Buscar

curso_de_introducao_a_psicologia_sp__23672

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Seja bem Vindo! 
 
 
Curso Introdução à 
Psicologia 
 
CursosOnlineSP.com.br 
Carga horária: 60 hs 
 
 
 
 
 
Conteúdo Programático: 
Introdução à Psicologia 
Psicologia Científica x Psicologia do Senso Comum 
Comportamento, relações funcionais e meio ambiente 
O Modelo Atual Biopsicossocial do Homem X Modelo Biomédico 
Psicólogos e Psiquiatras 
O estudo de animais para entender o homem 
A subjetividade 
Atribuições e Áreas de Atuação 
A Psicologia e as Práticas Não Psicológicas 
Ética na Psicologia 
Pesquisa: Qual é a Visão das Pessoas sobre a Psicologia? 
Introdução à Psicanálise 
Descobertas e Inovações de Freud 
Principais Descobertas e Acréscimos à Teoria Psicanalítica desde 
Freud 
O Núcleo do Método Psicanalítico e o Setting 
Diferentes Métodos de Tratamento Psicanalítico 
Formação Psicanalítica 
Pesquisa em Psicanálise 
Psicanálise aplicada 
Introdução à Hipnoterapia (Hipnose Terapêutica) 
Como é Realizada uma Sessão de Hipnoterapia? 
Aplicações e Benefícios da Hipnoterapia 
Bibliografia 
 
 
 
Introdução à Psicologia 
 
Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano, as 
interações dos organismos com o seu ambiente. 
Dependendo do enfoque e conhecimento de homem que está 
sendo utilizado, a psicologia pode ter vários conceitos, dentre eles: 
ciência que estuda os seres humanos e seus processos psíquicos. 
Todorov (1999) definiu a psicologia como sendo a ciência que estuda 
a mente e o comportamento. Para que a definição seja inteligível, 
é necessário saber o que é mente e o que é comportamento. 
O conceito “ciência que estuda o comportamento humano” pode 
ser completo se entendermos e buscarmos nos aprofundar nos 
conceitos de ciência, comportamento e homem. Se soubermos 
descrever o que é ciência, o que é comportamento humano e quem 
é esse homem estudado pela psicologia (caso mais complexo, 
mais filosófico) estaremos entendo o conceito de psicologia aqui 
apresentado. 
 
 
Psicologia Científica x Psicologia do Senso Comum 
 
O tipo de conhecimento que vamos acumulando no nosso 
cotidiano é chamado de senso comum, veja os exemplos: 
a) a dona de casa, quando usa a garrafa térmica para manter o café 
quente, sabe por quanto tempo ele permanecerá razoavelmente 
quente, sem fazer nenhum cálculo complicado e, muitas vezes, 
desconhecendo completamente as leis da termodinâmica. 
 
b) a professora sabe que se recompensar a boa disciplina do aluno 
do curso primário com uma estrelinha no caderno, pode aumentar 
a frequência de comportamento obediente desse aluno na sala de 
aula. 
 
c) a mesma recompensa da letra “b” pode servir de exemplo para 
os outros alunos. 
 
d) a namorada sabe que se marcou um encontro com o namorado 
para às 20h e ele chegou às 21h, pode ficar de cara fechada com 
intenção de puni-lo por tê-la feito esperar. 
Na letra “a” a pessoa sem saber sobre Física sabe conseguir o 
efeito esperado no ambiente. Nas letras “b”, “c", “d”, as pessoas 
agiram com intenção de modificar o comportamento de alguém, 
mas sem saber de leis ou teorias da psicologia. 
O conhecimento do senso comum é intuitivo, espontâneo, de 
tentativas e erros. É um conhecimento importante porque sem ele 
a nossa vida no dia-a-dia seria muito complicada. O senso comum 
percorre um caminho que vai do hábito à tradição, que passa de 
geração para geração. Integra de um modo o conhecimento 
humano. 
A utilização de termos como ‘rapaz complexado’, ‘mulher louca’, 
‘menino hiperativo’ expressa a comunicação do senso comum 
acerca do comportamento humano, que muitas vezes não ocorre 
de maneira científica. Os termos podem até ser da psicologia 
científica, mas são usados sem a preocupação de definir as 
palavras. 
Ciência é um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade obtidos 
por meio de metodologia científica. 
 
Quando buscamos definir, descrever e prever comportamentos 
estamos fazendo ciência. O cientista do comportamento (da 
psicologia) não fica satisfeito com conceitos generalizados e 
rotulados (complexado, louco, “nasceu assim”) sem compromisso 
e apenas baseados em ‘achismos’ e observações superficiais. Ele 
quer observações sistematizadas, conhecimento metodológico, 
experimentado, testado, comprovado. 
Exemplo: ‘mulher louca’ , o que é loucura? Quais os sintomas? 
Que tipo de loucura? 
Quando fazemos ciência, baseamo-nos na realidade cotidiana e 
pensamos sobre ela. Quando bem utilizada, a ciência permite que 
o saber seja transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido. 
B.F. Skinner, no livro Ciência e Comportamento Humano, diz que ciência é 
uma disposição de tratar com os fatos, de preferência, e não com 
o que se possa ser dito sobre eles. Aceitar os fatos, mesmo quando 
eles são opostos aos desejos. 
 
 
 
Então, por que a psicologia é ciência? 
O psicólogo contribui para a produção do conhecimento científico 
da psicologia através da observação, descrição e análise dos 
processos comportamentais. 
Algumas características que descrevem a psicologia como ciência 
são: 
- Objeto específico de estudo = homem (no sentido mais amplo). 
Entretanto, é preciso saber que a concepção de homem que o 
profissional traz consigo mesmo “contamina” inevitavelmente a sua 
pesquisa em psicologia. 
 
- Linguagem precisa e rigorosa = não utiliza termos do senso comum sem 
preocupação conceitual. 
 
- Métodos e técnicas específicas = entrevistas estruturais, testes, técnicas 
de terapia, dentre outras, obtidas de maneiras programadas, 
sistemáticas e controladas, para que se permita a verificação da 
validade da ciência e permitindo a reprodução da experiência. 
 
- Processo cumulativo do conhecimento = Um novo conhecimento é 
produzido sempre a partir de algo anteriormente desenvolvido. 
Negam-se, reafirmam-se, descobrem-se novos aspectos, e assim 
a ciência avança. 
 
- Objetividade = possibilidade de verificação com o máximo de 
isenção de emoção possível. 
 
 
Comportamento, Relações Funcionais e Meio Ambiente 
 
Comportamento: 
 
- Ações – evento público 
- Pensamentos – evento privado 
- Sentimentos – evento privado 
 
Eventos públicos (agir): 
 
- Conjunto de comportamentos visíveis desenvolvidos pelo 
organismo. Ex: escrever, andar, piscar, beijar. 
Eventos privados (sentir e pensar): 
 
- Sentir: Emoções, Sensações, Sentimentos 
- Pensar: Pensamentos, Conceitos, Fantasias, Imaginações, 
Raciocínio, Tomada de decisões 
O Sentir: 
 
 
 
Sensações: respostas sensoriais aos estímulos ambientais, uma 
percepção direta do nosso estado corporal. Ex: sentir fome, sono, 
sede, frio, calor. 
São respostas as variáveis organísmicas, químicas, como por 
exemplo: drogas, alimentos, medicamentos, os processos 
metabólicos do organismo, a química cerebral que pode levar a 
mudanças comportamentais. 
Nossos órgãos sensoriais detectam todo o conhecimento que 
temos do mundo. 
Ex: temos células fotoelétricas no olho. O comprimento das ondas 
é a mesmo que chega aos olhos de todas as pessoas, mas o que 
é diferente é como cada um percebe esse ver. Isso é evento 
interno e, portanto, subjetivo. 
Não podemos sentir o que outro sente, por isso é um 
comportamento privado de quem está sentindo. Nesse sentido 
somos solitários no mundo. Só você sente o que você sente. 
Emoções: é a nossa capacidade de perceber os mais variados 
sentimentos. Alegria, tristeza, medo e raiva são as emoções 
principais. 
 
Sentimentos: vergonha, ânimo, desânimo, amor, prazer, inquietação, 
inadequação, humilhação, importância, satisfação e outros tantos. 
Ex: sentir tristeza e vazio quando está em tensão pré-menstrual. 
O lado emocional está equilibrado e saudável quando apresenta a 
capacidade de perceber os mais variados sentimentos em 
conformidade com a situação vivenciada. Quando estou 
vivenciando uma perda, me entristeço; quando estou sendo 
injustiçada, me enraiveço; quando ocorre a frustração de um sonho 
ou de um projeto, fico desanimada; quando meu time ganha, fico 
alegre; se algo muito importante para mim se concretiza, exulto. 
O Pensar:Nosso pensar (fantasias, imaginações, raciocínio, etc.) estão 
controlados por eventos antecedentes e possuem consequências. 
Esses eventos estão no meio ambiente. 
Meio ambiente: Não se pode entender comportamento sem um 
contexto, sem a descrição de eventos antecedentes e 
consequentes do evento descrito. Por isso os conceitos de 
comportamento e ambiente são interdependentes, um não pode 
ser definido sem referência ao outro. 
O agir, o sentir e o pensar estão em função de variáveis ambientais 
(meio ambiente) que são os eventos antecedentes e 
consequentes. O comportamento do homem interage 
constantemente com os estímulos que antecedem o seu 
comportamento, assim como o comportamento está 
constantemente gerando consequências no ambiente e sendo 
influenciado por elas. 
Relação funcional: antecedentes, comportamento, consequentes 
 
 
Meio ambiente (estímulos): as influências sobre o organismo que 
determinam o comportamento; tudo aquilo que afeta o 
comportamento. Um estímulo é um ‘pedaço’ do ambiente que pode 
ser interno ou externo ao organismo. 
 
- Os homens agem sobre o mundo, modificam-no e, por sua vez 
são modificados pelas consequências de sua ação (Skinner, 1978). 
Assim, além de conhecer o organismo e as suas interações, é 
necessário conhecer os diversos ambientes o qual um organismo 
pode se interagir. 
 
- O ambiente que o indivíduo interage pode ser analisado sob dois 
prismas (Todorov, 1999): 
 
- O ambiente externo, dividido em físico e social, 
- O ambiente interno dividido em biológico e histórico. 
O ambiente externo é alterado pelo comportamento por meio de 
ações mecânicas sobre ele e pelas interações do indivíduo com o 
social. 
O ambiente interno é formado pelos processos biológicos e as 
experiências passadas de cada pessoa, afinal o organismo 
transporta consigo os resultados de suas interações passadas. 
Obs.: A psicologia às vezes é definida como a ciência que estuda o 
comportamento e os processos mentais. Ora, vimos que os 
processos mentais fazem parte do comportamento humano. Os 
processos mentais dizem respeito ao ‘pensar’. Assim, dizer que a 
psicologia estuda o comportamento e os processos mentais é uma 
redundância (pleonasmo) desnecessária. 
 
 
O Modelo Atual Biopsicossocial do Homem X Modelo 
Biomédico 
 
O organismo que é objeto de estudo da psicologia é o homem, 
ainda que para se compreender o comportamento humano seja 
necessário estudar outras espécies. 
As interações não são as que fazem parte do organismo (estão 
dentro), pois estas são estudadas pela biologia, e não são entre 
grupos de indivíduos, pois estes são estudados pelas ciências 
sociais. Entretanto, a biologia e as ciências sociais podem auxiliar 
estudos na área da psicologia e por isso surgiram áreas 
denominadas de psicofisiologia, psicobiologia, psicologia social, 
dentre outras. 
Como já descrito, a concepção de homem que o profissional traz 
consigo mesmo “contamina” inevitavelmente a sua pesquisa em 
psicologia. Há diferentes concepções de homem em termos 
filosóficos. O homem pode ser visto, por exemplo, como um ser: 
- puro e que foi corrompido pela sociedade (concepção de homem 
natural para Rousseau); 
- abstrato, com características definidas e que não mudam, a 
despeito das condições sociais a que esteja submetido (visão 
determinista); 
- datado, determinado pelas condições históricas e sociais que o 
cercam (visão histórico-social); 
- que influencia e é influenciado pelo seu meio (visão analítico-
comportamental). 
Conforme a definição de homem adotada, teremos uma 
concepção de objeto da psicologia que combine com ela. 
O modelo biomédico: 
 
 
 
O modelo biomédico baseia-se em grande parte numa visão 
cartesiana do mundo. Este sistema de pensamento defendeu que 
o mundo podia ser comparado a uma máquina, mais 
concretamente a um relógio, e que o conhecimento do universo 
passaria assim pelo “conhecimento detalhado das peças do 
relógio”. O que interessa seria então os fenômenos observáveis, e 
por assim dizer, o corpo, ficando desta forma o homem reduzido 
aos seus aspectos biológicos ou orgânicos, e assim a suas 
estruturas e processos biológicos e físico-químicos. Todos os 
outros aspectos são negligenciados. 
Para o modelo biomédico, a doença é encarada como um defeito 
mecânico (avaria na máquina temporal ou permanente) localizável 
numa máquina física e bioquímica. Este defeito pode ser reparado 
por meio de meios físicos (cirurgia) ou químicos (farmacologia). A 
parte doente pode ser tratada isolada de todo o resto do corpo. 
Assim, a cura equivale à reparação da máquina. 
De acordo com o modelo biomédico, uma pessoas está bem com 
a saúde mental quando existe ausência de doença. Essa visão 
reducionista biológica tem sido fortemente criticada a partir dos 
anos 70 do séc. XX. 
O modelo biopsicossocial: 
O homem moderno deve ser entendido sob um aspecto 
biopsicossocial. Toda história de vida deve ser analisada sob 
influências biológicas, psicológicas e sociais, aspectos esse que 
são interligados. 
O homem recebe influências do seu organismo internamente 
(genética, vírus, bactérias, doenças congênitas, defeitos 
estruturais), da sua percepção própria, experiências e vivências de 
mundo (ações, pensamentos e sentimentos) e da sua interação 
com os diversos grupos (família, amigos), a sociedade e sua 
cultura. 
Também o homem biopsicossocial recebe diferentes influências do 
meio ao longo de sua vida. Muitas áreas são importantes para a 
análise do comportamento humano, tais como: afetiva, familiar, 
conjugal, sexual, interpessoal (amizades), lazer, social, escolar, 
religiosa, trabalho, biológica (doenças), ambiente cultural, 
questões morais, regras sociais, costumes. 
 
Psicólogos e Psiquiatras 
 
Psicólogos clínicos e psiquiatras muitas vezes ocupam empregos 
semelhantes. Ambos os profissionais podem trabalhar em campos 
ligados à saúde mental, diagnosticando e tratando de pessoas com 
problemas psicológicos leves e graves. A grande diferença entre 
esses especialistas deriva de sua formação. 
Os psicólogos clínicos geralmente passam cerca de cinco anos na 
faculdade aprendendo sobre comportamento normal e anormal, 
diagnóstico e tratamento de vários comportamentos humanos. 
Após se formarem devem, por uma questão ética, se especializar 
e aprofundar sua formação em uma ou algumas áreas e teorias da 
psicologia. 
Os psiquiatras, ao contrário, completam a faculdade de medicina 
e dela saem com um diploma de doutor em medicina. Em seguida, 
para se qualificarem como psiquiatras servem aproximadamente 
três anos como residentes em uma instituição de saúde mental, 
mais comumente um hospital. Aí recebem treinamento para 
detectar e tratar de distúrbios emocionais, utilizando medicação 
(farmacoterapia), cirurgia, eletroconvulsoterapia, dentre outros 
processos médicos, e às vezes métodos psicológicos. Uma vez 
que a formação do psiquiatra é médica, seu foco para a cura de 
problemas está no corpo, no orgânico, no biológico. Para eles, a 
causa de distúrbios comportamentais está, principalmente, em 
alterações bioquímicas, neurológicas, etc. 
Segundo a CBO 2002 – Classificação Brasileira de Ocupações – 
do Ministério do Trabalho, o psiquiatra realiza consultas e 
atendimentos médicos, tratam pacientes com medicação, 
implementam ações para a promoção da saúde, coordenam 
programas e serviços de saúde, efetuam perícias, auditorias e 
sindicâncias médicas. 
Além disso, o psiquiatra está apto a prescrever medicamentos ou 
atestados (em virtude da formação médica), algo que está fora da 
alçada do psicólogo. 
 
Para diversas queixas, qualquer um destes profissionais poderá ser 
procurado, ambos estarão aptos a fazer orientações do 
direcionamento do tratamento. Mas, basicamente, o médico 
psiquiatra deve ser procurado inicialmente quando as queixas estão 
vinculadas principalmente a sintomas físicos tais como: 
 
• taquicardia, sudorese, preocupação excessiva (relacionados à 
ansiedade), 
 
• perturbações no sono, 
 
•choro recorrente, baixa autoestima, fadiga, desmotivação 
(relacionados a depressão), 
 
• sentimento de vazio, pensamentos suicidas, 
 
• alterações na alimentação (diminuição ou aumento de apetite), 
 
• alucinações (visuais, auditivas ou olfativas), 
 
• delírios ou labilidade emocional. 
 
 
O psicólogo deve ser procurado principalmente quando as queixas 
estão vinculadas a problemas emocionais, como por exemplo: 
• perdas (sejam elas de um relacionamento, um ente querido ou 
emprego), 
 
• traumas recentes ou do passado (assalto, sequestro, acidente, 
desastres naturais, violência), 
 
• sensação de paralisia para tomada de decisões (mudança de 
emprego, término de relacionamento, escolha profissional), 
 
• conflitos (familiares, relacionados a orientação sexual), 
 
• dificuldades nos relacionamentos interpessoais (timidez, baixa 
autoestima). 
 
Vale ressaltar que a mente e o corpo funcionam em parceria, sendo 
necessário, em muitos casos, tanto o acompanhamento psicológico 
como psiquiátrico. Da mesma forma que o psiquiatra não substitui o 
psicólogo, o psicólogo não substitui o psiquiatra, havendo a 
necessidade de conciliar ambos os tratamentos para beneficiar tanto 
a saúde física como mental. 
 
 
O Estudo de Animais para Entender o Homem 
 
O homem é o objeto de estudo da psicologia, mas por que estudar 
animais na psicologia? Apesar de existir vários experimentos 
psicológicos que utilizam animais, o enfoque está nos processos 
psicológicos básicos que acontece tanto em animais não-humanos 
como nos humanos. Ex. medo. 
 
Os animais não-humanos mais utilizados nas pesquisas 
psicológicas: peixinhos de aquário, baratas, vermes, caranguejos, 
morcegos, ratos, pombos, tatus, cães, gatos, macacos, etc. 
E por que trabalhar com organismos mais simples? 
1° Por uma questão ética. Muitas pesquisas não podem ser 
realizadas com seres humanos por razões éticas; 
2° Por uma questão de praticidade. Os animais não-humanos são 
cooperativos, cômodos e estudados com facilidade durante longos 
períodos e; 
3° Por uma questão de facilidade de detectar processos básicos 
comportamentais e mentais em animais não-humanos e transpor 
os achados para os animais humanos, tais como: fome, sede, 
sono, movimento motor. 
 
A Subjetividade 
 
A subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de 
nós vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e 
vivenciando as experiências da vida social e cultural. A 
subjetividade é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, 
amar e fazer de cada um, enfim o que constitui o nosso modo de 
ser. 
A subjetividade humana é medida em todas as suas expressões 
visíveis ou invisíveis, singulares (porque somos o que somos) ou 
coletivas (porque somos todos assim). 
Cada um é dono do seu sentir e do pensar. Isso é a subjetividade. 
“Eu vejo que você vê, mas nunca vou saber como é o seu ver. 
Você tem a sua subjetividade.” 
O indivíduo não nasce com a sua subjetividade. Ele a constrói aos 
poucos, apropriando-se do material do mundo social e cultural. 
Criando e transformando o mundo externo, o homem constrói e 
transforma a si próprio. 
A subjetividade, dependendo da abordagem psicológica, também 
é vista como a “individualidade”. Ainda como “personalidade”, mas 
personalidade é um conjunto de comportamentos, que podem se 
repetir em várias pessoas. Quando falamos de individualidade 
estamos falando de unicidade, de comportamentos únicos naquela 
pessoas. Quando falamos de personalidade estamos falando de 
um repertório de comportamentos que uma pessoa tem e outras 
também, estamos falando de semelhanças, de comportamento 
médio emitido por um grupo de indivíduos. 
Citando Guimarães Rosa em “O Grande Sertão: Veredas”: 
 
 
 
Atribuições e Áreas de Atuação 
 
Objetivo primordial: 
Promover a saúde do ser humano por meio do respeito à dignidade 
e integridade, proporcionando condições satisfatórias de vida na 
sociedade. Segundo a OMS (ONU): "Saúde é um estado de 
completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a 
ausência de doença ou enfermidade." 
O Psicólogo, dentro de suas especificidades profissionais, atua no 
âmbito da educação, saúde, lazer, trabalho, segurança, justiça, 
comunidades e comunicação com o objetivo de promover, em seu 
trabalho, o respeito à dignidade e integridade do ser humano. 
Atribuições Profissionais: 
- Estuda e analisa os processos intrapessoais e relações 
interpessoais, possibilitando a compreensão do comportamento 
humano individual e de grupo, no âmbito das instituições de várias 
naturezas, onde quer que se deem estas relações. 
- Aplica conhecimento teórico e técnico da psicologia, com o 
objetivo de identificar e intervir nos fatores determinantes das 
ações e dos sujeitos, em suas histórias pessoais, familiares e 
sociais, vinculando-as também a condições políticas, históricas e 
culturais. 
- Analisa a influência de fatores hereditários, ambientais e 
psicossociais sobre os sujeitos na sua dinâmica intrapsíquica e nas 
suas relações sociais, para orientar-se no psicodiagnóstico e 
atendimento psicológico; 
- Promove a saúde mental na prevenção e no tratamento dos 
distúrbios psíquicos, atuando para favorecer um amplo 
desenvolvimento psicossocial; 
- Elabora e aplica técnicas de exame psicológico, utilizando seu 
conhecimento e práticas metodológicas específicas, para 
conhecimento das condições do desenvolvimento da 
personalidade, dos processos intrapsíquicos e das relações 
interpessoais, efetuando ou encaminhando para atendimento 
apropriado, conforme a necessidade 
- Formula hipóteses e à sua comprovação experimental, 
observando a realidade e efetivando experiências de laboratórios 
e de outra natureza, para obter elementos relevantes ao estudo 
dos processos de desenvolvimento, inteligência, aprendizagem, 
personalidade e outros aspectos do comportamento humano e 
animal. 
Locais e áreas de atuação: 
Além da área clínica, a cada dia é observável a emergente atuação 
do profissional psicólogo em áreas como organizações, hospitais, 
escolas, tribunais de Justiça, marketing, esportes, aviação, 
engenharia, etc. Devido a essa ampliação e as formas diferentes 
de atuação exigidas, torna-se necessário cada vez mais uma 
atenção focalizada para os valores e princípios fundamentais ao 
exercício ético da profissão. Esse exercício ético tem como base 
filosófica conduzir o indivíduo ao bem-estar evitando ao máximo o 
sofrimento psíquico. 
O psicólogo desempenha suas funções e tarefas profissionais 
individualmente e/ou em equipes multiprofissionais. Abaixo alguns 
locais e áreas de atuação profissional, o título do psicólogo que 
atua nessa área com uma breve descrição das atividades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Psicologia e as Práticas Não Psicológicas 
 
A Psicologia não consegue explicar muitas coisas sobre o homem, 
pois é uma área da ciência relativamente nova (com pouco mais 
de cem anos). Além disso, sabe-se que a ciência não esgotará o 
que há para se conhecer, pois a realidade está em permanente 
movimento e novas perguntas surgem a cada dia. 
Alguns dos “desconhecimentos” da Psicologia têm levado os 
psicólogos a buscarem respostas em outros campos do saber 
humano. Com isso, algumas práticas não-psicológicas têm sido 
associadas às práticas psicológicas, como por exemplo, o tarô, a 
astrologia, a quiromancia, a numerologia, entre outras práticas 
adivinhatórias/místicas. Estas não são práticas psicológicas! São 
outras formas de saber – de saber sobre o humano – que não 
podem ser confundidas com a Psicologia, pois não são construídas 
no campo da ciência, a partir de métodos e princípios científicos e 
estão em oposição aos princípios da psicologia que vê o homem 
não como um ser com destino pronto, mas sim como um ser que 
constrói seu futuro ao agir sobre o mundo e receber as influências 
deste mundo. 
É preciso ponderar que esse campo fronteiriço entre a psicologia 
científica e a especulação mística deve ser tratada com o devido 
cuidado. Quandose trata de pessoa, psicóloga ou não, que 
decididamente usa do expediente das práticas místicas como 
forma de tirar proveito pecuniário ou de qualquer outra ordem, 
prejudicando terceiros, temos um caso de polícia e a punição é 
salutar. Portanto, não se deve misturar a psicologia com práticas 
adivinhatórias ou místicas que estão baseadas em pressupostos 
diversos e opostos ao da psicologia. Por outro lado, é preciso estar 
aberto para o novo, atento a novos conhecimentos que, tendo sido 
estudados no âmbito da ciência, podem trazer novos saberes, ou 
seja, novas respostas para perguntas ainda não respondidas. 
 
 
Ética na Psicologia 
 
A ideia crucial da Ética na Psicologia gira em torno da questão da 
dinamicidade do ser humano. É uma importante consideração 
quando sabemos que o psicólogo deve buscar atender ao ser 
humano, o qual está em constante mudança sendo influenciado 
por épocas, culturas e meios diferentes. 
 
A deontologia da profissão do psicólogo considera a 
transitoriedade própria do homem na busca do aperfeiçoamento. 
Os psicólogos não podem deixar de lado essa preocupação pela 
atualização e desenvolvimento constante na profissão, a qual 
poderá promover um engajamento maior para voltar a realidade do 
ser humano e assim realizar o verdadeiro papel social. O ideal não 
é apenas saber os grandes princípios, ser um expert em psicologia, 
mas sim aplicar este grande saber na prática do cotidiano. 
Todavia, não basta pensar de modo ético, deve-se agir. Não basta 
apenas pensar bem e honestamente, mas também deve-se 
procurar agir de modo claro e visível na sociedade. “Juntar o útil 
ao agradável”, sendo útil promovendo o bem-estar das pessoas de 
acordo com uma realidade contemporânea e agradável ajudando 
de maneira criativa, mas dentro de normas que não desrespeitem 
o cliente como ser humano. 
O respeito a pessoa humana é assunto subjetivo e a partir desse 
enfoque cabe uma reflexão: até que ponto as singularidades de 
cada psicólogo são úteis e confiáveis no tratamento de cada 
indivíduo? Até que ponto a criatividade, liberdade e 
espontaneidade de cada psicólogo pode ser útil para o cliente 
enquanto ser humano que busca soluções para seus problemas? 
A pessoa em sofrimento psíquico deposita toda sua esperança em 
um psicólogo. Acha que ele irá solucionar todos os seus 
problemas. 
Cabe ao psicólogo discriminar que ninguém pode viver ao sabor 
de suas paixões e desejos momentâneos de onipotência. Nenhum 
psicólogo pode “brincar” com a vida pela qual ele está sendo 
responsável naquele momento. Ninguém pode viver sem regra ou 
lei. Por isso, o código de ética do psicólogo estará sendo pouco 
ético se não determinar normas de conduta para que, mesmo com 
a subjetividade de cada psicólogo, ele saiba discriminar que acima 
da sua ética existe a ética do homem. É esta ética que fará do 
psicólogo um profissional engajado social e politicamente no 
mundo, e não um profissional a serviço exclusivamente do 
indivíduo. 
O código de ética dos psicólogos não deve ser visto como uma 
prisão de condutas a serem seguidas, mas como um caminho para 
a boa conduta tentando minimizar o conflito entre os valores 
pessoais de cada psicólogo e o verdadeiro agir enquanto 
psicólogo. 
Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às 
questões éticas pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso 
de suas carreiras. Basta um deslize e a imagem do profissional 
pode ganhar, no mercado, a mancha vermelha do demérito. 
Ser ético é mais que agir corretamente, proceder bem, sem 
prejudicar os outros. É ser altruísta, é estar tranquilo com a 
consciência pessoal. Ser ético é também, agir de acordo com os 
valores morais de uma determinada sociedade. Essas regras 
morais são resultado da própria cultura de uma comunidade. Elas 
variam de acordo com o tempo e espaço. Ser ético é ter coragem 
para assumir as decisões adequadas, mesmo que seja preciso ir 
contra a opinião da maioria. Ser tolerante e flexível, íntegro e 
humilde a fim de sempre ouvir o outro. 
Se o comportamento ético fosse simplesmente seguir as regras, 
poder-se-ia programar um computador para ser correto. A ética 
gera questões extremamente delicadas e, na maioria das vezes, 
de foro íntimo. Não existe uma receita universal, pronta e 
completamente eficaz para resolvê-las. A decisão sempre varia de 
pessoa para pessoa, de consciência para consciência, por isso 
cabe ao psicólogo medir quais são seus limites éticos dentro de 
sua profissão e avaliar os riscos de cada decisão que tomar. 
Muitos são os desafios do profissional de psicologia em seus vários 
campos de atuação, mas sempre deve estar focada no indivíduo 
em sua forma completa e complexa. O papel do psicólogo não é 
apenas tratar problemas ou tentar resolver todas as situações da 
vida de uma pessoa, mas sim criar condições para prevenir o 
aparecimento de sofrimentos psíquicos bem como fornece 
possibilidades para a mudança de comportamentos. 
O respeito ao indivíduo está bem contemplado no Código de Ética 
do Psicólogo em vários de seus artigos entre eles os que citam a 
importância de exercer o seu trabalho baseados nos fundamentos 
científicos eximindo-se do uso de práticas não comprovadas 
empiricamente e as citações sobre a questão do sigilo profissional. 
O princípio fundamental para o começo de uma atuação 
profissional é a reflexão de que os psicólogos do Brasil pertencem 
a um país que já foi subdesenvolvido, mas que hoje procura fazer 
parte dos países emergentes. O psicólogo deve se inserir no 
contexto brasileiro o qual é diferente dos outros países. O Brasil 
tem um quadro de violência sob todas as formas, mortalidade 
infantil, desnutrição, baixo nível de escolaridade, péssimas 
condições habitacionais, elevado grau de endividamento, 
aviltamento monetário, desarticulação social, corrupção, amplo 
processo de prostituição de todos os tipos, inclusive infantil, falta 
de solidariedade nacional, vandalismo, falta de confiança no futuro. 
A quase totalidade da população vive na miséria, mas a pobreza 
não é um fenômeno novo, apenas agora está fabricada, como 
consequência das decisões de modernização. A desigualdade 
social deriva das decisões econômicas para viabilizar a 
modernização criando assim “abismos” sociais maiores entre as 
classes. O “ter” está se sobressaindo em relação ao “ser”. É 
importante esta análise se compararmos aos países desenvolvidos 
que já superaram alguns problemas sociais básicos e podem 
atualmente se dedicar mais ao “estudo da alma”. Estamos 
atrasados! Como tratar do emocional de uma pessoa se suas 
necessidades básicas não estão sendo sanadas? 
A Psicologia é um trabalho muito sutil de extrema responsabilidade 
e na qual, a atuação do profissional pode construir ou destruir uma 
pessoa pois, o psicólogo lida com aspectos como a autoestima das 
pessoas, suas frustrações e conflitos, bem como fatos alegres, 
histórias do cotidiano e dados da vida individual, podendo atuar 
adequada e inadequadamente utilizando-se da condição de poder 
reformular os conceitos sobre a vida do indivíduo. 
Enfim, a partir de uma reflexão filosófica e simplista feita sobre a 
atuação do psicólogo de uma maneira ética como profissional, 
constata-se que em quaisquer campo de trabalho, este profissional 
deve voltar-se para a melhoria da vida do indivíduo em sua 
subjetividade promovendo o seu bem-estar. 
 
Pesquisa: Qual é a Visão das Pessoas sobre a 
Psicologia? 
 
 
Recentemente, uma pesquisa rápida feita nas redes sociais, 
procurou trazer um pouco da visão sobre os psicólogos e a 
psicoterapia na visão de quem não é estudante de psicologia ou 
psicólogo. O questionário foi feito sem levar em consideração uma 
metodologia científica, ou seja, foi feito no objetivo de levantar 
visões para debater a maneira como a psicologia é vista pelas 
pessoas que não sejam da área. 
O questionário continha perguntas quantitativas sobre dados 
demográficos dos participantes e duas perguntas qualitativas e 
dissertativas:“o que faz um psicólogo?” e “o que é psicoterapia?”, 
permitindo que respostas fossem livres e variadas (e muito difíceis 
de mensurar!). O questionário foi colocado em alguns grupos no 
Facebook, além de ter sido compartilhado nos perfis pessoais de 
algumas pessoas. 
Foram 315 respostas analisadas no total. O questionário foi 
compartilhado no perfil do Facebook de alguns psicólogos, o que 
pode fazer com que as respostas sejam mais próximas da 
realidade da profissão, pois, essas pessoas possuem, 
minimamente, um contato maior com a profissão. O questionário 
também foi colocado em alguns grupos aleatórios do Facebook. 
Sobre o resultados demográficos: 78% das respostas foram dadas 
por mulheres, 82% possuíam ao menos o Ensino Superior 
Incompleto (21% possuíam pós-graduação completa), 51% faziam 
ou já fizeram psicoterapia, 26% acreditam que psicoterapia é caro 
e 78% residia no Sudeste do país. 
Vamos às perguntas com suas respostas recebidas: 
1ª Pergunta: “Na sua visão, o que faz um psicólogo?” 
Uma grande maioria respondeu, das mais diversas maneiras, que 
psicólogos ajudam na resolução de problemas e conflitos. Outra 
resposta que apareceu com bastante frequência foi em relação ao 
autoconhecimento, e que leva respostas a situações 
problemáticas. Em menor quantidade, houve respostas dos 
possíveis resultados de uma ajuda psicológica, como equilíbrio, 
mostra uma diferente perspectiva das coisas e melhora da 
qualidade de vida. Apareceram poucas respostas em relação a 
distúrbios e transtornos psiquiátricos. Outras coisas que foram 
respondidas e que chama a atenção: 
– Salva vidas 
– Ajuda a resolver problemas de caráter; 
– Medica; 
– Aconselha; 
– Ouve (várias respostas com apenas isso!); 
– Amiga que você paga para te ouvir e te acalmar; 
– Cura; 
– Tenta compreender; 
– Avalia; 
– Estuda o comportamento e o psicológico; 
–“Inverdades (…) pragmatismo técnico infundado; 
– Bater papo; 
– Críticas como “Opera um conluio de inverdades. Um fazer com 
pragmatismo técnico infundado”, “Torra dinheiro dos outros e para 
piorar influencia negativamente principalmente adolescentes” e 
“Poucos são profissionais de verdade e eu até agora não encontrei 
nenhum, apenas tenho fé de que existem”; 
– Uma crítica sobre psicólogos que não possuem objetivos, prazos 
e não se atualizam; 
– Referências psicanalíticas como “ajuda a externar sentimentos 
castradores”. 
2ª Pergunta: “Na sua visão, para que serve a psicoterapia?” 
Muitas pessoas responderam que não sabem o que é psicoterapia; 
alguns consideraram que já tinham respondido na pergunta 
anterior; apareceram mais respostas relacionadas a distúrbios e 
uma grande maioria dissertou sobre ser o profissional que ajuda 
no autoconhecimento e resolução de problemas. A resposta “bater 
papo” e “salvar vidas” se repetiram, além de ter aparecido que 
psicoterapia é “o mesmo que uma boa dose de whisky”, “para 
nada” e “para ganhar dinheiro”. 
Acreditava-se que haveria muito mais respostas sobre tratamento 
de transtornos psiquiátricos.. Apesar disso, boa parte das 
respostas foi referente a algum tipo de ajuda frente à resolução de 
um problema. Dessa maneira, pode-se referir que a psicologia 
ainda carrega o caráter de “apagar incêndio” e a clínica, o que 
demonstra que, de alguma forma, a profissão ainda está atrelada 
a doença. Isso demonstra a necessidade de algum tipo de 
divulgação de que o psicólogo pode atuar em frente à promoção 
de saúde de uma maneira profilática. E além disso, a possibilidade 
do psicólogo se inserir em praticamente todos os contextos além 
da clínica. 
Apesar de ter aparecido bastante, o termo ajuda, por si só, é 
bastante vago. Como o psicólogo pode ajudar? Quais os 
benefícios que as pessoas podem obter? O que vem a ter 
autoconhecimento e aprender a lidar com suas emoções? 
É interessante as respostas que falam sobre opinar e aconselhar, 
ainda paira no senso comum a ideia de que psicólogos irão dar 
alguma resposta pronta. Também há a forte expectativa de cura, 
de salvar vidas e até de sanar problemas de caráter (e o que vem 
a ser isso, exatamente?). Dessa maneira, muitas pessoas podem 
ter essa fantasia e se frustrar diante de um profissional que lhe 
lança muitas perguntas, e poucas respostas. 
É bastante pertinente como apareceram respostas em que houve 
“reclamação” e falta de reconhecimento sobre a psicologia. É um 
profissional para bate-papo, ciência pautada em inverdades, 
“amiga que você paga para te ouvir”, “como uma boa dose de 
whisky”, “não serve para nada”, “serve para torrar dinheiro”; foram 
algumas das coisas que surgiram. 
A amostra foi, em sua maioria, respondida por pessoas que 
estavam, pelo menos, cursando o Ensino Superior. É preocupante 
que as pessoas que mais possuem informação no país possuam 
essa visão sobre a psicologia. Para essa amostra, o psicólogo 
pode não estar sendo associado, necessariamente, com 
tratamento da loucura, mas ainda se tem uma ideia pautada em 
resolver problemas e psicologia clínica, que é de fato muito 
inacessível para muita gente. Apesar de a amostra ser de uma 
classe mais alta, 26% consideram muito caro. É caro por que vai 
pesar no bolso no fim do mês ou por que é algo em que não merece 
ser gasto o suado dinheiro? Além disso, as pessoas possuem uma 
ideia muito confusa sobre o que necessariamente esse profissional 
pode fazer. Os próprios psicólogos, muitas vezes, não sabem 
responder o que fazem, de uma maneira mais didática e entendível 
para a sociedade. Torna-se um conhecimento muito 
intelectualizado e elitizado. 
O objetivo dessa pesquisa não foi ser um estudo acadêmico, até 
porque os dados deveriam levar em conta uma amostra com 
estudos estatísticos, com um “n” maior de participantes, e com 
grupos bastante específicos, dado a pluralidade – e desigualdade 
– do Brasil. 
Não se tratou tampouco de respostas certas ou erradas. A ideia do 
questionário foi recolher, de maneira bastante simplificada, alguns 
dados sobre como as pessoas enxergam o psicólogo e a 
psicoterapia. Não é culpa das pessoas se elas riem, colocam uma 
grande expectativa ou possuem uma ideia rasa sobre a área. A 
culpa muitas vezes é dos próprios profissionais! É preciso repensar 
estratégias, tanto no nível micro e macro, de acesso à informação 
quanto as diversas possibilidades de atuação e benefícios que as 
pessoas poderiam obter com a psicologia. Demanda não falta, há 
pessoas que precisam dos profissionais da área e vice-versa, mas 
elas não sabem que precisam disso, e, dessa forma, não se 
consegue alcança-las. 
Fonte Adaptada: http://www.psicocast.com.br/qual-a-visao-da-psicologia-pelas-
pessoas/23/ 
 
 
Introdução à Psicanálise 
 
 
Afinal, o que é psicanálise? 
Psicanálise é uma teoria da mente humana e uma prática 
terapêutica. Foi fundada por Sigmund Freud entre 1885 e 1939 e 
continua sendo desenvolvida por psicanalistas ao redor do mundo. 
A psicanálise tem quatro áreas principais de aplicação: 
 
1) como uma teoria de como a mente trabalha; 
2) como um método de tratamento para problemas psíquicos; 
3) como um método de pesquisa, e; 
4) como uma forma de observar os fenômenos culturais e sociais, 
como a literatura, arte, cinema, performances, política e grupos. 
Para que é o tratamento psicanalítico? 
A psicanálise e a psicoterapia psicanalítica são para aqueles que 
se sentem aprisionados em problemas psíquicos recorrentes que 
impedem seu potencial para experimentar felicidade com seus 
parceiros, famílias e amigos assim como sucesso e satisfação em 
seu trabalho e tarefas normais da vida diária. 
Ansiedades, inibições e depressões frequentemente são sinais de 
conflitos internos. Estes levam a dificuldades nos relacionamentos 
e, quando não tratados, podem ter um impacto considerável nas 
escolhas pessoais e profissionais. As raízes destes problemas 
frequentemente são mais profundas do que a consciência pode 
alcançar, que é o motivo porque não podem ser resolvidos sem 
psicoterapia. 
É com a ajuda de um analistacapacitado que o paciente pode 
obter novos conhecimentos (insights) sobre as partes inconscientes 
destes distúrbios. Conversar com um psicanalista em uma 
atmosfera segura levará o paciente a tornar-se cada vez mais 
consciente de partes de seu mundo interno previamente 
desconhecido (pensamentos e sentimentos, memórias e sonhos), 
aliviando dessa maneira a dor psíquica, promovendo o 
desenvolvimento da personalidade e oferecendo uma 
autoconsciência que fortalecerá a confiança do paciente para 
perseguir seus objetivos na vida. Estes efeitos positivos da 
psicanálise deverão durar e levar a novos desenvolvimentos 
mesmo após a análise ter terminado. 
 
 
Descobertas e Inovações de Freud 
 
 
Freud, trabalhando com pacientes histéricas, compreendeu que os 
sintomas dos quais elas sofriam representavam de forma concreta 
um significado que era simultaneamente escondido e revelado. 
Com o decorrer do tempo ele aprendeu que todos os sintomas 
neuróticos eram mensageiros que carregavam - ainda que 
inconscientemente - conteúdos psíquicos reprimidos. Isto o levou 
a desenvolver sua “cura pela fala”(“talking cure”), que revolucionou a 
interação entre paciente e terapeuta. Freud via seus pacientes seis 
vezes por semana, ouvindo e respondendo ao que eles lhe diziam 
enquanto estavam deitados em um divã. Convidados a falar 
qualquer coisa que passasse em suas mentes, os pacientes 
ofereciam a Freud livre associações que os levavam de volta a 
experiências infantis reprimidas, desejos e fantasias que haviam 
resultado em conflitos inconscientes; uma vez trazidos à 
consciência, esses conflitos poderiam ser analisados e os 
sintomas, então, dissolvidos. Este procedimento tornou-se não 
apenas um potente método de tratamento, mas também uma 
ferramenta eficiente para o estudo do psiquismo humano, levando 
ao desenvolvimento de uma teoria psicanalítica cada vez mais 
sofisticada a respeito da forma como a mente funciona e, nos anos 
recentes, aos estudos comparativos conjuntos com o novo campo 
da neuropsicanálise. 
 
As descobertas iniciais de Freud levaram-no a novos conceitos 
revolucionários: 
O inconsciente: a vida psíquica vai além do que estamos conscientes, 
também além do que é pré-consciente no sentido daquilo que 
podemos tomar consciência na medida em que o possamos 
pensar. Uma parte importante de nossa mente é inconsciente, e 
esta parte é acessível apenas com psicanálise. 
 
Experiências infantis iniciais são um amálgama de fantasia e realidade; 
elas são caracterizadas por desejos apaixonados, impulsos 
indomados, e ansiedades infantis. Por exemplo, a fome estimula 
um desejo de engolir tudo, e também o medo de ser engolido pelos 
demais; o desejo de estar no controle e independente é ligado ao 
temor de ser manipulado ou abandonado; o separar-se de um 
cuidador importante pode levar a permanecer desprotegido, 
desamparado e sozinho; amar um dos pais pode oferecer o risco 
de perder o amor do outro. Assim, desejos e medos iniciais 
resultam em conflitos que, na medida em que não podem ser 
resolvidos, são reprimidos e tornam-se inconscientes. 
 
Desenvolvimento psicossexual: Freud reconheceu que a maturação 
progressiva das funções corporais centrada nas zonas erógenas 
(boca, ânus e genitais) ocorre junto com prazeres e temores 
experimentados na relação com os objetos cuidadores, e estes 
estruturam o desenvolvimento da mente da criança. 
 
O complexo de Édipo é o complexo nuclear de todas as neuroses. 
Uma criança na idade de quatro a seis anos torna-se consciente 
da natureza sexual da relação de seus pais, da qual ela está 
excluída. Surgem sentimentos de ciúmes e rivalidade que tem que 
ser resolvidos, junto a questões de quem é homem e quem é 
mulher, quem pode amar e casar com quem, como são feitos e 
nascem os bebês, e o que uma criança pode ou não fazer, 
comparada com um adulto. A resolução dessas questões 
desafiadoras moldará o caráter da mente adulta e o Superego (ver 
abaixo em o Ego, o Id e o Superego). 
 
Repressão é a força que mantém inconscientes fantasias perigosas 
relacionadas a partes não resolvidas de conflitos infantis. 
 
Sonhos são satisfações de desejos. Frequentemente eles expressam a 
satisfação de desejos ou fantasias sexuais infantis. Uma vez que 
aparecem disfarçados (como cenas absurdas, estranhas ou 
incoerentes) eles requerem análise para revelar seus significados 
inconscientes. Freud chamou a interpretação dos sonhos o 
caminho real para o inconsciente. 
 
Transferência é a tendência ubíqua da mente humana a ver e 
identificar novas situações dentro dos moldes das experiências 
iniciais. Em psicanálise a transferência ocorre quando um paciente 
vê o analista como uma figura parental, com quem ele pode 
reexperimentar os principais conflitos ou traumas infantis como se 
dentro da relação pais-filho original. 
 
Associação livre descreve o surgimento de pensamentos, 
sentimentos e fantasias quando elas não estão inibidas pelas 
restrições do medo, culpa e vergonha (ver abaixo em O Núcleo do 
Método Psicanalítico e o Setting) 
O Ego, o Id e o Superego: 
 
- O Ego é o principal lugar da consciência, o agente da mente que 
exerce as repressões e integra e consolida vários impulsos e 
tendências antes que elas sejam postas em ação. 
 
- O Id é a parte inconsciente da mente, o lugar dos traços de 
memória reprimidos e incognoscíveis da mente inicial. 
 
- O Superego é o guia e consciência da mente, um detentor das 
proibições a aderir, e ideais a perseguir. 
 
 
Principais Descobertas e Acréscimos à Teoria 
Psicanalítica desde Freud 
 
Freudianos clássicos e contemporâneos 
Sigmund Freud (1856-1939) criou um modelo da mente com 
poucas hipóteses básicas: a vida psíquica é ativada pela energia 
de dois impulsos primitivos (em sua primeira teoria dos impulsos o 
sexual e o de autopreservação; em sua segunda teoria dos 
impulsos, o de vida e o de morte, ou sexualidade e agressão). 
Estes impulsos representam demandas do corpo na mente e 
tornam-se conhecidos mediante desejos e necessidades que 
procuram pelo objeto específico para alcançar satisfação. Os 
traços de memória destas interações (incluindo as representações 
de objetos e relações importantes) estruturam toda a mente, 
construindo formações cada vez mais complexas, que são por fim 
divididas em três seções principais. 
Em seu primeiro modelo topográfico Freud denominou os 
sistemas: Inconsciente, Pré-consciente e Consciente; em seu 
segundo modelo estrutural ele referiu Ego, Id e Superego. 
As estruturas da mente regulam as energias dos impulsos de 
acordo (homeostático) com o princípio do prazer. Metapsicologia é 
a teoria da mente que expressa funções psíquicas considerando 
seus aspectos dinâmico (impulsos), econômico (energias) e tópico 
(estrutural). 
 
Sándor Ferenczi (1873-1933) e a escola de psicanálise de Budapeste 
ressaltaram a importância de considerar e reconhecer traumas 
reais na infância, os específicos da relação inicial da mãe com o 
bebê, e os da “confusão de línguas” (uma confusão entre a ligação 
afetiva da criança e as necessidades sexuais do adulto), que 
impacta severamente no desenvolvimento psíquico e na 
psicopatologia posterior. Ferenczi enfocou nos mútuos processos 
intersubjetivos entre o paciente e o analista, e no papel primoroso 
da honestidade e trabalho interno do analista (autoanálise) no 
encontro analítico. Mais recentemente seu trabalho tem sido 
reavaliado e tornou-se um novo foco na psicanálise na França 
assim como na Escola Relacional (ver Psicanálise Francesa e 
“Psicanálise Relacional”, abaixo). 
 
Psicologia do Ego. Anna Freud (1895-1982), Heinz Hartmann (1884-
1970) e outros, focaram sua atenção no trabalho do ego 
consciente e inconsciente, seu papel particular nas defesas 
inconscientes e seu efeito inibitório nos processos psíquicos. 
Hartmann postulou uma área do ego livre de conflito, que 
desempenha importantes tarefas como consciência (awareness), 
controle motor, pensamento lógico, discurso, percepção sensorial 
e testeda realidade - todas essas, funções vitais que, 
secundariamente, podem ser envolvidas no conflito neurótico. Ao 
analisar sistematicamente as defesas do paciente, a psicanálise 
objetiva fortalecer o ego no sentido de aumentar o controle de 
impulsos, a resolução do conflito e a capacidade de tolerar a 
frustração e afetos dolorosos. Hartmann adicionou aos quatro 
pontos de vista metapsicológicos Freudianos, os aspectos 
genético e o adaptativo. 
 
Kleinianos clássicos e contemporâneos. Melanie Klein (1882-1960) 
conceituou a infância como começando com impulsos primitivos 
experimentados dentro de relações objetais. A pulsão de morte 
dirigida para o interior é experimentada como uma força que ataca 
despertando ansiedades persecutórias e o medo de 
aniquilamento, que é localizado (projetado) fora do self e leva a 
impulsos destrutivos em direção ao objeto frustrador (seio mau), 
seguido pelo temor de retaliação. Em contraposição, o objeto que 
satisfaz (seio bom) é idealizado e de forma protetora excindido (split 
off) do mau objeto. Esta primeira fase é chamada posição esquizo-
paranóide, “PS”, caracterizada por splitting, negação, onipotência e 
idealização, assim como projeção e introjeção. A capacidade 
crescente do ego para integração levará a ansiedades depressivas 
de que os impulsos destrutivos tenham danificado o objeto/seio 
bom e despertam o desejo por reparação. Esta segunda fase é 
chamada de posição depressiva, “D”. Kleinianos contemporâneos 
reconheceram que estas fases não estão limitadas à infância mas 
formam uma dinâmica contínua dentro da mente, a alternância 
PS⇔D. 
 
O ramo Bioniano da escola kleiniana. Wilfred Bion (1897-1979), 
relacionado com e partindo de Freud e Klein desenvolveu uma 
nova linguagem para sua teoria do pensar. Ele introduziu a ideia 
de que a mente do bebê inicialmente experimenta um ataque 
violento de impressões sensoriais e emoções cruas, chamadas 
elementos beta, que não portam significado e necessitam ser 
evacuadas. É essencial que o objeto cuidador (continente) aceite 
estes elementos beta (conteúdos), os metabolize e transforme em 
elementos alfa, e os devolva para o bebê como tais. A mente do 
bebê os introjeta junto com a função alfa transformadora, assim 
construindo sua própria função alfa, um aparelho capaz de 
simbolizar, memorizar, sonhar e pensar pensamentos; isto 
também desenvolve os conceitos de tempo e espaço e permite a 
discriminação entre o consciente e o inconsciente. Distúrbios 
psíquicos estão relacionados a perturbações nestas funções 
básicas deste aparelho para pensar. 
 
O ramo de Winnicott da Teoria das Relações de Objeto. Donald Winnicott 
(18961971) delineou a forma como o ambiente de holding de uma 
mãe suficientemente boa capacitará a mente do bebê a criar 
representações de si e do outro. No espaço intermediário entre a 
mãe e o bebê a criança encontra e cria o que ele chama um objeto 
transicional (cheirinho) que é e não é a mãe. É este espaço 
intermediário ou potencial entre a realidade interna subjetivamente 
criada e a realidade externa objetivamente percebida que 
permanecerá disponível como um espaço interno para 
experienciar vida, criar novas ideias, imagens, fantasias e arte, e 
formar as muitas apresentações da cultura. Se a mãe pode 
responder empaticamente ao gesto espontâneo do bebê, esse 
construirá a representação de um verdadeiro self com capacidade 
para brincar e ser criativo. Entretanto, se a mãe continuamente 
traduz mal os gestos do bebê de acordo com as necessidades 
dela, o verdadeiro self da criança permanecerá escondido sob o 
escudo de um falso self que é criado para sobreviver e pode levar, 
mais tarde na vida, a um sentimento de não ser capaz de ser 
verdadeiro. 
 
Psicanálise Francesa tem-se desenvolvido delineada a partir de e em 
disputa com Jacques Lacan (1901-81) e suas ideias (o significado 
da linguagem, o phallus, desejo e o outro, e seus conceitos do 
imaginário, do simbólico e o [inacessível] real). Seu chamamento 
por um retorno a Freud iniciou um sério debate e elaboração dos 
conceitos nucleares de Freud e, finalmente, estabeleceu o papel 
primordial da metapsicologia Freudiana na compreensão da 
psique humana. Isto, por sua vez, foi particularmente frutífero no 
avanço de uma nova concepção da teoria da sedução, a ênfase 
nas pulsões de vida e de morte e a teoria do narcisismo em suas 
várias apresentações. O reconhecimento da importância da teoria 
dos impulsos, pressionou por uma ênfase na sexualidade, 
subjetividade, a linguagem do desejo e a função estrutural do 
Complexo de Édipo, em particular a respeito da posição do terceiro 
e terceira idade. Isto, então, levou à ideia de um processo terciário, 
em que os processos inconscientes (primários) e conscientes 
(secundários) coexistem e são criativamente combinados. 
 
Psicologia do Self foi fundada nos Estados Unidos por Heinz Kohut 
(1913-81), que enfocou no sentido de self do indivíduo, em 
particular considerando o desenvolvimento e regulação do 
narcisismo. Ele salientou o papel necessário dos pais cuidadores 
(e posteriormente do analista) para espelhar de forma empática os 
estados do self da criança e permitir a idealização de 
transferências alter-ego/gemelares, assim dando suporte à criança 
(o paciente posteriormente) como um self-objeto, até que essa 
tenha internalizado suas funções reguladoras. Com o passar do 
tempo, Kohut veio a rejeitar o modelo estrutural de Ego, Id e 
Superego, assim como a teoria dos impulsos propostos por Freud, 
e sugeriu em lugar destes o seu modelo de self tripartido. 
 
Psicanálise Relacional, fundada por Steven Mitchell (1946-2000) nos 
Estados Unidos, rejeita a biologicamente enraizada teoria dos 
impulsos de Freud, sugerindo em seu lugar uma teoria do conflito 
relacional, que combina interações reais, internalizadas e 
imaginadas com outros significativos. A personalidade deriva de e 
é construída a partir de estruturas que refletem interações 
aprendidas e expectativas com os cuidadores primários. Uma vez 
que a motivação primária do indivíduo é estar em relacionamentos 
com outros, ele tenderá a recriar e encenar estes padrões 
relacionais através da vida. A Psicanálise, então, consiste em 
explorar estes padrões e confrontá-los com o que é 
espontaneamente e autenticamente co-criado no setting 
psicanalítico entre analista e paciente. 
 
 
O Núcleo do Método Psicanalítico e o Setting 
 
 
Método. 
A Psicanálise é a cura pela fala, baseada no método da livre 
associação. Em sua regra fundamental o paciente é convidado a 
dizer qualquer coisa que venha a sua mente, sem restrições do 
tipo considerações de contexto, decência, sentimentos de 
vergonha ou culpa e outras objeções. Ao aderir a esta regra os 
processos de pensamento do paciente farão ligações 
surpreendentes, revelarão conexões conscientemente 
indisponíveis com desejos e defesas, e levarão às raízes 
inconscientes de conflitos até então não resolvidos que moldam as 
situações transferenciais. Ouvindo estas associações, os analistas 
irão entregar-se a um processo mental similar chamado atenção 
livremente flutuante, pelo qual seguirão as comunicações do 
paciente assim como perceberão - as vezes como se em um 
sonhar acordado - suas próprias associações que emergirão na 
contratransferência. A integração destas várias espécies de 
informação é um trabalho principalmente interno para o analista 
moldar uma visão das situações transferênciais-
contratransferenciais que finalmente se agrupam em uma gestalt 
emergente (uma fantasia inconsciente), que pode ser 
experimentada por ambos, analista e paciente. 
Com o auxílio das intervenções do analista - frequentemente 
interpretações transferenciais do que transpira no aqui e agora da 
sessão - uma nova compreensão do sofrimento do paciente 
emergirá. A aplicação repetida destes novos insights em muitas 
situações similares, nas quais o mesmo tipo de conflito surge, é o 
processo de elaboração, que torna o paciente cada vez mais capaz 
de reconheceros processos de pensamento que movimentam 
seus conflitos. Resolver estes conflitos e colocá-los em 
perspectiva, ou em repouso liberará a mente do paciente de velhas 
inibições e abrirá espaço para novas escolhas. 
Setting. 
O método descrito acima é melhor aplicado no setting clássico: o 
paciente está confortavelmente deitado no divã, dizendo o que lhe 
vier à mente, sem ser distraído por ver o analista, que usualmente 
está sentado atrás do divã. Isto permite, a ambos parceiros do 
empreendimento analítico, ouvir e refletir completamente acerca 
do que transpira na sessão: o paciente se sentirá imerso em seu 
mundo interno, reviverá memórias, revisitará experiências 
importantes, falará acerca dos sonhos e criará fantasias, tudo isto 
que, fazendo parte da jornada analítica, lançará novas luzes na 
vida, história e elaborações da mente do paciente. 
A sessão de análise comumente dura de 45 a 50 minutos. Com o 
objetivo de continuamente aprofundar o processo analítico, as 
sessões de psicanálise preferentemente ocorrem em três, quatro 
ou cinco dias por semana. Uma menor frequência de sessões 
semanais ou o uso da poltrona em lugar do divã poderão às vezes 
ser necessários. Todos os acordos acerca do setting (incluindo os 
horários, o valor da sessão e a política de cancelamentos) serão 
contratados por ambos, paciente e analista, e terão que ser 
renegociados se mudanças forem necessárias. A duração de uma 
análise é difícil de predizer; uma média de três a cinco anos pode 
ser esperada, embora qualquer caso individual possa necessitar 
de mais ou de menos tempo para o encerramento. Paciente e 
analista são, contudo, livres para a qualquer momento decidir 
interromper ou terminar a análise. 
 
 Diferentes Métodos de Tratamento Psicanalítico 
 
A Psicanálise é aplicada de várias maneiras. O tratamento 
psicanalítico clássico (ver lição anterior) foi desenhado para melhor 
acomodar as capacidades de um paciente adulto neurótico que 
está razoavelmente bem adaptado às demandas da vida e 
trabalho. Entretanto, tratamento psicanalítico de alta frequência 
também é utilizado para uma gama maior de psicopatologias 
(escopo ampliado), como por exemplo, transtornos de 
personalidade borderline e narcisista severa. 
 
Psicoterapia psicanalítica ou psicodinâmica com adultos é usualmente 
utilizada com frequência menor (uma ou duas sessões por 
semana) e em uma disposição sentada, face a face. 
Frequentemente seus objetivos são mais focados na resolução de 
um tipo particular de problema (por ex., dificuldades nos 
relacionamentos ou no trabalho), depressão ou transtornos de 
ansiedade. Embora transferências e contratransferências ocorram, 
como na psicanálise, elas frequentemente ficam no background e 
permanecem não interpretadas, dando espaço para dirigir-se a e 
resolver mais diretamente os problemas da vida do paciente. 
Algumas vezes, ambos participantes em uma psicoterapia 
psicanalítica decidem aprofundar seu trabalho, em um momento 
posterior do tratamento, e embarcam em psicanálise de alta 
frequência. 
 
Crianças (da infância em diante) e adolescentes podem experimentar 
problemas duradouros (depressão, ansiedade, insônia, agressão 
extrema e crueldade, pensamento obsessivo, comportamento 
compulsivo, dificuldades de aprendizado, distúrbios alimentares, 
etc.) que podem pôr em perigo seu desenvolvimento psíquico e 
causar preocupações em seus pais, professores e amigos. Para 
eles, têm sido desenvolvidos métodos de tratamento psicanalítico 
modificados de acordo com a idade (incluindo brincar com 
bonecos, brinquedos, e desenhar) que permitem à criança ou 
adolescente expressar o que os está incomodando. Analistas de 
crianças são especialistas em perceber as porções inconscientes 
das comunicações de seus pacientes e responder a elas de forma 
apropriada, assim ajudando a criança a resolver conflitos e 
problemas emocionais que repousam sob seus sintomas 
manifestos e interferem com seu posterior desenvolvimento 
emocional. 
 
Psicodrama psicanalítico foi desenvolvido (principalmente nos EUA e 
na França) para pacientes com inibições massivas, que precisam 
suporte para representar, expressar e elaborar suas dificuldades 
no sentido de estruturar seu mundo interno. O setting inclui um 
líder ou diretor da representação, que auxilia o paciente a sugerir, 
entrar e desenvolver uma cena (por ex., uma lembrança, um 
sentimento, uma situação ocorrida), que é o material para o 
trabalho terapêutico. O paciente encena com vários co-terapeutas 
ou atores que assumem papéis atribuídos a eles pelo paciente. A 
função dos co-terapeutas é compreender empaticamente estes 
papéis como partes do paciente (por ex., diferentes lados de um 
conflito) ou seus objetos significativos, e traduzir o significado 
latente destes papéis representando seus processos 
(principalmente defensivos) inconscientes subjacentes. O líder da 
peça pode interromper e interpretar a cena em qualquer ponto. A 
peça permite o desdobramento de questões anteriormente difíceis 
para o paciente e facilita sua integração e internalização. O objetivo 
é desenvolver o insight do paciente em sua vida interna 
(pensamentos, sentimentos, fantasias, sonhos e conflitos), e 
estimular sua ativação, assim expandindo o espaço (teatro interno) 
psíquico (intermediário), em que seus vários componentes podem 
ser considerados e compreendidos. 
 
Psicoterapia psicanalítica de Casais e Família aplica os insights da 
psicanálise para a dinâmica encontrada entre os parceiros de 
casais e famílias, que estão presos em conflitos recorrentes. Com 
o auxílio de um psicanalista, aspectos de posições e transferências 
incompatíveis, projeções mútuas, e as encenações repetidas de 
fantasias inconscientes, podem ser interpretadas e analisadas, 
considerando as ideias inconscientes que prevalecem a respeito 
do que o casamento e a vida familiar pode ou deve significar, assim 
aliviando tensões e abrindo caminhos para novas escolhas 
autodeterminadas. 
 
Grupos psicanalíticos (usualmente com 6 a 9 membros) utilizam-se da 
tendência universal que encontros não estruturados de indivíduos 
em pequenos ou grandes grupos, sem uma tarefa definida, têm de 
experimentar regressões a níveis primitivos de funcionamento 
psíquico, p. ex., dependência e submissão de um líder idealizado 
ou frustrador, reações agressivas de luta-fuga, pareamentos e 
cisões em subgrupos, assim como defesas contra esses 
processos. Enquanto alguns grupos focam na participação e 
interação individual, no aqui e agora da dinâmica de grupo, outros 
se dirigem aos processos globais do grupo e à cultura particular 
que emerge através das discussões livremente-flutuantes 
(equivalente da livre associação). O trabalho de grupo psicanalítico 
pode servir a vários propósitos: há grupos psicoterapêuticos, 
grupos que estimulam o desenvolvimento pessoal, grupos de 
discussão clínica para médicos (Grupos Balint, Conferências-
Tavistock), assim como grupos que encorajam autorreflexão e 
resolução de problemas em organizações maiores. 
 
 
 
 
 
 
 
Formação Psicanalítica 
 
O treinamento para tornar-se psicanalista é regulado pela 
Associação Psicanalítica Internacional (IPA) e suas organizações 
constituintes. Em muitos países qualquer um com as capacidades 
e experiência necessárias pode praticar para ser um psicanalista, 
embora em alguns países a prática é limitada a profissionais 
licenciados tais como médicos, psicólogos e assistentes sociais. 
Há três modelos diferentes de formação (chamados o modelo 
Eitington, o Francês e o Uruguaio), todos requerendo análise 
pessoal do candidato, a frequência a seminários clínicos, teóricos 
e técnicos, e a supervisão do trabalho do candidato. A formação 
psicanalítica dura uma média de cinco a dez anos e termina com 
a graduação ou a aceitação como associado. 
 
Pesquisa em Psicanálise 
 
 
Freud descobriu que o melhor método para aprender como a 
mente humana trabalha é estudar cuidadosamente a sequência de 
suas expressões, a saber, pensamentose sentimentos, sonhos e 
fantasias, como eles surgem em contextos particulares. O método 
da livre associação provou ser uma ferramenta central da pesquisa 
psicanalítica. Um paciente que permite ao analista (de forma tão 
irrestrita quanto possível) traçar o surgimento de suas ideias 
exporá sua versão individualmente moldada dos princípios gerais 
do trabalho da mente - por exemplo, impulsos e desejos que 
provocam medos, esses últimos estimulando defesas contra os 
primeiros; a interpretação idiossincrática das percepções 
presentes sob a influência de conflitos inconscientes não 
resolvidos do passado; ou formas de manejar fantasias e 
sentimentos com objetivo de manter uma sensação básica de 
segurança e balanço interno. Desta maneira, a compreensão da 
mente humana individual trabalhando é simultaneamente o 
método de cura assim como o método de pesquisa psicanalítica. 
A pesquisa em psicanálise, seguindo o caminho descrito acima, 
tem através de muitos anos desenvolvido novos insights a respeito 
do funcionamento mental articulado nas várias linhas e escolas de 
psicanálise. Além disso, a pesquisa científica tem estabelecido e 
obtido sucesso em mostrar através de estudos comparativos, de 
longo prazo e follow-up a eficácia da Psicanálise e Psicoterapia 
Psicanalítica. Vários elementos da cura, como o estilo das 
intervenções, a frequência das sessões, a relação paciente e 
analista/terapeuta, ou a aplicabilidade do tratamento psicanalítico 
para diferentes tipos de patologias mentais tem sido 
cientificamente estudado, levando a modificações e ajustes nos 
planos de tratamento, assim como (em alguns locais) à aceitação 
de formas de tratamento psicanalítico para reembolso por planos 
de saúde. Também incursões têm sido feitas em projetos que 
objetivam compreender a interação e interdependência da mente 
e do funcionamento mental. 
A IPA apoia pesquisa em psicanálise treinando psicanalistas em 
métodos de pesquisa básica, construindo bases de dados sobre 
achados de pesquisas, iniciando grupos de trabalho (working parties) 
e grupos de discussão, concedendo prêmios a propostas de 
pesquisa sobre uma ampla gama de tópicos clínicos, 
experimentais e conceituais, assim como estimula ao redor do 
mundo a conexão com universidades e instituições de pesquisa. 
 
 
Psicanálise Aplicada 
 
Freud reconheceu que a compreensão psicanalítica da mente 
também oferece uma compreensão mais profunda da cultura e 
sociedade. As mais famosas são suas análises de Oedipus Rex de 
Sófocles e Hamlet de Shakespeare. Ele analisou trabalhos de 
literatura e arte, comportamentos sociais como piadas, humor, 
lapsos, atos falhos e, de forma mais geral, fenômenos como 
civilização, movimentos de massa, guerra e religião. A riqueza 
desta abordagem estimulou uma ampla gama de interesse em 
aplicar o pensamento psicanalítico em literatura, arte e cinema e 
suas análises críticas, assim como em antropologia e ciências 
sociais. 
A IPA, sua organização e normas éticas 
A Associação Psicanalítica Internacional ( a “IPA”), foi fundada em 
1910 por Sigmund Freud. É a organização centralizadora para 72 
organizações constituintes com mais de 12 000 membros plenos 
em 63 países. Sua missão é propagar a psicanálise ao redor do 
mundo (p. ex., ao encorajar trocas inter-regionais e organizar 
congressos internacionais) e assegurar o vigor continuado e o 
desenvolvimento de sua ciência. É o principal corpo regulatório e 
de acreditação para psicanalistas do mundo (para mais detalhada 
informação veja "About us" no site da IPA). 
O Comitê de Ética da IPA formulou regras éticas básicas que são 
obrigatórias para todas as organizações constituintes e cada um 
de seus membros e candidatos. Elas refletem valores 
humanitários, princípios psicanalíticos e obrigações profissionais. 
De maneira mais importante elas demandam que todas as 
comunicações do paciente ao analista sejam mantidas 
estritamente confidenciais, e que o analista não deva engajar-se 
em relações sexuais ou transações financeiras privadas com o 
paciente. Em caso de irregularidades ou transgressões destas 
regras, o paciente tem o direito de queixar-se ao Comitê de Ética 
da sociedade do analista. Cada sociedade componente da IPA tem 
estabelecido regras e procedimentos para assegurar um alto 
standard ético dos tratamentos efetuados por seus membros e 
para regular medidas pelas quais queixas formais são 
processadas. 
Aonde encontrar psicanálise? 
Eventos psicanalíticos têm há tempo cruzado as fronteiras dos 
institutos e sido abertos ao público em geral. Encontros e 
congressos psicanalíticos têm convidado, para participarem em 
seus programas, a comunidade de saúde mental mais ampla, 
incluindo não analistas, tais como cientistas, estudantes, políticos, 
escritores e artistas. As sociedades psicanalíticas oferecem 
palestras e painéis abertos ao público, que ocorrem nos institutos, 
universidades, bibliotecas e livrarias. Em alguns lugares, exibições 
de arte, produções de teatro e projeções de filmes são introduzidas 
ou seguidas por discussões com o público, sob a orientação de 
psicanalistas. Há muitas oportunidades para dar uma rápida 
olhada sobre as ideias da psicanálise e encontrar um psicanalista. 
Todos os institutos de Psicanálise provêm informação, se 
solicitados, possibilitando a qualquer um que tenha interesse, 
encontrar oportunidades para estar em contato com a psicanálise. 
 
 
 Introdução à Hipnoterapia (Hipnose Terapêutica) 
 
 
Você sabia que a história da hipnose remete a uma técnica 
terapêutica milenar? 
Hoje, a Hipnoterapia é considerada uma das maneiras mais 
eficientes de restabelecer a saúde emocional para viver uma vida 
equilibrada. 
Ao contrário de algumas terapias que podem levar anos para 
apresentar resultado, a grande maioria dos tratamentos com 
hipnose depende de poucas sessões para o paciente comprovar 
as melhorias. 
A hipnoterapia é ideal para tratar mazelas como depressão, 
ansiedade, fobias, vícios, tiques, obesidade e dificuldades de 
aprendizagem. A história da hipnose tem origem há milhares de 
anos. 
História da hipnose nas primeiras culturas 
Há muito tempo, no Egito Antigo, por volta de 1500 A.C. , 
sacerdotes recorriam a procedimentos hipnóticos para a cura de 
doenças e dores. 
Embora na época ainda não se chamasse hipnose, ou existisse 
algum termo técnico para definir tais procedimentos, houve 
registros que relatavam o alívio a pessoas enfermas. 
Na Grécia Antiga, o diagnóstico e a cura dos doentes ocorria por 
meio de técnicas de relaxamento do corpo. A esse estado onírico, 
os gregos dos templos de Asclépia chamavam de sono divino. 
As imagens que surgiam no estado de semiconsciência, entre a 
vigília e o sono, sugeriam a cura para determinados males que o 
paciente estivesse enfrentando. 
A partir daí, sábios e filósofos desse período acreditavam que a 
imaginação tinha poderes de cura. 
A história da hipnose, na antiguidade, tinha um quê de mistério e 
misticismo. Isso só passou a ser desmistificado a partir do século 
18, com as primeiras experimentações científicas. 
História da hipnose com a ciência 
O médico austríaco Franz Anton Mesmer (1734-1815), chamado 
de “pai da hipnose”, acreditava que astros e corpos são 
interligados por um fluido magnético. 
Após várias experiências com ímãs, percebeu que o próprio ser 
humano possuía um magnetismo próprio. Então, dispensou o uso 
de ímãs para privilegiar o poder do organismo. 
O procedimento era usado para curar dores e anestesiar corpos 
em cirurgias. 
Em homenagem ao próprio médico, foi batizado de Mesmerismo. 
Os pacientes entravam em transe hipnótico, e tal método reunia 
falhas e sucessos. 
A repercussão desse trabalho obrigou a Comissão da Sociedade 
Real de Medicina e da Academia de Ciências, em 1784, a estudar 
o fenômeno. 
Os mais renomados médicos e cientistas fizeram experiências e 
concluíram que não existia magnetismo humano. Todo o processo 
de cura era fruto da imaginação. 
Apesar de ter caído em descrédito,o trabalho de Mesmer inspirou 
outros médicos. Entre eles, o escocês James Braid, considerado o 
iniciador da Hipnose Científica, que atuou no século 19. 
Braid classificou a hipnose como se fosse o “sono do sistema 
nervoso”. Essa constatação deu origem ao termo usado hoje, 
“hipnose”. 
Mais tarde, o próprio médico descobriu que estava equivocado, 
pois é no estado hipnótico que o sistema nervoso mais trabalha 
nos sentidos psíquico e mental. 
De fato, não há relação entre o estado de sono e aquele 
encontrado na hipnose. 
Braid utilizou da hipnose para manter seus pacientes anestesiados 
durante cirurgias e ensinou a alguns como se auto-hipnotizar. 
As Escolas de Charcot e de Nancy 
A hipnose continuou a ser estudada, embora seus fenômenos 
muitas vezes fossem mal interpretados. 
Na verdade, a Hipnoterapia gera opiniões controversas entre a 
comunidade médica e descrença por parte da sociedade graças 
aos muitos mitos da hipnose. 
São verdadeiros clichês que impedem as pessoas de alcançarem 
uma vida plena por desconsiderarem o verdadeiro valor 
terapêutico da técnica. 
Na França, duas escolas seguiam linhas distintas sobre a hipnose. 
A escola de Salpêtrière, liderada por Jean-Martin Charcot (1835-
1893) e a escola de Nancy, comandada por Auguste A. Liebeault 
(1823-1904) e Hipolyte Bernheim (1840-1919). 
A escola de Charcot relacionava a hipnose a comportamentos 
histéricos. 
Por sua vez, a escola de Liebeault e Bernheim retomou o ponto de 
vista de Braid, defendendo a hipnose como um estado de 
consciência natural do ser humano. 
De acordo com os estudos da dupla, a indução hipnótica ocorria 
por sugestão das imagens. Braid já tinha descoberto, porém, 
relacionava ao uso de magnetismo. 
Hipnose no Brasil 
Apesar de bastante antiga no mundo, a história da hipnose no 
Brasil é recente. 
Desde o ano 2000, foi aprovado e regulamentado o uso de hipnose 
como “recurso auxiliar do psicólogo” pelo Conselho Federal de 
Psicologia – CFP. 
No entanto, a formação em hipnoterapia não está restrita a 
psicólogos e psiquiatras. Médicos, pedagogos, fisioterapeutas, 
fonoaudiólogos, terapeutas holísticos e muitos outros profissionais 
podem se formar hipnólogos. 
Você sabia que as técnicas de Hipnose podem ser utilizadas 
inclusive em um tratamento para emagrecimento? 
Diversas dessas categorias contam com artigos em seus códigos 
de ética que instruem seu uso. 
Além da finalidade terapêutica, também é útil para pesquisa e 
ciência. 
 
Como é Realizada uma Sessão de Hipnoterapia? 
 
Uma sessão de hipnose pode ser descrita em 5 etapas: 
1ª Etapa: Entrevista 
 
Na primeira sessão é feita uma pequena investigação do problema 
do cliente, ou seja o hipnoterapeuta tem que identificar as 
possíveis causas que levam ao desenvolvimento do problema ou 
dificuldade. Isso é feito a partir de uma entrevista em que será 
transmitido ao terapeuta todas as informações necessárias para o 
tratamento, para que este possa assim decidir qual o melhor 
caminho a seguir durante a terapia. A partir destas informações o 
terapeuta organiza toda a estrutura do tratamento e elabora a 
sessão, que será feita à medida para cada cliente. 
Depois de estabelecida a relação inicial de confiança e segurança 
entre terapeuta e cliente e estabelecidos todos os objetivos 
terapêuticos, todas as dúvidas relativamente à hipnose são 
esclarecidas e o cliente poderá experimentar a maravilhosa 
sensação de entrar num transe hipnótico. 
Algumas pessoas terão mais facilidade em entrar em transe e 
outras tem que aprender. Nesta etapa o hipnoterapeuta poderá 
fazer alguns testes ou exercícios com o objetivo de ensinar a 
mente do cliente a entrar mais facilmente no estado terapêutico de 
hipnose pretendido. 
2ª Etapa: Indução ao Relaxamento 
 
Em sessão, o cliente coloca-se de forma confortável, fecha os 
olhos e passa por um relaxamento em que há uma sensação de 
paz, calma e tranquilidade. Baixa-se a frequência mental, fixando-
se um nível, a que chamamos de sono terapêutico 
Este é um procedimento flexível, em que a história pessoal do 
cliente determina a forma como será personalizada a indução ao 
relaxamento. 
Existem duas grandes vantagens no relaxamento: a primeira é 
que, ao relaxar, a pessoa pode ver e entender de uma forma cada 
vez mais clara os seus problemas; a segunda vantagem, é ser uma 
preparação para o estado mais profundo de transe. 
3ª Etapa: Aprofundamento 
 
O processo de aprofundamento do relaxamento irá conduzir a um 
transe mais profundo onde é deixado de lado o filtro crítico da 
mente consciente. Uma vez que isto seja alcançado, existe a 
comunicação direta com a mente inconsciente, feita pelo 
hipnoterapeuta. Isto é importante, porque o aspecto principal da 
hipnose é exatamente conseguir com que a mente inconsciente 
aceite e concorde com as mudanças que serão propostas. 
A mente fica mais tranquila e permite observar os assuntos em 
questão com uma nova e clara visão. Existem vários níveis de 
transe, e aqui a condução pode ser feita até o estado de analgesia 
e de anestesia se for o caso. 
Este tempo em que o cliente permanece em sono terapêutico 
equivale a 8 horas de sono fisiológico, tal é a profundidade do 
relaxamento. 
4ª Etapa: Sugestões 
Quando o cliente estiver em estado de transe, inicia-se a terapia. 
Chegou a hora de trabalhar a questão que motivou a sessão. 
Novas ideias e “sugestões” combinadas antes de iniciar a hipnose, 
são dirigidas diretamente ao inconsciente com o objetivo de efetuar 
as mudanças pretendidas. Durante o transe hipnótico, o cliente 
ficará consciente e ouvirá tudo que for dito. As sessões podem ser 
gravadas. 
Também será ensinada a auto hipnose para a prática e treino 
individual fora da consulta. 
5ª Etapa: Saída do transe 
No final do trabalho, o cliente é tirado do estado de transe e volta 
ao seu estado normal. Qualquer sugestão utilizada para produzir o 
estado hipnótico será então removida. 
Segue-se uma conversa final e a conclusão da sessão. 
Quantas sessões são necessárias para um tratamento efetivo? 
Os resultados são relativos e dependem sempre do cliente, mas 
normalmente os resultados são visíveis a partir da primeira sessão. 
Algumas pessoas podem necessitar de duas ou três sessões para 
obterem resultados mais evidentes. A média é de 6 a 8 
atendimentos. 
Qual a duração das sessões? 
Cada sessão tem aproximadamente a duração de 1h dependendo 
das técnicas utilizadas. 
O ideal é que as sessões sejam realizadas uma vez por semana, 
pois a sessão anterior beneficia a continuação da próxima. Assim 
sendo, se o intervalo for maior, pode ser necessário um esforço 
maior para se obter o mesmo resultado. 
Enfim, a hipnose oferece inúmeras aplicações que podem torná-
lo(a) uma pessoa melhor em qualquer área da sua vida, seja nos 
seus relacionamentos, na sua saúde, no âmbito profissional ou 
intelectual. 
Através da hipnose poderá ter fácil acesso aos seus recursos 
internos e com isso promover a sua melhoria, resolver os seus 
problemas e realizar as suas metas. 
 
 Aplicações e Benefícios da Hipnoterapia 
 
 
A Hipnose é indicada no tratamento da depressão, ansiedades, 
fobias, síndrome do pânico, stress pós-traumático, tiques, 
obesidade, tabagismo, dificuldade de aprendizagem, transtornos 
do sono, baixa autoestima, compulsões, tartamudez (gaguez) 
entre outros. Pode ser aplicada como apoio ao tratamento do 
cancro e da SIDA; nos processos dolorosos, principalmente nas 
dores crónicas; na cardiologia no controle da hipertensão e outras 
cardiopatias; na ginecologia, na obstetrícia e no parto sem dor, 
como um acompanhamento pré-natal; na preparação de pacientes 
com indicação cirúrgica, tanto no aspeto emocional como na 
potencialização da recuperação; na odontologia como apoio nos 
tratamentos de pessoas com fobias, traumas e como opção à 
anestesia. 
Também auxilia as pessoas sadias que desejam mudar à sua 
maneira de agir para melhorar os seus desempenhos sociais, 
profissionais ou de relacionamentos; os candidatos

Continue navegando