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1 ESTOMATOLOGIA APOSTILA COMPLETA 2 @odonto.by.gibbs – Direitos Autorais 3 CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO À ESTOMATOLOGIA Conceitos de Introdução • Semiologia: estudo dos sinais e sintomas das doenças • Estomatologia: especialidade que se dedica ao diagnóstico e tratamento das doenças bucais e maxilo faciais. Sinais • São manifestações objetivas de uma determinada doença. • Aumento de volume • Alteração de cor • Temperatura • Todos podem observar EX: paciente que apresenta um aumento de volume na face, dor por conte de inflamação e coloração avermelhada da mucosa = abscesso dento – alveolar. Sintomas • Manifestações subjetivas de uma determinada doença. • Coceira • Dor • Queimação • Apenas o paciente pode perceber OBS: buscar características dessas dores, coceiras e queimações. Semiotécnica • É o método utilizado para obter as características de uma determinada doença. • Conjunto de técnicas específicas para cada caso particular. • EX: gelo para avaliar a dor dental, sonda para bolsa periodontal. • Testes de percussão: bater o cabo do espelho no dente para verificar sensibilidade no LP. 4 • Diascopia: método utilizado para saber se a lesão é vascularizada ou possui pigmentação excessiva na mucosa. Exame Clínico • Anamnese • Obtenção de dados Exame físico • Avaliação das estruturas anatômicas dos pacientes • Avaliação da face / linfonodos e mucosa oral História Clínica • Identificação do paciente (dados pessoais) • Queixa principal (motivo da consulta) História da doença atual: é uma anamnese dirigida, procurando obter informações especificas da queixa principal do paciente. • Tempo de evolução • Tratamentos efetuados Interrogatório Médico • Avaliação sistemática e minuciosa, por meio da anamnese dirigida • Antecedentes pessoais de saúde geral • Medicamentos • Doenças existentes • Alergias Antecedentes Familiares • Pais, irmãos,esposa,avós e filhos • Malformação • Doenças infecciosas • Doenças metabólicas • Intoxicações História Médica Hipertensão • Elevação da pressão arterial sanguínea em repouso • Acima de 140 (sistólica) / 90 (diastólica) • 10 a 20% da população adulta. 5 • Normal: 120 / 80mm Hg - Moderada: 160 – 170 / 105 – 115 • Controlada: ate 140 / até 90 - Grave: 170 – 190 / 115 – 125 • Leve: 140 – 160 / 90 – 105 - Maligna: +190 / +125 Riscos: Como Avaliar: - sangramento - dores de cabeça (nuca) - complicações anestésicas - taquicardia - AVC - visão turva - doença renal - doenças cardiovasculares Insuficiência Cardíaca Congestiva • É a incapacidade do coração em fornecer um suprimento adequado de sangue oxigenado para atender as demandas metabólicas do organismo (disfunção cardíaca) Causas: Função diminuída do miocárdio: Aumento da Resistência vascular: - cardiopatia isquêmica - hipertensão - doenças infiltrativas (amiloidose) - estenose aórtica (diminuição do calibre) - distúrbios metabólicos (hipotiroidismo) Aumento do Volume Sanguíneo: Demanda Metabólica Excessiva: - insuficiência valvular - anemia grave - defeitos no septo atrial ou ventricular - insuficiência renal crônica Como Avaliar: Riscos: - edema periférico - complicações anestésicas - dispnéia - acidentes cardiovasculares - palpitação - sangramentos - ortopnéia (travesseiros) 6 OBS: ortopnéia é um quadro que o paciente relata que dorme com dois ou mais travesseiros em posição vertical. OBS: tomar bastante cuidado com a anestesia (sal, vasoconstritor, tipo de anestesia) Angina do Peito • É uma cardiopatia isquêmica passageira e sintomática • Etiologia: obstrução arterioesclerótica de uma ou mais artérias coronárias Tipos Angina estável: Angina Instável: - dor desencadeada no esforço - dor em repouso - aliviada pelo repouso - ou mudando a freqüência dos ataques (grave) Como avaliar: - dor no peito (retroesternal) - irradiação para ombro, braço esquerdo e mandíbula - causa fraqueza no paciente e dispnéia Riscos: - infarto do miocárdio - complicações anestésicas - consultas rápidas Tratamento: - Isodil – via sublingual - causa vasodilatação das artérias coronárias OBS: pacientes que apresentam a angina do peito do tipo INSTÁVEL, possuem maior risco de desenvolver o infarto agudo do miocárdio. 7 Pacientes Cardiopatas: Soluções Anestésicas – Com ou Sem VC? • O uso de vasoconstritor proporciona anestesia profunda – diminui a absorção venosa • A não utilização do vasoconstritor pode elevar a pressão arterial – dor e ansiedade aumentam a produção de catecolaminas endógenas, aumentando a PA. • A injeção intra – arterial pode levar a uma taquicardia severa ou hipertensão sistólica. • Sempre realizar aspiração quando da infiltração de um anestésico local. • Aspiração = seringa com refluxo para saber se injetou o anestésico no vaso sanguíneo. Síncope • Perda de consciência e do tônus postural • Ocorre secundariamente à hipoperfusão cerebral global • Recuperação espontânea. • São desencadeadas por medo, dor, fator emocional, estresse. Frente ao Quadro de Síncope: - posicionar o paciente com a cabeça mais baixa (Trendelemburg) Endocardite Bacteriana • Processo infeccioso que acomete a superfície do endocárdio, principalmente as válvulas cardíacas, decorrente de uma bacteremia espontânea ou provocada. Pacientes de Alto Risco - próteses valvares cardíacas - historia previa de endocardite - doenças cardíacas congênitas complexas - devem realizar uso de profilaxia antibiótica 1h antes do procedimento - cirurgias, raspagens, implantes (podem gerar bacteremia, por isso há necessidade de realização da profilaxia antibiótica) Pacientes de Médio Risco - malformação cardíaca congênita - pode acarretar em febre reumática 8 - disfunção valvar adquirida - cardiomiopatia hipertrófica - profilaxia recomendada - prolápso de valva mitral com regurgitação. Procedimentos Odontológicos X Bacteremia • Extração simples = 51% • Extrações múltiplas = 68 a 100% • Raspagem subgengival = 51 a 83% Procedimentos que Requerem Necessidade de Profilaxia Antibiótica • Extrações dentárias • Procedimentos periodontais • Implantes • Instrumentação endodôntica / apicectomias • Colocação de bandas ortodônticas • Anestesias intra – ligamentares • Profilaxia com jato de bicarbonato 9 Antibióticoterapia Profilática Padrão Amoxicilina Adultos: 2g VO 1h antes Criança: 50mg / Kg Incapazes de VO Amplicilina Adultos: 2g IM / IV 30 min antes Criança: 50mg / Kg Alérgico á Penicilina Clindamicina Adultos: 600mg VO 1h antes Criança: 20 mg / Kg Alérgico a Penicilina Cefalexina Adultos: 2g VO 1h antes Criança: 15mg/ Kg Alérgico a Penicilina Azitromicina Adultos: 500mg VO 1h antes Criança: 15mg / Kg Incapazes de VO Clindamicina Adultos: 600mg IM / IV 30 min antes _______________________________ CAPÍTULO 2: AVALIAÇÃO E EXAME CLÍNICO Exame Físico • Inspeção: visual. Observação das variações de forma, cor e volume • Palpação: táctil. Avaliar a consistência, mobilidade, conteúdo. Pode ser direta ou indireta, quando se utiliza sondas, agulhas, etc • Ausculta: observação de sons ou ruídos. Pode ser direta ou indireta, por meio de estetoscópio. • Olfação: odores específicos como de necrose, infecções, diabetes etc 10 Outros exames • Diascopia: pressão com lamina de vidro, para avaliar lesões vasculares, observando-se a migração do conteúdo sanguíneo. • Estomatoscopia: aparelho de aumento para avaliaçãode mucosas. OBS: O exame físico se inicia pelo aspecto geral do paciente (sua postura, modo de vestir, comunicação, tensão emocional. (As características gerais que possam dar uma primeira impressão). Tipos de Exames Físicos: • Exame extra oral facial e ATM • Exame intra oral • Exame do pescoço (avaliação de cadeias linfáticas) Inspeção: - Observar o aspecto geral da face - Manchas - Volume - Marca - Falta de tecidos Palpação - Avaliar função de ATM - Palpação do maxilar - Perguntar se o paciente sente algo / pressão Exame Intra Oral • Limite anterior da boca: lábios – vermelhão dos lábios (transição cutânea para parte mucosa) / parte seca. A mucosa labial é interna da boca (parte úmida), que possui características histológicas diferentes. • Comissura labial • Lábios (filtro, vermelhão e mucosa) 11 • Mucosa jugal • Área retromolar • Pilar amigdalino • Palato mole e duro • Língua (dorso, ventre e bordas) • Soalho da boca • Gengiva superior e inferior • Arcada dentária Exame do Pescoço • Palpação dos linfonodos do pescoço • Linfonodos Submentonianos • Linfonodos Submandibulares • Linfonodos Cervicais Hipóteses Diagnósticas • Após a coleta dos dados da historia clinica e do exame físico, estabelece-se um raciocínio de probabilidades diagnosticas. • O que gera a doença? (dor? Úlceras? Inchaço?) – sinais e sintomas • Objetivo: reduzir o numero de possíveis doenças com aspectos semelhantes, para orientar a execução de exames complementares ou o próprio tratamento. Diagnóstico Diferencial • Doenças que apresentam aspectos clínicos parecidos entre si • Existem pequenas diferenças entre elas, que fazem pensar em mais uma, do que em outras, sem ter certeza. 12 • Também serve para orientar os próximos passos – exames ou tratamento e rever o quadro, no caso de insucessos. Diagnóstico Clínico • É a opinião baseada apenas nas observações clinicas. • Pode ser correto ou não • Utilizado de acordo com a experiência profissional e grau de dificuldade das doenças. Terapêutica de Prova • Quando o diagnostico clinico for muito sugestivo • Pode-se optar por estabelecer um tratamento imediato • Caso surta o resultado esperado, afirma-se o diagnóstico • Só pode ser realizada quando os riscos de complicações dessa terapêutica forem mínimos • Resumindo: Usar um recurso de tratamento para confirmar se a hipótese é correta ou não. • Essa terapêutica nem sempre dá certo. OBS: Diagnostico clinico é uma afta. Qual a terapia de prova? R = colocar uma pomada tópica e aguardar. Se sarar, o diagnostico clinico estava certo. Caso contrário, deve-se avaliar mais profundamente, solicitando exames complementares como imagem, exames de analise em laboratório e exames anátomo – patológico. Diagnóstico Final • É a conclusão diagnóstica obtida após a soma de todos os dados colhidos. Prognóstico • Após o diagnóstico final é necessário discutir as possibilidades terapêuticas e perspectiva do paciente. 13 • É efetivamente técnico, metódico. Não depende da experiência da pessoa se ela seguir os métodos corretamente. Baseado em: 1) Tipo de doença (qual doença está sendo falada?) 2) Dano produzido por essa doença 3) Recursos disponíveis para tratar 4) Condições gerais do paciente (físicas, psíquicas, econômicas) Tratamento • Após a discussão do prognostico, decide-se pelo melhor tratamento para cada caso • Avaliar o risco e o beneficio para o caso a ser tratado / estudado Proservação • Controle do caso – seguimento ou follow up • Aprende-se com os sucessos e insucessos, que servirão para alimentar o prognostico e a decisão terapêutica em novos casos semelhantes. • Diagnóstico correto – terapêutica correta - Esse método deve ser aplicado em todas as situações clinicas, não importa qual seja a especialidade. 14 CAPÍTULO 3: COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS Introdução • Deficiência absoluta ou relativa de insulina, resistência a insulina ou ambas que leva ao desenvolvimento da hiperglicemia. Classificação • Tipo 1: insulino – dependentes (é um paciente que faz uso de insulina, jovem, que desenvolveu a diabetes de forma precoce, relacionado com doença auto imune, que atingiu as células beta do pâncreas ou genética) • Tipo 2: insulino – independentes (é um paciente que desenvolveu a diabetes de forma mais tardia / associada a fatores como estresse, obesidade e características herdadas da família, favorecendo o desenvolvimento da doença. Se for diagnosticado de forma precoce, vai fazer uso de hipoglicemiantes. Se a medicação não fizer efeito, o paciente deve usar a insulina). Pedir exames como hemoglobina glicada, sempre controlando o paciente. Quando atender um paciente diabético, deve-se saber: - Tipo da diabetes - Se toma medicação Principais Predisposições • Historia familiar • Stress • Obesidade • Hipertensão • Sedentarismo Manifestações Orais • Xerostomia • Infecções oportunistas Se a hemoglobina glicada tiver muito alta = paciente pode não estar controlado e com isso, pedir um exame de glicemia. A diabetes é causada pela hiperglicemia. Uma das formas de eliminar a glicose em excesso é através da urina (poliúria) – glicosúria (glicose na urina) / aumenta-se a função renal para eliminar mais líquido. Pra controlar essa alteração hemodinâmica, o organismo “pede” para ingerir mais líquido (polidipsia) Polifagia: aumento da ingestão de alimento, porque a célula não recebe glicose. O paciente vai apresentar uma série de complicações: alterações circulatórias, alterações relacionadas a quimiotaxia dos leucócitos, dificuldade de cicatrização (bem mais demorada, aumentando o risco de infecção) e neuropatias (perda de sensibilidade nas extremidades) 15 • Abscessos recorrentes • Hálito cetônico • Reabsorções ósseas intensas Como Avaliar o paciente • Polifagia • Polidipsia • Poliúria • Hálito cetônico Riscos • Dificuldade de cicatrização • Infecções • Sangramento (pode estar associada com quadro de hipertensão, facilitando o sangramento e a não formação do coagulo) • Crises hipoglicêmicas / hiperglicêmicas (é um dos maiores riscos / paciente pode passar mal) • Hipo: é mais complicada, podendo levar até um coma hipoglicêmico. Pode acontecer por causa do stress ao procedimento, muito tempo sem comer etc. Hipoglicemia Aguda – Choque Insulínico • É resultante da proporção aumentada de insulina em relação à glicose. Pode ocorrer devido ao aumento da utilização metabólico da glicose (ansiedade e exercícios ou infecções). • O paciente apresenta inicialmente fraqueza, sudorese, fome, nervosismo, cefaléia, confusão mental, palidez. • Esses sinais e sintomas podem evoluir rapidamente para perda da consciência, convulsão, coma e morte. 16 Hiperglicemia • Pele seca, boca seca, desidratação • Visão turva • Sede intensa / desidratação • Volume urinário excessivo • Perda rápida de peso • Fraqueza e tontura • Respiração acelerada • Perda de consciência ASMA Como avaliar • Falta de ar • Tosse • Sibilos Riscos • Uso de aspirina • Tensão emocional • Alergias medicamentosas • Sessões rápidas. Características • Dificuldade para expirar, com chiado, congestão, depressão respiratória e edema das vias aéreas. • Administrar broncodilatador – spray 2 puffs (Minofilina 240mg / 10Ml) • Oferecer oxigênio 2-5 L por minuto • Se persistir, transferir para o pronto socorro. ANEMIA Como avaliar • Fraqueza / cansaço • Palidez da pele / mucosa • Língua atrófica (despapilamento da língua) • Exame Hematológico(hemograma) Avaliar no hemograma: - Hemoglobina (12 a 14 DL) - Quantidade de glóbulos vermelhos - Volume globular médio (medir o tamanho da hemácia / microcítica ou macrocítica / normocítica: tamanho médio da hemácia) Se não tratada a tempo, a hiperglicemia pode levar à desidratação intensa, causando náusea, vômito, sonolência, dificuldades respiratórias e ate mesmo coma. É uma constricção nos alvéolos pulmonares. Gera sibilos (chiado no peito). Essa constricção pode acontecer durante o atendimento, desencadeado por stress emocional, medicamentos (aspirina). Os pacientes que apresentam asma, fazem uso de broncodilatadores (spray inalatório) 17 Riscos • Diminuição da oxigenação • Retardo na reparação • Complicações cardiovasculares Classificação das Anemias • Anemia Macrocítica (ex: anemia megaloblástica) • Anemia Microcítica / Ferropriva Hipocrômica (possui menos ferro / hemácia pálida) • Anemia Normocítica (tamanho médio) • Talassemia (questões hereditárias) HEPATITE Como avaliar • Antecedentes • Febre • Anorexia • Náusea / Vômitos • Exames laboratoriais Riscos • Contaminação profissional • Infecção cruzada • Doenças hepáticas • Icterícia AIDS Como avaliar • Grupo de risco (homossexuais / pacientes que faziam uso de drogas) • Perda de peso • Diarréia • Febre • Lesões orais (leucoplasia pilosa, candidose, herpes) Exames que devem ser solicitados: - Transaminases (TGO / TGP / GAMA GT) - Quando há essas enzimas elevadas no exame, significa que há alteração hepática como cirrose, doenças hepáticas etc. Importante: - Paciente que apresenta doença hepática vai apresentar risco de coagulação e por conseqüências, maior risco de sangramento. - As mais severas são as hepatites virais Exames Solicitados: - Carga Viral - Contagem de Linfócitos CD4 18 Riscos • Contaminação • Infecção cruzada • Infecções secundárias para o hospedeiro GRAVIDEZ Como avaliar • Pacientes em idade fértil Riscos • Tratamento odontológico • Exames radiográficos • Prescrições medicamentosas ALERGIAS • Antibióticos - Paciente pode desenvolver choque anafilático • Antiinflamatórios - Saber quais medicamentos ele não pode tomar • Analgésicos - Saber a gravidade do processo alérgico • Anestésicos Anotações Complementares: Cuidados: - Utilizar anestésico com Lidocaína 2% com adrenalina 1:100:000 - Medicamentos (podem causar efeitos teratogênicos) - Atender as gestantes do 1° Trimestre 19 CAPÍTULO 4: TÉCNICAS AUXILIARES DE DIAGNÓSTICO Objetivo: • obtenção de materiais para exames anatomopatológicos. Semiotécnica • Técnicas pra obtenção de material para exame microscópico: - Citologia Esfoliativa - Biópsia Citologia Esfoliativa • Raspagem da superfície da lesão visando obter esfregaço para exame citológico. • Primeiramente descrita para detectar malignidade em cervix uterino • Limitado valor diagnostico em cavidade oral • Só é possível realizar esse exame em tecido epitelial. • É difícil de obter um diagnostico através de uma célula / grupo de células. Indicações • Auxiliar na detecção de neoplasias malignas de origem epitelial • Não substitui biopsias incisionais / excisionais, devido ao grande n° de resultado falso negativo. • Suspeita de infecções fúngicas e viróticas. Técnica Infecção fúngica: na raspagem da mucosa, vai haver a presença das hifas de cândida. Infecção virótica: mudança da célula que pode apresentar uma suspeita de lesão viral. (coilócitos) 20 • Raspar a lesão firmemente com uma espátula de metal • Raspar por 6 vezes a superfície e colocar sob lamina de vidro. • Espalhar de uma vez só • Fixar a amostra com solução fixadora (spray a base de álcool) • Encaminhar pro laboratório (relatório / recipiente / dados do paciente / descrição (coloração, onde dá, quanto tempo, hipótese de diagnostico) Patologias com Indicação Para Citologia Esfoliativa • Candidose • Herpes • Lesões cancerizáveis* • Câncer * *Utilizadas em campanhas de prevenção (biopsia melhor opção) BIÓPSIA • Retirada de um tecido de um ser vivo para um exame de diagnostico. Biópsia por Aspiração: aspirar o conteúdo da lesão Biópsia Incisional: remover um fragmento da lesão Biópsia Excisional: retirada de toda a lesão Por Aspiração: • Finalidade: tentar identificar o conteúdo daquela área lesionada, por meio de agulha ou seringa, com intuito de obter informação quanto ao conteúdo da lesão. • PAAF: punção aspirativa com agulha fina (busca de material mais interno / áreas mais profundas) – muito realizado em linfonodos / examinar nódulos, lesões com conteúdos celulares. Muito comum realizar esse procedimento em glândula tireóide e tumores de glândulas salivares. • O material obtido pode ser submetido à exame anatomopatológico (embora não demonstre arquitetura tecidual), análise química ou cultura microbiológica. 21 Incisional • Obtenção de amostra tecidual representativa através da remoção de apenas uma parte da lesão. • Indicação: lesões de grandes dimensões / lesões multifocais / suspeita de malignidade • Instrumental: anestésico local, pinças, cabo de bisturi, lamina 15 • Fixação do material coletado: frasco com formol a 10% (solução fixadora, fixando o tecido com as mesmas características da retirada. O álcool desidrata o tecido e remove as características da lesão) • Incisão em forma de cunha: profundidade do tecido. • Melhor local para fazer a incisão: local mais representativo da lesão Azul de Tuluidina: corante biológico com capacidade de corar áreas que apresentam maior atividade celular. Só pode ser usado em lesões ou áreas com suspeita de câncer, podendo auxiliar na escolha melhor da área que vai ser biopsiada, ou seja, aquela com maior probabilidade de já ser um câncer. Remove com acido acético e onde corar, vai ser o local onde a biopsia será realizada. Excisional • Obtenção de amostra tecidual através da remoção total da lesão Indicações: - Lesões com pequenas dimensões - Lesões pediculadas - Lesões com diagnostico clínico muito provável 22 CAPÍTULO 5: LESÕES ULCERADAS VÉSICO – BOLHOSAS Lesões Fundamentais • São alterações morfológicas que acometem a mucosa, padronizadas e individualizadas que a partir delas, juntamente com outros dados clínicos pode-se identificar uma doença. • Dentre elas, existem um grupo de lesões que serão classificadas de acordo com a lesão fundamental. Importante conhecer as manifestações clinicas. • Comunicação entre profissionais é necessária. • Exemplo: a lesão fundamental da afta é a úlcera. Descrição da Lesão Fundamental • Inspeção - Localização: região anatômica - Forma: globosa, oval, discóide, em cogumelo, couve – flor, lobulada, circular, linear, lentiforme, filiforme, etc - Coloração: cor predominante da lesão (branca, amarelada, enegrecida, azulada) - Tamanho: diâmetro ou extensão da lesão em mm. - Base: pediculada ou séssil - Textura: lisa, áspera, brilhante, opaca, verrugosa ou regular - Contorno: regular, irregular, nítido ou difuso - Borda: elevada ou deprimida - Número: quantidade de lesões semelhantes única ou múltiplas • Palpação - Profundidade - Sensibilidade - Infiltração 23 - Consistência - Mobilidade Lesões primárias: se manifestam inicialmente como manchas, pápulas, nódulos, vesículas, bolhas e pústula Lesões secundárias: são decorrentes de uma modificação que se associa ou se desenvolve na lesão primaria previamente estabelecidas (ulceras, fissuras e erosões) OBS: existem doenças que podem ter os dois tipos de lesões, tanto primaria quanto secundaria.Classificação • Manchas ou Máculas - Modificação da coloração normal da mucosa - Não possui elevação nem depressão dessa mucosa - Geralmente há alteração de pigmentos (hemossiderina pela decomposição de Hb, icterícia ou melanina) - Manchas com coloração violáscia, realizar o exame de Diascopia para verificar se isquemia ou não • Placa - Ligeira elevação da mucosa partindo da superfície da mucosa oral - Extensão maior do que altura - Geralmente branca porque há aumento da espessura do epitélio (possuem hiperqueratose ou acantose) - Colocar uma espátula de madeira (se raspar e sair, a placa está relacionada à cândida) • Erosão - Rompimento superficial parcial do epitélio sem exposição do tecido conjuntivo. - Pode ocorrer na língua, ocasionando perda das papilas gustativas. - Pode acarretar em sensibilidade • Ulcera - Perda do epitélio da superfície com exposição do tecido conjuntivo. - É uma lesão mais profunda - Apresenta sensibilidade dolorosa Existem úlceras mais profundas e outras superficiais, podendo gerar sangramentos da região. 24 - Apresenta bordas elevadas e fundo esbranquiçado - Pode apresentar característica infiltrativa na sua base. • Fissura: - É uma ulcera retilínea (exposição do TC) - É mais profunda • Sulco - É uma erosão retilínea (sem exposição do TC) - Comum na língua. • Nódulo - É uma elevação circunscrita com conteúdo solido no seu interior - Maior que 3mm - Possuí coloração mais arroxeada ou semelhante à mucosa - Pode acometer rebordo gengival, língua, palato e mucosa jugal. - Base é séssil ou pediculada - Consistência do nódulo é mais fibrosa / elástica por causa do conteúdo sólido que ele contém. - Avaliar se o crescimento é endofítico ou exofítico • Pápula - Elevação circunscrita com conteúdo solido até 3mm de diâmetro - É um “nódulo pequeno” - O que varia é a característica em relação ao tamanho - Crescimento do epitélio (pequenos crescimentos na mucosa com elevação) - Pode apresentar alterações na coloração - Pode acometer borda de língua, palato duro, mucosa jugal - Coloração pode ser esbranquiçada ou rósea 25 • Vesícula - Elevação circunscrita com conteúdo líquido no seu interior - Pode medir ate 3mm de diâmetro - Se furar a vesícula sai o líquido - Podem ser únicas ou múltiplas - Únicas = lesão por herpes - São mais restritas a lesões na superfície do epitélio • Bolha - Elevação circunscrita com conteúdo liquido no seu interior maior do que 3mm - São lesões mais profundas e maiores do que as vesículas - Apresentam superfícies translúcidas - Consistência mais amolecida • Pústula - Vesícula ou bolha contendo pus no seu interior - Aspectos mais vesiculares • Fístula - São lesões com saída de um pertúito (caminho) - Relacionadas com infecções de origem odontogênica ou óssea - Apresenta processo infeccioso crônico - Realizar a fistulografia 26 LESÕES ULCERADAS E VÉSICO – BOLHOSAS Úlcera Traumática • Condição comum causada por força mecânica, agentes químicos, térmicos ou elétricos. • Podem ocorrer em qualquer idade e em ambos os sexos • As localizações mais comuns são a língua, lábios, mucosa jugal e fundo de sulco. • Fatores Traumáticos Mais Frequentes: - Restaurações ou dentes fraturados - Mordidas acidentais - Alimentos cortantes e quentes - Cerdas da escova de dente - Próteses mal adaptadas - Aparelhos e fios ortodônticos Estomatite Aftosa Recorrente • É uma das alterações mais comuns da mucosa bucal • Apresenta origem desconhecida • Atualmente está relacionada com defeito imune local mediado por linfócitos T • Há outros fatores relacionados como alergias, predisposição, genética, deficiência nutricional, agentes infecciosos, trauma, estresse e imunodepressão. • O que desencadeou o processo foi um trauma sobre aquela área. • A úlcera não se forma no mesmo dia que ocorreu o trauma • Paciente pode apresentar lesões únicas ou múltiplas Características Clínicas - Ulcera com eritema em sua periferia podendo desenvolver uma borda branca (queratinização – trauma sempre presente) - Usualmente com sintomatologia dolorosa - Remoção do fator traumático = cicatrização Tratamento - Remoção do agente traumático - Se a cicatrização não ocorrer em 7 a 14 dias, uma biopsia deve ser realizada. - Utilizar soluções tópicas Tratamento da Estomatite: uso de corticoesteróides tópicos ou sistêmicos, laser de baixa potencia ou talidomida (medicação imunomodeladora, possuindo efeito teratogênico) 27 Ulcerações Aftosas Menores - Desenvolvem na mucosa não queratinizada - Sintomatologia dolorosa - Úlcera superficial recoberta por uma pseudomembrana branca circunscrita por halo eritematoso - 3 a 10 mm de diâmetro - Duração de 7 a 14 dias - Podem ser lesões únicas ou múltiplas Ulcerações Aftosas Maiores (Afta de Sutton) - São mais profundas - 1 a 3cm de diâmetro - Intensa sintomatologia dolorosa - Dura de 2 a 6 semanas - Podem deixar cicatriz - Apresentam pseudomembrana Ulcerações Aftosas Herpetiformes - Possuem pequeno diâmetro (1 a 3mm) - Grande número de lesões (10 a 100) - Necessário fazer diagnostico diferencial com o herpes simples - Geralmente acomete mucosa não queratinizada - Manifestação mais rara - Geram sensibilidade dolorosa - Essas pequenas lesões podem coalescer (se unir) e formarem lesões maiores Múltiplas ulcerações aftosas recorrentes = investigar se realmente há apenas essa ulceração ou se há um quadro que possa acometer outra região sem ser a cavidade bucal. Características Clínicas - Ulcerações Aftosas Menores - Ulcerações Aftosas Maiores - Ulcerações Aftosas Hepertiformes UAR Uso tópico Acetonido de Triancinoloma em Ora Base ------ 1 bisnaga Aplicar 4X ao dia Ulcerações Aftosas Recorrentes Uso tópico Dexametasona elixir ---------- 1 frasco Fazer bochechos de 5ml 4x ao dia por 7 dias Não engolir Fórmula para Manipulação: Uso tópico Propionato de clobetazol 0,05% Nistatina 100.000 ui / cc Solução aquosa 500ml Fazer bochechos 3x ao dia por 15 dias Não engolir 28 Anotações Complementares 29 SÍNDROME DE BEHÇET • É uma desordem multissistêmica envolvendo principalmente a mucosa oral, ocular e genital. • Imuno – desregulação mais comum em pacientes do Oriente Médio e Japão • O acometimento da pele, articulações (artrite) e SNC (paralisia e demência) podem estar presentes • Pele: pode apresentar lesões ulceradas (processos inflamatórios = foliculite.) • Investigar se o paciente não apresenta nenhuma outra alteração em região genital, ardência ou presença de lesões em mucosa ocular. • Em boca: são ulceras rasas superficiais, com presença de pseudomembrana e halo eritematoso. Tratamento: uso de corticóide sistêmico ou talidomida. Complicações da Corticoterapia Sistêmica: o corticóide vai ter como função substituir o cortisol, a glândula suprarrenal inibe a produção de cortisol “natural”. Tomar cuidado com corticoterapia prolongada que pode provocar efeitos da síndrome de Kushing. Não se pode remover o cortisol de forma abrupta porque essa substancia controla o sistema cardiovascular (paciente pode desenvolver complicações cardíacas como taquicardia). Diminuir a dosagem do corticoesteróide (desmamame) para a glândula suprarrenal começar a produzir novamente o cortisol. ERITEMA POLIMORFO • Doença mucocutânea inflamatória • Etiologia desconhecida (vírus, infecções, drogas, alimentos) • Desencadeada normalmente por um processo alérgico. • Pode ser associada a quadros de infecções por herpes. • Apresenta eritema, lesão em forma de alvo, circunscrita• Acomete pele e mucosa oral (manifestação rápida) Tratamento: Identificar e eliminar a causa. Em quadros mais severos, administrar corticoterapia e antibioticoterapia nas infecções secundárias. 30 Características Clínicas Sintomas • Aparecimento rápido - Dor • Lesão concêntrica em forma de alvo - Disfagia • Máculas, vesículas e bolhas - Sialorréia • Acomete lábios, língua e mucosa jugal - As lesões podem se coalescer. OBS: Investigar se o paciente fez uso de medicação nova, se foi logo depois que se alimentou (reações alérgicas) SÍNDROME DE STEVENS – JOHNSON • É uma variedade do Eritema Polimorfo • Possui manifestação aguda • Associado a quadro de reações alérgicas • É caracterizado por lesões bolhosas na pele, boca, conjuntiva e genitália. • Possui coloração avermelhada em pele e lábios • As bolhas podem se romper e gerar sangramento. • Tratamento: corticoterapia e antibioticoterapia (antibiótico de amplo espectro) PÊNFIGO VULGAR • Acomete adultos de 40 a 60 anos • Sem predileção por sexo • Vesículas, bolhas e erosões* • Existem diversas manifestações clinicas. É uma doença auto imune onde o organismo produz anticorpos contra determinadas estruturas responsáveis pela adesão entre as células do epitélio. Quem realiza essa adesão são os desmossomos, que contem uma glicoproteína (desmogleína), que geram alterações nesses desmossomos. • Paciente pode vir a formar uma bolha inicialmente e que depois pode ulcerar* • 70% dos casos = manifestação em boca. • 50% com envolvimento oral = apresentam lesão em pele. Sinal de Nikolsky +: quando se faz uma fricção no tecido se formará uma bolha. Isso acontece porque o epitélio se destaca, processo em que não há mais adesão entre as células. 31 • Lesões orais = primeiro sinal da doença • Sinal de Nikolsky + • Queixa principal: feridas em toda a mucosa (úlceras são mais comuns do que bolhas em mucosas). Características Histológicas • Formação de fendas intra – epiteliais ou fenda supra – basal. • Células acantoliticas • Ausência de infiltrado inflamatório nos estágios iniciais. • Há o destaque do epitélio mas permanece a camada basal aderida ao TC, célula que adere camada basal ao TC chama-se Hemedesmossomo. Técnica de Imunofluorescência Direta: identifica a presença de anticorpos na região entre as células do epitélio, através de uma coloração de fluorescência. (identifica a presença de IMg e C3). É realizada diretamente na pele do paciente. Técnica de Imunofluorescência Indireta: utilizar o sangue do paciente, realizando uma coleta e identificar em tecido animal a presença da reação antígeno – anticorpo. É mais difícil de ser feita. PENFIGÓIDE BENIGNO DE MUCOSA. • Acomete apenas a mucosa bucal • É uma doença auto – imune • Identifica a formação de vesículas e bolhas que se rompem na mucosa oral. • Causa destruição do Hemidesmossomo, ou seja, o epitélio se destaca mas não há mais acantose. Características Clínicas • 50 a 60 anos de idade (mulheres mais acometidas) • Apresenta gengivite descamativa, formando bolhas ou úlceras – manifestação precoce 32 • Acomete 25% de mucosa oral. Características Histológicas • Fenda sub – epitelial ou infra – basal • Infiltrado inflamatório mononuclear • Imunofluorescência direta – positivo para IgG LÍQUEN PLANO • Doença dermatológica crônica • Pode acometer a mucosa oral • Possui 3 formas clinicas: Reticular* / Erosivo* / Bolhoso Características Clínicas - Forma Reticular • Assintomáticas • Acometimento bilateral • Características simétricas • Placas ou estrias brancas (manifestações sem sintomas) • Mucosa jugal, borda lateral de língua e gengiva • Estrias de Wickham • Em pele: são lesões mais papulares (punho, cotovelo, braços) Características Clínicas – Forma Erosiva • Doença auto – imune • Freqüência menor que a forma reticular • Sintomática • São lesões atrófica, eritematosas ou ulceradas • Pode apresentar gengivite descamativa. Estrias de Wickham: são linhas brancas que se intercruzam, formando aspecto rendilhado. Podem ser simétricas, são manifestações assintomáticas. Não há tratamento especifico para a forma reticular do líquen plano. Apenas acompanhar as lesões. Tratamento: depende da extensão da lesão. Se for uma lesão menor, fazer uso de corticoesteroide local e se for lesão grande, realizar corticoterapia sistêmica. 33 Histologicamente • Intenso infiltrado inflamatório logo abaixo da camada basal. (disposto em forma de banda porque sempre acompanha o epitélio, causando destruição dessa camada) • Presença de exocitose (células inflamatórias no epitélio) LÚPUS ERITEMATOSO CRÔNICO DISCÓIDE • Auto – imune • Forma benigna da doença • Desordem mucocutânea • É mais comum em mulheres acima dos 40 anos • Erupção cutânea vermelha e simétrica na face • Pode ser desencadeado por fotossensibilidade • Lesões em forma de asa de borboleta (ocorrem bem na região de malar, frontal e dorso do nariz) • 40% dos pacientes apresentam lesões orais • Lábio inferior bastante acometido por exposição solar • Lesões atróficas centrais e linhas vermelhas e brancas na periferia • Mucosa jugal, língua, gengiva e palato mais acometidos • Evitar frio, exposição solar e estresse emocional Prognóstico do Lúpus Tratamento • Sistêmico – fígado e coração - Corticoterapia local e sistêmica • Síndrome de Sjogren - Filtro solar • Artrite reumatóide - Antimalárico Exame FAM: mostra que o paciente tem alguma doença auto – imune, sem especificar qual é. Síndrome de Sjorgren: pacientes desenvolvem artrite, seratoconjuntivite seca e xerostomia (tríade que acomete glândulas salivares, lacrimais e destruição de colágeno. Em relação às glândulas, essa síndrome destrói os ácinos). Existe o lúpus eritematoso sistemico, que acomete fígado, rins e coração. Diagnostico Diferencial: líquen plano, leucoplasia e eritroleucoplasia. 34 CAPÍTULO 6: PROCESSOS PROLIFERATIVOS NÃO NEOPLÁSICOS RESUMO São grupos de lesões que se caracterizam por crescimentos teciduais de origem não neoplásica. Quando há um estimulo sobre o tecido (traumático ou inflamatório) pode ser estimulado a crescer (hiperplasias e hipertrofias). • Processos proliferativos: lesões que são agrupadas por apresentarem crescimento exofítico a partir da mucosa oral. • Existem gens que regulam e estimulam o processo de divisão celular. LESÕES CAUSADAS POR TRAUMA DE PRÓTESE • Hiperplasia Fibrosa Inflamatória (HFI) • Hiperplasia Papilar Inflamatória (HPI) • Hiperplasia por Câmara de Sucção (HCS) Hiperplasia Fibrosa Inflamatória • Acontece em região de fundo de sulco / rebordo alveolar • Relacionada a traumas crônicos de prótese mal adaptada • Aumento do volume localizado com grande extensão • Observada na região sulcular Histologicamente • Proliferação de fibroblastos e fibras colágenas • Acantose + proliferação fibroblástica com maior deposição de fibras colágenas Por conta de uma sobre – extensão da prótese ou falta de ajustes necessários, ocorrem esses tipos de lesões. Podem também ocorrer com próteses antigas, onde resultou em diminuição de volume ósseo e como conseqüência, o traumatismo. Há a formação de roletes de tecido tanto em mucosa quanto em lábio (lábio duplo) 35 • Infiltrado inflamatório Hiperplasia Papilar Inflamatória • Envolvimento da mucosa palatina de pacientes com próteses • Projeções papilares de aspecto verrucoso (pápulas sésseis) • Causada pela instabilidade da prótese superior • É comum estar associada com cândida (áreas avermelhadas = candidose eritematosa) Histologicamente • Proliferação do tecido conjuntivo • Epitélio com áreas de acantose • Projeções digitiformesHiperplasia por Câmara de Sucção • Artefato utilizado para estabilizar a PT • A lesão reproduz o artefato da prótese em resposta ao estimulo de sucção • O tecido cresce com o tempo e preenche essa área da câmara Tratamento das Hiperplasias • Remoção cirúrgica (excisão) • Remoção do fator traumático • Utilizar materiais reembasadores (condicionadores teciduais) REAÇÕES A IRRITAÇÃO OU TRAUMA LOCAL (NODULARES) • Granuloma Piogênico • Granuloma Gravídico • Lesão Periférica de Células Gigantes 36 Granuloma Piogênico • Acontece em qualquer área da mucosa que sofreu um trauma • Pode ser pediculado ou séssil • Trauma = crescimento do tecido = resposta a essa agressao • Formação de tecido de granulação (rico em vasos sanguíneos neoformados e fibroblastos) • Comum em região de papila interdental às custas de calculo, restauração com excesso e processos cariosos (cavitações), raízes residuais • Sangra ao toque (por causa da vascularização) Granuloma Gravídico • Influencias hormonais que aumentam a vascularização do tecido • Aumento de estrógeno e progesterona = favorecem condição maior do aparecimento da lesão • O tecido gengival da gestante está com alterações pertinentes às alterações dos hormônios • As lesões podem aparecer com mais freqüência em gestantes que possuam o fator traumático + alterações hormonais. • Etiologia: hiperplasia reacional do tecido conjuntivo à um trauma ou irritação crônica* (traumas) Características Clinicas dos Granulomas • Acomete pele ou mucosa (palato, língua, lábio, mucosa jugal // + comum em gengiva) • + comum em rebordo alveolar ou gengiva 37 • Lesão com crescimento exofítico / nodular / pediculada ou séssil / superfície lisa ou ulcerada • Coloração vermelha e sangra ao toque. OBS: Quanto mais velho é o granuloma, menos vermelho ele fica, possuindo a tendência a ter coloração semelhante à mucosa. Tratamento dos Granulomas • Remoção cirúrgica do fator etiológico com raspagem cuidadosa do pedículo para evitar recidiva • Em pacientes gestantes pode-se aguardar o parto para realizar a cirurgia quando possível. • Se necessário solicitar exames de sangue (coagulogramas + INR + hemograma completo)* Histologia dos Granulomas • Tecido de granulação + infiltrado inflamatório crônico difuso. Alerta em pacientes com doenças hereditárias como hemofilia, pacientes que utilizam anti coagulantes / anti agregantes, diabéticos, hipertensos, pacientes com déficit de vitamina K e que possuem uma alta ingestão de bebida alcoólica = todos esses casos apresentam risco de sangramento durante um procedimento cirúrgico, sendo necessária a solicitação de exames complementares* para anamnese correta. 38 Lesões Periférica de Células Gigantes • Reações a irritação local (cálculo, corpo estranho, raiz residual, restaurações mal adaptadas) • Lesão exclusiva de gengiva e rebordo alveolar • Lesão nodular, pediculada ou séssil • Apresenta superfície irregular e coloração vermelho escuro (violácia) • As células podem acarretar em reabsorção óssea em forma de taça (reabsorção que acontece do centro para a periferia) • Possível ver a reabsorção em radiografias • Maior índice de sangramento Histologicamente • Células gigantes multinucleadas (provavelmente são osteoclastos) • Proliferação de células fusiformes • Formação de vasos sanguíneos (maior vascularização) Tratamento • Remoção cirúrgica com raspagem cuidadosa do leito ósseo para evitar recidivas • Remoção do agente irritante local 39 Fibroma Ossificante Periférico (FOP) • Lesão de origem neoplásica (benigna) • Características clinicas semelhantes ao granuloma piogênico / LPCG • Produção de osso “imaturo” / produção de tecido ósseo • Não é resposta a trauma • Realizar diagnóstico diferencial • Acomete tecido gengival (região de LP) Características Clínicas • Lesão endurecida • Não sangra ao toque • Menos vascularizada • Coloração semelhante à mucosa Tratamento • Remoção cirúrgica com raspagem óssea. Histologicamente • Deposição de fibras colágenas • Proliferação de fibroblastos • Pontos de mineralização Fibromatose Gengival Inflamatória • Aumento do tecido gengival, que recobre a coroa do dente. Esse recobrimento pode recobrir uma parte da coroa ou ela como um todo. • Associado a irritação crônica (má higiene, tártaro, mau posicionamento dental, aparelho ortodôntico fixo) Presença dos fibroblastos nessa lesão. Mas, diferentemente dos granulomas e da lesão periférica de células gigantes, esse fibroblasto produz tecido ósseo e pode formar tecido mineralizado semelhante ao cemento e não fibras colágenas. Radiograficamente: possível enxergar pontos radiopacos. 40 • Classificação das Origens - Inflamatória: relacionada à presença do processo inflamatório, que estimula o crescimento do tecido + fator irritativo local / má higiene, tártaro, mau posicionamento do dente e aparelhos ortodônticos. Pode apresentar dentes apinhados ou girovertidos, que dificultam a higienização. Como característica, possui aumento gengival localizado associado com uma área avermelhada. - Hereditária: manifesta-se nos primeiros 5 anos de vida, são múltiplos aumentos teciduais nas papilas gengivais e massas gengivais que recobrem a coroa dos dentes envolvidos. Esse aumento gengival é generalizado, de coloração semelhante à mucosa porque não há fator irritativo local. Muitas vezes há necessidade (dependendo do processo / espessura / crescimento) de gengivectomia ou gengivoplastia. Podem ocorrer recidivas, dependendo dos fatores predisponentes. - Anatômica: é caracterizada por aumento gengival na tuberosidade maxilar e na região posterior da mandíbula. Acontecem em sítios específicos da cavidade bucal. Podem interferir na mastigação e fonação. Muitas vezes esses aumentos são representativos. Possui característica hereditária. - Medicamentosa: está associada ao uso de medicações (defenil – hidantoína / bloqueadores de canais de cálcio e ciclosporinas) e fator irritativo local (placa / cálculo). A medicação + fator individual + processo inflamatório local, juntos, desencadeiam a doença (tripé = deve estar presente no uso das 3 medicações para que esse tipo de fibrose se desenvolva). Também podem ocorrer recidivas, sendo o tratamento bem complexo. Histologicamente • Proliferações fibroblásticas com deposição de fibras colágenas • Componente inflamatório variável ou não, dependendo da origem. • Anatômica: componente inflamatório menor • Inflamatória: componente inflamatório maior Tratamento • Profilaxia dental e remoção dos agentes irritativos locais • Remoção cirúrgica através de gengivoplastia ou gengivectomia • Possibilidade de troca dos medicamentos utilizados. 41 CAPÍTULO 7: NEOPLASIAS BENIGNAS Introdução • É um crescimento às custas de proliferação do tecido de forma lenta e desorganizada. • Podem ser de origem mesenquimal ou epitelial. • As benignas vem com sufixo OMA + tecido responsável pela origem • Epitelial: PAPILOMA • Mesenquimal: FIBROMA NEOPLASIAS DE ORIGEM EPITELIAL – REGIÃO DO EPITÉLIO. Papiloma • Oriegem: epitélio de revestimento da cavidade bucal • Origem virótica – HPV 6 e 11 • Período de incubação de 3 a 12 meses • Lesão branca, verrucosa, exofítica e pediculada • Regiões: língua, lábios, palato mole < 1 cm • Assintomático • Tratamento: remoção cirúrgica conservadora • Diagnostico HPV: hibridização in situ, analise imunohistoquímica e reação de cadeia de polimerases. • Diagnostico do papiloma: biopsia excisional! • Aspecto de couve flor: superfície branca e pediculada. • Lesão fundamental: PÁPULA. Histologicamente • Presença de alteração na célula epitelial= coilócitos, que se dão às custas da invasão do vírus no interior da célula, modificando as características dessa mesma 42 célula (citoplasma amplo, núcleo voltado pra periferia e cromático, proliferação intensa do epitélio, projeção do epitélio de forma digitiforme) Condiloma Acuminado • Proliferação do epitélio escamoso estratificado • Doença sexualmente transmissível • Desenvolve em áreas de contato sexual (genitália / perianal / boca / laringe) • HPV 2,6,11,53 e 54 • Lesão exofítica, rósea, bem delimitada, séssil e de superfície irregular • Aspecto papular • Diâmetro de 1 a 1,5 cm. • Tratamento: excisão cirúrgica. • Pode ocorrer em pacientes imunossuprimidos (mais freqüência) Hiperplasia Epitelial Focal – Doença de Heck • Proliferação do epitelial escamoso bucal • Associado a grupos étnicos (esquimós e indígenas) • HPV 13 e 32 • Múltiplas pápulas de coloração semelhante a mucosa • Diâmetro de 0,3 a 1,0 cm • Tratamento: excisão cirúrgica para lesões únicas. • Lesões múltiplas: acido acético para queimar as lesões. 43 Nevo Pigmentado • Lesões constituídas de melanócitos que produzem melanina e manifestam clinicamente como pintas. • Lesão usualmente plana de pequeno diâmetro e coloração castanha ou marrom + circular. • Lábio, palato, gengiva e mucosa jugal • Juncional, intramucoso e composto • Nevo azul • Tratamento: remoção cirúrgica a partir de biopsia excisional • Pode apresentar esse pigmento mais no epitélio (nevo juncional)* • Pigmento abaixo do TC (nevo intra mucoso)* • Pigmento e células se proliferando (nevo composto)* • Problema: quando a lesão pigmentada começa a crescer e modificar, superfície sangrante com bordas irregulares (diagnostico diferencial - melanoma) Histologicamente • Proliferação das células névicas • 3 tipos de nevos: juncional / intramucoso / composto* 44 NEOPLASIAS DE ORIGEM MESENQUIMAL – TECIDO CONJUNTIVO Fibroma • Nódulo bem delimitado, séssil ou pediculado • Coloração semelhante à mucosa • Mucosa jugal, língua e labial • Tratamento cirúrgico + remoção do trauma (biopsia excisional) • Origem: proliferação de fibroblastos • Pode ser causada por trauma. Neurofibroma • Origem: fibroblastos do perineuro / tecido nervoso • Nódulo submucoso firme à palpação / indolor / crescimento lento • Língua, mucosa jugal e vestíbulo • Doença de Von Recklinghausen • Tratamento: cirúrgico • Transformação maligna é rara. • O nódulo do neurofibroma está para dentro da mucosa • Múltiplos neurofibromas: acometem região de pele, chamada de doença de Von Recklinghausen ou Neurofibromatose, doença autossômica dominante. Eles podem se transformar em neurofibrossarcoma (manchas marrom – claro) Hemangioma • Neoplasia caracterizada pela proliferação de vasos • Normalmente congênito • Tamanho e forma variável • Cor vermelho – azulada • Tipos histológicos: capilar, cavernoso e celular Cavernosos: vasos de grande calibre Capilares: vasos de pequeno calibre Celular: proliferação de células endoteliais 45 • Tratamento: expectante, cirúrgico e agentes esclerosantes. • Pode ser visualizada a formação de manchas e lesões no nascimento = hamartoma. • Quanto mais extensa a lesão, pior é para tratar. • Exames complementares: diascopia / cintilografia de hemácia marcada • Síndrome de Sturge – Weber É caracterizada por manchas vinho do porto, que acontece na hemi face, acompanhando o nervo trigêmeo (pode ser o maxilar, mandibular ou oftálmico). Pode ter envolvimento em região do cérebro (leptomeninge). Não tem como tratar. Linfangioma • Proliferação dos vasos linfáticos • Crescimento difuso com superfície irregular e moriforme • Coloração rósea • Vasos dilatados próximos ao epitélio e com endotélio • Em área de trauma – gera ulcerações e infecções • Tratamento cirúrgico • Muito comum em região de língua • Crianças podem nascer com esse tipo de alteração, podendo acometer região de pescoço (Higroma Cístico) – múltiplos linfogiomas. Lipoma • Neoplasia caracterizada por presença de tecido adiposo • Incomum em cavidade bucal • Nódulo pediculado ou não / submucoso. • Indolor • Coloração amarelo ou rosa • Mucosa jugal, língua, lábio e assoalho bucal Característica muito comum são os vasos linfáticos bem próximos ao epitélio. Como a língua é um órgão comum de trauma, pode gerar dor e infecções. 46 • Envolvimento por uma cápsula fibrosa (facilita a excisão) • Tratamento: excisão cirúrgica conservadora. • O lipoma fica boiando no frasco de formol Histologicamente • Proliferação de células gordurosas maduras (lipócitos) • Circunscritas por fina cápsula fibrosa CAPÍTULO 8: DESORDENS POTENCIALMENTE MALIGNAS Introdução Conceito: são alterações nos tecidos normais da boca que podem ou não serem precursoras de neoplasias malignas, sendo a neoplasia maligna mais comum, o carcinoma epidermóide. Câncer: somente maligno. Neoplasia: benigna ou maligna Condições Cancerizáveis • Alterações imunológicas • Síndrome de Plummer – Vinsen • Xeroderma Pigmentoso Síndrome de Plummer • Caracterizada por disfagia / anemia ferropriva / glossite atrofica / queilite angular / membrana esofágica • Incidência em mulheres após a menopausa 47 • Afecção rara mas que deve ser acompanhada de perto pelo potencial de malignização Xeroderma Pigmentoso • É uma doença genética caracterizada pela deficiência nos mecanismos de reparo de determinados danos que ocorrem no DNA, particularmente aqueles induzidos pela radiação UV. DESORDENS POTENCIALMENTE MALIGNAS • Leucoplasias / Eritroplasias / Queilite Actiníca Leucoplasia • Placa ou mancha branca que não pode ser caracterizada clinica ou patologicamente como nenhuma outra lesão (OMS 2005) • Diagnóstico: realizar o exame anatomopatológico / diagnostico por exclusão. Características clínicas • Incidência • Pacientes maiores de 40 anos • Predileção por homens • Transformação maligna varia de acordo com a apresentação clinica • Placa ou mancha branca 48 • Localizada: borda lateral e ventre de língua / assoalho / mucosa alveolar / lábio / palato mole / gengiva inserida. • Forma homogênea • Forma não homogênea • Não pode ser maligna Agentes etiológicos Características Histológicas • Tabaco - Acantose • Álcool - Hiperqueratose • Sanguinária - Atipia • Radiação UV • Microrganismos (treponema pallidum) • Agentes biológicos • Dieta Leucoplasia Verrucosa Proliferativa • Mulheres • Idade mais avançada • Começa com foco pequeno e vai aumentando • Histologicamente vão progredindo ate se transformar em carcinoma invasivo • Pacientes não fumantes • Aspecto de couve flor, irregular e não plana • Esbranquiçada • Tratamento: remoção cirúrgica enquanto houver displasia 49 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM: • Estomatite Nicotínica - Uso prolongado de tabaco / cigarro / narguilé - Palato duro e mole - Pápulas com centro avermelhados - Interrupção do fumo - Tratamento: interrupção do fumo • Linha Alba - É uma linha branca ondulada - Mucosa jugal / oclusão - Causada por bruxismo ou pressão negativa oral - Bilateral / não requer tratamento • Nevo Branco Esponjoso - Lesões brancas esponjosas, pregueadas - Padrão bilateral e simétrico - Mucosa jugal / labial - Padrão autossômico dominante • Leucoedema 50 - Variação comum - Raça negra - Bilateral - Edema intracelular OBS: livro Neville – Estomatologia SISTEMA DE GRADUAÇÃO DAS DISPLASIAS • Terços da camada basal • Presença de atipia • Graus: leve, moderada e severa • Carcinoma in situ AlteraçõesEpiteliais Arquiteturais • Estratificação irregular • Inversão da polaridade (núcleo voltado para epitélio) • Projeção em gota • Aumento do n° de mitoses (1 mitose = aumento do n° de mitose) • Mitoses em camadas altas do epitélio • Queratinização prematura das células (maturação errada) • Presença de perola córnea nas projeções epiteliais SISTEMA BINÁRIO • Critérios arquiteturais e citológicos da OMS • Baixo risco: menos de 4 alteracoes arquiteturais e menos de 5 variações celulares • Alto risco: 4 alterações arquiteturais e mais de 5 variações celulares. 51 Transformação maligna • Sexo / idade • Leucoplasia em pacientes não fumantes • Tempo • Localização • Atipia celular Características clinicas - Homogêneas espessas - Granular ou verruciforme - Eritroleucoplasias - Displasia moderada - Displasia severa OBS: o critério adotado para o potencial de malignização de uma lesão leucoplásica baseia-se na presença de atipia epitelial e sua graduação. Diagnóstico: eliminação de possíveis causas / biopsia. Azul de Toluidina • Objetivo: corar o material nuclear de células neoplásicas • Bochechos com água por 20s • Bochecho com acido acético a 1% por 20s • Secagem da área com gaze ou algodão • Aplicação da solução de azul de toluidina nas áreas suspeitas • Bochecho com acido acético a 1% por 20s • Bochecho com água por 20s 52 Tratamento das Leucoplasias - Excisão cirúrgica - Eletrocautério - Crioterapia - Laser de CO2 - Vitamina A ERITROPLASIA • Placa ou mancha vermelha que não pode ser caracterizada clinica ou patologicamente como nenhuma outra lesão de origem física / inflamatória • Agentes etiológicos: tabaco e álcool Características clinicas • Lesão avermelhada, plana, textura macia bem delimitada, contorno irregular • Lesão infreqüente • Paciente de meia idade / idosos • Sem predileção de gênero • Assintomática • Localização: assoalho / borda de língua / mucosa jugal / palato mole • Forma homogênea: atipia severa • Forma intercalada: eritroleucoplasia • Forma mosqueada: grânulos brancos DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA ERITROPLASIA 53 • Candidose eritematosa • Líquen plano erosivo • Hematoma • Hemangioma • Sarcoma de Kaposi Características Histológicas da Eritroplasia • 90% apresentam atipia epitelial / carcinoma in situ ou epidermóide Tratamento: excisão cirúrgica / radioterapia QUEILITE ACTÍNICA • Alteração tecidual em lábio inferior causada por excessiva exposição a radiação UV • Paciente de pele clara • Exposição ao sol • Maior incidência em homens • Mutações no gene supressor de tumor P53 • Transformação maligna 10% • Lábio inferior ressecado + edema + placa branca ou vermelha • Ulcera, fissura e crostas • Perda do limite entre lábio e pele Diagnostico diferencial: com o ceratoacantoma // carcinoma epidermóide Característica Histológica • Hiperplasia • Atrofia • Atipia epitelial 54 • Degeneração basofílica do colágeno (elastose solar) • Infiltrado inflamatório mononuclear. Tratamento da Queilite • Vermelhectomia (remoção de todo lábio do paciente) • Eliminar a exposição do sol LÍQUEN PLANO • Doença dermatológica crônica que frequentemente acomete a boca • Potencial de transformação maligna = bem discutível • Mais presente na forma erosiva Características clinicas – forma erosiva • Sintomática • Lesões atróficas / eritematosa / ulcerada • Gengivite descamativa (penfigoide benigno de mucosa e pênfigo vulgar) Característica clinica – forma reticular • Assintomática • Acomentimento bilateral • Mucosa jugal, borda lateral de língua e gengiva • Estrias de Wickham 55 Característica Histológica • Perda de nitidez da camada basal • Infiltrado inflamatório disposto em banda junto ao epitélio • Hiperqueratose Tratamento • Quando necessária, a terapêutica é realizada por meio do uso de corticoterapia local ou sistêmica. Dificuldades: possibilidade de recorrência pós – tratamento (cancerização de campo) / biopsia não representativa. CAPÍTULO 9: CÂNCER DE BOCA Epidemiologia do Câncer de boca • 95% carcinoma epidermóide - epitélio da mucosa oral (+ comum) • 5% outros (carcinoma de glândula salivar / sarcomas / osteossarcomas) • Pacientes acima de 50 anos • Predominância do sexo masculino 3:1 • Pacientes fumantes e etilistas. Manejo do paciente: o prognostico não vai ser igual para todos os pacientes. Vai depender da idade, localização, imunodeficiência e biopsia. 56 Fatores de Risco Fumo • Cigarros, charutos, narguilé, cachimbo, mascar tabaco • 20 cigarros por dia possui risco 10 vezes maior • 60 substancias carcinógenas (alcatrão, nitrosamina, benzopirenos, amina aromática). São substancias presente em cigarros e derivados que atuam sobre o tecido epitelial, modificando os gens. Álcool • Efeito sinérgico ao fumo (potencializa o risco – 24 vezes maior para o desenvolvimento de câncer) • Uso isolado: 2,5 vezes maior • Mecanismos de ação: - Efeito local pelo contato - Age como solvente dos carcinogenos presentes no tabaco - Enzimas microssomais que ativam os carcinógenos - Dano produzido pelo etanol e seus metabolitos - Deficiência nutricional associada ao alcoolismo. 57 Fatores Físicos – Mecânicos • Radiação UV: fator de risco importante dependendo do tempo de exposição, intensidade e quantidade de pigmentação do tecido. Promovem falha no reparo do DNA,levando erro de transcrição. • Calor: aumento da temperatura da mucosa oral e efeito sinérgico com a carcinogênese química – uso de cachimbo leva a um aumento da incidência de câncer de lábio. • Traumatismos crônicos: possui pouca fundamentação experimental ou epidemiológica como fator mutagênico. Vírus • HPV: encontrado em 33 a 50% dos carcinomas epidermóides da boca • HPV 6 ,16 e 18 • Mecanismo de ação: bloqueiam os genes supressores de tumor Características Clínicas dos Carcinomas • Ulcera com fundo necrótico e bordas elevadas (crescimento endofítico) • Aspecto verrucoso (crescimento exofítico) • Áreas leucoplásicas ou eritroplásicas • Fase inicial: assintomático • Invasão de estruturas adjacentes = causa dor em lesões extensas • Metástase em linfonodos - 21% apresentam metástase no momento do diagnostico - Linfonodo duro, rígido e de tamanho maior. Câncer de língua em borda pode gerar dor no ouvido. Isso acontece por causa do nervo corda do tímpano. 58 Localização Anatômica • Borda de língua • Lábio inferior • Assoalho de boca • Gengiva • Palatos Carcinoma: apresenta como principal característica uma metástase loco regional (linfonodo duro, fixo e indolor). Normalmente podem infiltrar o tecido ósseo, necessitando de mandibulectomia. Diagnóstico diferencial Em Relação ao Carcinoma Epidermóide Lesões Ulceradas com Destruição Tecidual • Paracoccidioidomicose • Tuberculose • Hanseníase • Histoplasmose • Sífilis • Sialometaplasia necrotizante • Granuloma letal mediano Obter o diagnostico através da realização de biopsia incisional e submeter a exame anatomopatológico. 59 Características Histológicas • Proliferação das células da camada espinhosa dispostas sob forma de ninho, cordão ou isoladas. • Invasão da lâmina própria e submucosa – tecido conjuntivo • Atipia epitelial (hipercromatismo, mitoses atípicas, pleomorfismo, queratinização epitelial ou perolas córneas) Sistema TNM de Classificação Clínica • T: tumor primário • N: linfonodos regionais • M: metástase a distancia TX: não pode ser avaliado T0: não há evidencia de tumor primário - Quanto maior o T pior o prognostico TIS: carcinoma in situ T1: tumor com2cm ou menor T2: tumor com + de 2 cm e até 4cm em sua maior dimensão T3:tumor com + de 4 cm T4: invade estruturas adjacentes NX: não podem ser avaliados 60 N0: ausência de metástase em linfodonos regionais N1: linfonodo único, homolateral com ate 3 cm N2:linfonodo entre 3 a 6cm de diâmetro - n2a: único e homolateral - n2b: múltiplo e homolateral - Quanto maior o N pior o prognostico. - n2c: bilateral N3: linfonodo com mais de 6cm de diâmetro. MX: presença de metástases que não podem ser avaliadas M0: ausência de metástase a distancia M1: metástase a distancia Estadiamento Clínico Estádio 0: TIS / N0 / M0 Estádio 1: T1 / N0 / M0 Estádio 4: T4 / N0 / M0 Estádio 2: T2 / N0 / M0 - qualquer T / n2 n3 / M0 Estádio 3: T3 / N0 / M0 - qualquer t / qualquer N / M1 T1 / N1 / M0 T2 / N1 / M0 T3 / N1 / M0 Tratamento: cirurgia / radioterapia / quimioterapia – o tratamento depende do T 61 CAPÍTULO 10: ONCOLOGIA Papel da Odontologia no Tratamento Oncológico • Cirurgia • Radioterapia • Quimioterapia Atuação do Dentista na Cirurgia • Profilaxia (adequar o meio) • Planejamento de próteses imediatas • Relação de dentes com enxertos • Amarrias e contenções dentárias • Conduta em caso de radioterapia seqüencial. Radioterapia • Modalidade de tratamento cujo agente terapêutico (radiação ionizante) é responsável pela morte celular ou pela perda da capacidade reprodutiva. • A radioterapia atinge tanto tecido sadio quanto tecidos neoplásicos. • Qual a localização em que haverá radiação // dosagem de radiação aplicada. • O dentista tem como papel nessa área, informar todas as alterações que podem acontecer com o paciente submetido. (efeitos deletérios) • Serão feitas de 28 a 30 aplicações, dependendo do tamanho do tumor. • Teleterapia: paciente deita em uma mesa com acelerador linear, que através da energia elétrica, desenvolve a radiação ionizante (campo externo) 62 • Braquiterapia: quando há radiação diretamente no local do tumor, com um aparelho que leva essa fonte radiativa até o tumor. (campo interno) – técnica da semente de ouro (são sementes radioativas implantadas no tumor). Conduta Odontológica Pré Radioterapia – Avaliar: • Dose e campo de radiação • Prognóstico oncológico (envolve glândula salivar / tecido ósseo?) • Condições sociais do paciente • Dispor de recursos para realizar o tratamento • Determinar os dentes no campo de radiação que não são passiveis de tratamento • Exodontias totais ou seletivas: incluir os dentes com bolsas de 5mm ou + em bi ou trifurcação e dentes com cáries avançadas. • Orientações quanto aos efeitos secundários da radioterapia • Examinar a cavidade oral e determinar a capacidade física e mental para tomar os cuidados do dia / dia. (efeitos imediatos ou tardios) Conduta Odontológica TRANS Radioterapia • Tratamento da mucosite • Alívio sintomático • Cuidados odontológicos. Paciente pode apresentar efeitos mediante a radioterapia como a mucosite (ulcerações na mucosa, eritema, gerando dor). Orientar quanto aos cuidados de higiene que o paciente deve ter durante o processo, podendo passar soluções anti inflamatórias. 63 Conduta Odontológica PÓS Radioterapia • Prevenção de cárie (cárie de radiação – rampante) • Tratamento conservador • Reabilitação protética. EFEITOS IMEDIATOS DA RADIOTERAPIA • Mucosite • Alterações da microflora (aparecimento de Cândida albicans por causa da xerostomia) • Xerostomia • Perda de paladar (hipogeusia e disgeusia) • Radiodermite (processo inflamatório na pele) MUCOSITE • É conseqüência dos efeitos tóxicos da radioterapia e quimioterapia • Ocorre quando a dosagem de radiação for superior à 180 cGy/dia ou dose cumulativa superior à 1800 – 2000 cGy • Clinicamente: desconforto, eritema, edema e ulceração (evolução) • As células da mucosa oral tem grande capacidade de replicação (turnover) por isso pode sofrer efeitos dos dois tratamentos. • A radiação atua diretamente sob a mucosa e causam os efeitos diretamente no tecido, durante o processo de radioterapia. Terminadas as sessões, não há mais. Classificação das Mucosites • Graduação de acordo com os sinais e sintomas clínicos A Mucosite pode gerar: infecções locais ou sistêmicas, dor e desconforto, disfagia, desenvoltura de febre. Se esse quadro evoluir para grau III ou IV, pode gerar dificuldade para se alimentar, fazendo com 64 - 0: sem sinal clinico - I: mucosa esbranquiçada e desconforto - II: eritema com dor leve - III: pseudomembrana branca com dor moderada -IV: ulcerações com dor intensa Prevenção da Mucosite Tratamento da Mucosite • Avaliação odontológica prévia - Antifúngico / Clorexidina • Higiene oral adequada - Sulfato de alumínio • Profilaxia antimicrobiana local - Vitamina E • Laser de baixa potencia - Xilocaína gel a 2% • Bochecho com clorexidina sem álcool - Chá de Camomila 4-6 x / dia Métodos Não Farmacológicos • Crioterapia: beber água gelada / derreter gelo na boca • Laser de baixa potencia: estimula a reparação tecidual / apresenta efeito analgésico RADIODERMITE • Inflamação do tecido da pele, como se fosse queimadura • Paciente apresenta: eritema, edema, queimadura e prurido EFEITOS TARDIOS DA RADIOTERAPIA Sulfato de alumínio e vitamina E: agem reparado os tecidos ulcerados com ação anti inflamatória. Xilocaina: auxilia no controle da dor 65 XEROSTOMIA • Causada porque a radiação causa uma destruição dos ácinos da glândula salivar, serosos e mucosos, o que resulta na substituição por tecido mais fibroso, sendo irreversível. • Sua manifestação ocorre mais intensamente quando a dosagem de radiação cumulativa for superior a 4000 cGy • Alterações na quantidade e qualidade da saliva • Sua intensidade depende da dose e do campo irradiado. • Efeito acumulativo – depende da dosagem de radiação colocada sob o tecido glandular. • Mucosa ressecada, brilhante, com fissuras, ulcerações e saliva viscosa e espessa (quando presente). Podem apresentar infecções por cândida Tratamento • Lubrificação labial com vaselina ou manteiga de cacau • Gel umectante / saliva artificial • Gotas de suco de limão • Cloridrato de pilocarpina 2% (colírio) – 4 gotas 2x ao dia OSTEORRADIONECROSE • É uma das complicações mais graves da radioterapia. 66 • Mais comum em mandíbula e com doses cumulativas acima de 6000 cGy • Pode ser ocasionada por trauma local (próteses, exodontia,infecções locais) Alterações Celulares • Hipovascularização • Hipóxia • Hipocelularidade (pouca célula de defesa) • Endarterite Obliterante* • Podem ser ocasionadas necroses do tecido ósseo • Presença de bactérias anaeróbias *Fechamento da luz do vaso / diminuição do vaso – passa menos sangue, menos células de defesa e menos oxigênio. A resposta do tecido ósseo vai ser pequena, não cicatrizando. Tratamento • Clinico: irrigações com soluções anti – sépticas (clorexidina, água oxigenada e polvidine) • Medicamentoso: analgésico e antibióticos (clindamicina) • Cirúrgico: sequestrectomia, remoção dos tecidos necrosados e ressecções • Oxigenação hiperbárica*: produz aumento da tensão de oxigênio nos tecidos ósseos • Terapia de suporte A necrose pode evoluir ate gerar fratura do osso, podendo complicar a reconstrução do tecido 67 Oxigenação Hiperbárica* - Hiperoxigenação - Proliferação fibroblástica - Neovascularização - Aumento na formação óssea e mineralização - Bactericida / Bacteriostático Indicações: osteorradionecrose / extrações / reconstruções maxilofaciais / implantesProtocolo: 20 sessões antes da cirurgia / 10 sessões após a cirurgia / pressão de 2 a 2.4 ATM CÁRIE DE RADIAÇÃO • Ocorre devido ao efeito da radiação nos tecidos dentários • Evolução rápida • Inicia-se na região cervical dos dentes, com áreas de calcificações • Pode ocorrer amputação da coroa • O elemento dental fica muito amolecido e quebradiço • Coloração na cervical enegrecida / preta • Apresenta dor intensa • Os pacientes devem ser muito bem orientados: utilizar dentifrícios com flúor / moldeiras Tratamento • Restaurador • Amputação da coroa dos dentes destruídos (cortar a coroa e tratar o canal) • Orientação de higiene e evidenciação de placa bacteriana • Acompanhamento freqüente • Gel de fluoreto de sódio a 1 – 2% neutro 1x / dia por 5 a 10 minutos 68 TRISMO • Dependem da dose e local irradiado • Fibrose dos músculos da mastigação • A radiação ocasiona fibrose da cápsula da ATM • Radiação que envolve a ATM / abertura e fechamento de boca. Tratamento • Fisioterapia • Relaxantes musculares • Próteses radíferas, são confeccionadas para auxiliar na aplicação de braquiterapia QUIMIOTERAPIA • Mucosite • Xerostomia • Hemorragia Efeitos Tardios • Distúrbios de desenvolvimento • Distúrbios de odontogênese - Nanismo radicular - Fechamento prematuro dos canais - Microdontia - Hipodontia 69 - Taurodontismo - Calcificação incompleta - Dilaceração radicular OSTEONECROSE • Definição: exposição óssea / osso necrótico (necrose avascular) • Etiologia: trauma e uso de medicações que interferem no processo de cicatrização do osso • Medicação mais comum: bisfosfonato (utilizada em pacientes com osteoporose). Atua inibindo a ativação dos osteoclastos. Bisfosfonatos • Unem-se a hidroxiapatita do osso • Excretado pela urina • Fatores inibidores da atividade osteoclástica (reabsorção óssea) • Altera a remodelação e deposição óssea fisiológica São utilizados nos tratamentos de: - Osteoporose - Hipercalcemia - Doença de Paget - Mieloma - Tumores sólidos metastáticos nos ossos (mama, pulmão e próstata) Fatores de Risco • Natureza da droga 70 • Via de administração (endovenosa / oral) • Duração do tratamento • Pacientes fumantes e etilistas • Diabetes • Grau de imunossupressão • Uso de outras medicações (quimioterapia e corticosteróide) • BFS podem ficar no osso de 5 a 10 anos Fatores Locais que podem desenvolver Osteonecrose • Estado de saúde oral • Presença de infecção • Cirurgias orais: extrações, periodontal, endodontica, prótese mal adaptada. 71 CAPÍTULO 11: PATOLOGIAS ÓSSEAS Introdução • As patologias ósseas estão relacionadas com infecções do tecido ósseo. • Há alguns fatores que podem influenciar na presença dessas patologias. • Medicamentos anti – reabsortivos, anti – angiogênicos e radioterapia. Infecções do Tecido Ósseo Osteomielite de Garré • Decorrente de infecções dentais em pacientes jovens • Localização: região posterior de mandíbula • Clinicamente: aumento volumétrico, duro, sintomatologia dolorosa • Radiografia: casca de cebola (lâminas de tecido ósseo) • Tratamento: endodôntico ou exodontia • Exame complementar: tomografia computadorizada Osteíte Condensante • É um quadro de opacificação do tecido ósseo • Associada a dentes com pulpite crônica 72 • Cicatrização do alvéolo de um dente extraído • O osso fica mais compacto • Não há tratamento Tórus • São crescimentos ósseos relacionados ao desenvolvimento • Crescimento ósseo benigno e assintomático • Palatino: mulheres, porção mediana do palato duro • Mandibular: região de pré molar na porção lingual, bilateral (+ comum) • Tratamento: remoção cirúrgica quando necessário para próteses. Exostose • Crescimento ósseo submucoso • São nodulares, solitários ou múltiplos • Assintomático • Mais frequente na porção posterior vestibular dos rebordos • Acomete maxila e mandíbula • Tratamento: remoção cirúrgica quando necessário para prótese. 73 Doença de Paget do Osso (não é de célula gigante) • Caracterizada por deposição e reabsorção anormal do osso • Clinicamente: crescimento lento, progressivo, consistência óssea (40 anos de idade) • Tratamento: sintomático / cirurgia cosmética. • Pode ser chamada de osteíte deformante. Cisto Ósseo Traumático • Etiologia controversa • É um pseudocisto porque não tem epitélio • Pacientes em 1ª e 2ª década de vida em mandíbula • Pode apresentar conteúdo hemorrágico / seroso quando fizer a punção • Clinicamente: assintomática com abaulamento ósseo • Radiografia: imagem radiolucida bem delimitada • Tratamento: cirúrgico drenagem Lesões de Células Gigantes • Todas as lesões de células gigantes possuem a mesma característica histológica: Presença de células gigantes multinucleadas, em estroma bastante vascularizado com células fusiformes. 74 • Diagnostico diferencial com lesões multiloculares. • O que vai diferenciar essas lesões: radiografia, características clínicas. Lesão Central de Células Gigantes • Origem controversa • Maior incidência em crianças e jovens • Clinicamente: lesão expansiva provocando deformidade óssea • Radiografia: imagem radiolúcida multilocular • Tratamento: cirúrgico Querubismo • Doença hereditária autossômica dominante • Ocorre em crianças • Clinicamente: aumento volumétrico, mandíbula e maxila, uni ou bilateral • Diagnostico diferencial: LCG, tumor marrom • Conduta: expectante / cirurgia cosmética 75 Tumor Marrom • É decorrente do hiperparatireoidismo primário ou secundário • Clinicamente: lesão radiolúcida, expansiva, desaparece a lâmina dura • Histologia: semelhante a lesão de células gigantes • Tratamento: hormonal ou cirúrgico (glândula paratireoide) DICAS DA GI: Muita gente tem em mente que as lesões odontológicas são parecidas em alguns aspectos. Em patologias ósseas, uma dica que posso dar e que me ajudou muito, é ver o aspecto radiográfico, que difere de uma lesão para a outra. 76 CAPÍTULO 12: LESÕES FIBRO – ÓSSEAS Tudo Introdução • As lesões fibro – ósseas são grupos caracterizados pela substituição de um tecido ósseo normal por um tecido fibro – ósseo. • A imagem radiográfica pode ser radiolúcida com radiopacidade (imagem mista). A radiopacidade depende do momento da formação do tecido fibro – ósseo. Displasia Fibrosa • Causa aumento importante do tecido ósseo • Pode ser Displasia Fibrosa Monostótica ou Poliostótica • É uma lesão de crescimento lento onde o osso começa a ter a mudança em relação a sua característica inicial. O crescimento é progressivo. Características • Doença que acomete jovens e crianças durante o crescimento ósseo 77 • Clinicamente: aumento volumétrico de consistência óssea • Radiografia: imagem mista e difusa (aspecto de vidro despolido) • Conduta: conservadora / cirurgia cosmética • Histologia: tecido fibroso que forma osso imaturo. • Exames complementares: cintilografia óssea e tomografia Displasia Cleidocraniana • É caracterizada por hipoplasia / aplasia da clavícula • Paciente apresenta anormalidades crânio – faciais • Presença de dentes supranumerários e retardo na erupção. • Pode ser chamada de Disostose Cleidocraniana • Tratamento: dentário com ortodontia, acompanhamento da erupção dos dentes. Osteoma • É um tumor benigno ósseo (é raro em maxila) • Maior incidência em adultos jovens • Acomete a mandíbula • Clinicamente: crescimento lento e assintomático • Acomete: corpo e ângulo de mandíbula 78 • Radiografia: imagem radiopaca bem delimitada • Exame complementar: colonoscopia • Tratamento:
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