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Como ser o autor que as editoras querem_Ebook

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1 1
2 2
SUMÁRIO
Introdução 2
PARTE 1: A Publicação 
Terminei de escrever meu livro. E agora? 7
Triagem: Encontrando a editora certa 7
Abordando o editor profissionalmente 11 
O Book Proposal 13
PARTE 2: Formando seu público leitor 
As dificuldades do mercado e como superá-las 22
As novas possibilidades de divulgação oferecidas pela internet 24 
Conheça e engaje a sua audiência 30
A divulgação nos meios tradicionais 34
Conclusão 38
Próximos passos 39 
Sobre a autora 41
3 3
INTRODUÇÃO
Uma vez cruzada a árdua e longa travessia de se 
concluir um livro — seja ele um romance, uma 
coletânea de contos ou de poesia —, o escritor 
se depara, em seguida, com um outro desafio: o 
de encontrar uma editora que queira publicar sua 
obra. E de preferência que faça isso realizando 
um bom trabalho editorial: uma boa preparação 
e revisão do texto, um projeto gráfico de miolo e 
capa condizentes com a proposta do livro; além 
de suporte na distribuição e divulgação para que a 
publicação possa chegar aos seus leitores.
E o que é ainda mais difícil: fazer tudo isso sem 
cobrar do autor — ou pelo menos, sem cobrar va-
lores exorbitantes. Pois sabemos que hoje a oferta 
de editoras no mercado não é pequena, mas são 
poucas aquelas que topam correr o risco de apos-
tar em um livro sem garantias, publicando a obra 
de um autor ainda desconhecido e que não tem 
ainda um público leitor assegurado. Na verdade, 
esta postura é compreensível, afinal, uma editora 
é uma empresa como qualquer outra, que preci-
sa pagar suas contas, seus funcionários, seus im-
postos etc. Só faz sentido investir num projeto se 
ela vislumbrar a possibilidade de, com ele, obter 
algum sucesso financeiro. Ao menos um que lhe 
permita cobrir seus gastos e pagar o trabalho dos 
profissionais envolvidos, incluindo o seu próprio. 
Posso dizer isso com conhecimento de causa, 
pois tenho uma editora há quase 8 anos e sei que 
não é nada nada fácil manter uma.
O fato é que, no final das contas, a menos que 
2 3
4 4
você já seja um autor consagrado ou que esteja 
disposto a pagar o que as editoras vão te pedir, 
conseguir publicar o seu livro não é uma tarefa 
muito fácil. Mas também está longe de ser im-
possível.
O grande problema é que o autor, 95% das 
vezes ou mais, não sabe como funciona 
o mercado editorial, não entende o que as 
editoras esperam dele e, consequentemente, 
acaba realizando uma abordagem amadora 
que, ao invés de seduzir do editor, acaba por 
afastá-lo.
Por isso, eu e minha equipe resolvemos fazer este 
e-book. Para auxiliar você nessa odisseia rumo à 
publicação e projeção do seu livro no mercado.
Como o enfoque dele é a relação do autor com 
o editor, falarei também sobre o que este profis-
sional espera do escritor após a publicação. 
Afinal, você entenderá, após ler este texto, que 
conseguir publicar o livro é só o começo de 
uma jornada muito maior.
A título de organização, dividi este manual em 
duas partes: na primeira, falarei sobre o proces-
so desde a busca da editora ideal para publicar 
o seu original até o que você deve fazer para 
convencê-la a investir em você e, em seguida, 
negociar as condições da sua publicação. 
Na segunda, falarei sobre as estratégias de di-
vulgação do seu livro. Ou seja, sobre o que 
você pode e deve fazer para formar uma rede 
de leitores e gerar interesse pela sua publi-
cação, impedindo que suas vendas minguem 
depois do lançamento. Você sabia que quase 
100% dos livros de novos autores literalmente 
4 5
5 5
desaparecem depois de lançados? Isso acontece 
porque é muito difícil competir com a infinidade 
de publicações que inunda as livrarias todos os 
dias — publicações essas, na maior parte das 
vezes, de nomes já consolidados no mercado. 
Mas a verdade é que se não souber criar e manter 
aceso o interesse pelo seu livro, você está fadado 
a ser completamente esquecido após a sua noite 
de autógrafos. 
E como fazer isso? Como fazer com que um com-
pleto desconhecido sinta um genuíno interesse 
em ler a sua história? Como fazer com que ele 
escolha o seu livro e não o do último best seller 
ou Prêmio Nobel?
Bom, leia este e-book até o final você saberá! 
PARTE 1: A publicação 
Terminei de escrever meu livro. E agora?
Triagem: Encontrando a editora certa
Estima-se que atualmente haja mais de 700 edi-
toras em atividade no mercado editorial. Dessa 
forma, é comum que, após ter concluído o seu 
original, o autor se sinta perdido, com a sensação 
de não saber aonde ir. Soma-se a isso o fato de 
que, muitas vezes, as editoras não deixam cla-
ro, em seus sites e redes sociais, se são editoras 
ou prestadoras de serviço; se realizam de fato 
uma curadoria e investem no autor ou se sim-
plesmente cobram um valor para publicar o seu 
livro. 
Portanto, é fundamental que você próprio seja 
capaz de fazer essa triagem.
6 7
6 6
Uma triagem inclui, antes de mais nada, uma 
boa pesquisa e seleção de que editoras no mer-
cado têm uma linha editorial condizente com o 
seu livro. 
Não adianta nada perder o seu tempo e quei-
mar cartucho enviando o seu original de fanta-
sia, por exemplo, para uma editora que não pu-
blica literatura de gênero. Ou mandar um livro 
de poesia para uma casa editorial que só publica 
romances. Essa prática é MUITO comum por 
parte dos autores que ainda estão começando a 
se familiarizar com o mercado. 
O grande problema é que, toda vez que recebe-
mos um original que não tem nada a ver com os 
livros do nosso catálogo, fica muito claro que 
o autor não se deu ao menos ao trabalho de 
procurar saber sobre a editora pela qual ele diz 
querer publicar o seu livro.
E pior: muitas vezes, esses autores chegam di-
zendo que amam a sua editora e os livros que 
você publica quando está evidente que eles 
sequer a conhecem. Essa atitude pode pegar 
muito mal para o autor e é muito provável que 
o editor nunca mais abra um e-mail dele nova-
mente.
Resumindo: faça uma boa pesquisa de merca-
do antes de começar a enviar indistintamente o 
seu original, selecionando as editoras que têm 
um catálogo cujo perfil tem a ver com o livro 
que você pretende publicar.
Selecione duas ou três casas e envie os seu 
original para elas acompanhada de um book 
proposal. A abordagem profissional e a re-
dação de um bom book proposal serão os 
assuntos dos nossos próximos tópicos.
8 9
7 7
DICA para ganhar o coração do editor! 
Leia e mencione um livro do catálogo da editora para 
a qual você está enviando o seu original.
Se tem uma coisa que deixa o editor muito bem im-
pressionado é quando o autor que está querendo 
publicar cita um título do catálogo dele. Muitos au-
tores já me ganharam assim. Claro que o original de-
les era bom, mas o fato de terem, antes de me procu-
rar, lido e comentado um livro da Oito e Meio abriu 
imediatamente o meu coração para eles.
Afinal, espera-se que se você pretende publicar o seu 
livro por determinada editora é porque conheceu e 
se identificou com o seu trabalho.
Além disso, tal como você, também gostamos de ver 
que nossos livros estão sido lidos e apreciados!
 
Abordando o editor profissionalmente
O segundo passo para aumentar as suas 
chances de publicação por uma boa editora é 
realizar uma abordagem profissional. Se tem 
uma coisa que eu recebo TODOS os dias pela 
Oito e Meio e pelo Carreira Literária é e-mail 
de autores me pedindo para que eu “dê uma 
olhada nos seus textos e uma opinião sobre 
eles”. A princípio, parece um pedido inofen-
sivo, eu sei. O problema é que fazer uma leitura 
crítica de um texto é um trabalho como outro 
qualquer, que exige tempo, dedicação e conhe-
cimentos específicos. O editor, tal como um 
médico, um advogado ou um marceneiro, é um 
profissional. Para ter a capacidade de avaliar 
acuradamente um texto, ele certamente estu-
dou muitos anos, leu muitos livros e teve que 
desenvolver essa habilidade com muita prática. 
10 11
8 8
Por isso, pedir a este profissionalque leia um 
texto ainda em andamento para que ele dê uma 
opinião mostra, inclusive, desconhecimento da 
parte do escritor do seu próprio metiê. Afinal, 
ele, melhor do que ninguém, deve saber o quão 
trabalhoso é produzir e avaliar um texto.
Apenas envie o seu texto para as editoras 
quando você já o tiver concluído. É funda-
mental também que o seu original esteja devi-
damente revisado e formatado de acordo com 
os padrões editoriais. (Se tiver dúvidas sobre 
esses padrões, assista ao vídeo que eu preparei: 
https://www.youtube.com/watch?v=W1cn-
3J6CUBE)
Resumindo, é fundamental que o editor perce-
ba que, do outro lado, há um profissional e não 
um amador.
O Book proposal
Uma maneira profissional de apresentar o seu 
projeto é enviando o seu original acompan-
hado de um Book Proposal. O que é isso? O 
Book Proposal é um documento que contém 
informações fundamentais e objetivas acerca 
do escritor e do livro que ele pretende publi-
car, tais como: minicurrículo do autor, resumo 
em até cinco linhas e detalhes técnicos da obra, 
além de uma justificativa de por que seria inter-
essante para o editor publicá-la.
Vejamos de perto cada um desses itens:
1. Título do livro: Aqui deverá constar apenas 
o título do seu original, sem mais delongas. Ex: 
“Harry Potter”, “Suicidas”. Se seu livro faz parte 
de um projeto de trilogia ou de uma série de vári-
os volumes, isso também deverá ser indicado. 
12 13
9 9
2. Minicurrículo do autor 
Aqui deverá vir um currículo resumido seu, 
mencionando sua formação profissional e de-
stacando suas realizações literárias, tais como: 
publicações solo e/ou em sites, revistas e co-
letâneas, participação em eventos literários, 
premiações etc.
Com moderação, sua biografia pode conter 
sua experiência em outras áreas do conheci-
mento que não sejam estritamente literárias. 
Você pode ser musicista, terapeuta holístico, 
ter passado 7 anos em contato com uma cultu-
ra pouco conhecida do público brasileiro, entre 
outras coisas que chamam atenção na sua per-
sonalidade e que não estão, necessariamente, 
no original que você produziu agora. 
No entanto, pensando como escritor profis-
sional, você deve se acostumar à possibilidade 
de que editores tenham seus próprios projetos 
para propor a você. Portanto, não desconsidere 
a possibilidade de que o editor veja na sua es-
crita uma possibilidade que você mesmo ainda 
não vislumbrou.
No minicurrículo também deverão constar da-
dos como: endereço, idade, telefone e e-mail 
de contato. 
3. Sinopse
Uma boa sinopse deve ser clara e objetiva e 
descrever em poucas linhas o conflito central da 
sua narrativa. Nesse momento não cabe fazer 
análises acerca da história ou considerações so-
bre por que ela é ou deixa de ser interessante, 
se tem ou não potencial de conquistar este 
ou aquele público de leitores etc. Esses pon-
tos deverão ser contemplados mais adiante, na 
justificativa do projeto.
A sinopse deve ser o mais curta e impessoal pos-
14 15
10 10
sível e focar na trama da sua história. Para asse-
gurar a objetividade desejável, é recomendável 
o uso mínimo de adjetivos.
Ex: Nove jovens de classe média alta e uma 
Magno 608 são encontrados em um porão. O 
que poderia ter levado universitários da elite 
carioca – e aparentemente sem problemas – a 
participarem de uma roleta-russa? Está per-
gunta irá conduzir o leitor pelas páginas do ro-
mance “Suicidas”, de Raphael Montes.
4. Justificativa
Como o nome sugere, aqui você deverá justi-
ficar o seu projeto, isto é, elencar os motivos 
pelos quais o editor deve investir nele, publi-
cando o seu livro. Lembre-se sempre de que 
a editora é uma empresa como qualquer outra 
e não uma instituição filantrópica. Por mais 
duro que isso possa parecer, o editor não está 
preocupado em realizar o seu sonho, mas sim 
em saber se o original que está recebendo é co-
erente com o catálogo dele e se sua publicação 
pode ou não gerar um retorno financeiro pro-
porcional ao investimento que ele vai realizar.
Nesse sentido, cabe você ressaltar:
• O quanto o seu livro se adequa ao perfil 
da casa editorial em questão.
• Se for o caso, assinale a sua autoridade 
ou motivação pessoal para escrever o texto: 
foi baseado numa experiência pessoal? O tema 
central da obra está entre seus objetos de es-
tudo acadêmico? A experiência vivida por al-
gum dos personagens é uma experiência que 
foi similarmente vivida por você, e com a qual 
outras pessoas podem se identificar prontam-
ente? 
• O nicho em que ele se insere e o po-
tencial de mercado que este nicho representa: 
16 17
11 11
É um livro policial? De fantasia? Um romance 
erótico? Dialoga especialmente com mulheres 
de uma faixa etária específica? Trata de temas 
especialmente interessantes a adolescentes? A 
homens solteiros? A pessoas que viveram a dé-
cada de 80? Procure identificar e delimitar o 
público ao qual o seu livro se dirige. 
Por ex: “Suicidas” é um livro policial e que, 
portanto, tem todo o potencial em falar com o 
público consumidor deste gênero. Além disso, 
ele traz como personagens principais jovens 
entre 18 e 25 anos, o que pode torná-lo espe-
cialmente interessante para o público jovem 
que aprecia este nicho.
5. Detalhes técnicos
- Número de laudas: X laudas
- Capítulos: X capítulos 
- Caracteres (sem espaços): X caracteres
- Caracteres (com espaços): X caracteres
- Formato: Seu livro é um romance? Uma 
novela? Uma coletânea de contos? 
- Gênero: Sua narrativa tem um gênero espe-
cífico? É um livro policial? De fantasia? Um 
Chick Lit? 
- Público-alvo e faixa etária
18 19
12 12
acaba recaindo excessivamente na conquista da 
publicação, mas nunca na de um público que se 
interesse em consumir o livro publicado.
A tendência do autor é achar que o trabalho dele 
se esgota depois que entrega o original para a 
editora, e que a partir daí, caberá a esta divul-
gar massivamente, encontrar leitores e vender o 
livro. Mas isso é um grande erro! Vender um 
autor novo é uma tarefa extramamente difícil, 
e sem a sua participação, ela torna-se pratica-
mente impossível.
Não precisamos ir longe. Pensa só. Quantas 
vezes você já entrou em uma livraria e comprou 
um livro escondidinho em uma estante no fundo 
da loja, de um autor do qual você nunca ouvira 
falar? Difícil né. Compramos livros, regra geral, 
porque ele é de um escritor que já conhecemos, 
ou porque alguém já nos falou sobre ele – seja 
um amigo, uma resenha de um jornal, um pro-
fessor, um booktuber que acompanhamos etc. 
PARTE 2 
Formando seu público leitor
A segunda parte deste e-book é inteiramente 
dedicada a ressaltar a importância de se construir 
um público leitor para que o seu livro não morra 
logo após o lançamento. Especialmente se você 
for publicá-lo por uma editora pequena ou de 
forma independente.
Como dissemos na parte 1, a publicação é ape-
nas o primeiro passo de uma jornada muito 
maior. Sem leitores, o destino de qualquer livro 
é ser esquecido. E infelizmente isso é o que aca-
ba acontecendo com mais de 95% dos milhares 
de livros de novos autores lançados anualmente. 
Justamente porque a preocupação do escritor 
20 21
13 13
É muito difícil o leitor comum entrar na livraria 
para descobrir um novo autor. E é por isso que, 
sem o empenho dele e da editora em formar 
um público leitor para aquela publicação, difi-
cilmente ela será vendida e sobreviverá após a 
noite de lançamento.
Vamos ver um pouco mais de perto como fun-
ciona o mercado editorial brasileiro, e o que 
pode ser feito para, apesar das adversidades que 
ele oferece, podermos encontrar nosso nicho de 
leitores e vender nossos livros. 
As dificuldades do mercado e como superá-las
Não é de hoje que o mercado leitor brasileiro 
pode ser considerado restrito. Somos, tradi-
cionalmente, uma terra onde o crescimento 
populacional não acompanhou o de número de 
leitores, e onde 44% dos brasileiros declaram-se 
não leitor – dentre os que leem, a maior parte se 
divide entre leitor de livros didáticos e religio-
sos, sendo a Bíbliao princpal deles. O espaço 
destinado para a ficção, dentro do interes-
se do leitor brasileiro, é, portanto, muito 
pequeno. Essa é a má notícia. 
A boa é que esse pequeno percentual que lê 
ficção, atualmente, se encontra organizado em 
grupos de discussão, clubes de leitura, fóruns 
online etc, e podemos encontrá-los com muito 
maior facilidade do que se podia fazer até pouco 
tempo atrás.
Isso significa que, para além das formas tradi-
cionais de divulgação – como o envio de livros 
para suplementos literários de jornais e revistas 
de grande circulação – temos, hoje, outras ma-
neiras, muito menos onerosas e mais possíveis, 
de fazer com que o nosso livro chegue aos nos-
sos leitores. É nelas que iremos nos concentrar 
aqui.
22 23
14 14
As novas possibilidades de divulgação 
oferecidas pela internet
Nos últimos anos, a internet se tornou um espaço 
privilegiado para novos autores divulgarem seus 
trabalhos. Blogs, plataformas de autopublicação, 
páginas no Facebook, perfil no Instagram, ca-
nal no YouTube, grupos de discussão no Face-
book... Essas são algumas ferramentas que po-
demos usar para divulgar nossos conteúdos e, 
consequentemente, formar público para nossos 
livros e produtos. 
Talvez a maior vantagem destes espaços sejam 
seus custos relativamente baixos e o fato de que 
não precisamos ter contatos privilegiados den-
tro do meio para usá-los e obter sucesso neles. 
Pensa só. Se contratar uma assessoria de im-
prensa para TENTAR (pois nunca há garantia 
de sucesso neste tipo de empreitada) emplacar 
uma nota do seu livro em algum jornal de 
grande circulação pode representar um investi-
mento de cerca de R$ 4.000 (quatro mil reais) 
por mês, com um investimento de apenas R$ 
50,00 (cinquenta reais) por mês já se pode con-
seguir resultados significativos com uma página 
no Facebook, por exemplo. 
Não me entenda mal. Isso não significa que 
esse trabalho mais tradicional não seja válido 
ou que seus eventuais resultados não impactem 
significativamente a trajetória da publicação. 
Mas o fato é que nem todos têm os recursos 
que ele exige e, portanto, essas plataformas 
digitais surgem como uma possibilidade interes-
sante e mais democrática para aqueles que ain-
da não têm seu nome consolidado no mercado 
poderem se destacar. 
Entretanto, alcançar um bom número de segui-
dores não é tão simples quanto pode parecer. E 
é por isso que muita gente acaba se decepcio-
24 25
15 15
nando, depois de fazer uma ou outra postagem 
divulgando o seu novo livro e não ver esse em-
penho ser convertido em vendas.
Isso acontece porque há uma forma correta de 
se propagar conteúdo na internet. E essa forma 
é chamada Marketing de Conteúdo.
O Marketing de conteúdo é um marketing de 
dois passos. Isso significa que, ao invés de você 
sair oferecendo o seu livro, você antes vai:
1) Criar um contexto para que as pessoas 
possam se interessar pelo seu livro. 
2) Criar uma conexão com os seus potenci-
ais leitores. 
Uma das formas mais eficientes de chamar 
atenção das pessoas e formar um público atual-
mente é criando uma página em uma rede social 
como Facebook, Instagram, Youtube, Twitter 
ou Blog, ou tudo combinado, e postando regu-
larmente nela conteúdo relacionado à sua pro-
dução ficcional. 
No entanto, não deixe que estas páginas se con-
fundam com suas páginas pessoais (com fotos 
de família, de festas que frequentou etc.). Estes 
espaços literários devem criar um determinado 
“clima” entre seus seguidores que mostre o vín-
culo de interesse entre seu livro e cada um deles. 
Por exemplo: Suponhamos que o seu romance 
seja sobre gravidez na adolescência. Além de 
postar trechos do seu livro, você pode postar 
vídeos, reportagens, estatísticas relacionadas a 
esse tema, impulsionando suas publicações para 
atrair pessoas que se interessam pelo assunto 
para a sua página. 
Assim, seus seguidores começarão a se sentir in-
formados pelo conteúdo que você posta, e não 
apenas bombardeados por anúncios incessantes 
do seu livro. As chances de que eles indiquem 
ou repliquem seu conteúdo para outras pessoas 
26 27
16 16
que partilhem seu interesse por aquele tema tor-
na-se considerável. 
E essa lógica pode ser aplicada para qualquer 
nicho e tema. Não importa se seu livro é so-
bre cavaleiros medievais que guerreiam com 
hobbits, se é sobre relações familiares, se é so-
bre o assassinato de um político importante ou 
qualquer outra coisa. Seja criativo. Poste sobre 
livros que abordam temas semelhantes, vídeos 
que mobilizem o mesmo imaginário etc. 
Seu livro se passa em um cenário específico? 
Cita músicas e livros específicos? Explore isso. 
Faça postagens que materializem o universo 
da sua história. Assim, você começa a criar sua 
pequena comunidade em torno dos elementos 
que são fundamentais para sua narrativa.
Você pode estar se perguntando: Mas, Flávia, 
por que essa produção de conteúdo em torno 
do universo das minhas história é tão impor-
tante? Preciso disso para vender o meu livro? 
Bom, da mesma forma que tornou-se infinita-
mente mais fácil, com as novas tecnologias in-
formacionais, disponibilizar sua obra para um 
público amplo, tornou-se claramente mais difí-
cil ser notado dentre as milhões de novas linhas 
de conteúdo que são publicadas diariamente. 
Por isso mesmo, é muito importante que você 
saiba de antemão que não deve tentar ser lido 
por todos. É preciso ter consciência de que há 
sempre, num universo de leitores, aquele grupo 
mais suscetível ao seu estilo e afinado com os 
elementos que você aborda. E que vale a pena 
dedicar-se um pouco mais e obter sua máxima 
atenção do que assumir que você vai virar um 
fenômeno cultural da noite para o dia. 
Todas as obras que atingiram a condição de 
fenômenos editoriais, por mais que seja difícil 
vislumbrar isso hoje, começaram sua caminhada 
com um grupo fiel de leitores e apoiadores, e se 
expandiu tendo-os como fundamento.
Pense nisso! 
28 29
17 17
Conheça e engaje a sua audiência
De nada adiantaria sentar-se sobre o trono das 
suas próprias páginas na rede e esperar que 
seu público cresça apenas disseminando infor-
mações próprias. Como autor, o que realmente 
você quer vender com seu produto são suas 
ideias e sua habilidade em expressá-las. Por isso, 
mãos à obra! 
Participe o máximo possível de fóruns de dis-
cussão, responda a perguntas de usuários sobre 
criação de forma franca, e procure ler e comen-
tar sobre outros autores, estreantes como você 
ou não. Esta pode ser uma forma muito efici-
ente de seu leitor potencial te encontrar. 
Por exemplo: se sou um autor de fantasia, posso 
chegar à conclusão de que meu público é muito 
parecido, senão idêntico, ao dos livros de Neil 
Gaiman. Em lugar de me isolar com essa infor-
mação, que tal produzir um belo texto, eventual-
mente até polêmico, sobre algum elemento que 
eu considere fundamental na sua obra? Fazendo 
isso, e publicando onde for possível, aumentam 
muito as chances de que os fãs de Neil Gaiman 
encontrem minha opinião, concordem ou dis-
cordem de mim e, no processo, descubram que 
sou eu mesmo um autor e que meu livro pode 
interessar a eles. 
Você precisa saber bem quem é o seu público 
leitor e conhecê-lo tão a fundo quanto possível 
antes de começar a divulgar o seu livro. Lem-
bre-se que o leitor comum não é a sua família 
e os seus amigos, que vão comprar o que você 
escreve independente do que seja. O leitor 
anônimo só vai procurar pelo seu livro se ele 
realmente lhe parecer interessante, se oferecer 
algo que ele deseja e está buscando.
Nesse sentido, há algumas perguntas que você 
pode fazer para ajudar a delimitar o seu leitor 
30 31
18 18
médio: Sua história está dentro de um gênero 
específico? É um livro policial? De fantasia? De 
ficção científica? É um Chick Lit? É um livro 
infantojuvenil? Se sim, você tem alguns pontos 
a seu favor. A vantagem da literatura de gênero/ 
nicho é que ela já tem um público consolidado 
e localizável dentro do mercado. E, no Brasil, 
por questões históricas e sociais,por conta de 
um elitismo bobo, este tipo de literatura acabou 
sendo desprezada por um bom tempo pelas 
editoras mais importantes que publicam ficção. 
Mas recentemente, devido a sucessos editoriais 
expressivos dentro deste nicho, elas perceberam 
que há uma grande demanda reprimida por es-
sas narrativas e que precisam de bons autores 
para atender a este público ávido.
Outra maneira eficiente de delimitar a sua au-
diência é tentando imaginar um leitor da forma 
mais específica e concreta possível. Como você 
imagina sendo a pessoa que vai comprar o seu 
livro? É uma mulher? um homem? Que tipos de 
hábito ele/ ela tem? É uma pessoa que iria a um 
concerto de música clássica? É alguém que cos-
tuma acompanhar notícias do mundo da moda 
e do entretenimento? É uma pessoa que teria 
um animal de estimação? Que tipo de formação 
ele/ ela tem? Vive em uma grande cidade? Em 
uma cidade do interior? Quanto mais você pu-
der visualizar o seu leitor, mais fácil ficará se co-
municar com ele.
32 33
19 19
A divulgação nos meios tradicionais 
Sabemos que a informação de curadoria está 
velozmente migrando dos veículos tradicionais 
de imprensa para os chamados “influenciadores 
digitais”, e que uma parcela cada vez maior do 
público se orienta a partir de booktubers ou re-
senhas escritas online. A mídia tradicional está 
passando por um rápido processo de migração 
para a forma digital, onde acaba perdendo aquele 
seu peso de uma década atrás de “ditadora de 
tendências” e dilui seu poder de influência com 
os resenhistas e revistas independentes.
No entanto, os jornalistas responsáveis por estes 
espaços não são importantes apenas por estarem 
em jornais tradicionais, mas pela rede de conta-
tos que estabeleceram. Assim, independente de 
por quais canais se referirem à sua obra, existe 
uma história indiscutível de confiabilidade nas 
indicações. Portanto, eu não gostaria de perder a 
oportunidade de compartilhar aqui informações 
relevantes no que diz respeito a esses espaços.
Listo aqui alguns dos principais veículos e es-
paços ligados à literatura no Brasil, para os quais 
temos enviado os livros da minha editora, a 
Oito e Meio, ao longo dos quase oito anos em 
que ela existe.
No meio impresso temos: Jornal Rascunho, 
Revista Quatro Cinco Um, Suplemento de Per-
nambuco, Segundo Caderno, Jornal Opção, Jor-
nal de Brasília, Revista Cult, El País, Jornal da 
Paraíba, Tribuna do Norte, Guia de Livros da 
Folha, Ilustrada (Folha de São Paulo) etc.
Na TV, temos o Trilha de Letras (atualmente 
o único programa exclusivamente dedica-
do à literatura na TV aberta) e a Globo News 
Literatura, na TV por assinatura.
Para o envio dos exemplares, faça um contato 
prévio para deixar o jornalista e/ou influen-
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ciador e suas assessorias cientes, e também para 
confirmar o endereço. O envio feito pela editora 
dá um ar mais profissional à iniciativa, mas caso 
você, pessoalmente, tenha recebido o contato 
de alguém próximo ao jornalista, mantenha a 
informalidade que você conquistou antecipada-
mente fazendo você mesmo o envio, com uma 
dedicatória neutra. 
Se você for enviar seu volume para uma redação 
de periódico, por exemplo, não se iluda: o pacote 
com seu livro será um entre dezenas, quando 
não centenas de outros, em busca de atenção. 
Existe uma chance de que ele não seja aberto 
imediatamente, e isso pode dificultar inclusive 
que o seu destinatário o acesse facilmente de-
pois, mesmo que se recorde de você e procure. 
Assim sendo, não custa nada algum detalhe vi-
sual que o destaque. 
Utilize uma cor para a embalagem que o des-
taque do papel Kraft habitual, de preferência 
uma que remeta à sua obra de alguma forma 
(a cor predominante na capa e/ou na foto de 
perfil do seu livro na página de Facebook). Caso 
você seja ilustrador ou o ilustrador da capa se 
disponha, algum desenho pode ser acrescenta-
do à embalagem, contanto que seja à mão, indi-
vidual e único. Caso você ou sua editora tenha 
produzido algum material de marketing, envie 
somente o que puder acompanhar fisicamente 
o livro sem descaracterizar seu formato (lápis, 
marcador de página, miniblocos etc.). Nada de 
caixas adicionais com canecas e camisetas – esses 
mimos são para ser oferecidos pessoalmente, 
em feiras e lançamentos, caso o presenteado 
queira e possa levar. 
E claro, também, que você não vai ficar ligando 
ou mandando uma infinidade de e-mails para co-
brar uma nota que seja no suplemento para o qual 
escreve, ou cometer a gafe de enviar uma resenha 
pronta para que ele assine! Felizmente, ninguém 
ainda é obrigado a ler, e muito menos, apreciar 
todos os autores que surgem. Seja paciente. 
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Conclusão
Uma vez concluída a árdua tarefa de escrever 
um livro, um autor tem outras difíceis batalhas 
pela frente. A primeira delas é achar uma editora 
que se interesse em publicar o seu original. Uma 
vez alcançada esta conquista, enfrentará um 
segundo desafio, possivelmente ainda maior: 
encontrar seus leitores. Esses dois momentos 
envolvem ações que precisam ser planejadas e 
executadas com uma série de cuidados. Antes de 
mais nada, o escritor precisa se enxergar como 
um profissional e não como um sonhador com 
um livro embaixo do braço. Ele precisa entender 
os meandros do mercado para saber como fazer 
a triagem das editoras e ter sensibilidade para 
abordar o editor de forma adequada, seduzin-
do-o para a publicação do original, mas sem 
soar invasivo ou impertinente.
Além disso, precisará empenhar-se para que seu 
livro chegue aos seus leitores. Hoje em dia, ao 
lado dos veículos tradicionais, temos os ambi-
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entes digitais online oferecendo possibilidades 
de visibilidade interessantes para novos artistas 
e escritores. Mas esses espaços, ainda que mais 
democráticos, se não forem usados correta-
mente, também não irão te conduzir aos seus 
objetivos.
Uma das maneiras de conseguir encontrar e 
cultivar audiência que mais tem obtido sucesso 
nos últimos tempos é o marketing de Conteúdo, 
técnica através do qual o autor posta regular-
mente informações relacionadas ao seu livro a 
fim de atrair e angajar o seu público.
Comece agora mesmo a colocar tudo isso em 
prática. Não adianta nada escrever um livro 
maravilhoso se você não souber chegar ao 
editor certo e, em seguida, ao seu leitor! 
Próximos passos
Se você quer conhecer o mercado editorial por 
dentro com o objetivo de publicar e tornar seu 
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livro conhecido, precisa conhecer o Escritor 
Profissional.
O E.P é o treinamento online que eu criei, com 
base na minha experiência de quase oito anos 
à frente de uma editora voltada para novos au-
tores, para explicar a você como funciona o 
mercado editorial e quais as possibilidades que 
ele oferece hoje aos escritores. 
O programa é composto de 5 módulos, cada 
um com aproximadamente 5 vídeo-aulas, em 
que você irá aprender como funcionam as 
editoras (pequenas, médias e grandes) e o que 
deve fazer para encontrar e convencer a edito-
ra certa a publicar o seu livro.
Durante o treinamento, você terá a oportuni-
dade de fazer networking com outros escri-
tores e de apresentar a mim o seu projeto de 
publicação para que eu possa te orientar na 
escrita do seu Book Proposal e acerca de que 
editora procurar.
Além disso, o curso inclui a publicação de um 
conto da sua autoria ao final, em que você 
passará por toda a experiência de ter seu texto 
lido, comentado e revisado por um profission-
al da área. Ao final, esse conto será publicado 
em uma coletânea pelo selo editorial do Car-
reira Literária.
Clique abaixo para se inscrever no Escritor 
Profissional: 
https://carreiraliteraria.klickpages.com.br/ep
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de novos autores. É fundadora da comuni-
dade online Carreira Literária, que hoje auxilia 
mais de 30.000 autores de todo Brasil em suas 
trajetórias como escritores. Já publicou seus 
textos em revistas brasileiras (SESC, Flaubert, 
POA etc) e estrangeiras (Wasafii, Diaz Grey), e 
é autora do livro de contos Todo homem naufraga 
(Editora Oito eMeio, 2013). 
Em 2016, foi eleita um dos 5 jovens talentos 
do mercado editorial brasileiro, pelo Prêmio 
Jovens Talentos da Indústria do Livro, pro-
movido pelo PublishNews, com o apoio da 
Feira do Livro de Frankfurt e o patrocínio do 
Sindicato Nacional dos Editores de Livros. 
Flavia Iriarte é editora, publisher e mestre 
em Literatura, Cultura e Contemporaneidade 
pela PUC-Rio. Especializou-se em Produção 
Editorial e em 2010 fundou a Oito e Meio, 
editora com foco na publicação e projeção 
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