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Ergonomia E Biossegurança Em Odontologia Série Abeno Odont

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Odontologia Essencial 
Parte Qtnica 
Ergonomia e 
Biossegurança 
em Odontologia 
<uo;mii..C:SOrts d~ sfrit 
Léo lúiger 
Samuel Jorge Moysés 
Simone Tetu Moysés 
c.oorder.adOfd d.a strle 
Maria Celeste Morita 
m 
Wilson Galvão Naressi 
Eliel Soares Orenha 
Suely Carvalho Mutti. Naressi 
«> E<Jitora Artes Médicas Ltda., 2013 
Diretor editorial: Milton Hechl 
Gerente editorial: Letfcfo Blspode Limo 
Colaboraram nesta ed~3o: 
Editora: Juliano topes Berno,dlno 
Assistente edltorlal: CodtJo de Lima Carvalho 
Capa e projeto gráfico: Fl:>Olo Monko 
Prepar~3o de originais: Modl Pacheco 
Leitura final: Pedro Bo,ros 
Ilustrações: "1:lgner C:O.lho 
Editoração: Acq,.,o éstúdt0Cróflco 
E67 Ergonomia e bioue,gurllll'l~ emodoti totogl• {recuno eteltõnkiol 
/ organlzaoores. Lfa Krig,er. Stnw el Jocg-e Mo'(SéS.. Sil'l'IOM 
T. Mc,vsés: coorGenacl«a. Maria Celeste Morlta : autores, 
YÃlson Gatvao Naressf, Suely CatvaU,o MuttJ Na,essi. Ellel 
Soares OrenN. • Oaiios ele.rônico5. • ~o P.i\A.o; Attes 
M4dita;, 2013. 
(A.SENO: Odoniologia Encnóal: di,.ica) 
Edil.ado t:atn.blrn c,om0Uvt0 im,,resso em 20\3. 
ISSN 918-85•36?•0\80-6 
1. Ooontoloc;iN. 2. Ergonomia. 3. BlossegutaN;a. 1. Kri9':t 
Léo, li, fw!QI/MS. S.muel Joive.111, MQVMS. Simonq T. IV, Mo-, 
riu, Maria Ç11tcste, V. Natoui. Wil50n Cllvio, VI. Natflà, 
Suety CINalho Mutll. VII. Oren.h,a. Elicl Soa!"!-s. 
CDU 616.314:608.3 
Reservados todos os dfr~ltos de publlc~ao ~ 
EDITORA ARTES MÉDICAS LTOA .. uma empresa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A. 
Editora Artes M~kas ltda. 
Rua Dr. Cesário Mota )r., 63 - Vila Buar((ue 
CEP 01221-020 - S3o Paulo - SP 
Tel.: 11.3221.9033 - Fax: 11.3223.6635 
~ protblda a dupUc~ao ou reprodu~ao deste volume. no todo ou em parte, 
sob qual$quer formas ou por quaisquer meios (~!!trônic:o, mednjco, gravac;ão, 
fotocópia. distribuição na Web e outros). sem permissão expressa da Editora. 
Unidade Silo Pauto 
Av. Embaixador Macedo Soares, 10135 - Pavil~ao 5 - Cond. Espace Center 
VltaAnast~clo- 05095-035- S3oPaulo- SP 
Fone: (11) 3665• 1100 Fax: (11) 3667-1333 
SAC 0800 703-3444 - www.grupoa.com.br 
IMPRESSO NO BRASIL 
PRINTED IN BRAZIL 
Odontologia Essencial 
.fbrte Cltnica 
Ergonomia e 
Biossegurança 
em Odontologia 
org.v:lz.adores da sMe 
LéoKriger 
Samuel Jorge ~foysés 
Simone Tetu Moysés 
COOrdtnado~ (f.,) SC!rit 
Maria Celest,e Morita 
Vers~ lmi:,,essi 
desta obra: 2.013 
Wilson Galvão Naressi 
Eliel Soares Orenha 
Suely Carvalho Mutti Naressi 
2013 
AUTORES 
Wilson Galvio Naressi Ch'u(glão~dentl.sta. Professor adjunto da 
FaculdOOe de Odontologia de São José dos Campo5 da Unive(s;c:tade Estacfua\ 
PauUsta l ôllo de M•squlta Filho (FOSJC/Unesp). Uvre-docent• •m Economia 
Profissional pela FOS'JC/Unesp. Especialista em Odontologia Preventiva e 
Social peta FOSJC/Unesp. Doutor em Economia Profissional e Hlg~ne do 
Traba1ho pela FOSJC/Unesp, 
Eliel Soares Oranh.a Cirurgiâo•dent.ista4 Professo, assistente da 
fOSJC/Unesp. EspedaUsta. mestre e doutor em Odontologia Preventiva 
e Social pela Faculdade de Odontologia de Araç:atuba (FOA)/Unesp. 
Sue-ly Carvalho Mutti Narcs.si Orurgiã•dentista. Profés.sora ass;.stente 
da FOSlC/Unesp. Bacharel em Direito pela Universidade Paulista (Unlp). 
São l os, dOs Campos. MMtte e doutora ~m Odontof.ogla Restauradora pela 
FOSJC/Unesp. 
Organizadores da Série Abeno 
L~ Krlger Profossor dl' Saüde Coleliva da PontiUda Uni...crSldadt 
Católica do Paraná (PUCPR), Mestre em Odontologia em Savde Cotetiva 
pela Unl\lersldade Federal do Rlo Grande do Sul {UFRGS), 
S•muel Jorge Moysfs Prore.sso, Ulular da escola de Sl!úde e Blodfnclias 
da PVCPR. Professor adjun to do Departamento de Saúde Comunitária <la 
Un....,rsldade Federal do F'araná (UFPR). Coordenador do Comlt! de ttlca 
em Pesquisa da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, PR, Doutor em 
Epidemiologia e Saôde Pôbllca pela Universidade de Londres. 
Simone Tetu Movsés Professo,a titular da PUCPR.. Coordenaoora da área 
de Saüde Coletiva {mestrado e doutorado) do Programa de pós-graduação em 
Odontologia da PUC PR. Doutora em Epidemiologia e Saúde PôbUca pela 
Universidade de Londres. 
Coordenadora da Série Abeno 
Maria Cel•ste Morita Presidente da ABENO. Professora associada da 
Universidade Estadual de Londrina (UEL). Doutora em Saôde Pôbllca 
pela Universidade de Paris VI, França. 
Conselho editorial da Série Abeno 
Mar1a Celeste Moôta. L~ Krlger, Samuel Jorge Moyses. Simone Tttu Moys~. 
José Ran.t\i, Adair Luii StefaneUo 8u5ato. 
À ASsoclaçao Brasileira de Ensino OdOntológico (Abeno). aqui 
representada pelo Prof. Dr. Léo Krlger, pelo honroso convite para 
elaborarmos esta obra. 
Aos Profs. Oene HokWerda e Rol! RulJter. da Universidade de 
Grõningen, Holanda; ao Prof. Dr. Jerome Rotgans. da Universidade de 
Aachen, Alemanha: â Profa. Ora. Lydia Katrova, da Universidade de 
Sofia, Bulgária: aos ergonomistas Joseph A. J. Wouters e Paul Engels. 
Holanda, membros da ESOE (European Society oi Dental 
Ergonomlcs), pela permis~ no uso de material didático. 
Ao Prof. José Benedito Oliveira Amorim. por gentilmente nos 
ceder o espaço dO Laboratório de Ele1romlogralfa da Faculdade 
de Odonlologla de sao José dos Campos/Unesp, onde foram 
feitas algumas fotografias. 
Aos colegas e colaboradOres Angélica Cristlane B~llo Soares. 
Enzo Rosettl, Hilrina Prates Vlllas-Bóas, Lalana Pereira da Silva 
e Franclne Soares Orenha, pela lnestim~el partlcipaçao na 
elaboração das Imagens. 
A Uncoln Henrique Molmaz Soares e~ MlreUa Anjos de Sousa. 
pelo suporle na reallzaçao das ilustrações. 
Às empresas de equipamentos médico-odontológicos Oabi Atlante, 
Gnatus e Kavo. pela permlssao na obtençao de Imagens. 
Wilson Galvao Naressl 
Eliel Soares Orenha 
Suelv Carvalho Multi Naressl 
Esta obra é dedicada a lodos aqueles que se preocupam com a 
educac;:ão continuada, pois .. o objetivo da educação é despertar no 
indivíduo toda a perfeição de que ele seja capaz" (Kant). 
A prática diuturna da odontologia é fortemente estafante. 
O estre$Se advém de fatores retacionados ao exerclcio profissional. 
tais como as caracterfstlcas Inadequadas do ambiente físico de 
trabalho nos quesitos ilumlnac;ao, temperatura. ruído e cor. das 
exigências tisicas da função - longas horas de trabalho, isolamento 
do clrurgl~o-dentlsta/equipe, trabal hos semlrrepetltivos. competlçao 
entre profissionais e consequente necessidade de constante 
atualização e aperfeiçoamento técnico; do relacionamento 
profissional-paciente - Lidar com suas expectativas, ansiedades. dores, 
faltas, atrasos, cancelamentos. falta de colaboraçao e n~o observancla 
de instruc;:ões, inadimplência , entre outros e, por fim, a possibilidade 
de contágio por moléstias veiculadas pela saliva e sangue em função 
do lnevlt~el contato físico com o paciente duranle todo o tratamento. 
A somatória dessas causas estabelece o universo de agressões 
psícossomatlcas ao clrurglao-dentista e sua equipe, exigindo medidas 
para aliviar seu fardo dfarlo. A ergonomia propicia a possibilidade 
de tornar menos penosa a execusão dos procedimentos a serem 
realizados. em decorrência de sua relação com a antropometrla, 
a ílslologla, a engenharia e a psicologia. buscando o completo 
entrosamento do profissional com seu equipamento e instrumental 
de trabal ho. 
A Indústria de equipamentos tem procurado ajuslar os produtos~ 
necessidade do profissional. cabendo aos usuários explorar seus 
componentes da maneira mais adequada. Neste sentido, os autores 
apresentam novas propostas Ja Implantadas nos úl timos 10 anos em 
centros consagrados da area de ergonomia, mas que ainda necessitam 
ser absorvidas na sistemática odontológica brasileira. 
A racionalização do trabalho, simplificando-o mediante a utilização de 
mao de Obra auxiliar ll<!m tr~nada, vem permitir a prOdullvldade com 
qualidade cada vez mais comprovada. O procedimento clinico 
realizado a quatro ou seis maos evidencia atuaçao diferenciada, 
possibilitando que o produto final seja concluido em tempo menor, 
para satlsfaçaodo paciente. No entanto, notamos que o clrurglao-
dentista e sua equipe ainda têm pouca familiaridade na apUcação da 
ergonomia em sua atividade diária. 
A implementação dos conceitos e práticas da b iossegurança agregaram 
mais segurança ao desempenho da profissao, como a esterilização 
flsica utilizando vapor sob pressão e a aplicação de medidas visando 
aumentar o nlvel de lmunlzaç:io da equipe, por meio de vacinas contra 
as moléstias passiveis de ocorrer nos profissionais de saúde. 
Assim sendo, os organizadores deste livro focaram a atividade 
odontotógka dentro de parãmetros ajustados ao trabalho mais 
racionalizado possível, cabendo aos colegas utilizar tais ferramentas 
para que o sucesso profissional seja acompanhado da necessária 
qualidade de vida,. Também foi incluída uma proposta para a 
readequação da disciplina de e<gonomia a ser ministrada ao longo de 
toda a graduaçao, fornecendo subsldlos para uma capacltaçao mais 
aJustilcla à preservação do profissional. 
Wi lson Ga1vao Naressl 
Eliel Soares Orenha 
Suetv Carvalho Multi Naressi 
Sumário 
1 l Histórico e definl~ões 11 
WllSon CalVôO Na,essi. l:llel Soares Orenha, Suety Carvalho MutU Naress/ 
2 1 Aspectos anatõmicos, fisiológicos e emocionais como componentes da ergonomia 17 
Wilson Colvõo Noressi, Eliel Soares Orenha. Suety Carvalho MutU Noressi 
3 l Epidemiologia, etiologia e prevenc;.ão das tecnopatias odontológic.as (doenc;.as ocupacionais) 37 
Wilson Galvão Noressi. Eliel Soares Orenha. Suety Carvalho MuW l\íaressi 
4 1 Planejamento das lnstalac;_ões do consultõrlo 79 
Wilsoo Galvão Noressi. Eliel Soares Orenha, Suety Carvalho Muttf Noressi 
5 1 Organiz~ão do trabalho 93 
Wi!Son Galvão Naressi. l:liel Soares Orenha, Suety Carvalho Mutti Naressi 
6 1 Ergonomia odontológica: situação atu;al. desafi0s1 propostas e metas 707 
Wilson Colvão Naressl. filie/ Soares Orenha. Suety Carvalho Muttl Naressl 
7 1 Biossegurança 173 
WilSon Colvõo Noressi. filie/ Soares Orenha, Suety Corvatho Multi Naressl 
Referências 725 
Recursos pedagógicos que facilitam a leítura e o aprendízadol 
OBJETIVOS 
DE APRENDIZAC.EM 
CONCEITO 
LEMBRETE 
PARA PENSAR 
SAIBA MAIS 
ATENÇÃO 
RESUMINDO 
o-
PALAVRAS REALÇADAS 
Informam a que o estudante deve estar apto após a leitura do capitulo. 
Define um termo ou expressão constante do texto. 
Destaca uma curiosidade ou informação importante sobre o assunto tratado. 
Propõe uma reflexão a partir de informação destacada do texto. 
Acrescenta informação ou referência ao assunto abordado, levando o 
estudante a Ir além em seus estudos. 
Chama a atenção para informações, dicas e precauções que não podem 
passar despercebidas ao leitor. 
Sintetiza os últimos assuntos vistos. 
Ícone que ressalta uma informação relevante no texto. 
ícone que aponta elemento de perigo em conceito ou terapêutic.i abordada. 
Apresentam em destaque situações da prática clínica, tais como prevenç3o, 
posologia, tratamento, diagnóstico etc. 
Histórico e definições 
WILSON CALVAO NARESSI 
fL/fL SOAJ~S ORENHA 
SUELY CARVALHO ML/fTI NARESSI 
Desde o despontar da história, o homem vem lutando para aliviar o 
fardo de seus esforços diârios. Considerada a longa extensão do 
percurso feito, seu progresso tem sido constante e se9uro. 
o aperfei~oamento de ferramentas para cortar; amassar, raspar e 
perfurar tem facilitado ao ser humano a execuçao de suas tarefas 
di~rias desde a Idade da Pedra. Este aperfeiçoamento continuo e o 
acúmulo de conhecimentos têm potencializado a evoluçao da 
humanidade e, na atualidade, têm permitido uma melhor lnterac;3o do 
homem com todo o ambiente, tanto durante a realização das tarefas 
quanto nas horas de lazer. 
HISTÓRICO,DA ERGON • 
No século XV111, Ramaz·zfni apresentou e discutiu as rela~ões entre as 
condições ambientais e as características das ferramentas e dos 
equipamentos, além dos problemas ele saúde decorrentes do seu uso. 
Mostrou. por exemplo, que as desordens por traumas acumulativos 
sao causadas pelos movimentos repetllivos das maos. pela má pastura 
do corpo e pelo excessivo estresse mentaL 
Pelo menos quatro séculos separam os modemos estudos 
ergonõmicos das pesquisas sobre anatomia realizadas por Leonardo 
da Vinci. Fascinado pela perfeição do corpo humano, da Vinci tentava 
captar a harmonia de proporções e de mOYlmentos para transmiti-la 
em suas obras. 
A ergonomia, com o auxílio da antropometrla. da fisiologia, da 
engenharia e da psicologia, busca outro tipo de perfeisão: o completo 
entrosamento entre o homem e seus lnstl'\Jmentos de trabatho.1 
OBJETIVOS 
DE APRENDIZAGEM 
Entender o que é ergonomi.a e 
suas hJnçóes 
Compreender de que formiJ 
a ergonomia pode trazer 
melhorias para o trabalho do 
clrurglao-dffltlsta 
LEMBRETE 
A e cgonomia ê caracterizada pela 
multidisciplinaridade (fazendo úSO 
de conhecimeotos provenientes de 
diversas flrea.s) e pela 
transdlsclpUnarld>de (a lntegraç~ 
dos conhecimentos permite 
abôn:Jagens fundamentais paira gem, 
nO\/ilsso!uçóes dedesenllosde 
sistemas. o rganizações, trabalhos, 
máquinas. ferramentas e produtos 
de consumo). 
A palavra ergonomia vem dos termos gregos ergon (trabalho) e nomos 
(regras, leis) e foi utllllada pela primeira vez num jornal polonês, em 
1857, porWojciech Jastrzebowski (Fig. 1.1).' A velocidade do 
desenvolvimento cresceu grandemente no Inicio da Revoluçt.o 
-.. Industrial, com o aumento da demanda por ergonomia devido aos 
arranjos realizados para elevar a produtlvldade e melhorar a segurança 
do trabalhador dentro das fábricas. 
Figura 1.1 
Wojdtth Jastrzet>oWSkJ. 
P-rgura 1 2 LiWon M. Ci!breth, 
precursoto da e,goncm/0. 
PARA PENSAR 
Refe,indo•se à fod.ga humana, 
Frank Gflbretn. o pai d& moderna 
simplificação do trabalho, disse: 
•o des~rdk:io cm fadigas 
desnecessárias nao eQulvale apenas 
a um desperdicio econômico; e um 
dcspetdk:lo de vida, Que es:tj a 
reclamar a imediata atenç~o ele 
todos os que se interMSam pelo 
lndMchJO. grupo ou p,ospedda<le 
econõmita de um p.iis" .' 
No Inicio, as medidas tinham como loco a seleçao e o treinamento do 
trabalhador de acordo com as e.xigências apresentadas pelo tipo de 
trabalho ou tareia, procurando adequar o homem ao trabalho, o que se 
mostrou pouco eficaz. O aperfeic;oamento do sistema 
homem-máquina começou quando os esforços foram direcionados no 
sentido de adequar o trabalho ao homem, com foco no 
aperfeiçoamento das ferramentas. dos equipamentos e do ambiente. 
No inicio dosêculo XX, Taylor e o casal Frank e LillianGilbreth 
(Flg. 1.2) realllatamestudossobreo ttabalhadorcomo uma unidade 
isolada, cuja eficiência era medida levando·se em consideração seus 
movimentos na execuçao do trabalho, a fadiga. a deficiência do 
ambiente tisico e o tempo gasto nas operações. Esses fatores serviram 
de parâmetros para a modlflcaçao de paradigmas, tendo aplicações 
diversas na atualidade. 
A Organlzaçao lntemadonal de NormaUzaçao (ISO) é uma entidade 
que atualmente congrega os grêmios de padronização/normalização 
de 170 palses. A ISO aprova normas Internacionais em todos os 
campos técnicos e foi fundada em 23 de fevereiro de 1947, em 
Genebra. na Suiça. 
A partir de 1950, houve um avanço muito mais significaUvo e 
organizado com a crlaçao da Assoclaçao lntemaclonal de Ergonomia 
(IEA), concebida em seminario, na Holanda, da Agência Europeia de 
Produtividade em 1957, com sede na Sulça; hoje há 42 sociedades 
federadas ao redor do mundo. 
Na mesma época foi criada a Sociedade de Fatores Humanos nos 
Estados Unidos, estando suas pesquisas bastante relacionadas ao 
Departamento de Defesa Aérea dos EUA (Usaf). 
A Sociedade Europeia de Ergonomia Odontológica (ESOE), federada ã 
IEA, foi fundada em 1987 com o obJetlvo de coletar. analisa~ 
acompanhar, publicar e arquivar o conhecimento científico referente~ 
ergonomia odontológica e à prática da odontologia (organlzaçao. 
biosseguran~a, psicologia, etc.). 
Esta Importante sociedade foi criada e composta Inicialmente devido a 
necessidade dos membros integrantesdo Grupo de Trabalho em 
Ergonomia e Higiene da Federaçao Dentária Internacional (FOI) de ter 
uma estratégia para potencializar a organização e o desenvolvimento 
da ergonomia odontológka. 
Após mais de duas décadas de intensas atividades e estudos na ârea, 
originou-se a publlcaçao de relatórios técnicos' e do documento 
• Requisitos ergonõmicos para o equipamento odontológico: diretrizes 
e recomendações para o design. a construçao e a seleçao do 
equipamento odontológico'-. em maio de 2006.• Este documento íoi 
também enviado à ISO/FOI e serviu de base para a elaboração do 
projeto de norma, o quat está em fase de avaliação pelos comitês 
membros da ISO nos diversos países, representado no Brasil pela 
Associação Brasileira de Normas Têcnicas (ABNT}. 
A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA (ABERGO) FOI 
FUNDADA EM 30 DE NOVEMBRO DE 1986 COM AS SEGUINTES 
FINALIDADES: 
• estimular a formaçao, a pesquisa e o desenvolvimento cientifico e tecnológlCo no campo da 
ergonomia: 
• Inserir a eti1onomla na comunidade clentmca no sentido de promOYer um desen110tvfmento social 
autossustentavel; 
• promOlll!r e apoiar reuniões, cursos, eventos e outras atividades que contnbuam para o 
desenvolvimento, a formação, a difusão e o tntercambio de conhecimentos em ergonomia; 
• realizar ou apoiar publicações de boletins, anais, livros e periódicos em ergonomia e assuntos 
correlatos: 
• desell\/Olver ações que visem à melhoria conjunta das condi,;ões de trabalho, saOde, seguran91 e vida 
dos trabalhadores e da qualidade de vida da comunidade em geraL por um lado, e da eflc«ia do 
trabalho, por outro; 
• assesso,ar órgaos do governo e entidades normatlzadoras na elat>o~o de programas, projetos e 
normas que visem à ordenação, ao desenvolvimento, à difusão e à aplicação da en;ionomia; 
• representar os Interesses de seus associados Junto a entidades nacionais e Internacionais, 
especialmente junto à IEA: 
• assegurar à sociedade uma prática correta e preparada CIOS proftsslOnals com competência adqulrkla 
em ergonomia por melo das formac;ões acreditadas e/ou certificadas mediante seus processos 
Intrínsecos. 
Para atingir seus objetivos1 a ESDE se fundamenta em 
cinco pilares estratégicos: 
• relaçõespúbUcas: 
• encontros anuais; 
• programas de treinamento e estudos de ergonomia; 
• apolo e suporte para a crta~ao de sociedades nacionais de 
ergonomia odontológica; 
• desenvotvlmento de projetos de pesquisa em ergonomia 
odontológica em parceria com agências de fomento~ pesquisa. 
Na década de 1960, o currkulo OdontOlógico brasileiro viu 
despontarem em ergonomia os professores Fábio de Angelis Porto. 
Jaime Renato Furqulm de Castro, Oanlllo Eleutérlo. Ernesto Pllotto 
Gomes de Medeiros, Vitoriano Truvijo Bijelta e Ervino Marquart, 
considerados os pioneiros na área. 
Erç,onomla 
Dofinid.ai por.,.,nw.tyt como• 
•apUca,;ao da, ohldas blolog,cas 
e-m ,o,._unto com~ clfnciu 
mrcank:as para consegtut • mC!lhor 
adap~o mutua do ttomem ao seu 
trabatho, vis.ando melhor e6ciên cia 
e prosperidade humana·. a 
ergonomi.a ttm vast"ii .apha~iio tm 
todos os r1mos da lltfvldade 
pronsslooat. 
Em 1970, foi criado o Grupo Brasileiro de Estudos de Orientação 
Profissional Odontológica (GBEOPO), congregando outros professores 
dessa área (Olavo Bergamachi Barros, Maria Devanir FiglioU, Wilson 
Galvão Naressl, Roberto Luís Terence, Héllon Leão Uno, Fernando 
MoLinos Pires, Germano Tabacof, entre outros) que muito contribuíram 
para o Incremento da ergonomia odontotógíca no Brasil. 
Desde então. multo do que foi realizado no campo da ergonomia 
odontológka deve-se ao trabalho pioneiro dessa equipe em conjunto 
com o segmento produtivo: os fabricantes brasil eiros de equipamentos 
odontotógk os. 
f__RGONOMIA: CONCEITO 
E;A P.LICABILIDADE 
A ergonomia compreende um conjunto de conhecimentos científicos 
relativos ao homem que visa 11 melhor adapta~ das situações de 
trabalho aos trabalhadores. Sua praUca fundamenta-se na análise da 
tarefa. que busca consUtulr o quadro diagnóstico dos POntos crlticos 
específicos llquele POSto de trabalho.• 
Ciência que trata das Interações dos diferentes elementos humanos e 
materiais. a ergonomia procura definir a divisão de tarefas entre 
ope,adores. Instrumentos e equípamento; as condições de 
funcionamento ótimo desse conjunto de elementos; e a carga de 
trabalho para cada operador,,., A execução de uma tarefa deve ocorrer 
em condlç3o de saúde. conforto funclonat e eílclêncla.' 
lida'° mostra que ha necessidade de aliar fatores objetivos {racionais) e 
subjetivos (emocionais) na concePÇão de um desenho. Hoje o mercado 
é predominantemente ofertante. isto é, a oferta é maior do que a 
demanda. Isso gera uma necessidade de d lferencla~ao do produto 
para atrair a atenção do consumidor: POrtanto, a forma (desenho do 
Instrumento ou produto e características do serviço prestado) deve 
contemplar harmonicamente os aspectos racionais e emocionais. 
Mais atenção, portanto, deve ser dispensada à integração da 
ergonomia ao projeto de produto. Os instrumentos e suas sistemáticas 
de ullllza,;ão que forem concebidos levando em consideração as 
necessidades e as limitações humanas estara<> certamente mais bem 
adaptados às suas finalidades. n-u 
A ergonomia deve ser efetivada de forma abrangente em diversos 
momentos. De acordo com Wlsner~ e lida, 'º pode ser classificada em: 
• ergonomia de concepç:ão - ocorre durante o projeto 
do produto, da máquina. do ambiente ou do sistema; 
• ergonomia de correção - aptk ada a situações reais para resolver 
problemas que se refletem em segurança, fadiga excessiva, 
doenças do trabalhador ou quantidade e qualidade da produçao; 
• ergonomia de consclentlza<;ão - oferece lnforma<;ões para capacitar 
os usuários na Identificação e na oorre,;ãodos probl~mas do dia a dia 
e realizar ajustes necessários de acordo com a al terac;ao do volume 
Ergonomia e Blosseguran~a em Odontologia 
de produção. renovando oportunamente o sistema 
homem-máquina-ambiente; 
• ergonomia de participat;_ao - procura manter os usuários 
informados, fazendo a realimentação de informações para as fases 
de conscientlzaçao, correçao e concepçao (Ag. 1.3). 
-··-·· 
Wlsner' ainda d istingue dois campos principais: 
• ergonomia do produto - concepçao ôe produtos com atençao 
voltada para sua olimizaç:io ao bem·estar do usuário, considerando 
suas caracterlstlcas e necessidades de conforto e segurança; 
• ergonomia da produç:.O - ocupa-se da organlzaçao ôos métoôos 
de trabalho, da distribuição de tarefas, do desenvolvimento de 
padrões e protocolos com treinamento constante. 
Ao realizar determinado procedimento. a maioria dos profissionajs 
preocupa-se com o que esta sendo feito e nao com a maneira como o 
trabalho está sendo realizado, ou seja. com a autocnlica do 
comportamento pessoal na reallzaçao do procedimento. O 
desenvolvimento dessas habilidades de autocorreção implica o 
conhecimento de técnicas que facilitem essa mudança 
comportamental. 
Como prollssao, a odontologia teve um fantastlco ôesenvolvimento em 
quase todos os seus dlversos segmentos têcnico-cientificos. No 
entanto, ha casos de lnadequaçao entre operado, equipamento e 
instrumental nessa ârea.:s.tti 
Assim. essa profissão defronla·se na atualidade com o desafio de 
inovar, buscando melhor aproveitamento de seus recursos. Isso se 
farta rápida e facilmente se fosse apenas questao de tecnologia. o 
problema. parem, é operar uma mudança de atitudes no profissional 
clrurgiao-dentlsta quanto a sua forma de atu~ao nas diferentes 
atividades de um procedimento, muitas vezes complexas e 
lnterdependentes.11.1• 
Na realidade atual da odontologia braslleira. há necessidade de 
aplicaçao dos conhecimentos das ciências de racionallzaçao do 
trabalho (ergonomia), com os quais o cirurgião-dentista ainda tem 
pauca familiaridade. 
Isso é de extrema 11111)onancla, uma vez que o exercido profissional 
obriga a um trabalho ffsico que exige a mais perfeita adequação em 
relação ao equipamento.sem a qual decorrerão graves prejulzos. quer 
sob o ponto de vista de alterações da saúde, quer sob o ponto de vista 
econômico. 
Figura 1.3 Ocos//JeS 
do comnbtliçõo 
e,gonõmko. 
Fonte: lida.~ 
PA.RAPENSAR 
Atua lm (!ntc, observa .-s ~ cada vez 
mais a importancla da adaptação 
do trabalho ao homem, às stJas 
caractertst!c.as I! resttlçoes, aos seus 
valores e limitações. Busca-se 
tornar os tarefas menos penosas e, 
ao mesmo tempo. mais produtivas. 
O homem passa a ser enaraôo não 
mais como um compt(!mento do 
complexo de produçao, mas como 
fator básico de setJ acionamento.1' 
Aspectos "'4,.JL ... atô-..-· cos, 
fisiológicos e emocionais 
como componentes 
da ergonomia 
WILSON CALVAO NARESSI 
fL/fL S ORENHA 
SUELY CARVALHO ML/fTI NARESSI 
.;.; 
Neste capítulo serêlo apresentadas somente as funções que Interessam 
à ergonomia e influem no desempenho do trabalho: 
• fun<;ao neuromuscula~ 
• coluna vertebral; 
• visão: 
• audlçao; 
• propriocepçâo. 
Tais conhecimentos sao essenciais para o desenvolvimento 
dos próximos capítulos. 
FUNÇÃO NEIJROM<JSCL:Jllr.4:8 
O corpo humano apresenta alta capacidade de mobilidade, a qual é 
exercida par contrações musculares. Os músculos são comandaoos 
pelo sistema nervoso central , Interagindo com estfmulos ambientaJs. 
O sistema nervoso é constttuldo par neurõnlos, caracterizados par 
sensibtll<lade a estfmulos e condutibilidade de sinais de natureza 
etetroquimica, que se propagam ao l ongo das fibras nervosas .• 
Os sinais produzidos por algum estimulo externo (tuz, som, temperatura, 
acelerações, agentes químicos) ou do próprio corpo (movimentos das 
artkulações, tato) sao conduzlOOs \/la sinapses até o sistema nervoso 
OBJETIVOS 
DE APRENDIZAGEM 
Aprender sobre aspectos 
anat6mlcos. Rslológ.lcos e 
emocionais que interferem 
n:J ergonomia 
Entender o íuncionamento 
neuromuscular 
Compreender o funcionamento 
da coluna vertebral e como 
prevenir lesões 
Entender o funcionamento 
da visão~ da audi,ão. e como 
evitar que sejam prejudk adas no 
cotidiano de trabalho 
LEMBRETE 
A vetocldc,cie <la transmissão 
de estímulos nervosos depende 
de fatores como Integridade dos 
ne.urónk>s {camada de mielina), 
frequfnda de ullUzação das 
sinapses (fadiga) e acúmulo 
de catabólitos (ac;idez).1 
F~ lga musarlu 
Prcwocada pela deflciircia da 
•rrlgM;&o sanguínea do mllscuto. 
reduzindo SV-il capacidade de 
mavime.ntação. A diminuiç;ã-o do 
ltuxo Slngufneo detffffllna.. dentro 
do mUsc;ulo, um acúmulo de ,)(ido 
lâbco e potass,o. asskn como c.olor 
d.OX.ldo de tilbOno e agu1, gerados 
d~te o metibolismo. 
central (via aferente), onde ê interpretado e processado, gerando uma 
dedsao. Esta declsao "~torna pelos nenios motores (via eferente), que 
se conectam aos mUsculos e provocam movimentos, como mastigação, 
fala, apreensão e descarte de lnstl'\lmentos. movlmentação de braços 
ou pernas. 
~ 
MÚSCULOS 
~-
Os músculos são respons~vei s pelos movimentos do corpo. Eles 
transformam a energia química em contrações e. peri anto. em 
movimentos. Isso é feito pela oxldaçllo de gorduras e hidratos de 
carbono, em uma reação química exotérmica, resultando em trabalho 
e calor. 
Os müsculos do corpo humano classificam-se em três tipos: estriados, 
lisos e cardíacos. 
Os müsculos estriados estão sob o control e consàente, e é por meio 
deles que o o rganismo realiza t rabalhos. interagindo com os demais 
tlpes musculares. sao lonnados de fibras longas e cltlndricas. com 
comprimento de até 30 cm1 d ispostas paralelamente. As fibras, por 
suave~. compõem-se de centenas de elementos delgados. de até 3 
miCia, paralelos entre si e multo uniformes. chamados de mlofibrllas. 
Estas compõem-se de sarcõmeros, m iosina e actina, que realizam a 
contração. 
Os músculos Usos encontram~se nas vísceras {intestinos, vasos 
sanguíneos, bexiga, aparelho respiratório e outras). 
Os múscul os do cora~ão, ou cardíacos, sao d iferentes de todos os 
outros e, à semelhança dos músculos lisos. são de comando 
lnvotuntarlo. 
O músculo nutre•se de oxigênio. glicogênio e outras substâncias pelo 
sistema circulatório. Este é constltuklo de artérias. que vao se 
ramificando sucessivamente até se transformarem em vasos capilares. 
No interior do músculo há inúm eros capilares extremamente finos que 
permitem uma fácil transferência de substancias do sangue para o 
músculo. 
A contraçao muscular comprime as paredes dos capilares, dlncuttanclo 
a circulação, causando rapidamente a fadiga. O relaxamento m uscular 
permite o restabelecimento da circulação sanguínea. Assim. o músculo 
deve se contrair e retaxar com alguma frequência, funcionando como 
uma bomba hidráulica (bomba muscular). 
Para cada movimento há pelo menos dois musculos que trabalham 
ant agonkamente : quando um se contrai, outro se estende. O que se 
contrai chama-se protagonista, e o que se relaxa. antagonista. Por 
exemplo. ao fuer a flexao do antebrac;o sobre o braço. hi! conuaçao do 
biceps e extensão do trkeps. Para estender o antebrac;o, há inversão, 
com extensão do bíceps e contração do trlceps.' 
Ê uma estrutura óssea const ituida de 33 vêrtebras sobrepost as, que se 
classificam em cinco grupos: 7 cervicais, 12 torácicas ou dorsais. 5 
l ombares. S sacrais e as 4 da extremidade inferior. que são pouco 
<1esenvolVldas e constituem o cócclx. As 9 últimas vértebras sao nxas e 
situam-.se na região da pelve; também se chamam sacrococcígeas. 
As vértebras torácicas estao unidas a 12 pares de arcos costais. 
formando a caixa torâcica. que l imitam os movimentos venebrais. 
Ca<la vértebra sustenta o peso de to<las as partes do corpo sltuada,s 
acima dela. Assim. as vértebras inferiores são maiores, porque 
precisam sustentar maiores pesos. 
Para equilibrar-se, a coluna apresenta três curvaturas: a concavidade 
cervical, a convexidade torácica e a concavidade lombar (Fig. 2.1 A~C).V 
7 ~ ,tetlr.is cervic:ais 
(con<llllld.ldc, ,crw.t) 
12ffltebr'\l.S t.orikie~ 
(COn'll'C•iebdC IOt~lei) 
5 .,.,_rtebro11s to,nbares 
(concavidade tombar) 
5 '14:rtObr-.is ACr.iiS ~ 
e v&tcbr.is pouco 
dcsenvolYldas que 
consthuem o<ócdx 9 
LEMBRETE 
Apenas 24 das 33 vértebras da 
cotuna s.lo rtexrv-ets. e. destas, a,s 
que têm maior mobilidade são as 
ceMClll.s {pesc04io) e as lombbrl!S 
(abdominais), sendo, por Isso, 
as regiões de maior prevalência 
de ptobl~mas ê dor. 
Figura 2 ,1 A-C (A} Anatomia da calunavertel:;ra(, (8-C) Regas ma;s suscetivdsa probtemas ~dor. 
A coluna tem d uas propriedades: r igidez e mobilidade. A rigidez 
garante a sustentação do corpo. permitindo a postura ereta. 
A mobllldade permite rotaçao para os lados e movimentos para a 
frente e para trás.. Isso possibilita grande movimentação da cabeça 
e dos membros superiores. 
Entre uma vértebra e outra existe o disco cartilaginoso, composto de 
uma massa gelatinosa: este conjunto de vértebra e disco chama~se 
espôndllo. Os espôndllos também se conectam entre si por ligamentos. 
o-
Fig"'º 2.2 Ewnplos de má 
ÇJOStutOdt lfObolho (A t! 8)q<.Jt 
podem ocom!l.or romPJmento do 
disco mttr"~ltb,ol (C). 
Os movimentos da coluna vertebral tornam .. ·se possiveis peta 
compressao e descompressao dos discos e pelo deslizamento dos 
ligamentos. 
A coluna vertebral contém um canal formado pela superposlçao dos 
espóndilos. por onde passa a medula, que se liga ao encéfalo. 
A medula funciona como uma grande "avenida" por onde circulam 
tOdas as lnform~ões sensitivas, que transitam da periferia para o 
cérebro e retomam, trazendo as ordens para os movimentos motores. 
A ruptura da medula Interrompe o fluxo de Informações. causando 
paralisia. A adoc;ão de má postura de trabalho, com inclinoc;:ões 
excessivas e movimentos de t0tção. pede acarretar rompimento do 
disco intervertebral com consequente compressa o da medula e/ou 
das raízes dos nervos. processo muito doloroso denominado hérnia 
de disco (Flg. 2.2 A·C). 
Os discos cartilaginosos nutrem-se peta difusao dos tecidos vizinhos. 
As compressões e descompressões alternadas dos discos funcionamcomo uma bomba hidráulica que os Irriga. mecanismo prejudicado 
quando ocorrem cargas estiitlcas por esforço flslco, má postura no 
trabalho ou deficiência da musculatura de sustentação por tempo 
prolongado, podendo levar a processos Inflamatórios (espendllartrltes) 
ou mesmo a degenerac;~o (espondllartroses). As principais alterações 
da coluna são l0tdose. cifose e escoliose (Rg. 2.3)." 
Lordose 
. 
• • . . . 
• • • . 
• • . . . . . . . . 
• • . 
• . 
• . . .. 
Clfose 
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• . 
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• . 
e:scoUose 
Figuro 2.3 As ptincjpais a(terações da coluna sõo laldose, escoliose e cifose. 
O ideal é prevenir para que essas deformações nao apareçam. Isso é 
feito com exercícios para fortal ecer a musculatura dorsal e evitando~se 
cargas pesadas ou posturas Inadequadas. principalmente se estas 
forem p rol ongadas, sem permitir mudanças frequentes. 
Quando se permanece durante multo tempo na mesma postura, com a 
cabesa inclinada para a frente, ocorre fadiga da m usculatura da região 
l ombar, fenômeno conhecido como lombalgia. Hâ diversos graus de 
lombalgia; alguns provocam lortes dores e podem Incapacitar para o 
trabalho em periodos de 3 a 10 dias; dependendo da gravidade. esse 
período pode estender-se até por meses. A lombalgia ocorre por 
distensao dos museu tos e ligamentos vertebrais ou movimentos 
bruscos de torção.' 
VISÃO 
De todos os sentidos, a visão é responsável pelo maior número de 
sensações produzidas no organismo humano. É o mais utilizado nas 
relações entre o homem e o melo exterior. e o mais úlll de tOdos os 
processos sensoriais. Oa visão deriva-se a maior parte de nossa 
experiência e. portanto. de nossos conhecimentos.• 
Toda atividade profissional tem uma meta definida: a produtividade. É 
um lenõmeno objetivo do desempenho prollsslonal, realizado 
mediante a visualização da tarefa e sua consequente execução, tendo 
como inte<mediários os fatores ambientais. 
Lordose 
Ê o aumento da (Ontêll'lidadt' 
poste11or da curvatura N 
r~iâo cervical ou lombar, 
ae:ompanttado pot uma ncUnac;3o 
da pelve pari i frente • 
Cjfose 
e o aome-nto da col'M!xidade 
torácica, correspondendo ao 
•corcunda". Adfose acentua•se nas 
pMsoos de Jdade avançada . 
E1e.0Uon 
E o desvio lateral da coluna 
A pessoa vista~ frente ou de? 
costas pende para um dos lados. 
ditedo ou esquerdo 
LEMBRETE 
As pessoas portadoras dessas 
degenerações na coluna não 
estão Impedidas de trnt>alhar. mas, 
dependendo do grau em 
que estas ocorrem. devem evitar 
esforços ftskos exagerados. 
PARA PENSAR 
Para a vida humana. luz e visão sao 
fenômenos de tal modo 
lntertlgados. que n3o é posslvel 
considerar um sem o outro. 
Sem l ut., não haveria visa.o; e do 
complexo luz·vl.sAo resulta o que se 
pode chamir '"visibilidade" . 
ATENÇÃO 
O ob,e-llvo da utUlz.açlo da 
funç~o visu.l é, em certos c~os. 
a simples o tio somonte 
percepçao da luz; noutros casos. 
é e1 percepçlo d• objetos 
Mumlnados C! o re,conhecim~nto 
d,e sua forma. poslc;::lo e detalhes 
na execuçio 00 determinadas 
tarefas vtsuats. condlfiões mais 
frequentes e ger.is.4 
O exercício da odontologia não constitui e:xceção a essa condição: 
o clinico, por Intermédio de um fator flsko (Iluminação), consegue 
visualizar sua tarefa profissional e executil•la mediante ação motora. 
Dessa forma. desde que esteja em situaç~o de conforto funcional, seu 
rendimento será sempre melhorado. Contudo. nem sempre se verifica 
esse conforto runcional, o que toma a jornada de trabalho algo 
estafante. A perda em fadigas desnecessárias acarreta alteração na 
habilidade de movimentos e na coordenação motora. 
A l uz, devidamente modulada pela reflexão no obje to a ser visto. 
propicia a visão. A luz monocromática apresenta-se em seu ótimo 
de estimulação no comprimento de onda de 555 nanômetros (nm): 
nesse nível o órgão visual tem a sensibilidade máxima. À medida 
que esse ótimo de e xcltasao começa a decrescer, a estimulaçao vai 
ressentindo~se, e um esfor~o cada vez maior dos músculos 
responsáveis pela dllataçao e pela constrlçao pupilar vai pl'Ollocando 
a fadiga visua~ gradativamente. 
Quanto maior for o grau de fadiga visual, tanto maior será a dfflculdade 
em reaUzar um trabalho corretamente e manter a produtividade em 
nlvels satisfatórios. No desempenho de uma tarefa profissional. o 
binômio vlsao-reallta,;ao do trabalho é condicionado por componentes 
físicos e não físicos. 
Aos componentes ffskos relacionam-se as condições gerais 
do ambiente físico de trabalho, enquanto os não físicos referem-se às 
condições emocionais do operador. Oa lnteraçao de ambos, de acordo 
com o moderno conceito de ergonomia. expresso pelo lli3nguto 
ergonômíco (saúde, conforto e eficlênc;Ja), temos a produtjvidade do 
trabalho. qualitativa e quantitativamente. 
As condições de visibilidade dos objetos devem ser tais que permitam 
ao observador a reallza,;ao da tarefa visual com segurança, preclsao, 
rapidez e eficiência, sem produzlr~lhe estado de tensa<> psíquica 
excessiva ou demasiado dispêndio de energia nervosa. 
'i)-- A qualidade da iluminação depende de quatro condiÇOes: 
llumloaçlo 
Allumlna<;ao,,.. o trabalho d..e 
terduiS fin.lid«les pnntiPi'S: 
pe,mltif qu• o tl'i~1Ndor 
••cute d• maneira eficu 
SUi tarefi wl5-4Rl, 
n,ett,or,, a capacidade e o 
rN1dlmentode trâ>ilho. 
contrbiindo como .temwnto 
condicionado< <lo ambiente. 
• deve ter nível apropriado, adequado~ vlsibllfdade de objetos; 
• nao deve modificar sensivelmente as cores com que os objetos se 
mostram quando iluminados pela luz natural, o que é obtido 
quando a ronte luminosa possui temperatura de cor em torno de 
5.500 ºK: 
• não deve produzir ofuscamento, que ocorre quando os olhos 
adaptados para ver objeto de certa lumlnancla recebem 
simul taneamente a luz enviada por fonte de lumlnllncla multo 
maior: 
• deve ser distribuída e orientada de modo a permitir a visao de 
relevos. mas sem a produçao de sombras de alto contraste. 
. 
MOVIMENTO DOS OLHOS 
... , ... ,-.. -n 
E FADIGA OCULAR 
'L - • 
O globo ocular é como uma esfera que pode movimentar-se em sua 
cavidade orbitária. ~ sustentado por seis músculos externos. Quatro 
oesses, os retos. movimentam o glol>o ocular para cima, para baixo e 
para os lados: os outros dois, oblíquos, executam os movimentos de 
rotação em torno do eixo anteroposterior do olho. 
Na porção interna do globo ocular, por tras da pupila, encontra-se o 
cristalino, que enfoca a luz na retina. É suSPenso em seu equador POr 
sólidas fibras et~sllcas; quando estas se estendem e aplanam o 
cristalino, essa posição (que corresponde à menor potência 
refrlngente) representa o estado de repouso do olho. É a POSIÇ~ do 
POnto do Infinito. Em contrapartida. a poslçao do ponto próximo se 
realiza peto músculo ciliar. que contrai concentricamente o anel em 
que estao flxada.s as fibras que sustentam o cristalino: este se espessa, 
devido a sua elasticidade {Fig. 2.4 A·C). 
A colocaçao de objeto em ponto próximo (vlsao próxima) provoca uma 
ação muscular que. quando longa, resulta fatigante: os olhos 
convergem e necessitam de um esforço para manterem-se nessa 
POSlçao. Quanto mais demorada for a solldtaçao a essa convergência, 
tanto maior será o grau de fadiga ocorrido. 
Os movimentos dos olhos estao coordenados para que a luz 
procedente do objeto seja enfocada simultaneamente por ambos; Isso 
requer um controle de grande preclsao POr parte dos mllscutos e uma 
maior irrigasão sanguínea. 
A dls1ancla inteM!m na percepçao da profundidade. Assim, ao olhar 
um objeto próximo, os dois eixos ópticos estão convergentes sobre o 
objeto: forma-se uma Imagem em cada retina. O olho direito vê o 
objeto um pouco mais â direita, e o olho esquerdo, um pouco mais~ 
esquerda: no entanto, as duas imagens são percebida.s como uma sô: 
é a acuidade com que o Individuo é capaz 
de estabelecer discriminações em profundidade. Essa faculdadeé 
também conhecida como 
visao estereoscóplca.• 
Os m~scutos ciliares controlam o dl3metro c1a pupila (que recebe a luz) 
e a curvatura do a istallno (que a enfoca na retina). Essa func;3o, 
conhecida como acomod~ão visual. é a propriOOade que o olho tem 
de fazer va~ar a refrlngênda do seu aparelho dióptrico, de modo a 
poder receber preci samente sobre a retina as imagens de objetos 
situados a diferentes distâncias • 
Acuidade vi.suai 
Faculdade que o olho tem 
Cfe distingwr dois pontos matS ou 
menos aproximados e situados 
no mesmo plano perpefldleular ao 
eixo visv4'l, O poch:r Scpi,t'idor 
da reuna ~ tanto ma.i01 quanto 
menor tor I dis.tarteia entre os 
pontos imprl'ssionaclos, 
Uma revisão sjstemâtica na literatura realizada por Leggat e 
cotaborad()(es• em 2006 encont1ou que a prevalência dos problemas 
com a vi.são em cirurgiões-dentistas é em tomo de 10%, mas um estudo 
na Arábia saudita encontrou uma prevalência de 42%. Os autores 
relatam também que, no Reino Unido, o uso de proteçao visual pelos 
cirurgiões-dentistas é de apenas 52% durante a utilização de 
Instrumentos de corte em laboratório. 
-
Vf.CIOS DE REFRAÇÃO 
A visão emetrope ("normal•) ê passível de sofrer alterações; destas, as 
que mais diretamente estao relacionadas ao exercklo da odontologia 
são hipermetropia, miopia, astigmatismo e presbiopia, apresentados a 
seguir (Fig. 2A A·C). 
A hipermetropia é latente no Jovem e se manifesta a partir dos 40 anos. 
No hipermetrope jovem, a hiperfunção do músculo acomodador pode 
corrigir perfeitamente o vicio de refraçao, apresentando-se o portador 
em condisão emetrope. No grupo etário a partir dos 40 anos a 
condição é manifesta, obrigando ao uso de tentes corretivas para a 
reatlzaçao de qualquer trabalho visual próximo; Isso ocorre porque a 
correlação convergência-acomoda~ão comes:a a se interromper. 
Portanto, a fadiga visual está Intimamente relacionada com a lnteraçiio 
hlpermetropla-convergência-acomodaçao. 
ACUIDADE VISUA~ 
Dentre as diferentes espécies de investigação da visão direta, sobressai 
a pesquisa do senso das formas. Para o exercido dessa fur,sao, 
denominada acuidade visual, concorrem o aparelho dióptrico ocular, a 
re1lna, o nervo óptico e o sistema nervoso central, que pelas vias 
ópticas recebe a Imagem, transformando-a em percepc;ao consciente.' 
A acuidade visual pode ser classlfkada em dois tipos: 
para perto e para Longe. No primeiro, a acomoda~ao visual situa-se 
num ponto à distância de 01 37 m do observador: 
é, pratlcamen1e. o utilizado no exerdclo da odontologia. 
No segundo llpo, a acomodaçao visual situa-se num ponto 
â distância de 6 m do observador. 
Acuidade vi.suai 
Faculdade que o olho tem 
Cfe distingwr dois pontos matS ou 
menos aproximados e situados 
no mesmo plano perpefldleular ao 
eixo visv4'l, O poch:r Scpi,t'idor 
da reuna ~ tanto ma.i01 quanto 
menor tor I dis.tarteia entre os 
pontos imprl'ssionaclos, 
Uma revisão sjstemâtica na literatura realizada por Leggat e 
cotaborad()(es• em 2006 encont1ou que a prevalência dos problemas 
com a vi.são em cirurgiões-dentistas é em tomo de 10%, mas um estudo 
na Arábia saudita encontrou uma prevalência de 42%. Os autores 
relatam também que, no Reino Unido, o uso de proteçao visual pelos 
cirurgiões-dentistas é de apenas 52% durante a utilização de 
Instrumentos de corte em laboratório. 
-
Vf.CIOS DE REFRAÇÃO 
A visão emetrope ("normal•) ê passível de sofrer alterações; destas, as 
que mais diretamente estao relacionadas ao exercklo da odontologia 
são hipermetropia, miopia, astigmatismo e presbiopia, apresentados a 
seguir (Fig. 2A A·C). 
A hipermetropia é latente no Jovem e se manifesta a partir dos 40 anos. 
No hipermetrope jovem, a hiperfunção do músculo acomodador pode 
corrigir perfeitamente o vicio de refraçao, apresentando-se o portador 
em condisão emetrope. No grupo etário a partir dos 40 anos a 
condição é manifesta, obrigando ao uso de tentes corretivas para a 
reatlzaçao de qualquer trabalho visual próximo; Isso ocorre porque a 
correlação convergência-acomoda~ão comes:a a se interromper. 
Portanto, a fadiga visual está Intimamente relacionada com a lnteraçiio 
hlpermetropla-convergência-acomodaçao. 
ACUIDADE VISUA~ 
Dentre as diferentes espécies de investigação da visão direta, sobressai 
a pesquisa do senso das formas. Para o exercido dessa fur,sao, 
denominada acuidade visual, concorrem o aparelho dióptrico ocular, a 
re1lna, o nervo óptico e o sistema nervoso central, que pelas vias 
ópticas recebe a Imagem, transformando-a em percepc;ao consciente.' 
A acuidade visual pode ser classlfkada em dois tipos: 
para perto e para Longe. No primeiro, a acomoda~ao visual situa-se 
num ponto à distância de 01 37 m do observador: 
é, pratlcamen1e. o utilizado no exerdclo da odontologia. 
No segundo llpo, a acomodaçao visual situa-se num ponto 
â distância de 6 m do observador. 
FiguroZ.4 (A·C) C!obO ocrJlOr. 
emevop,o, hloetmetrop.a, mlopio. 
astigmatismo, presbiopkl. 
Altigmatistrto 
Condiç~ de retração na quilos r.10s Difillelos são 
foé.atlzMos em pontos dlterent~ da reuna. 
Geralmente Interfere na vtslo próxlm-1 e na 
distante. e sua correção 11xige o u10 de lentes '-ti 
C6mQa • form;, <>val 
A 
Normal 
Um Ponto 
local 
Astigmatismo 
MUltil)IOS 
pon1os toais 
Premlopla 
Ê uma al~eração devida i perda de elasticidade do 
atslallno e ao enfraqu~omcnto do mu.sc:010 clUat. 
O pode:rde acomodaç~ fica díminu•do; i 
acuidade \lisual ~ra perto ocorre ecm um ponto 
alem de 0,37 m do observador e t1mbém 
conhecida tomo "vista Gnsada• _._E 
8 
No"nal 
lente espessada 
para foc;aUza, 
ob)etos próximos 
Presbiopi.t 
Lent~ enrijecida com 
<1 qnvQ1ht<i !'n4lr.to o 
impossibitltacl,a dt 
aHe-ra, suol to,·ma 
Presbio.,ia c:omgida' 
lm.agom 
na retltut 
imagem 
atém da 
retJt1a 
1m.19Co!m 
n.a~tlna 
Hiperme.tropia e miopia Estàdo d!! Rfraç_ão ocul,11 
no qual os r,.tos luminosos 
p~letos que a~am o 
olho chegam à tetina ant6 
de se reunirem i>ara (o-miar 
o foco. ' 6 É o vício 
e 
Emtttopla 
(normal) 
Hipermetropia 
Miopia 
de ~fraç&o mais encontrado 
nil huminldide: sx>rêm 
é menos percebido pelo 
indMduo em virtuoe da 
comJ)ilttbtlidade com .i visio 
notmal (c"'l'leuopi.a). 
Miopia 
Estado <le retraçao ocular 
em que os n1ios luminosos 
pairalelos chegam à retina 
depois fie reunidos no foco. 
Sua corre~ão exige o uso 
d~t,ntl!S.~• 
CaMPo vis:1.1al 
e a P-,QrÇilo cio e.p,ço no 
quat sltuam·s~ os objetos 
expostos a vis~ 
LEMBRETE 
A p,e.se.nça de um bom re.ftrtor 
no equipamento odontológico 
tem uma import.3nda 
fundamentada peta triade 
luz - YiSiio - execução 
d~ ,a~fa. 
. ~ONDIÇ,ÔES BASICAS DA VISIBIIJfDAD 
Além dos agentes que determinam a qualidade da iluminação, a 
visibilidade depende de condições próprias do observador e das 
condições do campo visual.' AS condições fisiológicas e psicológicas 
de um observador sadio contribuem para o adequado funcionamento 
da vlsao no desempenho de uma boa tarefa profissional. 
O campo vtsual é a por~ão do espaço no qual situa,n..se os objetos 
expostos â vlsao. Suas condições próprlas sao:" 
• dimensao angular do objeto; 
• contraste entre esse objeto e o fundo sobre o qual se projeta; 
• tempo de exposlçao 11 vlsao; 
• luminância do objeto iluminado. 
A luz é um agente sensorial que estimula os folorreceptores 
(exteroceptores). cujos Impulsos ner\/Osos vao sendo captados e 
transmitidos pelos receptores internos até o cõrtex, e este, mediante 
estlmulos blOQulmlcos. hormonais e humorals, produz uma resposta 
por Intermédio do neurônio eferente (a execvc;ao mectmica de um ato}. 
Assim, temos configurada a triade luz•vis.âo•execuc;ão da tarefa. 
Ora, considerando-se que o exercício da odontologia fundamenta-se 
na interação luz, visão e execução da tarefa profissional, entende-se 
que a consecu~ao dessa tareia se realiza em funçao de atos mecanlcos 
e respostas motoras, sujeitos a determinadas constantes orgânicas: â 
medida que estas vao atterando•se pelo esforço despendido.a 
sensaçao de fadiga vai avolumando-se. 
Ante qualquer agente agressivo, tanto de ordem exierna quanto 
fnte.rna (componentes flslcos e nao físicos), o primeiro escarno de 
respostas locatiza•se no interior da célula agredida (fase intracelular). 
A resposta consiste em aceleraçao do catabotlsmo celular e. 
posteriormente, em intenstdade reparadora do anabolismo. 
Essa modlncaçao do metabolismo celular tem como consequência a 
forma(jâO de produtos químicos intermediários, de caráter estranho, 
tóxicos para a célula e para o organismo. Estes passam ao sangue 
circulante e afetam o sistema das correlac;,Oes intercelutares, 
essencialmente. o sistema nervoso vegetativo e as glândulas 
endócrinas. sobretudo a hipófise e as suprarrenais. 
Em uma terceira fase, como consequéncia das anteriores, afetam-se o 
sistema nervoso central e o psiquismo do Individuo. t nessa fase que 
geralmente ocorrem os acidentes de trabalho, pelo processo de fadiga 
plenamente instalado . 
A função do ouvido é captar e converter as ondas de pressão do ar em 
sinais elétricos. que s.lo transmitidos ao cérebro para produzir as 
sensac;ões sonoras. Se os olhos se assemelham a uma c~mera 
fotogrâfica, o ouvido assemel ha•se a um microfone. 
-ANATOMIA DO OUVIDO 
• 
O owido ê dividido em três partes: externo, médio e i nterno. 
Os sons chegam por vibrações do ar, captados pelo ouvido externo, 
transformando-se em vibrações mecanicas, no ouvido médio, e 
finalmente em pressões hidráuUcas, no owido interno. Essas pressões 
s.lo capladas por células sensfvel.s no ouvido Interno e transformadas 
em sinais elétricos (Fig. 2.5) que se transmitem aocérebro.1 
O,cu,a 
Conduto auditivo ext~ no 
Bigorna 
t •• ". 
Martelo 
~ . \ . . "• . '(; .... 
t .. • "' • "' e..·'" 
' 
Esltlbo 
Nervo auditivo 
O ow,do externo é constituído do pavilhao auditivo (orelha) e do 
conduto auditivo externo. que termina na membrana do tímpano. As 
ondas sonoras provocam vibrações nessa membrana. A pressao nas 
duas faces dessa membrana é mantida mais ou menos constante 
pelo tubo de Eustáquio. um canal que liga o owido médio á farini;ie. 
FIQuro 2.5 .dnotomio 
(JO OUvldO humano. 
o-
No ouvido médio o som se transmite atravês de três ossículos 
chamados martelo, blgoma e estribo, por terem formas que lembram 
esses objetos. Esses ossículos captam as vibrações do tlmpano e as 
transmitem a 011tra membrana fina na Janela oval, que separa o ouvido 
médio do ouvido interno. Os ossículos podem ampUficar as vibrac;ões 
em atê 22 vezes. 
As vibrações sonoras que che~m do ouvido interno convertem-se em 
pressões hidraulicas dentro de um órgOO chamado côdea, por ter a 
forma de um caracol. Dentro da côdea existem células sen sfvei s que 
captam as diferenças 
de pressão e as transformam em sinais elétricos, Que se transmitem 
ao cérebro pelo nervo audl!lvo. onde sâo decodificados em sensações 
sonoras. 
Os ruídos de natureza interna (produzidos noconsuttório, por motores de 
alta e baixa velocldade - 82 e 86 decibéis (dB} -. compressor de ar. bomba 
de sucção e outros), quando excedem a 60 dB, vão progressivamente 
lesando a Integridade dooU\'idolnterno. 
No owido interno situam-se também os receptores vestibulares, 
responsáveis pela percePÇa<l da poslçao e acelerações • 
. •. 
PERCEPÇAO DO SOM 
Os movimentos mecanlcos bruscos no ambiente prOduzem rtutuações 
da pressão atmosférica que se propagam em forma de ondas que, ao 
atingir o ouvido, prOduzem a sensaç-ao sonora. Um som é caracterizado 
por três variâveis: frequência, intensidade e duração . 
• 
A proprlocepçao fornece Informações sobre movimentos de partes do 
corpo. sem necessidade de acompanhamento visual. Perm ite também 
perceber forças e tensões Internas e externas exercidas petos m~sculos. 
As célul as receptoras est ão situadas nos músculos, nos tendões e nas 
articulações. Quando há uma contra<;ao muscular, essas células 
transmitem informações ao sistema nervoso central sobre os 
movimentos e as pressões que estáo ocorrendo. permitindo sua 
percepção e a manuten<;âo do equilibrio.7 
A proprlocepçáo é Importante no trat>alho, pois muitos movimentos 
dos pés e das mãos devem ser fei tos sem acompanhamento v;sua~ 
enquanto a vtsao se concentra em outras tarefas realizadas 
simultaneamente. Isso ocorre, por exemplo, na realização de um 
preparo cavitário, em que o profissional aciona o pedal de comando ao 
mesmo tempo em que movimenta as mãos. Ocorre também na percePÇâo 
necessária ao endodontista na manipulação de um conduto radicular, 
ou ainda na percepç~o do perlodontlsta na raspagem da superfície 
distal de molares. 
ASPECTOS EfyfOCIONAIS , 
Enfatizando os aspectos emocionais (empatia. afelçao e satisfaça<>) e 
fazendo uso dos conhecimentos de ciência.s humanas., como psicologia 
e sociologia, a ergonomia contemporanea visa 1omaro atendimento 
odontológico mais agradável e prazeroso e, assim, contribuir para a 
desmlstlflcaçao da Imagem do ciru191ao-dent1s1a, desvinculando-a de 
sentimentos e experiências desagrad~eis. Esse contexto leva a uma 
melhor relaçao entre profissional e paciente, em que o profissional 
tem satisfa~ão em prestar o atendimento e o paciente sente--se mais 
bem acolhido. 
Epidemiologia, 
etiologia e prevenção das 
tecnopatias odontológicas 
(doenças ocupacionais) 
WILSON GALVÃO NARESSI 
fllfl s;OARES ORENHA 
<SUELY CARVALHO MUTn NARESSI 
,;, ' -
EPIDEM/Ot.OG/A 
--· -----DAS TECNOP.ATIAS 
. • e·-
A adequaçao entre operador, equipamento e Instrumental 
frequentemente nao é observada na realizaçao do procedimento, e o 
profissional assume posturas inadequadas de trabal ho. 
Consequentemente, na execuçao da tarefa, haver.! somatórla de 
traumatismos que poderão originar as tecnopatias odontotógicasJ•1 
Na Holanda. na Bélgica e em Luxemburgo foi realizado um estudo 
para avaliar a postura adotada por 1.250 cirurgiões~dentistas durante 
a execuçao de procedimentos odontológicos, denominado Projeto 
Sonde.zos autores concluíram que elevadas porcentagens de 
desvios em relação ã postura de trabalho adequada são praticadas 
pelos profissionais: 
• 89% demonstram flexão da cabe~a para a frente excedendo 
20-25°, o que é considerado limite para uma posiçao saudável; 
• 61% demonsuam rolaçao do pescoço em comblnaçao 
com forte flexão para a frente: 
• 63% demonstram ftexâo da parte superior do corpo excedendo 
20°, o limite para uma posição saudável; 
• 36% trabalham com o pescoço rotacionado combinado 
com torçao na coluna; 
• 35% mantêm os antebraços elevados além de 20°; 
• 32% mantêm os braços em angulo maior que 25º acima 
da linha horizontal; 
• 25% trabalham com as mãos apoiadas inadequadamente; 
• 47% não manuseiam corretamente os instrumentos; 
OBJETIVOS 
DE APRENDIZAGEM 
Conheceras prind pa~ 
tecnopatias a q ue o 
d rurg1ao-dentlsta est-& sujeito 
Entender as ilgressões aos 
aparelhos visual. res~ ratórlo 
e auditivo a que está sujeito o 
clrurglao-dentfsta e conhecer o 
cuidado que se deve ter com 
subsUind as quimicas e radiações 
Entender como deve ser feito o uso 
adequado dO mocho, da cadeira 
clinica, cto refletor, do equipo. das 
pontas ativas, da unidade ouxiliar, 
da mesa ctfnka, do atmálo clínko, 
do compressor ôe are dos 
& m entoscom plM'M!nttlrM: 
(periféricos) 
LEMBRETE 
A maioria dosclrurgiões·dentlstas 
ilinda nã-o e$lâ devidamente 
consdent1tada da neccssldade: de 
observar as medidas adequadas 
para proteção contra o cansaço 
(esttesse: mental e f(sko) e as 
doenças origillldas peta postura 
inadequada n:i prática 
odontológica. 
• 20% demonstram fone flexão do punho; 
• 65% trabalham com o mocho, cujo encosto prOl)Orclona apolo 
incorreto; 
• 75% trabalham sem que a cabeça do paciente esteja 
slmelllcamente posicionada defronte a eles; 
• 32% llabalham com os pés e as pernas mais distantes da cadeira 
odontológica do que o necessário; 
• 55% trabalham sentados POr mais de 7 horas diárias; 
• 75% trabalham com iluminação e diferenças na distribuiSâo de l uz 
fora dos padrões. 
Um estudo realizadona Universidade de S~o Francisco (EUA) 
mostrou que mais de 70% dos estudantes de odontologia retata.m 
dor Já no terceiro ano da faculdade. Mostrou também que esse 
numero aumentou gradativamente do primeiro ao quarto ano. 
Os autores concluíram que o ensino da ergonomia deve ser mais 
elaborado e trabal hado durante a graduação.J 
Nota-se que o clrurgl3o-dentlsta esM mais preocupado com o que 
está fazendo do que com a maneira como está fazendo. Isso se deve 
provavelmente ao mau projeto ou ao uso Inadequado do equipamento, 
dos sistemas e das tarefas. podendo gerar doenças do sistema 
osteomuscular, como les3o POr esforço repetlllvo (LER) e dlsturblo 
osteomuscular relacionado ao trabalho (DORT). 
ET/Of.OG/A DAS ITT:CNOP.A1i/A§J 
NA P.RATICA O NTI ll 
A tecnopatia odontológica decorre, entre outros, da açao de fatores 
biomecânicos que incidem na região de pescoço. ombros. costas. 
coluna vertebral e membros superiores, devido essencialmente a 
postura Inadequada. a repetitividade de movimentos, a compressão 
mecanica e a força excessiva.• 
Síndrome carae1enzada POr uma série de mlcrotraumatlsmos 
osteomusculares, em articulações, ligamentos, tendões, bursas, vasos 
sar,gurneos e nervos. que se acumulam e POdem evoluir para 
problemas mais graves. As consequências podem ser dor1 parestesia, 
edema, rigidez. tendinites e tenosslnovkes. POdendo conduzir à 
desabilitação funcional do membro. 
O contato com equipamento, 
materiais, substancias 
quimicas e radiações 
Ionizantes durante 
a realização de trabalhos 
pode determinar 
o aparecimento de alterações 
no organismo do 
cirurgião-dentista 
e da equipe, 
A proximidade com 
o paciente, bem como 
o tempo de duras ão 
do tratamento, sao fatores 
que também podem 
determinar contágio 
do cirurgião-dentista 
e da equipe por moléstias 
nele sediadas. 
Deve-se lembrar, ainda, que 
a lnobser\/3ncla de fatores 
decorrentes da somatória 
das circunstancias eXJ)ostas 
pode levar ao aparecimento 
de moléstias de nature.za 
mista, o que poderá agravar 
a condlçao de saú<!e 
do cirurgião-dentista 
eda equipe. 
Cotovelo 
Re,gl:ào lombar 
Màoepont?o 
,:;gura 3.1 Áreas vutnerdveis às tecnopotias. 
De uma forma meramente dld~tlca, é posslvel classificar a etiologia 
das tecnopatias como decorrência dos seguintes fatores: 
• postura de trabalho: 
• agressões aos órgaos sensoriais; 
• contato com o paciente; 
• materiais, substâncias químicas, radiações Ionizantes; 
• moléslfas de natureza mista. 
LEMBRETE 
Outros segmeritos, como aparelhos 
circulatório, vi:$ua.l ~ audiU'l/o, 
tambêm se ,essentem fortemente 
ela inobservãnciil de cuidados 
duran.t~ a prátka pronsslonaL 
AffNÇÃO 
O trabillho em pé pode 
de-tennlllõlr profunda iilteraçio de 
postura, o que pode ocM!on..ir 
fatores inflamatórios 
(e.s90ndll..rt,rte). Se pa,rslstit QSS.ll 
aueraçaode postura, os fatores 
infumatórios evoluem p~ 
fenõmenos degenerativos 
(e,pondllartrose). 
• • 
Postura é a lnter-relaçao dos diversos segmentos do corpo opondo-se 
â ação da gravidade e as forGas externast situando~nos no 
espaço-tempo, guiando e reforçando o movimento e equilibrando-nos 
durante a a<;:âo. Essa proeza neurofisiolôgica conta com a ação dos 
exteroceptores (tato, vlsao e ou-;tdo Interno), proprloceptores e cent,os 
superiores. 
O equacionamento adequado do equipamento à comodidade do 
trabalho foi salientado por diversos autores, .. •que, em in"'!Stlgação 
<eallzada entre cirurgiões-dentistas, encontraram alterações 
exemplificadas por dores costais, modifica~ões posrurais e outras 
decorrências de condições Inadequadas para a perfeita execuçao do 
trabalho. 
Até poucas décadas atrás., os equipamentos odontológicos eram 
concebidos para o trabalho em pé, com o profissional à frente, estando 
o paciente sentado. A postura de trabalho em pé obriga à flexao com 
rotação e Inclinação da coluna vertebral. causando desequllfbrio pélvico. 
escoliose compensadora e discartrose,1 além de determinar profundas 
alterações na pastura do profissional e comprometimento da 
hemodin3mlca de retomo (Fig. 3.2 A-C).• 
Figuro 3.Z (A·C/ Trotw!ho em pt:o !ncí~ nda d• forças "'1>re os diversos 
segmentos dccorr,oe sui,s decoffên<Ws. 
Fonte: Schõn. .. 
Com a evoluçao da ergonomia na concepção do equipamento, ocorreu 
a mudança da posl<;âo de trabalho. O profissional passou a realizar 
suas ações na pos~ào sentada saudável, com o paciente na poslçaõ 
supina, permitindo a nitidez de visualização direta e/ou indireta do 
Quadrante a receber a interven<;áo.1<>•ll 
No entanto. quando se muda da posição em pê para uma posi~ão 
sentada relaxada sem suporte. a petve rotaciona para irás e M uma 
variação subsequente da concavidade lombar para uma convexidade 
lombar ... 
A posição da pelve desempenha um papel fundamental na anatomia 
da postura sentada. À medida que se aumenta o angulo de retroversao 
da pelve, a coluna lombar é retificada (Fig. 3.3)." 
A Figura 3A apresenta a tocaUzaçao da Unha de gravidade do tronco 
(seta vertical) e a postura da pelve e da coluna lombar em duas 
posições diferentes. Em A, observa-se a poslçao sentada relaxada 
média. Em 8, tem-se a posição sentada posterior, com uma rotação da 
pelve para trás e clfose da coluna lombar." 
B o 
Flgvro '3.3 Biome,ônicc da col.<Jno 
vertebrOl: IMividuo tm ~ t sento-do. 
Figvro 3.• /A·B} Retru;er,éo do petve oo sento, 
PARADIGMA CLASS/CO DA POSIÇÃO 
SENTADA DE TRABALHO 
Nixon16 afirmava que "a coxa deve estar paralela ao solo. 
ou seja, deve haver um angulo de 90" entre o fêmur e o 
conjunto tlbia-ffbula. Com Isso, o peso corporal estará 
devidamente distribuído entre a região sacral. a porção 
posterolnferior do fémur e as tuberosidades lsqui.lUcas, 
e a porção plantar dos pés" (Fig. 3.5). 
Figuro 3.5 Pos,çoo classlco 
~ntoda no mocho, 
Ftg11ro 3.6 frobatho 
sento-do: o ,ncJt:J~ncla dt 
forr;os sobre' os dNUsos 
segmentos do corpo t 
svos decorrtnclos. 
Fonte: Schõn."' 
LEMBRETE 
O trabalho sentado incorretamente. 
al~m de agred• a cotuna vertebral. 
também predispõe a varizesc.x.\&.o 
(Fig. 3.6). 
Figura 3.7 (A·CJ Oesv;o u!nor 
e polmor e suas decorrencios. 
• ·• 
As agressões aos órgãos sensoriais ocorrem especialmente no 
tato e nos aparelhos visual, respiratório e auditivo. 
TATO 
Síndrome do túnel carpal: no punho, o nervo mediano e os tendões 
flexores passam por um canal comum. cujas paredes lateral e 
posterior, rlgldas. sao rormad~s pelos ossos do carpo e cuja face 
anterior é formada pelo ligamento transverso do carpo. Assim, a 
repetlçao ou o esforço continuo com desvio utnar ou palmar ocasiona 
parestesia e dor, que pode levar à inflamasão (tenossinovite) e à 
degeneraçao, culminando com a desabllltaçao funcional, 
incapacitando o individuo à prática profissional (Fig. 3.7 A~C). 
AGRESSÔESAO 
APARELHO VISUAL 
As agressões ao aparelho visual são de várias naturezas. como as 
descritas ao lado. 
F/gvro 3.8 (A·B) Exemplos de agente agressor tio oporetho vfsvo! e lormos de 
prot~. 
AGRESSôES AO 
APARELHO RESPIRATÓRIO 
Na prática profissional. o aparelho respiratório é passível de 
contaminações por aerossóis e moléstias do paciente, bem como pela 
polui<;âo ambiental decorrente do óleo lubrificante nebulizado dos 
motores de alta rotação. 
PREVENÇÃO: As medidas preventivas propostas são o uso de 
mascara ou pantalha. 
AGRESSÕES AO 
APARELHO AUDITIVO 
':)- Os ruídos sao ele <luas naturezas: 
• ruídos internos - motores de alta e baixa rotaçao, comptessor, 
bomba de sucção, condicionador de ar e/ou música ambiental; 
• ruídos externos - toda forma de poluição sonora proveniente da 
é1rea adjacente ao consultório. 
O<otre por drflofncta dr Jlumh'l_a,çao 
ambiental e. prinopalmente. do 
refletor bucal. As nedlda 
prew.nt~ sugendM sao a cotreta 
ilvmina~o ombient>l (nowr.t e 
artifkial.J e bocal conforme 
expllln-no ~lo •Amblent• fioko 
de U'il~ho", no próximo capitulo. 
l.a$ões lnumâticas • conhminaiiçio 
Oconem mt"d-a,;ao ao agenu-s 
~sicos(~ P"""'"ente de 
apatelho fotopolrMrizador) e 
mecáruros(fragmentos óe moterlal 
restaurador sr:ndo reMO'Jic:105 com 
motor de li.ta rotaçao e outtos. como 
trag rne.,._o de tán.ro sendo 
desbcado. ~. bem como a 
nebJUzaçao pRNOCada peto 1..1so dO 
mo;orde ilti ro~-io angmoo o 
globo oculat. 1 mpõe,-H o uso de 
p,otelor vtsualno aparâho 
fotopQlime:riiador e óculos de 
p«>~ ou oant1lha. dlspos!U"" qvo 
- todo OIOSID (Fig. 3.8A-8). 
o-
PREVEN ÃO: As medidas preventivas propostas para a redução do 
nível dos ruídos Internos sao a melhoria das condições gerais do 
ambiente físico de t rabalho, a substituição de aparelhos ruidosos, do 
local do compressor e da bomba a vácuo. etc. Os ruídos exiemos podem 
ser mais bem controlados com o uso de adequado nfvel de vedação. 
CONTAMINAÇAO CRUZADA, MA7iERIAIS, 
-SUBSTÀNCIASQU(MtCASE f'A ÔES , ___ _ 
IONIZANTES 
' 
O manuseio do equipamento pOde propiciar a chamada contamlnaçao 
cruzada, que ocorre quando inadvertidamente a equi pe toca os comandos 
sem a d<Mda prote<;ao e vai atuar na boca do paciente; o contágio é levado 
à boca e vke~versa, aumentando o grau de contaminação. 
Assim, Impõe-se o recobrimento de detalhes do equipamento: 
• botoneira de comando da cadeira: 
• alças e interruptor do refletor, 
• comandos da unidade auxiliar (água e cuspideira); 
• tubulaçao dos suctores: 
• apoio de cabec;:a e espa ldar da cadeira; 
• puxadores de abertura de autoclave/ estufa e das gavetas: 
• camera intrabucal; 
• disparador do aparelho de ralo X e do fotopollmerlzador; 
• comando do amalgamador; 
• ultrassom: 
• fone. etc. 
A utilizaçao dos materiais na prãtica também constitui modalidade 
de con1áglo. Você Já Imaginou quantas vezes abriu e fechou as 
bisnagas de resina. os frascos de cimentos ou embal agens com as 
luvas com que estava trabalhando, impregnadas da saliva do 
paciente? Você estara promovendo contamlnai;ao cruzada se nao 
tomar o cuidado de recobrir as tampas das embalagens, e outras. 
As subst3nc1as quJffilcas utilizadas pelo profissional podem causar 
lesões na pele e mucosas ou serem alérgenas, tanto ã equipe quanto ao 
paciente: fenol. tricresol•formot, eugenol, monOmeros acrílicos, ácido 
ortofosfórico, desinfetantes (são tóxicos e/ou irritantes) e outros. O 
emprego de substâncias químicas dew ser multo criterioso, 
observando-se eventuais reações. Devido ao seu efeito acumulativo, o 
mercürio PQde ser extremamente danoso ao organismo como um todo. 
PREVENÇÃO: Como a evaporasão do mercúrio inicia-se aos 
23 "C de temperatura ambiente e os vaPOres decorrentes podem 
ser Inalados peta equipe, recomenda-se o cuidado em seu 
armazenamento; por isso, também. deve ser utilizado em 
amalgamador de cápsula Interna, para evitar possível r isco 
de vazamento e sua decorrência. 
Não obstante sua absoluta necessidade no que se refere a diagnóstico 
e auxruo ao tratamento. as radlasões Ionizantes tlpo raio X podem 
constituir agentes agressivos ao organismo, especialmente devido a 
seu efeito acumulativo. 
As medidas preventivas preconizadas no uso de radiações Ionizantes 
sao de diversas ordens: uso de aparelho que tenha certificação ISO, 
esteja calibrado, com cabeça e collmador com dupla proteção de 
chumbo, atém de uso de filmes com emulsões ultrarr~pldas e 
proteção mediante avental de borracha plumbffera. 
O contágio do manguito da caixa reveladora pode ser evitado, 
lnstltulndo•se como rotina embalar o filme lntrabucal com pellcula de 
potlcloreto de vinlta (PVC) e proceder~ revetaçao mediante uso de 
sobre luvas. 
Se a equipe faz tomadas radiográficas com muita frequência, deve ser 
submetida, a cada dois meses, ao seguinte teste: mediante uso de um 
clipe metáUco, fixa•se um filme no bolso do jal eco durante uma 
semana. Ao final deste tempo. revela-se o filme; se aparecer a Imagem 
impressa do cllpe. é um lndicatM> de que a equipe esta recebendo 
radiação de fuga indevidamente. 
Atualmente, com a quase universaLização do uso de laser (luz 
amplificada) no diagnóstico. na terapêuUca ou em cirurgias. os 
cuidados na utilização e as medidas preventivas de eventuais danos, 
especialmente no globo ocular e nos Clemals segmentos do 
organismo, são estabelecidos pelos fabricantes desses equipamentos 
e sao de observancia obrigatória pelo usuário. 
-
O CONTATO COM O PACIENT.E 
E SUAS DECORRÊNCIAS NA 
SAÚDE DA ÊQUIF?E 
' . 
~ 
A prática profissional gera fatores estressantes. como: 
• em relaçao ao exercício da proflssao - características do ambiente 
físico, exigências físicas da funçao, longas horas de trabalho. 
isolamento do cirurgião--dentista e da equipe, trabalhos 
semlrrepetitlvos, competição entre profissionais e busca por 
aperfeiçoamento técnico; 
• em retaçao ao paciente - suas expectativas. ansiedades, dores, 
faltas, atrasos e cancelamentos, além do relacionamento com eles, 
do manejo de comportamentos não colaboradores e a não 
observa nela das Instruções ou poss/vel nao aceitaçao do 
tratamento. 
PREVEN O: AS medidas que podem prevenir fatores estressantes 
são o equilíbrio do ambiente tisico de trabalho, o a111orrelaxamento 
(alfagenia) e a empatia, que permite melhor relacionamento 
interpessoal e a criação de vínculos com o paciente. 
LEMBRETE 
A Vig llãncla S:mltá:r1a t.xlge o 
revestimento das paredes da 
5ala d.ínica com ~rita ou placas 
de chumbo, ou mesmo o uso 
de biombo de chumbo para a 
proteção de terceiros. 
ATENÇÃO 
Cuidado na repos.lÇ-30 da tampa 
da agulha. que sempre dwe se, 
pega com pln~I (Ag. 3 .9). 
~ 
o contato fiSlco com o paciente ge-ra comaminação, seja devido a lesões 
bucais, seja devido a doenças veiculadas pela saliva. sendo estas: 
• hepatite B; 
• sífilis; 
• tuberculose: 
• parotidite; 
• herpes simples; 
• coqueluche: 
• herpangina; 
• citomegalia: 
• varicela • 
Se considerarmos a 
bucofarlnge, hã que somar. 
• meningite; 
• varíola; 
• sarampo; 
• gripe; 
• rinoviroses: 
• adenoviroses . 
, 
I 
i!igura 3,9 Técroco roneto de repofi~ o 
do tompc, daagutho, 
Todas essas entidade-s nosológicas podem ocorrer por cont ãgio 
direto ou mediante os lõmltes. que são os Instrumentos e objetos 
coniamlnados, atingindo a equipe e/ou propiciando a contamlnaç~ 
cruzada paciente a paciente. 
É obvio que as medidas preventivas incluem o uso de equipamentos 
de protesão individual (EPls), como gorro. máscara/pantalha/óculos, 
aventa~ luvas, além do uso de ludo o que seja descartável, bem como 
a mais absoluta esterlllzaçao de todo o Instrumental. 
MOLÉSTIAS DE NATUREZA MISTA 
As moléstias de natureza mista nada mais sao do que a soma1órla de 
detalhes das várias ocorrências que podem incidir no organismo do 
clrurgião•dentisra e da equipe. de acordo com o que foi explicitado nos 
Itens anlel'lores. 
Imagine o profissional que trabalha em posição inco.-reta, com 
movimentos de trabalho Inadequados, em ambiente físk o 
insatisfatório, sem EPls, negUgenclando os cuidados com 
esterilização, materiais e substâncias químicas de uso rotineiro e 
radiações Ionizantes e favorecendo o surgimento do estresse em 
relasão a pmfissâo e ao paciente. Serã que ele terã qualidade de vida? 
E tonoevidade? 
PRINCÍP/0,SiDE'P.REVEN~ O 
DAS TECNOP.AT.IAS 
Uma das condições necessárias à adoção de uma POStura saudável 
de trabalho é a utlllzaçao de equipamentos ergonomlcamente 
concebidos. Esses equipamentos devem estar de acordo com 
as normas ISO, DIN e ABNT aplicadas à odontologia, 
CONCEPÇAO 5.RGONÔMICA 
DOS EQUIPAMENTOS 
. ' . -~ .. 
MOCHO 
Paradigma atual do poslçôo sentado de trabalho 
De acordo com a norma iso 11226:2000,1-que considera a 
manutenção da POStura saudável de trabalho. a ESOE recomenda 
parâmetros para posicionamento saudável de trabalho. Esse conceito 
atual estabelece que. entre outros, o ângulo da popl~ea (região 
formada pelo angulo posterior entre o fémur e o conjunto tíbia-ííbula) 
deve variar de 110• a 125° (Flg. 3.10 A·B)." ·" 
Ainda de acordo com os parâmetros da ESDE. o mocho deve preencher 
os requisitos apresentados a seguir." 
Sua base deve ter preferentemente cinco rodízios. para permlUr 
deslocamentosem risco de queda. A altura do assento devera permitir 
que o profissional com variação de estatura entre 1,50 e 1.96 m possa 
sentar-se em postura saud~l. favorecendo a d rcutaç3o de retorno 
(hemodinámica). sem risco de compressão das safenas. sl1uadas na 
porçao posterointerna da coxa. A l argura do assento podera ser em 
tomo de 40 a 43 cm, de consistência semirríglda, com profundidade 
de 40 cm; a partir de 15 cm do Umlte PQslerlor, devera haver 
rebaixamento de 20° da borda anterior. 
O encosto deve proporcionar correto apoio~ porção superolateral da 
pelve. establlizando•a e impedindo sua rotação posterior. Deve ter de 
10 a 12 cm de altu ra e 30 cm de largura e apresentar regul agens 
variáveis verticais de 17 a 24 cm e profundidade de acordo com o 
biótipo do usu~rio. É também necessário que tenha ajuste horizontal 
para evitar mal posicionamento da coluna lombar. Os mochos de 
clrurgiao-dentlsta e de auxlUar em saúde bucal (ASB) devem ter as 
mesmas características, com elevação preferentemente a gás, devendo 
variar entre 4 7 e 63 cm. 
Mesmo a POStura saudável do cirurgião-dentista e o correto 
posicionamento do campo de trabalho :tis vezes não Impedem a 
lncllnaç~o ela cabeça mais que 25º. llmite máximo fislotogk amente 
LEMBRETE 
Embotá o mercado nDCional não 
ofereça esse upo de mocho descrito 
ao lado. suoere·se aóaptá•lo 
sObrl!pondo ao a.s:~to oôgin.al 
(com 40 cm de profundidade) 
um assen to adicional com a 
medida de 9 cm de altura nos 
15 cm posteriores e. a partir desse 
ponto, mais 25 cm, mante.ndo 
angulaçAo de 20° até a borda 
anterior. Se o assento original tivet 
no máximo 36 cm. o ass~nto 
adicional dev~ ter 7 x 15 x 36 cm. 
mantendo a ilngula~ão de 20° até a 
l>Onla ontorlor (Fig. 3.10 C). 
Ajusto dôl atturôl do encosto om rtlt~~ 
!I ~ su~Of d~ PtlW 
Fome: Figur.i ~•p<aõa do modelo democtio 
da Uni-.. B id.1dt1 dct Gtoni r,gc-n. Holll"ld• 
8 
Borda 
super'°, 
dà,:,tlve 
aceito. Para se situar nesse padrão (ângulo máximo de 25º), 
um recurso multo valioso<! o uso de óculos especificamente 
desenvolvidos.{, Estes apresentam a lente e. na sua porsão 
Inferior, mais uma camada de segmentos de prismas 
indinados. Assim, quando o cirurgião•dentista direciona a 
vf~o pata este segmento, ocorre o deslocamento do eixo 
visual , aproximando o foco, permitindo vis:ibilidade correta 
sem lncUnaçao da cabeça e do pescoço. 
É lmPOrtante salientar Que tais tentes serao confeccionadas 
de acordo com o vicio de refração do qual o 
clrurglão•dentlsta seja portador: miopia, astigmatismo, 
hipermetropia ou outros (Fig. 3.10 D·F). Sugere-se a 
consulta ao seu oftalmologista e, de posse dos resultados, 
enviá-tos ao labrkante das tentes. Se sua vfsao ror emetrope, 
a lente será comum, apenas com adiSâo dos prismas.• 
FiQtJra 3.10 Posturu sento<kJ sou~ (A}. Mocho odeqvuQO em oJuuos vario dos. poro os diversos biótipos cJeprofissionol 
(8). Postu10 apn'mo1ad0 com ossentood1clonol poslclof'IOdo sobrt o mochodt modelos nocíorwis (C). RditJO!tW!l1tO da 
poSW,o com vso<ie ócvlos es,p«áficoi com segmento Oeprismo (D·F), 
Fome: A imigem 8 foi gentilmente cedkfa pelo Plol Paul Engels {ESDE}. 
Sobre a posição sentada de repouso. Knoplich" relata que o corpo 
apoia 50% do seu peso no quadrangulo formado pelas tuberosldades 
is.quiãticas. 34% pela região posterior da coxa e 16% na planta dos pés 
(Fig. 3.11). 
Posição de trabalho do cirurgião-dentista 
e do auxiliar em saúde bucal 
A prática da odontologia se faz de forma multo estática. gerando 
sobrecarga para os sistemas osteomuscular e circulatório. 
A allernancla frequen te de pos~ao para aqueles que trabalham 
sentados ê a chave para evitar ou prevenir esses problemas.vt 
Os cirurgiões-dentistas devem atentar para a reailzaçao de um 
trabalho mais dinâmico, incorporando o máximo de movimentos 
posslvels nas atividades. 
o efeito da bomba hidraulica muscular acontece pela contraçao 
dos músculos, durante a qual o sangue, com produtos residuais 
e catabótltos. é removido; seu posterior relaxamento permite o 
suprimento de oxigênio para o sangue. o bombeamento ótimo de 
sangue nas extremidades. nas pernas e nos pês só ocorrerá se houver 
um movimento continuo dos músculos com contra~ao e relaxamento. 
Em poslçao estática e Inadequada, l ogo após 3 a 4 segundos ocorrerã 
Za restrição de trabalho da bomba hidráuUca muscular. restringindo 
o suprimento ótimo de oxigénio para os músculos e a remoção dos 
catabólltos. Isso conduz a um impedimento do funcionamento 
adequado e~ fadiga dos músculos. 
Esses são os problemas causados pela postura estática, quando não 
h~ alternancla de relaxamento continuo e contraçao dos músculos e, 
portanto, não há sua recuperação para funcionamento adequado, 
postura essa assumida pelo profissional durante a reallzaçao dos 
procedimentos clinicas. 
Senlar-se ativo (dln3mlco) e passivo (est~Uco) allernadamenle 
contribui para a prática mais dinãmíca: 
• Sentar-se ativo (dlnamlco): postura sentada sem apoiar no 
encosto. O movimento do t ronco para a frente é feito a partir da 
art iculação do quadril. O arqueamento das costas é evitado para 
que a curvatura natural seja mantida 
(Fig. 3.12 A). 
• Sentar-se passivo (estático): postura 
sentada apoiada no encosto. A curvatura 
natu ral das cosias é mantida também 
neste caso (Fig . 3.12 B•C). 
Além disso. recomendam-se as seguintes 
atitudes para uma prâtica mais dinâmica: 
• usar as posições variadas o maximo 
possível entre 9h e 12h, até 
possivelmente 13h, para 
cirurgiões-dentistas destros: para 
sinistros (canhotos), entre l2he 3h: 8 
/,... ....... . .... -· ......... 
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Figura 3.11 DistnbulçOO ccu,ta 
do i,eso no individuo s,entodo. 
ATENÇÃO 
Sente-se co,retamentel 
Sempre! 
r ,gvra 3.12 (A} P0sturo 
sentododín6mlca. (B·C} 
Posw10 st ntar:IO f'Stôttco. 
LEMBRETE 
O cJrurglao-demlsta precisa 
se moviment.ir \M'emente sem 
que suas pe,nas sejam obstruídas 
ou travadas sob o espaldar cfa 
cadeira.. tomando possível sua 
mov1menmi;ao entre as poslçôcs 
de 9h e 13h para que tenha 
visuollzaÇáo adequada do campo 
de trabalho, mantendo sua 
postura e,eta. dinâmica e 
slmltrlc.a. 
• alternar a posição em que estiver sentado regularmente. 
particularmente em reta;;ao a necessidade de mudança de vlsao 
do campo de trabalho: 
• planejar procedimentos curtos alternados com mais longos: 
• programar Intervalos curtos durante atendimentos mais longos. 
nos quais pequenos exercidos serão feitos - flexão dos dedos, 
respiração profunda e alongamento: 
• praticar ginástica laboral entre um paciente e outro (veja ao final 
deste capftulo)i 
• descansar peto m enos 10 minutos após 2 horas de trabalho; 
• praticar exercidos fisicos pe lo menos três vezes por semana, 
para ter uma t>oa condiçao sistémica: 
• planejar léóas - o lazer adequado e as atividades esportivas 
reduzem o estresse: 
• evitar trabalhar mais do que 8 horas diárias (se possível!). 
CADEIRA CLÍNICA 
Para que o profissional possa trabalhar na situação de conforto 
funcional, é necessário que a cadeira clinica permita um plano mé<llo 
de trabalho na posição horizontal de altura aproximada de 86 cm, 
possibilitando que 98,6% dos cirurgiões-dentistas trabalhem em uma 
variação de faixa de até S cm. 
A presença de um apolo de cabeça com adequado ajuste vertical e 
lateral, para a intervenção com visuallza;;ão direta e Indireta na maxila 
e na mandíbula. completa as caracterlsUcas Ideais de uma cadeira 
clínica concebida ergonomicamente.1t-2· 
Este importante componente do equipamento deve preencher 
determinados requisitos: 
• Sua forma deve acolher o paciente confortavelmente Instalado. 
Deve permitir o posicionamento horizontal do usuário - a chamada 
poslçao suplna. Isso mantém seu corpo totalmente apoiado, 
facilitando o acesso do profissional ao campo de trabalho. 
• O apoio de cabeça deve ser ajustâvel, propiciando a visão direta ou 
Indireta a todos os segmentos da cavidade bucal, seja na mandlbula 
ou na maxila, na correta

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