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GESTÃO DE PESSOAS E TALENTOS AULA 1 Profa. Mariana Patitucci Bacellar 2 CONVERSA INICIAL Olá, aluno! Quando falamos de realizar gestão de pessoas, o que te vem à mente? Nas organizações, é necessário lembrar que contamos com várias pessoas diferentes que pretendem alcançar um objetivo comum. Falar em gestão de pessoas, exige, portanto, a compreensão sobre a formação e a atuação dos indivíduos. As pessoas são formadas em realidades distintas, criando um modo próprio de pensar, agir e fazer. Esse modelo individual, nem sempre é compreensível para o outro, e o contrário também ocorre. Assim, se forma uma rede complexa de modelos individuais, propensa a existência de desacordos e conflitos. E essa rede é instalada dentro das equipes que passa a ser o principal desafio dos gestores. Com o passar dos anos, foram desenvolvidas ferramentas, técnicas e métodos que podem auxiliar na forma de lidar com essa trama. O foco dessa aula é introduzir esses modelos. CONTEXTUALIZANDO É fundamental lembrar a importância que as pessoas têm para as organizações. Veja o trecho do artigo Gestão de pessoas não é com o RH!, de José Luiz Bichuetti publicado na revista Harvard Business Review, em Maio de 2015. O motor das empresas A inteligência artificial evolui, robôs desempenham o papel de pessoas, fábricas se automatizam, mas nada substitui o verdadeiro motor que dá vida às empresas: gente! É necessário ter em cada posição, de liderança ou de chão de fábrica, indivíduos com o perfil adequado a cada uma delas; é preciso capacitá- los e motivá-los para exercer suas atividades com empenho e alto desempenho, individualmente ou em equipes. Funções diferentes requerem perfis específicos. Indivíduos de diferentes gerações podem necessitar de motivações igualmente diversas; integrar baby boomers, Xs e Ys é um dos desafios a serem vencidos pelos gestores. Gerir gente eficazmente é saber definir as necessidades de pessoal, saber atrair, contratar, reter, motivar, avaliar desempenho, desenvolver, remunerar, reconhecer empenho (diferente de desempenho) e, até, saber demitir. É reconhecer que gente é o propulsor que move as empresas. 3 Fonte: http://hbrbr.com.br/gestao-de-pessoas-nao-e-com-o-rh/ Vemos o desenvolvimento rápido da tecnologia que propõe novas formas de gestão e de relação entre os indivíduos. Com todo o suporte da tecnologia, o desafio de “gerir” parece ser mais simples. Mas, na prática, o fator humano nos traz uma infinidade de elementos que interferem na Gestão de Pessoas e fazem com que a complexidade se evidencie. Existe um conjunto de necessidades a serem atendidas (tanto das pessoas quanto das empresas) e essa aula pretende trabalhar com temas que auxiliem você na empreitada de gestão que traz, como principal foco, um equilíbrio na busca da satisfação dessas necessidades. E o que você pode fazer, então, para ser um gestor eficaz? O trecho desse artigo expressa, em poucas palavras, alguns dos tópicos que vamos trabalhar. É recomendável que você procure o artigo completo, que traz outras reflexões interessantes. TEMA 1: HISTÓRICO DE GESTÃO DE PESSOAS Você conhece o relato de uma suposta experiência com 5 macacos em uma jaula? Se não conhece, imagine que, nessa mesma jaula, além de 5 macacos, havia uma escada com um cacho de bananas sobre ela. Toda vez que um dos macacos subia para pegar as bananas, os que estavam no chão eram surpreendidos com um jato de água fria programado pelos cientistas. Depois de alguns dias repetindo essa ação, quando um macaco fazia menção de subir a escada, os demais macacos davam uma surra nele (para evitar que subisse e que levassem o jato d`água). Depois de um tempo, os macacos deixaram se subir as escadas, apesar das bananas expostas. Um dos macacos foi retirado da jaula e outro colocado em seu lugar. E quando o novo macaco foi pegar as bananas, apanhou dos macacos antigos. Depois de algumas tentativas, deixou de subir para não apanhar. Um segundo macaco foi substituído e o mesmo ocorreu. Inclusive o novo macaco, que não havia vivenciado os episódios de jatos d`água surrou o atual integrante do grupo quando esse subiu na escada. E gradativamente todos os macacados “antigos” foram substituídos, um a um. Não havia mais nenhum macaco do grupo inicial, isto é, nenhum deles tinha vivenciado o motivo original de “não subir as escadas”, mas, mesmo assim, os macacos repetiam o comportamento hostil para aquele que fosse subir a escada. 4 As relações no ambiente organizacional carregam as características individuais de cada integrante, mas o que prevalece são as características organizacionais. E, na história de cada organização, existem fatos que originam comportamentos de uma forma muito parecida com a história descrita. É interessante observar que algumas ações e reações não são explicadas por algo perceptível no momento atual da empresa, mas, com certeza, em algum momento foi originada por um fato real que moldou determinada conduta. É o conjunto de comportamentos de determinada organização que chamamos de Cultura Organizacional. As relações entre empresas e pessoas são regidas por um contrato de trabalho em que existe uma troca estabelecida. Os empregados assumem o compromisso de seguir as normas da organização e é comum que alguns comportamentos sejam repetidos, mesmo quando o fato originador do comportamento já foi extinto. Isto é, como o indivíduo se compromete em seguir as práticas organizacionais, ele se adequa ao modelo sem se questionar de onde vieram os métodos escolhidos. A história dos macacos é excelente para ilustrar essa dinâmica e pode ser vista de forma ilustrada no link https://www.youtube.com/watch?v=CAtRwDQKU8w Além da história da própria organização, as empresas também herdam o modelo de gestão de seus dirigentes. As influências trazidas demarcam os tipos de relações e a forma de trabalho. Você já assistiu ao filme O Diabo Veste Prada? É um exemplo interessante em que fica evidente o quanto a personalidade da dirigente (personagem “Miranda”) influencia o ambiente organizacional. Experimente assisti-lo observando a contínua preocupação de todos em atender o modo que a dirigente pensa, independente da sua presença. O segmento da empresa e a característica dos seus funcionários e dos seus clientes (faixa etária, gostos, gênero) também influenciam a conduta organizacional. De acordo com esses fatores a empresa pode ser mais ou menos tradicional, tecnológica, descolada e outros tantos fatores. Ao longo da evolução da relação entre pessoas e empresas, foram desenvolvidas diversas ferramentas que dão suporte para a sistematização do processo de gestão, contribuindo, dessa forma, para que os gestores apliquem práticas com base na conduta organizacional e não com base em sua conduta pessoal. 5 Apesar das empresas utilizarem ferramentas de gestão semelhantes, podemos observar que cada uma tem um jeito diferente de fazê-lo. O que reforça que as ferramentas de gestão são uma referência a ser seguida, mas que será preenchida com os elementos organizacionais que são particulares de cada Cultura Organizacional. E quais são os elementos que mais influenciam a forma como as ferramentas serão implantadas? Com base no que vimos até agora, podemos verificar 4 elementos que influenciam na forma: Os episódios que acontecem na história da organização que estabelecem alguns comportamentos; A personalidade dos dirigentes que influenciam o comportamento; As características da empresa (segmento, perfil funcionários e clientes); As características individuais de cada membro da equipe. Podemos afirmar que esses elementos tornam as organizações unidades complexas e únicas. Então, seria correto concluir que as ferramentas de gestão servem para dar um direcionamento, tornando o processo mais didático. Mas, mesmos que as organizações escolham as mesmas bases teóricas para aplicação dessas ferramentas, cada uma terá um modo próprio de agir. É o pressuposto da diversidade que exige que o gestor de pessoas seja um profissional preparado para lidar com a adversidade no seu dia a dia. Mesmo depois de parecer conhecer tudo, um ponto desconhecido ou não vivenciado emerge, sendo necessário que o gestor se adapte a essa nova situação. Nesse sentido, buscar o escopo das ferramentas de gestão é fundamental, pois dá um norte ao gestor, fazendo com que as algumas etapas sejam realizadas e, apesar dos obstáculos, que as ações sejam concluídas. O setor de Recursos Humanos das empresas costuma ser subdividido. A divisão é realizada pelo agrupamento de atividades semelhantes, encontrando na literatura variação nas nomenclaturas e reunião de atividades. O termo utilizado nessa divisão é subsistemas. Alguns deles veremos com mais detalhes nas próximas aulas, mas aqui já podemos verificar alguns deles: Recrutamento e Seleção Treinamento e Desenvolvimento Administração de Pessoal 6 Cargos e Salários Administração de Benefícios Segurança e Medicina do Trabalho Endomarketing Esse é um tema muito discutido e que está em constante atualização. É recomendável que você busque informações continuamente para melhorar sua crítica em relação à temática. A revista Harvard Business Review, em todas as suas edições, traz artigos e reportagens sobre o tema que vale a leitura. Algumas edições estão disponíveis na web. TEMA 2: SUBSISTEMAS Imagine que você ofereceu uma festa em sua casa e que compareceram 20 adultos e 8 crianças. A festa durou o dia todo, com direito a álbuns de família vistos pelos convidados, almoço servido, mesas e cadeiras foram pegas emprestadas, foi necessário mudar os móveis de lugar para acomodar a todos, a sobremesa foi servida em copos descartáveis e toda a sua louça foi usada. Alguns convidados eram fumantes, então, você tirou do armário cinzeiros que habitualmente não usa e travessas que costumam ficar em armários que são abertos somente em dia de festa. Suponha que, ao chegar ao fim da festa, você ficou responsável por organizar a casa! Quando temos um encargo como esse, temos que iniciar por algum lugar. Iniciamos então colocando as “coisas no lugar”. Devolver as mesas e cadeireiras para quem emprestou, jogar no lixo aquilo que é descartável e lavar o que está sujo são exemplos de ação que serão realizadas. Observe que, para que haja um início, existe uma definição já estabelecida: onde é o local que vou armazenar ou tratar cada um dos itens da “minha bagunça”. Por exemplo, a louça suja da festa geralmente é levada até a pia da cozinha, para que então possa receber o tratamento necessário (ser lavada), para depois ser guardada no seu local de destino. O procedimento e o local já estão previamente estabelecidos, então, o que é necessário fazer é executar o procedimento. Agora, imagine que, no meio da sua festa, uma das crianças se pendurou no armário em que as louças são armazenadas. Ele caiu em cima da pia e estourou o cano da torneira. Então, além de realizar o procedimento, é necessário desenvolver a ferramenta para lavá-la e definir novo local para 7 armazenamento. Nesse exemplo, vemos que a atividade principal deixa de ser o centro da sua atenção, pois você necessita focar sua energia em como fazer e onde armazenar e não na execução da organização propriamente dita. Você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com os subsistemas de Recursos Humanos. Assim como na nossa casa, as empresas precisam ser lugares para direcionar as coisas. Quando tratamos de gestão de pessoas, esses “lugares” são denominados de subsistemas. Cada subsistema fica sob responsabilidade de alguém, que assume a obrigação de criar procedimentos, processos e ferramentas para deixar esse “espaço” em pleno funcionamento. Se formos usar a nossa história, a responsabilidade do profissional do subsistema “cozinha” seria deixar o armário, a pia e a torneira funcionando, para você (o dono da casa) poder exercer sua atividade principal, que é a de organizar a casa. Ao longo do desenvolvimento das teorias de gestão de pessoas, foram se agrupando temáticas interligadas em blocos de semelhança, facilitando assim a organização sistemática da estrutura organizacional. Da mesma forma que no armário da cozinha se armazena panelas, louças, mantimentos e talheres (elementos distintos, mas interligados), no subsistema de “Rotinas” (ou Departamento Pessoal), se trata de benefícios, folha de pagamento, ponto, admissões e demissões (elementos distintos, mas interligados). O subsistema de “Cargos e Salários” engloba remuneração estratégica, cargos, salários, pesquisa salarial e carreira (elementos distintos, mas interligados). Outro exemplo é o subsistema de “Recrutamento e Seleção”, que absorve atração de talentos, recrutamento, seleção, procedimentos admissionais e entrevista de desligamento (elementos distintos, mas interligados). E assim por diante. Isto é, os subsistemas são setores responsáveis por uma série de temáticas interligadas. Seu principal papel é garantir que as obrigações da empresa com os funcionários sejam realizadas, bem como fazer a manutenção de procedimentos, métodos e ferramentas corporativas para que os gestores de pessoas possam fazer uso delas nas suas atuações enquanto gestores. Os subsistemas de Recursos Humanos e os profissionais que neles trabalham não devem assumir o papel de gestores de pessoas, mas sim instrumentalizar e dar suporte para os gestores da organização para que possam focar na sua atividade principal. Voltando para o exemplo da casa bagunçada, se eu precisar sair para comprar sacos de lixo antes de jogar as coisas no lixo, se eu precisar arrumar a 8 pia antes de lavar a louça, se eu precisar providenciar um armário antes de guardar as coisas, entre outros, a missão de arrumar a casa será muito mais demorada, onerosa e desgastante. É sabido que o gestor, além das suas atividades principais, muitas vezes assume a responsabilidade de desenvolver suas próprias ferramentas de Gestão de Pessoas, pelo fato de a empresa não as disponibilizar. As empresas evoluem de forma gradativa em sua estrutura e, em alguns casos, desenvolve maturidade lentamente. Assim, além de “lavar a louça, arrumar a pia”, é importante o gestor deixe claro para a empresa que a mudança de foco diminuirá sua capacidade de alcançar altas performances. Quando o gestor não alerta sobre esse ponto, pode ter avaliação de desempenho diminuída, pois não há percepção real de sua produção. Então, a escolha de mudança de foco do gestor para atividades que fujam do seu objetivo principal (por exemplo, o gestor comercial desenvolverá a ferramenta de avaliação de desempenho), deve ser uma escolha conjunta e consciente de que está havendo mudança de foco. Para entender de forma mais teórica as divisões dos subsistemas de Recursos Humanos, você pode ler o livro Gestão de Pessoas de Idalberto Chiavenatto, citado nas referências. TEMA 3: PAPEL DO GESTOR DE PESSOAS Comece o estudo desse tema respondendo a seguinte questão: na sua opinião, qual é o papel do gestor de pessoas? Em entrevista com Armando Levy, para a revista ABDT-PR, Mario Sérgio Cortella comenta sua percepçãoa respeito do novo gestor de pessoas. Veja no link https://www.youtube.com/watch?v=KezS2QxMajg. Sua breve fala traz uma visão macro da diversidade de responsabilidades que o gestor de pessoas é demandado. Seu comentário ajuda a dar início a um processo de reflexão de uma questão que, possivelmente, não tem uma resposta objetiva e direta. Mais do que isso, ajuda na percepção da magnitude desse tema e de seus desdobramentos. O gestor de pessoas assume, como responsabilidade central, o dever de mediar a relação entre pessoas e organização. É fundamental, portanto, que ele esteja alinhado com os objetivos organizacionais e, principalmente, com os 9 valores organizacionais. Para defender arduamente os interesses de uma empresa, o gestor precisa acreditar nessa instituição. E isso só ocorre quando existe combinação entre os valores propostos por essa empresa e os valores pessoais de seus gestores. Quando falamos em valores, você deve imaginar os princípios que estabelecem a conduta de determinado indivíduo. Quando existe desencontro dessas importâncias, a relação já inicia com uma divergência, pois dificilmente se conseguirá fazer um alinhamento eficaz do gestor com a organização, pois trata-se de fatores muito enraizados em que não se propõe apenas uma mudança de comportamento, mas sim uma mudança no modo de “pensar”. Podemos separar a divergência entre gestores e empresas em dois níveis. Um mais profundo, onde estão os princípios éticos e morais (os citados anteriormente), e outro mais superficial. em que encontramos procedimentos distintos sobre como fazer as coisas. Nesse segundo grupo, o alinhamento é necessário e possível de se estabelecer em um prazo mais curto. Por exemplo, um gestor era habituado na organização anterior a fazer feedbacks individuais semanalmente com sua equipe, que era de 4 funcionários. Chega para gerenciar, na nova organização, uma equipe de 35 pessoas e traz o modelo anterior. Porém, pelo volume da equipe, não consegue realizar suas outras atribuições, pois o feedback está lhe tomando todo o tempo. Sua gerência lhe sinaliza que isso precisa ser alinhado e, por mais que ele entenda que o melhor procedimento seja realizar conversas semanais, ele adequa seu comportamento ao novo cenário, realizando feedbacks semestrais e não mais toda semana. Nesse exemplo, temos uma mudança no processo que não invade o grupo de valores. Podemos considerar esses ajustes como calibragens necessárias e possíveis dentro da organização. É um alinhamento comum de comportamento, processo ao qual o gestor geralmente de submete para se adequar. Em um segundo exemplo, imagine que determinado gestor tem, na sua história de vida, repetidos exemplos familiares de honestidade. Por várias vezes, viu seus pais devolvendo trocos que receberam a mais, denunciando colegas que estavam realizando algo indevido e dando ênfase em seus discursos na importância de uma conduta ética e honesta. Chegando na organização, recebeu a seguinte orientação: “Costumamos realizar o pagamento de pessoal 10 no 10º dia útil. Embora a lei exija que seja até o 5º dia útil, geralmente os funcionários não se dão conta disso. Se questionarem, diga a eles que nosso sindicato permite o pagamento dessa forma. Apesar de ser mentira, ninguém vai atrás para saber mesmo”. Nesse modelo, temos uma orientação que evidentemente fere os princípios do gestor. Independente se o solicitado é certo ou errado, é provável que esse gestor não consiga representar os interesses da organização e, portanto, não cumprirá bem seu papel de mediador. O capítulo 2 do livro Gestão de Talentos de Erila Lotz e Lorena Gramms traz questões sobre conflitos nos relacionamentos com conceitos que ajudam a definir essa temática. Quando o gestor e a organização estão alinhados em seus princípios, ele inicia seu papel de mediador. Voltando para o que falamos no início, seu papel então é representar os interesses de uma pessoa jurídica que terá voz por meio de seus gestores. Portanto, sua missão central é atender os interesses dessa organização e conduzir os colaboradores ao encontro dos objetivos esperados. É essa atividade que pauta as atribuições e a rotina do gestor que vem recheada de atividades, responsabilidades e deveres, conforme vimos na entrevista de Cortella. Entramos aqui em uma segunda questão que merece mais detalhamento. Como conduzir pessoas, com origens, histórias e motivações distintas, para um objetivo comum? Como já vimos, pessoas trazem consigo uma complexidade na sua formação subjetiva que reflete em uma imensa diversidade de comportamentos. O papel do gestor de pessoas é administrar as questões que interferem no comportamento do indivíduo no ambiente de trabalho. Observe o quanto essa questão é ampla, obrigando ao gestor a escolher as formas de realizar essa tarefa dentre muitas opções e direções existentes. O gestor terá que eleger a forma de relacionamento que terá na organização, isto é, o seu próprio comportamento é uma escolha difícil de se fazer: ser mais cordial ou mais seco, ser mais rígido ou mais flexível, ser mais próximo ou mais distante, acolher as demandas pessoais da equipe ou não dar espaço para conversas desse tema são exemplos de escolhas que precisam ser feitas. 11 Assumir o papel de gestor de pessoas pode ser mais tenso no início, até que essas escolhas se tornem algo natural e até automático. É comum vermos profissionais que assumiram o papel de gestor não saberem como se comportar diante da equipe e de situações inusitadas. Para realizar essas escolhas, o primeiro passo importante é conhecer os membros da equipe. Determinados comportamentos de um gestor devem ser moldados de acordo com o seu time. Por exemplo, alguém que seja competitivo e focado em resultado, não será motivado com a frase “o importante é competir”. Para conhecer os membros de sua equipe, o gestor deve estar atento à comunicação e aos comportamentos de cada indivíduo. Deve observar suas relações, conhecimentos, habilidades, atitudes e, em suas intervenções, o que faz com que o indivíduo tenha reações positivas e negativas. Dessa forma, pode ajustar seu modelo de gestão de acordo com o que funciona. O gestor de pessoas pode expor o seu time a novas experiências com o propósito de desenvolver novos conhecimentos, descobrir as habilidades e incentivar atitudes. TEMA 4: EQUIPES E GRUPOS Um cargo é criado quando uma empresa tem um volume de atividades que, para serem realizadas, precisa de força de trabalho humano. Então, toda contratação deve só ocorrer somente quando a empresa de fato tem necessidade. Isso faz com que todos os integrantes de uma equipe sejam de igual importância. Se existe uma equipe constituída é porque, para alcançar os resultados almejados, é necessário um trabalho em grupo e não individual. Equipes comerciais serão estruturadas pela necessidade de ampliar ou manter o volume de vendas da organização. Isto é, a atividade fim desse setor é trazer receita para organização. O que faz com que a percepção sobre o prejuízo ou o lucro que esse profissional traz seja percebido rapidamente. É possível, nessas equipes, conhecer a produção financeira e realizar o cálculo para conhecer quanto cada profissional está contribuindo. Como é uma equipe da qual se espera produção e resultados visíveis, é comum que desligamentos ocorram antes mesmo de dar tempo de o profissional ter uma real interação com o produto ou serviço, com a empresa e com os processos. Isso faz com que o trabalho em equipe se torne mais difícil, pois não dá tempo de a equipe 12 amadurecer enquantogrupo, restando para essa empresa resultados individuais isolados. O esporte nos ensina muito sobre o trabalho em equipe. Podemos migrar muitos modelos para os cenários corporativos. Veja esse link que você encontra uma entrevista com Bernardinho, técnico da seleção brasileira de vôlei masculino, em que ele traz algumas reflexões sobre o trabalho em equipe: https://www.youtube.com/watch?v=OfXDXcsc_m0 Observe que ele fala sobre a importância de cada integrante da equipe, trazendo o conceito básico que falamos no início. Reforça que, em um time, não deve ter o mais ou o menos importante, pois todos são fundamentais para o pleno funcionamento da equipe. Ele fala também sobre confiança. Em equipes mais maduras e que alcançam resultados, é possível observar essa relação de confiança entre seus membros, que contribui com o outro ponto trazido por ele: a inspiração. Equipes com fortes vínculos entre seus membros tendem a ser mais capazes de sensibilizar inspiração uns nos outros. Existem vários filmes que ilustram o trabalho em equipe, um deles é a Fuga das Galinhas, que valoriza as habilidades de cada integrante do “time”, deixando claro que cada um pode trazer contribuições importantes que fazer a diferença. No trabalho em equipe, seja como gestor ou membro da equipe, há algumas posturas que podem ser testadas e tendem a ter um resultado positivo. Segue algumas delas: 1. Ouvir Uma das vantagens do trabalho em grupo é a diversidade de competências. Os inúmeros saberes de uma equipe podem agregar muito para seus integrantes. Para isso, é necessário estar aberto para ouvir. Essa é uma prática que pode ser treinada, mesmo que não seja um hábito do profissional. 2. Limpar os relacionamentos Cultivar mágoas no ambiente de trabalho ou deixar conflitos não resolvidos costumam prejudicar o resultado da equipe. A melhor forma de lidar 13 com essa situação é conversar. Os incômodos costumam ser direcionados para terceiros e essa atitude, além de não resolver o conflito, ainda pode trazer reflexos negativos caso se transformarem em fofocas. Então, é importante conversar com as pessoas da equipe no sentido de procurar eliminar as mágoas, apesar das diferenças. 3. Ter empatia A empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro. As relações de trabalho não exigem que você se torne amigo pessoal ou se solidarize com o outro a ponto de incorporar os problemas como se fossem seus. Mas realizar o acolhimento do outro, entendendo que esse tem histórias e realidades que justificam seus atos faz com que a relação de confiança, citada anteriormente, se fortaleça. 4. Respeito às diversidades O respeito pelas pessoas já não é mais uma escolha e sim uma obrigação. Cada vez mais se valoriza essa temática e se legaliza penalidades quando ele não está presente. Isto é, os indivíduos inseridos na sociedade brasileira têm o direito e o dever constitucional de respeitar os indivíduos com todas as suas escolhas e origens. Essa postura cria laços e contribui para que as pessoas estejam mais dispostas a fornecer sua capacidade produtiva para o alcance do objetivo do time. 5. Postura crítica adequada A visão crítica é algo admirável e pode ser benéfica desde que seja realizada de uma forma construtiva e afável. A crítica contínua, expositiva e hostil tende a criar um ambiente de menor produção e de mais conflitos. Em casos extremos, o indivíduo exposto durante um tempo prolongado a essa situação pode até manifestar doenças emocionais fruto de uma relação de trabalho destrutiva. Portanto assumir uma postura crítica adequada é fundamental para a contribuição dos resultados da equipe. Para complementar esse tema, leia o capítulo 1 do livro Gestão de Talentos de Erika Lotz e Lorena Gramms, indicado nas referências da aula, que trata a respeito das relações humanas. 14 TEMA 5: GESTÃO ESTRATÉGIA Para trabalhar com gestão estratégica de pessoas, é necessário que os setores sigam algumas etapas parecidas com o que propõe um planejamento estratégico de uma empresa. A primeira etapa é estabelecer qual é o objetivo central da equipe que integra o setor em questão. Esse objetivo precisa estar alinhado aos objetivos gerais da organização. Não é viável, por exemplo, a organização ter uma meta de ampliar 30% suas vendas no ano e o setor comercial ter como objetivo central melhorar todos os procedimentos, mesmo que a venda fique em segundo plano. São objetivos conflitantes. O objetivo do setor alinhado com o institucional contribuirá para diversas escolhas. Quais profissionais quero atrair? Quais quero reter? O que vou priorizar? O que quero desenvolver? Quando se tem um objetivo, as escolhas devem convergir com esse alvo. Suponha que o objetivo da organização seja ampliar as vendas em 30% e que o objetivo do setor comercial seja superar essa meta organizacional, aumentando 35% das vendas. Nesse cenário, imagine que precisa contratar um novo profissional para o time e há duas opções: 1. Mauro: um excelente profissional que, em seu histórico, tem episódios de conquistas e superação. Se caracteriza por ser um profissional focado, mas que nem sempre se dispõe a assumir atividades de outros setores. Gosta da área comercial e aloca muitos esforços para superar seus resultados. 2. Jonas: um ótimo profissional com referências muito positivas. Caracteriza- se por ser multifuncional. Sempre que necessário, se dispõe a ajudar em outros setores, o que é positivo para que o setor comercial tenha uma boa relação com as demais áreas. Pode perder um pouco o foco de vendas em função dessa característica, mesmo assim, traz ganhos para o time. Qual profissional você entende ser mais adequado para compor a equipe, considerando o objetivo da empresa e do setor? Tendo os objetivos como base de referência, o primeiro profissional (Mauro) parece ser o mais indicado. O perfil profissional de ambos tem características positivas que agregam, mas, como o foco é a superação de 15 resultados e aumento das vendas, esse profissional parece ter mais condições de atender essas premissas. Outra questão importante para o processo de gestão estratégica de pessoas é trabalhar com indicadores reais que deem suporte em um planejamento. Por exemplo, uma equipe comercial tem como meta de venda o montante de R$ 300.000,00 e pretende ampliar para R$ 600.000,00. O diretor então determinou a contratação de mais três profissionais, repassando a seguinte justificativa: “Prezado Gerente comercial! Considerando que temos vendedores que chegam ao número de R$ 90.000,00 de venda ao mês, vamos aumentar três pessoas novas na equipe para duplicar nossa venda. Pela minha estimativa, alcançaremos isso em dois meses!” O gestor comercial, então, pegou seu relatório de vendas, conforme segue abaixo: Admissão jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 Vendedor 1 jan/14 R$ 78.000,00 R$ 82.000,00 R$ 81.500,00 R$ 83.400,00 R$ 84.300,00 R$ 86.000,00 Vendedor 2 jun/14 R$ 66.000,00 R$ 66.600,00 R$ 68.700,00 R$ 67.800,00 R$ 69.800,00 R$ 71.000,00 Vendedor 3 dez/14 R$ 16.000,00 R$ 22.000,00 R$ 31.200,00 R$ 40.300,00 R$ 54.000,00 R$ 60.100,00 Vendedor 4 abr/15 xxx xxx xxx R$ 10.900,00 R$ 20.300,00 R$ 28.700,00 Vendedor 5 ago/15 xxx xxx xxx xxx xxx xxx Venda Total R$ 160.000,00 R$ 170.600,00 R$ 181.400,00 R$ 202.400,00 R$ 228.400,00 R$ 245.800,00 Admissão jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 Vendedor 1 jan/14R$ 84.400,00 R$ 87.600,00 R$ 85.700,00 R$ 87.000,00 R$ 88.650,00 R$ 89.800,00 Vendedor 2 jun/14 R$ 71.100,00 R$ 70.500,00 R$ 72.300,00 R$ 71.500,00 R$ 72.000,00 R$ 72.100,00 Vendedor 3 dez/14 R$ 64.000,00 R$ 67.300,00 R$ 65.600,00 R$ 68.900,00 R$ 67.500,00 R$ 69.000,00 Vendedor 4 abr/15 R$ 35.000,00 R$ 42.300,00 R$ 49.000,00 R$ 50.250,00 R$ 56.000,00 R$ 58.750,00 Vendedor 5 ago/15 xxx R$ 13.200,00 R$ 20.650,00 R$ 28.900,00 R$ 41.000,00 R$ 47.000,00 Venda Total R$ 254.500,00 R$ 280.900,00 R$ 293.250,00 R$ 306.550,00 R$ 325.150,00 R$ 336.650,00 E respondeu para o diretor o seguinte: “Prezado Diretor, Pela minha análise, nosso vendedor aumenta de forma acelerada suas vendas nos 6 primeiros meses, período em que está focado na angariação de 16 novos clientes, pois ainda não tem uma carteira para administrar. Depois disso, tem crescimentos menos representativos, embora ele aconteça, mas tudo indica que, para chegar nos R$ 90.000,00 de vendas mensais, ele precisará de 18 meses. Com base nos indicadores de vendas dos nossos atuais vendedores, projetei a estimativa de venda em um suposto aumento de quadro. Creio que essas sejam nossas perspectivas reais de acréscimo de venda: Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Vendedor 1 R$ 12.000,00 R$ 20.000,00 R$ 30.000,00 R$ 40.000,00 R$ 50.000,00 R$ 60.000,00 Vendedor 2 R$ 12.000,00 R$ 20.000,00 R$ 30.000,00 R$ 40.000,00 R$ 50.000,00 R$ 60.000,00 Vendedor 3 R$ 12.000,00 R$ 20.000,00 R$ 30.000,00 R$ 40.000,00 R$ 50.000,00 R$ 60.000,00 Venda total R$ 36.000,00 R$ 60.000,00 R$ 90.000,00 R$ 120.000,00 R$ 150.000,00 R$ 180.000,00 Isto é, se não precisarmos fazer a substituição de nenhum dos profissionais, aumentaremos 60% as vendas no prazo de 6 meses e não 100% em 2 meses como é a sua expectativa”. Perceba que os indicadores permitem uma programação estratégica com base em dados reais. O planejamento da equipe, o modelo de treinamento, o perfil, as práticas de retenção de talentos podem ser feitas aleatoriamente, de acordo com o que o gestor “acha” ou de acordo com projeções numéricas que permitem uma programação mais certa do que ocorrerá no futuro. A gestão estratégica de pessoas pode ser composta por outros elementos além da definição do objetivo e acompanhamento de indicadores, mas esses dois são os que permitem que a gestão aconteça de forma mais ardilosa e planejada, com escolhas direcionadas aos objetivos organizacionais e não por pensamentos individuais dos representantes da organização. TROCANDO IDEIAS Veja a sinopse do filme Amor sem escalas: Ryan Bingham (George Clooney) tem por função demitir pessoas. Por estar acostumado com o desespero e a angústia alheios, ele mesmo se tornou uma pessoa fria. Além disto, Ryan adora seu trabalho. Ele sempre usa um terno e carrega uma maleta, viajando para diversos cantos do país. Até que seu chefe contrata a arrogante Natalie Keener (Anna Kendrick), que desenvolveu um sistema de videoconferência onde as pessoas poderão ser demitidas sem que seja necessário deixar o escritório. Este sistema, caso seja implementado, põe 17 em risco o emprego de Ryan. Ele passa então a tentar convencê-la do erro que é sua implementação, viajando com Anna para mostrar a realidade de seu trabalho. Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-138895/ Assista ao filme e apresente em fórum seu posicionamento quanto à questão do uso da tecnologia para intermediar as relações humanas, usando como base uma opinião crítica sobre a sugestão da nova ferramenta de demissão proposta pela personagem Natalie Keener. NA PRÁTICA José, gerente comercial de uma empresa de cosméticos, é responsável por uma equipe de 10 vendedores. Nos últimos dois meses, dois vendedores vêm apresentando faltas, atrasos e retorno hostil às solicitações da gerência. José chamou os dois para uma conversa individual e ambos relataram situações parecidas: a pressão por resultados está muito grande, as metas são inatingíveis, a comissão não é satisfatória e a equipe é muito competitiva. Com base na aula, quais ações você sugeriria para serem realizadas por José a fim de resgatar a motivação desses vendedores? Resolução: 1 – Leia com atenção os elementos que estão descritos explicitamente no texto e aqueles que podem ser interpretados. 2 – Relacione os pontos que podem ser percebidos como questões a serem observadas se cabe alguma intervenção. 3 – O capítulo 3 do livro Motivação e Satisfação no Trabalho, (WALGER, C.; VIPIANA, L.; BARBOZA, M.M. Motivação e Satisfação no Trabalho. 1ª ed. Curitiba: Intersaberes, 2014.) engloba diversas teorias que podem auxiliar na aplicação prática de ações motivacionais na organização. 4 – Em uma primeira fase, é importante relacionar todas as situações que podem ser observadas, independe de serem problemas organizacionais ou queixas pessoais ou isoladas. Relacionar os “problemas” facilitará que o plano de ação para a resolução seja elaborado de forma mais sistemática. Levantamento das supostas origens insatisfação: 18 a) Sinal de insatisfação pelo aumento de faltas e atrasos; b) Sinal de insatisfação pelas respostas hostis as solicitações da gerência; c) Queixa de elevada pressão por resultados; d) Queixa de metas inatingíveis; e) Queixa de baixa comissão; f) Queixa sobre ambiente competitivo. Perceba que, no breve relato, existem 6 pontos levantados. Uma das ações indicadas, é, a partir desse levantamento, aprofundar a investigação para compreender quais desses elementos são internos (o indivíduo está insatisfeito por uma situação de vida dele) ou externos (a organização está mobilizando nos empregados a insatisfação). O diagnóstico é importante, pois com ele você poderá realizar ações mais direcionadas. Mesmo sem a realização de um levantamento mais detalhado, algumas ações já podem ser realizadas, conforme vemos em cada um dos itens levantados: Sinal de insatisfação pelo aumento de faltas e atrasos: caso se observe que as faltas e atrasos são um hábito negativo, pode-se trabalhar nesse item com medidas específicas, como uma premiação por assiduidade e pontualidade e/ou desconto em caso das faltas e atrasos não apresentarem justificativa legal. Essas medidas costumam ser mais eficazes para grupos de cargos mais operacionais e administrativos. Outra medida fundamental é dar feedback aos empregados, sinalizando que as faltas e atrasos estão interferindo no desempenho. Sinal de insatisfação pelas respostas hostis às solicitações da gerência: o gestor precisa avaliar se essa postura está sendo direcionada para todos ou só para ele. Caso seja para todos, é fundamental um feedback para sinalizar o colaborador e abrir um canal de comunicação importante para alinhamentos mais contínuos. Quando a postura é só com o gestor, o feedback deve ser realizado para dar espaço para que o colaborador fale o que está incomodando, ao invés de demonstrar por meio de respostas hostis. Trabalhos de integração de equipe costumam ter efeitos positivos nessas situações. Queixa de elevada pressão por resultados: caso o modelo de pressão esteja parecendo algo abusivo, precisa ser revisto, mas profissionais da área comercial geralmente trabalham com metas e resultados. Algumas 19 pessoas não se adaptam com esse modelo e, neste caso, precisa sertrabalhado por meio de feedback se o profissional está na carreira correta. Queixa de metas são inatingíveis: se a maioria da equipe está atingindo a meta, é porque ela possivelmente esteja adequada. Neste caso, é necessário desenvolver os aspectos técnicos e comportamentais do profissional para que também seja capaz de alcançar os resultados esperados. Caso a maioria não esteja alcançando os resultados, deve-se rever as metas e traçá-las com base em histórico de indicadores. Queixa de baixa comissão: se esta é uma queixa coletiva, o sistema de remuneração variável pode ser revisto. Porém, antes de rever, é importante verificar se o combinado iniciado está sendo cumprido. Se a empresa se compromete com uma comissão “X” e possibilita o pagamento de apenas 50% disso, a insatisfação pode ser originada pela sensação de enganação. Outro ponto importante é verificar se existe problema na comissão ou se é uma queixa secundária em função de uma queixa principal. Lembre-se que, antes de implantar uma mudança na política de remuneração, é necessário avaliar se a empresa pode absorver o novo compromisso financeiro. Queixa sobre ambiente competitivo: ambientes competitivos não são ruins necessariamente, o que precisa ser avaliado é o quanto ele está munido de assedio ou hostilidade abusiva. Neste caso, são necessárias atitudes mais urgentes. De qualquer forma, um trabalho de integração da equipe pode ajudar. Para todos os itens, as premissas básicas das teorias de motivação devem ser aplicadas como temas centrais, contribuindo para que as ações sejam assertivas, mesmo sem um diagnóstico mais aprofundado. FINALIZANDO Essa aula foi uma introdução geral dos conceitos de gestão de pessoas para que possamos aprofundar os conteúdos específicos nas próximas aulas. Lembre que lidar com pessoas é algo dinâmico e inconstante. Então, muitas vezes, exige capacidade de aplicar os conteúdos sem uma ordem lógica. A situação-problema, por exemplo, demanda um olhar ampliado e ações conjugadas para reverter a conjuntura apresentada. Lembre-se de que não 20 existe "manual de instrução" para as questões que envolve pessoas, pois sempre podemos ter uma mudança surpresa de cenário! REFERÊNCIAS LOTZ, E.G.; GRAMMS, L.C. Gestão de Talentos. 1ª ed. Curitiba: Intersaberes, 2012. CHIAVENATTO, Idalberto. Gestão de Pessoas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005. WALGER, C.; VIPIANA, L.; BARBOZA, M.M. Motivação e Satisfação no Trabalho. 1ª ed. Curitiba: Intersaberes, 2014. Link: http://hbrbr.com.br/gestao-de-pessoas-nao-e-com-o-rh/
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