições semiáridas são caracterizadas pela baixa precipitação, com chuvas irregulares e altas temperaturas, o que afeta diretamente a disponibilidade de alimentos para a produção animal. O cultivo de espécies forrageiras que melhor adaptam-se a estas con- dições é essencial para evitar perdas produti- vas e financeiras em sistemas de produção de ruminantes e neste sentido, a palma forrageira (Opuntia fícus-indica (L.) Mill) aparece como im- portante opção como fonte de alimentos. A palma forrageira é de origem mexica- na e, atualmente, encontra-se dispersa em to- dos os continentes, exceto nas regiões polares. No Brasil, é considerada uma das principais fon- tes de forragem para o gado leiteiro na região Nordeste durante o período seco do ano. Essa forrageira apresenta características de adapta- ção ao clima semiárido associada a boa produti- vidade e alta palatabilidade (ALMEIDA, 2012). A palma forrageira tem grande capaci- dade de produção de fitomassa nas condições climáticas de regiões semiáridas, sendo rica em água, carboidratos não fibrosos (CNF), cinzas e com nutrientes digestíveis totais (NDT) em tor- no de 63% (da matéria seca), alta resistência à seca, eficiência de uso da água, porém apresen- ta baixo teor de fibra (FDN, fibra insolúvel em detergente neutro) e proteína (FERREIRA 2005; MELO et al., 2003). Pode ser incluída na dieta de ruminantes na forma de farelo desidratado, pastejo ou picada e servida no cocho. Nas die- tas a base de palma fresca deve-se levar em conta o baixo teor de matéria seca (MS), deven- do-se fornecer outras fontes de fibra para evitar desordens metabólicas nos animais. Nos últimos anos, diversas regiões do Brasil passaram por redução da quantidade e aumento da sazonalidade das chuvas o que, consequentemente, interfere negativamente na produção de forragem para os bovinos. Como exemplo, nos anos agrícolas de 2014/2015 e 2015/2016 precipitação foi, respectivamente, de 622,5 e 708,1 mm em Montes Claros-MG, distri- buídos em um curto espaço de tempo (INMET, 2016). Estes índices e a sazonalidade limitam o crescimento de algumas espécies forrageiras tradicionalmente, cultivadas tal como o milho e por isso há o interesse no cultivo de plantas forrageiras adaptadas. Nesse cenário, a palma forrageira pode ser alternativa para suprir a de- manda de alimentos para os ruminantes, princi- palmente, no período seco do ano. Assim objeti- vou-se com o trabalho revisar as características agronômicas e a utilização da palma forrageira na alimentação de bovinos. Origem A palma forrageira é originária do Méxi- co, mas atualmente é distribuída mundialmente (ANAYA-PÉREZ,2002). Sabe-se que desde o ano de 1520, as Opuntias mexicanas foram le- vadas para a Europa, de onde se dispersaram a partir do Mediterrâneo para a África, Ásia e Oceania (HOFFMENN, 2001). A introdução da palma forrageira sem espinho no Brasil ainda não é bem definida, mas há relatos de sua entra- da em Pernambuco, por volta de 1880, através de sementes importadas dos Estados Unidos (LOPES; SANTOS; VASCONCELOS, 2012). Atualmente, o Brasil é o país com maior cultivo da palma forrageira do mundo, com área estimada em 600 mil ha, com predomínio da es- pécie Opuntia ficus-indica (SILVA, 2012). Classificação botânica e características mor- fológicas Existem 2.000 espécies pertencentes as 178 gêneros de Palma forrageira, entretan- to dois destes, Opuntia e Nopalea são os mais Palma forrageira: cultivo e utilização na alimentação de bovinos 77 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 utilizados como forrageiras. Desta forma, a clas- sificação botânica seria: reino Vegetal, subrei- no Embryophita, divisão Angiospermae, ordem Opuntiales, classe Dicotinodelae, família Cacta- ceae, subfamília Opuntioideae,gênero Opuntia, subgênero Playopuntia e várias espécies impor- tantes espécies de Palma forrageira mais culti- vadas (BRAVO, 1978 citado por LOPES; SAN- TOS; VASCONCELOS, 2012). A palma possui estrutura anatômica (FIGURA 1) peculiar com folhas em forma de espinhos endurecidos e pontiagudos (rudimen- tares), o caule é do tipo cladódio (comumente chamado de raquete) que se caracteriza pelo aspecto volumoso (“carnudos”), verdes e acha- tados, podendo ser classificados em primário ou secundário, de acordo com a sua disposição so- bre o crescimento (VIDAL; VIDAL 2003). Fotografia 1 – Características anatômicas das cactáceas Fonte: Adaptada de Agência Sergipe de Notícias. Disponível em: https://goo.gl/Vdsa0j. A espécie Opuntia ficus-indica (L.) P. Mill (Gigante) apresenta raquetes ovaladas de cor verde escura com 19 a 28 mm de espessura, 30 a 60 cm de comprimento, 20 a 40 cm de lar- gura, recobertas por uma camada de cera (FO- TOGRAFIA 1). Estas plantas têm porte arbores- cente com 3 a 5 m de altura, coroa larga com 60 a 150 cm de largura e glabra. As flores são amarelas ou laranja e o fruto é rico em polpa, suculento, adocicado, com 5 a 10 cm de compri- mento e 4 a 8 cm de largura, de cor variando de amarelo, laranja e vermelho e apresenta casca fina (SCHEINVAR, 1999). Marques, O. F. C. et al. 78 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 Fotografia 2 – Palma forrageira cultivar Gigante Fonte: SENAR, 2015. Disponível em: https://goo.gl/UK2Esj. A Nopalea cochenillifera (L.) Salm Dyck (Miúda ou doce) (FOTOGRAFIA 2) apresenta ra- quetes em torno de 25 cm de comprimento com formato abovado (base mais fina que a ponta) e coloração verde intenso brilhante, o caule apre- senta grande ramificação e de pequeno porte, as flores são vermelhas e durante o ciclo a co- rola permanece semiaberta, o fruto tem formato de baga e com cor roxa (SILVA; SANTOS et al., 2006). Fotografia 3 – Palma forrageira cultivar Miúda Fonte: https://goo.gl/t4HT4j, 2015. Essas plantas apresentam raízes bem desenvolvidas “volumosas”, com distribuição variando com o tipo de solo e manejo adotado, mas com predominância de raízes superficiais na horizontal que sobrevive a grandes períodos de seca por apresentarem características xero- mórficas (adaptadas a climas semiárido e árido). Em geral, atingem a máxima profundidade de 30 cm e dispersão de 4 a 8 cm em diferentes tipos de solo (SUDZUKI-HILLS, 2001). Palma forrageira: cultivo e utilização na alimentação de bovinos 79 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 Cultivares Segundo Lopes, Santos, Vasconcelos (2012) a região Nordeste do Brasil encontra-se a área de maior cultivo de Palma forrageira do mundo, estimada em 600.000 ha com o predo- mínio das cultivares Gigante, Redonda, clone IPA-20 (Opuntia ficus-indica Mill.) e miúda (No- palea cochenilifera salm Dick ). A cultivar Gigante é a mais cultivada e apresenta maior rusticidade, tolerância a secas intensas e a infestações da cochonilha de es- camas (Diaspis echinocacti Bouché) (SANTOS et al., 2006; SANTOS et al., 2010). A cultivar miúda apresenta maior resistência à cochoni- lha do carmim (Dactylopius opuntiae Cockerell) (VASCONCELOS et al., 2009) e maior produção de matéria seca (MS) comparada as cultivares Gigante e Redonda, apesar da menor produção de matéria verde e resistência à déficits hídricos mais severos (CARVALHO FILHO et al., 2002; SANTOS et al., 2006). Já a cultivar Redonda (orelha de onça) também é sensível à cochoni- lha de escamas e o hábito de crescimento mais horizontal comparado a Gigante e Miúda, que possuem crescimento vertical (CARVALHO FI- LHO et al., 2002) o que dificulta o consórcio com outras culturas e, por isso tem sido preteri- da em relação ao plantio de outras s cultivares (ROCHA, 2012). O Instituto Agronômico de Pernambu- co (IPA) desenvolve diferentes clones de palma forrageira e dentre eles, o clone IPA-20 desta- cou-se em relação aos demais quanto a produti- vidade sendo atribuído ao mesmo, produção de MS 50% maior que a Gigante (SANTOS et al., 2006). A cultivar “Orelha de elefante” (Opuntia tuna (L.) Mill) (FOTOGRAFIA 3) tem origem no México e África e apresenta como vantagens a resistência à cochonilha do carmim e menor exi- gência em fertilidade de solo (VASCONCELOS et al., 2009; CAVALCANTI et al., 2008). De acor- do com Neves et al. (2010), essa cultivar tem grande número de espinhos, característica inde- sejável para a alimentação dos animais, pois di- ficulta o manejo. Entretanto os espinhos ajudam na redução da temperatura do caule durante o dia e assim, aumenta a tolerância à seca. Fotografia 4 – Palma forrageira cultivar Orelha de elefante Fonte: Adaptada de: https://goo.gl/fxBB9c, 2012. Marques, O. F. C. et al. 80 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 Adaptações às condições semiáridas A palma forrageira é bem adaptada às condições semiáridas e pode suportar longos períodos de estiagem. Esta adaptação é atribuí- da a sua fisiologia, caracterizada pelo processo fotossintético denominado Metabolismo Ácido das Crassuláceas (CAM, do inglês Crassula- sean Acid Metabolism) (SNYMAN, 2006). As plantas que assimilam o CO2 através do sistema CAM, desenvolveram o mecanismo de fechar os estômatos durante o dia, o que evita a perda ex- cessiva de água pelo processo de transpiração e assim mantêm a hidratação dos tecidos (TAIZ; ZEIGER, 2004). Este mecanismo fotossintético diferenciado foi decisivo para a adaptação desta cactácea às condições semiáridas, caracteriza- da pela alta eficiência no uso da água, na faixa de 100 a 150 kg por kg de MS, o que a torna seis vezes mais eficiente que as leguminosas e qua- se três vezes mais eficientes que as gramíneas (FELKER et al., 2005; SANTOS et al., 2006). Já Sampaio (2005) relatou que a palma forrageira possui eficiência de uso da água de, aproxima- damente, 50:1, ou seja, 50 kg de água para cada 1 kg de MS formada, enquanto as plantas C3 e C4 apresentam eficiências por volta de 1.000:1 e 500:1, respectivamente. Outra importante característica dessa planta é a camada de cera que recobre os teci- dos. Essa cera é um polímero complexo resul- tante da interação de ácidos graxos de cadeias longas, alcanos e alcoois alifáticos em presença de O2 e está localizada externamente a cutícula. Juntamente com a cutina protegem as plantas contra o ataque de fungos, bactérias e insetos, como também auxilia contra a perda excessiva de água em ambientes quentes (APEZZATO DA GLÓRIA; GUERREIRO, 2006). As cactáceas constituem o exemplo mais perfeito de eficiência de adaptação e apro- veitamento da água e energia em ambientes secos, reconhecido por servirem como reserva- tórios de água para o metabolismo durante os períodos de déficit hídrico (HILLS, 1982). Características agronômicas Estudos realizados no México demons- traram que as condições climáticas podem in- terferir diretamente no desenvolvimento e pro- dução da palma forrageira, uma vez que existe correlação entre temperatura, absorção de nu- trientes e produção de massa (ORONA-CAS- TILLO et al., 2004). Souza et al. (2008) analisaram os indi- cadores climáticos (temperatura do ar, amplitu- de térmica, precipitação e índice hídrico) para o zoneamento agrícola da palma forrageira em diferentes regiões, tais como, África do Sul, Mé- xico e Brasil (RN, AL, PE, SE e BA). Os autores constataram que 86% das localidades analisa- das apresentaram-se na faixa ideal para desen- volvimento desta cultura, o que demonstrou a grande adaptação da mesma a diferentes con- dições edafoclimáticas com maior potencial de produção onde as temperaturas médias varia- ram entre 16,1°C a 25,4°C, com limites máximos entre 28,5°C e 31,5°C e mínimos entre 8,6°C a 20,4°C. Felker (1995) relataram que nas regiões de origem da palma forrageira as temperaturas variam entre 40,0°C e -10°C. A temperatura mais amena no período noturnoauxilia no metabolismo CAM das plan- tas, favorecendo a absorção de CO2 e para as cactáceas a variação de temperatura ideal é de 11°C a 15°C (NOBEL; HARTSOCK, 1984; NOBEL, 1994). Segundo esses autores, o me- canismo de absorção de CO2 também pode ser afetado pelas altas temperaturas noturnas, uma vez que essas plantas não realizam a abertura dos estômatos e a atividade das enzimas res- ponsáveis pela fotossíntese é inibida e, conse- quentemente, apresenta restrição do cultivo da palma em algumas regiões. Em contrapartida, Souza et al., (2008) afirmaram que a variação de temperatura ideal no México, África do Sul e Brasil foi de 10,0°C a 17,2°C. Estudo realizado em casa de vegetação,verificou-se que houve a captação máxima de CO2 pela palma forrageira nas temperaturas de 25°C durante o dia e 15°C a noite (NOBEL e HARTSOCK, 1984). Guerra et al. (2005) avaliaram 22 ge- nótipos de palma forrageira em diferentes mu- nicípios no Rio Grande do Norte e concluíram que a maior produtividade foi em regiões com temperatura noturna entre 19°C a 21,5°C e precipitação média de 700mm. Já nos municí- pios das regiões onde a temperatura noturna e precipitação, respectivamente, foram maiores e menores que os valores citados, houve redução da produtividade. Vale ressaltar que apesar da precipitação média nas regiões onde a palma apresentou maior produtividade ser semelhante a exigência de outras culturas, tal como o milho, a mesma tem distribuição irregular ao longo do ano, o que poderia afetar o desenvolvimento do milharal. Palma forrageira: cultivo e utilização na alimentação de bovinos 81 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 A faixa de precipitação ideal para o cultivo da palma forrageira está entre 368,4 e 812,4mm/ano (SOUZA et al., 2008). Já para Santos et al. (2006), a precipitação anual en- tre 400 a 800mm proporciona desenvolvimento ideal da cultura. Dados indicadores climáticos estão apresentados na Tabela 1. Tabela 1 – Indicadores climáticos para o cultivo da palma forrageira Dados Climáticos Níveis de aptidão Ideal Restrita Inapto Temperatura média do ar (°C) 16,1 a 25,4 Tm < 16,1 e > 25,4 - Temperatura máxima do ar (°C) 28,5 a 31,5 Tx < 28,5 e > 31,5 - Temperatura mínima do ar (°C) 8,6 a 20,4 Tn < 8,6 e > 31,5 - Amplitude térmica (°C) 10,0 a 17,2 At < 10,0 e > 17,2 - Precipitação (mm) 368,4 a 812,4 Pe < 368,4 e812,4 < Pe ≤ 1089,9 Pe > 1.089,90 Umidade do solo (%) 63,1 a -37,3 Us < -63,1 e-37,3 < Us ≤ 7,7 Us > 7,70 Temperatura Média (Tm), Temperatura Máxima (Tx), Temperatura Mínima (Tn), Amplitude Térmica (At), Precipitação (Pe), Umidade do Solo (Us) Fonte: Adaptada de Souza et al. (2008). Em regiões com alta precipitação e com grande umidade do solo em determinadas épo- cas do ano, pode fazer com que a palma absor- va quantidades de água além de sua capacida- de de perda (transpiração), o que deixa a planta mais susceptível a doenças, principalmente, as causadas por fungos, além da possibilidade de ocorrer tombamentos e apodrecimento dos cla- dódios (BEZERRA et al., 2014). A palma forrageira apresenta grande diversidade quanto a aptidão em uma mesma região, devido a grande variação da precipita- ção ao longo dos anos, podendo fazer com que em determinada localidade apresente condi- ções desde ideal a inapta, enquanto o mesmo não ocorre para a temperatura, pois em regiões tropicais a sua variação é muito pequena (BE- ZERRA et al., 2014). De acordo com Rodríguez (1975), a lu- minosidade recebida pela palma pode ser fator limitante a produtividade da cultura. A lumino- sidade na palma é captada pelas raquetes e a situação ideal seria onde houvesse a maior cap- tação da luz pela planta em relação a recebida pelo solo, desde que não ocorra o sobreamen- to das raquetes superiores sobre as inferiores. A densidade de plantio é fator importante para o crescimento da palma forrageira, entretanto deve ser ressaltado que não existe uma reco- mendação ótima de espaçamento, pois devem ser considerados vários aspectos, tal como a menor absorção de luz após o plantio devido ao pequeno tamanho planta até a ocorrência de sombreamento mútuo entre as mesmas de acordo com o crescimento (PEIXOTO, 2009). Ao avaliar o crescimento e a produção da palma forrageira consorciada com cajá (Spondias spp), Peixoto (2009) verificou que as plantas som- breadas tiveram o crescimento dos cladódios 20,66% menor comparado as não sombreadas, respectivamente, produção de MS de 9,0 e 5,38 t/ha. Este achado pode ser explicado pelo efei- to da luminosidade no aumento da fotossíntese que resultou em maior produção de carboidratos e, consequentemente, maior desenvolvimento e tamanho dos cladódios. Solo e adubação De acordo com Oliveira et al. (2010), há registros da palma forrageira nos mais diversos tipos de solo, desde os luvissolos e vertissolos no México a cambissolos e regossolos na Itália e sob diferentes pH (subalcalino ao subácido). Segundo os autores, a palma não se adapta bem a solos com lençol freático raso, mal dre- nados e que apresentem camadas superficiais impermeáveis. A palma forrageira exige solos com boas características físicas e químicas e os solos argilo-arenosos são os mais indicados, Marques, O. F. C. et al. 82 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 desde que apresentem boa drenagem (FARIAS et al., 1984; SANTOS et al., 2006). Para Santos et al. (2006), a palma pode ser adubada de forma mineral seguindo as reco- mendações sobre a análise de solo ou de forma orgânica aplicando-se esterco de caprinos ou bovinos no momento do plantio. A quantidade de esterco a ser aplicada varia de acordo com a fertilidade do solo e densidade do plantio, com variação entre 10 a 30 toneladas/ha e a cada dois anos realizar nova aplicação no início do período chuvoso. Deve-se atentar para o limi- te de adubação orgânica no plantio para que o excesso não provoque o apodrecimento das ra- quetes. Dubeux Júnior et al. (2010) não verifi- caram efeito da adubação fosfatada e potássica (0, 200, 400 e 800 kg/ha de P2O5 e K2O) e inte- ração entre os nutrientes no número de cladó- dios da palma forrageira, clone IPA-201, tal fato pode ser explicado pelo curto período do experi- mento de apenas 180 dias e o alto teor de P no solo de 60 mg dm3. Apenas a adubação potássi- ca aumentou a produção de MV, entretanto não houve diferença na produção de MS, pois este mineral provoca na planta maior controle sobre a abertura dos estômatos com maior turgidez das células nos cladódios. Teles et al., (2002) avaliaram os efeitos da adubação e de nematicida no crescimento e na produção da palma forrageira (Opuntia ficus indica Mill) cv. Gigante, aos 9 meses, implanta- das em vasos e aplicando (100 kg/ha de P2O5), potássio (200 kg/ha de K2O), nitrogênio (200 kg/ ha N), cálcio (250 kg/ha Ca), magnésio (80 kg/ ha Mg) e enxofre (20 kg/ha S) com a combina- ção entre os nutrientes, com e sem nematicida e micronutrientes, observaram o aumento do nú- mero total de cladódios sendo 2,25 cladódios/ plantas na testemunha e 4 cladódios/planta no tratamento com solução completa de minerais mais microminerais e nematicida, também foi observado o aumento da produção de MS, onde que a produção da testemunha foi de 30,62 g/ vaso e no tratamento com solução completa de minerais mais microminerais e nematicida foi de 58,52 g/vaso. Diversos fatores podem interferir na resposta a adubação devido as diferentes circunstâncias experimentais, desde aos ineren- tes a planta até as condições edafoclimáticas e, portanto os resultados observados nos estudos não podem ser generalizados a todas as situa- ções. Menezes et al. (2005), ao avaliarem a produtividade da palma forrageira em 50 pro- priedades rurais do semiárido do Nordeste do Brasil concluíram que a dose de 11 mg dm-3 de P no solo é o nível crítico para resposta máxi- ma da planta a adubação fosfatada. Resultado semelhante foi observadopor Dubeaux et al. (2006) que encontraram resposta positiva na produtividade da palma forrageira cv. Gigante apenas em solos onde o nível de fósforo dispo- nível foi inferior a 10 mg dm-3 e tal fato indicaria os possíveis níveis máximos de adubação com fósforo para esta espécie. Para Santos (1995), o nível de aduba- ção pode interferir na relação Ca/P da palma podendo ocorrer desequilíbrios quando subme- tidos a relação entre 15:1 a 30:1, considerando que o valor ideal é de 2:1. Quanto à adubação nitrogenada, sabe- -se que o nitrogênio está diretamente ligado a diferentes moléculas orgânicas das plantas e é um dos principais reguladores da fotossíntese. Os solos da região semiárida são caracterizados pela baixa disponibilidade de nitrogênio devido o baixo teor de MO no solo (CUNHA et al., 2012). Estes autores avaliaram morfometria e acúmulo de biomassa da palma forrageira cv. Miúda sob diferentes doses de nitrogênio (100, 200 e 300 kg/ha) na forma de ureia, aplicada em três par- celas iguais a cada 30 dias, na densidade de 40.000 plantas/ha. Não foi observado diferen- ças da adubação com N para as características morfológicas, porém houve aumento do número de cladódios (27,75; 30,19; 31,00 e 36,08), res- pectivamente, com as doses crescentes de N (O; 100; 200; 300). Estes resultados podem ser explicados pela participação do N na estimula- ção da divisão celular e, assim no surgimento de novos cladódios, apesar da semelhança obser- vada no volume, espessura, largura e peso dos mesmos. O aumento do número dos cladódios pode ter feito com que aumentasse a competi- ção por nutrientes e não foi encontrado aumento na produção de MV, sendo 175,4; 169,8; 179,3 e 197,1 t/ha, respectivamente, para as dose de 0; 100; 200 e 300kh/ha de N. Por fim, os auto- res relataram que a palma pode não conseguir aproveitar todo o N aplicado no seu cultivo caso não haja umidade para que este elemento não seja perdido por volatilização. Plantio Normalmente, o plantio da palma acon- tece no último terço do período da seca, pois Palma forrageira: cultivo e utilização na alimentação de bovinos 83 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 durante o período chuvoso pode ocorrer a “dimi- nuição da pega” devido ao apodrecimento dos cladódios causados pela contaminação com fungos e bactérias devido ao alto teor de água nas raquetes e no solo (SANTOS et al., 2002). Para Farias; Dubeux Junior e Santos et al. (2005), os cladódios de dois a três anos são os mais indicados para propagação por emi- tirem brotações em maior número, tamanho e vigor. O espaçamento a ser empregado no plan- tio da palma forrageira está diretamente relacio- nado a interceptação de luz, objetivo do plantio (produção de mudas ou implantação da forra- gem), precipitação, consócio com outras cultu- ras, fertilidade do solo e densidade desejada. A produtividade da cultura pode ser diretamente interferida pelas técnicas de plantio, adubação e colheita (ALVES et al., 2007; FARIAS; DUBEUX JUNIOR e SANTOS et al. 2005). A Fotografia 3 demonstra o plantio no espaçamento entre plan- tas de 10 cm. Fotografia 5 – Plantio adensado com espaçamento de 10 cm entre plantas Fonte: Disponível em: https://goo.gl/F5HlW1. O espaçamento com menor adensa- mento faz com que haja maior exposição das plantas ao sol, diminui a incidência de pragas e doenças além de facilitar os tratos culturais com tração animal quando cultivada por agricultores familiares (RAMOS et al., 2011). Segundo Teles et al. (2004) pode-se conseguir maiores produ- tividades em plantios com maior densidade, po- rém exige-se maior necessidade de nutrientes do solo. De acordo com Cavalcanti et al., (2014), em plantios de palma forrageira com adensa- mento superior a 40.000 plantas/ha ocorre redu- ção no teor de lignina devido ao menor tamanho dos cladódios e aumento da disponibilidade de nutrientes entre os mesmos. De acordo com Dubeux Junior et al. (2006) e Ramos et al. (2011), a palma forragei- ra responde ao adensamento do plantio com a maior produção de MS e aproveitamento das águas da chuva. A Tabela 2 apresenta os resul- tados da produtividade da palma em relação aos diferentes espaçamento e densidade de plantio. Marques, O. F. C. et al. 84 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 Tabela 2 - Produtividade da palma forrageira em diferentes densidades de plantio. Cultivar Espaçamento (m) Densidade(Plantas/ha) Matéria Verde (kg/ha) Matéria Seca (kg/ha) Miúda 2 10.000 118.000 8.500 80.000 639.000 44.700 Gigante 2 10.000 100.000 5.800 80.000 400.000 20.200 Redonda 2 10.000 113.000 5.800 80.000 518.000 26.500 Fonte: Adaptada de Silva et al. (2014). Observa-se na Tabela 2, que todas as cultivares apresentaram maior produtividade de MV e MS com o aumento da densidade da cultu- ra, o que segundo os autores pode ser explica- do pela maior produção de cladódios (até 400%) de acordo com o adensamento crescente. En- tretanto, a cultivar miúda apresentou produtivi- dade de MS de, aproximadamente, 37% maior comparada as cultivares Gigante e Redonda nas três densidades avaliadas. O adensamento provocou redução na produção de MV e MS por planta e demostrou que o aumento na produti- vidade está diretamente ligado ao maior núme- ro de plantas/ha. Além disso, há diferenças no padrão de crescimento entre as cultivares, em que as espécies Gigante e Miúda apresentam crescimento vertical e a Redonda, crescimento na horizontal (SILVA et al., 2014). Áreas de extremo déficit hídrico e com altas temperaturas que dificultam o desenvolvi- mento da cultura da palma, pode ser utilizado o sistema de irrigação por gotejamento com a aplicação de pequena quantidade de água em grande intervalo entre irrigações e tem-se alcan- çado altos níveis de produtividade. Rego et al. (2015) avaliaram a morfologia e rendimento de biomassa da palma miúda irrigada com lâmina de água de 2,5 mm a cada sete dias, sob três doses de adubação orgânica e diferentes inten- sidades (altura) de corte aos 12 meses de idade (TABELA 3). Tabela 3 – Produção de MS (t/ha) da palma miúda irrigada sob diferentes alturas de rebaixamento e doses de adubação orgânica aos 12 meses de idade Altura de corte Níveis de esterco Mg ha-1 ano-1 20 40 60 Cladódio mãe 10,94 15,42 10,78 Cladódio primário 15,83 16,70 15,18 Cladódio secundário 25,99 29,75 25,91 Fonte: Adaptada de Rego et al. (2015). Os autores observaram que houve res- posta positiva da produção de MS até a inclu- são de 40 Mg ha-1 ano-1 de esterco bovino, com notória redução quando adubação foi de 60 Mg ha-1 ano-1 . De acordo com o aumento da altu- ra de corte, que no caso das cactáceas, faz por meio da preservação dos cladódios mãe, primá- rio ou secundário, houve aumento da produção de MS independente da dose de adubação, pois ao preservarem os cladódios secundários (mais altos), provavelmente aumentou-se a área de captação de luz e, consequentemente, a taxa fotossintética. De fato, outros trabalhos observaram maior produção de MS com a preservação dos cladódios secundários. Farias et al. (2000) ob- servaram que a produtividade da palma foi maior Palma forrageira: cultivo e utilização na alimentação de bovinos 85 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 quando não foram retirados os artículos (cladó- dios) secundários e, isto deveu-se a maior efi- ciência fotossintética proporcionada pela maior área dos cladódios mantidos pós colheita. Alves et al. (2007) observaram maior produção de MS em plantio com 10.000 plantas/ha preservando os artículos secundários (7,84 t/ha/ano) quando comparado com a área que preservou os artícu- los primário (5,55 t/ha/ano). O cultivo da palma forrageira em larga escala tem como principal entrave a baixa dis- ponibilidade de material para propagação, prin- cipalmente, aqueles que são resistentes a co- chonilha do carmim, o que resulta em aumento dos custos de aquisiçãocom as mudas (GAVA; LOPES, 2012). Para aumentar a disponibilidade de mudas, pode-se utilizar a fragmentação de raquetes e formação de banco de mudas como alternativa para rápida multiplicação e de baixo custo, com resultados de até 85% de eficiência na produção das mesmas. Além disso, pode ser alternativa viável para pequenos produtores de- vido a necessidade de pouca mão de obra. Para aumentar a velocidade de propa- gação dos materiais e diminuir custos de im- plantação pode ser feito o fracionamento das raquetes ao meio, porém esta técnica diminui o tamanho dos novos cladódios (SOLANO; ORIHUA, 2008). Segundo Lopes; Brito; Batista, (2009), a disposição dos cladódios no solo, seja inclinado ou na vertical, não tem efeito sobre a produti- vidade e o motivo seria que, independente do sentido de plantio das raquetes, a palma emite novas raquetes no sentido de captarem maior quantidade de luz. A literatura reporta a ausên- cia de influência do posicionamento das raque- tes no plantio sobre a produtividade (MAFRA et al., 1974; ALBUQUERQUE, 2000; FARIAS; DU- BEUX JUNIOR e SANTOS et al., 2005 e LO- PES; BRITO; BATISTA, 2009), desde que seja considerado as curvas de nível de acordo com a declividade do solo e em relação a direção do vento para evitar quebra das raquetes. Entre- tanto, Rodríguez (1975) relataram que o plantio da palma com raquetes voltadas para a posição norte-sul e faces voltadas para leste-oeste fez com que houvesse maior radiação sobre a plan- ta e aumento da produção de MS. As mudas devem ser colhidas e coloca- das na sombra por período de 15 a 20 dias para cicatrização dos cortes, diminuir a quantidade de água e, assim reduzir casos de doenças. As raquetes devem ser enterradas a profundidade de dois terços do seu tamanho (SANTOS et al., 2002). Tratos culturais De acordo com Santos et al. (2006), a palma responde igualmente as demais culturas quanto aos tratos culturais. Deve ressaltar que o controle de invasoras através da capina pode causar danos ao sistema radicular da cultura, uma vez que este se encontra superficialmente em sua maior parte, em até 30 cm de profundi- dade (FELKEL e RUSSELL, 1988). Em plantios de maior densidade, o con- trole das plantas daninhas pode ser feito de for- ma eficiente, sem prejuízos à cultura, de acordo com as recomendações dos fabricantes po- dendo ser aplicado Tebuthiuron, Ametryne com Simazine ou Diuron com Trifluralina, juntos ou em separado, respectivamente (FARIAS et al., 1998), sem prejuízo ao palmal. Entretanto, de- ve-se ponderar o tipo de invasora para melhor controle de plantas daninhas. Pragas e doenças As cochonilhas do gênero Dactylopius (cochonilha do carmim) apresentam-se como uma das principais pragas da palma forrageira e em áreas onde o cultivo não é conduzido de forma adequada elas podem disseminar-se por todo palmal (WARUMBY et al., 2005). As cochonilhas podem causar a queda dos cladódios e o amarelecimento das plantas (FOTOGRAFIA 4) e isso deve-se, inicialmente, pela espoliação ao sugarem as raquetes e tam- bém pela inoculação de toxinas (CAVALCANTI et al., 2001; SANTOS et al., 2006). Indireta- mente, o orifício aberto pela picada do inseto nos cladódios torna-se porta de entrada para mi- cro-organismos que causam o apodrecimento e queda dos cladódios e, posteriormente, o enfra- quecimento e morte das plantas. Para Vascon- celos et al. (2009), em pequenas propriedades o controle químico torna-se inviável, pois tem alto custo e pode causar danos ambientais. Marques, O. F. C. et al. 86 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 Fotografia 6 – Palmal infestado por cochonilha do carmim Fonte: https://goo.gl/HYafpf, 2010. Atualmente, novas áreas de cultivo da palma têm sido implantadas com cultivares re- sistentes as cochonilhas do carmim. De acordo com Vasconcelos et al. (2009) a utilização de clones resistentes é forma de controle eficien- te, pois não apresenta custo adicional com a utilização de defensivos agrícolas e controla a população dos insetos em quantidades aceitá- veis. As cultivares orelha de Elefante, Algerian e Miúda são considerados altamente resistentes à cochonilha do carmim, entretanto as variedades Redonda e Gigante são consideradas as mais sensíveis ao ataque destas pragas, o que repre- senta grande perigo, uma vez que essas culti- vares são as mais cultivadas por terem maior produtividade e resistência a seca. Além das cochonilhas, a palma pode sofrer ataques de outros insetos que podem causar danos a produção, tal como as larvas do besouro Ligyrus spp. conhecido popularmente como “pão-de-galinha” que pode atacar o pal- mal quando é utilizado o esterco fresco na adu- bação. Além deste, também podem causar da- nos alguns tipos de lagartas, besouros, formigas cortadeiras, gafanhotos e pequenos roedores (SANTOS et al., 2006). As doenças que acometem a palma forrageira não provocam graves perdas, têm baixa incidência e sintomas diferentes e as prin- cipais são as podridões das raquetes da base e raízes, provocadas pelo fungo Erwinia subsp. carotovora (Jones) e a podridão das raquetes primárias e secundárias, provocadas pelos fun- gos Lasiodiplodia theobromae (Pat.) Sclerotium rolfsii Sacc, Scytalidium lignicola Pes., Fusarium solani (Mart.) Sacc., Macrophoma sp., Pollaccia sp. e Rhizoctonia solani Kühn (SANTOS et al., 2006). Colheita A palma forrageira pode ser colhida quando necessária, a partir de um ano de ida- de sem perda de qualidade o que confere maior Palma forrageira: cultivo e utilização na alimentação de bovinos 87 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 produtividade e estabilidade aos sistemas de produção animal na região semiárida até os quatro anos de idade. Estas características fa- zem com que a palma tenha aumentado a área de cultivo (FARIAS et al., 1984; FARIAS; DU- BEUX JUNIOR e SANTOS et al., 2005). De acordo Silva e Santos et al. (2006), o início da colheita depende do desenvolvimento da cultura que pode ser afetado pelas condições de clima e do solo e, comumente, é feita com 1,5 a 2 anos após o plantio (FOTOGRAFIA 5). Se- gundo estes autores, após a primeira colheita as demais podem ser anuais e a colheita manual é a maneira mais racional, mesmo com maior custo. Fotografia 7 – Plantio de palma com dois anos (ponto de colheita) Fonte: Disponível em: https://goo.gl/khZoer, 2013. Segundo Santos et al. (1998), a palma pode ser colhida em grandes quantidades a fim de reduzir custos de mão de obra e transporte, pois ao estudarem períodos de armazenamento de 0; 8 e 16 dias do material colhido não obser- varam diferenças nos teores de MS, PB e FDN e na produção do leite das vacas. Custos de implantação Os custos com a implantação da pal- ma forrageira podem ser diluídos ao longo dos anos pelo fato da cultura ser perene, já que comumente um palmal pode durar mais de 19 anos, desde que manejado adequadamente. Maximizar a utilização das raquetes durante o plantio ajuda a minimizar o custo de implantação e em situações de baixa disponibilidade é reco- mendada a produção de mudas em pequenos canteiros para expansão futura a médio e longo prazo (GUIMARÃES et al., 2014). O custo com aquisição de mudas pode representar, aproxi- madamente, 53% do custo total de implantação, o que demonstra que a estratégia de produzir as próprias mudas pode reduzir o custo de implan- tação do palmal (REIS FILHO, 2013). Entretanto, o alto custo de implantação da palma pode ser compensado pela alta produ- tividade, principalmente, no sistema adensado, além de permitir aos produtores rurais ter gran- de quantidade de alimento disponível, mesmo em períodos críticos de seca. Valor nutricional e utilização da palma forra- geira na alimentação de bovinos A palma forrageira apresenta carac- terísticas peculiares quanto a sua composição química comparada a outros volumosos comu- mente utilizados na alimentação de bovinos(TABELA 4). A palma forrageira apresenta baixo teor de MS, em torno de 10%, com variação ob- servada de 6,07 a 16,57%, o que limita a sua inclusão em dietas de bovinos pela pequena densidade de nutrientes. Além disso, também apresenta baixo teor de PB, comumente, entre 4 a 5% da MS, o que exige a maior inclusão de ingredientes protéicos nas formulações para os bovinos. Marques, O. F. C. et al. 88 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 Tabela 4 – Composição química de três cultivares de palma forrageira (Gigante, Redonda e Miúda) e das silagens de milho e sorgo Autores Forragem MS (%) PB (%) FDN (%) CNF (%) Ramos et al. (2011) Gigante 9,15 4,5 27,53 52,04 Araújo et al. (2004) Gigante 7,62 4,53 27,69 55,63 Frei Paulo (2011) Redonda 6,07 5,21 27,05 46,79 Santos et al. (1989) Redonda 16,56 2,55 - - Frei Paulo (2011) Miúda 7,76 9,64 32,81 42,27 Araújo (2002) Miúda 13,08 3,34 16,60 71,17 Valadares Filho et al. (2006) Várias 10,20 4,95 32,06 57,29 Valadares Filho et al. (2006) S. Sorgo 30,82 6,69 61,44 25,04 Valadares Filho et al., 2006 S. Milho 30,92 7,96 55,41 34,39 MS = matéria seca; PB = proteína bruta; FDN= fibra insolúvel em detergente neutro; CNF = carboidrato não fibroso; S. Milho = silagem de milho; S. Sorgo = silagem de sorgo Fonte: Elaborada pelos autores, (2017). Comparado aos dois tipos de silagens, as três cultivares da palma forrageira apresenta- ram menores teores de MS, PB e FDN e maior teor de CNF. Entretanto, observou-se variação dos nutrientes entre os cultivares o que, prova- velmente, aconteceu devido as diversas condi- ções ambientais e de manejo a que foram sub- metidas. Ressalta-se o teor de CNF da palma forrageira variou de 42,27% a 71,17 %, com mé- dia de 57% da MS, valores que podem atingir o dobro do que, comumente, é observado para silagens de milho e sorgo. Além disso, apresen- ta teores de FDN que podem ser 50% inferio- res aos observados para as silagens (TABELA 4). Esta composição dos carboidratos pode ser considerada uma grande vantagem nutricio- nal da palma forrageira, pois representa maior porção dos carboidratos mais degradáveis no rúmen e, consequentemente, melhor aprovei- tado pelos bovinos. Entretanto, trata-se de um alimento desbalanceado quanto aos nutrientes e por isso deve ser incluído de forma criteriosa para que tenha melhor aproveitamento do mes- mo pelos animais, principalmente, aqueles de maior exigência nutricional. A palma forrageira pode ser utilizada de diferentes maneiras, desde picada fresca e fornecida como alimento único ou como com- ponente de dieta completa (mais recomendada) até em sistema de pastejo direto na alimentação de bovinos. Aguiar et al. (2015) avaliaram a utiliza- ção da palma forrageira em dietas de novilhas leiteiras confinadas e verificaram a redução da ingestão de MS (3,09; 3,20; 2,89 e 2,51% do peso corporal) respectivamente, com a inclu- são crescente de palma na dieta (0; 200; 400; 600 g kg-1 de MS). Este efeito pode ser expli- cado pela diminuição do teor MS da dieta total, conforme o aumento progressivo dos níveis de inclusão de palma. Não houve diferença na altu- ra da cernelha, perímetro torácico e conversão alimentar para os diferentes níveis de palma na dieta, porém houve redução do peso corporal fi- nal (260,83; 264,00; 256,33 e 222,33 g kg-1) de acordo com o aumento da palma na dieta, res- pectivamente, 0; 200, 400 e 600 g kg-1. De acordo com Silva et al. (2007), as vacas em lactação podem ser alimentadas com dieta a base de palma, associada a silagem de sorgo, feno de capim elefante, tifton e bagaço de cana, sem que haja interferência na digestibili- dade e ingestão de MS ou na produção de leite. Segundo os autores, há complementariedade entre a palma e as fontes de volumosos, desde que empregados em formulações balanceadas com limites adequados de FDN, CNF e correção dos teores de PB para atender os requisitos nu- tricionais dos diferentes estágios de lactação e produção de leite. Palma forrageira: cultivo e utilização na alimentação de bovinos 89 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 O alto teor de CNF (55%) e o baixo teor de FDN (28,47%) proporciona boa condição para a utilização junto com alimentos fibrosos (FERREIRA, 2005; SOSA, 2004). De acordo com Andrade et al. (2002), a inclusão da palma em grandes quantidades nas dietas pode au- mentar excessivamente os teores de CNF com consequente redução da digestibilidade dos nutrientes. Provavelmente, este efeito aconte- ce pelo abaixamento do pH do rúmen a ponto de prejudicar a degradação da porção fibrosa da dieta. Estes autores relataram que vacas da raça Holandês alimentadas com palma forragei- ra (Opuntia ficus-indica Mill) em substituição à silagem de sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moen- ch), apresentaram digestibilidade média para FDN, FDA, CNF e carboidratos total, respectiva- mente, de 65,67; 67,21; 93,10 e 80,14% para a inclusão de palma na dieta de 8,88; 13,17; 17,18 e 20,25% da MS total. Para a formulação de dietas completas de vacas lactantes é recomendado o mínimo de 25% do FDN (o qual 17% deste devem ter origem em volumosos) e com máximo 40% de CNF para que não haja efeitos sobre o consumo e digestibilidade dos nutrientes o que ressalta a importância de conhecer a composição química da palma forrageira para sua inclusão em dietas (NRC, 2001; ANDRADE et al., 2002). Para Santos et al. (2006), a palma é ali- mento de alto valor energético com digestibili- dade maior que a silagem de milho, porém não deve ser fornecida sozinha e recomendou a in- clusão máxima em até 40 a 50% da MS na dieta de bovinos. Araújo et al. (2004) ao avaliarem duas cultivares de palma forrageira (Gigante e Miú- da) com níveis de inclusão de 36 e 50% da MS no concentrado com e sem a inclusão de milho para vacas mestiças em lactação observaram produção e teor gordura do leite semelhantes. Segundo os autores, as cultivares miúda e gi- gante não influenciaram o consumo de MS. De acordo com Wanderley (2002) é importante que dietas com palma forrageira te- nham a correta associação com alimentos ricos em fibra. Segundo os autores, a palma forrageira substituiu a silagem de sorgo em 12, 24 e 36% da MS em dietas completa para vacas da raça Holandês após o pico de lactação com média de produção diária de 27 kg sem que houvesse variações significativas na produção de leite cor- rigido e não corrigido para 3% de gordura, além de não ter sido evidenciado distúrbios digesti- vos. Mattos et al. (2000) não observaram di- ferença na produção de leite corrigido a 4% para gordura de vacas mestiças com média de pro- dução de 13 kg/leite/dia em dietas com palma forrageira associada a silagem de sorgo (38% de palma), bagaço de cana-de-açúcar hidrolisa- do (45,7% de palma), bagaço de cana in natura (55,4% de palma), sacharina (40,4% de palma) mais suplementação com concentrado para to- das as dietas. Ferreira et al. (2009a) avaliaram dife- rentes concentrações de ureia (1,38; 0,38; 0,88; 0,90 e 1,11%) respectivamente em dietas com- pletas de vacas da raça Holandês a base de palma forrageira para os níveis (50,05; 49,81; 46,66; 48,38 e 49,72% da MS) e diferentes volu- mosos, respectivamente, bagaço de cana, feno de capim-tifton, feno de capim elefante, silagem de sorgo e silagem de sorgo mais bagaço de cana. Os autores não observaram diferença na produção de leite que apresentou média de 17,5 kg/dia. Segundo os autores, não houve diferen- ça na síntese de proteína microbiana no rúmen e nos níveis de N-uréico do plasma sanguíneo e do leite, provavelmente, pela melhor utilização da amônia no rúmen causada pelo alto teor de CNF da palma o que contribuiu para o sincronis- mo do nitrogênio e energia nas diferentes die- tas. Ferreira et al. (2009b) relataram que a palma forrageira tem cada vez mais despertado o interesse de produtores das regiões semiá- ridas pela sua inclusão na dieta de diferentes categoriasde bovinos em diferentes formas e assim ter menor dependência de insumos de maior custo, principalmente, o milho. Os autores relataram que em dietas com inclusão entre 64 a 70% de palma para novilhas da raça Holandês e 5/8 Holandês x Gir, o ganho médio diário va- riou de 0,43 a 1,20 kg/dia o que demonstrou o potencial de utilização desta forrageira para alto desempenho de bovinos. Além do fornecimento da palma aos ani- mais de forma picada ou em dietas completas a mesma pode ser fornecida por meio do pastejo direto. O pastejo direto tem como vantagens a redução de gastos com mão de obra para a co- lheita. Entretanto, essa técnica requer manejo adequado do pastejo, pois os animais podem causar danos às plantas e reduzir a vida útil do palmal. Além disso, em áreas adensadas essa Marques, O. F. C. et al. 90 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 técnica tem maior dificuldade de implantação (FARIAS; DUBEUX JUNIOR e SANTOS et al., 2005). Não foram obtidos resultados com bovi- nos em pastejo da palma. Conclusão A palma forrageira é importante alter- nativa para o cultivo e alimentação animal em condições semiáridas, devido a sua alta adapta- ção à seca, boa produtividade de matéria seca e ao bom valor nutricional. O plantio deve ser fei- to com cultivares resistentes as cochonilhas do carmim. O seu nível de inclusão na dieta deve ser de acordo com os níveis de CNF da dieta para atender as necessidades dos animais. A palma apresenta potencial para utilização em bovinos de alta produção desde que inclusa de maneira adequada em dietas balanceadas. Referências AGÊNCIA SERGIPE DE NOTÍCIAS. Governo incentiva produção de palma na caatinga. 2008. Disponível em: <https://goo.gl/aLtlSO> Acesso em: 17 abr. 2017. AGUIAR, M. S. M. A. et al. Palma forrageira em dietas de novilhas leiteiras confinadas: desempenho e viabilidade econômica. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 36, n. 2, p. 1013-1030, 2015. ALBUQUERQUE, S. G. Cultivo da palma forrageira no Sertão do São Francisco. Petrolina: Embrapa Semi-Árido, 2000. (Comunicado Técnico, 91). ALMEIDA, R. F. Palma forrageira na alimentação de ovinos e caprinos no semi-árido brasileiro. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 7, n. 4, p. 08-14, 2012. ALVES, R. N. et al. Produção de forragem pela palma após 19 anos sob diferentes intensidades de corte e espaçamentos. Revista Caatinga, Mossoró, v. 20, n.4, p. 38-44, 2007. ANDRADE, D. K. B. et al. Digestibilidade e absorção aparentes em vacas da raça Holandesa alimentadas com palma forrageira (Opuntia fícus-indica Mill) em substituição à silagem de sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench). Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 31, n. 5, p. 2088-2097, 2002. ANAYA-PÉREZ, M. A. History of the use of Opuntia as forage in Mexico. Itália: FAO, 2001. APEZZATO-DA-GLÓRIA, B.; GUERREIRO, S. M. C. Anatomia vegetal. 2. ed. Viçosa: UFV, 2006. 438 p. ARAÚJO, P. R. B. et al. Substituição do milho pela palma forrageira em dietas para vacas em lactação. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 33, n. 6, p.1850-1857, 2004. (Suplemento, 1). BEZERRA, B. G. et al. Zoneamento agroclimático da palma forrageira (Opuntia sp.) para o estado da Paraíba. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 18, n. 7, p. 755-761, 2014. CARVALHO FILHO, O. M. et al. Produção de Leite no Semi- Árido do Brasil. Juiz de Fora: Embrapa, 2002. Disponível em: < https://goo.gl/oGnxRl >. Acesso em: 12 abr. 2017. CAVALCANTI, M. C. A. et al. Consumo e comportamento ingestivo de caprinos e ovinos alimentados com palma gigante (Opuntia ficus indica Mill) e palma orelha de elefante (Opuntia sp). Acta Scientiarum. Animal Sciences, Maringá, v. 30, n. 2, p. 173- 179, 2008. CAVALCANTI, L. A. D. et al. Respostas de genótipos de palma forrageira a diferentes densidades de cultivo. Pesquisa Agropecuária Tropical (Agricultural Research in the Tropics), v. 44, n. 4, p. 424-433, 2014. CAVALCANTI, V. A. L. B. et al. Controle das cochonilhas da palma forrageira. Boletim IPA Responde, n. 39, p.1-2, 2001. CARIRI ELETRÔNICO. Produtores rurais de Serra Branca aprendem cultivar palma forrageira e práticas de convivência com estiagem. 2013. Disponível em: < https://goo.gl/z0jTgu >. Acesso em: 14 jun. 2016. CUNHA, D. N. F. V. et al. Morfometria e acúmulo de biomassa em palma forrageira sob doses de nitrogênio. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v. 13, p. 1156-1165, 2012. DEFESA AGROPECUÁRIA. Adeal ensina produtores a protegerem palmais da cochonilha do carmim. 2010. Disponível em: < https://goo.gl/e4rBbG >. Acesso em: 24 nov. 2016. DUBEUX JÚNIOR, J. C. B. et al. Adubação mineral no crescimento e composição mineral da palma forrageira – Clone IPA-20. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v.5, n. 1, p.129-135, 2010. DUBEUX JÚNIOR, J. C. B. et al. Productivity of Opuntia fícus indica (L) Miller under different N and P fertilization and plant population in north- east Brasil. Journal of Arid Enviroments, v. 67, n. 3, p. 357-372, 2006. EMBRAPA. Combate à fome no semiárido piauiense. 2015. Disponível em: < https://goo.gl/8CeX7E >. Acesso em: 03 jul. 2016. FARIAS, I.; SANTOS, D. C.; DUBEUX JUNIOR, J. C. B. Estabelecimento e manejo da palma forrageira. In: MENEZES, R. S. C.; SIMÕES, D. A.; SAMPAIO, E. V. S. B. A palma no Nordeste do Brasil: conhecimento atual e novas perspectivas de uso. Recife: Editora Universitária da UFPE, p. 81-104. 2005. Palma forrageira: cultivo e utilização na alimentação de bovinos 91 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 FARIAS, I. et al. Controle de plantas daninhas na cultura da palma forrageira (Opuntia ficus-indica Mill) In: Congresso Nordestino de Produção Animal, 1., 2000, Fortaleza. Anais... Fortaleza: SNPA, p.89. 1998. FARIAS, I. et al. Cultivo da palma forrageira em Pernambuco. Recife: IPA-PE, 1984. (Instruções Técnicas, 21). FARIAS, I. et al. Manejo de colheita e espaçamento da palma forrageira, em consórcio com sorgo granífero no Agreste de Pernambuco. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v.35. p.341-347, 2000. FELKER, P. Forage and fodder production and utilization. In: BARBERA, G.; INGLESE, P.; PIMIENTA-BARRIOS, E. (Ed.). Agro-ecolo gy, cultivation and uses of cactus pear. Roma: FAO, 1995. p. 144-154. (Plant Production and Protection, 132). FELKER, P. et al. Comparison of Opuntia fícus-indica varieties of Mexican and Agentine origin for fruit yield and quality in Argentina. Journal of Arid Environments, v. 60, n. 3, p.405- 422, 2005. FELKER, P.; RUSSELL, C. E. Effects of herbicides and cultivation on the growth of Opuntia in plantations. Journal of Horticultural Science, v. 63, n. 1, p.149-155, 1988. FERREIRA, M. A. Palma forrageira na alimentação de bovinos leiteiros. Recife: UFRPE, 2005. FERREIRA, M. D. A. et al. Síntese de proteína microbiana e concentrações de ureia em vacas alimentadas com dietas à base de palma forrageira e diferentes volumosos. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, n. 1, p. 159-165, 2009a. FERREIRA, M. D. A. et al. Estratégias na suplementação de vacas leiteiras no semi-árido do Brasil. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, p. 322-329, 2009b. (Suplemento especial). GAVA, C. A. T.; LOPES, E. B. Produção de Mudas de Palma Forrageira Utilizando Fragmentos de Cladódios. Brasília, DF: EMBRAPA Semiárido, 2012. Disponível em: < https:// goo.gl/yO5qm6 >. Acesso em: 01 mar. 2017. GUERRA, M. G. et al. Produção de novos genótipos de palma forrageira no Estado do Rio Grande do Norte. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 42, 2005, Goiânia-GO. Anais... Goiânia-GO, 2005. GUIMARÃES, A. S. et al. Implantação de lavouras de palma forrageira. 2014. (Circular Técnica, 198). Disponível em: < https://goo.gl/rwK23G.>. Acesso em: 01 mar. 2017. HILLS, F. S. Resistência à seca e eficiência no uso da água. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE ALGAROBA, Anais...EMPARN, p. 55-89, 1982. HOFFMANN, W. Taxonomia das Opuntias utilizadas. In: BARBERA, G.; INGLESE, P.; PIMIENTA-BARRIOS, E. (Org.) Agroecologia, Cultivo e Usos da Palma Forrageira. Roma: FAO, Produção e Proteção Vegetal, 1995. p.20-27. Tradução (SEBRAE/PB, 2001). INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA - INMET. Agrometeoroliga. 2016. Disponível em: <www.inmet.gov. br>. Acesso em: 03 jul. 2016. LOPES, E. B.; BRITO, C. H.; BATISTA, I. J. L. Efeito de formas de plantio na produção de cladódios em palma doce. Engenharia Ambiental: Pesquisa e Tecnologia, v. 6, n. 1, p. 303-308, 2009 LOPES, E. B.; SANTOS, D. C.; VASCONCELOS, M. F. Cultivo da Palma forrageira. In: LOPES, E.D. (Org.) Palma forrageira: cultivo, uso atual e pespectivas de utilização no semiárido nordestino, João Pessoa: EMEPA, 2012. p. 21-60. MAFRA, R. C. et al. Posição e número de artículos no plantio da palma Gigante (Opuntia fícus-indica Mill.). In: REUNIÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 21. Anais... SBZ. p.330, 1974. MATTOS, L. M. E. et al. Associação da palma forrageira (Opuntia ficus indica Mill) com diferentes fontes de fibra na alimentação de vacas 5/8 Holandês-Zebu em lactação. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 29, n. 6, p. 2128-2134, 2000. MELO, A. A. S. et al. Substituição parcial do farelo de soja por uréia e palma forrageira (Opuntia fícus indica Mill) em dietas para vacas em lactação. I. Desempenho. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n. 3, p.727-736, 2003. MENEZES, R. S. C. et al. Produtividade de palma em propriedades rurais. In: MENEZES, R. S. C; SIMÕES, D. A.; SAMPAIO, E V. S. B. (Org.). A palma no nordeste do brasil, conhecimento atual e novas perspectivas de uso. Recife: UFPE, 2005. p.129-140. NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrients requirements of the dairy cattle. 7. ed. Washington, D.C: National Academies Press, 2001. NEVES, A. L. A. et al. Plantio e uso da palma forrageira na alimentação de bovinos no semiárido brasileiro. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. (Comunicado Técnico, 62). NOBEL, P. S. Remarkable agaves and cacti. New York: Oxford University Press, 1994. NOBEL, P. S.; HARTSOCK, T. L. Physiological responses of Opuntia ficus-indica to growth temperature. Physiologia Plantarum, v.60, n.1, p.98-105, 1984. OLIVEIRA, F. T. et al. Palma forrageira: adaptação e importância para os ecossistemas áridos e semiáridos. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 5, n. 4, p. 27-37, 2010. ORONA-CASTILLO, I. et al. Extracción nutrimental de nopal- verdura bajo condiciones de riego por goteo. Journal of the Professional Association for Cactus Development , v. 6, 2004. https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/930562/producao-de-mudas-de-palma-forrageira-utilizando-fragmentos-de-cladodios Marques, O. F. C. et al. 92 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 PEIXOTO, M. J. A. Crescimento vegetativo, produção e composição químicobromatológica da palma forrageira consorciada com cajá (spondias spp). 2009. 71f. Tese ((Doutorado em Zootecnia) - Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Zootecnia,Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2009. RAMOS, J. P. F. et al. Crescimento vegetativo de Opuntia ficus-indica em diferentes espaçamentos de plantio. Revista Caatinga, v. 24, p. 41-48, 2011. REGO, M. M. T. et al. Morfologia e Rendimento de Biomassa da Palma Miúda Irrigada sob Doses de Adubação Orgânica e Intensidades de Corte. Revista Científica de Produção Animal, v. 16, n. 2, p. 118-130, 2015. REIS FILHO, R. J. C. Estudo de Viabilidade Técnico- econômica da produção de forragens em áreas irrigáveis. LEITE & NEGÓCIOS CONSULTORIA, 2013. Disponível em: < http://www.leiteenegocios.com.br/ln/ >. Acesso em: 19 maio 2016. ROCHA, J. E. S. Palma Forrageira no Nordeste do Brasil: estado da arte. Embrapa Ovinos e Caprinos. 2012. (Documentos, 61). Disponível em: < Palma Forrageira no Nordeste do Brasil: estado da arte >. Acesso em: 12 abr. 2017. RODRÍGUEZ, S. B.; PERÉZ, F. B.; MONTENEGRO, D. D. Eficiencia fotosintética delnopal (Opuntia spp.) en relación con la orientación de sus cladodios. 1975. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Chapingo, Colegio de PostGraduados, México, 1975. SAMPAIO, E. V. S. B. Fisiologia da palma. In: MENEZES, R. S. C.; SIMÕES, D. A.; SAMPAIO, E. V. S. B. A palma no nordeste do Brasil: conhecimento atual e novas perspectivas de uso. 2 ed. Editora Universitária da UFPE. Recife. v. 2, p.43-63. 2005. SANTOS, D. C et al. Adensamento e freqüência de cortes em cultivares de palma forrageira (Opuntia e Nopalea). In: REUNIÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, Anais... Botucatu: SBZ, p.512-514, 1998. SANTOS, D. C. Utilização da palma e outras alternativas alimentares na produção de leite no semi-árido. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE PECUÁRIA DE LEITE, Anais... Salvador: SEAGRI, 1995. p. 75-82, 1995. SANTOS, D. C. et al. de. Manejo e utilização da palma forrageira (Opuntia e Nopalea) em Pernambuco: cultivo e utilização. Recife: IPA, 2002. (Documentos, 30). SANTOS, D. C. et al. Manejo e utilização da palma forrageira (Opuntia e Nopalea) em Pernambuco. Recife: IPA, 2006. (Documentos, 30). SANTOS, M. V. F. et al. Palma forrageira. Viçosa: UFV, 2010. SANTOS, D. C. et al. Níveis de nitrogênio e fósforo em palma forrageira (Opuntia fícus – indica Mill) clone IPA -20 sob dois espaçamentos. In: CONGRESSO NORDESTINO DE PRODUÇÃO ANIMAL, 6., Petrolina. Anais... Petrolina: Embrapa, 2006. SCHEINVAR, L. Taxonomía de las Opuntias utilizadas. Agroecología, cultivo, y usos del nopal”. Estudio FAO Producción y Protección Vegetal, n. 132, 1999. SENAR RN. Pesquisa sobre uso da palma está à espera de aprovação. Natal, 2015. Disponível em: < https://goo.gl/ UK2Esj >. Acesso em: 03 jul. 2016. SILVA, C. C. F.; SANTOS, L. C. Palma forrageira(Opuntia ficus-indica Mill) como alternativa na alimentação de ruminantes. Revista Eletrônica de Veterinária, v. 7, n. 10, p. 1-13, 2006. SILVA, L. M. et al. Produtividade da palma forrageira cultivada em diferentes densidades de plantio. Ciência Rural, v. 44, n. 11, p. 2064-2071, 2014. SILVA, J. A. palma forrageira cultivada sob diferentes espaçamentos e adubações química. 2012. 78f. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Programa de Pós-Graduação em Zootecnia - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, . Vitória da Conquista, 2012. SILVA, R. R. et al. Palma forrageira (Opuntia ficus indica Mill) associada a diferentes volumosos em dietas para vacas da raça Holandesa em lactação. Acta Scientiarum. Animal Sciences, v. 29, n. 3, p. 317-324, 2007. SNYMAN, H. A. A greenhouse study on root dynamics of cactus pears, Opuntia ficus-indica and Opuntia robusta. Journal of Arid Environments, v. 65, n. 4, p. 529-542, 2006. SOLANO, J.; ORIHUELA, A. Supervivencia y produccíon de nopal para verdura (Opuntia fícus-indica) utilizando fraciones mínimas. Journal of Professional Association for Cactus Development, v. 1, p.198-208, 2008. SOSA, M. Y. Efeitos de diferentes formas de fornecimento de dieta à base de palma forrageira sobre o comportamento ingestivo de vacas holandesas no terço médio da lactação. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2004. SOUZA, L. S. B. et al. Indicadores climáticos para o zoneamento agrícola da palma forrageira (Opuntia sp.). In: JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA EMBRAPA SEMIÁRIDO, 3, 2008, Petrolina. Anais... Petrolina: Embrapa Semi-Árido, p.23-28, 2008. SUDZUKI-HILLS, F. Anatomia e fisiologia. In: AGROECOLOGIA, CULTIVO E USOS DA PALMA FORRAGEIRA. João Pessoa: SEBRAE, p. 28-34, 2001. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3.ed. Porto Alegre: ARTMED, 2004. TELES, M. M. et al. Efeito da adubação e do uso de nematicida na composicao quimica da palma forrageira (Opuntia ficus-indica Mill). Revista Brasileira de Zootecnia, Vicosa, v. 33, n. 6, p. 1992- 1998, 2004. (Suplemento, 2). TELES, M. M. et al.Efeitos da adubação e de nematicida no crescimento e na produção da palma forrageira (Opuntia fícus-indica Mill.) cv. Gigante. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n. 1, p.52-60, 2002. Palma forrageira: cultivo e utilização na alimentação de bovinos 93 Cad. Ciênc. Agra., v. 9, n. 1, p. 75-93, 2017 - ISSN 2447-6218 VALADARES FILHO, S. C. et al. Tabelas brasileiras de composição de alimentos para bovinos. Viçosa: UFV, 2006. VASCONCELOS, A. G. V. et al. Seleção de clones de palma forrageira resistentes à cochonilha do carmim (Dactylopius sp.). Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, n. 5, p. 827- 831, 2009. VIDAL, W. N.; VIDAL, M. R. R. Botânica-organografia; quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos. Viçosa : UFV, 2003. WANDERLEY, W. L. Palma Forrageira (Opuntia-ficus-indica Mill) em Substituição à Silagem de Sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) na Ração de Vacas Holandesas em Lactação. Revista Científica de Produção Animal, v. 31, n. 1, p. 273- 281, 2002. WARUMBY, J. F. et al. Pragas da palma. In: MENEZES, R. S. C; SIMÕES, D. A.; SAMPAIO, E.V.S.B (Eds.). A palma no Nordeste do Brasil. Recife: UFPE Editora Universitária, 2005. _GoBack
Compartilhar