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1 1 2 2 SUMÁRIO Introdução 2 PARTE 1: A Publicação Terminei de escrever meu livro. E agora? 7 Triagem: Encontrando a editora certa 7 Abordando o editor profissionalmente 11 O Book Proposal 13 PARTE 2: Formando seu público leitor As dificuldades do mercado e como superá-las 22 As novas possibilidades de divulgação oferecidas pela internet 24 Conheça e engaje a sua audiência 30 A divulgação nos meios tradicionais 34 Conclusão 38 Próximos passos 39 Sobre a autora 41 3 3 INTRODUÇÃO Uma vez cruzada a árdua e longa travessia de se concluir um livro — seja ele um romance, uma coletânea de contos ou de poesia —, o escritor se depara, em seguida, com um outro desafio: o de encontrar uma editora que queira publicar sua obra. E de preferência que faça isso realizando um bom trabalho editorial: uma boa preparação e revisão do texto, um projeto gráfico de miolo e capa condizentes com a proposta do livro; além de suporte na distribuição e divulgação para que a publicação possa chegar aos seus leitores. E o que é ainda mais difícil: fazer tudo isso sem cobrar do autor — ou pelo menos, sem cobrar va- lores exorbitantes. Pois sabemos que hoje a oferta de editoras no mercado não é pequena, mas são poucas aquelas que topam correr o risco de apos- tar em um livro sem garantias, publicando a obra de um autor ainda desconhecido e que não tem ainda um público leitor assegurado. Na verdade, esta postura é compreensível, afinal, uma editora é uma empresa como qualquer outra, que preci- sa pagar suas contas, seus funcionários, seus im- postos etc. Só faz sentido investir num projeto se ela vislumbrar a possibilidade de, com ele, obter algum sucesso financeiro. Ao menos um que lhe permita cobrir seus gastos e pagar o trabalho dos profissionais envolvidos, incluindo o seu próprio. Posso dizer isso com conhecimento de causa, pois tenho uma editora há quase 8 anos e sei que não é nada nada fácil manter uma. O fato é que, no final das contas, a menos que 2 3 4 4 você já seja um autor consagrado ou que esteja disposto a pagar o que as editoras vão te pedir, conseguir publicar o seu livro não é uma tarefa muito fácil. Mas também está longe de ser im- possível. O grande problema é que o autor, 95% das vezes ou mais, não sabe como funciona o mercado editorial, não entende o que as editoras esperam dele e, consequentemente, acaba realizando uma abordagem amadora que, ao invés de seduzir do editor, acaba por afastá-lo. Por isso, eu e minha equipe resolvemos fazer este e-book. Para auxiliar você nessa odisseia rumo à publicação e projeção do seu livro no mercado. Como o enfoque dele é a relação do autor com o editor, falarei também sobre o que este profis- sional espera do escritor após a publicação. Afinal, você entenderá, após ler este texto, que conseguir publicar o livro é só o começo de uma jornada muito maior. A título de organização, dividi este manual em duas partes: na primeira, falarei sobre o proces- so desde a busca da editora ideal para publicar o seu original até o que você deve fazer para convencê-la a investir em você e, em seguida, negociar as condições da sua publicação. Na segunda, falarei sobre as estratégias de di- vulgação do seu livro. Ou seja, sobre o que você pode e deve fazer para formar uma rede de leitores e gerar interesse pela sua publi- cação, impedindo que suas vendas minguem depois do lançamento. Você sabia que quase 100% dos livros de novos autores literalmente 4 5 5 5 desaparecem depois de lançados? Isso acontece porque é muito difícil competir com a infinidade de publicações que inunda as livrarias todos os dias — publicações essas, na maior parte das vezes, de nomes já consolidados no mercado. Mas a verdade é que se não souber criar e manter aceso o interesse pelo seu livro, você está fadado a ser completamente esquecido após a sua noite de autógrafos. E como fazer isso? Como fazer com que um com- pleto desconhecido sinta um genuíno interesse em ler a sua história? Como fazer com que ele escolha o seu livro e não o do último best seller ou Prêmio Nobel? Bom, leia este e-book até o final você saberá! PARTE 1: A publicação Terminei de escrever meu livro. E agora? Triagem: Encontrando a editora certa Estima-se que atualmente haja mais de 700 edi- toras em atividade no mercado editorial. Dessa forma, é comum que, após ter concluído o seu original, o autor se sinta perdido, com a sensação de não saber aonde ir. Soma-se a isso o fato de que, muitas vezes, as editoras não deixam cla- ro, em seus sites e redes sociais, se são editoras ou prestadoras de serviço; se realizam de fato uma curadoria e investem no autor ou se sim- plesmente cobram um valor para publicar o seu livro. Portanto, é fundamental que você próprio seja capaz de fazer essa triagem. 6 7 6 6 Uma triagem inclui, antes de mais nada, uma boa pesquisa e seleção de que editoras no mer- cado têm uma linha editorial condizente com o seu livro. Não adianta nada perder o seu tempo e quei- mar cartucho enviando o seu original de fanta- sia, por exemplo, para uma editora que não pu- blica literatura de gênero. Ou mandar um livro de poesia para uma casa editorial que só publica romances. Essa prática é MUITO comum por parte dos autores que ainda estão começando a se familiarizar com o mercado. O grande problema é que, toda vez que recebe- mos um original que não tem nada a ver com os livros do nosso catálogo, fica muito claro que o autor não se deu ao menos ao trabalho de procurar saber sobre a editora pela qual ele diz querer publicar o seu livro. E pior: muitas vezes, esses autores chegam di- zendo que amam a sua editora e os livros que você publica quando está evidente que eles sequer a conhecem. Essa atitude pode pegar muito mal para o autor e é muito provável que o editor nunca mais abra um e-mail dele nova- mente. Resumindo: faça uma boa pesquisa de merca- do antes de começar a enviar indistintamente o seu original, selecionando as editoras que têm um catálogo cujo perfil tem a ver com o livro que você pretende publicar. Selecione duas ou três casas e envie os seu original para elas acompanhada de um book proposal. A abordagem profissional e a re- dação de um bom book proposal serão os assuntos dos nossos próximos tópicos. 8 9 7 7 DICA para ganhar o coração do editor! Leia e mencione um livro do catálogo da editora para a qual você está enviando o seu original. Se tem uma coisa que deixa o editor muito bem im- pressionado é quando o autor que está querendo publicar cita um título do catálogo dele. Muitos au- tores já me ganharam assim. Claro que o original de- les era bom, mas o fato de terem, antes de me procu- rar, lido e comentado um livro da Oito e Meio abriu imediatamente o meu coração para eles. Afinal, espera-se que se você pretende publicar o seu livro por determinada editora é porque conheceu e se identificou com o seu trabalho. Além disso, tal como você, também gostamos de ver que nossos livros estão sido lidos e apreciados! Abordando o editor profissionalmente O segundo passo para aumentar as suas chances de publicação por uma boa editora é realizar uma abordagem profissional. Se tem uma coisa que eu recebo TODOS os dias pela Oito e Meio e pelo Carreira Literária é e-mail de autores me pedindo para que eu “dê uma olhada nos seus textos e uma opinião sobre eles”. A princípio, parece um pedido inofen- sivo, eu sei. O problema é que fazer uma leitura crítica de um texto é um trabalho como outro qualquer, que exige tempo, dedicação e conhe- cimentos específicos. O editor, tal como um médico, um advogado ou um marceneiro, é um profissional. Para ter a capacidade de avaliar acuradamente um texto, ele certamente estu- dou muitos anos, leu muitos livros e teve que desenvolver essa habilidade com muita prática. 10 11 8 8 Por isso, pedir a este profissionalque leia um texto ainda em andamento para que ele dê uma opinião mostra, inclusive, desconhecimento da parte do escritor do seu próprio metiê. Afinal, ele, melhor do que ninguém, deve saber o quão trabalhoso é produzir e avaliar um texto. Apenas envie o seu texto para as editoras quando você já o tiver concluído. É funda- mental também que o seu original esteja devi- damente revisado e formatado de acordo com os padrões editoriais. (Se tiver dúvidas sobre esses padrões, assista ao vídeo que eu preparei: https://www.youtube.com/watch?v=W1cn- 3J6CUBE) Resumindo, é fundamental que o editor perce- ba que, do outro lado, há um profissional e não um amador. O Book proposal Uma maneira profissional de apresentar o seu projeto é enviando o seu original acompan- hado de um Book Proposal. O que é isso? O Book Proposal é um documento que contém informações fundamentais e objetivas acerca do escritor e do livro que ele pretende publi- car, tais como: minicurrículo do autor, resumo em até cinco linhas e detalhes técnicos da obra, além de uma justificativa de por que seria inter- essante para o editor publicá-la. Vejamos de perto cada um desses itens: 1. Título do livro: Aqui deverá constar apenas o título do seu original, sem mais delongas. Ex: “Harry Potter”, “Suicidas”. Se seu livro faz parte de um projeto de trilogia ou de uma série de vári- os volumes, isso também deverá ser indicado. 12 13 9 9 2. Minicurrículo do autor Aqui deverá vir um currículo resumido seu, mencionando sua formação profissional e de- stacando suas realizações literárias, tais como: publicações solo e/ou em sites, revistas e co- letâneas, participação em eventos literários, premiações etc. Com moderação, sua biografia pode conter sua experiência em outras áreas do conheci- mento que não sejam estritamente literárias. Você pode ser musicista, terapeuta holístico, ter passado 7 anos em contato com uma cultu- ra pouco conhecida do público brasileiro, entre outras coisas que chamam atenção na sua per- sonalidade e que não estão, necessariamente, no original que você produziu agora. No entanto, pensando como escritor profis- sional, você deve se acostumar à possibilidade de que editores tenham seus próprios projetos para propor a você. Portanto, não desconsidere a possibilidade de que o editor veja na sua es- crita uma possibilidade que você mesmo ainda não vislumbrou. No minicurrículo também deverão constar da- dos como: endereço, idade, telefone e e-mail de contato. 3. Sinopse Uma boa sinopse deve ser clara e objetiva e descrever em poucas linhas o conflito central da sua narrativa. Nesse momento não cabe fazer análises acerca da história ou considerações so- bre por que ela é ou deixa de ser interessante, se tem ou não potencial de conquistar este ou aquele público de leitores etc. Esses pon- tos deverão ser contemplados mais adiante, na justificativa do projeto. A sinopse deve ser o mais curta e impessoal pos- 14 15 10 10 sível e focar na trama da sua história. Para asse- gurar a objetividade desejável, é recomendável o uso mínimo de adjetivos. Ex: Nove jovens de classe média alta e uma Magno 608 são encontrados em um porão. O que poderia ter levado universitários da elite carioca – e aparentemente sem problemas – a participarem de uma roleta-russa? Está per- gunta irá conduzir o leitor pelas páginas do ro- mance “Suicidas”, de Raphael Montes. 4. Justificativa Como o nome sugere, aqui você deverá justi- ficar o seu projeto, isto é, elencar os motivos pelos quais o editor deve investir nele, publi- cando o seu livro. Lembre-se sempre de que a editora é uma empresa como qualquer outra e não uma instituição filantrópica. Por mais duro que isso possa parecer, o editor não está preocupado em realizar o seu sonho, mas sim em saber se o original que está recebendo é co- erente com o catálogo dele e se sua publicação pode ou não gerar um retorno financeiro pro- porcional ao investimento que ele vai realizar. Nesse sentido, cabe você ressaltar: • O quanto o seu livro se adequa ao perfil da casa editorial em questão. • Se for o caso, assinale a sua autoridade ou motivação pessoal para escrever o texto: foi baseado numa experiência pessoal? O tema central da obra está entre seus objetos de es- tudo acadêmico? A experiência vivida por al- gum dos personagens é uma experiência que foi similarmente vivida por você, e com a qual outras pessoas podem se identificar prontam- ente? • O nicho em que ele se insere e o po- tencial de mercado que este nicho representa: 16 17 11 11 É um livro policial? De fantasia? Um romance erótico? Dialoga especialmente com mulheres de uma faixa etária específica? Trata de temas especialmente interessantes a adolescentes? A homens solteiros? A pessoas que viveram a dé- cada de 80? Procure identificar e delimitar o público ao qual o seu livro se dirige. Por ex: “Suicidas” é um livro policial e que, portanto, tem todo o potencial em falar com o público consumidor deste gênero. Além disso, ele traz como personagens principais jovens entre 18 e 25 anos, o que pode torná-lo espe- cialmente interessante para o público jovem que aprecia este nicho. 5. Detalhes técnicos - Número de laudas: X laudas - Capítulos: X capítulos - Caracteres (sem espaços): X caracteres - Caracteres (com espaços): X caracteres - Formato: Seu livro é um romance? Uma novela? Uma coletânea de contos? - Gênero: Sua narrativa tem um gênero espe- cífico? É um livro policial? De fantasia? Um Chick Lit? - Público-alvo e faixa etária 18 19 12 12 acaba recaindo excessivamente na conquista da publicação, mas nunca na de um público que se interesse em consumir o livro publicado. A tendência do autor é achar que o trabalho dele se esgota depois que entrega o original para a editora, e que a partir daí, caberá a esta divul- gar massivamente, encontrar leitores e vender o livro. Mas isso é um grande erro! Vender um autor novo é uma tarefa extramamente difícil, e sem a sua participação, ela torna-se pratica- mente impossível. Não precisamos ir longe. Pensa só. Quantas vezes você já entrou em uma livraria e comprou um livro escondidinho em uma estante no fundo da loja, de um autor do qual você nunca ouvira falar? Difícil né. Compramos livros, regra geral, porque ele é de um escritor que já conhecemos, ou porque alguém já nos falou sobre ele – seja um amigo, uma resenha de um jornal, um pro- fessor, um booktuber que acompanhamos etc. PARTE 2 Formando seu público leitor A segunda parte deste e-book é inteiramente dedicada a ressaltar a importância de se construir um público leitor para que o seu livro não morra logo após o lançamento. Especialmente se você for publicá-lo por uma editora pequena ou de forma independente. Como dissemos na parte 1, a publicação é ape- nas o primeiro passo de uma jornada muito maior. Sem leitores, o destino de qualquer livro é ser esquecido. E infelizmente isso é o que aca- ba acontecendo com mais de 95% dos milhares de livros de novos autores lançados anualmente. Justamente porque a preocupação do escritor 20 21 13 13 É muito difícil o leitor comum entrar na livraria para descobrir um novo autor. E é por isso que, sem o empenho dele e da editora em formar um público leitor para aquela publicação, difi- cilmente ela será vendida e sobreviverá após a noite de lançamento. Vamos ver um pouco mais de perto como fun- ciona o mercado editorial brasileiro, e o que pode ser feito para, apesar das adversidades que ele oferece, podermos encontrar nosso nicho de leitores e vender nossos livros. As dificuldades do mercado e como superá-las Não é de hoje que o mercado leitor brasileiro pode ser considerado restrito. Somos, tradi- cionalmente, uma terra onde o crescimento populacional não acompanhou o de número de leitores, e onde 44% dos brasileiros declaram-se não leitor – dentre os que leem, a maior parte se divide entre leitor de livros didáticos e religio- sos, sendo a Bíbliao princpal deles. O espaço destinado para a ficção, dentro do interes- se do leitor brasileiro, é, portanto, muito pequeno. Essa é a má notícia. A boa é que esse pequeno percentual que lê ficção, atualmente, se encontra organizado em grupos de discussão, clubes de leitura, fóruns online etc, e podemos encontrá-los com muito maior facilidade do que se podia fazer até pouco tempo atrás. Isso significa que, para além das formas tradi- cionais de divulgação – como o envio de livros para suplementos literários de jornais e revistas de grande circulação – temos, hoje, outras ma- neiras, muito menos onerosas e mais possíveis, de fazer com que o nosso livro chegue aos nos- sos leitores. É nelas que iremos nos concentrar aqui. 22 23 14 14 As novas possibilidades de divulgação oferecidas pela internet Nos últimos anos, a internet se tornou um espaço privilegiado para novos autores divulgarem seus trabalhos. Blogs, plataformas de autopublicação, páginas no Facebook, perfil no Instagram, ca- nal no YouTube, grupos de discussão no Face- book... Essas são algumas ferramentas que po- demos usar para divulgar nossos conteúdos e, consequentemente, formar público para nossos livros e produtos. Talvez a maior vantagem destes espaços sejam seus custos relativamente baixos e o fato de que não precisamos ter contatos privilegiados den- tro do meio para usá-los e obter sucesso neles. Pensa só. Se contratar uma assessoria de im- prensa para TENTAR (pois nunca há garantia de sucesso neste tipo de empreitada) emplacar uma nota do seu livro em algum jornal de grande circulação pode representar um investi- mento de cerca de R$ 4.000 (quatro mil reais) por mês, com um investimento de apenas R$ 50,00 (cinquenta reais) por mês já se pode con- seguir resultados significativos com uma página no Facebook, por exemplo. Não me entenda mal. Isso não significa que esse trabalho mais tradicional não seja válido ou que seus eventuais resultados não impactem significativamente a trajetória da publicação. Mas o fato é que nem todos têm os recursos que ele exige e, portanto, essas plataformas digitais surgem como uma possibilidade interes- sante e mais democrática para aqueles que ain- da não têm seu nome consolidado no mercado poderem se destacar. Entretanto, alcançar um bom número de segui- dores não é tão simples quanto pode parecer. E é por isso que muita gente acaba se decepcio- 24 25 15 15 nando, depois de fazer uma ou outra postagem divulgando o seu novo livro e não ver esse em- penho ser convertido em vendas. Isso acontece porque há uma forma correta de se propagar conteúdo na internet. E essa forma é chamada Marketing de Conteúdo. O Marketing de conteúdo é um marketing de dois passos. Isso significa que, ao invés de você sair oferecendo o seu livro, você antes vai: 1) Criar um contexto para que as pessoas possam se interessar pelo seu livro. 2) Criar uma conexão com os seus potenci- ais leitores. Uma das formas mais eficientes de chamar atenção das pessoas e formar um público atual- mente é criando uma página em uma rede social como Facebook, Instagram, Youtube, Twitter ou Blog, ou tudo combinado, e postando regu- larmente nela conteúdo relacionado à sua pro- dução ficcional. No entanto, não deixe que estas páginas se con- fundam com suas páginas pessoais (com fotos de família, de festas que frequentou etc.). Estes espaços literários devem criar um determinado “clima” entre seus seguidores que mostre o vín- culo de interesse entre seu livro e cada um deles. Por exemplo: Suponhamos que o seu romance seja sobre gravidez na adolescência. Além de postar trechos do seu livro, você pode postar vídeos, reportagens, estatísticas relacionadas a esse tema, impulsionando suas publicações para atrair pessoas que se interessam pelo assunto para a sua página. Assim, seus seguidores começarão a se sentir in- formados pelo conteúdo que você posta, e não apenas bombardeados por anúncios incessantes do seu livro. As chances de que eles indiquem ou repliquem seu conteúdo para outras pessoas 26 27 16 16 que partilhem seu interesse por aquele tema tor- na-se considerável. E essa lógica pode ser aplicada para qualquer nicho e tema. Não importa se seu livro é so- bre cavaleiros medievais que guerreiam com hobbits, se é sobre relações familiares, se é so- bre o assassinato de um político importante ou qualquer outra coisa. Seja criativo. Poste sobre livros que abordam temas semelhantes, vídeos que mobilizem o mesmo imaginário etc. Seu livro se passa em um cenário específico? Cita músicas e livros específicos? Explore isso. Faça postagens que materializem o universo da sua história. Assim, você começa a criar sua pequena comunidade em torno dos elementos que são fundamentais para sua narrativa. Você pode estar se perguntando: Mas, Flávia, por que essa produção de conteúdo em torno do universo das minhas história é tão impor- tante? Preciso disso para vender o meu livro? Bom, da mesma forma que tornou-se infinita- mente mais fácil, com as novas tecnologias in- formacionais, disponibilizar sua obra para um público amplo, tornou-se claramente mais difí- cil ser notado dentre as milhões de novas linhas de conteúdo que são publicadas diariamente. Por isso mesmo, é muito importante que você saiba de antemão que não deve tentar ser lido por todos. É preciso ter consciência de que há sempre, num universo de leitores, aquele grupo mais suscetível ao seu estilo e afinado com os elementos que você aborda. E que vale a pena dedicar-se um pouco mais e obter sua máxima atenção do que assumir que você vai virar um fenômeno cultural da noite para o dia. Todas as obras que atingiram a condição de fenômenos editoriais, por mais que seja difícil vislumbrar isso hoje, começaram sua caminhada com um grupo fiel de leitores e apoiadores, e se expandiu tendo-os como fundamento. Pense nisso! 28 29 17 17 Conheça e engaje a sua audiência De nada adiantaria sentar-se sobre o trono das suas próprias páginas na rede e esperar que seu público cresça apenas disseminando infor- mações próprias. Como autor, o que realmente você quer vender com seu produto são suas ideias e sua habilidade em expressá-las. Por isso, mãos à obra! Participe o máximo possível de fóruns de dis- cussão, responda a perguntas de usuários sobre criação de forma franca, e procure ler e comen- tar sobre outros autores, estreantes como você ou não. Esta pode ser uma forma muito efici- ente de seu leitor potencial te encontrar. Por exemplo: se sou um autor de fantasia, posso chegar à conclusão de que meu público é muito parecido, senão idêntico, ao dos livros de Neil Gaiman. Em lugar de me isolar com essa infor- mação, que tal produzir um belo texto, eventual- mente até polêmico, sobre algum elemento que eu considere fundamental na sua obra? Fazendo isso, e publicando onde for possível, aumentam muito as chances de que os fãs de Neil Gaiman encontrem minha opinião, concordem ou dis- cordem de mim e, no processo, descubram que sou eu mesmo um autor e que meu livro pode interessar a eles. Você precisa saber bem quem é o seu público leitor e conhecê-lo tão a fundo quanto possível antes de começar a divulgar o seu livro. Lem- bre-se que o leitor comum não é a sua família e os seus amigos, que vão comprar o que você escreve independente do que seja. O leitor anônimo só vai procurar pelo seu livro se ele realmente lhe parecer interessante, se oferecer algo que ele deseja e está buscando. Nesse sentido, há algumas perguntas que você pode fazer para ajudar a delimitar o seu leitor 30 31 18 18 médio: Sua história está dentro de um gênero específico? É um livro policial? De fantasia? De ficção científica? É um Chick Lit? É um livro infantojuvenil? Se sim, você tem alguns pontos a seu favor. A vantagem da literatura de gênero/ nicho é que ela já tem um público consolidado e localizável dentro do mercado. E, no Brasil, por questões históricas e sociais,por conta de um elitismo bobo, este tipo de literatura acabou sendo desprezada por um bom tempo pelas editoras mais importantes que publicam ficção. Mas recentemente, devido a sucessos editoriais expressivos dentro deste nicho, elas perceberam que há uma grande demanda reprimida por es- sas narrativas e que precisam de bons autores para atender a este público ávido. Outra maneira eficiente de delimitar a sua au- diência é tentando imaginar um leitor da forma mais específica e concreta possível. Como você imagina sendo a pessoa que vai comprar o seu livro? É uma mulher? um homem? Que tipos de hábito ele/ ela tem? É uma pessoa que iria a um concerto de música clássica? É alguém que cos- tuma acompanhar notícias do mundo da moda e do entretenimento? É uma pessoa que teria um animal de estimação? Que tipo de formação ele/ ela tem? Vive em uma grande cidade? Em uma cidade do interior? Quanto mais você pu- der visualizar o seu leitor, mais fácil ficará se co- municar com ele. 32 33 19 19 A divulgação nos meios tradicionais Sabemos que a informação de curadoria está velozmente migrando dos veículos tradicionais de imprensa para os chamados “influenciadores digitais”, e que uma parcela cada vez maior do público se orienta a partir de booktubers ou re- senhas escritas online. A mídia tradicional está passando por um rápido processo de migração para a forma digital, onde acaba perdendo aquele seu peso de uma década atrás de “ditadora de tendências” e dilui seu poder de influência com os resenhistas e revistas independentes. No entanto, os jornalistas responsáveis por estes espaços não são importantes apenas por estarem em jornais tradicionais, mas pela rede de conta- tos que estabeleceram. Assim, independente de por quais canais se referirem à sua obra, existe uma história indiscutível de confiabilidade nas indicações. Portanto, eu não gostaria de perder a oportunidade de compartilhar aqui informações relevantes no que diz respeito a esses espaços. Listo aqui alguns dos principais veículos e es- paços ligados à literatura no Brasil, para os quais temos enviado os livros da minha editora, a Oito e Meio, ao longo dos quase oito anos em que ela existe. No meio impresso temos: Jornal Rascunho, Revista Quatro Cinco Um, Suplemento de Per- nambuco, Segundo Caderno, Jornal Opção, Jor- nal de Brasília, Revista Cult, El País, Jornal da Paraíba, Tribuna do Norte, Guia de Livros da Folha, Ilustrada (Folha de São Paulo) etc. Na TV, temos o Trilha de Letras (atualmente o único programa exclusivamente dedica- do à literatura na TV aberta) e a Globo News Literatura, na TV por assinatura. Para o envio dos exemplares, faça um contato prévio para deixar o jornalista e/ou influen- 34 35 20 20 ciador e suas assessorias cientes, e também para confirmar o endereço. O envio feito pela editora dá um ar mais profissional à iniciativa, mas caso você, pessoalmente, tenha recebido o contato de alguém próximo ao jornalista, mantenha a informalidade que você conquistou antecipada- mente fazendo você mesmo o envio, com uma dedicatória neutra. Se você for enviar seu volume para uma redação de periódico, por exemplo, não se iluda: o pacote com seu livro será um entre dezenas, quando não centenas de outros, em busca de atenção. Existe uma chance de que ele não seja aberto imediatamente, e isso pode dificultar inclusive que o seu destinatário o acesse facilmente de- pois, mesmo que se recorde de você e procure. Assim sendo, não custa nada algum detalhe vi- sual que o destaque. Utilize uma cor para a embalagem que o des- taque do papel Kraft habitual, de preferência uma que remeta à sua obra de alguma forma (a cor predominante na capa e/ou na foto de perfil do seu livro na página de Facebook). Caso você seja ilustrador ou o ilustrador da capa se disponha, algum desenho pode ser acrescenta- do à embalagem, contanto que seja à mão, indi- vidual e único. Caso você ou sua editora tenha produzido algum material de marketing, envie somente o que puder acompanhar fisicamente o livro sem descaracterizar seu formato (lápis, marcador de página, miniblocos etc.). Nada de caixas adicionais com canecas e camisetas – esses mimos são para ser oferecidos pessoalmente, em feiras e lançamentos, caso o presenteado queira e possa levar. E claro, também, que você não vai ficar ligando ou mandando uma infinidade de e-mails para co- brar uma nota que seja no suplemento para o qual escreve, ou cometer a gafe de enviar uma resenha pronta para que ele assine! Felizmente, ninguém ainda é obrigado a ler, e muito menos, apreciar todos os autores que surgem. Seja paciente. 36 37 21 21 Conclusão Uma vez concluída a árdua tarefa de escrever um livro, um autor tem outras difíceis batalhas pela frente. A primeira delas é achar uma editora que se interesse em publicar o seu original. Uma vez alcançada esta conquista, enfrentará um segundo desafio, possivelmente ainda maior: encontrar seus leitores. Esses dois momentos envolvem ações que precisam ser planejadas e executadas com uma série de cuidados. Antes de mais nada, o escritor precisa se enxergar como um profissional e não como um sonhador com um livro embaixo do braço. Ele precisa entender os meandros do mercado para saber como fazer a triagem das editoras e ter sensibilidade para abordar o editor de forma adequada, seduzin- do-o para a publicação do original, mas sem soar invasivo ou impertinente. Além disso, precisará empenhar-se para que seu livro chegue aos seus leitores. Hoje em dia, ao lado dos veículos tradicionais, temos os ambi- 38 39 entes digitais online oferecendo possibilidades de visibilidade interessantes para novos artistas e escritores. Mas esses espaços, ainda que mais democráticos, se não forem usados correta- mente, também não irão te conduzir aos seus objetivos. Uma das maneiras de conseguir encontrar e cultivar audiência que mais tem obtido sucesso nos últimos tempos é o marketing de Conteúdo, técnica através do qual o autor posta regular- mente informações relacionadas ao seu livro a fim de atrair e angajar o seu público. Comece agora mesmo a colocar tudo isso em prática. Não adianta nada escrever um livro maravilhoso se você não souber chegar ao editor certo e, em seguida, ao seu leitor! Próximos passos Se você quer conhecer o mercado editorial por dentro com o objetivo de publicar e tornar seu 22 22 livro conhecido, precisa conhecer o Escritor Profissional. O E.P é o treinamento online que eu criei, com base na minha experiência de quase oito anos à frente de uma editora voltada para novos au- tores, para explicar a você como funciona o mercado editorial e quais as possibilidades que ele oferece hoje aos escritores. O programa é composto de 5 módulos, cada um com aproximadamente 5 vídeo-aulas, em que você irá aprender como funcionam as editoras (pequenas, médias e grandes) e o que deve fazer para encontrar e convencer a edito- ra certa a publicar o seu livro. Durante o treinamento, você terá a oportuni- dade de fazer networking com outros escri- tores e de apresentar a mim o seu projeto de publicação para que eu possa te orientar na escrita do seu Book Proposal e acerca de que editora procurar. Além disso, o curso inclui a publicação de um conto da sua autoria ao final, em que você passará por toda a experiência de ter seu texto lido, comentado e revisado por um profission- al da área. Ao final, esse conto será publicado em uma coletânea pelo selo editorial do Car- reira Literária. Clique abaixo para se inscrever no Escritor Profissional: https://carreiraliteraria.klickpages.com.br/ep 23 23 de novos autores. É fundadora da comuni- dade online Carreira Literária, que hoje auxilia mais de 30.000 autores de todo Brasil em suas trajetórias como escritores. Já publicou seus textos em revistas brasileiras (SESC, Flaubert, POA etc) e estrangeiras (Wasafii, Diaz Grey), e é autora do livro de contos Todo homem naufraga (Editora Oito eMeio, 2013). Em 2016, foi eleita um dos 5 jovens talentos do mercado editorial brasileiro, pelo Prêmio Jovens Talentos da Indústria do Livro, pro- movido pelo PublishNews, com o apoio da Feira do Livro de Frankfurt e o patrocínio do Sindicato Nacional dos Editores de Livros. Flavia Iriarte é editora, publisher e mestre em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Especializou-se em Produção Editorial e em 2010 fundou a Oito e Meio, editora com foco na publicação e projeção 41 42
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