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Radiologia Veterinária 2 Sumário 1. Radiologia Veterinária ......................................................................................................... 3 1.1. História da veterinária no Brasil .................................................................................. 3 1.2. Indicações para o exame ............................................................................................. 4 2. Posicionamento ................................................................................................................... 7 2.1. VENTRODORSAL (VD) ................................................................................................... 7 2.2. DORSOVENTRAL (DV) ................................................................................................... 7 2.3. RADIOGRAFIA de STRESS ........................................................................................... 10 2.4. FROG LEG ................................................................................................................... 11 2.5. RADIOGRAFIAS POSTURAIS ........................................................................................ 11 3 1. Radiologia Veterinária A medicina veterinária é tão antiga quanto a ligação que os seres humanos realizaram com os animais. As anotações veterinarias estava registrada no Papiro de Kahoun, de cerca de 4000 A.C. Os códigos Eshn Unna (1900 a.C. e de Hamurabi ( 1700 a.C), na Babilônia, trazem referências ao pagamento e atribuições dos médicos dos animais. Na Grécia Antiga, a profissão, então chamada de hipiátrica, data do século VI a.C.; já em Roma alguns tratados foram dedicados às doenças animais, como os de Catão e de Columela. 1.1. História da veterinária no Brasil Com a chegada da família real ao Brasil, em 1808, a cultura científica e literária brasileira recebeu novo alento, pois até então não havia bibliotecas, imprensa e ensino superior no Brasil Colônia. São fundadas, inicialmente, as Faculdades de Medicina (1815), Direito (1827) e a de Engenharia Politécnica (1874). Quanto ao ensino das Ciências Agrárias, seu interesse só foi despertado quando o Imperador D. Pedro II, ao viajar para França, em 1875, visitou a Escola de Medicina Veterinária de Alfort, impressionou-se com uma Conferência ministrada pelo Médico Veterinário e Fisiologista Dr. Collin. Ao regressar ao Brasil, tentou propiciar condições para a criação de entidade semelhante no País. Entretanto, somente no início do século XX, já sob regime republicano, autoridades brasileiras decretaram a criação das duas primeiras instituições de ensino de Medicina Veterinária no Brasil, a Escola de Medicina Veterinária do Exército, pelo Dec. nº 2.232, de 06 de janeiro de 1910 (aberta em 17/07/1914), e a escola superior de agricultura e medicina veterinária, através do Dec. nº 8.919 de 20/10/1910 (aberta em 4 de setembro de 1913), ambas na cidade do Rio de Janeiro. Em 09 DE SETEMBRO DE 1933, através do Dec. nº. 23.133, do então Presidente da República Getúlio Vargas, é que as condições e os campos de atuação do Médico Veterinário foram normalizadas, conferindo-se privatividade para a organização, a direção e a execução do ensino Veterinário, 09 de setembro, foi escolhida para se comemorar o Símbolo da Veterinaria. 4 A Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo foi a primeira Escola a receber um aparelho de Raios X, em janeiro de 1.938, o qual foi instalado na Seção de Raios X e de Agentes Físicos, na antiga Escola, fundada em 1.919 e que se chamava Instituto de Veterinária. O equipamento radiográfico da marca General Eletric, modelo KX7, rede aérea com 50 mA e 100 Kv ao qual acoplava-se Potter-Bucky acionado manualmente e equipado com uma placa fluoroscópica. Para avaliar o movimento da Seção, utilizado como exemplo o mês de julho de 1956, onde foram efetuadas 17 radiografias em três (3) minutos e 97 radioscopias em duas (2) horas e nove minutos. Os atendimentos a equinos e pequenos animais que necessitam do auxilio de exames radiográficos eram feitos pelas Escolas ou Hipódromos das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba e nas poucas clinicas para cães e gatos dessas Capitais. A medicina veterinária é diferente da medicina humana, devido ao fato de trabalhar com várias espécies de animais e, quando é necessário, utiliza métodos de diagnósticos por imagem, como raio-x, ultra-som, tomografia computadorizada, ressonância magnética, cintilografia e etc. Hoje no Brasil faz uso dos raio-x e o ultra-som, sendo de suma importância para o diagnóstico de uma variada gama de patologias. Não há diferença entre a medicina veterinária com a medicina humana no que diz respeito de proteção radiológica, como: luvas, aventais, óculos, colar de tireóide, dosimetria, baritagem de sala, grade difusora e análise pelo menos duas vezes por ano do aparelho em uso, por empresas especializadas, quanto ao maquinário, fuga de radiação, colimação, MA, KV e T, e preparação de relatório para que se promovam modificações e consertos se necessário. 1.2. Indicações para o exame Traumatologia Anormalidade, mal formação Corpo estranho 5 Tipo de animais Animais selvagens Animais domésticos Animais domesticados Animais Selvagens Que vivem em meio a fauna e flora sem a ação do homem. Animais domesticados São animais selvagens que, uma vez amestrados pelo homem, passam a conviver com este, sem apresentar as mesmas características de apego doméstico. Animais domésticos São os que vivem nas habitações, nas cidades, no convívio humano, adaptados ao convício familiar, e que, pelo seu apego ao ser humano, sua vivência fora do ambiente em que o homem vive, torna-se quase impossível a vida para ele. Os animais domésticos podem ser classificados de acordo com a relação que ele tem com o homem em dois grupos Grandes animais ou animais de produção Pequenos animais ou animais de estimação Grandes Animais Os grandes animais se referem aos animais de produção de bens de consumo, incluindo animais fornecedores de carne, leite, ovos, mel, couro etc. O animal é muitas vezes avaliado pelo retorno financeiro que pode ter e não pelo carinho que o proprietário por ele dispensa. 6 Pequenos Animais São aqueles que convivem com os seres humanos e este dispensa ao animal uma relação de estima e respeito, mesmo que o animal não forneça um retorno financeiro. O proprietário tem por ele uma relação de apego e muitas vezes chega a considerar parte da família. 7 2. Posicionamento O posicionamento correto e preciso visa especificamente: Maior conforto do paciente Contenção e Imobilização do paciente Reprodução radiográfica fiel e digna do órgão que está sendo examinado Ao posicionarmos o paciente com o propósito de efetuar radiografias, deve-se dar a este posicionamento, levando em conta a face do corpo do animal onde incide e a face onde emerge a radiação. Dar nome ao posicionamento é importante no estudo radiográfico dos diferentes órgãos quanto à posição, relação com outros órgãos. Como regra geral, devemos posicionar os pacientes de forma mais anatômica possível e quando a espessura não é muito significativa, como por exemplo nos exames patelares de caninos, podemos usar a projeção que dê mais conforto para o paciente. São usados dois termos sendo que o primeiro indica qual a face pela qual o feixe dos raios X penetram no corpo do paciente e o segundo aquela pelo qual ele emerge, onde está colocado o filme radiológico. Pequenos animais – básica: 2.1. VENTRODORSAL (VD) Os raios X penetram pelo ventre e emergem pelo dorso do paciente. O paciente, na maioria das ocasiões, está em decúbito dorsal. 2.2. DORSOVENTRAL (DV) Os raiosX penetram pelo dorso e saem pelo ventre do paciente. O decúbito do paciente é o ventral. 8 LATERAL DIREITA (Lat. D) As radiações X incidem pela parede lateral direita e emergem pela parede lateral esquerda. O decúbito é o lateral esquerdo. LATERAL ESQUERDA (Lat. E) As radiações X incidem pela parede lateral esquerda e emergem pela parede lateral direita. O decúbito é o lateral direito Alguns autores utilizam a nomenclatura para as projeções Laterais a terminação Látero Lateral, especificando se é Direita ou Esquerda. Tal fato deve-se em razão de que podemos realizar projeções Laterais com obliquidade com o objetivo de tornar mais pronunciado uma determinada região de um órgão ou um acidente anatômico ósseo. A obliquidade pode se dar no sentido cranial ou no sentido caudal. Para que não haja confusão é aconselhável que as projeções Laterais Oblíquas sejam consideradas projeções diferenciadas das Laterais, com abreviações próprias, e que sejam usadas como projeções acessórias. Assim teremos: Lateral Oblíqua Direita Anterior ou Cranial (Lat.ODA ou LODCr) as radiações X penetram pela parede lateral direita com obliqüidade no sentido crâneo-caudal. Lateral Oblíqua Direita Posterior ou Caudal (Lat. ODP ou LODCa) as radiações X penetram pela parede lateral direita com obliqüidade no sentido caudo-craneal. Lateral Oblíqua Esquerda Anterior ou Cranial 9 (Lat. OEA ou LOECr) as radiações X penetram pela parede lateral esquerda com obliquidade no sentido crâneo-caudal e Lateral Oblíqua Esquerda Posterior ou Caudal (Lat. OEP ou LOECa) as radiações X penetram pela parede lateral esquerda com obliquidade no sentido caudo-cranial. ANTERO-POSTERIOR (AP) Usada para designar as projeções radiológicas utilizadas para os estudos dos membros dos animais. As radiações penetram pela face anterior e emergem pela face posterior dos membros. Alguns autores utilizam esta nomenclatura para os exames que se realizam da porção proximal até o carpo ou tarso, utilizando a designação. DORSO-PALMAR/PLANTAR (D-P) Para os exames radiológicos das porções distais dos membros dos animais PÓSTERO-ANTERIOR (PA) Usada para designar as projeções radiológicas utilizadas para os estudos dos membros dos animais. As radiações penetram pela face posterior e emergem pela face anterior dos membros. Alguns autores utilizam esta nomenclatura para os exames que se realizam da porção proximal até o carpo ou tarso, utilizando a designação PALMO/PLANTAR-DORSAL (P-D) Para os exames radiológicos das porções distais dos membros dos animais 10 LÁTERO-MEDIAL (LM) Usada para designar os estudos radiográficos realizados nos membros dos animais nos quais as radiações penetram pela face lateral (externa) e emergem na face medial (interna) dos membros. MÉDIO-LATERAL (ML) Usada para designar os estudos radiográficos realizados nos membros dos animais nos quais as radiações penetram pela face medial (interna) e emergem na face lateral (externa) dos membros. Pequenos animais - Acessória Em alguns exames radiológicos somos obrigados a posicionar o paciente de maneira especial pois estas projeções ajudarão a interpretação radiológica. Tais projeções são chamadas de ACESSÓRIAS e o seu uso não dispensa a utilização das projeções básicas. As projeções oblíquas, vistas anteriormente, são algumas das projeções radiológicas acessórias. LATERAL ou MEDIAL FLEXIONADA projeção própria para o estudo radiológico das articulações localizadas nos membros dos pacientes. A flexão da articulação deve obedecer os seus limites fisiológicos, não podendo ocorrer uma hiper-flexão articular. 2.3. RADIOGRAFIA de STRESS São aquelas em que a articulação que está sendo estudada está no máximo de um de seus movimentos articulares. São cinco (5) as manobras básicas para se provocar o stress articular: tração, rotação, forças em sentido contrário, com o auxílio de um bastão e hiperflexão/hiperextensão. Essas manobras devem ser realizadas com o máximo cuidado para não agravar a lesão existente. Para estes exames é recomendado que se realize a(s)manobra(s) de stress a ser usada antes da tomada radiográfica com a finalidade de se verificar o grau de resistência do paciente em relação aos deslocamentos articulares. 11 Quando o animal acusa resistência a aplicação mínima das forças, não se recomenda- se o uso destes exames radiológicos. Quando o animal permite a aplicação das forças deve-se usar sedativos/ tranquilizantes/ anestésicos tendo em vista que se trata de técnica muito dolorosa. 1 Tração 2 Rotação 3 Forças em sentido contrário 4 Com auxílio de um bastão 5 Hiperflexão/Hiperextensão 2.4. FROG LEG Trata-se de um posicionamento acessório que permite o estudo da articulação coxo- femural dos animais de pequeno porte. Através dessa projeção não é aconselhável o exame radiológico da articulação com a finalidade de interpretação para Displasia Coxo-femural. Seu principal uso é para as avaliações de pequenos deslocamentos da articulação. Para a sua realização posiciona-se o paciente, anestesiado, em decúbito dorsal, portanto uma projeção VD, incidindo o Raio Central exatamente num ponto intermediário de uma linha imaginária que liga as duas cabeças femurais deixando-se que os membros, num movimento de abdução, se aproximem do filme radiográfico por ação da força da gravidade. 2.5. RADIOGRAFIAS POSTURAIS São projeções Laterais, VD e DV nas quais o paciente está colocado em estação, no caso das Laterais,ou ,então, ereto pelos membros, no caso da VD e da DV. São utilizadas para otimizar a interface entre líquidos/ gases, podendo estes estarem livres em alguma cavidade corpórea (ex.: hidrotórax, pneumotórax, ascite) ou confinados em algum órgão oco (ex. dilatação gástrica aguda). 12 Estes estudos radiográficos também apresentam grande utilidade para a interpretação exata das deformações dos membros pois os mesmos estarão suportando o peso do paciente. Nestes casos as projeções deverão ser AP, PA, Lat. e Medial. Acessórios na radiologia veterinária A área da radiologia veterinária é extremamente rica em acessórios, os quais, contribuem na rotina diagnóstica para a realização de exames radiológicos. Entretanto o conhecimento deste material é muito importante, justamente para que haja uma utilização correta usufruindo todos os benefícios aos quais os mesmos oferecem para o técnico em radiologia veterinária, assim como para o médico e auxiliar e acompanhante do animal. Avental de Chumbo Cilindros e cones de extensão Luvas de chumbo Protetor de tireóide Termômetro Faixa de compressão Identificador Radiográfico Chassis
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