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Prévia do material em texto

Augusto Caetano João, PhD
ÍNDICE DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Prefácio
Prefácio do autor
Introdução
A. Organizações Internacionais Universais
I. Organização das Nações Unidas (ONU)
Países membros
1. Objectivos e princípios
2. Competências e realizações
3. Instrumentos de trabalho
4. Órgãos
5. Orçamento e finanças
6. Mecanismo de trabalho
Estrutura organizativa
Funcionamento dos órgãos
Assembleia Geral das Nações Unidas
O Conselho de Segurança
O Secretariado
O Conselho Económico e Social
O Conselho de Tutela
O Tribunal Internacional de Justiça
Organização do Tribunal
Funcionamento do Tribunal
7. Resumo Geral
8. Resenha histórica
9. Órgãos e instituições e especializadas das Nações Unidas
II. Fundo Monetário Internacional (FMI)
Data de fundação, e países membros e órgãos
1. História do FMI
 O Sistema cambial
1.2.1 Programas do FMI
 Funcionamento do FMI
 Órgãos do FMI
 Junta de Governadores
 Junta Executiva
 Director Geral
 Outros órgãos
O processo decisório
Objectivos do FMI
Instrumentos do FMI
Finanças
Concessão de empréstimos
2. Críticas ao funcionamento do FMI
2.1. A economia mundial em 2000
Crítica ao FMI “Relatório Meltzer”
Outros relatórios
CEE Bankwatch Netwark
Movimento “Verão de Clemência 2000”.
Críticas anti-sistema
Orçamento e financiamento (em 2000)
Passado remoto
As cimeiras dos países industrializados (G7)
As origens do Sistema Monetário Internacional (SMI) 
3. O Sistema de Bretton Woods
4. A evolução do Sistema Monetário Internacional
5. Zonas monetárias
5.1.1. Zona do dólar 
5.1.2. Zona do esterlino
5.1.3. Zona do franco 
5.1.4. Zona do escudo
5.1.5. Zona do rublo 
5.1.6. Zona do euro
6. Regulação e restruturação das dívidas internacionais
6.1. O Clube de Paris 
6.2. O Clube de Londres
7. A política do FMI
8. Como se negoceia no Clube de Paris
III. Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD)
Data de fundação e países membros
1. Objectivos
2. Instrumentos
3. Orçamento e funcionamento
a) Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD
b) Agência Internacional para o Desenvolvimento – AID
c) Sociedade Financeira Internacional – SFI
d) Agência Multilateral para a Garantia de Investimento – AMGI
4. Funcionamento jurídico
5. Resenha histórica
5.1. Estrutura organizativa do Banco Mundial
5.2. Estatuto do Banco Mundial
6. Composição do Grupo Banco Mundial
6.1. Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD
6.1.1. Estrutura financeira do BIRD
6.1.2. Recursos do BIRD
6.1.3. Política do BIRD
6.2. Associação Internacional para o Desenvolvimento – AID
6.2.3. Sociedade Financeira Internacional – SFI 
6.2.4. Agência Multilateral de Garantia de Investimento – AGMI
6.2.5. Centro Internacional de Resolução de Litígios de investimento – CIRLI
7. Resumo geral sobre o FMI e o Banco Mundial
7.1. As razões de criação do FMI
7.2. O Banco Mundial de hoje
8. O que é que é verdadeiramente o Banco Mundial?
9. As relações de complementaridade entre o FMI e o BM
IV. Organização Mundial do Comércio – OMC
Data de fundação e países membros
1. Órgãos
2. Objectivos
3. Instrumentos
4. Orçamento
5. Organização Mundial do Comércio – Descrição
O GATT – O predecessor
As origens e a caracterização do Acordo
Princípios fundamentais do GATT
a) O princípio de não-discriminação 
b) O princípio de consolidação
c) O princípio de reciprocidade ou de negociação
Evolução histórica
O desempenho do GATT
O processo decisório
As oito rondas de negociações
6. Resolução de Litígios
O processo de resolução de litígios
a) Consultas
b) Bons ofícios
c) Criação de painéis 
7. O presente e o futuro da OMC
a) agricultura
b) comércio
c) direito de propriedade
d) anti-dumping
e) comércio electrónico
f) sobre a globalização
Adeptos e contestatários 
A soberania de Estados
a) Os contestatários
b) Os adeptos
A defesa do meio ambiente
a) Os contestatários
b) Os adeptos
O direito de defesa do meio ambiente
a) Os contestatários
b) Os adeptos
O trabalho de menores
Os argumentos do Terceiro Mundo 
8. Zonas de Comércio Livre - ZCL
Princípios
As dificuldades de funcionamento das ZCL
9. As Sociedades Multinacionais – SMN
A importância das SMN e os sectores chave de actividade
As relações entre estados e as SMN
Regulamento das SMN
10. Os paraísos fiscais
As origens dos paraísos fiscais
Características
A escolha dos paraísos fiscais
As preferências dos paraísos fiscais
Da fiscalidade à complacência
V. Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico – OCDE
Data de fundação e países membros. 
1. Órgãos 
2. Objectivos
3. Instrumentos
4. Recursos 
5. A OCDE – apresentação
5.1. Resenha histórica
5.2. Estrutura da organização
a) O Conselho
b) Os Comités
c) O Secretariado
6. Outras actividades
7. A importância do Plano Marshall
7.1. Cronologia do Plano Marshall
7.2. A OTAN e a OECE
8. A OECE e o processo de integração europeia
VI. Organização dos Países Exportadores de Petróleo – OPEP
 Organization of Petroleun Exporting Countries (OPEC) 
Data de fundação e países membros
1. Órgãos
2. Objectivos
3. Instrumentos 
4. Orçamento
5. Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)- descrição
5.1. Resenha histórica
5.2. A crise dos anos setenta e a desordem do sistema monetário internacional
6. Funcionamento dos órgãos
a) A Conferência
b) O Conselho de Governadores
c) O Secretário Geral
d) A Comissão Executiva
7. Instrumentos de trabalho
8. A OPEP e a sua influência na criação do preço de petróleo
VII. Organização Internacional do Café - OIC 
Data de fundação e países membros 
1. Órgãos 
2. Objectivos
3. Orçamento
4. Competências
5. Funcionamento da organização 
6. Outras actividades
B. ORGANIZAÇÕES REGIONAIS
I União Europeia (UE) / European Union (EU)
Data de fundação 
1. Países membros
2. Órgãos 
3. Objectivos
4. Instrumentos 
5. Fases de aplicação do Tratado 
6. A Construção Europeia 
7. O Sistema Monetário Europeu
7.1. Os princípios do Sistema Monetário Europeu
7.2. O ecu,, moeda padrão
7.3. Composição e taxas de câmbio do ecu
7.4. O mecanismo cambial
7.5. Pagamentos ou regularização entre bancos centrais
7.6. Os câmbios
7.7. A cooperação monetária 
8. O funcionamento do SME
8.1. Os sucessos
8.2. Os pontos negros
8.3. Crescimento e desemprego
9. A União Económica e Monetária – Cronologia
9.1. criação da União Económica e Monetária (UEM)
9.2. Adopção de uma Política Externa de Segurança Comum (PESC)
9.3. Cooperação na Justiça e Administração Interna
9.4. Aplicação de dispositivos que dão uma dimensão social à UEM
9.5. Reforço da Democracia e da Transparência
10. A Nova Constituição – O que é que a Nova constituição oferece aos cidadãos europeus?
II. Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN
(North Atlantic Treaty Organization – NATO)
Estados membros 
1. Órgãos
2. Objectivos
3. Instrumentos
4. Orçamento
5. Resenha histórica
5.1. Origem e descrição
5.2. Adaptação à nova estratégia
5.3. O Conselho de Cooperação Atlântico Norte
5.4. A parceria para a paz
5.5. Concelho de parceira Euroatlântico
6. Evolução da concepção estratégica da Aliança
6.1. Estratégia de represálias massivas
6.2. estratégia de reacção elástica
6.3. A Nova estratégia
6.4. A mais recente concepção estratégica
7. A estrutura da Aliança
7.1. Civil
e) O Conselho do Atlântico Norte
f) O Comité dos planos de defesa
g) Grupo de Planeamento Nuclear
h) Secretário Geral e Secretariado
7.2. Militar
a) Comité militar
b) Estado Maior Internacional
c) Estrutura Militar Integrada
d) Comando Unificado na Europa
e) Comando Unificado no Atlântico
8. Informação ao público
9. Associados do Tratado do Atlântico
III. Associação das Nações do sudeste Asiático – ANSA
(Association of Southest Asian Nations – ASEAN) 
1. Órgãos
2 Objectivos
3 Instrumentos
4 Orçamento 
5 Resenha histórica5.1. Origem e descrição
5.2. Cooperação interna
6. Mecanismos de trabalho
6.1. Cimeira da ANSA
6.2. Reunião Ministerial
6.3. Comissão Permanente
7. Relações entre a ANSA e a União Europeia
IV. Acordo Norte Americano de Comércio Livre – ACL
 (North American Free Trade Associatioon – NAFTA)
Data de fundação e países membros 
1. Órgãos
2. Objectivos
3. Instrumentos 
4. Orçamento e financiamento
5. Resenha histórica
5.1. Origem e antecedentes
5.2. Funcionamento do Acordo
5.2.1. Principais objectivos do Acordo
5.2.2. Carácter do Acordo
5.2.3. Funcionamento dos órgãos
5.2.3.1. Comissão para o Comércio
5.2.3.2. Secretariado
5.2.3.3. Centro NAFTA
5.2.3.4. Banco Americano para o Desenvolvimento
5. A determinante político- económica
6. O papel dos Estados Unidos e do Canadá
7. A dupla face do México
8. Zona de Comércio Livre das “Américas”
9. O balanço que se impõe
10.1. Avaliação do Acordo
10.2. Resultados económicos e sociais (1994- 1997)
11. Conclusão
V. Mercado Comum do Cone Sul da América – MERCOSUL)
Estados membros
1. Antecedentes
2. Carácter político do MERCOSUL
O relançamento do MERCOSUL
VI. Comunidade do Desenvolvimento da África Austral – SADC 
 (Southern Africa Development Community – SADC)
1. Estados membros
2. História e antecedentes
3. Órgãos e instituições
3.1. Órgãos 
3.2. A Cimeira
3.3. O Conselho
3.4. As Comissões
3.5. O Comité Permanente
3.6. O Secretariado
3.7. O Secretário Executivo
3.8. O Tribunal
4. Deveres Específicos
5. Princípios e objectivos
5.1. Princípios
5.2. Objectivos
6. O processo decisório
7. Áreas de cooperação
8. Cooperação regional e internacional
8.1. A nível interno da região
8.2. A nível internacional
9. Recursos, fundos e orçamento
9.1. Recursos
9.2. Fundos
9.3. Orçamento
10. A SADC como Zona de Comércio Livre
VII. Grupo dos Países mais Industrializados (G7)
CONCLUSÃO
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
TEXTOS DE APOIO
Por Justino Pinto de Andrade*
 Mais uma vez, o Eng.º Augusto Caetano João brinda-nos com um trabalho de qualidade. Este será o segundo livro que me pede para prefaciar – e eu faço-o com um enorme prazer.
 O meu prazer decorre da feliz associação de duas circunstâncias: por um lado, porque conheço bem o empenho do eng.º Augusto Caetano João, quando elabora trabalhos deste género; por outro lado, porque reconheço o contributo que irá prestar não somente aos alunos da Universidade Católica de Angola, mas, também, aos estudantes de outras Universidades, e até mesmo aos agentes diplomáticos.
 Estranhamente, o autor do livro é Engenheiro Agrónomo de profissão. Mas ele é igualmente um diplomata. O eng.º Augusto Caetano João foi Secretário-Geral do Ministério das Relações Exteriores, depois de ter sido Vice-ministro da Agricultura. Assim se compreende melhor como ela tão se divide entre dois mundos que, aparentemente, possuem poucas ligações.
 O livro que se apresenta começo com a descrição da Organização Internacional de vocação e âmbito universais, a Organização das Nações Unidas – mesmo que ela não seja historicamente a mais antigo. A Organização das Nações Unidas, a ONU, surge em 1945, no rescaldo da Segunda Guerra Mundial. Ela substitui a velha Sociedade das Nações, nascida em 1919.
 O surgimento da Sociedade das Nações deveu-se, entre outras razoes, à necessidade de se prevenirem conflitos à escala mundial, como já acontecera com a chamada Primeira Guerra Mundial. Avaliada a acção da Sociedade das Nações, constatou-se o incumprimento desse objectivo. Avançou-se, pois, em 1945, para uma nova estrutura julgada mais conveniente, tendo em conta a correlação de forças resultante da última grande guerra e também à nova visão sobre a política internacional. A evolução, estrutura e o desenvolvimento da ONU são bem espelhados nesta obra do Eng.º Augusto Caetano João. Segue-se a apresentação das instituições saídas da Conferência de Bretton Woods.
 A Conferência de Bretton Woods reuniu 44 Estados, decididos a corrigir os principais defeitos das relações económicas e financeiras internacionais, nomeadamente, a deflação, as guerras das diversas moedas e o proteccionismo económico dos Estados. O sistema derivado de Bretton Woods torna o dólar equivalente ao ouro. Ele apoia-se, sobretudo, na dinâmica de dois organismo: o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), vulgo, Banco Mundial.
 Das ideias saídas de Bretton Woods emergem, posteriormente, outras organizações. Não dispondo, contudo, de uma base institucional, tais organizações jogaram ao seu tempo um papel importante na configuração do mundo económico que hoje herdamos. Falo, por exemplo do GATT, o Acordo Geral sobre Tarifas e o Comércio, e da UNCTAD, a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento. Com o fim do GATT evoluímos à actual OMC, Organização Mundial do Comércio, por sua vez inspirada no chamado «Uruguay Round».
 O GATT, enquanto instituição reguladora do comércio mundial, teve desde logo um nascimento muito tímido, em virtude das reticências colocadas pelos Estados Unidos da América às recomendações da chamada Carta de Havana. Na Carta de Havana, previa-se a criação daquilo que deveria ser a Organização Internacional do Comércio (OIC).
 O surgimento da UNCTAD, a Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento, responde às exigências de uma Nova Ordem Económica Internacional (NOEI), fruto especial da pressão dos países menos desenvolvidos, tornados também crescentes actores na arena internacional. Hoje, é a Organização Mundial do Comércio que centraliza cada vez mais as regras de actuação no domínio do comércio internacional.
 No âmbito das relações monetário-financeiras, o Eng.º Augusto Caetano João não esqueceu os dois instrumentos fundamentais para a regulação e reestruturação das dívidas internacionais, quer contraídas perante os credores públicos (o Clube de Paris), quer as geradas pelo financiamento concedido por organismos privados (o Clube de Londres).
 Eu penso que os leitores encontrarão aqui informação bastante para um melhor entendimento sobre a estruturação, evolução e o desenvolvimento destas instituições, para se obter com elas um salutar relacionamento. Recordo que a dinâmica económica internacional é potenciada pelo estabelecimento de complexas relações creditícias, e que estas vão-se vinculando às relações políticas externas a té mesmo internas.
 Embora de uma abrangência menos global, mas nem por isso menos importantes, segue-se a apresentação de duas organizações com um enorme peso na articulação das actuais políticas e nas relações económicas internacionais, a OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico) e a OPEP, (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
 A OCDE está povoada por muitos países europeus. mas ela inclui também outros países, como os Estados Unidos, Japão, Nova Zelândia, e até mesmo a Turquia, o México ou a Coreia do Sul. A OCDE data de 1961 e é herdeira da OECE (Organização Europeia de Cooperação Económica).
 A OECE tinha como vocação especial regular a ajuda que os Estados Unidos deram, no quadro do Plano Marshall, após a Segunda Guerra Mundial, para a reconstrução da Europa devastada. Com o Plano Marshall, os Americanos pretenderam impedir a desagregação económica, social e política da Europa. A ajuda americana foi substancial e crucial. A Europa soube geri-la em proveito da reconstrução e posterior desenvolvimento. Hoje, a Europa é um parceiro adulto da economia norte-americana, e é também um crescente rival de peso, ao lado da economia japonesa. A China e a Índia são debutantes no xadrez onde operam as grandes economias, tornando-se verdadeiramente autênticos cavalos do tabuleiro.
 A OCDE surge dos compromissos alcançadosem Paris por 20 Estados, no dia 14 de Dezembro de 1960. Posteriormente, conheceu diversas adesões. Ela não tem a abrangência global das Nações Unidas , muito menos tem a sua vocação, mas, estendendo-se por diversos continentes, resta-lhe uma enorme importância na definição estratégica de políticas, neste mundo cada vez mais globalizado. Hoje, as políticas económicas dos Estados individuais só encontram aplicabilidade e viabilidade, se articuladas nos diversos interesses, umas vezes conflituantes, outras vezes convergentes.
 Neste livro, vemos igualmente a articulação entre dois instrumentos de vocação diversa mas logo complementar, como a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), de cariz militar, e a OCDE.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não pode ser negligenciada não se pode negligenciar quando se apresentam Organizações Internacionais. Inicialmente com sede em Genebra, ela emerge da Conferência de Bagdade de 1960 (sendo seus fundadores a Arábia Saudita, Irão, Iraque, Kuwait e Venezuela). A motivação da sua instituição foi a defesa dos países produtores e exportadores de petróleo face ao domínio das grandes companhias produtoras, sobretudo as norte-americanas (Standard New Jersey, Standard Califórnia, Texaco, Gulf, etc. e também as anglo-holandesas (British Petroleum, Royal Dutch Shell).
 A OPEP tem vindo a desempenhar um papel crucial nos momentos de grande crise energética. Por exemplo, recordo a crise de 1073, e até no momento actual, uma vez que ela detém ainda a responsabilidade pelo fornecimento mundial de petróleo em cerca de um terço.
 Por produto, o livro aborda também a problemática da Organização Internacional do Café (OIC), criada em 1962 e com sede em Londres. O Café é um produto de bolsa. No passado, Angola chegou a ocupar o 4.º lugar como exportados, Somos agora irrelevantes nessa matéria e o outro grande produtor africano, a Côte D´Ivoire, está em vias de perder importância, tal é a profundidade da sua crise política.
 O final do livro do Eng.º Augusto Caetano João é inteiramente dedicado à problemática das organizações regionais e sub-regionais. Dá uma justa primazia à União Europeia, a mais antiga e a mais evoluída de todas as organizações regionais e subr-egionais.
 A história que conduz à União Europeia é interessante e muito rica de ensinamentos. Ela começou pela agregação dos países em torno da gestão de produtos estratégicos como o Carvão e o Aço (CECA, 1951) e depois a Energia Atómica (CEEA, 1957). Até se chegar ao quadro actual da União Europeia, muito aconteceu –com avanços, mas também com dificuldades.
 O Tratado de criação da União Europeia data de 1992. Hoje, existe em funcionamento um Parlamento Europeu com crescente produção legislativa e com assinaláveis reforços do seu papel na vida dos países ligados. Funciona, igualmente, um Tribunal de Justiça. Há praticamente um Governo Europeu, ainda denominado Comissão Europeia. O Sistema Monetário Europeu é já uma realidade, com moeda única e um Banco Central. O Euro, a moeda europeia, é um instrumento monetário de peso inquestionável.
 A Europa estendeu-se para Leste, contando já com 25 Estados membros. Ela articula funções de governação e de integração política. Neste momento, com o «Não» francês e holandês no Referendo à proposta de Constituição Europeia, está-se em compasso de espera. Certamente que se vão conseguindo propostas mais aceitáveis por todas as partes. O mundo político aguarda com muita expectativa e ansiedade, uma vez que outros projectos de integração estão a ser delineados por diversas partes do mundo.
 Para além daquela organização regional (sub-regional, se quisermos, uma vez que ainda existe mais Europa não integrada dentro da União), o livro também apresenta a desenvolve o estudo sobre a ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), a NAFTA (Acordo Norte Americano de Comércio Livre), o MERCOSUL (Mercado Comum do Cone Sul da América).
 A SADC encerra a vasta incursão que o Eng.º Augusto Caetano João faz pelas organizações internacionais, quer sejam de carácter político ou militar, quer as mais vertidas bem matérias económicas, quer as de integração regional e sub-regional.
Nós estamos na SADC, mas também estamos na África Central. A organização sub-regional da África Central sofre de uma grande fragilidade política e económica – não se lhe nota qualquer dinâmica ou prenúncio. O nosso potencial parceiro-rival na África Central, a RDC, ainda não achou o caminho da paz. Sem paz completa na sub-região, não haverá desenvolvimento, e este projecto sub-regional não caminhará como seria desejável.
 Colocada simultaneamente em dois projectos sub-regionais cada um deles com distintas definições e diversas velocidades, Angola tem certamente sérias dificuldades no relacionamento com os países vizinhos.
 A SADC é, talvez, a organização sub-regional mais dinâmica de todas quantas existem no nosso continente. Ela tem um potencial de desenvolvimento que poucas possuirão. Daí que devamos utilizar todas as oportunidades para aumentar a teia de relações económicas e políticas que ela propicia. E só o faremos com êxito, se estivermos bem seguros sobre os meandros das vias de cooperação e integração que este livro nos apresenta na sua fase derradeira.
Luanda, 7 de Dezembro de 2005
* (Economista – Director da Faculdade de Economia
e Gestão da UCAN)
Prefácio do Autor
Em 1997, eu e o meu amigo Dr. Justino Pinto de Andrade acabávamos de conhecermos na extinta Caixa Agropecuária e Pescas – CAP onde tomou conhecimento do meu primeiro livro “Noções de Economia Geral e de Economia Rural e do trabalho que eu estava a preparar sobre as “Relações Económicas Internacionais”.
Na altura encontrava-me muito fresco, proveniente MIREX onde por algum tempo considerável exerci funções de chefia - Conselheiro na Embaixada de Angola em Bona, na Alemanha e mais tarde Secretário Geral.
Antes, porém, exerci as funções de Vice Ministro da Agricultura e Director do reaparecido Instituto Nacional do Café de Angola, para além de ter exercido as funções de Presidente do Conselho de Administração da Açucareira do Bom Jesus e da Companhia da Açucareira da Tentativa no período entre 1975 e 1978. 
A passagem das açucareiras para a agricultura representa um momento de viragem na minha vida profissional, pois que daria início com a aplicação daquilo em que me formei – a economia e gestão e sob o pelouro da agricultura vejo-me mais tarde colocado na ENCAFÉ – UEE e depois na direcção do Gabinete do Plano do Ministério que me fora confiado pelo Ministro Manuel Pedro Pacavira, até que em 1982 fora nomeado como Vice Ministro da Agricultura para o Café. 
É nesta última função que começo a desenvolver a diplomacia económica nos contactos com a FAO e mais tarde como interlocutor privilegiado de Angola com o mundo do café (nesta altura Angola já havia iniciado o declínio inevitável no ranking dos maiores produtores de café).
Com a entrada para o Ministério das Relações Exteriores, em 1990 e para o mundo da diplomacia via-me finalmente ter conseguido as condições para investigar assuntos do pelouro internacional à par do café.
A primeira obra sobre as noções de economia geral de economia rural, iniciado ainda no exterior e só concluído e lançado em 1993, por pouco que não me frustrou, porquanto estava difícil conseguir apoios para tal o que viria mesmo a acontecer. Foi preciso apertar o cinto e priorizar o ensino dos filhos e o livro que infelizmente a empresas que se encarregou da sua venda faliu financeiramente em 1992. 
INTRODUÇÃO
 As organizações internacionais são associações de Estados cujo objectivo é a prossecução de interesses comuns, têm personalidade jurídica e são sujeitos do direito internacional. Portanto, qualquer organização internacional tem personalidade jurídica, direitos e obrigações; rege-se através de um regimento interno, possui também estruturae competências para o exercício da sua actividade. 
Estatuto: 
 A organização internacional tem como base um texto, denominado «Carta, Acordo, Convénio, Tratado, etc.». Trata-se de um documento escrito que delimita as competências da organização. Esta carta fixa a sede, adopta ou traça os objectivos fundamentais e cria os órgãos necessários para a administração da instituição, quer dizer uma assembleia constituinte e deliberativa reagrupando todos os Estados membros e um secretariado que constitui o órgão executivo da respectiva organização. 
 As organizações internacionais são compostas por Estados soberanos. A questão mais delicada com que normalmente se depara qualquer organização internacional é a disparidade geográfica, demográfica, política e económica dos seus Estados membros. Com efeito, é possível atribuir os mesmos direitos de voto à todos os Estados membros, respeitando o princípio de igualdade restrita jurídica ou pelo contrário seja necessária uma presença de Estados influentes e/ou ricos? Na prática são aplicadas duas fórmulas: a Assembleia Geral das Nações Unidas adopta resoluções sob o princípio de igualdade - «um Estado um voto» - enquanto que a nível do FMI, quanto mais um Estado for rico e desenvolvido, mais votos possui. 
Classificação
 Existe um leque número de categorias de organizações internacionais. O domínio de aplicação permite fazer distinções entre uma organização de vocação universal e outra organização de carácter regional.
	Categoria
	Domínio de aplicação
	Exemplos
	1- vocação 
	a) universal (aberto à todos os membros)
b) regional (solidariedade geográfica ou política 
	- ONU
- OCDE
	2- actividade
	 - militar
 - técnica
	- OTAN
- Todas as Instituições Especializadas da ONU 
	3- funções
	c) concertação, harmonização 
 de pontos de vista
d) gestão comum ou prestação de serviços
	- Conselho da Europa 
- Banco Mundial 
- barragem hidroeléctrica entre 
 dois países 
	4 – poderes
	 - simples cooperação 
e) supranacionais (transferência de alguns poderes dos Estados membros
	- Agência Internacional de 
 Energia
	
	
	
EVOLUÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES
INTERNACIONAIS UNIVERSAIS (em 31. 12. 1993) 
De 1815 à 1914 registou-se a unificação técnico - económica do mundo com a introdução de normas comuns para as trocas. 
9 de Junho de 1815: Acto final do Congresso de Viena, com a consagração da liberdade de navegação pelos rios internacionais e é constituída a Comissão Central para o Reno através Convenção de Mayence, em 1831. 
30 de Março de 1856: Convenção sobre o Danúbio, igualmente dotada de uma comissão internacional. 
17 de Maio de 1865: União Telegráfica Internacional (UIT), instituição especializada da ONU a partir de 1947.
1875: Bureau Internacional de Pesos e Medidas.
1878: União Postal Universal (UPU), instituição especializada da ONU a partir de 1947. 
20 de Março de 1883: União para a Protecção da Propriedade Industrial.
9 de Setembro de 1886: União para a Protecção de Obras Literárias e Artísticas.
1890: União sobre os Caminhos de Ferro. 
1906: União de Rádio e Telégrafo Internacional. 
A busca da paz (1919) 
28 de Junho de 1919: O Tratado de Versalhes cria a Sociedade das Nações (SDN) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), esta última torna-se instituição especializada da ONU a partir de 1946. 
A seguir a Segunda Guerra Mundial: Uma Ordem Internacional Global (1944-1956): 
22 de Julho de 1944: Acordos de Bretton Woods que criam o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD), as duas como instituições especializadas da ONU.
7 de Dezembro de 1944: Convenção de Chicago que cria a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), instituição especializada.
26 de Junho de 1945: Carta das Nações Unidas (ONU).
16 de Outubro de 1945: Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), instituição especializada.
16 de Novembro de 1945: Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), instituição especializada.
22 de Julho de 1946: Organização Mundial da Saúde (OMS), instituição especializada.
11 de Outubro de 1947: Organização Meteorológica Mundial (OMM), instituição especializada da ONU.
30 de Outubro de 1947: Acordo geral sobre Tarifas Aduaneiras e o Comércio (GATT), instituição especializada, como consequência da não ratificação, nomeadamente por parte dos Estados Unidos da América da Carta de Havana que previa a criação da Organização Internacional do Comércio OCI).
6 de Março de 1948: Organização Intergovenamental Consultiva da Navegação Marítima (OMCI, instituição especializada. A partir de 1975 designa-se Organização Marítima Internacional (OMI).
26 de Outubro de 1956: Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA).
Linhas de acção para o Terceiro Mundo 
30 de Dezembro de 1964: Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (CNUCED), órgão subsidiário da Assembleia Geral das Nações Unidas.
17 de Novembro de 1966: Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial - ONUDI - , órgão subsidiário e instituição especializada a partir de 1976. 
10 de Setembro de 1970: Organização Mundial do Turismo (OMT). 
16 de Junho de 1972: Programa das Nações Unidas para o Ambiente
20 de Dezembro de 1976: Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola - FIDA.
1 de Outubro de 1980: Fundo comum encarregue de financiar os stocks reguladores dos produtos de base. Em 1987 consegue-se reunir o número necessário de ratificações: em princípio o Fundo pode funcionar, mas falta aprovar os acordos de estabilização das matérias-primas. 
10 de Dezembro de 1982: Convenção de Montego - Bay sobre o direito do Mar que prevê uma Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos. Esta convenção não chegou de entrar em vigor. 
Ambiente (1992) 
1-12 de Junho de 1992: Rio de Janeiro: Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento, por ocasião do 20.º aniversário do programa para o Ambiente. 
Funcionamento
 A estrutura de qualquer organização internacional é fundada sobre um binómio fundamental seguinte: os Estados membros e os Agentes internacionais. Os Estados membros agem por intermédio do binómio representantes, - pessoas físicas, com o estatuto equivalente ao dos agentes diplomáticos. Os Estados não-membros ou outras organizações internacionais podem se fazer representar por delegados com o estatuto de observadores. 
Os agentes internacionais designados, citando a Corte Internacional de Justiça (CIJ), é «toda a pessoa que trabalha para a organização». Trata-se de funcionários internacionais recrutados por via de concursos ou propostos. O seu estatuto faz deles agentes ao serviço exclusivo e permanente de uma organização internacional e não de um Estado. Os direitos e deveres destes agentes, a sua protecção pelos actos acometidos nas suas prerrogativas estatutárias são salvaguardados e acto contínuo possuem melhor oganização. 
Competências 
 As organizações internacionais exercem competências baseadas num texto. Estas competências são numerosas e podem ser agrupadas em duas categorias. Existem competências «legislativas» durante o período em que a organização elabora convenções internacionais, (exemplo: convenções sobre o trabalho da OIT) ou durante a adopção de recomendações ou resoluções. A segunda refere-se à categoria das competências de «controlo» em diversos domínios, como é o caso do controlo político exercido pelo Conselho de Segurança da ONU e às modalidades complexas, como por exemplo, o Exame da política do Apartheid na África do Sul ou de controlo jurisdicional da Corte Internacional de Justiça. 
Algumas organizações internacionais têm um direito de decisão, por exemplo, a adopção de regulamentos comunitários da União Europeia.
Relações externas
 As organizações internacionais mantêm numerosas relações estreitas com outras organizações intergovernamentais, nomeadamenteatravés dos canais de consultas recíprocas, como troca de informações ou ainda o envio de observadores. Com as organizações não governamentais, as organizações internacionais trabalham baseando-se em relatórios assentes em respostas à consultas de trocas de ideias. 
I PARTE 
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS UNIVERSAIS
I. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU
Fundação: 26. 06. 1945
Sede: Nova Iorque (Escritórios centrais)
Bases contratuais: 1) 
 Carta da Organização das Nações Unidas. 
Estados membros: 2)
 Fundadores: África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Bélgica, Bielorússia, Bolívia, Brasil, Canadá, Checoslováquia (até 1993, depois dessa data é filiada como República Checa), Chile, China (entre 1947-1971, representada pela Formosa ou Taiwan), Colômbia, Costa Rica, Cuba, Dinamarca, Rep. Dominicana, Egipto (entre 1958 e 1961 com a designação de República Árabe Unida com a Síria, até 1970 com essa designação sem a Síria), Equador, Estados Unidos da América, Etiópia, Filipinas, França, Grécia, Guatemala, Haiti, Honduras, Índia, Irão, Iraque, Jugoslávia, Líbano, Libéria, Luxemburgo, México, Nicarágua, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Panamá, Paraguai, Peru, Polónia, Reino Unido e Irlanda do Norte,, URSS (até 1991, a partir dessa data sob a denominação de Federação Russa), Síria (entre 1958 e 1961 formou a República Árabe Unida com o Egipto), Turquia, Ucrânia, Uruguai e Venezuela. 
Aderiram: 1946 - Afeganistão (19.11), Islândia (19.11), Suécia (19.11), Tailândia (16.12); 1947 - Paquistão (30.9), Iémen (30.9); 1948 - Myamar (Barma) (19.4); 1949 - Áustria (14.12), Espanha (14.12), Israel (11.5); Indonésia (28.9), ausente desde 20.1.1965-28.9.1966); 1955 - Albânia (14.12) Bulgária (14.12), Finlândia (14.12), Hungria (14.12), República Irlandesa (14.12), Itália (14.12), Jordânia (14.12), Camboja (14.12), República Democrática e Popular do Laos (14.12), Líbia (14.12), Nepal (14.12), Portugal (14.12), Roménia (14.12), Sri Lanka (14.12); 1956 - Japão (18.12), Marrocos (12.11), Sudão (12.11), Tunísia (12.11); 1957 - Gana (8.3),Malásia (17.9); 1958 - Guiné (12.11); 1960 - Benin (20.9), Burkina Faso (20.9), República Centro Africana (20.9), Chad (20.9), Gabão (20.9), Camarões (20.9), Chipre (20.9), República do Congo (20.9), República Democrática do Congo (20.9), Côte D´Ivoire (20.9), Madagáscar (20.9), Mali (20.9), Níger (20.9), Nigéria (7.10), Senegal (20.9), Somália (20.9), Togo (20.9); 1961 - Mauritânia (7.10), Mongólia (27.10), Sierra Leoa (27.9), Tanzânia (14.12); 1961 tornou-se membro o Tanganika, 16.12 de 1963 Zanzibar, 26.4.1964 ambos os países tornaram-se membro com a designação de Tanzânia); 1962 - Argélia (8.10), Burundi (18.9), Jamaica ( (18.9), Ruanda (18.9), trindade e Tobago (18.9), Uganda (25.10); 1963 - Kuwait (14.5), Quénia (16.12); 1964 - Malawi ((1.12), Malta (1.12), Zâmbia (1.12); 1965 - Gâmbia (21.9), Maldivas (21.9), Singapura (21.9); 1966 - Barbados (9.129), Botswana (17.10), Guiana (20.9), Lesoto (17.0); 1967 - República Democrática do Iémen (14.12), a partir de 3.10.1990 uniu-se ao Iémen); 1968 - Maurícias (24.4), Guiné Equatorial (12.11), Swazilândia ((24.9); 1970 - Fidji (13.9), Bahrein (21.9), Butão (21.9), Qatar (21.9), Oman (7.10), Emiratos Árabes Unidos (9.12); 1973 - Bahamas (18.9), RFA (18.9), RDA (18.9. a 3 10 1990); 1974 - Bangladesh (17.9), Grenada (17.9), Guiné Bissau (17.9); 1975 - Cabo Verde (16.9), Comores (12.11), Moçambique (16.9), Papua Nova Guiné (10.10), Suriname (4.12), S. Tomé e Príncipe (16.12); 1976 - Angola (1.12), Samoa (15.12), Seycheles (21.9); 1977 - Djibuti (20.9), Vietname (20.9); 1978 - Dominica (18.12), Ilhas Salomon (19.9); 1979 - Santa Lúcia (18.9); 1980 - São Vicente e Grenadina (16.9), Zimbabwe (25.8; 1981 - Antigua e Barbuda (11.11), Belize 825.9), Vanuatu (15.9); 1983 - São Cristóvão e Nevis (23.9); 1984 - Burnei (21.9); 1990 - Lichenstein (18.9), Namíbia (23.4); 1991 - Estónia (17.9), Estados Federados da Micronésia (17.9), República popular e democrática da Coreia (17.9), República da Coreia (17.9), Lituânia (17.9), Letónia (17.9), Ilhas Marshall (17.9); 1992 - Arménia (2.3), Azerbaijão (9.3), Bósnia Herzegovina (22.5), Geórgia (31.7), Croácia (22.5), Cazaquistão (2.3), Quirguízia (2.3), Moldávia (2.3), San Marino (2.3), Eslovénia (22.5), Tadjiquistão (2.3), Turcomenistão (2.3), Uzbequistão (2.3); 1993 - Andorra (28.7), Macedónia, antiga república federada com a Jugoslávia (8.4), República Checa (19.1), Eritreia (28.5), Mónaco (28.5), Eslováquia (19.1); 1994 - Palau (15.12); 1999 - Quiriibati (14.9), Nauru (14.9), Tonga (14.9); 2002 Timor Leste (27.09). 
 A Organização das Nações Unidas cuja sede está situada em Nova Iorque, tem objectivos precisos, concretos, meios e estrutura para os executar. Como organização política universal está aberta à todos os Estados do planeta.
1. Objectivos e princípios 
 Assegurar a manutenção da paz e da segurança internacional, a protecção dos Direitos do Homem e das liberdades fundamentais, o desenvolvimento económico, a promoção política dos povos dependentes, o reforço das relações entre Estados soberanos, a cooperação na solução dos problemas económicos, sociais, culturais e humanitários, sem distinção de raça, de sexo, de língua ou de religião, encorajando actividades individuais das nações membros para se atingir esses mesmos objectivos. À altura da sua fundação (1945), a ONU contava com 51 países, e em 1996 com 185 Estados membros, ou seja 99% da população mundial.
2. Competências e realizações
 A ONU criou durante os últimos cinco decénios programas especializados como por exemplo: Fundo das Nações Unidas para a Infância (1946), Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (1951) que dotaram à ONU competências reais vis-à-vis aos problemas mundiais. Pese embora as dificuldades financeiras devidas à criação de forças de interposição em diversas partes do mundo, depois de 1956 («os capacetes azuis»), a ONU jogou um grande papel em matéria de descolonização e do respeito dos Direitos do Homem. A organização assegura a manutenção da paz (exemplo: no Médio Oriente em 1973) e autoriza o recurso à força (exemplo: resolução 678 de 29/11/1990 do Conselho da Segurança contra o Iraque). A ONU pode igualmente colocar um Estado sob tutela provisória (exemplo: o acto final da conferência do país sobre o Camboja assinado em Paris, em 24 de Outubro de 1991). 
3. Instrumentos de trabalho
 Recomendações, sanções económicas e outras formas de operações militares, ajudas humanitárias a diferentes programas.
4. Órgãos
 Assembleia Geral (General Assembly), Conselho de Segurança (Security Council), Conselho Económico e Social (Economic and Social Council), Conselho de Tutela (Trusteeship), Corte Internacional da Justiça (International Court of Justice), Secretariado (Secretariat), diversos órgãos de apoio e organizações especializadas.
5. Orçamento e finanças
 O orçamento é proposto e apresentado pelo Secretário Geral, analisado pelo Comité de Coordenação para assuntos administrativos e orçamento e pelo Comité de Coordenação de programas, aprovado para um biénio pela Assembleia Geral. As finanças (fontes) provêm das quotizações dos países membros, receitas de impostos dos funcionários da ONU, receitas gerais, serviços públicos e outras actividades apoiadas por diversas contribuições. 
 A questão do orçamento da organização é das mais delicadas em que todos os Estados membros são contribuintes eternos. Infelizmente, muitos Estados , incluindo os membros permanentes do Conselho de Segurança não pagam a sua cotização nos prazos estabelecidos. Em 1 de janeiro de 1996, as dívidas ou atrasos nos pagamentos de cotização elevavam-se à uma cifra astronómica de 3,4 biliões de dólares, colocando assim em risco permanente as acções e missões militares e humanitárias assumidas pela Organização mundial e hipotecandoassim, de uma certa maneira a sua credibilidade internacional.
7. Mecanismos de trabalho
 A ONU é uma organização internacional, constituída em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial por Estados que aceitaram preencher as obrigações previstas na Carta das Nações Unidas, assinada em São Francisco, em 26 de Junho do mesmo ano, cujo objectivo é de salvaguardar a paz e a segurança internacionais e de instituir entre as nações, uma cooperação económica, social e cultural. 
 A ONU é uma organização internacional universal, com objectivos gerais que atingem praticamente todas as esferas da humanidade. Por essa razão, a sua estrutura é compota por uma série de órgãos, direccionados para acompanhar os problemas que fazem parte das suas atribuições. Cada órgão tem os seus mecanismos específicos de trabalho e de resolução de problemas. Cabe aos Estados membros e não membros a iniciativa para a solução dos problemas atirando a atenção da Organização sobre certos problemas e os passos a dar, ou iniciativas por parte de certos órgãos e organizações especializadas ou que cooperam com a ONU. A função e a actividade da ONU é de carácter permanente e os órgãos que não têm este carácter (Conselho Económico e Social), criam órgãos de apoio ou possuem mecanismos de convocação de reuniões extraordinárias (Assembleia Geral). A Carta das Nações Unidas e o estatuto da Corte Internacional de Justiça compreendem todos os mecanismos para a solução dos problemas através de resoluções e recomendações dimanadas dos diversos órgãos e das decisões da Corte Internacional de Justiça ou pelos programas realizados pelos diversos órgãos da ONU.
7.1. Estrutura organizativa
 A Carta das Nações Unidas compreende seis (6) principais órgãos: Assembleia Geral, Conselho de Segurança, Conselho Económico e Social, Conselho de Tutela, Corte Internacional de Justiça e Secretariado. Para além destes, existem os órgãos associados também designados por órgãos ou agências especializadas (num total de 14) e outros contratados por alguns órgãos principais para a concretização dos seus objectivos e programas (comissões,, comités, fundos, programas, etc.) e trabalham sob um sistema denominado “Sistema das Nações Unidas”.
7.2. Funcionamento dos órgãos 
7.2.1. A Assembleia Geral das Nações Unidas
 A Assembleia Geral é o principal órgão de negociação da ONU e é composto por todos os Estados membros das Nações Unidas com direito a um voto. Decide sobre a resolução de questões sobre a segurança e paz internacionais,, admissão de novos membros e adopção do orçamento por maioria de dois terços (2/3). Reúne-se em sessões ordinárias uma vez por ano (Setembro - Dezembro) e extraordinariamente a pedido do Conselho de Segurança (mínimo 9 membros deste órgão), pela maioria dos membros ou de um membro apoiado pela maioria destes. No início de cada sessão é eleito um presidente da Assembleia, 21 vice- presidentes e presidentes das principais comissões e comités (além das comissões de estudos). A presidência da Assembleia é rotativa e anual composta por cinco grupos de Estados (africano, asiático, latino americano, Europa ocidental, Europa oriental e outro). A Assembleia delega as principais questões a debater aos principais comités (Comité para o Desarmamento e Segurança Internacional, Comité Especial para Questões Políticas e Descolonização, Conselho Económico e Social, Finanças, Cultural e Humanitário, Comité de Administração e Orçamento e Comité Jurídico) que submetem as suas propostas para aprovação. As decisões da Assembleia Geral não são obrigatórias para os países membros, elas são em forma de recomendações. A Assembleia Geral aprova o orçamento, elege os membros não permanentes do Conselho de Segurança, Conselho Económico e Social e membros electivos do Conselho de Tutela (nos períodos em que existem sistemas de tutela estão membros permanentes do Conselho de Segurança estão representados no Conselho de Tutela, assim como os Estados encarregues da administração do território e outros Estados de sorte que havia uma paridade entre Estados com e sem territórios de tutela). A Assembleia Geral em conjunto com Conselho de Segurança elege o Tribunal Internacional de Justiça. Por recomendação do Conselho de Segurança elege o Secretário Geral. 
Resumo:
A Assembleia Geral, composta por todos os Estados membros, ao todo 185 em 1999, é o principal órgão deliberativo, emitindo pertinentes recomendações, elege os membros não permanentes do Conselho de Segurança, por um período de dois anos. As recomendações do Assembleia Geral são aprovadas por maioria de 3/3 de votos. Por recomendação do Conselho de Segurança elege o Secretário Geral da ONU.
7.2.2 O Conselho de Segurança
 Conselho de Segurança é composto por quinze (15) membros dos quais cinco (5) são membros permanentes (China, Estados Unidos da América, França, Reino Unido e República Federativa da Rússia, em substituição da ex - URSS, com direito ao veto e dez (10) não permanentes eleitos pela Assembleia Geral por períodos de dois anos. É um órgão essencialmente político e no futuro poderá vir a ser mesmo alargado acolhendo outros membros permanentes, como Japão, a Alemanha e igualmente a Índia (para que os países em desenvolvimento possam ser representados. Cada membro tem direito a um voto. O Conselho de Segurança reúne ininterruptamente. As decisões de procedimento são tomadas pelo menos por nove votos a favor e sobre questões de substância por nove votos, contudo dentre os quais com votos favoráveis de todos os membros permanentes. As decisões do Conselho de Segurança são de cumprimento obrigatório e engaja todos os membros da ONU. O Conselho de Segurança decide sobre questões relativas a segurança internacional, utilizando vários instrumentos e dispositivos, que vão desde recomendações, como resolver as várias situações de conflito e prevenções impeditivas ou para estancar agressões utilizando meios pacíficos (por exemplo sanções económicas) à utilização de meios militares contra os agressores. O Conselho de Segurança recomenda Assembleia Geral a eleição do Secretário Geral e a suspensão de direitos de membros da 
ONU por parte dos seus filiados, recomenda as condições de admissão de novos membros da organização e as condições de adesão dos Estados membros à Corte Internacional de Justiça. O Conselho de Segurança e a Assembleia Geral elegem os juízes da Corte Internacional de Justiça.
Resumo:
O Conselho de Segurança é o principal órgão executivo cuja missão principal é a manutenção da paz e segurança internacionais. Integra cinco membros permanentes e 10 não permanentes, a partir de 1966. Por vezes toma decisões e resoluções muito constrangedoras.
7.2.2. O Secretariado 
 O Secretariado é dirigido pelo Secretário Geral eleito pela Assembleia geral sob proposta do Conselho de Segurança por um mandato renovável de cinco anos e cuja importância política da sua posição de mais Alto mandatário da organização confere-lhe uma missão que ultrapassa o quadro do seu mandato.
Desde a sua criação (1945), a ONU conheceu sete secretários gerais:
a) Trygve Lie (Noruega) 1946-1953;
b) Dah Hammarrskjöld (Suécia) 1953-1961;
c) U Thant (Birmânia) 1961-1971;
d) Kurt Waldheim (Áustria) 1972-1982);
e) Javier Pérez de Cuellar (Peru) 1982-1992);
f) Boutros Boutros - Galli (Egipto) 1992-1997);
g) Kofi Anan – 1997 – 2008
h) Ba Ki moon – Desde 2009
 O candidato para este tão alto posto da função internacional deve recolher, para ser eleito, pelo menos 9 votos e nenhum veto dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança.
Resumo
O secretariado é o principal órgão administrativo da organização. Representa a máquina ou o motor que deve funcionar entre a organização e os seus Estados membros.
7.2.4. O Conselho Económico e Social 
 O Conselho Económico e Social é composto por cinquenta e quatro (54) membros eleitos pela Assembleia Geral por um período de três anos. Cada membro tem direito a um voto, masas decisões são adoptadas por uma maioria simples. O Conselho Económico e Social reúne-se em princípio duas vezes ao ano durante cinco (5) semanas, uma vez em Nova Iorque e a outra vez em Genebra. Durante o período em que não se encontra reunido, as suas funções são exercidas pelos seus órgãos de apoio (nove comissões operativas, cinco comissões regionais, quatro comités permanentes, conselhos executivos e comités de diversos fundos, etc.). O Conselho Económico e Social pode organizar consultorias com organizações não governamentais e junto do mesmo funcionam cerca de 1500 organizações com estatuto de consultoria. O Conselho dedica-se à questões da economia mundial, sociais, culturais, educação, saúde etc. Emite recomendações específicas (não são obrigatórias para os seus membros) e outras recomendações para a Assembleia Geral.
Resumo
O Conselho Económico e Social (ECOSOC) coordena as actividades económicas e sociais da ONU sob a dependência da Assembleia Geral.
7.2.5. Conselho de Tutela
 O Conselho de Tutela é composto pelos cinco (5) membros permanentes do Conselho de Segurança, membros encarregues de administrar os territórios sob mandato da ONU, outros membros eleitos pela Assembleia Geral por um período de três anos, de forma a existir um equilíbrio entre os que administram territórios e outros não possuem nenhum território e tinha como funções de examinar os relatórios a si submetidos pela autoridades encarregues de administrar territórios sob mandato da ONU (onze territórios sob mandato da Sociedade das Nações por altura da sua criação), enquanto não ascendessem à independência. Em 1994 o Conselho de Segurança aboliu a validade dos acordos de tutela para os territórios compreendidos pela Ilhas do Pacífico administrados pelos Estados Unidos da América. Depois dessa data, o Conselho de Tutela reúne-se quando houver motivos. 
Resumo 
O Conselho de Tutela é um órgão em declínio em consequência do processo de descolonização e independência dos antigos territórios outrora administrados (tutelados pela ONU 
7.2.6. Tribunal Internacional de Justiça
 A Carta das Nações unidas criou o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) em 11 de Maio de 1946. Como órgão judicial da organização mundial, o TIJ sucede ao Tribunal Permanente de Justiça Internacional (TPJI), fundado em 1920.
7.2.6.1. Organização do Tribunal
 O Tribunal é composto por quinze juizes eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança por um mandato de nove (9) anos de uma lista de personalidades apresentadas pelos governos. Os juizes são funcionários internacionais que exercem exclusivamente funções judiciárias. eles são irrevogáveis, e beneficiam de um estatuto diplomático.
7.2.6.2. Funcionamento
 O Tribunal Internacional de justiça tem a sua sede em Haia (Países Baixos) e reúne-se em plenário. As medidas de instrução processual consiste na recolha de testemunhas, peritagem e inquéritos. As deliberações são à porta fechada e necessitam de um quorum de pelo menos nove (9) membros. A sentença pronunciada pelo Tribunal, redigido em francês e em inglês é de carácter definitivo ou seja sem apelação.
 O Estatuto do Tribunal compreende 85 artigos e tem duas condições prévias para o exercício das competências do Tribunal: em primeiro recorre-se ao processo de negociação directa e em segundo lugar, deve-se esgotar todas as vias de recurso interno.
7.6.2.3. Competências
O Tribunal apenas tem competência para julgar casos de Estados que aceitam e que o reconhecem e podem se apresentar diante do mesmo. Cada Estado se engaja a se conformar com às decisões da Corte Suprema. O papel do tribunal é duplo. Ele tem competência contenciosa: esforça-se de regular os litígios em conformidade com o direito internacional, quer dizer, em conformidade com os tratados internacionais, costume internacional e os princípios gerais do direito, Mas o 
tribunal pode igualmente ordenar de acordo com regras de equidade, se as partes em litígio estão de acordo. Deste modo, o Tribunal julgou uma cinquenta processos contenciosos desde a sua fundação.
O tribunal exerce ainda uma outra missão essencial, fornecendo avisos consultivos sobre os pontos que lhes são submetidos pelos órgãos das Nações Unidas e as instituições especializadas autorizadas pela Assembleia Geral das nações Unidas.
 As regras e direitos aplicáveis pelo Tribunal são as decorrentes direito internacional, que dizer, as regras do artigo 38.º do seu estatuto e as relativas à equidade (justiça igual para todos) de inspiração inglesa (rules of equity. 
 Como principal órgão judiciário da ONU, o TIJ- que substituiu o Tribunal Permanente de Justiça Internacional da Sociedade das nações (SDN), como já vimos atrás, a sua jurisdição não é reconhecida por todos os Estados membros da ONU. A França, por exemplo que desde 1974 rejeita as decisões desta instituição internacional particularmente no que toca a questão dos ensaios nucleares.
 No início dos anos setenta, a França inicia com os ensaios nucleares na atmosfera, no território da Polinésia francesa (anteriormente a França executava os seus ensaios no Saara, na base de Reggane, território argelino depois de 1962).
 Depois de vários anos, a nova Zelândia e a Austrália denunciam as experiências nucleares francesas, uma vez que estas criam o perigo dos resíduos nucleares para a população. Como resultado das diligências vãs junto das autoridades francesas, estes dois Estados recorrem em última instância ao Tribunal Internacional de Justiça de Haia.
 Assim, a França nunca reconheceu as competências ao Tribunal por questões de interesses do Estado francês, segundo as autoridades de Paris. O governo francês nunca compareceu diante do Tribunal. Os dois Estados baseiam-se no direito internacional que, segundo eles, interditam ensaios nucleares na atmosfera e solicitam ao Tribunal Supremo para ordenar a cessação dos mesmos. 
A Corte Internacional de Justiça tem a sua sede em Haia, Países Baixos. 
8. Resumo Geral 
A ONU, cuja sede está situada em Nova Iorque, começa oficialmente a funcionar em 24 de Outubro de 1945.
 A China, os Estados Unidos, a França, a Grã-Bretanha e a Rússia, essa última em substituição da desaparecida URSS, têm assento permanente e um direito a veto no Conselho de Segurança (até quando?). 
 A ONU está dotada de seis (6) órgãos principais: A Assembleia Geral, composta por todos os Estados membros (185), em 1999, e que é o principal órgão deliberativo e que emite as pertinentes recomendações da organização. Ela tem uma vasta competência. Elege os membros não permanentes do Conselho de Segurança, por um período de dois (2) anos, mas em contrapartida só pode agir pela via das recomendações votadas por maioria de 2/3 de votos. Por recomendação do Conselho de Segurança elege o Secretário Geral por um mandato de cinco (5) anos. 
 O Conselho de Segurança é o órgão executivo que tem por missão a manutenção da paz e segurança e da paz internacional e integra cinco (5) membros permanentes e dez (10) não permanentes, a partir de 1966. Adopta resoluções, e, também certas decisões constrangedoras. 
 Tem ainda o Conselho Económico e Social, que coordena as actividades económicas e sociais da ONU, sob dependência da Assembleia Geral. O Conselho de Tutela, órgão em declínio em consequência do processo de descolonização; a Corte Internacional da Justiça; o Secretariado, dirigido pelo Secretário Geral e que assegura a administração da organização.
 A ONU sucede a Sociedade das Nações (SDN), organização internacional criada pelo Tratado de Versalhes, em 28 de Junho de 1919, isto é, logo após a Primeira Guerra Mundial, para desenvolver a cooperação entre as nações e garantir a paz e a segurança internacionais. A SDN com sede em Genebra, Suíça, (1920-1946) e revela-se incapaz de cumprir com a sua missão durante as crisesque se verificam no período entre as duas guerras mundiais, e, por isso, é substituída pela actual ONU. 
 Existem também outras instituições especializadas ligadas à ONU, ou que trabalham em regime de cooperação como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial, a Organização para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização Internacional do Trabalho, etc.
9. Resenha histórica e actualidade
 A de 1 de Janeiro de 1942, as Nações Unidas emitem uma “ Declaração”, onde os 26 representantes presentes engajam os respectivos governos dos Estados membros e sob sua cobertura a unirem-se no prosseguimento ao combate contra as potências do Eixo. 
 Nos dias 25 e 26 de Junho, decorre em S. Francisco, nos Estados Unidos da América a Conferência em que foi aprovada a Carta das Nações Unidas (ONU), como resultado das propostas da China, Grã-Bretanha, URSS, e Estados Unidos da América que, trabalhadas e enriquecidas na Conferência de Durbaton Oaks, também nos Estados Unidos da América ¹². A nova organização ora criada tinha como objectivo substituir a sua predecessora - SDN - que prevaleceu no período entre as duas guerras, pois que se considerou que ela não tivesse cumprido e correspondido aos objectivos para que havia sido criada, isto é, impedir a eclosão de uma nova guerra à escala mundial.
 Desde a sua fundação, a ONU sente o seu raio de acção limitado pela situação política internacional ora prevalecente. Os seus membros permanentes do Conselho de Segurança e outros Estados agem frequentemente em defesas dos seus interesses nacionais e egoístas, chegam mesmo a menosprezar o papel da organização, em detrimento dos interesses comuns. Porém, a ONU contribui significativamente e de maneira muito concreta na regularização de certos conflitos e os seus órgãos auxiliares procedem várias acções para o desanuviamento da tensão internacional.
 A base estrutural das Nações Unidas mantêm-se desde a sua fundação, mas o número de membros foi aumentado de ano para ano, tendo atingido a mais de 180 países membros no início do terceiro milénio, ao mesmo tempo que a composição dos seus órgãos se foi ajustando gradualmente. Pode aqui se referir ao aumento dos membros do Conselho de Segurança que passou de 11 para 115 e a exigida a necessária maioria de 7 para 9, modificação esta que foi operada em 1965, assim como duplicou o número de membros do Conselho Económico e Social, primeiro de 18 para 27, em 1965 e posteriormente para 54, em 1973. Em mais de meio século de existência, a ONU enviou mais de 50 missões militares “capacetes ou boinas azuis” e missões de observação ou de operações contínuas, quando as anteriores não tivessem cumprido com os objectivos preconizados (Angola teve UNAVEM I, II, III e MONUA), buscando evitar o descarrilamento de situações conflituosas, mas nem todas essas missões foram coroadas de êxito.
 Para além do envio de efectivos militares da ONU, foram também levadas a cabo outras operações por parte dos Estados membros em cumprimento de resoluções do Conselho de Segurança que, mas que a sua execução não estavam subordinadas à ONU, como foi o caso do Iraque com o resposta à invasão deste ao Kuwait, em 1991. 
 Pode-se referir, também, que para além das operações militares a ONU executou e com êxito, numerosas operações humanitárias, sendo a mais longa (desde 1948 e continua até aos nossos dias), ainda decorre e que se traduz no apoio aos refugiados palestinos e a cargo da Agência das Nações Unidas para a Ajuda e Trabalho em prol dos Refugiados Palestinos no Médio Oriente (UNRWA), destinado à melhoria da situação destes mesmos Palestinos em campos de refugiados.
 As Nações Unidas também servem de intermediária ou mesmo de autor de acordos internacionais, como por exemplo, a Declaração dos Direitos do Homem de 1948 que serviu de mola impulsionadora para mais outros acordos sobre direitos humanos no âmbito da ONU, assim como apoia projectos que visam melhorar a situação económica em vários países, defesa do meio ambiente, herança cultural, etc., assim como apoiou o processo o processo de descolonização dos povos. 
 Recorde-se aqui a Declaração “inequívoca” sobre a autodeterminação dos povos e territórios sob dominação colonial de 1960 e sob os territórios sob a sua “Tutela” ainda do tempo da Sociedade das Nações. A actual “Carta da ONU” comporta artigos explícitos sob a “Tutela”.
 Nos últimos anos a ONU participa na observação de vários processos eleitorais que decorrem um pouco por todo o lado, particularmente em países saídos da aventura comunista, conflitos internos ou em transformações profundas de suas sociedades.
 Nos dias de hoje, com maior ou menores dificuldades ou sucessos a ONU está seriamente engajada em alguns países para a prevenção de conflitos internos, novas guerras ou para a regularização de conflitos existentes, cumprindo vários programas e objectivos relacionados para a esfera prática da vida humana. Aqui pode-se citar o combate contra a fome, emancipação da mulher, diminuição da mortalidade infantil, combate ao analfabetismo, diferentes epidemias, explosão demográfica, entre outros. Nos últimos decénios do século XX foram dados passos sobre a reformulação e restruturação da própria ONU bem como o aumento de membros do Conselho de Segurança e a redefinição deste último e para conferir mais competências aos seus diferentes órgãos internos que a compõem. 
 Existe ainda a questão muito discutida nos últimos tempos, para além do aumento dos membros no Conselho de Segurança, a questão do orçamento e financiamento face ao atraso nos pagamentos de quotas por parte dos Estados membros.
10. Organograma das Nações Unidas 
 Órgãos Dependentes da Assembleia Geral via Conselho de Segurança: 
 - Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA);
 - Comité do Estado Maior;
 - Organismo das Nações unidas encarregue de supervisionar as tréguas na Palestina (ONUST);
 - Grupo de Observadores Militares das nações unidas no Paquistão e Índia; 
 - Força das Nações Unidas para a Manutenção da Paz no Chipre. 
 Órgãos dependentes da Assembleia Geral via Conselho Económico e Social: 
 - Grandes Comissões;
 - Comités permanentes e Comités de procedimento;
 - Outros órgãos subsidiários da Assembleia Geral;
 - Órgão de socorro aos Refugiados palestinos no Médio Oriente (UNWRA);
 - Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (CNUCED); 
 - Conselho do Comércio e do Desenvolvimento;
 - Programa das nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD);
 - Fundo de Equipamento das nações Unidas;
 - Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI);
 - Instituto de Formação e de Pesquisa das Nações Unidas (UNCTAR);
 - Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF);
 - Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (HCR);
 - Programa Alimentar Mundial ONU/FAO (PAM);
 - Comissões Económicas Regionais;
 - Comissões Técnicas;
 - Comités de sessão, comités permanentes e comités especiais; 
 Instituições Especializadas via Conselho Económico e Social: 
a) Organização Internacional do trabalho (OIT);
b) Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO); 
c) Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO);
d) Organização Mundial da Saúde (OMS); 
e) Fundo Monetário Internacional (FMI);
f) Associação Internacional para o Desenvolvimento (AID);
g) Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD); 
h) Sociedade Financeira InternacionalSFI); 
i) Organização da Aviação Civil Internacional (OACI); 
j) União Postal Universal (UPU); 
k) União Internacional das Telecomunicações (UIT); 
l) União Meteorológica Mundial (OMM); 
m) Organização Intergovernamental Consultivo da Navegação Marítima; 
n) Organização Mundial do Comércio. 
 Fontes: 
 * Boutros-Ghali, B.: The 50th Anniversary Annual Report on the World of the Organisation, 
 New York, pág. 359.
 * 1997 The World Conferences. Development Priorities for the 21st Century, New York, p. 112.
 * htp:/www.un.org (página oficial da organização)
II. FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL -FMI
Data de fundação: 
 22 de Julho de 1944 (Assinatura do Acordo com entrada em vigor a 27 de Dezembro de 1945). 
Início da actividade:
 Março de 1947.
Sede:
 Washington, D.C., USA. 
Termos de referência: 
 Acordo de criação do Fundo Monetário Internacional, negociado no âmbito das Nações Unidas e desde 1947, juntamente com o BIRD tem o estatuto de Instituição especializada das Nações Unidas. 
Estados membros: 
 Afeganistão: 14.7.1955; África do Sul: 27.12.1945; Albânia: 15.10.1991; Alemanha: 14.8.1952; Angola: 19.9.1989; Antigua e Barbuda: 25.2.1982; Arábia Saudita: 26.8.1957; Argélia: 26.9.1963; Argentina: 20.9.1956; Arménia: 28.9.1992; Austrália: 5.8.1947; Áustria: 27.8.1948; Azerbaijão: 18.9.1992; Bahamas: 21.8.1973; ; Bangladesh: 17.8.1972; Barbados: 29.12.1970; Barém: 3.1.1952; Bélgica: 27.12.1945; Belize: 16.3.1982; Benin: 10.7.1963; Bielorússia: 10.7.1992; Bolívia: 27.12.1945; Bósnia-Herzegovina: 14.12.1992; Botswana: 24.7.1968; Brasil: 14.1.1946; Brunei Darussalam: 10.1o.1995; Bulgária: 25.9.1990; Burkina Faso: 2.5.1963; Burundi: 28.9.1963; Cabo Verde: 2.11.1978; Camarões: 10.7.1963; Camboja: 31.12.1969; Canadá: 27.12.1945; Cazaquistão: 15.7.1992; Chade: 10.7.1963; Checa (Rep.): 1.1.1993; Chile: 31.12.\945: China: 27.12.1945; Chipre: 21.12.1961: Colômbia: 27.12.1945: Comores:21.9.1976; Congo: 10.7.1963; Congo (Rep. Dem.): 28.9.1963; Coreia : 26.8.1955; Costa Rica: 8.1.1946: Côte d´Ivoire: 11.3.1963: Croácia: 14.12.1992; Dinamarca: 30.3.1946; Dominica: 12.12.1978; Dominicana (Rep.): 28.12.1945; Egipto: 27.12.1945; El Salvador: 14.3.1946; Emiratos Árabes Unidos: 22.9.1972; Equador: 28.12.1945; Eritréia: 6.7.1994; Eslováquia: 1.1.1993; Eslovénia: 14.12.1992; Espanha: 15.9.1958; Estados Unidos da América: 27.12.1945; Estónia: 26.12.1992; Etiópia: 27.12.1945; Federação da Rússia: 1.6.1992; Fidji: 28.5.1971; Filipinas: 27.12.1945; Finlândia: 14.1.1948; França: 27.12.1945; Gabão: 10.9 1963; Gâmbia: 21.9.1967; Gana: 20.9.1957; Geórgia: 5.5.1992; Grenada: 27..8.1975; Grécia: 27.12.1945; Guatemala: 28.12.1945; Guiana: 28.12.1945; Guiné: 28.9.1963; Guiné Bissau: 24.3.1977; Haiti: 8.9.1953; Honduras: 27.12.1945; Hungria: 6.5.1982; Iémen: 22.5.1990; Índia: 27.12.1947; Indonésia: 21.2.1967; Iraque: 27.12.1945; Irão: 29.12.1945; Irlanda: 8.8.1957; Islândia: 27.12.1945; Israel: 12.7.1954; Itália: 27.3.1947; Jamaica: 21.12.1963; Japão 13.8.1952; Djibuti: 29.12.1978; Jordânia: 29.8.1952; Jugoslávia: (suspenso); Kuwait: 13.9.1962; Laos: 5.7.1961; Letónia: 29.4.1992; Líbano: 14.4.1947; Libéria: 28.3.1962; Líbia: 17.9.1958; Lituânia: 19.5.1992; Luxemburgo: 27.12.1945; Mecedónia: 14.12.1992; Madagáscar: 25.9.1963; Malawi: 19.7.1965; Malásia: 7.3.1958; Maldivas: 13.1.1978; Mali: 27.9.1963; Malta: 11.9.1968; Marrocos: 25.4.1958; Marshall (Ilhas): 21.5.1992; Maurícias (Ilhas): 23.9.1968; Mauritânia: 10.9.1963; México: 31.12.1945; Micronésia: 24.6.1993; Moçambique: 24.9.1984; Moldávia: 12..8.1992: Mongólia: 14.2.1991; Namíbia: 25.9.1990; Nepal: 6.9.1961; Nicarágua: 14.3.1946; Níger: 24.4.1963; Nigéria: 30.3.1961; Noruega: 27.12.1945; Nova Zelândia: 31.8.1961; Omano: 23.12.1971; Países Baixos: 27.12.1945; Panamá: 14.3.1946; Palau: 17.12.1997; Papuásia Nova Guiné: 9.10.1975; Paquistão: 11.7.1950; Peru: 31.12.1945: Polónia: 16.12.1986; Portugal: 29.3.1961; Qatar: 8.9.1972; Quénia: 3.2.1964; Quirguízia: 8.5.1992; Reino Unido: 27.12.1945; República Centro-africana: 10.7.1963; Roménia: 15,12.1972; Ruanda: 30.9.1963; Rússia: 1.6.1992; Salomão (Ilhas): 22.9.1978; Samoa:28.12.1971; Santa Lúcia: 15.11.1979; São Marino: 23.9.1992; São Tomé e Príncipe: 30.9.1971; São Vicente Granadinas: 28.12.1979; S. Cristóvão e Nevis: 15.8.1984; Senegal: 31.8.1962; Serra Leoa: 10.9.1962; Seychelles: 30.6.1977; Singapura: 3.8.1966; Síria: 10.4.1947; Somália: 31.8.1962; Sri Lanka: 29.8.1950; Suazilândia: 29.8.1969; Sudão: 5.9.1957; Suécia: 31.8.1951; Suíça: 29.5.1992; Suriname: 27.4.1978; Tadjiquistão: 27.4.1993; Tailândia: 3.5.1949; Tanzânia: 10.9.1962; Togo: 1.8.1962; Tonga: 13.9.1985; Trindade e Tobago: 16.9.1963; Tunísia: 14.4.1958; Turcomenistão: 22.9.1992; Turquia: 11.3.1947; Ucrânia: 3.9.1992; Uganda: 27.12.1963; Uruguai: 11.3.1946: Uzbequistão: 21.9.1992; Vanuatu: 28. 9. 1981; Venezuela: 30. 12. 1946; Vietname: 21. 9. 1956; Zâmbia: 23. 9. 1965; Zimbabwe: 29. 9. 1980.
Órgãos do FMI:
 O FMI compreende três tipos de órgãos, a saber:
a) A Junta de Governadores (Board of Governors) é a instância máxima deliberativa onde cada Estado membro é representado por um governador e um suplente.
b) O Conselho de Administração com 24 membros que se ocupa das questões relativas à política e do funcionamento do Fundo;
c) O Director Geral é escolhido pelos administradores e cuja função é a de assegurar a execução das decisões e de orientar a política do FMI.
d) Existem ainda alguns órgãos subsidiários, como o Comité Interino (Interim Committee), composto por 24 membros e dedica-se às questões de conceito para o desenvolvimento do Fundo, o Comité para o Desenvolvimento (Development Committee), órgão consultivo composto por 24 membros e tem por missão aconselhar a Junta de Governadores e o FMI no que toca as transferências de fundos para os países em vias de desenvolvimento e o influente, poderoso (mas não deliberativo) os encontros do G7 dentro do FMI. 
Baseando-se nos seus estatutos e na cooperação internacional e nos estudos económicos e financeiros, o FMI:
a) facilita a expansão do comércio internacional e contribui assim ao desenvolvimento dos seus Estados membros; 
b) permite, também a estabilidade das trocas e em ajuda aos Estados membros em dificuldades (défices comerciais, pagamento da dívida). 
c) apoia a estabilidade cambial; 
d) cria condições de acesso ao recursos e fontes do Fundo e ajuda a corrigir a balança de pagamento dos seus Estados membros. 
1. História do FMI
1.2. O sistema cambial
 Depois da assinatura do Acordo (1944), no ano seguinte (1945) foram aprovados os princípios do Fundo pela maioria dos Estados membros e em Março de 1947 o Fundo iniciou a com as suas funções financeiras. O sistema cambial funcionava à base de regime de câmbios fixos das diferentes moedas nacionais colados ao dólar americano cujo valor estava convertido em ouro. 
 O sistema vigorou durante quase 25 anos, mas deve-se dizer que já nos seus primórdios, em 1948, os Estados que beneficiaram do plano Marshall haviam sido convidados a não recorrerem aos empréstimos do FMI. Assim, as moedas destes países não participaram em pleno na estabilização da política do FMI (originou o aparecimento de uma União Monetária Europeia entre estes países). Só a partir de 1961 em que os países ocidentais introduziram a convertibilidade das suas moedas. Em consequência da crise do dólar, o Fundo abandonou o sistema de câmbio fixo, isto em 1973, conforme as decisões tomadas no encontro de Jamaica. Foi instituído o sistema baseado na desmonetarização do ouro e a liberalização do regime de divisas que vigora até aos dias de hoje.
1.2.1. Programas do FMI
 No início das suas actividades, o FMI trabalhou em sistema de acordos de prontidão (stand by agreement) acompanhados de Programas estruturais e de adaptação. A partir da segunda metade dos anos setenta a função do Fundo caracterizava-se emprimeiro lugar com a resolução de crises financeiras devido ao endividamento dos países latino americanos. Depois de 1989 o Fundo ajudou os países saídos da aventura comunista (Leste europeu) na transição para a economia de mercado. Durante os anos noventa o Fundo se engajou na resolução da crise do Sudeste asiático, da Rússia e do México tendo recolhido muitas críticas pelo modo utilizado na resolução dessas crises. 
1.3. Funcionamento do FMI
 Vamos agora retermo-nos no funcionamento interno do Fundo, a sua organização interna, modos de financiamento para a prossecução dos seus objectivos. 
1.3.1. Órgãos do FMI
 A organização que administra um activo muitas vezes superior de certos países deve obedecer a um aparelho correspondente. Actualmente o Fundo emprega 2700 funcionários de 123 países. Neste seu funcionamento os funcionários convivem com o princípio de ordem profissional e o outro de ordem de defesa dos interesses do seu país. O princípio profissional é representado pelo pessoal qualificado que procede as analises, e em cujo trabalho se desenvolve a actividade corrente do Fundo. 
Os interesses nacionais estão representados pelos direitos de voto que correspondem ao montante de depósitos de cada país. 
1.3.1.1 Junta de Governadores (Board of Governors)
 A Junta de Governadores é a instância ou órgão máximo de deliberação a nível do Fundo composto pelos representantes dos Estados membros. Estes representantes tem o título de governadores e são os ministros das finanças ou os governadores dos bancos centrais dos Estados membros (tudo dependendo a quem está por lei atribuída a gestão monetária - Executivo ou Banco central). A Junta de Governadores reúne-se ordinariamente uma vez por ano e delega os seus plenos poderes ao Comité Executivo. 
1.3.1.2. Junta Executiva (Executive Board)
 A Junta Executiva é um órgão deliberativo composto por 24 elementos (directores) designados por determinados Estados membros (oito directores). No ano de 2000 entre os representantes permanentes os Estados Unidos representavam 17,33 % de votos, o representante do Japão 6,22 %, Alemanha estava representado por 6,08 % de votos, a França e Grã-Bretanha por 5,02 %, respectivamente. O representante da Arábia Saudita dispunha de 3,27 %, o da Rússia 2,78 % e o da China com 2,20 %. Os restantes 16 directores são indicados através do Círculo administrativo. A Junta funciona como um órgão executivo nas questões de carácter corrente e de carácter para as quais tem poderes delegados pela Junta de Governadores. O regulamento interno estabelece que a Junta Executiva reúne várias vezes por semana e responde perante a Junta de Governadores.
1.3.1.3. Director (Geral) Executivo (Managing Director) 
 O Director Geral preside a Junta Executiva e dirige os diversos departamentos internos do Fundo. O Director Geral é eleito por um mandato de 5 anos e conforme estabelecido por um acordo de cavaleiros, esteve deve ser um cidadão europeu. Para alem destes três principais órgãos, funcionam ainda a nível do FMI o Comité Interino e o Comité para o Desenvolvimento. Estes dois corpos funcionam como um fórum para determinar questões discutidas do ponto de vista dos interesses de cada país. 
1.3.1.4 Outros órgãos
1.3.1.4.1. Comité Interino (Interim commitee) 
 Trata-se de um órgão consultivo, que reúne duas vezes por ano a nível de ministros das finanças ou de governadores dos Bancos centrais de 24 países. Adopta questões de carácter conceptual relativos ao desenvolvimento do FMI e que ultrapassam a competência da Junta Executiva. 
1.3.1.4.2. O Comité para o Desenvolvimento (Development commitee) 
 Este comité é igualmente um órgão de consulta composto por 24 elementos a nível de ministros ou de governadores de Bancos centrais. Têm por missão aconselhar a junta de Governadores e o FMI nas questões de alocação de recursos do Fundo para os países em vias de desenvolvimento. As suas reuniões coincidem, por esse motivo com a reunião do Comité Interino. 
1.3.2. O processo decisório do FMI
 Debrucemo-nos agora na forma como o FMI toma as suas decisões. Na ausência de um consenso (para o qual o órgão directivo deve-se esforçar), o processo de votação em todos os órgãos decorre do princípio do senso do capital, ou seja o montante depositado, com base na quota e em grande parte as decisões são tomadas por maioria simples (cada Estado membro tem 250 votos + um voto adicional por cada fracção da sua quota equivalente 100.000 DTE). 
 Quando se tratar de questões de ordem conjuntural (empréstimos e remunerações de activos) a decisão é tomada por maioria de 70 % e para questões que se referem a modificação quotas, contribuição em DTE ou de venda de ouro são necessários 85 % de votos. Graças ao poder cumulativo de votos que o G7 tem uma influência muito forte no funcionamento do Fundo.
 O próprio montante da quota é determinada segundo critérios negociados. Em primeiro lugar à base de indicadores macro-económicos (PIB, reservas em divisas, receitas e pagamentos médios anuais, entre outros) se determina a quota que proporcionalmente é comparada com base na posição dos outros candidatos a membros. Três quartos (¾) da quota é depositado na moeda do novo Estado membro e nela se determina não apenas o direito de voto nas sessões dos órgãos como também, no acesso aos recursos do Fundo, atribuição dos DTE e do montante de depósito nas instituições do Banco Mundial. 
1.3.3. Objectivos do FMI
 Conforme estabelece o artigo 1.º do Acordo Relativo ao FMI, o mesmo prossegue os seguintes objectivos:
i) Promover a cooperação monetária internacional através de uma instituição permanente que constitua um mecanismo de consulta e colaboração no que respeita a problemas monetários internacionais; 
ii) Facilitar a expansão e o crescimento equilibrado do comércio internacional e contribuir assim para o fomento e manutenção de elevados níveis de emprego e de rendimento real e para o desenvolvimento dos recursos produtivos de todos os membros, como objectivos primordiais de política económica;
iii) Promover a estabilidade dos câmbios, manter arranjos cambiais regulares entre os membros e evitar depreciações cambiais concorrenciais;
iv) Contribuir para a instituição de um sistema multilateral de pagamentos para as transações correntes entre os membros e para a eliminação das restrições cambiais que dificultam o crescimento do comércio internacional; 
v) Incutir confiança aos membros, pondo temporariamente à disposição os recursos do Fundo, mediante garantias adequadas, dando-lhes assim possibilidade de corrigirem desequilíbrios da sua balança de pagamentos sem recorrerem a medidas prejudiciais à prosperidade nacional ou internacional;
vi) Em conformidade com o que precede, encurtar a duração e reduzir o grau de desequilíbrio das balanças de pagamentos internacionais dos membros; 
1.3.4. Instrumentos
 Para a prossecução dos seus objectivos o Fundo tem como instrumento a regulação do endividamento externo, criando novas formas e meios de liquidação internacionais e correcção dos regimes do sistema internacional de câmbios. É importante recordar que os instrumentos do Fundo, são de carácter financeiros e não financeiro e formalmente não ultrapassam o quadro da soberania dos Estados membros. O FMI actua como uma instituição mundial de pesquisa, informação e de centro de consultoria em matéria de questões financeiras.
 Presta ajuda financeira do Fundo aos Estados membros que vá de encontro com as reformas das suas políticas económicas; é o que se convencionou chamar dentro do vocabulário desta instituição como a «condicionalité» em francês. Em consequência, quando o Fundo empresta recursos financeiros a um país membro, ele deve assegurar-se que a política deste Estado visa reduzir os desequilíbrios da sua balança de pagamentos. 
 O FMI dispõe de uma série de ajudas que ele fornece

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