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APELAÇÃO PETICAO PENAL 4

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DOUTO JUÍZO DA 9ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS
Protocolo nº. XXXX
Requerente: JOSIANE ALMEIDA, devidamente qualificada, no processo pelo crime que lhe é movida pela JUSTIÇA PÚBLICA, in fine pelo seu advogado vem respeitosamente perante Vossa Excelência com fundamento no artigo 593, CPP, interpor o
RECURSO DE APELAÇÃO
Cujas razões seguem em anexo, que seja conhecido e provido presente recurso.
Termos em que,
Pede o deferimento.
Belo Horizonte, 30 de novembro de 2018.
Advogado XXXX
OAB/MG XXXX
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1º REGIÃO
Recorrente: JOSIANE ALMEIDA
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Acórdão nº. XXXX
EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA CÂMARA CÍVEL
ÍNCLITOS JULGADORES
RAZÕES DO RECURSO
Pelos fatos, fundamentos e do pedido que passa a expor:
I – DOS FATOS
Alega o(a) representante do Ministério Público, UNICAMENTE COM BASE EM UM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO EXTRAJUDICIAL, instaurado pelo diretor-geral da Caixa Econômica, Sr. Valdemar, localizada em Belo Horizonte-Minas Gerais, que no dia 08 de julho de 2018, a denunciada Sra. Josiane Almeida, funcionária da Caixa Econômica em questão, teria sem anuência da Sra. Margarida, cadastrado senha de sua conta, bem como solicitado um cartão magnético de n° 60310291182091, e a partir disso, efetuado diversos saques entre julho e agosto do ano corrente. 
 Diante de tal procedimento administrativo, o (a) Douto (a) representante do órgão ministerial, ofereceu denúncia em face da Sra. Josiane Almeida, por crime de peculato, previsto no art. 312 do CPB, do qual, posterior a apresentação de defesa preliminar, foi recebida a denúncia por esse Douto Juízo, designando data de audiência. 
Em síntese, são os fatos. 
II – DO MÉRITO/FUNDAMENTAÇÃO
Nobres, em que pese o apelante ter sido condenado, não foi produzida prova concreta de que este tenha efetivamente praticado o delito em questão.
Princípio do “in dubio pro reo” implica em que na dúvida interpreta-se em favor do acusado, sendo perceptível a adoção implícita deste princípio no Código de Processo Penal, na regra prescrita no artigo 386, CPP.
O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
I - Estar provada a inexistência do fato;
II - Não haver prova da existência do fato;
III - Não constituir o fato infração penal;
IV - Estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
V - Não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
VI - Existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
VII - Não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Pede-se Absolvição do RÉU por faltas de provas, hodiernamente, doutrina e jurisprudência já possuem entendimento que: a insuficiência de provas da acusação autoriza a absolvição do condenado, posto que exige as regras do Processo Penal a certeza quanto a prática do crime, desservindo para tanto meras crenças ou suposições.
APELAÇÃO CRIME. LESÃO CORPORAL. ANSOLVIÇÃO. IN DUBIO PRO REO.
É débil a prova incriminadora indicada, de maneira que não há certeza sobre a dinâmica dos fatos e versão defensiva se sustenta com significado respaldo, tal qual a narrativa acusatória. Laborando a dúvida em favor dos acusados, impõe-se a absolvição de ambos das imputações feitas na denúncia.
Prejudicado o apelo ministerial referente à pena. RECURSO DEFENSIVO PROVIDO. RECURSO MINISTERIAL PREJUDICADO. (Apelação Crime Nº 70079340352. Segunda Câmara Criminal. Tribunal de Justiça do RS. Relator: Rosaura Marques Borba. Julgado em 31/01/2018.
 O caput do artigo 59 da lei penal que estão elencados os critérios norteadores da fixação da pena na primeira etapa do procedimento trifásico:
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Diante isso, resta evidente que a absolvição é de rigor, devendo haver a reforma da sentença questionada, pois no processo penal uma condenação deve estar embasada em prova inequívoca, o que não ocorreu neste caso.
Cumpre-se ressaltar que o requerente é primário, possui residência fixa e trabalho lícito, conforme documentos acostados nos autos.
É o que espera. Pede deferimento.
III– LEGITIMIDADE E INTERESSE DE AGIR:
Como sabemos, toda pessoa humana tem o direito de ser presumida inocente. Esse é um princípio fundamental de direito, expressamente referido no artigo XI da Declaração Universal dos Direitos Humanos aprovada pela ONU em 1948. A partir daí esse princípio foi sendo incorporado ao sistema jurídico dos Estados, tendo hoje acolhida praticamente universal. No sistema jurídico brasileiro o princípio da presunção de inocência está expressamente afirmado na Constituição, em seu artigo 5º, inciso LVII, onde claramente está proclamado que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, ou seja, todos serão presumidos inocentes até que ocorra o trânsito em julgado de uma sentença penal condenatória.
Está aí a consagração constitucional do princípio da presunção de inocência, cujo respeito é de fundamental importância para a efetiva garantia dos direitos fundamentais da pessoa humana. Esse princípio, que atualmente vem sendo referido com frequência pelos meios de comunicação, tem sido objeto de comentários e análise por eminentes juristas. Observe-se, aliás, que essas referências decorrem do fato de que se trata de uma temática que vai muito além das especulações de natureza teórica, mas é de interesse de todas as pessoas por sua influência na vida prática. 
Diante ao exposto, pedimos que em homenagem à presunção de inocência, seja reformada a sentença.
IV – PEDIDOS:
Antes o exposto, requer a V. Exas. O conhecimento e provimento de recurso, pois haja a reforma da Sentença e consequentemente:
a) ABSOLVIÇÃO do apelante, nos termos do artigo 386, inciso V, VI e VII do Código de processo Penal, haja vista que não há prova concreta e inquestionável para sustentar uma condenação, prevalecendo o princípio do in dúbio pro réu.
b) Caso não seja a absolvição o entendimento de V. Exas., pelo princípio da eventualidade, que seja acolhida a tese de DESCLASSIFICAÇÃO para o delito.
c) Por derradeiro, caso entendam pela condenação do requerente, o que não se espera, requer a APLICAÇÃO DA PENA NO MÍNIMO LEGAL, com a devida aplicação do § 4º do artigo 33 da lei 11.343/06, analisando as circunstâncias pessoais favoráveis (artigo 59, inciso IV. Do Código Penal) e conversão em penas restritivas de direitos, de acordo com o artigo 44 do Código Penal, posto que preenche todos os requisitos.
Para a efetivação da justiça, direitos e garantias asseguradas a toso os cidadãos, e por tudo evidenciado nos autos, revela-se mais adequada, razoável e humana, a revisão da decisão ora questionada, o acatamento dos argumentos e total procedência dos pedidos formulados.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Belo Horizonte, 03 de dezembro de 2018.
Advogado XXXX
OAB/MG XXXX

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