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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS – UEG UNIDADE UNIVERSITARIA DE PALMEIRAS DE GOIAS ENGENHARIA AGRONÔMICA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA TRATORES PROF. JOÃO CARLOS MOHN NOGUEIRA GOIÂNIA – GOIÁS 2018 2 ÍNDICE MECANIZAÇÃOAGRÍCOLA 03 1 - Definição e Formas de Mecanização............................................. 03 2 - Objetivo da Mecanização............................................................... 03 3 - Histórico da Mecanização.............................................................. 03 TRATOR 06 1 - Conceito de Trator........................................................................... 06 2 - Causas da Evolução dos Tratores................................................. 06 3 - Conseqüências da Evolução dos Tratores..................................... 06 4 - Funções Básicas dos tratores........................................................ 07 5 - Classificação dos tratores.............................................................. 07 5.1 - De Acordo com o Tipo de Rodado................................................. 07 5.2 - De Acordo com a Conformação dos Chassis................................. 06 6 - Estrutura Básica de um Trator........................................................ 08 6.1 - Motor.............................................................................................. 08 6.2 - Sistema de alimentação de Combustível....................................... 09 6.3 - Sistema de Purificação de Ar......................................................... 09 6.4 - Sistema de Lubrificação do Motor.................................................. 10 6.5 - Sistema de Arrefecimento do Motor............................................... 11 6.6 - Sistema Elétrico.............................................................................. 12 6.7 - Sistema de Transmissão................................................................ 12 6.8 - Sistema Hidráulico.......................................................................... 14 6.9 - Sistema de Locomoção e Frenagem.............................................. 14 7 - Conceito Básico de Tração............................................................ 16 8 - Cálculo do Custo de Hora/Máquina................................................ 8.1 - Trator.............................................................................................. 17 8.2 - Arado.............................................................................................. 17 8.3 - Grade Aradora/Niveladora e Cultivador......................................... 17 8.4 - Semeadora/Adubadeira................................................................. 17 8.5 - Operador........................................................................................ 17 9 - Cálculo do Índice de Patinagem..................................................... 18 10 - Rendimento de Operações Agrícolas............................................. 18 10.1 - Rendimento Operacional................................................................ 18 10.2 - Capacidade de Campo Efetiva - CCE............................................ 18 10.3 - Capacidade de Campo Operacional - CCO................................... 18 10.4 - Rendimento de Campo Efetivo - RCE............................................ 19 10.5 - Disponibilidade de Tração – DT..................................................... 19 10.5 - Ritmo Operacional.......................................................................... 19 10.6 - Número de Conjuntos Motomecanizados ...................................... 19 11 - Determinação de Potencia Útil dos Tratores Agrícolas.................. 19 12 - Operações Agrícolas....................................................................... 21 13 - Observações................................................................................... 21 14 - Referências..................................................................................... 21 MANUTENÇÃO DE MAQUINAS E IMPLEMENTOS...................... 23 1 - Introdução....................................................................................... 23 2 - Conceito.......................................................................................... 23 3 - Importância...................................................................................... 23 4 - Aspectos visados pela manutenção................................................ 23 5 - Manutenções Periódicas................................................................. 28 6 - Controle de Manutenção................................................................. 28 7 - Cuidados com o trator quando irá ficar longo tempo parado.......... 28 8 - Recomendações Finais................................................................... 29 9 - Referências..................................................................................... 29 Anexo 01 – Ficha de Controle......................................................... 30 Anexo 02 – Ficha de Controle......................................................... 31 Anexo 03 – Ficha de Controle de Pulverização Aérea.................... 32 RISCOS NO USO DO TRATOR AGRÍCOLA.................................. 33 Referências..................................................................................... 39 3 MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA As propriedades agrícolas modernas apresentam cada vez mais um elevado índice de mecanização, devido ao aumento do custo da mão de obra, porém, o custo da mecanização na produção agrícola também é alto, podendo chegar até 40% do custo total. Diante deste fato é necessário que as operações agrícolas apresentem máxima eficiência. Nos tratores, normalmente perde-se entre 20 3 45% da potência gerada no motor, para os implementos, portanto a primeira reação a isso é a aquisição de tratores mais potentes, o que acarretam redução do tempo de trabalho. O trator agrícola é a principal fonte de potência na agricultura, utilizado em conjunto com diversos implementos e máquinas na realização de várias tarefas. Desde o preparo do solo, semeadura, controle fitossanitário e transporte, dentre outras. 1 DEFINIÇÃO Mecanização Agrícola é o estudo aplicado das máquinas e implementos agrícolas visando sua utilização racional. O planejamento das operações com maquinas e implementos agrícolas se baseia em quatro perguntas: O que fazer? Como fazer? Quando fazer? Com o que fazer? 2 FORMAS DE MECANIZAÇÃO A mecanização da propriedade agrícola pode processar em diversos níveis, como listados abaixo: Mo - Nível Inicial ou Nível Zero: O homem executa as operações sem auxílio de qualquer máquina, implemento ou ferramenta. M1 - Primeiro Nível de Mecanização ou Nível Primário: O homem executa o trabalho com ajuda de ferramentas ou máquinas de acionamento manual. M2 - Segundo Nível de Mecanização ou Mecanização Animal: O homem executa o trabalho com ajuda de implementos, máquinas ou ferramentas, cuja força motriz provém de um animal. M3 - Terceiro Nível de Mecanização ou Mecanização Preliminar: São os trabalhos executados com ajuda de equipamentos ou máquinas, cuja força motriz é gerada por motores, mas que são tracionados pela força animal. M4 - Quarto Nível de Mecanização ou Mecanização Motorizada: Os trabalhos são executados com auxílio do trator e um implemento e outras máquinas e equipamentos, sendo o homem apenas o condutor do conjunto. M5 - Quinto Nível de Mecanização: Compreende os trabalhos realizados por máquinas, cujo acionamento é feito por motor combinado com dispositivo automático. Não exigem constante intervenção do homem 3 OBJETIVOS DE MECANIZAÇÃO AGRICOLA Mecanização Agrícola tem como objetivo o emprego adequado dos equipamentos e máquinas agrícolas, visando suaotimização e viabilidade da obtenção de altas produtividades agropecuárias, com a racionalização dos custos e a preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. Seleção, utilização e otimização econômica de máquinas e implementos agrícolas utilizados no preparo do solo, plantio, cultivo, colheita, transporte e manuseio de produtos agrícolas. Resumindo, a mecanização tem como objetivo aumentar a produtividade do “Homem”, tornar o trabalho menos árduo e mais agradável e melhorar a qualidade das operações agrícolas. 4 HISTÓRICO DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Por milhares de anos a Mecanização das operações agrícolas, eram realizadas por pequenos aparelhos e a força corporal (Animal ou humana). 4 Por volta de 1700, a máquina a vapor fornecia força estacionária, porém, eram tracionadas por animais, devido ao seu grande peso que dificultava a sua autopropulsão. Segue abaixo uma cronologia do trator agrícola: 1819 - Jethro Wood inventa o arado com partes intercambiáveis. 1832 – A Munktells inicia a fabricação de máquinas agrícolas na Suécia. 1833 – 1ª Máquina colhedora primária de sucesso a tração animal, patenteada (EUA). 1837 - John Deere e Leonard Andrus fabricam arados com lâminas de aço, melhorando também a forma para que a terra não grude. 1844 - Fábrica de trilhadoras CASE (EUA). 1856 – Empregada pela primeira vez à palavra trator como sinônimo de tração (Inglaterra) (Dicionário Oxford). 1858 – Efetuou-se a primeira aração, utilizando uma máquina a vapor puxando um arado de 8 elementos a uma velocidade de aproximadamente 5 Km/h. Lenoir, usando o princípio da ação expansiva dos gases conhecida a mais de 300 anos, e usando gás como combustível, em 1860 construiu o primeiro motor a combustão interna. 1862 - Beau de Rochas imaginou e patenteou o processo pelo qual deveria funcionar um motor de pistões a 4 tempos. 1870 – É criado por Nikolaus August Otto o motor de combustão interna, idealizado para funcionar com gás de carvão. 1876 – Concedida a patente para motores de combustão interna (Ciclo Otto), que eram grandes e pesados. 1890 – Concedida a patente para trator de esteira com motor a vapor (EUA). 1892 – John Forlich construiu o primeiro trator com motor a gasolina no Estado de Iowa (EUA). 1900 – Construído um trator com motor a vapor com 41 ton. e duas rodas motrizes de 5 m de largura e 2 m de diâmetro (EUA). Surgem as primeiras indústrias de tratores na Inglaterra. 1906 – Trator com motor de combustão interna (EUA). 1910 – Os tratores chegam ao Brasil. 1915 – Surge a Tomada de Força (TDP ou TDF). Hoje no Brasil a Tomada de Potência é padronizada pela ABNT com rotação de 540 rpm com 6 estrias e alguns tratores com uma opcional de 1000 rpm e 24 estrias. É fabricado o FORDSON F. 5 1927 – É criado o primeiro trator Munktells de 40 CV. 1919 – Lei de Nebraska (EUA). O fabricante é obrigado a testar os tratores produzidos e publicar os resultados além de manter um estoque de peças de reposição (Lei de Provas de Tratores de Nebraska). É lançado o trator CASE. 1937 – Utilização de motores Ciclo Diesel nos tratores e surgimento dos pneus de borracha. 1937/41 – Generalizou-se o uso de lastro líquido nos pneus de tração. 1941/49 – Uso de comando hidráulico para os implementos rebocados. 1949 – A Valtion Metallitehtaat começou a desenvolver protótipos de tratores. A partir de 1949 o Brasil começa a importar grandes quantidades de tratores. 1950/60 – Aumento da potência dos tratores. Até 1950, 90,8% dos tratores tinham menos de 35 HP e em 1960, 17% dos tratores tinham menos de 35 HP. 1951 – É fundada na Finlândia a fabrica da Valmet (VALtion METallitehtaat), sendo o primeiro trator produzido com carburador, motor de 4 cilindros, 1,5 litros e 15 HP. Foram produzidas 15 unidades 1952 – A Valmet apresentou o Modelo A de 15 HP e foram encomendadas 250 unidades. Em 1958-1959 a frota de tratores no Brasil era de 50 mil tratores de 143 marcas diferentes. 1959 – É fabricado na Alemanha Oriental o trator FAMULUS. Lançado o trator Valmet 395 D que deu origem a fabrica brasileira. 1960 – Início da fabricação de tratores no Brasil com 37 unidades montadas. Se instala no Brasil a Valmet do Brasil S/A, em Mogi das Cruzes – SP e o primeiro modelo fabricado o 360D com motor MWM de 40 HP. Doado um trator Valmet 360D ao Setor de Mecânica Agrícola da Escola Superior Luiz de Queiroz em Piracicaba – SP. 1961 – São fabricados no Brasil, 1969 unidades. 1963 – Criado o primeiro trator com tração nas 4 rodas. Após 1960 – Surgem os tratores de tração 4x4, direção hidráulica, transmissão multitorque, cabide com ar condicionado, motores turbinados, sistemas computadorizados. Muitos tratores modernos também contam com comodidades ao operador, como cabines com ar condicionado, bancos anti-vibração, comunicação local, localização por GPS e muito mais. O avanço da mecanização possibilitou: O cultivo de grandes áreas. O aumento da eficiência produtiva. Uma maior segurança e bem-estar para o trabalhador http://2.bp.blogspot.com/_f3Ns4PuHu_M/SoVueNaa8BI/AAAAAAAAE28/YmlA8Pq6CzU/s1600-h/digitalizar0023.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/GPS 6 TRATOR 1 CONCEITO DE TRATOR O trator é uma máquina composta de mecanismos complexos, que transforma a energia química do combustível em energia útil para a realização dos trabalhos com implementos agrícolas. É uma máquina autopropelida provida de meios que, além de lhe conferir apoio estável sobre uma superfície horizontal e impenetrável capacita-o a tracionar, transportar e fornecer potência mecânica, para movimentar os órgãos ativos de máquinas e implementos agrícolas (MIALHE, 1980). É uma máquina autopropelida projetada para tracionar, transportar e fornecer potencia para maquinas e implementos agrícolas. Trator é um tipo de máquina que exerce tração. Possibilita a execução de trabalho produtivo com conforto ao operador, multiplicando a força humana. Normalmente projetado para arrastar vários tipos de implementos de uso específico, um mesmo trator com diferentes implementos possibilita uma vasta gama de aplicações, com economia de tempo. A ASAE (American Society of Aglicultural Engineers) conceitua o trator como uma máquina de tração projetada e inicialmente recomendada para proporcionar potência aos implementos agrícolas. Um trator agrícola desloca a si mesmo e proporciona uma força na direção de avanço que permite engatar implementos que tenham função agrícola. O trator agrícola é aquele que tem suas características voltadas ao uso nas operações agrícolas. Deve ser o mais versátil possível, tendo condições de nele acoplar-se os mais diferentes tipos de máquinas e implementos. 2 CAUSAS DA EVOLUÇÃO DOS TRATORES A evolução dos tratores se deu por dois fatores: 1. Necessidade do aumento da capacidade de trabalho do homem do campo face à escassez de mão- de-obra. 2. Migração da população rural para os grandes centros urbanos, diminuindo a mão-de-obra e aumentando a demanda de alimento. 3 CONSEQUÊNCIAS DA EVOLUÇÃO DOS TRATORES A evolução dos tratores e máquinas agrícolas trouxe algumas conseqüências, sendo as principais: 1. Redução de necessidade de tração animal e de trabalho manual (Diminuição do mercado de trabalho no meio rural). 2. Aumento da demanda de alimentos provocando o aumento da área plantada, maior eficiência e rendimento do trabalho no campo. 3. Exigência do emprego de tecnologia avançada (Conservação do solo e água, aplicação de fertilizantes e defensivos agrícolas, sementes selecionadas, etc.). 4. Organização e racionalização do trabalho, através de planejamento agrícola e controle econômico- financeiro (Empresa Agrícola). TABELA 1 – Total de modelos de tratores fabricados no Brasil em 2007. EMPRESA Até 49 CV 50 a 99 CV 100 a 199 CV Acima de 200 CV Case 0 4 3 0 John Deere 0 9 7 0 Massey Fergunson0 31 11 1 New Holland 0 14 10 0 Valtra 0 19 15 0 Outros 2 7 0 0 FONTE: ANFAVEA (2008) http://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a 7 TABELA 2 – Total de tratores de rodas fabricados no Brasil em 2007. POTÊNCIA TOTAL DE TRATORES Até 49 CV 778 50 a 99 CV 24.246 100 a 199 CV 18.034 Acima de 200 CV 251 FONTE: ANFAVEA (2008) TABELA 3 – Faixa de potencia dos tratores de pneus fabricados no Brasil (2017). NÍVEL POTENCIA CV POTENCIA KW I Até 49 CV 36 II 50 a 99 CV 37 – 73 III 100 a 199 CV 74 – 146 IV Acima de 200 CV Acima de 147 FONTE: ANFAVEA (2011) TABELA 4 – Fabricação de tratores de acordo com o nível de potencia pelas empresas no Brasil, 2017. EMPRESA NÍVEL CASE, JOHN DEERE, MF, NEW HOLLAND I, III, IV VALTRA, AGRALE I, II, III YANMAR, GREEN HORSE I, II 4 FUNÇÕES BÁSICAS DOS TRATORES De uma maneira geral as funções básicas de um trator agrícola são: Tracionar máquinas e implementos de arrasto (Arados, grades, carretas, plantadeiras, terraceadores, etc.). Acionar máquinas estacionárias através de polia e correia ou da TDP (Trilhadouras de cereais, bombas para recalque d’água, etc.). Tracionar máquinas, simultaneamente com acionamento de seus mecanismos, através da barra de tração, engate de três (3) pontos e da TDP (Colhetadeiras, plantadeiras, segadeiras, pulverizadores, etc.). Tracionar e carregar máquinas e implementos através do engate do terceiro ponto com levante hidráulico (Arados, grades, semeadeiras, plantadeiras, cultivadores, etc.). 5 CLASSIFICAÇÃO DOS TRATORES A classificação dos tratores é feita segundo três (3) CRITÉRIOS: 1º - De acordo com a potência do motor 2º - De acordo com o tipo de rodado. 3º - De acordo com a conformação geral do chassi. 5.1 DE ACORDO COM A POTÊNCIA De acordo com a ANFAVEA os tratores são classificados conforme a Tabela 3 acima ou de acordo com o quadro abaixo: CLASSIFICAÇÃO POTÊNCIA DO MOTOR Tratores Leves Até 49 CV Tratores Médios 50 a 99 CV Tratores Pesados Acima de 100 CV 8 Hoje esta classificação está um pouco defasada com o aumento da potência dos tratores, podemos incluir uma outra classe a dos Tratores Superpesados com potência acima de 350 CV, como podemos ver na tabela abaixo. Tratores mais potentes comercializados no Mundo – 2017 MODELO POTÊNCIA PESO DIRECIONAMENTO Case IH Steiger 620 682 CV (501,61 kW) 21.800 Kg Articulado New Holland T9.700 682 CV (501,61 kW) 20.000 Kg Articulado John Deere 9620 R 670 CV (492,78 kW) 19.000 Kg Articulado New Holland T9.670 669 CV (492,05 kW) 22.453 Kg Articulado Valtra Challenger MT 87 SE 640 CV (470,72 kW) 19.300 Kg Esteira John Deere 9560 R 616 CV (453,87 kW) 27.216 Kg Articulado Case IH Steiger 550 614 CV (451,60 kW) 29.937 Kg Articulado John Deere 9510 R 561 CV (413,00 kW) 27,216 kg 4 x 4 TDA Claus Xerion 5000 530 CV (389,81 kW) 13.400 Kg 4 x 4 Fendt 1050 Vario 500 CV (367,75 kW) 14.000 Kg 4 x 4 TDA Deutz-Fahr 11440 TTV 440 CV (323,62 kW) 13.500 Kg 4 x 4 TDA Valtra Challenger MT 77 SE 437 CV (321,41 kW) 17.690 Kg Esteira Valtra S 374 400 CV (294,20 kW) 17.690 Kg 4 x 4 TDA MF 8737 400 CV (294,20 kW) 10.800 Kg 4 x 4 TDA MF 8690 Dyna VT 370 CV (272,13 kW) 10.300 Kg 4 x 4 TDA Tratores mais potentes comercializados no Brasil – 2017 MODELO POTÊNCIA PESO DIRECIONAMENTO New Holland T9.670 669 CV (492,05 kW) 22.453 Kg Articulado John Deere 9560 R 616 CV (453,87 kW) 27.216 Kg Articulado Case IH Steiger 550 614 CV (451,60 kW) 29.937 Kg Articulado John Deere 9510 R 561 CV (413,00 kW) 27,216 kg 4 x 4 TDA Valtra Challenger MT 77 SE 437 CV (321,41 kW) 17.690 Kg Esteira MF 8690 Dyna VT 370 CV (272,13 kW) 10.300 Kg 4 x 4 TDA John Deere 6205J 205 CV (151 kW) 4 x 4 TDA 5.2 DE ACORDO COM O TIPO DE RODADO 5.2.1 Tratores de Rodas Equipado com motor de combustão interna, geralmente a óleo diesel, com caixa de transmissão e diferencial traseiro reforçado, três ou quatro rodas com pneus traseiros caracteristicamente grandes, com tração simples (4x2) ou total (4x4), são utilizados principalmente na agricultura, para tracionar arados, carretas, plantadeiras e a maioria dos implementos agrícolas. a. Tratores de 2 Rodas ou de Rabiças São tratores que possuem duas rodas motrizes e um par de rabiças, para comando do tratorista que geralmente caminha atrás do trator. Também chamado de trator de rabiça ou mula mecânica. 9 b. Tratores de 3 Rodas São tratores cuja sustentação proporcionada pelos rodados se dá em três pontos, também chamados de triciclos. Duas rodas traseiras motrizes e uma frontal movida ou de direcionamento, podendo ser estas rodas gêmeas dispostas uma ao lado da outra numa só coluna de sustentação. c. Tratores de 4 Rodas São aqueles que possuem sua sustentação feita pelos rodados em quatro pontos. Podem ter duas rodas motrizes traseiras e duas dianteiras movidas ou de direcionamento e de menor diâmetro (Trator 2X4) ou quatro rodas motrizes, duas dianteiras e duas traseiras (Tratores 4X4TDA, 4x4 e 4X4 rodagem dupla). Os tratores de tração 4x4 recebem duas denominações: 4x4 verdadeiro e 4x4 TODA (Tração Dianteira Auxiliar). A diferença é que o 4x4 verdadeiro deve apresentar mesma capacidade de tração nos eixos dianteiro e traseiro. Tratores 4X4TDA Tratores 4x4 5.2.2 Tratores de Semi-Esteira São tratores de quatro rodas modificados de forma a admitirem o emprego de esteira sobre as rodas traseiras motrizes. Esta adaptação procura aliar os aspectos positivos de ambos os tipos de rodados, sem alterar as características básicas do trator de pneu. Para instalação da semi-esteira adapta-se de cada lado do trator entre a roda dianteira e a traseira uma roda-guia da semi-esteira. http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:RogerTractorLarge.jpg 10 5.2.3 Tratores de Esteira Equipado com esteiras no lugar dos pneus, apresenta melhor aderência e melhor distribuição de peso, principalmente em terra solta ou terrenos pantanosos. São mais utilizados na construção de estradas e outras grandes obras civis, embora também tenham aplicações na agricultura, onde seu uso é muito recomendado devido à menor compactação do solo pelas esteiras. Os rodados desses tratores são constituídos, basicamente por duas rodas motrizes dentadas, duas rodas-guia movidas e duas correntes sem fim, formadas de elos providos de pinos e buchas dispostos transversalmente denominados de esteiras. As rodas dentadas transmitem o movimento às esteiras que se deslocam sobre o solo, apoiadas em chapas de aço denominadas sapatas. O direcionamento do trator é feito através de uma diferença de velocidades relativa entre as esteiras. O emprego destes tratores na agricultura é limitado às operações que exigem grande esforço tratório como aração, gradagem, subsolagem, desmatamentos, movimentação de terra, etc. O trator de esteira suplanta o de pneus em maior estabilidade, menor compactação do solo e menor índice de patinagem. 5.3 DE ACORDO COM A CONFORMAÇÃO DOS CHASSIS 5.3.1 Tratores de Florestais Os tratores florestais constituem uma categoria especial, cuja aplicação se restringe ao abate e retirada de madeira de florestas artificiais. São de quatro (4) tipos, de acordo com as operações básicas de derrubada e processamento de madeira: Cortador/Abatedor Carregador/Transportador Transportador de Arrasto Processador O trator processador retira as partes indesejáveis do tronco como galhos, cascas, ponteiros, etc. e corta- os em pedaços de dimensões pré-estabelecidas. http://pt.wikipedia.org/wiki/Esteira http://pt.wikipedia.org/wiki/Ader%C3%AAncia 11 Trator Carregador/Transportador 5.3.2 Tratores Semi-Agrícolas São aqueles cuja conformação geral e disposição das partes constituinte possibilita sua aplicação tanto para fins agrícolas como para fins industriais. São tratores mais pesados e menos versáteis,podendo ser utilizado em apenas algumas etapas do processo produtivo agropecuário. Modelos: - Esteiras - Pneus (2X4, 4X4). - Com chassi rígido. - Com chassis articulado. 12 5.3.3 Tratores Agrícolas São aqueles que apresentam uma conformação tal que o torna aplicáveis em todas as fases do desenvolvimento de uma cultura, desde o preparo do solo até a colheita e transporte do produto colhido. Modelos: Pneus: 2X4, 2x4, 4X4 TDA, 4X4, 4X4 c/rodagem dupla Triciclo Microtratores Tratores de Rabiças Esteiras Microtrator Triciclo Tratores 4 x 4 são aqueles que a tração é sempre exercida pelos dois eixos, possuem as quatro rodas de mesmo ø (Diâmetro). O direcionamento articulação do chassi, rodas dianteiras ou pelas quatro rodas. 6 ESTRUTURA BÁSICA DE UM TRATOR AGRÍCOLA Todos os componentes do trator são montados numa estrutura denominada chassi. O chassi é a estrutura geral do trator, formada pela união de todos os seus constituintes e deve oferecer resistência aos esforços de torção provenientes da tração. Os tratores agrícolas podem ser montados em quatro tipos de estruturas de chassis: Monobloco Chassi propriamente dito Semi-chassi Chassi articulado. Segundo MIALHE (1980), os tratores agrícolas são constituídos pelos seguintes órgãos básicos: Motor Embreagem Câmbio (Caixa de Marchas) Diferencial Redução Final Rodados Tomada de Potência (TDP) Sistemas Hidráulicos Reguladores 13 Segundo os principais fabricantes em seus manuais é feita uma divisão do trator agrícola em sistemas, para facilitar as recomendações de manutenção e o conhecimento do funcionamento da máquina. Por ser didaticamente mais adequado, este será o método que iremos utilizar neste estudo. De acordo com este método o trator agrícola é composto basicamente de: Motor. Sistema de Alimentação de Combustível. Sistema de Alimentação de Ar. Sistema de Lubrificação do Motor. Sistema de Arrefecimento do Motor. Sistema de Transmissão. Sistema Elétrico. Sistema de Locomoção e Frenagem. Sistema Hidráulico. Estrutura Básica de um Trator de Pneu Fonte: Valtra, 2008 14 Estrutura básica de um trator 6.1 MOTOR É a fonte de potência mecânica do trator, responsável pela transformação da energia potencial do combustível em energia mecânica, na forma de potência disponível no volante da árvore de manivelas. Os tratores agrícolas podem ser equipados com motores ciclo Otto (Gasolina ou Álcool) ou ciclo Diesel (Óleo Diesel) de dois ou quatro tempos. Atualmente os tratores são equipados com motores ciclo Diesel de quatro tempos aspirados ou turbinados com potência variável, microtratores com 12 HP aos grandes tratores com mais de 250 HP de potência e taxa de compressão variando de 16:1 a 24:1 contra 8:1 a 10:1 dos motores Ciclo Otto. A temperatura dentro da câmara de combustão dos motores Ciclo Diesel varia de 600 a 800ºC e a pressão na câmara de combustão varam de 65 a 130 kgf/cm contra temperaturas de 800 a 1000ºC e pressão de 60 a 80 kgf/cm dos motores Ciclo Otto. A American Society of Agricultural Engineers (1996) utiliza para os tratores agrícolas os seguintes parâmetros: 70% de eficiência de tração. 10% de perda de potência entre o motor e o eixo das rodas motoras do trator. 37% de acréscimo na potência obtida na barra de tração. Tolerância de + 5% na potência nominal para motores aspirados. 15 Os tratores com motor turboalimentador mantém a potência até altitudes de 2.000 m. O trator turbo não é mais potente, a verdade é que ele não perde potência. O motor aspirado perde 1% da potência a cada 100 m de altitude e 4% da potência a cada 10ºC de temperatura. Motor Ciclo Diesel Turbo 6.1.1 Potência É a medida do trabalho realizado numa unidade de tempo. Trabalho é o resultado de uma força, que desloca seu ponto de aplicação Potência = torque x rotação Potência = força x distância Tempo DIN = Norma Alemã SAE = Norma Americana 6.1.2 Torque Torque = força x distância Torque = Potência x 7.026 Rotação Máxima 6.1.3 Reserva de Torque É a resposta do motor, através do torque (força), quando ocorre a queda de rotação e a perda de potência ocasionado por um aumento na força de tração. Reserva de Torque (%) = (Torque Máximo – Torque na Potência Nominal) x 100 Torque na Potência Nominal 6.2 SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DE COMBUSTÍVEL O sistema de alimentação de combustível é um conjunto de mecanismos que tem por função suprir o motor no momento e na quantidade correta de combustível de acordo com a velocidade e a carga que lhe é imposta, proporcionando a injeção no momento exato do ciclo, atomizado e bem distribuído na câmara de combustão. É composto de tanque ou reservatório de combustível, bomba de transferência, filtros de combustível, filtro sedimentador ou decantador, bomba injetora, bicos injetores, marcador de combustível, pescador, mangueiras e tubulações. A bomba e os bicos injetores são componentes de alta precisão, portanto sensíveis à entrada de abrasivos e água. Seus mecanismos internos são lubrificados com o próprio óleo diesel, daí a importância da sua filtragem e isenção de água. Fonte: Valtra, 2008 16 Para o bom funcionamento deste sistema devemos ter alguns cuidados operacionais como: Não trabalhar com o motor sobrecarregado. Utilizar a marcha adequada. Em transporte usar o acelerador de pé. Durante os serviços de aração, gradagens, plantio, etc., utilizar o acelerador manual (com carga contínua). Nunca deixe o óleo diesel acabar, evitando fazer sangria. Reabastecer o trator, enchendo o tanque ao término de cada jornada de trabalho, nunca deixando o trator parado com o tanque vazio, para evitar a condensação do vapor d’água do ar presente no tanque e contamine o combustível com água evitando a formação de ácido sulfúrico. Colocar a cada 2 ou 3 meses 10% de querosene no tanque de combustível para limpar os bicos injetores dos resíduos de combustão. O trator MF-275 em serviço de aração com 3ª reduzida o consumo de diesel gira entorno de 8lt/hora. 17 6.3 SISTEMA DE PURIFICAÇÃO DE AR Freqüentemente o trator trabalha sob condições muito severas de poeiras. O motor aspira o ar diretamente do ambiente onde se encontra, portanto é fundamental que se tenha um eficiente sistema de filtragem de ar. Para cada litro de combustível são necessários 24.000 litros de ar. O sistema de filtragem de ar tem por finalidade separar as partículas de poeira ou outros abrasivos que se encontrem no ar, evitando a admissão das impurezas nas câmaras de combustão do motor e o desgaste prematuro de seus componentes. Nos tratores são usados dois sistemas de purificação de ar: A seco (Filtro de papel). A banho de óleo No caso dos tratores Valmet é utilizado os dois sistemas conjugados, primeiro o a banho de óleo e depois o filtro a seco. A eficiência deste sistema chega a 99,99% de purificação se forem feitas às manutenções recomendadas. O volume de ar que um motor necessita para realizar a combustão do combustível é dado pela fórmula: Q = Cm x RPM x v K Onde: Cm = Cilindradas do motor RPM = Rotações do motor 18 v = Rendimento volumétrico (Motor Diesel = 85 a 90 %) k = Constante (Motores de quatro tempos = 120) Um motor de 100 HP é capaz de absorver 10.000 litros de ar por minuto O sistema de filtragem a banho de óleo tem os seguintes componentes: Pré-purificador Tubo central Cuba Elemento filtrante principal Elemento filtrante secundário O sistema de filtragem a seco tem os seguintes componentes: Carcaça Pré-purificador Elemento filtrante principal Elemento filtrante secundário Válvula de descarga Ciclonizador Ejetor de poeira Indicador de restrição Para um melhor funcionamento deste sistema é aconselhável tomarmos alguns cuidados, como: No sistema a banho de óleo deve ser feita uma limpeza diária (A cada 10 horas) antes de se iniciar a jornada de trabalho e durante a mesma se houver condições severas de poeira é aconselhável fazer duas até três limpezas diárias. 19 O elemento filtrante de papel deve ser limpo com jatos de ar comprimido (pressão inferior a 70 PSI) de dentro para fora, e deve ser substituído após cinco limpezas ou um ano e a limpeza deve ser feita quando o indicador de restrição acusar a necessidade de limpeza. Após cada limpeza deve ser feita uma verificação visual para localizar furos ou rachaduras no elemento de papel. Nunca usar gases do escapamento para realizar a limpeza do elemento filtrante. Os sintomas de filtro entupidos são: Fumaça em excesso. Perda de potência. Aquecimento do motor. 6.4 SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO DO MOTOR O setor de máquinas agrícolas é um dos que sofreu maior evolução nos últimos anos, com a incorporação de tecnologia antes restrita ao setor automotivo. Os modernos tratores, colhedoras e implementos agrícolas se tornaram máquinas sofisticadas e de alto desempenho, exigindo para o seu uso eficiente lubrificantes de alta qualidade que respondam bem à crescente severidade dos serviços a que estão sujeitos estes equipamentos. A lubrificação é um dos principais itens de manutenção de máquinas agrícolas e deve, portanto, ser entendida e praticada para conservá-las e manter o rendimento delas, aumentando a vida útil das mesmas. De modo geral, os componentes das máquinas agrícolas que necessitam lubrificação são: mancais de atrito, mancais de rolamento, eixos sem fim, eixos telescópicos, engrenagens, correntes, pistões, juntas universais e bombas. 6.4.1 Funções O sistema de lubrificação do motor nos tratores tem quatro (4) funções básicas: 1a – Permitir que o óleo forme uma película na interface de contato entre as superfícies móveis, reduzindo o atrito. 2a – Promover a circulação ininterrupta do óleo lubrificante nos pontos que exigem lubrificação, mantendo a temperatura dentro de determinados limites. 3a – Fazer com que o óleo lubrificante promova a limpeza dos pontos de lubrificação removendo resíduos de combustão e outros. 4a – Permitir que o óleo lubrificante forme uma fina película de vedação entre a parede do cilindro e os anéis dos êmbolos. 6.4.2 Componentes do Sistema de Lubrificação O sistema de lubrificação é composto das seguintes peças: Bomba de óleo Filtro metálico Filtro blindado Vareta de medição Parafuso do dreno Indicador de pressão de óleo Tampa de reabastecimento Pescador 20 6.4.3 LUBRIFICANTES Os lubrificantes têm por função: Reduzir a fricção e o desgaste das peças. Diminuir o calor gerado pela fricção das peças. Auxiliar na refrigeração, no caso dos motores. Auxiliar a vedação ou perda de pressão dos motores. Evitar a entrada de impurezas nos mancais. Fazer a limpeza das peças. Proteger contra a corrosão. Transmitir força e movimento Existem três tipos de lubrificantes: Líquidos (Óleos), Pastosos (Graxas) e Lubrificantes Sólidos (Talco, grafite, bissulfeto de molibdênio). Quanto a matéria prima de fabricação os óleos são classificados em três tipos: Óleos Minerais: são obtidos a partir do petróleo em combinação com diversos minerais, tem como vantagem o custo, mas em compensação não mantém suas propriedades em situações extremas, como alta pressão e temperatura, formando a famosa borra. Óleos Sintéticos: são obtidos a partir de reações químicas e possuem uma curva de estabilidade praticamente plana, que gera desempenho garantido nas mais variadas faixas de temperatura. Óleos Semi-Sintéticos: são o meio termo. Mistura-se elementos do óleo sintético ao mineral para formá-lo. Pode-se retirar os elementos ruins do óleo mineral e substituí-los por elementos sintéticos. Não se recomenda estender o período de troca. a. Classificação dos Óleos Os óleos lubrificantes podem ter três tipos de origem: orgânica, mineral e sintética. Os óleos dos motores são classificados de maneiras: De acordo com a viscosidade (SAE) De acordo com o serviço (API) Viscosidade é a propriedade física de um fluido que exprime sua resistência ao cisalhamento interno, isto é, a qualquer força que tenda produzir o escoamento entre suas camadas. 21 Viscosidade é a resistência que todo fluido real oferece ao movimento relativo de qualquer de suas partes, é o atrito interno de um fluido. Ela mede a dificuldade com que um líquido escoa ou escorre. A resistência ao fluxo de um fluido e a resistência ao movimento de um objeto através dele são usualmente estabelecidas em termos da viscosidade do fluido. Experimentalmente, sob condições de fluxo laminar, a força requerida para mover uma placa à velocidade constante contra a resistência de um fluido é proporcional à área da placa e ao gradiente de velocidade perpendicular à placa. A constante de proporcionalidade é chamada de viscosidade. A classificação pela viscosidade é feita de acordo com os critérios adotados pela Society of Automotive Engineers (SAE) que se baseiam na viscosidade a 130ºF (72,2ºC) e a 0ºF (-17,7ºC), podendo ser monoviscosos (SAE 30, SAE 40, SAE 50, etc.) e multiviscosos (SAE 5W20, SAE 5W40, SAE 15W30, etc.). Para temperaturas constantes a viscosidade permanece constante. A variação de viscosidade de um mesmo óleo, resultante da variação de temperatura é o que denominamos Índice de Viscosidade. Quanto maior for o Índice de Viscosidade menor será a influencia da temperatura sobre a viscosidade do óleo. A letra “W” significa “Winter” (Inverno, em inglês) e ela faz parte do primeiro número, como complemento para identificação. A viscosidade mede a dificuldade com que o óleo escorre (escoa), quanto mais viscoso for um lubrificante (mais grosso), mais difícil de escorrer, portanto será maior a sua capacidade de manter-se entre duas peças móveis fazendo a lubrificação das mesmas. Óleos com alto Índice de viscosidade (Multiviscosos) tem menor variação de viscosidade com a mudança de temperatura e os óleos com baixo Índice de Viscosidade (Monoviscosos) tem uma maior variação da viscosidade com a mudança de temperatura. Óleo muito viscoso é um óleo grosso e óleo pouco viscoso é um óleo fino. A SAE estabeleceu a sua classificação para óleos de cárter de motor segundo o quadro abaixo: VISCOSIDADE N° SAE SSU a 0° F SSU a 210 ° F Mínimo Máximo Mínimo Máximo 5 w - 4.000 - - 10 w 6.000 < 12.000 - - 20 w 12.000 48.000 - - 20 45 < 58 30 58 < 70 40 70 < 85 50 85 < 110 http://www.bertolo.pro.br/Biofisica/Fluidos/pfric.htm#tube#tube http://www.bertolo.pro.br/WINDOWS/TEMP/FrontPageTempDir/pfric.html#lam 22 A classificação pelas condições de trabalho é feita de acordo com os critérios adotados pela American Petroleum Institute (API) que para os motores diesel são: CA = Serviço geral (DG) CB, CC = Serviço moderadamente pesado (DM) CE = Serviço pesado CD = Serviço muito pesado (DS) Com a finalidade de facilitar a escolha dos óleos pelo consumidor leigo, o API, com a colaboração da ASTM e SAE, desenvolveu o sistema de classificação de serviço indicado pela sigla "S" para os óleos tipo "Posto de Serviço" (Service Station) e C para os óleos tipo "comercial" ou para serviços de terraplanagem. Abaixo a classificação de serviço: AS = Serviço de motor à Gasolina e Diesel; SB = Serviço com exigências mínimas dos motores a gasolina; SC = Serviço de motor à gasolina sob garantia; SD = Serviço de motores a gasolina sob garantia de manutenção; SE = Serviço de motores a gasolina em automóveis e alguns caminhões; CA = Serviço leve de motor Diesel;CB = Serviço moderado de motor Diesel; CC = Serviço moderado de motor Diesel CD = Serviço severo de motor Diesel. Nos motores a um consumo normal de óleo lubrificante que é na ordem de 0,7 ml/100 lts. de óleo diesel. Nos motores turboalimentados usamos óleos do tipo SAE 15W40 API-CE. b. Aditivos Antioxidante Antiespumante Antidesgastante Detergente Dispersante Anticorrosivo . Os aditivos comumente usados são os listados no quadro abaixo: FINALIDADE TIPO DE COMPOSTO USADO Atioxidantes ou inibidores de oxidação Compostos orgânicos contendo enxofre, fósforo ou nitrogênio, tais como aminas, sulfetos, hidroxisulfetos, fenóis. Metais, como estanho, zinco ou bário, freqüentemente incorporados Anticorrosivos, preventivos da corrosão ou "venenos" catalíticos Compostos orgânicos contendo enxofre ativo, fósforo ou nitrogênio, tais como sulfetos, sais metálicos do ácido trifosfórico e ceras sulfuradas. Detergentes Compostos organo-metálicos, tais como fosfatos, alcoolatos, fenolatos. Sabões de elevado peso molecular, contendo metais como magnésio, bário e estanho. Dispersantes Compostos organo-metálicos, tais como naftenatos e sulfonatos. Sais orgânicos contendo metais com cálcio, cobalto e estrôncio. Agentes de pressão extrema Compostos de fósforo, como fosfato tricresílico, óleo de banha sulfurado, compostos halogenados. Sabões de chumbo, tais como naftenato de chumbo. Preventivos contra a ferrugem Aminas, óleos gordurosos e certos ácidos graxos. Derivados halogenados de certos ácidos graxos. Sulfonatos. Redutores do ponto de fluidez Produtos de condensação de alto peso molecular, tais como fenóis condensados com cera clorada. Polímeros de metacrilato. Reforçadores do índice de viscosidade Olefinas ou iso-olefinas polimerizadas. Polímeros butílicos, ésteres de celulose, borracha hidrogenada. Inibidores de espuma Silicones 23 6.5 SISTEMA DE ARREFECIMENTO DO MOTOR 6.5.1 Função Fazer a troca de calor entre o bloco do motor e a água contida no radiador e está com o meio ambiente. 6.5.2 Tipos Temos dois tipos: O sistema a água Ar de circulação forçada. 6.5.3 Componentes O sistema é composto de: Radiador Mangueiras Bomba d’água Válvula Termostática Ventilador 24 O nível da água do radiador deve ser verificado diariamente antes de se iniciar o trabalho e completado se for o caso. Semestralmente é aconselhável fazer uma revisão geral no sistema, trocando-se toda a água do radiador e verificando a existência de vazamentos. Fatores que provocam o superaquecimento do motor: Filtro de ar entupido ou velho. Óleo do Cárter vencido. Tampa do radiador estragada ou a falta. Correia velha ou frouxa. Válvula Termostática estragada ou faltando. Colméia do radiador entupida. Sobrecarga no motor. Bomba injetora desregulada. Indicador de temperatura estragado. Falta de água no radiador. Problemas na bomba d’água. A principal finalidade da Tampa do radiador e retardar o ponto de fervura da água e regular a pressão interna do sistema. Periodicamente verifique se os mecanismos internos da tampa não estão oxidados ou trancados. Caso necessário substitua a tampa. 6.6 SISTEMA ELÉTRICO 6.6.1 Funções: Diferente para Ciclo Otto e Diesel; Tem como função auxiliar na partida dos motores; Controlar a iluminação do trator; Nos motores do Ciclo Otto controla e produz centelha elétrica para combustão; Nos motores do Ciclo Diesel não faz parte do processo de combustão. Fornecer energia elétrica para o trator. É composto de: Bateria Alternador Motor de partida Caixa de fusíveis Regulador de voltagem 25 Faróis Indicadores Gerador A bateria tem como função acumular energia elétrica suficiente para assegurar a partida do motor e iluminação do trator. O nível da solução da bateria deve ser verificado a cada 50 horas trabalhadas. Completando se for o caso. Revisar todo o sistema anualmente. A bateria dos tratores é de 12 V e de 90 a 135 A, o alternador é de 14V/35. O motor de partida tem como função acionar o volante para dar início ao funcionamento do motor girando a árvore de manivelas até que ocorra combustão em um dos cilindros do motor. A mistura é queimada e o motor entra em funcionamento São motores elétricos que recebem energia da bateria; Motor de Partida Um fusível fundido (queimado) indica, quase sempre, que ha uma avaria em qualquer outro ponto que não seja o próprio fusível, tal como sobrecarga de um circuito (partindo-se do principio de que foi utilizado o fusível adequado). 6.7 SISTEMA DE TRANSMISSÃO O sistema de transmissão dos tratores agrícolas tem a função de transmitir a potencia do motor as rodas, TDP, bomba hidráulica e outros mecanismos, transformar o torque e velocidade do motor em torque e velocidade necessários para um determinado trabalho e proporcionar ao operador o controle, através do acionamento da embreagem e troca de marchas, de mecanismos ligados a TDP e velocidade do trator. Para se adaptado a todas as operações agrícolas, um trator deve se deslocar na faixa compreendida entre 0,8 e 40 km/h. VELOCIDADE TIPOS DE TRABALHO 0,8 a 2,5 km/h Lentos como transplantio de mudas, roçadas 2,0 a 6,0 km/h Aração, grade aradora, subsolagem, escarificação 10,0 a 40,0 km/h Transporte interno e em estradas vicinais ou pavimentadas 6.7.1 Composição do Sistema de Transmissão Transmite a energia mecânica do motor para as rodas e tomada de potência. O sistema é composto das seguintes peças: Embreagem Caixa de Câmbio Tomada de Potência (TDP) http://thumbnails.buscape.com.br/offerimg/r/u/rumo/7f9/d96/15d8cc40742315_C.jpg 26 Transmissão Final; Diferencial Redução Final Sistema de Transmissão de um Trator 6.7.2 EMBREAGEM A embreagem faz o acoplamento do volante do motor e o eixo primário da caixa de marchas. Esse acoplamento é feito gradualmente, quando do trator parado para iniciar o movimento e quando das mudanças de marchas, isso é importante para que não ocorra um esforço brusco no sistema de transmissão. a. Funções Interrompe a transmissão de movimento do motor para a caixa de mudança de marchas e possibilita o arranque do trator, mudança de marcha e funcionamento independente do motor. As funções da embreagem são: 1. Repassar o movimento do motor para os demais mecanismos de transmissão de modo suave e gradativo sem vibrações e deslizamentos. 2. Interromper a ligação entre o motor e a caixa de câmbio, permitindo troca de marchas. 3. Permitir a parada do trator e/ou de um implemento acionado pela TDP. b. Tipos Monodisco (Embreagem Simples) Disco Duplo (Embreagem Dupla) Monódico (Molas Inclinadas) 27 c. Componentes A embreagem é composta de: Disco de Fricção Platô Colar Garfo da embreagem. Nos tratores que possuem TDP, pode existir a embreagem dupla, que tem por finalidade a movimentação do trator e da TDP conjuntamente ou apenas a TDP em funcionamento. Obs.: O pedal da embreagem deve ser usado apenas para a troca de marchas e não como descanso do pé. 6.7.3 CAIXA DE CÂMBIO É o componente essencial do sistema de transmissão de um trator formada por conjunto de engrenagens que transmitem diferentes velocidades e forças aos rodados de tração, podendo também alterar o sentido do movimento (frente e ré). Modifica o torque e a velocidade que chegam aos rodados de tração (Quando o torque aumenta a velocidade diminui e vice-versa), não aumenta a potência (O acelerador que aumenta as RPM do motor é que aumenta a potência). Quanto maior o número de engrenagens (Marchas), maior a possibilidade de encontrar uma velocidade ou torque adequado ao trabalho A caixa de marchas recebe o movimento do motor através da embreagem e transfere o mesmo a um conjunto de engrenagens que aumenta ou diminuia rotação, levando este movimento ate a transmissão final. As funções da caixa de câmbio são: 1. Determinar a velocidade de deslocamento do trator. 2. Aumentar o conjugado de forças desenvolvido pelo motor, a fim de atender as exigências de torque nas rodas motrizes para cada condição de solicitação de força na barra de tração. 3. Permite a inversão de movimento. Tipos de Caixa de Transmissão: Transmissão Mecânica: ocorre por contato direto entre os mecanismos de transmissão. O movimento chega as rodas motrizes de forma escalonada. Deslizante (Tipo seco): No câmbio seco as marchas não devem ser trocadas com o trator em movimento. Sincronizada Transmissão Hidráulica: o torque é transmitido aos rodados por meio de um fluido hidráulico, o que permite um número infinito de relações de transmissão entre a mínima e a máxima. Hidrostática Hidrodinâmico Transmissão Hidromecânica: trata-se de uma associação entre partes que compõem a transmissão mecânica e a hidráulica. 28 Caixa de Marchas (Câmbio) 6.7.4 TOMADA DE POTÊNCIA – TDP É responsável pela transmissão do movimento do câmbio para uma arvore, cuja extremidade é disposta externamente na parte posterior do trator e tem como função acionar máquinas e implementos acoplados ao trator. De acordo com a ABNT os tratores devem ter a TDP com 540 rpm com 6 estrias, podendo ter uma opcional com 1.000 rpm e 24 estrias. Tipos de TDP: TDP de rotação constante (Independente) TDP de rotação proporcional TDP de aplicação especial, vel. 1000 rpm (Frontal ou na parte média do trator) 6.7.5 TRANSMISSÃO FINAL É o conjunto de mecanismos responsáveis pela transmissão de movimento da caixa de mudança de marchas ao rodado do trator. A transmissão final é formada por: Diferencial Redução Final Redutores 6.7.5.1 DIFERENCIAL a. Função Tem a função de transmitir o movimento do câmbio a cada uma das rodas motrizes, envolvendo uma redução proporcional de velocidades e uma mudança de direção do movimento num ângulo de 90º. O diferencial passa o movimento de longitudinal para transversal e permite diferentes velocidades de giro em cada uma das rodas motrizes. Fonte: Valtra, 2008 29 b. Componentes O diferencial é constituído por: Pinhão. Coroa O pinhão recebe o movimento do câmbio através do eixo carda e o repassa para a coroa que reduz e muda a direção do movimento. O trator vem com um dispositivo denominado bloqueio do diferencial. O bloqueio de diferencial e obtido normalmente travando-se uma planetária (engrenagem do semi-eixo), na carcaça do diferencial, impedindo o seu movimento independente. Seu acionamento se da pisando o pedal característico. Seu uso e aconselhável em terrenos lavrados, para evitar que a roda que esta do lado de fora patine; se uma das rodas motoras se encontra em terrenos irregulares, lamacentos ou escorregadios e tende a patinar. Nos tratores mais novos, uma luz indica no painel que o bloqueio está acionado. OBS: quando se estiver usando o bloqueio de diferencial não se pode fazer curvas com o trator, ou seja, deve-se guia-lo de forma mais reta possível, para evitar quebra do diferencial, caixa de marchas, etc. 6.7.5.2 REDUÇÃO FINAL Tem a função de transmitir o movimento do diferencial às rodas motrizes, com redução da velocidade angular e aumento do torque. Está localizada entre o diferencial e o cubo da roda. Pode ser epicíclica ou com coroa e pinhão (nesse caso oferece um maior vão livre vertical). 6.7.5.3 REGULADORES É um conjunto de órgão que tem por função regular a velocidade angular do motor em função das variações da carga a que é submetido. 30 6.8 SISTEMA HIDRÁULICO 6.8.1 Conceito É um sistema de transmissão de potência cujo princípio de funcionamento se baseia na transmissão de força e movimento através de um fluido (Óleo), praticamente incompressível. Compreende um conjunto de órgãos ou mecanismos receptores, transformadores e transmissores que usando a potência do motor e através de um fluído (óleo) sob pressão, transmitem força a órgãos operadores representados, principalmente, por cilindros hidráulicos. 6.8.2 Função Transformar e transmitir a potência do motor através de um fluido sob pressão a órgãos operadores (Cilindros hidráulicos) acionando mecanismos dentro e fora da estrutura do trator e em implementos acoplados ao trator. 6.8.3 Constituição É constituído por: Depósito de óleo Bomba Válvulas de comando Cilindro e êmbolo Filtro de óleo Sistemas de engates. 31 6.9 SISTEMA DE DIRECIONAMENTO, LOCOMOÇÃO E FRENAGEM Os tratores modernos possuem 4 (Quatro) formas de direcionamento e propulsão: Eixo Direcional (Tratores 4 x 2 e 4 x 2 TDA) Dois Eixos Direcionais (Tratores 4 x 4) Sistema de Articulação do Chassis (Tratores 4 x 4 articulado) Frenagem Frenagem (Tratores de Esteira, 4 x 2, 4 x 2, r x 4) 6.9.1 FREIOS Os tratores possuem freios do tipo a tambor (tipo standard), os freios são aplicados nas rodas traseiras por pedais independentes, um para cada roda, esse mecanismo facilita as curvas mais fechadas de maneira mais rápida e eficiente. 6.9.2 DIREÇÃO Os tratores possuem sistema de direção do tipo mecânica e hidrostática, sendo que os modelos mais modernos possuem direção totalmente hidráulica. O sistema de direção é composto de alguns componentes que trabalham em conjunto, fazendo com que o movimento de giro do volante seja transferido a caixa de direção e consequentemente as rodas, permitindo a manobra do veículo sob as condições normais de direção. Volante de Direção: Peça indispensável em veículo, é o primeiro componente do sistema de direção, sendo controlado totalmente pelo motorista. Coluna de Direção: É peça responsável para levar o movimento do volante de direção até a caixa de direção. Em alguns modelos de veículo esta peça permite um ajuste do volante em relação ao motorista, trazendo mais conforto para o ato de dirigir. 32 Caixa de Direção: Recebe a rotação do volante através da coluna e transforma em um movimento retilíneo. Barra de Direção: É o nome dado aos componentes que saem da caixa no sentido das rodas. Apresentam forma articulável para que seja possível acompanhar a suspensão. Há também uma espécie de coifa de proteção para evitar possíveis contaminações aos elementos internos. Terminal de Direção: Esta peça parece o pivô da suspensão e é ligada no montante de roda. As barras de direção são rosqueadas neste componente. 6.9.2.1Tipos de Direção Direção Mecânica: O sistema mais tradicional, denominado direção com acionamento mecânico, é resultado da combinação entre pinhão e cremalheira. Por meio de um mecanismo bastante simples, um conjunto de engrenagens de pinhão e cremalheira é encerrado em um tubo metálico, com cada extremidade da cremalheira saindo do tubo. Uma haste, chamada barra de direção, se conecta a cada extremidade da cremalheira. O pinhão é fixado à árvore de direção. Quando você vira o volante, o pinhão gira e movimenta a cremalheira. Direção Hidráulica: É o sistema mais popular, há mais tempo nos carros que circulam no Brasil. A direção fica mais leve graças a uma bomba que faz circular o óleo dentro da caixa de direção. A bomba que impulsiona o óleo é movida pela força do motor. Ou seja, só funciona com o trator ligado. O sistema precisa de manutenção periódica, conforme recomenda o manual do proprietário. O tratorista precisa ficar atento a vazamentos e cuidar o nível do reservatório. Se o óleo estiver acima ou abaixo do nível, a direção ficará pesada. Direção Eletro Hidráulica: O sistema, que muita gente chama de direção elétrica, tem o funcionamento semelhante ao da direção hidráulica. Ou seja, a direção fica mais leve graça ao óleo impulsionado por uma bomba. A diferença é que essa bomba é acionada por um motor elétrico e não pelo motor do carro. Isso evita a perda de potência do carro.O sistema também precisa de manutenção periódica, acompanhamento do nível de óleo e troca do fluído nos prazos recomendados pela montadora. Direção Eletromecânica: Diferentemente de outros sistemas de direção hidráulica, o motor elétrico com controle eletrônico consome energia exclusivamente quando o volante é realmente acionado. Sensores detectam o torque necessário para mudança de direção e a velocidade na qual o condutor está girando o volante, e então, transfere essas informações para a unidade de controle de direção sob a forma de um sinal elétrico. Essa unidade de controle usa esses dados para calcular quanto auxílio de direção é necessário e aciona com exatidão o servomotor. Direção Elétrica: Não há óleo no sistema de direção. Junto à caixa de direção está fixado um motor elétrico que auxilia os braços da direção a ficarem mais leves. Ele é muito mais prático, pois elimina o óleo, mangueiras, correias e polias. O único problema que pode ocorrer é pane no sistema elétrico. Se isso acontecer, porém, a direção ficará pesada, mas não irá travar. O tratorista motorista seguirá com o controle do Trator. A grande vantagem é que além do excelente conforto, traz como principal vantagem em relação aos sistemas de assistência hidráulica o fato de só demandar energia quando necessário. 6.9.3 RODADOS – PNEUS 6.9.3.1 Tipos de Rodados Pneus Esteiras 33 6.9.3.2 Pneus Os pneus de máquinas agrícolas distinguem-se dos utilizados nos transportes rodoviários por: Terem pressões mais baixas; Apresentarem grande superfície de contato com o solo; Por serem mais macios. a. Função Os rodados têm as seguintes funções: 1. Suportar com segurança o peso do trator ou máquina, em condições estáticas e dinâmicas (Sustentação). 2. Funcionar como amortecedor entre o solo e o trator (Amortecedor). 3. Manter condições de frenagem e tração entre o solo e o trator (Tração). 4. Direcionamento b. Constituição Os pneus são constituídos por: Carcaça Talões Flanco Capa intermediária Banda de rodagem TWI (Trade Wear Indicator) O TWI é o indicador de desgaste do pneu, são saliências que existem na banda de rodagem nos sulcos do pneu. Quando o pneu desgasta e chega até estas saliências é hora de se fazer à troca do pneu, a partir deste ponto a frenagem e estabilidade está comprometida (TWI = 1,6 mm de altura). Características Construtivas dos Pneus Pneus Radiais e Diagonais – Vantagens e Desvantagens Radiais Diagonais Maior capacidade de carga Menor patinagem Excelente tração Economia de combustível Melhor distribuição de carga Maior compactação do solo Maior pressão de inflação Menor custo Menor durabilidade Menor conforto operacional 34 Entre os principais fatores que influenciam a escolha, tem especial importância o trabalho a realizar, o teor de umidade do solo e as cargas a que é sujeito. Assim, não sendo prático a utilização de um pneu para cada caso, a escolha tem de ser um compromisso entre as múltiplas situações, devendo, contudo, satisfazer o melhor possível as seguintes condições: Boa aderência em qualquer tipo de piso; Possibilidade de utilização no campo e em estrada; Elevada resistência ao desgaste; Oferecer bom conforto ao operador; Desgaste uniforme da faixa de rolamento; Resistência aos cortes provocados pelas pedras; Resistência ao desprendimento de partes do pneu; Resistência ao envelhecimento provocado pela exposição ao sol; Baixo preço de compra e de utilização; Não provocar compactação excessiva do solo. c. Classificação dos Pneus Conforme a utilização a que se destinam, classificam-se em: Pneus de Tração - R Pneus de Transporte - I Pneus Direcionais - F Pneus para Motocultivadores – G 35 QUADRO 01 – Tipos de pneus agrícolas mais difundidos no brasil, de acordo com a sua aplicação. CLASSIFICAÇÃO SIMBOLO CARACTERÍSTICAS Tração R-1 Pneus para rodas motrizes de tratores e colhedoras. Indicados para trabalhos em solos com boas características de tração. São os mais utilizados. Tração R-2 Pneus para rodas motrizes de tratores e colhedoras. Indicados para solos inconsistentes, moles e excessivamente úmidos. Largamente utilizados em trabalhos em lavouras de arroz irrigado. Tração R-3 Pneus para rodas motrizes de tratores e colhedoras. Indicados para trabalhos onde não é exigido muito esforço tratório. Tração R-4 Pneus para rodas motrizes de tratores industriais e outras máquinas para movimentação de terras e florestas. Direcional F-1 Pneus para eixos direcionais não tracionados de tratores e colhedoras. Apresenta uma raia ao longo de seu plano médio. Direcional F-2 Pneus para eixos direcionais não tracionados de tratores e colhedoras. Apresenta duas ou três raias ao longo de seu plano médio. Direcional F-3 Pneus para eixos direcionais não tracionados de tratores e colhedoras. Multiraiados ao longo de seu plano médio. Transporte I-1 Pneus para uso em implementos e carretas. Tração p/Motocultivadores G-1 Pneus especialmente desenvolvidos para rodas motrizes de motocultivadores e microtratores. O desenho de sua banda de rodagem se assemelha ao dos pneus R-1. FONTE: reis et al.,1999. Classificação dos Pneus de Tração R1 = Pneu de Tração Regular R2 = Pneu de Tração Extra (Raia Profunda) R3 = Pneu de Tração Raia Superficial (Pouco Profunda) R4 = Pneu de Tração Industrial Classificação dos Pneus – Pneus de Tração 36 d. Bitola É a distância entre as rodas esquerda e a direita do trator (Medida a partir do centro da banda de rodagem dos pneus) e são muito importantes para a regulagem de certos implementos como arado e plantadeiras. A bitola do trator se refere à distância de centro a centro dos pneus de um eixo. Os tratores podem ter a distância entre as rodas fixa ou regulável para se ajustar ao espaçamento das culturas PNEUS TRAZEIROS DISCOS DE 26 POLEGADAS BITOLA DIANTEIRA E TRAZEIRA DISCOS DE 28 POLEGADAS BITOLA DIANTEIRA E TRAZEIRA 11 X 28 Polegadas 56 Polegadas 60 Polegadas 12 X 38 Polegadas 56 Polegadas 60 Polegadas 13 X 24 Polegadas 60 Polegadas 64 Polegadas 13 X 28 Polegadas 60 Polegadas 64 Polegadas 15 X 30 Polegadas 64 Polegadas 64 Polegadas 15 X 34 Polegadas 64 Polegadas 64 Polegadas 15 X 368 Polegadas 64 Polegadas 64 Polegadas As bitolas são ajustáveis em seguimentos de 10 cm, tanto nas rodas dianteiras como nas traseiras. e. Calibragem É um fator muito importante para o desempenho e conservação dos pneus. As pressões recomendadas variam com o tamanho dos pneus, do número de lonas e a carga de trabalho. A pressão baixa provoca: Ruptura das lonas por excessivas flexões na região de esforço. Cortes nos flancos. Desgaste irregular na banda de rodagem. Redução da resistência dos flancos a impactos. Cortes na câmara de ar. A pressão em excesso provoca: Perda de tração por excessivos deslizamentos, aumento do índice de patinagem. 37 Desgaste prematuro da banda de rodagem Aumento do consumo de combustível. Para reduzir a patinagem diminuir 2 lbs/pol2 nos pneus traseiros, colocar contrapesos metálicos ou lastro líquido. Quando um dos pneus traseiros do trator roda no sulco, em trabalhos de aração, sua pressão deve ser aumentada de 2 a 4 lbs/pol2, para se obter um maior esforço tratório. f. Lastragem dos Pneus O desempenho de um trator agrícola depende basicamente da sua capacidade de tração, em função dos diferentes tipos de solo é preciso encontrar a lastração correta. Em trabalhos que exigem mais força de tração a lastração é necessária, porém em trabalhos leves ela é muito prejudicial ao maquinário. Existem duas maneiras de lastrar sua máquina, adicionando pesos de aço em partes específicas do trator ou então adicionar água aos pneus traseiros. A lastragem é usada para diminuir o índice de patinação, aumentar a tração e manter a estabilidadede direção do conjunto trator e implemento. Lastração com água: É feita nos pneus traseiros do trator Com o trator parado calce os pneus com pesos. Levante o trator e calce-o com cavaletes. Com a válvula de ar para cima retire a agulha e deixe o ar sair. Depois instale o dispositivo injetor de água para pneu agrícola e ligue a torneira, quando começar a sair água pela extremidade do dispositivo significa que 75% do pneu está cheio, este é o nível máximo de água recomendado para lastração. Desligue a água e retire o injetor de água para pneu agrícola e reinstale a agulha, depois calibre o pneu com a pressão correta. PESO E CAPACIDADE DOS PNEUS LASTREADOS COM ÁGUA PNEU PNEU VAZIO Kg PNEU LASTREADO Kg CAPACIDADE DE ÁGUA Lts. 5.50 X 16 17 36 19 6.00 X 16 22 45 23 7.50 X 26 27 60 33 7.50 X 18 31 70 39 10.0 X 28 60 150 100 11.0 X 28 85 200 115 13.0 X 24 109 250 141 12.0 X 38 120 315 185 13.0 X 28 127 350 223 14.0 X 30 150 408 258 15.0 X 30 168 482 314 15.0 X 34 170 552 382 g. Medidas dos Pneus Os pneus originais possuem informações imprescindíveis para o conhecimento do consumidor quanto à origem, data de fabricação, capacidade de carga, índice de velocidade, nome do fabricante, entre outros dados impressos nas laterais dos pneus. De forma obrigatória, os indicadores de desgaste na banda de rodagem alertam o consumidor quanto à vida útil do pneu. Exemplo: 195/70 R15 97S Onde: 195 = Largura do pneu (mm) 70 = Relação altura/largura (%) R = Tipo de construção: Radial (R), Diagonal (D) 15 = Diâmetro da roda (Polegadas) 38 97 = Código de capacidade de carga S = Código de velocidade. DOT 4506 = Data de Fabricação (45ª semana do ano de 2006) O pneu original é produzido respeitando as condições climáticas e as características do sistema viário existente no país. Como condição essencial para exportação, os pneus possuem as certificações da UE (União Européia) e do DOT (Departament of Transportation) dos EUA, além da certificação compulsória do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial). O pneu original conta também com garantia de fábrica de cinco anos contra defeitos de fabricação. É designada por dois conjuntos de números, sendo que o primeiro indica em polegadas o valor nominal da largura (L) da secção e o segundo o diâmetro nominal interno (D) do pneu, em polegadas. 18.4 – 34 R1 10 PR Onde: 18.5 = Largura do pneu em polegadas 34 = Diâmetro nominal interno em polegadas R1 = Pneu de Tração Regular PR (Ply Rating) = É a unidade de medida internacional, que representa a resistência da carcaça do pneu, não indicando necessariamente o número real de lonas com que o mesmo foi confeccionado, uma vez que cada lona pode ter resistência superior ao padrão. QUADRO COM OS CÓDIGOS DE VELOCIDADE E CARGA DE PNEUS AUTOMÓVEIS IC PESO Kg CV VELOCIDADE Km/h 80 450 P 150 85 515 Q 160 90 600 R 170 95 690 S 180 97 730 T 190 98 750 U 200 99 775 H 210 100 800 V 240 W 270 6.9.3.3 Esteira A esteira é o componente que permite o deslocamento do trator, a qual é composta por um tipo de corrente formada por pinos, buchas e elos (“links”), nos quais são fixadas as sapatas dotadas de garras. 39 Essas garras constituem uma superfície de apoio, na qual a esteira pode se firmar na superfície para impulsionar e direcionar o trator por meio de suas rodas motrizes e guias. Devido à grande área de contato da esteira com o solo, a pressão sobre este é reduzida. Em virtude disto tem um melhor desempenho do que os tratores de rodas em terrenos arenosos e úmidos. Outra vantagem dos tratores de esteiras é o seu baixo centro de gravidade proporcionado pela pequena altura de vão livre em relação a superfície do solo. Isto lhe confere uma ótima estabilidade, ainda que em terreno acidentado ou inclinado. Os tratores de esteiras são adequados a trabalhos que exigem grandes esforços, tais como: destoca, terraplenagem e tração. Existem dois tipos de esteira uma de metal e outra de borracha. CONCEITO BÁSICO DE TRAÇÃO Maior distribuição da carga total do trator sobre os eixos. Melhor distribuição de peso para tração auxiliar. Transformação do peso em capacidade de tração. Relação peso/potência de 55 a 59kgf/CV. Eixo dianteiro: 4x2 = 28 a 32% 4x4 = 42 a 45% Eixo Traseiro: 4x2 = 68 a 72% 4x4 = 55 a 58% COMPONENTES DO PESO DO EQUIPAMENTO N = Componente do Peso Normal ao Terreno T = Componente do Peso Tangencial ao terreno W = Peso do Trator 40 LIMIAR DA ESTABILIDADE POLÍGONO DE ESTABILIDADE LIMIAR DA ESTABILIDADE LONGITUDINAL LATERAL CÁLCULO DO CUSTO DE HORA/MÁQUINA 1 TRATOR/COLHETADEIRA/AUTOPROPELIDO Podemos considerar para o cálculo do custo da hora do trator os seguintes valores (MIALHE, 1974): Lubrificante/Cárter = de acordo com o Manual da Máquina, pois de acordo com o modelo varia a capacidade do Cárter. Filtro de Óleo = de acordo com a troca de óleo do cárter. Graxa = 1 kg/10 horas Óleo na bacia do purificador de ar = 0,5 lts./10 horas (Se tiver o filtro a banho de óleo). Óleo da caixa de transmissão = de acordo com o Manual da Máquina (30,28 lts./750 horas) Filtro de combustível primário = trocar a cada 100 horas Filtro de combustível secundário = trocar a cada 200 horas Reparos = considerar 8 a 10% do valor inicial de aquisição do trator, por ano. Alojamento = considerar 1% do valor inicial de aquisição do trator, por ano. Combustível = 0,12 lt./CV/hora x CV x % Potência Requerida x R$ Combustível. Depreciação (Método Linear) = (Valor Inicial – Valor de Sucata)/Nº de horas de vida útil (10.000 horas). Juros = (Capital Médio x Taxa Anual de Juros)/ Nº de horas trabalhadas por ano. Capital Médio = (Valor Inicial + Valor de Sucata)/ 2. Seguros = (Valor Inicial x 2%)/Nº de horas trabalhadas por ano. Pneus: Trator 2 X 4 = Dianteiros (Preço/1000 horas), Traseiros (Preço/2000 horas) Trator 4 X 4 = Dianteiros e Traseiros (Preço/2000 horas) Pulverizador Autopropelido = 3000 a 4000 horas Colheitadeira = Dianteiros (Preço/2000 horas), Traseiros (Preço/1000 horas) Valor de Sucata considerar 10% do valor de aquisição. 2 ARADO Juros = (Valor Inicial x Taxa anual de juros)/Nº de horas trabalhadas por ano Depreciação (Método Linear) = (Valor Inicial – Valor de Sucata)/Nº de horas de vida útil (10.000 horas). Alojamento = considerar 1% do Valor Inicial do arado, por ano Graxa = 0,5 kg/10 horas Reparos = considerar 50% do custo Inicial, dividido pelo número de horas trabalhadas por ano. Vida útil = 2.500 horas 3 GRADE ARADORA, NIVELADORA E CULTIVADOR. Usar as mesmas fórmulas do arado para juros, alojamento, depreciação e reparos. 41 Graxa = 1 kg/10 horas. Vida Útil: Grade Niveladora = 2.500 horas Grade Aradora = 2.500 horas Cultivador = 2.500 horas. No caso de grades hidráulicas acrescentar o óleo do hidráulico e os pneus (Preço/1000 horas) 4 SEMEADORA/ADUBADORA/PULVERIZADOR Usar as mesmas fórmulas do arado para juros, alojamento, depreciação e reparos. Graxa = 0,5 kg/10 horas. Vida Útil = 1.500 horas de vida útil. Nos reparos estão incluídas as trocas dos bicos e mangueiras do pulverizador 5 OPERADOR Considerar um trabalhador fixo, com remuneração de 2,5 salários mínimos ou o salário combinado mais os encargos sociais, durante 200 horas/mês (25 dias e 8 horas/dia). Os encargos sociais (INSS, FGTS, PIS, Seguro de Acidentes, Férias, 13º salário) correspondem, aproximadamente, a 60% do salário mensal. Salário/hora = (Salário + 0,60 Salário)/200 Portanto o custo da h/m de uma máquina vai depender do implemento usado, isto é o custo da hora do Trator + Implemento+ Operador. 6 OBSERVAÇÕES Os custos variáveis ou operacionais são aqueles que dependem do uso da máquina e são constituídos por combustíveis, lubrificantes, pequenos reparos, etc. Os custos fixos são aqueles que independentemente do uso ou não da máquina existem e são constituídos por juros, depreciações, seguros, etc. O consumo de combustível pode ser calculado usando o índice de 0,25 a 0,30 litros/hora/CV requerido na barra de tração. A vida útil de uma maquina de esteira varia de 25 a 30 anos. Tabela 5 - Número Médio de Horas de uso por ano (n) e Vida Útil em horas (N). EQUIPAMENTO N (Horas Total) n (horas anuais) ANOS Trator de Rodas 15.000 (10.000) 1.500 (1.500) 10 Trator de Esteira 15.000 (10.000) 1.500 (1.500) 10 Trator Pequeno 6.000 (10.000) 600 (1.000) 10 Arados e Grades 2.500 200 15 Grades 2.500 250 10 Cultivadores 2.500 200 12 Semeadoras de Fluxo Contínuo 1.000 (2.500) 100 (250) 10 Semeadoras de Precisão 1.500 (2.500) 150 (250) 10 Pulverizadores 1.500 150 10 Roçadeiras 1.600 160 10 Colhedoras de Forragem 6.000 600 10 CÁLCULO DO ÍNDICE DE PATINAGEM (%) % PATINAGEM = No – Ni x 100 No No = Número de voltas da roda traseira tracionando um implemento. Ni = Número de voltas da roda traseira com o implemento levantado. A % Patinagem deve ser no máximo 15%, se for maior o implemento é pesado para o trator. 42 ÍNDICE DE PATINAGEM TIPO DE SUPERFÍCIE 5 a 7% Concreto ou Asfalto 7 a 12% Terrenos Duros 10 a 15% Terrenos Firmes, porém, macios. 13 a 18% Terrenos Soltos, Arenosos ou Lamacentos. Pouco Lastro: Alto índice de patinagem Perda de velocidade Desgaste prematuro dos pneus Consumo excessivo de combustível Muito Lastro: Aumenta a compactação do solo Aumenta a resistência ao rolamento Aumenta a solicitação nos pneus Aumenta solicitações nos componentes do trator. DIMENSIONAMENTO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS A análise do desempenho de sistemas mecanizados se faz necessário para poder utilizar os parâmetros envolvidos no projeto, controle e cálculo dos custos dos sistemas planejados e propostos. Para iniciar o dimensionamento das máquinas e equipamentos agrícolas é necessário conhecer o programa de produção da propriedade. O programa é composto de: Operações Agrícola a executar: preparo do solo, calagem, semeadura, tratos culturais, colheita, transporte, processamento e armazenagem. Área a ser trabalhada: mapear a área (Área total, área útil, acidentes geográficos, obras estruturais, tipo de solo, análises químicas e físicas, insumos aplicados, produtividade, operações realizadas. Calendário de trabalho (Tempo disponível) 1 RENDIMENTO DE OPERAÇÕES AGRÍCOLAS As máquinas agrícolas operam com velocidades constantes, sendo que a velocidade de trabalho varia entre 3,5 a 12 km/h e a velocidade máxima que uma máquina agrícola é de 40 km/h. 1.1 RENDIMENTO OPERACIONAL (ha/h) É a razão entre o desempenho da máquina (Área trabalhada) e o tempo efetivo, como se a mesma trabalhasse 100% do tempo na velocidade nominal, utilizando 100% da sua largura nominal. É dada em ha/h. Rendimento = Largura de corte (m) x Velocidade (Km/h) x Ef ha/h 10 x Nº de Passadas OPERAÇÃO (EQUIPAMENTO) VELOCIDADE (km/h) Ef Ef média Aração (Arado de Disco) 2,0 - 5,0 75 – 90% (0,75 – 0,9) 85% Aração (Arado de Aiveca) 2,0 – 7,0 75 – 90% (0,75 – 0,9) 85% Aração (Enxada Rotativa) 2,0 – 7,0 70 – 90% (0,7 – 0,9) 85% Gradagem (Grade de discos) 6,0 – 10,0 75 – 90% (0,75 – 0,9) 80% Cultivo (Cultivadores) 2,5 – 6,5 75 – 90% (0,75 – 0,9) 85% Plantio (semeadora de Fluxo Continuo) 4,5 – 11,5 50 – 75% (0,5 – 0,75) 65% Plantio (Semeadoras de Precisão) 4,5 – 10,0 60 – 80% (0,6 – 0,8) 70% Pulverização (Pulverizadores de Barra) 4,5 – 10,0 60 – 80% (0,6 – 0,8) 70% Colheita (Colhetadeiras) 5,0 – 10,0 60 – 80% (0,6 – 0,8) 70% Rolo Picador 7,0 – 12,0 70 – 90% (0,7 – 0,9) 85% Subsolagem (Subsoladores) 2,5 – 6,0 70 – 90% (0,7 – 0,9) 80% FONTE: ASAE D230.4, 1988. A Associação dos Engenheiros Agrônomos – EUA recomenda 82,5% (0,825) 43 1.2 CAPACIDADE DE CAMPO EFETIVA – CCE Representa a capacidade efetivamente demonstrada pela máquina no campo. Representa a capacidade básica da máquina. CCE = S/Tpr ha/h Onde: S = Área trabalhada (ha) Tpr = Tempo de produção ou Tempo Operacional Efetivo (Toe) (horas) 1.3 CAPACIDADE DE CAMPO OPERACIONAL – CCO Representa a capacidade da máquina ou implemento no campo que inclui os efeitos de fatores de ordem operacional. Esses efeitos são representados por tempos consumidos no preparo da máquina e implemento, em interrupções e requeridos pelo próprio trabalho da máquina em operações no campo. CCO = S ha/h TM Onde: S = Área trabalhada (ha) TM = Tempo de Máquina ou Tempo Total de Campo (Ttc) (horas) TM = TPr + Ti + TPe Onde: Ti = Tempo de Interrupção Tpe = Tempo de Preparo da Máquina 1.4 RENDIMENTO DE CAMPO EFETIVO – RCE (%) Também chamado de Eficiência de Campo (EC), é a razão entre a Capacidade de Campo Efetiva e a Capacidade de Campo Operacional. RCE = CCO x 100 CCE CCE = Capacidade de Campo Efetiva CCO = Capacidade de Campo Operacional EC = Tpr x 100 TM Para diminuir o custo de produção tem que aumentar a Eficiência de Campo das máquinas agrícolas. 2 RÍTIMO OPERACIONAL (RTO) OU CAPACIDADE REQUERIDA RTO = Área Total/Td Td = [N – (Ndf + Nu)] x J Onde: Td = Tempo disponível N = Número total de dias do período. Ndf = Número de domingos e feriados. Nu = Número de dias indisponíveis por umidade. J = Número de horas da jornada de trabalho. 3 NÚMERO DE CONJUNTOS MOTOMECANIZADOS (NCM) NCM = RTO/CCE 4 DISPONIBILIDADE DE TRAÇÃO – TD TD = CV (motor) x Eficiência do Câmbio x 270 Velocidade (km/h) TD = Tração Disponível – kg Eficiência de Câmbio = 70% para câmbios automáticos e 80% para câmbios mecânicos 44 5 DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA ÚTIL DOS TRATORES AGRÍCOLAS O conhecimento da força e da potência requerida por implementos se faz necessário para verificar a compatibilidade entre trator e implemento e/ou dimensionar o implemento para o trator. O desempenho da força de tração dos tratores depende inicialmente da potência do motor, distribuição de peso nas rodas de tração, tipo de engate, e condição de solo. Para o dimensionamento de tratores devemos determinar a potencia máxima, potencia na TDP, potencia na barra de tração. A Potencia Requerida (Pr) pelo implemento é dada pela fórmula: Pr (CV) = Ft (kgf) x V (km/h) 270 Onde: Ft = Força de Tração (TD) V = Velocidade de deslocamento 5.1 Potência na TDP Potencia na TDP = Potência Útil do Motor x 0,86 5.2 Potência Máxima na Barra de Tração (Pmax) Concreto: Pmax = Potencia TDP x 0,86 Solo Firme: Pmsf = Pmax x 0,86 5.3 Potência Utilizável na Barra de Tração (Pubt) Solo Firme: Pubt = Pmsf x 0,86 5.4 Potencia Requerida na Barra de Tração (Prb) Prb = (Rt x V)/1000 Onde: Prb = Potência Requerida na Barra de Tração pela máquina ou implemento (kW). Rt = Resistência à tração da máquina ou implemento (N). V = Velocidade de deslocamento (m/seg). Rt = Rc + Rd + Rs Onde: Rt = Resistência Total a tração de máquinas e implementos (N). Rc = Resistência à tração da máquina ou implemento (N) Rd = Resistência à tração em função da declividade do solo (N). Rs = Resistência à tração em função das condições superficiais do solo (N). Rs = (Pe + Pt) x Rsu Onde: Pt = Peso do trator (t). Pe = Peso do implemento (t). Rsu = Perda de tração unitária (N) (p/solo firme + 210 N). Rd = (Pe + Pt) x Rdu Onde: Pe = Peso do equipamento (t). Pt = Peso do trator (t). Rdu = Perda de tração unitária (N/t) (p/declividade de 4% = 360 N/t). 45 Relação de potência para tratores agrícolas. A potência numa posição específica pode ser utilizada para estimar a potência em outra