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Odontologia Essencial Parte Qtnica Ergonomia e Biossegurança em Odontologia <uo;mii..C:SOrts d~ sfrit Léo lúiger Samuel Jorge Moysés Simone Tetu Moysés c.oorder.adOfd d.a strle Maria Celeste Morita m Wilson Galvão Naressi Eliel Soares Orenha Suely Carvalho Mutti. Naressi «> E<Jitora Artes Médicas Ltda., 2013 Diretor editorial: Milton Hechl Gerente editorial: Letfcfo Blspode Limo Colaboraram nesta ed~3o: Editora: Juliano topes Berno,dlno Assistente edltorlal: CodtJo de Lima Carvalho Capa e projeto gráfico: Fl:>Olo Monko Prepar~3o de originais: Modl Pacheco Leitura final: Pedro Bo,ros Ilustrações: "1:lgner C:O.lho Editoração: Acq,.,o éstúdt0Cróflco E67 Ergonomia e bioue,gurllll'l~ emodoti totogl• {recuno eteltõnkiol / organlzaoores. Lfa Krig,er. Stnw el Jocg-e Mo'(SéS.. Sil'l'IOM T. Mc,vsés: coorGenacl«a. Maria Celeste Morlta : autores, YÃlson Gatvao Naressf, Suely CatvaU,o MuttJ Na,essi. Ellel Soares OrenN. • Oaiios ele.rônico5. • ~o P.i\A.o; Attes M4dita;, 2013. (A.SENO: Odoniologia Encnóal: di,.ica) Edil.ado t:atn.blrn c,om0Uvt0 im,,resso em 20\3. ISSN 918-85•36?•0\80-6 1. Ooontoloc;iN. 2. Ergonomia. 3. BlossegutaN;a. 1. Kri9':t Léo, li, fw!QI/MS. S.muel Joive.111, MQVMS. Simonq T. IV, Mo-, riu, Maria Ç11tcste, V. Natoui. Wil50n Cllvio, VI. Natflà, Suety CINalho Mutll. VII. Oren.h,a. Elicl Soa!"!-s. CDU 616.314:608.3 Reservados todos os dfr~ltos de publlc~ao ~ EDITORA ARTES MÉDICAS LTOA .. uma empresa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A. Editora Artes M~kas ltda. Rua Dr. Cesário Mota )r., 63 - Vila Buar((ue CEP 01221-020 - S3o Paulo - SP Tel.: 11.3221.9033 - Fax: 11.3223.6635 ~ protblda a dupUc~ao ou reprodu~ao deste volume. no todo ou em parte, sob qual$quer formas ou por quaisquer meios (~!!trônic:o, mednjco, gravac;ão, fotocópia. distribuição na Web e outros). sem permissão expressa da Editora. Unidade Silo Pauto Av. Embaixador Macedo Soares, 10135 - Pavil~ao 5 - Cond. Espace Center VltaAnast~clo- 05095-035- S3oPaulo- SP Fone: (11) 3665• 1100 Fax: (11) 3667-1333 SAC 0800 703-3444 - www.grupoa.com.br IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL Odontologia Essencial .fbrte Cltnica Ergonomia e Biossegurança em Odontologia org.v:lz.adores da sMe LéoKriger Samuel Jorge ~foysés Simone Tetu Moysés COOrdtnado~ (f.,) SC!rit Maria Celest,e Morita Vers~ lmi:,,essi desta obra: 2.013 Wilson Galvão Naressi Eliel Soares Orenha Suely Carvalho Mutti Naressi 2013 AUTORES Wilson Galvio Naressi Ch'u(glão~dentl.sta. Professor adjunto da FaculdOOe de Odontologia de São José dos Campo5 da Unive(s;c:tade Estacfua\ PauUsta l ôllo de M•squlta Filho (FOSJC/Unesp). Uvre-docent• •m Economia Profissional pela FOS'JC/Unesp. Especialista em Odontologia Preventiva e Social peta FOSJC/Unesp. Doutor em Economia Profissional e Hlg~ne do Traba1ho pela FOSJC/Unesp, Eliel Soares Oranh.a Cirurgiâo•dent.ista4 Professo, assistente da fOSJC/Unesp. EspedaUsta. mestre e doutor em Odontologia Preventiva e Social pela Faculdade de Odontologia de Araç:atuba (FOA)/Unesp. Sue-ly Carvalho Mutti Narcs.si Orurgiã•dentista. Profés.sora ass;.stente da FOSlC/Unesp. Bacharel em Direito pela Universidade Paulista (Unlp). São l os, dOs Campos. MMtte e doutora ~m Odontof.ogla Restauradora pela FOSJC/Unesp. Organizadores da Série Abeno L~ Krlger Profossor dl' Saüde Coleliva da PontiUda Uni...crSldadt Católica do Paraná (PUCPR), Mestre em Odontologia em Savde Cotetiva pela Unl\lersldade Federal do Rlo Grande do Sul {UFRGS), S•muel Jorge Moysfs Prore.sso, Ulular da escola de Sl!úde e Blodfnclias da PVCPR. Professor adjun to do Departamento de Saúde Comunitária <la Un....,rsldade Federal do F'araná (UFPR). Coordenador do Comlt! de ttlca em Pesquisa da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, PR, Doutor em Epidemiologia e Saôde Pôbllca pela Universidade de Londres. Simone Tetu Movsés Professo,a titular da PUCPR.. Coordenaoora da área de Saüde Coletiva {mestrado e doutorado) do Programa de pós-graduação em Odontologia da PUC PR. Doutora em Epidemiologia e Saúde PôbUca pela Universidade de Londres. Coordenadora da Série Abeno Maria Cel•ste Morita Presidente da ABENO. Professora associada da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Doutora em Saôde Pôbllca pela Universidade de Paris VI, França. Conselho editorial da Série Abeno Mar1a Celeste Moôta. L~ Krlger, Samuel Jorge Moyses. Simone Tttu Moys~. José Ran.t\i, Adair Luii StefaneUo 8u5ato. À ASsoclaçao Brasileira de Ensino OdOntológico (Abeno). aqui representada pelo Prof. Dr. Léo Krlger, pelo honroso convite para elaborarmos esta obra. Aos Profs. Oene HokWerda e Rol! RulJter. da Universidade de Grõningen, Holanda; ao Prof. Dr. Jerome Rotgans. da Universidade de Aachen, Alemanha: â Profa. Ora. Lydia Katrova, da Universidade de Sofia, Bulgária: aos ergonomistas Joseph A. J. Wouters e Paul Engels. Holanda, membros da ESOE (European Society oi Dental Ergonomlcs), pela permis~ no uso de material didático. Ao Prof. José Benedito Oliveira Amorim. por gentilmente nos ceder o espaço dO Laboratório de Ele1romlogralfa da Faculdade de Odonlologla de sao José dos Campos/Unesp, onde foram feitas algumas fotografias. Aos colegas e colaboradOres Angélica Cristlane B~llo Soares. Enzo Rosettl, Hilrina Prates Vlllas-Bóas, Lalana Pereira da Silva e Franclne Soares Orenha, pela lnestim~el partlcipaçao na elaboração das Imagens. A Uncoln Henrique Molmaz Soares e~ MlreUa Anjos de Sousa. pelo suporle na reallzaçao das ilustrações. Às empresas de equipamentos médico-odontológicos Oabi Atlante, Gnatus e Kavo. pela permlssao na obtençao de Imagens. Wilson Galvao Naressl Eliel Soares Orenha Suelv Carvalho Multi Naressl Esta obra é dedicada a lodos aqueles que se preocupam com a educac;:ão continuada, pois .. o objetivo da educação é despertar no indivíduo toda a perfeição de que ele seja capaz" (Kant). A prática diuturna da odontologia é fortemente estafante. O estre$Se advém de fatores retacionados ao exerclcio profissional. tais como as caracterfstlcas Inadequadas do ambiente físico de trabalho nos quesitos ilumlnac;ao, temperatura. ruído e cor. das exigências tisicas da função - longas horas de trabalho, isolamento do clrurgl~o-dentlsta/equipe, trabal hos semlrrepetltivos. competlçao entre profissionais e consequente necessidade de constante atualização e aperfeiçoamento técnico; do relacionamento profissional-paciente - Lidar com suas expectativas, ansiedades. dores, faltas, atrasos, cancelamentos. falta de colaboraçao e n~o observancla de instruc;:ões, inadimplência , entre outros e, por fim, a possibilidade de contágio por moléstias veiculadas pela saliva e sangue em função do lnevlt~el contato físico com o paciente duranle todo o tratamento. A somatória dessas causas estabelece o universo de agressões psícossomatlcas ao clrurglao-dentista e sua equipe, exigindo medidas para aliviar seu fardo dfarlo. A ergonomia propicia a possibilidade de tornar menos penosa a execusão dos procedimentos a serem realizados. em decorrência de sua relação com a antropometrla, a ílslologla, a engenharia e a psicologia. buscando o completo entrosamento do profissional com seu equipamento e instrumental de trabal ho. A Indústria de equipamentos tem procurado ajuslar os produtos~ necessidade do profissional. cabendo aos usuários explorar seus componentes da maneira mais adequada. Neste sentido, os autores apresentam novas propostas Ja Implantadas nos úl timos 10 anos em centros consagrados da area de ergonomia, mas que ainda necessitam ser absorvidas na sistemática odontológica brasileira. A racionalização do trabalho, simplificando-o mediante a utilização de mao de Obra auxiliar ll<!m tr~nada, vem permitir a prOdullvldade com qualidade cada vez mais comprovada. O procedimento clinico realizado a quatro ou seis maos evidencia atuaçao diferenciada, possibilitando que o produto final seja concluido em tempo menor, para satlsfaçaodo paciente. No entanto, notamos que o clrurglao- dentista e sua equipe ainda têm pouca familiaridade na apUcação da ergonomia em sua atividade diária. A implementação dos conceitos e práticas da b iossegurança agregaram mais segurança ao desempenho da profissao, como a esterilização flsica utilizando vapor sob pressão e a aplicação de medidas visando aumentar o nlvel de lmunlzaç:io da equipe, por meio de vacinas contra as moléstias passiveis de ocorrer nos profissionais de saúde. Assim sendo, os organizadores deste livro focaram a atividade odontotógka dentro de parãmetros ajustados ao trabalho mais racionalizado possível, cabendo aos colegas utilizar tais ferramentas para que o sucesso profissional seja acompanhado da necessária qualidade de vida,. Também foi incluída uma proposta para a readequação da disciplina de e<gonomia a ser ministrada ao longo de toda a graduaçao, fornecendo subsldlos para uma capacltaçao mais aJustilcla à preservação do profissional. Wi lson Ga1vao Naressl Eliel Soares Orenha Suetv Carvalho Multi Naressi Sumário 1 l Histórico e definl~ões 11 WllSon CalVôO Na,essi. l:llel Soares Orenha, Suety Carvalho MutU Naress/ 2 1 Aspectos anatõmicos, fisiológicos e emocionais como componentes da ergonomia 17 Wilson Colvõo Noressi, Eliel Soares Orenha. Suety Carvalho MutU Noressi 3 l Epidemiologia, etiologia e prevenc;.ão das tecnopatias odontológic.as (doenc;.as ocupacionais) 37 Wilson Galvão Noressi. Eliel Soares Orenha. Suety Carvalho MuW l\íaressi 4 1 Planejamento das lnstalac;_ões do consultõrlo 79 Wilsoo Galvão Noressi. Eliel Soares Orenha, Suety Carvalho Muttf Noressi 5 1 Organiz~ão do trabalho 93 Wi!Son Galvão Naressi. l:liel Soares Orenha, Suety Carvalho Mutti Naressi 6 1 Ergonomia odontológica: situação atu;al. desafi0s1 propostas e metas 707 Wilson Colvão Naressl. filie/ Soares Orenha. Suety Carvalho Muttl Naressl 7 1 Biossegurança 173 WilSon Colvõo Noressi. filie/ Soares Orenha, Suety Corvatho Multi Naressl Referências 725 Recursos pedagógicos que facilitam a leítura e o aprendízadol OBJETIVOS DE APRENDIZAC.EM CONCEITO LEMBRETE PARA PENSAR SAIBA MAIS ATENÇÃO RESUMINDO o- PALAVRAS REALÇADAS Informam a que o estudante deve estar apto após a leitura do capitulo. Define um termo ou expressão constante do texto. Destaca uma curiosidade ou informação importante sobre o assunto tratado. Propõe uma reflexão a partir de informação destacada do texto. Acrescenta informação ou referência ao assunto abordado, levando o estudante a Ir além em seus estudos. Chama a atenção para informações, dicas e precauções que não podem passar despercebidas ao leitor. Sintetiza os últimos assuntos vistos. Ícone que ressalta uma informação relevante no texto. ícone que aponta elemento de perigo em conceito ou terapêutic.i abordada. Apresentam em destaque situações da prática clínica, tais como prevenç3o, posologia, tratamento, diagnóstico etc. Histórico e definições WILSON CALVAO NARESSI fL/fL SOAJ~S ORENHA SUELY CARVALHO ML/fTI NARESSI Desde o despontar da história, o homem vem lutando para aliviar o fardo de seus esforços diârios. Considerada a longa extensão do percurso feito, seu progresso tem sido constante e se9uro. o aperfei~oamento de ferramentas para cortar; amassar, raspar e perfurar tem facilitado ao ser humano a execuçao de suas tarefas di~rias desde a Idade da Pedra. Este aperfeiçoamento continuo e o acúmulo de conhecimentos têm potencializado a evoluçao da humanidade e, na atualidade, têm permitido uma melhor lnterac;3o do homem com todo o ambiente, tanto durante a realização das tarefas quanto nas horas de lazer. HISTÓRICO,DA ERGON • No século XV111, Ramaz·zfni apresentou e discutiu as rela~ões entre as condições ambientais e as características das ferramentas e dos equipamentos, além dos problemas ele saúde decorrentes do seu uso. Mostrou. por exemplo, que as desordens por traumas acumulativos sao causadas pelos movimentos repetllivos das maos. pela má pastura do corpo e pelo excessivo estresse mentaL Pelo menos quatro séculos separam os modemos estudos ergonõmicos das pesquisas sobre anatomia realizadas por Leonardo da Vinci. Fascinado pela perfeição do corpo humano, da Vinci tentava captar a harmonia de proporções e de mOYlmentos para transmiti-la em suas obras. A ergonomia, com o auxílio da antropometrla. da fisiologia, da engenharia e da psicologia, busca outro tipo de perfeisão: o completo entrosamento entre o homem e seus lnstl'\Jmentos de trabatho.1 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Entender o que é ergonomi.a e suas hJnçóes Compreender de que formiJ a ergonomia pode trazer melhorias para o trabalho do clrurglao-dffltlsta LEMBRETE A e cgonomia ê caracterizada pela multidisciplinaridade (fazendo úSO de conhecimeotos provenientes de diversas flrea.s) e pela transdlsclpUnarld>de (a lntegraç~ dos conhecimentos permite abôn:Jagens fundamentais paira gem, nO\/ilsso!uçóes dedesenllosde sistemas. o rganizações, trabalhos, máquinas. ferramentas e produtos de consumo). A palavra ergonomia vem dos termos gregos ergon (trabalho) e nomos (regras, leis) e foi utllllada pela primeira vez num jornal polonês, em 1857, porWojciech Jastrzebowski (Fig. 1.1).' A velocidade do desenvolvimento cresceu grandemente no Inicio da Revoluçt.o -.. Industrial, com o aumento da demanda por ergonomia devido aos arranjos realizados para elevar a produtlvldade e melhorar a segurança do trabalhador dentro das fábricas. Figura 1.1 Wojdtth Jastrzet>oWSkJ. P-rgura 1 2 LiWon M. Ci!breth, precursoto da e,goncm/0. PARA PENSAR Refe,indo•se à fod.ga humana, Frank Gflbretn. o pai d& moderna simplificação do trabalho, disse: •o des~rdk:io cm fadigas desnecessárias nao eQulvale apenas a um desperdicio econômico; e um dcspetdk:lo de vida, Que es:tj a reclamar a imediata atenç~o ele todos os que se interMSam pelo lndMchJO. grupo ou p,ospedda<le econõmita de um p.iis" .' No Inicio, as medidas tinham como loco a seleçao e o treinamento do trabalhador de acordo com as e.xigências apresentadas pelo tipo de trabalho ou tareia, procurando adequar o homem ao trabalho, o que se mostrou pouco eficaz. O aperfeic;oamento do sistema homem-máquina começou quando os esforços foram direcionados no sentido de adequar o trabalho ao homem, com foco no aperfeiçoamento das ferramentas. dos equipamentos e do ambiente. No inicio dosêculo XX, Taylor e o casal Frank e LillianGilbreth (Flg. 1.2) realllatamestudossobreo ttabalhadorcomo uma unidade isolada, cuja eficiência era medida levando·se em consideração seus movimentos na execuçao do trabalho, a fadiga. a deficiência do ambiente tisico e o tempo gasto nas operações. Esses fatores serviram de parâmetros para a modlflcaçao de paradigmas, tendo aplicações diversas na atualidade. A Organlzaçao lntemadonal de NormaUzaçao (ISO) é uma entidade que atualmente congrega os grêmios de padronização/normalização de 170 palses. A ISO aprova normas Internacionais em todos os campos técnicos e foi fundada em 23 de fevereiro de 1947, em Genebra. na Suiça. A partir de 1950, houve um avanço muito mais significaUvo e organizado com a crlaçao da Assoclaçao lntemaclonal de Ergonomia (IEA), concebida em seminario, na Holanda, da Agência Europeia de Produtividade em 1957, com sede na Sulça; hoje há 42 sociedades federadas ao redor do mundo. Na mesma época foi criada a Sociedade de Fatores Humanos nos Estados Unidos, estando suas pesquisas bastante relacionadas ao Departamento de Defesa Aérea dos EUA (Usaf). A Sociedade Europeia de Ergonomia Odontológica (ESOE), federada ã IEA, foi fundada em 1987 com o obJetlvo de coletar. analisa~ acompanhar, publicar e arquivar o conhecimento científico referente~ ergonomia odontológica e à prática da odontologia (organlzaçao. biosseguran~a, psicologia, etc.). Esta Importante sociedade foi criada e composta Inicialmente devido a necessidade dos membros integrantesdo Grupo de Trabalho em Ergonomia e Higiene da Federaçao Dentária Internacional (FOI) de ter uma estratégia para potencializar a organização e o desenvolvimento da ergonomia odontológka. Após mais de duas décadas de intensas atividades e estudos na ârea, originou-se a publlcaçao de relatórios técnicos' e do documento • Requisitos ergonõmicos para o equipamento odontológico: diretrizes e recomendações para o design. a construçao e a seleçao do equipamento odontológico'-. em maio de 2006.• Este documento íoi também enviado à ISO/FOI e serviu de base para a elaboração do projeto de norma, o quat está em fase de avaliação pelos comitês membros da ISO nos diversos países, representado no Brasil pela Associação Brasileira de Normas Têcnicas (ABNT}. A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA (ABERGO) FOI FUNDADA EM 30 DE NOVEMBRO DE 1986 COM AS SEGUINTES FINALIDADES: • estimular a formaçao, a pesquisa e o desenvolvimento cientifico e tecnológlCo no campo da ergonomia: • Inserir a eti1onomla na comunidade clentmca no sentido de promOYer um desen110tvfmento social autossustentavel; • promOlll!r e apoiar reuniões, cursos, eventos e outras atividades que contnbuam para o desenvolvimento, a formação, a difusão e o tntercambio de conhecimentos em ergonomia; • realizar ou apoiar publicações de boletins, anais, livros e periódicos em ergonomia e assuntos correlatos: • desell\/Olver ações que visem à melhoria conjunta das condi,;ões de trabalho, saOde, seguran91 e vida dos trabalhadores e da qualidade de vida da comunidade em geraL por um lado, e da eflc«ia do trabalho, por outro; • assesso,ar órgaos do governo e entidades normatlzadoras na elat>o~o de programas, projetos e normas que visem à ordenação, ao desenvolvimento, à difusão e à aplicação da en;ionomia; • representar os Interesses de seus associados Junto a entidades nacionais e Internacionais, especialmente junto à IEA: • assegurar à sociedade uma prática correta e preparada CIOS proftsslOnals com competência adqulrkla em ergonomia por melo das formac;ões acreditadas e/ou certificadas mediante seus processos Intrínsecos. Para atingir seus objetivos1 a ESDE se fundamenta em cinco pilares estratégicos: • relaçõespúbUcas: • encontros anuais; • programas de treinamento e estudos de ergonomia; • apolo e suporte para a crta~ao de sociedades nacionais de ergonomia odontológica; • desenvotvlmento de projetos de pesquisa em ergonomia odontológica em parceria com agências de fomento~ pesquisa. Na década de 1960, o currkulo OdontOlógico brasileiro viu despontarem em ergonomia os professores Fábio de Angelis Porto. Jaime Renato Furqulm de Castro, Oanlllo Eleutérlo. Ernesto Pllotto Gomes de Medeiros, Vitoriano Truvijo Bijelta e Ervino Marquart, considerados os pioneiros na área. Erç,onomla Dofinid.ai por.,.,nw.tyt como• •apUca,;ao da, ohldas blolog,cas e-m ,o,._unto com~ clfnciu mrcank:as para consegtut • mC!lhor adap~o mutua do ttomem ao seu trabatho, vis.ando melhor e6ciên cia e prosperidade humana·. a ergonomi.a ttm vast"ii .apha~iio tm todos os r1mos da lltfvldade pronsslooat. Em 1970, foi criado o Grupo Brasileiro de Estudos de Orientação Profissional Odontológica (GBEOPO), congregando outros professores dessa área (Olavo Bergamachi Barros, Maria Devanir FiglioU, Wilson Galvão Naressl, Roberto Luís Terence, Héllon Leão Uno, Fernando MoLinos Pires, Germano Tabacof, entre outros) que muito contribuíram para o Incremento da ergonomia odontotógíca no Brasil. Desde então. multo do que foi realizado no campo da ergonomia odontológka deve-se ao trabalho pioneiro dessa equipe em conjunto com o segmento produtivo: os fabricantes brasil eiros de equipamentos odontotógk os. f__RGONOMIA: CONCEITO E;A P.LICABILIDADE A ergonomia compreende um conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem que visa 11 melhor adapta~ das situações de trabalho aos trabalhadores. Sua praUca fundamenta-se na análise da tarefa. que busca consUtulr o quadro diagnóstico dos POntos crlticos específicos llquele POSto de trabalho.• Ciência que trata das Interações dos diferentes elementos humanos e materiais. a ergonomia procura definir a divisão de tarefas entre ope,adores. Instrumentos e equípamento; as condições de funcionamento ótimo desse conjunto de elementos; e a carga de trabalho para cada operador,,., A execução de uma tarefa deve ocorrer em condlç3o de saúde. conforto funclonat e eílclêncla.' lida'° mostra que ha necessidade de aliar fatores objetivos {racionais) e subjetivos (emocionais) na concePÇão de um desenho. Hoje o mercado é predominantemente ofertante. isto é, a oferta é maior do que a demanda. Isso gera uma necessidade de d lferencla~ao do produto para atrair a atenção do consumidor: POrtanto, a forma (desenho do Instrumento ou produto e características do serviço prestado) deve contemplar harmonicamente os aspectos racionais e emocionais. Mais atenção, portanto, deve ser dispensada à integração da ergonomia ao projeto de produto. Os instrumentos e suas sistemáticas de ullllza,;ão que forem concebidos levando em consideração as necessidades e as limitações humanas estara<> certamente mais bem adaptados às suas finalidades. n-u A ergonomia deve ser efetivada de forma abrangente em diversos momentos. De acordo com Wlsner~ e lida, 'º pode ser classificada em: • ergonomia de concepç:ão - ocorre durante o projeto do produto, da máquina. do ambiente ou do sistema; • ergonomia de correção - aptk ada a situações reais para resolver problemas que se refletem em segurança, fadiga excessiva, doenças do trabalhador ou quantidade e qualidade da produçao; • ergonomia de consclentlza<;ão - oferece lnforma<;ões para capacitar os usuários na Identificação e na oorre,;ãodos probl~mas do dia a dia e realizar ajustes necessários de acordo com a al terac;ao do volume Ergonomia e Blosseguran~a em Odontologia de produção. renovando oportunamente o sistema homem-máquina-ambiente; • ergonomia de participat;_ao - procura manter os usuários informados, fazendo a realimentação de informações para as fases de conscientlzaçao, correçao e concepçao (Ag. 1.3). -··-·· Wlsner' ainda d istingue dois campos principais: • ergonomia do produto - concepçao ôe produtos com atençao voltada para sua olimizaç:io ao bem·estar do usuário, considerando suas caracterlstlcas e necessidades de conforto e segurança; • ergonomia da produç:.O - ocupa-se da organlzaçao ôos métoôos de trabalho, da distribuição de tarefas, do desenvolvimento de padrões e protocolos com treinamento constante. Ao realizar determinado procedimento. a maioria dos profissionajs preocupa-se com o que esta sendo feito e nao com a maneira como o trabalho está sendo realizado, ou seja. com a autocnlica do comportamento pessoal na reallzaçao do procedimento. O desenvolvimento dessas habilidades de autocorreção implica o conhecimento de técnicas que facilitem essa mudança comportamental. Como prollssao, a odontologia teve um fantastlco ôesenvolvimento em quase todos os seus dlversos segmentos têcnico-cientificos. No entanto, ha casos de lnadequaçao entre operado, equipamento e instrumental nessa ârea.:s.tti Assim. essa profissão defronla·se na atualidade com o desafio de inovar, buscando melhor aproveitamento de seus recursos. Isso se farta rápida e facilmente se fosse apenas questao de tecnologia. o problema. parem, é operar uma mudança de atitudes no profissional clrurgiao-dentlsta quanto a sua forma de atu~ao nas diferentes atividades de um procedimento, muitas vezes complexas e lnterdependentes.11.1• Na realidade atual da odontologia braslleira. há necessidade de aplicaçao dos conhecimentos das ciências de racionallzaçao do trabalho (ergonomia), com os quais o cirurgião-dentista ainda tem pauca familiaridade. Isso é de extrema 11111)onancla, uma vez que o exercido profissional obriga a um trabalho ffsico que exige a mais perfeita adequação em relação ao equipamento.sem a qual decorrerão graves prejulzos. quer sob o ponto de vista de alterações da saúde, quer sob o ponto de vista econômico. Figura 1.3 Ocos//JeS do comnbtliçõo e,gonõmko. Fonte: lida.~ PA.RAPENSAR Atua lm (!ntc, observa .-s ~ cada vez mais a importancla da adaptação do trabalho ao homem, às stJas caractertst!c.as I! resttlçoes, aos seus valores e limitações. Busca-se tornar os tarefas menos penosas e, ao mesmo tempo. mais produtivas. O homem passa a ser enaraôo não mais como um compt(!mento do complexo de produçao, mas como fator básico de setJ acionamento.1' Aspectos "'4,.JL ... atô-..-· cos, fisiológicos e emocionais como componentes da ergonomia WILSON CALVAO NARESSI fL/fL S ORENHA SUELY CARVALHO ML/fTI NARESSI .;.; Neste capítulo serêlo apresentadas somente as funções que Interessam à ergonomia e influem no desempenho do trabalho: • fun<;ao neuromuscula~ • coluna vertebral; • visão: • audlçao; • propriocepçâo. Tais conhecimentos sao essenciais para o desenvolvimento dos próximos capítulos. FUNÇÃO NEIJROM<JSCL:Jllr.4:8 O corpo humano apresenta alta capacidade de mobilidade, a qual é exercida par contrações musculares. Os músculos são comandaoos pelo sistema nervoso central , Interagindo com estfmulos ambientaJs. O sistema nervoso é constttuldo par neurõnlos, caracterizados par sensibtll<lade a estfmulos e condutibilidade de sinais de natureza etetroquimica, que se propagam ao l ongo das fibras nervosas .• Os sinais produzidos por algum estimulo externo (tuz, som, temperatura, acelerações, agentes químicos) ou do próprio corpo (movimentos das artkulações, tato) sao conduzlOOs \/la sinapses até o sistema nervoso OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Aprender sobre aspectos anat6mlcos. Rslológ.lcos e emocionais que interferem n:J ergonomia Entender o íuncionamento neuromuscular Compreender o funcionamento da coluna vertebral e como prevenir lesões Entender o funcionamento da visão~ da audi,ão. e como evitar que sejam prejudk adas no cotidiano de trabalho LEMBRETE A vetocldc,cie <la transmissão de estímulos nervosos depende de fatores como Integridade dos ne.urónk>s {camada de mielina), frequfnda de ullUzação das sinapses (fadiga) e acúmulo de catabólitos (ac;idez).1 F~ lga musarlu Prcwocada pela deflciircia da •rrlgM;&o sanguínea do mllscuto. reduzindo SV-il capacidade de mavime.ntação. A diminuiç;ã-o do ltuxo Slngufneo detffffllna.. dentro do mUsc;ulo, um acúmulo de ,)(ido lâbco e potass,o. asskn como c.olor d.OX.ldo de tilbOno e agu1, gerados d~te o metibolismo. central (via aferente), onde ê interpretado e processado, gerando uma dedsao. Esta declsao "~torna pelos nenios motores (via eferente), que se conectam aos mUsculos e provocam movimentos, como mastigação, fala, apreensão e descarte de lnstl'\lmentos. movlmentação de braços ou pernas. ~ MÚSCULOS ~- Os músculos são respons~vei s pelos movimentos do corpo. Eles transformam a energia química em contrações e. peri anto. em movimentos. Isso é feito pela oxldaçllo de gorduras e hidratos de carbono, em uma reação química exotérmica, resultando em trabalho e calor. Os müsculos do corpo humano classificam-se em três tipos: estriados, lisos e cardíacos. Os müsculos estriados estão sob o control e consàente, e é por meio deles que o o rganismo realiza t rabalhos. interagindo com os demais tlpes musculares. sao lonnados de fibras longas e cltlndricas. com comprimento de até 30 cm1 d ispostas paralelamente. As fibras, por suave~. compõem-se de centenas de elementos delgados. de até 3 miCia, paralelos entre si e multo uniformes. chamados de mlofibrllas. Estas compõem-se de sarcõmeros, m iosina e actina, que realizam a contração. Os músculos Usos encontram~se nas vísceras {intestinos, vasos sanguíneos, bexiga, aparelho respiratório e outras). Os múscul os do cora~ão, ou cardíacos, sao d iferentes de todos os outros e, à semelhança dos músculos lisos. são de comando lnvotuntarlo. O músculo nutre•se de oxigênio. glicogênio e outras substâncias pelo sistema circulatório. Este é constltuklo de artérias. que vao se ramificando sucessivamente até se transformarem em vasos capilares. No interior do músculo há inúm eros capilares extremamente finos que permitem uma fácil transferência de substancias do sangue para o músculo. A contraçao muscular comprime as paredes dos capilares, dlncuttanclo a circulação, causando rapidamente a fadiga. O relaxamento m uscular permite o restabelecimento da circulação sanguínea. Assim. o músculo deve se contrair e retaxar com alguma frequência, funcionando como uma bomba hidráulica (bomba muscular). Para cada movimento há pelo menos dois musculos que trabalham ant agonkamente : quando um se contrai, outro se estende. O que se contrai chama-se protagonista, e o que se relaxa. antagonista. Por exemplo. ao fuer a flexao do antebrac;o sobre o braço. hi! conuaçao do biceps e extensão do trkeps. Para estender o antebrac;o, há inversão, com extensão do bíceps e contração do trlceps.' Ê uma estrutura óssea const ituida de 33 vêrtebras sobrepost as, que se classificam em cinco grupos: 7 cervicais, 12 torácicas ou dorsais. 5 l ombares. S sacrais e as 4 da extremidade inferior. que são pouco <1esenvolVldas e constituem o cócclx. As 9 últimas vértebras sao nxas e situam-.se na região da pelve; também se chamam sacrococcígeas. As vértebras torácicas estao unidas a 12 pares de arcos costais. formando a caixa torâcica. que l imitam os movimentos venebrais. Ca<la vértebra sustenta o peso de to<las as partes do corpo sltuada,s acima dela. Assim. as vértebras inferiores são maiores, porque precisam sustentar maiores pesos. Para equilibrar-se, a coluna apresenta três curvaturas: a concavidade cervical, a convexidade torácica e a concavidade lombar (Fig. 2.1 A~C).V 7 ~ ,tetlr.is cervic:ais (con<llllld.ldc, ,crw.t) 12ffltebr'\l.S t.orikie~ (COn'll'C•iebdC IOt~lei) 5 .,.,_rtebro11s to,nbares (concavidade tombar) 5 '14:rtObr-.is ACr.iiS ~ e v&tcbr.is pouco dcsenvolYldas que consthuem o<ócdx 9 LEMBRETE Apenas 24 das 33 vértebras da cotuna s.lo rtexrv-ets. e. destas, a,s que têm maior mobilidade são as ceMClll.s {pesc04io) e as lombbrl!S (abdominais), sendo, por Isso, as regiões de maior prevalência de ptobl~mas ê dor. Figura 2 ,1 A-C (A} Anatomia da calunavertel:;ra(, (8-C) Regas ma;s suscetivdsa probtemas ~dor. A coluna tem d uas propriedades: r igidez e mobilidade. A rigidez garante a sustentação do corpo. permitindo a postura ereta. A mobllldade permite rotaçao para os lados e movimentos para a frente e para trás.. Isso possibilita grande movimentação da cabeça e dos membros superiores. Entre uma vértebra e outra existe o disco cartilaginoso, composto de uma massa gelatinosa: este conjunto de vértebra e disco chama~se espôndllo. Os espôndllos também se conectam entre si por ligamentos. o- Fig"'º 2.2 Ewnplos de má ÇJOStutOdt lfObolho (A t! 8)q<.Jt podem ocom!l.or romPJmento do disco mttr"~ltb,ol (C). Os movimentos da coluna vertebral tornam .. ·se possiveis peta compressao e descompressao dos discos e pelo deslizamento dos ligamentos. A coluna vertebral contém um canal formado pela superposlçao dos espóndilos. por onde passa a medula, que se liga ao encéfalo. A medula funciona como uma grande "avenida" por onde circulam tOdas as lnform~ões sensitivas, que transitam da periferia para o cérebro e retomam, trazendo as ordens para os movimentos motores. A ruptura da medula Interrompe o fluxo de Informações. causando paralisia. A adoc;ão de má postura de trabalho, com inclinoc;:ões excessivas e movimentos de t0tção. pede acarretar rompimento do disco intervertebral com consequente compressa o da medula e/ou das raízes dos nervos. processo muito doloroso denominado hérnia de disco (Flg. 2.2 A·C). Os discos cartilaginosos nutrem-se peta difusao dos tecidos vizinhos. As compressões e descompressões alternadas dos discos funcionamcomo uma bomba hidráulica que os Irriga. mecanismo prejudicado quando ocorrem cargas estiitlcas por esforço flslco, má postura no trabalho ou deficiência da musculatura de sustentação por tempo prolongado, podendo levar a processos Inflamatórios (espendllartrltes) ou mesmo a degenerac;~o (espondllartroses). As principais alterações da coluna são l0tdose. cifose e escoliose (Rg. 2.3)." Lordose . • • . . . • • • . • • . . . . . . . . • • . • . • . . .. Clfose . • . . • • • . • • . . • • • • • . • • . . • . . • . .· . • • • . . . . • . • • • . . • . • • • • • . • • . • .. • . • . • . e:scoUose Figuro 2.3 As ptincjpais a(terações da coluna sõo laldose, escoliose e cifose. O ideal é prevenir para que essas deformações nao apareçam. Isso é feito com exercícios para fortal ecer a musculatura dorsal e evitando~se cargas pesadas ou posturas Inadequadas. principalmente se estas forem p rol ongadas, sem permitir mudanças frequentes. Quando se permanece durante multo tempo na mesma postura, com a cabesa inclinada para a frente, ocorre fadiga da m usculatura da região l ombar, fenômeno conhecido como lombalgia. Hâ diversos graus de lombalgia; alguns provocam lortes dores e podem Incapacitar para o trabalho em periodos de 3 a 10 dias; dependendo da gravidade. esse período pode estender-se até por meses. A lombalgia ocorre por distensao dos museu tos e ligamentos vertebrais ou movimentos bruscos de torção.' VISÃO De todos os sentidos, a visão é responsável pelo maior número de sensações produzidas no organismo humano. É o mais utilizado nas relações entre o homem e o melo exterior. e o mais úlll de tOdos os processos sensoriais. Oa visão deriva-se a maior parte de nossa experiência e. portanto. de nossos conhecimentos.• Toda atividade profissional tem uma meta definida: a produtividade. É um lenõmeno objetivo do desempenho prollsslonal, realizado mediante a visualização da tarefa e sua consequente execução, tendo como inte<mediários os fatores ambientais. Lordose Ê o aumento da (Ontêll'lidadt' poste11or da curvatura N r~iâo cervical ou lombar, ae:ompanttado pot uma ncUnac;3o da pelve pari i frente • Cjfose e o aome-nto da col'M!xidade torácica, correspondendo ao •corcunda". Adfose acentua•se nas pMsoos de Jdade avançada . E1e.0Uon E o desvio lateral da coluna A pessoa vista~ frente ou de? costas pende para um dos lados. ditedo ou esquerdo LEMBRETE As pessoas portadoras dessas degenerações na coluna não estão Impedidas de trnt>alhar. mas, dependendo do grau em que estas ocorrem. devem evitar esforços ftskos exagerados. PARA PENSAR Para a vida humana. luz e visão sao fenômenos de tal modo lntertlgados. que n3o é posslvel considerar um sem o outro. Sem l ut., não haveria visa.o; e do complexo luz·vl.sAo resulta o que se pode chamir '"visibilidade" . ATENÇÃO O ob,e-llvo da utUlz.açlo da funç~o visu.l é, em certos c~os. a simples o tio somonte percepçao da luz; noutros casos. é e1 percepçlo d• objetos Mumlnados C! o re,conhecim~nto d,e sua forma. poslc;::lo e detalhes na execuçio 00 determinadas tarefas vtsuats. condlfiões mais frequentes e ger.is.4 O exercício da odontologia não constitui e:xceção a essa condição: o clinico, por Intermédio de um fator flsko (Iluminação), consegue visualizar sua tarefa profissional e executil•la mediante ação motora. Dessa forma. desde que esteja em situaç~o de conforto funcional, seu rendimento será sempre melhorado. Contudo. nem sempre se verifica esse conforto runcional, o que toma a jornada de trabalho algo estafante. A perda em fadigas desnecessárias acarreta alteração na habilidade de movimentos e na coordenação motora. A l uz, devidamente modulada pela reflexão no obje to a ser visto. propicia a visão. A luz monocromática apresenta-se em seu ótimo de estimulação no comprimento de onda de 555 nanômetros (nm): nesse nível o órgão visual tem a sensibilidade máxima. À medida que esse ótimo de e xcltasao começa a decrescer, a estimulaçao vai ressentindo~se, e um esfor~o cada vez maior dos músculos responsáveis pela dllataçao e pela constrlçao pupilar vai pl'Ollocando a fadiga visua~ gradativamente. Quanto maior for o grau de fadiga visual, tanto maior será a dfflculdade em reaUzar um trabalho corretamente e manter a produtividade em nlvels satisfatórios. No desempenho de uma tarefa profissional. o binômio vlsao-reallta,;ao do trabalho é condicionado por componentes físicos e não físicos. Aos componentes ffskos relacionam-se as condições gerais do ambiente físico de trabalho, enquanto os não físicos referem-se às condições emocionais do operador. Oa lnteraçao de ambos, de acordo com o moderno conceito de ergonomia. expresso pelo lli3nguto ergonômíco (saúde, conforto e eficlênc;Ja), temos a produtjvidade do trabalho. qualitativa e quantitativamente. As condições de visibilidade dos objetos devem ser tais que permitam ao observador a reallza,;ao da tarefa visual com segurança, preclsao, rapidez e eficiência, sem produzlr~lhe estado de tensa<> psíquica excessiva ou demasiado dispêndio de energia nervosa. 'i)-- A qualidade da iluminação depende de quatro condiÇOes: llumloaçlo Allumlna<;ao,,.. o trabalho d..e terduiS fin.lid«les pnntiPi'S: pe,mltif qu• o tl'i~1Ndor ••cute d• maneira eficu SUi tarefi wl5-4Rl, n,ett,or,, a capacidade e o rN1dlmentode trâ>ilho. contrbiindo como .temwnto condicionado< <lo ambiente. • deve ter nível apropriado, adequado~ vlsibllfdade de objetos; • nao deve modificar sensivelmente as cores com que os objetos se mostram quando iluminados pela luz natural, o que é obtido quando a ronte luminosa possui temperatura de cor em torno de 5.500 ºK: • não deve produzir ofuscamento, que ocorre quando os olhos adaptados para ver objeto de certa lumlnancla recebem simul taneamente a luz enviada por fonte de lumlnllncla multo maior: • deve ser distribuída e orientada de modo a permitir a visao de relevos. mas sem a produçao de sombras de alto contraste. . MOVIMENTO DOS OLHOS ... , ... ,-.. -n E FADIGA OCULAR 'L - • O globo ocular é como uma esfera que pode movimentar-se em sua cavidade orbitária. ~ sustentado por seis músculos externos. Quatro oesses, os retos. movimentam o glol>o ocular para cima, para baixo e para os lados: os outros dois, oblíquos, executam os movimentos de rotação em torno do eixo anteroposterior do olho. Na porção interna do globo ocular, por tras da pupila, encontra-se o cristalino, que enfoca a luz na retina. É suSPenso em seu equador POr sólidas fibras et~sllcas; quando estas se estendem e aplanam o cristalino, essa posição (que corresponde à menor potência refrlngente) representa o estado de repouso do olho. É a POSIÇ~ do POnto do Infinito. Em contrapartida. a poslçao do ponto próximo se realiza peto músculo ciliar. que contrai concentricamente o anel em que estao flxada.s as fibras que sustentam o cristalino: este se espessa, devido a sua elasticidade {Fig. 2.4 A·C). A colocaçao de objeto em ponto próximo (vlsao próxima) provoca uma ação muscular que. quando longa, resulta fatigante: os olhos convergem e necessitam de um esforço para manterem-se nessa POSlçao. Quanto mais demorada for a solldtaçao a essa convergência, tanto maior será o grau de fadiga ocorrido. Os movimentos dos olhos estao coordenados para que a luz procedente do objeto seja enfocada simultaneamente por ambos; Isso requer um controle de grande preclsao POr parte dos mllscutos e uma maior irrigasão sanguínea. A dls1ancla inteM!m na percepçao da profundidade. Assim, ao olhar um objeto próximo, os dois eixos ópticos estão convergentes sobre o objeto: forma-se uma Imagem em cada retina. O olho direito vê o objeto um pouco mais â direita, e o olho esquerdo, um pouco mais~ esquerda: no entanto, as duas imagens são percebida.s como uma sô: é a acuidade com que o Individuo é capaz de estabelecer discriminações em profundidade. Essa faculdadeé também conhecida como visao estereoscóplca.• Os m~scutos ciliares controlam o dl3metro c1a pupila (que recebe a luz) e a curvatura do a istallno (que a enfoca na retina). Essa func;3o, conhecida como acomod~ão visual. é a propriOOade que o olho tem de fazer va~ar a refrlngênda do seu aparelho dióptrico, de modo a poder receber preci samente sobre a retina as imagens de objetos situados a diferentes distâncias • Acuidade vi.suai Faculdade que o olho tem Cfe distingwr dois pontos matS ou menos aproximados e situados no mesmo plano perpefldleular ao eixo visv4'l, O poch:r Scpi,t'idor da reuna ~ tanto ma.i01 quanto menor tor I dis.tarteia entre os pontos imprl'ssionaclos, Uma revisão sjstemâtica na literatura realizada por Leggat e cotaborad()(es• em 2006 encont1ou que a prevalência dos problemas com a vi.são em cirurgiões-dentistas é em tomo de 10%, mas um estudo na Arábia saudita encontrou uma prevalência de 42%. Os autores relatam também que, no Reino Unido, o uso de proteçao visual pelos cirurgiões-dentistas é de apenas 52% durante a utilização de Instrumentos de corte em laboratório. - Vf.CIOS DE REFRAÇÃO A visão emetrope ("normal•) ê passível de sofrer alterações; destas, as que mais diretamente estao relacionadas ao exercklo da odontologia são hipermetropia, miopia, astigmatismo e presbiopia, apresentados a seguir (Fig. 2A A·C). A hipermetropia é latente no Jovem e se manifesta a partir dos 40 anos. No hipermetrope jovem, a hiperfunção do músculo acomodador pode corrigir perfeitamente o vicio de refraçao, apresentando-se o portador em condisão emetrope. No grupo etário a partir dos 40 anos a condição é manifesta, obrigando ao uso de tentes corretivas para a reatlzaçao de qualquer trabalho visual próximo; Isso ocorre porque a correlação convergência-acomoda~ão comes:a a se interromper. Portanto, a fadiga visual está Intimamente relacionada com a lnteraçiio hlpermetropla-convergência-acomodaçao. ACUIDADE VISUA~ Dentre as diferentes espécies de investigação da visão direta, sobressai a pesquisa do senso das formas. Para o exercido dessa fur,sao, denominada acuidade visual, concorrem o aparelho dióptrico ocular, a re1lna, o nervo óptico e o sistema nervoso central, que pelas vias ópticas recebe a Imagem, transformando-a em percepc;ao consciente.' A acuidade visual pode ser classlfkada em dois tipos: para perto e para Longe. No primeiro, a acomoda~ao visual situa-se num ponto à distância de 01 37 m do observador: é, pratlcamen1e. o utilizado no exerdclo da odontologia. No segundo llpo, a acomodaçao visual situa-se num ponto â distância de 6 m do observador. Acuidade vi.suai Faculdade que o olho tem Cfe distingwr dois pontos matS ou menos aproximados e situados no mesmo plano perpefldleular ao eixo visv4'l, O poch:r Scpi,t'idor da reuna ~ tanto ma.i01 quanto menor tor I dis.tarteia entre os pontos imprl'ssionaclos, Uma revisão sjstemâtica na literatura realizada por Leggat e cotaborad()(es• em 2006 encont1ou que a prevalência dos problemas com a vi.são em cirurgiões-dentistas é em tomo de 10%, mas um estudo na Arábia saudita encontrou uma prevalência de 42%. Os autores relatam também que, no Reino Unido, o uso de proteçao visual pelos cirurgiões-dentistas é de apenas 52% durante a utilização de Instrumentos de corte em laboratório. - Vf.CIOS DE REFRAÇÃO A visão emetrope ("normal•) ê passível de sofrer alterações; destas, as que mais diretamente estao relacionadas ao exercklo da odontologia são hipermetropia, miopia, astigmatismo e presbiopia, apresentados a seguir (Fig. 2A A·C). A hipermetropia é latente no Jovem e se manifesta a partir dos 40 anos. No hipermetrope jovem, a hiperfunção do músculo acomodador pode corrigir perfeitamente o vicio de refraçao, apresentando-se o portador em condisão emetrope. No grupo etário a partir dos 40 anos a condição é manifesta, obrigando ao uso de tentes corretivas para a reatlzaçao de qualquer trabalho visual próximo; Isso ocorre porque a correlação convergência-acomoda~ão comes:a a se interromper. Portanto, a fadiga visual está Intimamente relacionada com a lnteraçiio hlpermetropla-convergência-acomodaçao. ACUIDADE VISUA~ Dentre as diferentes espécies de investigação da visão direta, sobressai a pesquisa do senso das formas. Para o exercido dessa fur,sao, denominada acuidade visual, concorrem o aparelho dióptrico ocular, a re1lna, o nervo óptico e o sistema nervoso central, que pelas vias ópticas recebe a Imagem, transformando-a em percepc;ao consciente.' A acuidade visual pode ser classlfkada em dois tipos: para perto e para Longe. No primeiro, a acomoda~ao visual situa-se num ponto à distância de 01 37 m do observador: é, pratlcamen1e. o utilizado no exerdclo da odontologia. No segundo llpo, a acomodaçao visual situa-se num ponto â distância de 6 m do observador. FiguroZ.4 (A·C) C!obO ocrJlOr. emevop,o, hloetmetrop.a, mlopio. astigmatismo, presbiopkl. Altigmatistrto Condiç~ de retração na quilos r.10s Difillelos são foé.atlzMos em pontos dlterent~ da reuna. Geralmente Interfere na vtslo próxlm-1 e na distante. e sua correção 11xige o u10 de lentes '-ti C6mQa • form;, <>val A Normal Um Ponto local Astigmatismo MUltil)IOS pon1os toais Premlopla Ê uma al~eração devida i perda de elasticidade do atslallno e ao enfraqu~omcnto do mu.sc:010 clUat. O pode:rde acomodaç~ fica díminu•do; i acuidade \lisual ~ra perto ocorre ecm um ponto alem de 0,37 m do observador e t1mbém conhecida tomo "vista Gnsada• _._E 8 No"nal lente espessada para foc;aUza, ob)etos próximos Presbiopi.t Lent~ enrijecida com <1 qnvQ1ht<i !'n4lr.to o impossibitltacl,a dt aHe-ra, suol to,·ma Presbio.,ia c:omgida' lm.agom na retltut imagem atém da retJt1a 1m.19Co!m n.a~tlna Hiperme.tropia e miopia Estàdo d!! Rfraç_ão ocul,11 no qual os r,.tos luminosos p~letos que a~am o olho chegam à tetina ant6 de se reunirem i>ara (o-miar o foco. ' 6 É o vício e Emtttopla (normal) Hipermetropia Miopia de ~fraç&o mais encontrado nil huminldide: sx>rêm é menos percebido pelo indMduo em virtuoe da comJ)ilttbtlidade com .i visio notmal (c"'l'leuopi.a). Miopia Estado <le retraçao ocular em que os n1ios luminosos pairalelos chegam à retina depois fie reunidos no foco. Sua corre~ão exige o uso d~t,ntl!S.~• CaMPo vis:1.1al e a P-,QrÇilo cio e.p,ço no quat sltuam·s~ os objetos expostos a vis~ LEMBRETE A p,e.se.nça de um bom re.ftrtor no equipamento odontológico tem uma import.3nda fundamentada peta triade luz - YiSiio - execução d~ ,a~fa. . ~ONDIÇ,ÔES BASICAS DA VISIBIIJfDAD Além dos agentes que determinam a qualidade da iluminação, a visibilidade depende de condições próprias do observador e das condições do campo visual.' AS condições fisiológicas e psicológicas de um observador sadio contribuem para o adequado funcionamento da vlsao no desempenho de uma boa tarefa profissional. O campo vtsual é a por~ão do espaço no qual situa,n..se os objetos expostos â vlsao. Suas condições próprlas sao:" • dimensao angular do objeto; • contraste entre esse objeto e o fundo sobre o qual se projeta; • tempo de exposlçao 11 vlsao; • luminância do objeto iluminado. A luz é um agente sensorial que estimula os folorreceptores (exteroceptores). cujos Impulsos ner\/Osos vao sendo captados e transmitidos pelos receptores internos até o cõrtex, e este, mediante estlmulos blOQulmlcos. hormonais e humorals, produz uma resposta por Intermédio do neurônio eferente (a execvc;ao mectmica de um ato}. Assim, temos configurada a triade luz•vis.âo•execuc;ão da tarefa. Ora, considerando-se que o exercício da odontologia fundamenta-se na interação luz, visão e execução da tarefa profissional, entende-se que a consecu~ao dessa tareia se realiza em funçao de atos mecanlcos e respostas motoras, sujeitos a determinadas constantes orgânicas: â medida que estas vao atterando•se pelo esforço despendido.a sensaçao de fadiga vai avolumando-se. Ante qualquer agente agressivo, tanto de ordem exierna quanto fnte.rna (componentes flslcos e nao físicos), o primeiro escarno de respostas locatiza•se no interior da célula agredida (fase intracelular). A resposta consiste em aceleraçao do catabotlsmo celular e. posteriormente, em intenstdade reparadora do anabolismo. Essa modlncaçao do metabolismo celular tem como consequência a forma(jâO de produtos químicos intermediários, de caráter estranho, tóxicos para a célula e para o organismo. Estes passam ao sangue circulante e afetam o sistema das correlac;,Oes intercelutares, essencialmente. o sistema nervoso vegetativo e as glândulas endócrinas. sobretudo a hipófise e as suprarrenais. Em uma terceira fase, como consequéncia das anteriores, afetam-se o sistema nervoso central e o psiquismo do Individuo. t nessa fase que geralmente ocorrem os acidentes de trabalho, pelo processo de fadiga plenamente instalado . A função do ouvido é captar e converter as ondas de pressão do ar em sinais elétricos. que s.lo transmitidos ao cérebro para produzir as sensac;ões sonoras. Se os olhos se assemelham a uma c~mera fotogrâfica, o ouvido assemel ha•se a um microfone. -ANATOMIA DO OUVIDO • O owido ê dividido em três partes: externo, médio e i nterno. Os sons chegam por vibrações do ar, captados pelo ouvido externo, transformando-se em vibrações mecanicas, no ouvido médio, e finalmente em pressões hidráuUcas, no owido interno. Essas pressões s.lo capladas por células sensfvel.s no ouvido Interno e transformadas em sinais elétricos (Fig. 2.5) que se transmitem aocérebro.1 O,cu,a Conduto auditivo ext~ no Bigorna t •• ". Martelo ~ . \ . . "• . '(; .... t .. • "' • "' e..·'" ' Esltlbo Nervo auditivo O ow,do externo é constituído do pavilhao auditivo (orelha) e do conduto auditivo externo. que termina na membrana do tímpano. As ondas sonoras provocam vibrações nessa membrana. A pressao nas duas faces dessa membrana é mantida mais ou menos constante pelo tubo de Eustáquio. um canal que liga o owido médio á farini;ie. FIQuro 2.5 .dnotomio (JO OUvldO humano. o- No ouvido médio o som se transmite atravês de três ossículos chamados martelo, blgoma e estribo, por terem formas que lembram esses objetos. Esses ossículos captam as vibrações do tlmpano e as transmitem a 011tra membrana fina na Janela oval, que separa o ouvido médio do ouvido interno. Os ossículos podem ampUficar as vibrac;ões em atê 22 vezes. As vibrações sonoras que che~m do ouvido interno convertem-se em pressões hidraulicas dentro de um órgOO chamado côdea, por ter a forma de um caracol. Dentro da côdea existem células sen sfvei s que captam as diferenças de pressão e as transformam em sinais elétricos, Que se transmitem ao cérebro pelo nervo audl!lvo. onde sâo decodificados em sensações sonoras. Os ruídos de natureza interna (produzidos noconsuttório, por motores de alta e baixa velocldade - 82 e 86 decibéis (dB} -. compressor de ar. bomba de sucção e outros), quando excedem a 60 dB, vão progressivamente lesando a Integridade dooU\'idolnterno. No owido interno situam-se também os receptores vestibulares, responsáveis pela percePÇa<l da poslçao e acelerações • . •. PERCEPÇAO DO SOM Os movimentos mecanlcos bruscos no ambiente prOduzem rtutuações da pressão atmosférica que se propagam em forma de ondas que, ao atingir o ouvido, prOduzem a sensaç-ao sonora. Um som é caracterizado por três variâveis: frequência, intensidade e duração . • A proprlocepçao fornece Informações sobre movimentos de partes do corpo. sem necessidade de acompanhamento visual. Perm ite também perceber forças e tensões Internas e externas exercidas petos m~sculos. As célul as receptoras est ão situadas nos músculos, nos tendões e nas articulações. Quando há uma contra<;ao muscular, essas células transmitem informações ao sistema nervoso central sobre os movimentos e as pressões que estáo ocorrendo. permitindo sua percepção e a manuten<;âo do equilibrio.7 A proprlocepçáo é Importante no trat>alho, pois muitos movimentos dos pés e das mãos devem ser fei tos sem acompanhamento v;sua~ enquanto a vtsao se concentra em outras tarefas realizadas simultaneamente. Isso ocorre, por exemplo, na realização de um preparo cavitário, em que o profissional aciona o pedal de comando ao mesmo tempo em que movimenta as mãos. Ocorre também na percePÇâo necessária ao endodontista na manipulação de um conduto radicular, ou ainda na percepç~o do perlodontlsta na raspagem da superfície distal de molares. ASPECTOS EfyfOCIONAIS , Enfatizando os aspectos emocionais (empatia. afelçao e satisfaça<>) e fazendo uso dos conhecimentos de ciência.s humanas., como psicologia e sociologia, a ergonomia contemporanea visa 1omaro atendimento odontológico mais agradável e prazeroso e, assim, contribuir para a desmlstlflcaçao da Imagem do ciru191ao-dent1s1a, desvinculando-a de sentimentos e experiências desagrad~eis. Esse contexto leva a uma melhor relaçao entre profissional e paciente, em que o profissional tem satisfa~ão em prestar o atendimento e o paciente sente--se mais bem acolhido. Epidemiologia, etiologia e prevenção das tecnopatias odontológicas (doenças ocupacionais) WILSON GALVÃO NARESSI fllfl s;OARES ORENHA <SUELY CARVALHO MUTn NARESSI ,;, ' - EPIDEM/Ot.OG/A --· -----DAS TECNOP.ATIAS . • e·- A adequaçao entre operador, equipamento e Instrumental frequentemente nao é observada na realizaçao do procedimento, e o profissional assume posturas inadequadas de trabal ho. Consequentemente, na execuçao da tarefa, haver.! somatórla de traumatismos que poderão originar as tecnopatias odontotógicasJ•1 Na Holanda. na Bélgica e em Luxemburgo foi realizado um estudo para avaliar a postura adotada por 1.250 cirurgiões~dentistas durante a execuçao de procedimentos odontológicos, denominado Projeto Sonde.zos autores concluíram que elevadas porcentagens de desvios em relação ã postura de trabalho adequada são praticadas pelos profissionais: • 89% demonstram flexão da cabe~a para a frente excedendo 20-25°, o que é considerado limite para uma posiçao saudável; • 61% demonsuam rolaçao do pescoço em comblnaçao com forte flexão para a frente: • 63% demonstram ftexâo da parte superior do corpo excedendo 20°, o limite para uma posição saudável; • 36% trabalham com o pescoço rotacionado combinado com torçao na coluna; • 35% mantêm os antebraços elevados além de 20°; • 32% mantêm os braços em angulo maior que 25º acima da linha horizontal; • 25% trabalham com as mãos apoiadas inadequadamente; • 47% não manuseiam corretamente os instrumentos; OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Conheceras prind pa~ tecnopatias a q ue o d rurg1ao-dentlsta est-& sujeito Entender as ilgressões aos aparelhos visual. res~ ratórlo e auditivo a que está sujeito o clrurglao-dentfsta e conhecer o cuidado que se deve ter com subsUind as quimicas e radiações Entender como deve ser feito o uso adequado dO mocho, da cadeira clinica, cto refletor, do equipo. das pontas ativas, da unidade ouxiliar, da mesa ctfnka, do atmálo clínko, do compressor ôe are dos & m entoscom plM'M!nttlrM: (periféricos) LEMBRETE A maioria dosclrurgiões·dentlstas ilinda nã-o e$lâ devidamente consdent1tada da neccssldade: de observar as medidas adequadas para proteção contra o cansaço (esttesse: mental e f(sko) e as doenças origillldas peta postura inadequada n:i prática odontológica. • 20% demonstram fone flexão do punho; • 65% trabalham com o mocho, cujo encosto prOl)Orclona apolo incorreto; • 75% trabalham sem que a cabeça do paciente esteja slmelllcamente posicionada defronte a eles; • 32% llabalham com os pés e as pernas mais distantes da cadeira odontológica do que o necessário; • 55% trabalham sentados POr mais de 7 horas diárias; • 75% trabalham com iluminação e diferenças na distribuiSâo de l uz fora dos padrões. Um estudo realizadona Universidade de S~o Francisco (EUA) mostrou que mais de 70% dos estudantes de odontologia retata.m dor Já no terceiro ano da faculdade. Mostrou também que esse numero aumentou gradativamente do primeiro ao quarto ano. Os autores concluíram que o ensino da ergonomia deve ser mais elaborado e trabal hado durante a graduação.J Nota-se que o clrurgl3o-dentlsta esM mais preocupado com o que está fazendo do que com a maneira como está fazendo. Isso se deve provavelmente ao mau projeto ou ao uso Inadequado do equipamento, dos sistemas e das tarefas. podendo gerar doenças do sistema osteomuscular, como les3o POr esforço repetlllvo (LER) e dlsturblo osteomuscular relacionado ao trabalho (DORT). ET/Of.OG/A DAS ITT:CNOP.A1i/A§J NA P.RATICA O NTI ll A tecnopatia odontológica decorre, entre outros, da açao de fatores biomecânicos que incidem na região de pescoço. ombros. costas. coluna vertebral e membros superiores, devido essencialmente a postura Inadequada. a repetitividade de movimentos, a compressão mecanica e a força excessiva.• Síndrome carae1enzada POr uma série de mlcrotraumatlsmos osteomusculares, em articulações, ligamentos, tendões, bursas, vasos sar,gurneos e nervos. que se acumulam e POdem evoluir para problemas mais graves. As consequências podem ser dor1 parestesia, edema, rigidez. tendinites e tenosslnovkes. POdendo conduzir à desabilitação funcional do membro. O contato com equipamento, materiais, substancias quimicas e radiações Ionizantes durante a realização de trabalhos pode determinar o aparecimento de alterações no organismo do cirurgião-dentista e da equipe, A proximidade com o paciente, bem como o tempo de duras ão do tratamento, sao fatores que também podem determinar contágio do cirurgião-dentista e da equipe por moléstias nele sediadas. Deve-se lembrar, ainda, que a lnobser\/3ncla de fatores decorrentes da somatória das circunstancias eXJ)ostas pode levar ao aparecimento de moléstias de nature.za mista, o que poderá agravar a condlçao de saú<!e do cirurgião-dentista eda equipe. Cotovelo Re,gl:ào lombar Màoepont?o ,:;gura 3.1 Áreas vutnerdveis às tecnopotias. De uma forma meramente dld~tlca, é posslvel classificar a etiologia das tecnopatias como decorrência dos seguintes fatores: • postura de trabalho: • agressões aos órgaos sensoriais; • contato com o paciente; • materiais, substâncias químicas, radiações Ionizantes; • moléslfas de natureza mista. LEMBRETE Outros segmeritos, como aparelhos circulatório, vi:$ua.l ~ audiU'l/o, tambêm se ,essentem fortemente ela inobservãnciil de cuidados duran.t~ a prátka pronsslonaL AffNÇÃO O trabillho em pé pode de-tennlllõlr profunda iilteraçio de postura, o que pode ocM!on..ir fatores inflamatórios (e.s90ndll..rt,rte). Se pa,rslstit QSS.ll aueraçaode postura, os fatores infumatórios evoluem p~ fenõmenos degenerativos (e,pondllartrose). • • Postura é a lnter-relaçao dos diversos segmentos do corpo opondo-se â ação da gravidade e as forGas externast situando~nos no espaço-tempo, guiando e reforçando o movimento e equilibrando-nos durante a a<;:âo. Essa proeza neurofisiolôgica conta com a ação dos exteroceptores (tato, vlsao e ou-;tdo Interno), proprloceptores e cent,os superiores. O equacionamento adequado do equipamento à comodidade do trabalho foi salientado por diversos autores, .. •que, em in"'!Stlgação <eallzada entre cirurgiões-dentistas, encontraram alterações exemplificadas por dores costais, modifica~ões posrurais e outras decorrências de condições Inadequadas para a perfeita execuçao do trabalho. Até poucas décadas atrás., os equipamentos odontológicos eram concebidos para o trabalho em pé, com o profissional à frente, estando o paciente sentado. A postura de trabalho em pé obriga à flexao com rotação e Inclinação da coluna vertebral. causando desequllfbrio pélvico. escoliose compensadora e discartrose,1 além de determinar profundas alterações na pastura do profissional e comprometimento da hemodin3mlca de retomo (Fig. 3.2 A-C).• Figuro 3.Z (A·C/ Trotw!ho em pt:o !ncí~ nda d• forças "'1>re os diversos segmentos dccorr,oe sui,s decoffên<Ws. Fonte: Schõn. .. Com a evoluçao da ergonomia na concepção do equipamento, ocorreu a mudança da posl<;âo de trabalho. O profissional passou a realizar suas ações na pos~ào sentada saudável, com o paciente na poslçaõ supina, permitindo a nitidez de visualização direta e/ou indireta do Quadrante a receber a interven<;áo.1<>•ll No entanto. quando se muda da posição em pê para uma posi~ão sentada relaxada sem suporte. a petve rotaciona para irás e M uma variação subsequente da concavidade lombar para uma convexidade lombar ... A posição da pelve desempenha um papel fundamental na anatomia da postura sentada. À medida que se aumenta o angulo de retroversao da pelve, a coluna lombar é retificada (Fig. 3.3)." A Figura 3A apresenta a tocaUzaçao da Unha de gravidade do tronco (seta vertical) e a postura da pelve e da coluna lombar em duas posições diferentes. Em A, observa-se a poslçao sentada relaxada média. Em 8, tem-se a posição sentada posterior, com uma rotação da pelve para trás e clfose da coluna lombar." B o Flgvro '3.3 Biome,ônicc da col.<Jno vertebrOl: IMividuo tm ~ t sento-do. Figvro 3.• /A·B} Retru;er,éo do petve oo sento, PARADIGMA CLASS/CO DA POSIÇÃO SENTADA DE TRABALHO Nixon16 afirmava que "a coxa deve estar paralela ao solo. ou seja, deve haver um angulo de 90" entre o fêmur e o conjunto tlbia-ffbula. Com Isso, o peso corporal estará devidamente distribuído entre a região sacral. a porção posterolnferior do fémur e as tuberosidades lsqui.lUcas, e a porção plantar dos pés" (Fig. 3.5). Figuro 3.5 Pos,çoo classlco ~ntoda no mocho, Ftg11ro 3.6 frobatho sento-do: o ,ncJt:J~ncla dt forr;os sobre' os dNUsos segmentos do corpo t svos decorrtnclos. Fonte: Schõn."' LEMBRETE O trabalho sentado incorretamente. al~m de agred• a cotuna vertebral. também predispõe a varizesc.x.\&.o (Fig. 3.6). Figura 3.7 (A·CJ Oesv;o u!nor e polmor e suas decorrencios. • ·• As agressões aos órgãos sensoriais ocorrem especialmente no tato e nos aparelhos visual, respiratório e auditivo. TATO Síndrome do túnel carpal: no punho, o nervo mediano e os tendões flexores passam por um canal comum. cujas paredes lateral e posterior, rlgldas. sao rormad~s pelos ossos do carpo e cuja face anterior é formada pelo ligamento transverso do carpo. Assim, a repetlçao ou o esforço continuo com desvio utnar ou palmar ocasiona parestesia e dor, que pode levar à inflamasão (tenossinovite) e à degeneraçao, culminando com a desabllltaçao funcional, incapacitando o individuo à prática profissional (Fig. 3.7 A~C). AGRESSÔESAO APARELHO VISUAL As agressões ao aparelho visual são de várias naturezas. como as descritas ao lado. F/gvro 3.8 (A·B) Exemplos de agente agressor tio oporetho vfsvo! e lormos de prot~. AGRESSôES AO APARELHO RESPIRATÓRIO Na prática profissional. o aparelho respiratório é passível de contaminações por aerossóis e moléstias do paciente, bem como pela polui<;âo ambiental decorrente do óleo lubrificante nebulizado dos motores de alta rotação. PREVENÇÃO: As medidas preventivas propostas são o uso de mascara ou pantalha. AGRESSÕES AO APARELHO AUDITIVO ':)- Os ruídos sao ele <luas naturezas: • ruídos internos - motores de alta e baixa rotaçao, comptessor, bomba de sucção, condicionador de ar e/ou música ambiental; • ruídos externos - toda forma de poluição sonora proveniente da é1rea adjacente ao consultório. O<otre por drflofncta dr Jlumh'l_a,çao ambiental e. prinopalmente. do refletor bucal. As nedlda prew.nt~ sugendM sao a cotreta ilvmina~o ombient>l (nowr.t e artifkial.J e bocal conforme expllln-no ~lo •Amblent• fioko de U'il~ho", no próximo capitulo. l.a$ões lnumâticas • conhminaiiçio Oconem mt"d-a,;ao ao agenu-s ~sicos(~ P"""'"ente de apatelho fotopolrMrizador) e mecáruros(fragmentos óe moterlal restaurador sr:ndo reMO'Jic:105 com motor de li.ta rotaçao e outtos. como trag rne.,._o de tán.ro sendo desbcado. ~. bem como a nebJUzaçao pRNOCada peto 1..1so dO mo;orde ilti ro~-io angmoo o globo oculat. 1 mpõe,-H o uso de p,otelor vtsualno aparâho fotopQlime:riiador e óculos de p«>~ ou oant1lha. dlspos!U"" qvo - todo OIOSID (Fig. 3.8A-8). o- PREVEN ÃO: As medidas preventivas propostas para a redução do nível dos ruídos Internos sao a melhoria das condições gerais do ambiente físico de t rabalho, a substituição de aparelhos ruidosos, do local do compressor e da bomba a vácuo. etc. Os ruídos exiemos podem ser mais bem controlados com o uso de adequado nfvel de vedação. CONTAMINAÇAO CRUZADA, MA7iERIAIS, -SUBSTÀNCIASQU(MtCASE f'A ÔES , ___ _ IONIZANTES ' O manuseio do equipamento pOde propiciar a chamada contamlnaçao cruzada, que ocorre quando inadvertidamente a equi pe toca os comandos sem a d<Mda prote<;ao e vai atuar na boca do paciente; o contágio é levado à boca e vke~versa, aumentando o grau de contaminação. Assim, Impõe-se o recobrimento de detalhes do equipamento: • botoneira de comando da cadeira: • alças e interruptor do refletor, • comandos da unidade auxiliar (água e cuspideira); • tubulaçao dos suctores: • apoio de cabec;:a e espa ldar da cadeira; • puxadores de abertura de autoclave/ estufa e das gavetas: • camera intrabucal; • disparador do aparelho de ralo X e do fotopollmerlzador; • comando do amalgamador; • ultrassom: • fone. etc. A utilizaçao dos materiais na prãtica também constitui modalidade de con1áglo. Você Já Imaginou quantas vezes abriu e fechou as bisnagas de resina. os frascos de cimentos ou embal agens com as luvas com que estava trabalhando, impregnadas da saliva do paciente? Você estara promovendo contamlnai;ao cruzada se nao tomar o cuidado de recobrir as tampas das embalagens, e outras. As subst3nc1as quJffilcas utilizadas pelo profissional podem causar lesões na pele e mucosas ou serem alérgenas, tanto ã equipe quanto ao paciente: fenol. tricresol•formot, eugenol, monOmeros acrílicos, ácido ortofosfórico, desinfetantes (são tóxicos e/ou irritantes) e outros. O emprego de substâncias químicas dew ser multo criterioso, observando-se eventuais reações. Devido ao seu efeito acumulativo, o mercürio PQde ser extremamente danoso ao organismo como um todo. PREVENÇÃO: Como a evaporasão do mercúrio inicia-se aos 23 "C de temperatura ambiente e os vaPOres decorrentes podem ser Inalados peta equipe, recomenda-se o cuidado em seu armazenamento; por isso, também. deve ser utilizado em amalgamador de cápsula Interna, para evitar possível r isco de vazamento e sua decorrência. Não obstante sua absoluta necessidade no que se refere a diagnóstico e auxruo ao tratamento. as radlasões Ionizantes tlpo raio X podem constituir agentes agressivos ao organismo, especialmente devido a seu efeito acumulativo. As medidas preventivas preconizadas no uso de radiações Ionizantes sao de diversas ordens: uso de aparelho que tenha certificação ISO, esteja calibrado, com cabeça e collmador com dupla proteção de chumbo, atém de uso de filmes com emulsões ultrarr~pldas e proteção mediante avental de borracha plumbffera. O contágio do manguito da caixa reveladora pode ser evitado, lnstltulndo•se como rotina embalar o filme lntrabucal com pellcula de potlcloreto de vinlta (PVC) e proceder~ revetaçao mediante uso de sobre luvas. Se a equipe faz tomadas radiográficas com muita frequência, deve ser submetida, a cada dois meses, ao seguinte teste: mediante uso de um clipe metáUco, fixa•se um filme no bolso do jal eco durante uma semana. Ao final deste tempo. revela-se o filme; se aparecer a Imagem impressa do cllpe. é um lndicatM> de que a equipe esta recebendo radiação de fuga indevidamente. Atualmente, com a quase universaLização do uso de laser (luz amplificada) no diagnóstico. na terapêuUca ou em cirurgias. os cuidados na utilização e as medidas preventivas de eventuais danos, especialmente no globo ocular e nos Clemals segmentos do organismo, são estabelecidos pelos fabricantes desses equipamentos e sao de observancia obrigatória pelo usuário. - O CONTATO COM O PACIENT.E E SUAS DECORRÊNCIAS NA SAÚDE DA ÊQUIF?E ' . ~ A prática profissional gera fatores estressantes. como: • em relaçao ao exercício da proflssao - características do ambiente físico, exigências físicas da funçao, longas horas de trabalho. isolamento do cirurgião--dentista e da equipe, trabalhos semlrrepetitlvos, competição entre profissionais e busca por aperfeiçoamento técnico; • em retaçao ao paciente - suas expectativas. ansiedades, dores, faltas, atrasos e cancelamentos, além do relacionamento com eles, do manejo de comportamentos não colaboradores e a não observa nela das Instruções ou poss/vel nao aceitaçao do tratamento. PREVEN O: AS medidas que podem prevenir fatores estressantes são o equilíbrio do ambiente tisico de trabalho, o a111orrelaxamento (alfagenia) e a empatia, que permite melhor relacionamento interpessoal e a criação de vínculos com o paciente. LEMBRETE A Vig llãncla S:mltá:r1a t.xlge o revestimento das paredes da 5ala d.ínica com ~rita ou placas de chumbo, ou mesmo o uso de biombo de chumbo para a proteção de terceiros. ATENÇÃO Cuidado na repos.lÇ-30 da tampa da agulha. que sempre dwe se, pega com pln~I (Ag. 3 .9). ~ o contato fiSlco com o paciente ge-ra comaminação, seja devido a lesões bucais, seja devido a doenças veiculadas pela saliva. sendo estas: • hepatite B; • sífilis; • tuberculose: • parotidite; • herpes simples; • coqueluche: • herpangina; • citomegalia: • varicela • Se considerarmos a bucofarlnge, hã que somar. • meningite; • varíola; • sarampo; • gripe; • rinoviroses: • adenoviroses . , I i!igura 3,9 Técroco roneto de repofi~ o do tompc, daagutho, Todas essas entidade-s nosológicas podem ocorrer por cont ãgio direto ou mediante os lõmltes. que são os Instrumentos e objetos coniamlnados, atingindo a equipe e/ou propiciando a contamlnaç~ cruzada paciente a paciente. É obvio que as medidas preventivas incluem o uso de equipamentos de protesão individual (EPls), como gorro. máscara/pantalha/óculos, aventa~ luvas, além do uso de ludo o que seja descartável, bem como a mais absoluta esterlllzaçao de todo o Instrumental. MOLÉSTIAS DE NATUREZA MISTA As moléstias de natureza mista nada mais sao do que a soma1órla de detalhes das várias ocorrências que podem incidir no organismo do clrurgião•dentisra e da equipe. de acordo com o que foi explicitado nos Itens anlel'lores. Imagine o profissional que trabalha em posição inco.-reta, com movimentos de trabalho Inadequados, em ambiente físk o insatisfatório, sem EPls, negUgenclando os cuidados com esterilização, materiais e substâncias químicas de uso rotineiro e radiações Ionizantes e favorecendo o surgimento do estresse em relasão a pmfissâo e ao paciente. Serã que ele terã qualidade de vida? E tonoevidade? PRINCÍP/0,SiDE'P.REVEN~ O DAS TECNOP.AT.IAS Uma das condições necessárias à adoção de uma POStura saudável de trabalho é a utlllzaçao de equipamentos ergonomlcamente concebidos. Esses equipamentos devem estar de acordo com as normas ISO, DIN e ABNT aplicadas à odontologia, CONCEPÇAO 5.RGONÔMICA DOS EQUIPAMENTOS . ' . -~ .. MOCHO Paradigma atual do poslçôo sentado de trabalho De acordo com a norma iso 11226:2000,1-que considera a manutenção da POStura saudável de trabalho. a ESOE recomenda parâmetros para posicionamento saudável de trabalho. Esse conceito atual estabelece que. entre outros, o ângulo da popl~ea (região formada pelo angulo posterior entre o fémur e o conjunto tíbia-ííbula) deve variar de 110• a 125° (Flg. 3.10 A·B)." ·" Ainda de acordo com os parâmetros da ESDE. o mocho deve preencher os requisitos apresentados a seguir." Sua base deve ter preferentemente cinco rodízios. para permlUr deslocamentosem risco de queda. A altura do assento devera permitir que o profissional com variação de estatura entre 1,50 e 1.96 m possa sentar-se em postura saud~l. favorecendo a d rcutaç3o de retorno (hemodinámica). sem risco de compressão das safenas. sl1uadas na porçao posterointerna da coxa. A l argura do assento podera ser em tomo de 40 a 43 cm, de consistência semirríglda, com profundidade de 40 cm; a partir de 15 cm do Umlte PQslerlor, devera haver rebaixamento de 20° da borda anterior. O encosto deve proporcionar correto apoio~ porção superolateral da pelve. establlizando•a e impedindo sua rotação posterior. Deve ter de 10 a 12 cm de altu ra e 30 cm de largura e apresentar regul agens variáveis verticais de 17 a 24 cm e profundidade de acordo com o biótipo do usu~rio. É também necessário que tenha ajuste horizontal para evitar mal posicionamento da coluna lombar. Os mochos de clrurgiao-dentlsta e de auxlUar em saúde bucal (ASB) devem ter as mesmas características, com elevação preferentemente a gás, devendo variar entre 4 7 e 63 cm. Mesmo a POStura saudável do cirurgião-dentista e o correto posicionamento do campo de trabalho :tis vezes não Impedem a lncllnaç~o ela cabeça mais que 25º. llmite máximo fislotogk amente LEMBRETE Embotá o mercado nDCional não ofereça esse upo de mocho descrito ao lado. suoere·se aóaptá•lo sObrl!pondo ao a.s:~to oôgin.al (com 40 cm de profundidade) um assen to adicional com a medida de 9 cm de altura nos 15 cm posteriores e. a partir desse ponto, mais 25 cm, mante.ndo angulaçAo de 20° até a borda anterior. Se o assento original tivet no máximo 36 cm. o ass~nto adicional dev~ ter 7 x 15 x 36 cm. mantendo a ilngula~ão de 20° até a l>Onla ontorlor (Fig. 3.10 C). Ajusto dôl atturôl do encosto om rtlt~~ !I ~ su~Of d~ PtlW Fome: Figur.i ~•p<aõa do modelo democtio da Uni-.. B id.1dt1 dct Gtoni r,gc-n. Holll"ld• 8 Borda super'°, dà,:,tlve aceito. Para se situar nesse padrão (ângulo máximo de 25º), um recurso multo valioso<! o uso de óculos especificamente desenvolvidos.{, Estes apresentam a lente e. na sua porsão Inferior, mais uma camada de segmentos de prismas indinados. Assim, quando o cirurgião•dentista direciona a vf~o pata este segmento, ocorre o deslocamento do eixo visual , aproximando o foco, permitindo vis:ibilidade correta sem lncUnaçao da cabeça e do pescoço. É lmPOrtante salientar Que tais tentes serao confeccionadas de acordo com o vicio de refração do qual o clrurglão•dentlsta seja portador: miopia, astigmatismo, hipermetropia ou outros (Fig. 3.10 D·F). Sugere-se a consulta ao seu oftalmologista e, de posse dos resultados, enviá-tos ao labrkante das tentes. Se sua vfsao ror emetrope, a lente será comum, apenas com adiSâo dos prismas.• FiQtJra 3.10 Posturu sento<kJ sou~ (A}. Mocho odeqvuQO em oJuuos vario dos. poro os diversos biótipos cJeprofissionol (8). Postu10 apn'mo1ad0 com ossentood1clonol poslclof'IOdo sobrt o mochodt modelos nocíorwis (C). RditJO!tW!l1tO da poSW,o com vso<ie ócvlos es,p«áficoi com segmento Oeprismo (D·F), Fome: A imigem 8 foi gentilmente cedkfa pelo Plol Paul Engels {ESDE}. Sobre a posição sentada de repouso. Knoplich" relata que o corpo apoia 50% do seu peso no quadrangulo formado pelas tuberosldades is.quiãticas. 34% pela região posterior da coxa e 16% na planta dos pés (Fig. 3.11). Posição de trabalho do cirurgião-dentista e do auxiliar em saúde bucal A prática da odontologia se faz de forma multo estática. gerando sobrecarga para os sistemas osteomuscular e circulatório. A allernancla frequen te de pos~ao para aqueles que trabalham sentados ê a chave para evitar ou prevenir esses problemas.vt Os cirurgiões-dentistas devem atentar para a reailzaçao de um trabalho mais dinâmico, incorporando o máximo de movimentos posslvels nas atividades. o efeito da bomba hidraulica muscular acontece pela contraçao dos músculos, durante a qual o sangue, com produtos residuais e catabótltos. é removido; seu posterior relaxamento permite o suprimento de oxigênio para o sangue. o bombeamento ótimo de sangue nas extremidades. nas pernas e nos pês só ocorrerá se houver um movimento continuo dos músculos com contra~ao e relaxamento. Em poslçao estática e Inadequada, l ogo após 3 a 4 segundos ocorrerã Za restrição de trabalho da bomba hidráuUca muscular. restringindo o suprimento ótimo de oxigénio para os músculos e a remoção dos catabólltos. Isso conduz a um impedimento do funcionamento adequado e~ fadiga dos músculos. Esses são os problemas causados pela postura estática, quando não h~ alternancla de relaxamento continuo e contraçao dos músculos e, portanto, não há sua recuperação para funcionamento adequado, postura essa assumida pelo profissional durante a reallzaçao dos procedimentos clinicas. Senlar-se ativo (dln3mlco) e passivo (est~Uco) allernadamenle contribui para a prática mais dinãmíca: • Sentar-se ativo (dlnamlco): postura sentada sem apoiar no encosto. O movimento do t ronco para a frente é feito a partir da art iculação do quadril. O arqueamento das costas é evitado para que a curvatura natural seja mantida (Fig. 3.12 A). • Sentar-se passivo (estático): postura sentada apoiada no encosto. A curvatura natu ral das cosias é mantida também neste caso (Fig . 3.12 B•C). Além disso. recomendam-se as seguintes atitudes para uma prâtica mais dinâmica: • usar as posições variadas o maximo possível entre 9h e 12h, até possivelmente 13h, para cirurgiões-dentistas destros: para sinistros (canhotos), entre l2he 3h: 8 /,... ....... . .... -· ......... l 1 i 1 1 / \ !,'" ~ / \,_) 1 ./ Figura 3.11 DistnbulçOO ccu,ta do i,eso no individuo s,entodo. ATENÇÃO Sente-se co,retamentel Sempre! r ,gvra 3.12 (A} P0sturo sentododín6mlca. (B·C} Posw10 st ntar:IO f'Stôttco. LEMBRETE O cJrurglao-demlsta precisa se moviment.ir \M'emente sem que suas pe,nas sejam obstruídas ou travadas sob o espaldar cfa cadeira.. tomando possível sua mov1menmi;ao entre as poslçôcs de 9h e 13h para que tenha visuollzaÇáo adequada do campo de trabalho, mantendo sua postura e,eta. dinâmica e slmltrlc.a. • alternar a posição em que estiver sentado regularmente. particularmente em reta;;ao a necessidade de mudança de vlsao do campo de trabalho: • planejar procedimentos curtos alternados com mais longos: • programar Intervalos curtos durante atendimentos mais longos. nos quais pequenos exercidos serão feitos - flexão dos dedos, respiração profunda e alongamento: • praticar ginástica laboral entre um paciente e outro (veja ao final deste capftulo)i • descansar peto m enos 10 minutos após 2 horas de trabalho; • praticar exercidos fisicos pe lo menos três vezes por semana, para ter uma t>oa condiçao sistémica: • planejar léóas - o lazer adequado e as atividades esportivas reduzem o estresse: • evitar trabalhar mais do que 8 horas diárias (se possível!). CADEIRA CLÍNICA Para que o profissional possa trabalhar na situação de conforto funcional, é necessário que a cadeira clinica permita um plano mé<llo de trabalho na posição horizontal de altura aproximada de 86 cm, possibilitando que 98,6% dos cirurgiões-dentistas trabalhem em uma variação de faixa de até S cm. A presença de um apolo de cabeça com adequado ajuste vertical e lateral, para a intervenção com visuallza;;ão direta e Indireta na maxila e na mandíbula. completa as caracterlsUcas Ideais de uma cadeira clínica concebida ergonomicamente.1t-2· Este importante componente do equipamento deve preencher determinados requisitos: • Sua forma deve acolher o paciente confortavelmente Instalado. Deve permitir o posicionamento horizontal do usuário - a chamada poslçao suplna. Isso mantém seu corpo totalmente apoiado, facilitando o acesso do profissional ao campo de trabalho. • O apoio de cabeça deve ser ajustâvel, propiciando a visão direta ou Indireta a todos os segmentos da cavidade bucal, seja na mandlbula ou na maxila, na correta
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