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Behaviorismo radical
Bases Filosóficas & Noção de Ciência Em Análise do Comportamento
Fernando Pereira Domingos
Causalidade e Explicação no behaviorismo radical 
Skinner (1953/1965, p. 35), portanto, resume o princípio externalista e sua importância para a noção de causalidade (ou análise funcional) para o behaviorismo radical ao defender que “as variáveis externas das quais o comportamento é uma função providenciam o que pode ser chamado de análise causal ou funcional.”
- Por que as flores caem no outono e não na prima vera? 
- Por que tocar bateria?
- Por que as coisas caem para baixo e não para cima? 
- Por que fulano fez aquilo? 
Causalidade e Explicação no behaviorismo radical 
Essas perguntas são apenas exemplo de um traço bastante característico do comportamento humano: queremos explicar tudo o que acontece ao nosso redor , principalmente aquilo que as pessoas (ou nós mesmo) fazem ou deixa de fazer.
Em um sentido amplo, explicar significa apontar as causas e alguma coisa. Quando fazemos a pergunta “Por que fulano agiu daquela forma?”, estamos perguntando “o que causou aquele comportamento”. 
Por que isso ocorre? Por que essa divergência? Essa “confusão” ocorre por um simples motivo: existem diversos modelos explicativos na Psicologia - e nas ciências em geral. 
Um modelo explicativo refere-se, de maneira geral, ao modo como se explicam e se apontam as causas de um dado fenômeno. 
Causalidade e Explicação no behaviorismo radical 
Por exemplo, imagine o caso de um rapaz que tem dificuldades de iniciar e manter uma conversa com uma garota que ele ache atraente. Uma forma de explicar essa dificuldade é dizer que o rapaz é tímido, introvertido. Outra é dizer que ele tem medo de ser rejeitado, ou que tem baixa autoestima, ou, ainda, que hoje esse rapaz tem essa dificuldade porque em outras vezes que abordou uma garota que achou interessante as consequências foram desastrosas.
Causalidade e Explicação no behaviorismo radical 
Skinner (1953/1998) aponta ainda um outro conjunto de causas - equivocadas — do comportamento que ele chamou de causas internas, que são de três tipos: 
• Causas neurais: “colapso nervoso”, “ fadiga mental”. Os acontecimentos do ambiente modificam o sistema nervoso.
• Causas internas psíquicas: É como se um homem interior fosse o responsável pelo comportamento. O homem interior deseja uma ação, o exterior a executa. O homem interior quer, o exterior consegue.
 • Causas internas conceituais: 
 1-Um homem come porque tem fome. “Diz-se que um homem tem fome por que come demais”.
 2- Um homem fuma porque tem o vício. “Diz-se que um homem tem o vício por que fuma demais”
 3-Um homem toca piano muito bem por causa de sua habilidade musical. “Diz-se que um homem tem habilidade musical por que toca muito bem” . 
Explicações desse tipo são perigosas porque (1) descreve - se um único conjunto de fatos com duas afirmações e (2) sugere que já encontramos a causa e não é preciso mais pesquisar.
Causalidade e Explicação no behaviorismo radical 
É comum ouvirmos ou lermos que, para o Behaviorismo, o homem é um ser passivo. Essa afirmação é, no mínimo, equivocada e denota apenas a falta de compreensão de muitos autores sobre a obra de Skinner.
Apenas a análise da frase inicial de O comportamento verbal (Skinner, 1957/1978) já pode nos mostrar que, para o Behaviorismo Radical, o homem é um ser ativo em seu mundo. 
A concepção de homem no behaviorismo radical 
Para o Behaviorismo Radical, o homem é um ser ativo em seu mundo. 
A frase citada anteriormente é composta por, pelo menos, três proposições básicas: 
• Os homens agem sobre seu mundo
• Os homens modificam seu mundo (essas modificações são descritas como as consequências de suas ações) 
• Os homens são modificados pelas consequências de suas ações.
A concepção de homem no behaviorismo radical 
A correta compreensão da proposição de que o homem age sobre o mundo, modificando-o, e sendo modificado por essas mudanças que ele mesmo produziu (Skinner, 1957/1978).
FIM...
 
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