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Doenças benignas da mama

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Luciana Santos ATM 2023/2
DOENÇAS BENIGNAS DA MAMA
Anomalias do desenvolvimento 
· Volume
Hipomastia: mama de pequeno volume uni ou bilateral. Não responde a tto hormonal. 
Hipertrofia: mama de grande volume. Gigantomastia: ressecção >1000g. Mamoplastia redutora.
Simastia: confluência medial das mamas. Congênita. Associada a mamas hipertróficas.
· Número
Amastia: ausência total da glândula uni ou bilateral. Rara. Se uni: acompanhada de hipotrofia ou agenesia do grande peitoral = síndrome de Polland. Se bi: associada a agenesia ovariana.
Amazia: ausência do tecido mamário com complexo areolomamilar. 
Atelia: ausência areolomamilar.
Polimastia: mais de duas glândulas mamárias. Completa (com aréola e mamilo) ou só parênquima. Mama axilar. 
Politelia: mamilo acessório. 
POLIMASTIA + POLITELIA: ocorrem ao longo da linha láctea. Se tecido mamário fora desta linha = mama aberrante.
Ginecomastia
· Hipertrofia de uma ou ambas as mamas no hhomem. 
· Pico de incidência: 13-14 anos e regride em 2 anos. Segundo pico: 50-80 anos. 
· Induzida por uso de anabolizantes, estrogênios, digitálicos, isoiazida, espironolactona, reserpina e metildopa ou associada a doenças orgânicas como lesões testiculares, hepáticas, adenoma de hipófise, hipertireoidismo.
· Solicitar: HCG, LH, testosterona e estradiol.
· Feita mamografia – distingue ginecomastia verdadeira de lipomastia. 
Processos inflamatórios
· Mastite aguda: frequente no puerpério, na 3ª semana. Estafilococos penicilinase-resistente (70%). Há historia de fissura no mamilo ou queimadura na pele. Fatores predisponentes: mamas ingurgitadas, fissura mamilar, infecção da rinofaringe do lactente, anormalidade do mamilo, primiparidade, ma higiene e escabiose.
Sintomas: inicio com estase láctea, posterior > dor, tumor, calor, rubor + febre, mal estar, calafrios. Adenopatia axilar. Trata-se com analgésicos, antitérmicos, suspensão das mamas e antibioticoterapia (Cefalexina 500mg 6/6h ou 1g 12/12h, VO por 7 dias. 
Se infecção > 48-72h de tratamento – suspeita de abscesso. 
· Abscesso mamário: mesmos sintomas da mastite + flutuação + pele brilhante e descamativa. 50% dos casos = puérperas. Drenagem. Causado principalmente pelo Staphylococos aureus. Antibiótico igual da mastite. Amamentar na mama não infectada e esvaziar a mama doente. Abscessos superficiais podem ser resolvidos por punção com agulha calibrosa. Ultrassom se dúvida.
· Abscesso subareolar crônico recidivante = doença de Zuskas: episódios de infecção aguda e flutuação seguidos de drenagem intermitente por orifício fistuloso. Periodo de acalmia de 2-3 semanas e em alguns meses sofre reagudizaçao. Abscessos recorrentes estão mais associados a bactérias anaeróbias ou estafilocócicas. Pode haver invaginacao e retração da papila. Paciente refere uso de vários antibióticos. Notável correlação desta doença com o TABAGISMO (pode induzir metaplasia escamosa ou efeito toxico direto nos ductos).
Tratamento da fase aguda: antiinflamatórios não hormonais + antibioticoterapia + drenagem simples. Cefalosporinas + Anaerobicidas (Cefalexina + Metronidazol) por 7 dias. Podem ser feitas técnicas mais radicais como: excisao dos ductos afetados, fistulectomia e cicatrização por segunda intenção.
· Ectasia ductal: dilatação dos ductos terminais com acumulo de detritos celulares. Envolve tabagismo. Idade é fator importante na etiologia. Derrame papilar (+ comum em peri e pós menopáusicas) com secreção amarelo-esverdeada, purulenta. Se os ductos romperem, pode haver sinais típicos de mastite e o processo pode se tornar crônico – gera massa endurecida e retração do mamilo = SIMULA CARCINOMA. 
· Eczema areolar: dermatite descamativa e exsudativa do complexo areolomamilar. Bilateral e pruriginosa. Causas: psoríase, dermatite seborreica, dermatite de contato, dermatite atópica.
Tratamento da fase aguda: solução de theirsch + corticoide tópico. Lesões crônicas – corticoterapia. Se não regredir em 1-2 semanas – biópsia do mamilo para excluir carcinoma de Paget. 
· Necrose gordurosa = cistoesteatonecrose = granuloma lipofágico: associado ao trauma. Mais frequente em obesas e com seios flácidos. Lesão firme, mal delimitada, indolor e imóvel. Simula câncer. Pode ser assintomática, se apresentando como calcificações arredondadas. Não é lesão pré neoplásica. Quando sintomática, produz tumor detectável clinicamente. Massa + trauma prévio + equimose + dor + retração da pele = sugere o diagnostico. 
· Doença de Mondor: tromboflebite das veias superficiais da mama, associada a trauma. Dor aguda na região da veia trombosada e cordão fibroso no local. Imita carcinoma. Dor deparece em 2-3 semanas. Não requer biopsia. 
· Galactocele: obstrução canalicular das mamas lactantes. Acúmulo de leite. Massa cística ou amolecida. Punção com agulha calibrosa (o leite pode estar mais consistente). Esvaziamento completo. 
Alterações funcionais benignas da mama:
Displasias mamárias, doença fibrocística ou mastoplastia fibrocistica = não devem mais ser utilizadas pois dao falsa nocao de enfermidade. 
· Mastalgia: 47% das queixas. Pode ser cíclica, acíclica ou extramamária. Mastalgia grave = dura mais que 7 dias e interfere na qualidade de vida da paciente (trabalho, sono). Analgésicos e anti-inflamatorios não esteroides tanto orais quanto tópicos são benéficos. Tamoxifeno e danazol – utilizados em casos selecionados de mastalgia grave.
· Adensamentos: achados físicos bidimensionais. Área de endurecimento localizado, com ou sem dor e modularidades. 
· Macrocistos: aumentam a partir dos 35 anos com incidência máxima entre 40-50 anos. Etiologia desconhecida. São tumores móveis, firme-elásticos, nas regiões centrais da mama e ocorrem mais na pré-menopausa. Maioria é indolor. Tratamento com punção evacuadora do cisto. Cistos múltiplos – não precisa puncionar todos.
Tumores benignos da mama
· Fibroadenoma: proliferação do tecido conectivo do estroma e multiplicação de ductos e ácinos. Estroma de baixa celularidade – benigno. Estroma hipercelular e atípicas = tumor filodes (malignos em 10% dos casos). Mulheres entre a menarca e 30 anos. Apresenta-se como nódulo de limites nítidos, arredondado, firme, ampla mobilidade. Diagnóstico: clínico, punção aspirativa por agulha fina (PAAF) e ultrassonografia. Tratamento: excisão com anestesia local. Não há urgência na retirada de tumores pequenos em mulheres jovens.
· Hamartoma: lesão composta por elementos de tecido glandular + gorduroso + conectivo fibroso. 
· Papiloma intraductal: lesão hiperplásica – enche o canalículo e o distende. Mais em mulheres de 30-50 anos. Derrame sanguinolento e seroso. Exérese dos ductos atingidos. 
· Cicatrizes radiais: parecem carcinomas em mamografias. Esta associada a risco aumentado de câncer de mama. Aparecem como massas espiculadas indistinguíveis dos carcinomas – diagnostico histopatológico. Também chamada de lesão esclerosante complexa. Podem ser monitorizadas.
· Hiperplasias: atípicas podem ser associadas ao aumento no risco de câncer de mama. Não tem todas as características de carcinoma in situ. Quando lobular, tem mais risco do que a ductal. 
· Lipoma: proliferação benigna das células lipídicas. Nódulo amolecido bem delimitado. Remoção cirúrgica.

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