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Psicologia do Comportamento Alimentar 
26/01/2019
Como você percebe seu comportamento alimentar? 
O que influencia seu comportamento alimentar? 
Como você controla de forma voluntária sua alimentação? 
2
Nutrição e Psicologia 
 
Nutricionista – dedica-se à promoção, recuperação e manutenção da saúde por meio da alimentação. 
Para que o paciente adote um comportamento alimentar saudável na doença e na recuperação, bem como na vida diária é necessária a atuação do nutricionista como educador e conselheiro.
No processo educativo o desafio é transformar conhecimento em ação, em comportamento habitual de alimentação. 
 
Nutricionista: 
conhecimento técnico, 
capacidade de escuta e percepção. 
Psicologia para Nutricionista:
enteder o indivíduo como um todo 
 Corpo-Mente-Social = Biopsicossocial 
Psicologia
Ciência que estuda o comportamento humano e seus processos mentais.
 
Estuda o que motiva o comportamento humano – o que o sustenta, o que o finaliza e seus processos mentais, que passam pela sensação, emoção, percepção, aprendizagem, inteligência...
Comportamento Humano
Fatores Filogenéticos
 (processo de evolução da espécie humana) 
+ 
Fatores Ontogenéticos 
(interação de um indivíduo com seu ambiente) 
Comportamento Humano na visão das três principais correntes da psicologia: 
Psicanálise; 
Behaviorismo; 
Gestaltismo.
Psicanálise –Sigmund Freud – Europa (1856/1939). 
Origem na medicina. 
Recupera a importância da afetividade e tem como seu objeto de estudo o inconsciente.
A mente é constituída pelo inconsciente, subconsciente e consciente.
O inconsciente domina a vida psíquica por meio dos desejos e pulsões (libido). 
Tal afirmação feria o preconceito moral de que somos agentes conscientes dos motivos dos nossos atos.
O aparelho psíquico possui ainda três outras estruturas:
 
Id – Vive segundo o princípio do prazer (pulsões inatas, desejos); é totalmente inconsciente; está desligado do mundo real;e não atua segundo princípios lógicos e morais.
 
Ego – constitui-se do id, diferenciando-se desse no primeiro ano de vida; realista, desempenha o papel de mediador entre o mundo interno e externo. 
Superego – formado a partir de uma parte do ego, após o Complexo de Édipo, por volta dos 3 – 5 anos; resulta da educação que recebemos, do conjunto de punições e recompensas; procura perfeição moral, inibe o impulsos, tenta persuadir o ego a substituir objetivos realistas por moralistas. 
Behaviorismo – surgiu nos EUA (1878/1958). 
Analisa o comportamento por meio de experimentos, de observação e descrição desse, em oposição aos métodos de introspeção.
Pavlov - modelo de condicionamento do comportamento (Reflexo Condicionado – experiência com cães). 
Watson (behaviorismo clássico) – Modelo S - R. Intenção era prever e controlar o comportamento de todo e qualquer indivíduo (experimento do Pequeno Albert). 
Skinner (behaviorismo radical) - Condicionamento Operante ( Sd – R – Sr)
Estímulo – Respostas – Estímulo Reforçador 
Estímulo Reforçador: 
- reforço (positivo ou negativo), que aumenta a probabilidade da ocorrência do comportamento. 
- punição (positiva ou negativa), que inibe o comportamento. 
Gestaltismo – Europa (1910 -1912).
Perls – estuda os mecanismos de percepção e sua influência sobre o comportamento humano. 
Nega a fragmentação das ações e processos humanos, postulando a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade, resgatando as relações da Psicologia com a Filosofia. 
Para os gestaltistas, entre o estímulo que o meio fornece e a respostas do indivíduo, encontra-se o processo de percepção. O que o indivíduo percebe e como percebe são dados importantes para a compreensão do comportamento humano. 
Comportamento Alimentar
Fenômeno complexo e multifatorial , reflete interação entre fatores internos e externos. 
 Ato de comer transcende as razões biológicas e valor nutritivo.
Sua subjetividade possui motivações ocultas relacionadas às carências psicológicas e às vivências emotivas e conflituosas que independem da fome.
 
15
Fatores internos: 
neurotransmissores;
hormônios;
taxa metabólica;
estados do sistema gastrointestinal;
tecidos de reserva;
formação de metabólitos e
receptores sensoriais.
Fatores externos: 
características dos alimentos (sabor, textura, composição nutricional e variedade) e
características do ambiente (temperatura, localidade, trabalho, oferta ou escassez de alimentos, assim como crenças sociais, culturais, religiosas e experiências vividas).
* fatores sócio-culturais (renda, regionalismo, tabus alimentares e mídia) e
* fatores psicológicos (aprendizagem, motivação, emoção). 
A Evolução do homem primitivo ao atual comportamento alimentar
Primeiros bípedes - frutos e raízes
Com o domínio de ferramentas rudimentares - carne crua e moluscos
Com o domínio do fogo - assar e cozinhar 
Com a agricultura - cultivo de hortaliças, tubérculos e frutas - domesticar animais
Com a urbanização e modernização (séc. XX) - Transição Nutricional - declínio da subnutrição e aumento da prevalência de excesso de peso e obesidade. 
Nossos ancestrais tinham fome ou apetite? 
Fome - sensação fisiológica que nos faz procurar e ingerir alimento para satisfazer as necessidades diárias de nutrientes.  
Apetite - É o desejo de comer, o cérebro pede comida independe da fome. 
Fatores determinantes do apetite:
 (1) fatores hedônicos: odor, paladar, cheiro, textura; 
(2) preferências e aversões aprendidas: apetite não específico; 
(3) influências culturais: cultura/religião; 
(4) influências ambientais: temperatura/marketing/ambiente obesogênico;
(5) influências farmacológicas: medicamentos anoréxicos; 
(6) variações fisiológicas; (a) influências metabólicas: requerimento calórico, níveis de neurotransmissores, hormônios; (b) influências de patologias: anorexia, diabetes, obesidade, câncer; (c) especificidade a um ou mais nutriente(s): NaCl (sódio-sal de cozinha).
Saciação e Saciedade 
Saciação - processo que resulta na suspensão da alimentação, ou término de uma refeição, por motivos relacionados com a sensação de plenitude gástrica. 
É, em parte, aprendida e, em parte, também determinada por componentes fisiológicos e ambientais (condição climática). 
21
Saciedade - período de tempo entre as refeições, quando não há ingestão de alimentos, por motivo principal da ausência da fome.
 
Sensação de Saciação Saciedade Sensação de Fome
Alimentos sólidos, segue-se a seguinte hierarquia sacietógena: proteína > carboidratos > lipídios. 
Não ocorre da mesma maneira para alimentos líquidos, e nem ao se compararem magros e obesos.
22
 Fome e Saciedade - Controle Fisiológico
Sistema homeostático de balanço energético
Sinais periféricos ( leptina, grelina, insulina, CCK, PYY, PP, AMILINA, OXM, GLP-1, orexínas e increatinas) SNC ( hipotálamo) respostas adaptativas apropriadas (hormônios, neurônios anorexígenos – “já estou muito satisfeito” e orexígenos – “estou morrendo de fome”) controle da fome e saciedade.
FISIOLOGIA 
Hipotálamo 
Processamento de informações de vários tipos de sinalizações, como: 
- concentração de nutrientes  (níveis de glicose no sangue); 
 - grau de distensão do estômago; 
 - níveis de hormônios (colecistocinina, produzida pelo intestino) e a leptina (produzida pelo tecido adiposo).
Produz comandos para a procura e ingestão de alimento (hormônios e neurônios).
Prepara o trato gastrointestinal (peptídeos) para receber e processar o alimento.
Sistema Homeostático X Sistema de prazer e recompensa 
O sistema de recompensa (hedônico) muitas vezes age de forma semelhante ao vício, como na drogadição. 
Sistema endocanabinoide:
 Receptores canabinoides (CB1 e CB2) e seus ligantes endógenos (como a anandamida) - ativação causa aumento do apetite e aumento do desejo por alimentos mais palatáveis.
Endocanabinoides = prejuízo na sinalização da leptina (anorexígena) no hipotálamo.
 
 
Dopamina nonúcleo accumbens: 
Lesões no núcleo accumbens levam à diminuição da ingestão alimentar. 
Camundongos que não produzem dopamina normalmente morrem de inanição, mas voltam a se alimentar com a injeção de dopamina no corpo estriado. 
Sistema Opioide (endógeno): 
Ingestão de alimentos altamente palatáveis é capaz de “desligar” a regulação normal (homeostática) do apetite. 
A sinalização do sabor é transmitida para o sistema de recompensa, que leva à liberação de mediadores como dopamina, serotonina, endocanabinoides e opioides. 
O circuito de recompensa se conecta com neurônios hipotalâmicos envolvidos no controle do apetite e é capaz de aumentar a expressão dos peptídios orexígenos e bloquear a sinalização dos peptídios da saciedade. 
O estímulo para comer é mantido, e a ingestão passa a ser mediada por necessidades hedônicas em vez de necessidades biológicas.
Todo o processo de ingestão alimentar, do sistema homeostático ao sistema de recompensa, pode sofrer interferência interna ou externa e alterar o processo. 
Exemplo: fatores que diminuem a saciação levam ao hábito de fazer grandes refeições (hiperfagia), enquanto fatores que diminuem a duração da saciedade levam ao aumento da frequência das refeições. 
Comportamento Alimentar
Fatores Ambientais e Psicológicos 
A alimentação é, hoje em dia, mais do que uma via de satisfação das nossas necessidades básicas. 
É também uma fonte de prazer, uma forma de relaxar, uma fonte de convívio, e todo um conjunto de significados sociais e individuais que lhe são atribuídos.
Fatores Cognitivos 
O indivíduo utiliza do processo cognitivo, que envolve percepção, linguagem, memória, atenção, sensação e pensamento para aprender e moldar sua conduta. 
Com as experiências vai agregando ao seu comportamento fatores observados e formando seus hábitos comportamentais, o que se aplica a construção do comportamento alimentar. 
Influências Ambientais
Família - Período de gestação é a influência mais remota do ambiente no comportamento alimentar. O filhote tende a consumir alimentos que foram consumidos pela mãe durante a gestação e lactação. 
Período de amamentação ocorre a nutrição física e a psicoemocional. 
Período da infância, a interação contínua com o alimento determinam as preferências alimentares, hábitos e atitudes exibidas na vida adulta. 
Cultura- está dedicada aos fatores simbólicos da alimentação, como: gostos, hábitos, tradições culinárias e identidade, preferências, tabus, entre outros. 
Uma questão cultural que mudou foi a dessexualização no ato de cozinhar, hoje os homens conquistaram o espaço também. 
Mídia - Pesquisa observou em período analisado que 85% das propagandas de TV estavam no grupo da pirâmide alimentar, representado por doces e gorduras; observou-se total ausência de frutas e hortaliças.
 A divulgação de propagandas sobre produtos alimentares de forma atrativa e que os associa a estilos de vida desejados e a jingles - vinhetas de fácil memorização - aliada aos componentes motivacionais, às necessidades emocionais/psicológicas e aos desejos individuais favorecem a explicação da influência dos meios comunicacionais sobre o consumo e escolha dos tipos de alimentos, principalmente nas crianças.
Revistas que cultuam a boa forma e o controle do peso, muitas vezes com sugestões de dietas exageradas ou arriscadas e “endossadas” por pessoas famosas, colaboraram para comportamentos perigosos com a própria alimentação e podem contribuir com o preconceito e a discriminação com os obesos.
Socioeconômico - esse fator está diretamente relacionado com as dificuldades que as pessoas das classes econômicas menos favorecidas podem apresentar, em virtude da falta de condições financeiras para comprar alimentos considerados saudáveis  e indispensáveis à manutenção de uma boa saúde. 
Consolidação da industrialização e da mulher no mercado de trabalho levou a mudanças de hábitos alimentares com crescente consumo de alimentos industrializados em detrimento da comida caseira.
Medicação/droga: alguns antidepressivos e antipsicóticos com atividade antihistamínica estimulam a ingestão de alimento e o aumento de peso corporal. 
Medicamentos estimulantes usados no tratamento de TDAH (Transtorno de Defict de Atenção e Hiperatividade) tendem a reduzir o apetite.
O alcoólico grave muitas vezes apresenta alimentação esporádica e obtêm a maior parte de sua ingestão calórica por meio do álcool, o que resulta em deficiência nutricional.
A cocaína e outras anfetaminas estimulam o sistema nervoso central e, em geral, diminuem o apetite e a ingestão de alimentos.
O uso de maconha está associado ao aumento de apetite e ingestão alimentar, e os sintomas da interrupção de seu uso incluem alta irritabilidade, depressão e diminuição da ingestão alimentar. 
 
Religião, geografia, pares e influências sociais, preparação e estocagem do alimento, habilidades no preparo de alimentos são todos fatores que também podem influenciar o comportamento alimentar. 
Influências psicológicas: 
Emoção - todo o hipotálamo esta sob influência do sistema límbico (a unidade responsável pelas emoções e comportamentos sociais), qualquer alteração nesse sistema interfere na fome. 
Quando o indivíduo encontra-se ansioso, angustiado, estressado, come compulsivamente ou simplesmente não come. 
Emoções Comportamento Alimentar Nutrientes ou
Deficiências nutricionais que levam ao atraso do desenvolvimento e crescimento na infância alteram aspectos emocionais, levando mais tarde, na adolescência, a comportamento ansioso, depressão, hiperatividade, baixa auto-estima e autos anti-sociais. 
Estudos mostram que a desnutrição proteica precoce altera tanto a morfologia quanto a neuroquímica do hipocampo, o que propicia alterações no comportamento como prejuízo no sistema de inibição comportamental, o que leva o indivíduo a reduzir comportamentos de avaliação de risco. 
Emoção - Ansiedade e Estresse: 
Ansiedade é acionada por multifatores, desde o estresse da vida cotidiana a geneticamente herdada.
Ansiedade é mediada pela maior ou menor biodisponibilidade de alguns neurotransmissores no Sistema Nervoso Central, e sua desregulação se dá pela falta de precursores dietéticos, bem como as situações adversas no mundo externo. 
Serotonina- 5-HT (neurotransmissor) - responsável pela regulação do humor, comportamental dos impulsos e da saciedade. 
Tripofano (precursor dietético) - A serotonina é sintetizada pelo triptofano, aminoácido encontrado em diversos alimentos de origem animal e vegetal, uma de suas funcionalidades é justamente o controle da ansiedade. 
 Entre os alimentos fonte de triptofano estão: o leite, ovos, carnes, frutos do mar, cereais integrais, batata, couve-flor, berinjela, soja, banana, kiwi, brócolis, tomates e nozes. 
Emotional eating - fome emocional é o escape das tensões emocionais e de problemas, que se encontra na origem de alguns distúrbios alimentares  e todas as suas consequências na saúde. 
 
Para as pessoas que tendem a comer compulsivamente nos períodos de maior tensão e stress, a alimentação é vista como um escape, como uma forma de aliviar o stress, ainda que muitas vezes não o pretendam ou não entendam os mecanismos por detrás disso.
Possíveis hipóteses: 
Alimentação constituir um estímulo prazeroso, conferindo sensações positivas e distraindo dos estímulos exteriores negativos. 
O redirecionamento de maior quantidade do sangue para o sistema digestivo, leva a menor irrigação cerebral, provocando sonolência, mas também menor irritabilidade e sensação de stress. 
A mastigação em si, que o movimenta os maxilares, promove relaxamento e libertação de tensão, principalmente de alimentos crocantes ou com maior rigidez. 
Funcionamento fisiológico: 
- Períodos de maior stress levam a redução das horas de sono, ocorrendo alterações hormonais com maior produção gástrica de grelina e menor produção de leptina, o que se traduz em maior apetite durante o dia. 
- Imediatamente após a produçãodo cortisol – “hormônio do stress” – , ou numa reação mais aguda ao stress, a resposta normal desencadeada pelo aumento dos níveis de cortisol é a diminuição do apetite, sendo a durabilidade da falta de apetite variável de pessoa para pessoa. 
- Se o stress passar a ser crónico, a tendência é que aumente o apetite por comida açucarada, causando maior acumulação de gordura, especialmente na zona abdominal, nas coxas e zona dos tríceps.
 
Sensação e Percepção - Os dois processos são interdependentes e se influenciam mutuamente. 
A sensação é a recepção de estímulos do meio externo captado por algum dos cinco sentidos: visual, auditiva, tátil, olfativa e gustativa. 
A percepção é a capacidade de interpretar sensações, associando essas informações sensoriais à memória e cognição, de modo a formar conceitos sobre o mundo e sobre nós mesmos e orientar nosso comportamento. 
Limiares sensoriais: o limiar absoluto para cada um dos sentidos é notavelmente baixo, apesar de existir diferenças entre pessoas e até mesmo de um momento para o outro em uma mesma pessoa. 
Ex.:
Paladar – um grama de sal de cozinha diluído em 500 litros de água; 
Olfato: uma gota de perfume espalhada em um apartamento de três cômodos. 
Adaptação sensorial: os sentidos se ajustam automaticamente ao nível geral médio da estimulação existente em um ambiente particular. 
 Ex.: depois de comer um saco de pipoca salgada seria necessário muito mais que um grama de sal de cozinha diluído em 500 litros de água para a pessoa perceber um gosto salgado.
Atenção e Percepção - O ato de perceber requer seletividade da atenção. 
 Necessidades, interesses e valores influênciam a atenção. 
Paramos de prestar atenção a experiências repetitivas ou conhecidas. 
Pessoas frequentemente percebem sem atentar ou tomar consciência. Como se um piloto automático estivesse ligado. 
A atenção faz com que nós percebamos alguns elementos em desfavor de outros. 
São vários os fatores que influenciam a atenção e que se encontram agrupados em duas categorias: a dos fatores externos (próprios do meio ambiente) e a dos fatores internos (próprios do nosso organismo).
Os fatores externos mais importantes da atenção são:
 - a intensidade (a atenção é particularmente despertada por estímulos que se apresentam com grande intensidade e, é por isso, que as sirenes das ambulâncias possuem um som insistente e alto);
o contraste (a atenção será muito mais despertada quanto mais contraste existir entre os estímulos, tal como acontece com os sinais de trânsito pintados em cores vivas e contrastantes); 
a incongruência (prestamos mais atenção às coisas absurdas e bizarras do que ao que é normal, por exemplo, na praia num dia verão prestamos mais atenção a uma pessoa que apanhe sol usando um cachecol do que a uma pessoa usando um traje de banho normal);
o movimento (por exemplo, as crianças e os gatos reagem mais facilmente a brinquedos que se movem do que estando parados).
Os fatores internos que mais influenciam a atenção são: 
a motivação (prestamos mais atenção a tudo que nos motiva e nos dá prazer do que às coisas que não nos interessam); 
a experiência anterior (a força do hábito faz com que prestemos mais atenção ao que já conhecemos e entendemos); 
o fenômeno social (nossa natureza social faz com que pessoas de contextos sociais diferentes não prestem igual atenção aos mesmos objetos, por exemplo, os livros e os filmes a que se dá mais importância em Portugal não despertam a mesma atenção no Japão).
Transtornos Alimentares 
Perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física e/ou o funcionamento psicossocial.
 
Os transtornos alimentares geralmente apresentam as suas primeiras manifestações na infância e na adolescência. 
Podem ser divididos em dois grupos: 
- Transtornos que ocorrem precocemente na infância e que representam alterações da relação da criança com a alimentação. Estas condições parecem não estar associadas a uma preocupação excessiva com o peso e/ou a forma corporal, mas podem interferir com o desenvolvimento infantil, ex.: pica e o transtorno de ruminação. 
- Transtornos com aparecimento mais tardio e é constituído pelos transtornos alimentares propriamente ditos, como a anorexia nervosa e a bulimia nervosa.
Causa multifatorial, com participação de componentes biológicos, genéticos, psicológicos, socioculturais e familiares:
a) Fatores genéticos: pesquisas indicam maior prevalência de distúrbios alimentares em algumas famílias, sugerindo uma agregação familiar com possibilidade de fator genético associado.
b) Fatores biológicos: alterações nos neurotransmissores moduladores da fome e da saciedade como a noradrenalina, serotonina, colecistoquinina e diferentes neuropeptídeos têm sido postuladas como predisponentes para os distúrbios alimentares. Existem dúvidas se tais alterações acontecem primariamente ou são decorrentes do quadro.
c) Fatores socioculturais: a obsessão em ter um corpo magro e perfeito é reforçada no dia-a-dia da sociedade ocidental.
d) Fatores familiares: dificuldades de comunicação entre os membros da família, interações tempestuosas e conflitantes podem ser consideradas mantenedoras dos distúrbios alimentares. 
e) Fatores psicológicos: algumas alterações características como baixa autoestima, rigidez no comportamento, distorções cognitivas, necessidade de manter controle completo sobre sua vida, falta de confiança podem anteceder o desenvolvimento do quadro clínico.
Transtorno Compulsivo Alimentar Periódico-TCAP
É um transtorno psiquiátrico que acaba por desencadear muitas patologias orgânicas como dislipidemias, obesidade, hipertensão, diabetes entre outras.
Critérios para diagnóstico: 
Episódios recorrentes de compulsão periódica (“binge eating”) - caracterizado por: 
1 – ingestão, em um período limitado de tempo (por exemplo, dentro de um período de duas horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria em um período similar, sob circunstâncias similares; 
2 – um sentimento de falta de controle sobre o episódio (por exemplo, um sentimento de não conseguir parar ou controlar o quê ou quanto se está comendo).
   
“Binge Eating” estão associados a três (ou mais) dos seguintes critérios: 
1 – comer muito mais rapidamente do que o normal;
2 – comer até sentir-se incomodamente repleto;
3 – comer grandes quantidades de alimentos, quando não fisicamente faminto; 
4 – comer sozinho, por embaraço pela quantidade de alimentos que consome; 
5 – sentir repulsa por si mesmo, depressão ou demasiada culpa após comer excessivamente.  
A compulsão periódica ocorre, pelo menos dois dias por semana, durante seis meses. 
A compulsão periódica não está associada com o uso regular de comportamentos compensatórios inadequados (por exemplo, purgação, jejuns, exercícios excessivos), nem ocorre durante o curso de anorexia nervosa ou bulimia nervosa.
Tratamento: 
Deve ser abordado multifatorialmente , com uso de medicamentos, intervenções psicológicas e nutricionais.
Para o  tempo de tratamento é recomendável que se continue por, no mínimo, um ano depois do desaparecimento dos sintomas.
Vigorexia ou Síndrome de Adonis  
Transtorno mental que faz com que as pessoas realizem exercícios físicos de maneira exagerada, e nasce da associação com a imagem corporal. 
Por mais musculosa que a pessoa seja, ela se enxerga magra no espelho, e por isso, abusa de exercícios e substâncias ilegais, e está sempre querendo atingir limites que às vezes o próprio corpo não suporta mais, o que pode causar lesões, tanto musculares como articulares. 
Ainda não é estabelecida como uma doença específica pelos órgãos normativos.
O transtorno de imagem é o mesmo de pessoas que sofrem com anorexia. 
Ainda não se consegue identificar se foi o vício pelo exercício, que tornou a pessoa vigorexica, ou se a compulsão por um corpoideal, ou ainda um transtorno mental que não permite que esse individuo tenha a percepção exata do corpo que já possui e busque cada vez mais ter um corpo maior.
Ortorexia
Transtorno alimentar recentemente diagnosticado, que surge quando a pessoa se torna obsessiva quanto aos padrões daquilo que come. 
Ao contrário da anorexia ou bulimia, a pessoa permite-se comer, mas fica tão obcecada com o que come que todos os seus pensamentos ficam ocupados com a dieta.
Permitem-se apenas alimentos saudáveis e escrutinam o conteúdo nutricional de cada elemento que ingerem. Calorias, vitaminas e nutrientes tornam-se o ponto focal da comida e qualquer coisa que contenha o mínimo vestígio do que está na lista do “não é permitido” não é consumido.
Sintomas: 
Preocupação excessiva com alimentos e com suas qualidades nutricionais;
Ter uma dieta restritiva;
Perda rápida de peso e de gordura;
Excessiva preocupação com o que comeu ou com o que vai comer;
Incapacidade de comer algo que não foi preparado por ela mesma;
Curiosidade em saber as composições de cada alimento e como eles foram feito.
A pessoa pode começar a isolar-se e tornar-se distante à medida que se vai fixando cada vez mais nas suas regras dietéticas.
Para alguns, a capacidade de desempenhar trabalhos ou de estudar pode começar a declinar, à medida que a sua mente se ocupa cada vez mais com a sua dieta e com os alimentos que são permitidos, como articulá-los no seu dia-a-dia, quantas vezes se devem mastigar e por aí fora. 
Há tantos fatores que envolvem estes transtornos alimentares que os pensamentos podem ficar totalmente ocupados por eles, deixando pouco espaço para outros rumos de ideias e a concentração e a motivação acabam por ficar na retaguarda.
Anorexia Nervosa (AN)
A anorexia é uma síndrome de auto-inanição caracterizada pela perda de peso a um nível menor que 85% do peso corporal estimado. 
Em meninas e mulheres ocorre a amenorréia primária ou secundária e causa sérios danos ao sistema reprodutor. 
Excesso de atividade física com medo intenso e irracional de ganhar peso ou de ser gordo, mesmo tendo um peso abaixo do normal. 
Negação quando questionado sobre o transtorno.
A AN é subdividida em dois tipos: 
Restritiva (ANR) em que restringe a ingestão alimentar, praticam atividade física em excesso e preocupa-se demasiadamente com perder peso, mas não comem compulsivamente ou ingerem laxantes. 
Compulsivaperiódica/purgativa inclui comportamento purgativo regulares (vômito auto-induzido e abuso de laxantes, diuréticos e uso de enemas ou lavegam intestinal). 
Bulimia Nervosa (BN)
Transtorno alimentar caracterizado por epsódios de comer compulsivamente seguido de comportamento compensatório com o objetivo de evitar o ganho de peso. 
A compulsão alimentar é definida como ingestão de uma quantidade de alimento muito maior do que qualquer pessoa comeria no mesmo período, sob as mesmas circunstâncias, e está associado a sessão de perda de controle sobre a alimentação. 
Os alimentos típicos da compulsão são os mais calóricos e gordurosos. 
Comportamentos compensatórios seguidos da compulsão: 
Purgação por meio de vômito; 
Abuso de laxantes ou diuréticos ou atividade física em excesso. 
Diferença entre AN-P e BN é, inicialmente, o peso. 
Os que comem compulsivamente e eliminam a comida, mas estão 85% abaixo do peso ideal e são amenorréicos, são diagnosticados como AN-P. 
Dois tipos de BN: 
Purgativo (BN – P) provocam vômito e/ou fazem uso de laxante e diuréticos. 
Não prugativo (BN – NP) não provocam vômito e/ou fazem uso de laxante e diuréticos. Os episódios de compulsão alimentar alternam-se com jejuns ou atividades físicas em demasia. 
A impulsividade elevada, a busca pela novidade, a emotividade negativa, a reação ao estresse e os traços de personalidade anti-social, limítrofe, falso e narcisista estão mais associados a Bulimia Nervosa. 
Drunkorexia 
A expressão drunkorexia vem da junção entre as palavras drunk (embebedado, em inglês) e anorexia.
A drunkorexia acontece quando um indivíduo, preocupado obsessivamente em não engordar, passa a consumir bebidas alcoólicas para substituir a comida. 
A doença acomete principalmente adolescentes do sexo feminino e jovens mulheres.
Ainda não é estabelecida como uma doença específica pelos órgãos normativos.
De um a dois por cento da população mundial sofrem de anorexia e, dessas pessoas, cerca de 30% fazem uso inadequado de álcool.
O álcool dá a sensação de perda de apetite ou faz com que a pessoa durma, ao invés de comer.
A ansiedade é um dos sintomas mais frequentes entre os pacientes de distúrbios alimentares e o álcool cria a falsa ideia de aliviar o problema. Em médio e longo prazos, na verdade, aumenta a ansiedade e pode gerar quadros depressivos
Sintomas: 
Geralmente são os mesmos da anorexia:
Distorção da imagem corporal (os pacientes podem se achar gordos mesmo quando são muito magros);
Indução ao vômito;
Exagero na quantidade de exercícios físicos;
Uso de anfetaminas e laxantes;
Preocupação obsessiva com a magreza e com a alimentação.
Tratamento: 
Multidisciplinar e considera tanto o problema da anorexia, quanto o da possível dependência alcoólica. 
Obesidade
A obesidade não está inclusa no DSM-5 como um transtorno mental de distúrbio alimentar. 
A obesidade (excesso de gordura corporal) resulta do excesso prolongado de ingestão energética em relação ao gasto energético.
Uma gama de fatores genéticos, fisiológicos, comportamentais e ambientais que variam entre os indivíduos contribui para o desenvolvimento da obesidade; dessa forma, ela não é considerada um transtorno mental. 
Entretanto, existem associações robustas entre obesidade e uma série de transtornos mentais (p. ex., transtorno de compulsão alimentar, transtornos depressivo e bipolar, esquizofrenia). 
Os efeitos colaterais de alguns medicamentos psicotrópicos contribuem de maneira importante para o desenvolvimento da obesidade, e esta pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de alguns transtornos mentais (p. ex., transtornos depressivos).
Síndrome do comer noturno (SCN)
Síndrome do comer noturno (SCN) foi originalmente elaborado por Stunkard, como um transtorno com 3 componentes principais: Anorexia matutina; Hiperfagia vespertina ou noturna (quando plenamente consciente) e Insônia. 
Stunkard descreveu a SCN como uma resposta especial a um estresse circadiano que ocorria primariamente em indivíduos obesos. 
Também constatou que a SCN tendia a ser desencadeada pelo estresse e que seus sintomas diminuíam quando o problema era aliviado. 
Critérios diagnósticos por Birketvedt : 
Anorexia matutina; 
B. Ingestão ≥ 50% do valor calórico diário após às 19 h; 
C. Despertar para comer ao menos 1 vez/noite nos últimos 3 meses, com consciência do ato;
D. Consumo frequente de lanches de alto valor calórico nos despertares noturnos;
E. Ausência de critérios para bulimia nervosa ou transtorno da compulsão alimentar periódica.
Alotriofagia - PICA: 
Consumo persistente de substâncias não nutritivas por um período de pelo menos 1 mês.
A substância típica ingerida tende a variar com a idade. Bebês e crianças mais jovens tipicamente comem tinta, reboco, cordões, cabelos ou tecidos.
 
Crianças mais velhas podem comer fezes de animais, areia, insetos, folhas ou pedregulhos. 
Adolescentes e adultos podem consumir argila ou terra. 
Não existe aversão à comida. 
Este comportamento deve ser inapropriado em termos evolutivos e não deve fazer parte de uma prática culturalmente sancionada.
O consumo de substâncias não nutritivas é uma característica associada de outros transtornos mentais (por ex., Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Retardo Mental). 
Se o comportamento alimentar ocorre exclusivamente durante o curso de um outro transtorno mental, um diagnóstico separado de Pica deve ser feito apenas se o comportamento alimentar for suficientemente severo para indicar uma atenção clínica independente .
Várias complicações clínicas podem ocorrer, principalmenterelacionadas com o sistema digestivo e com intoxicações ocasionais, dependendo do agente ingerido.
Transtorno de ruminação
Inclui episódios de regurgitação, "remastigação”, repetidos que não podem ser explicados por nenhuma condição médica. 
As principais complicações médicas podem ser desnutrição, perda de peso, alterações do equilíbrio hidroeletrolítico, desidratação e morte.
O tratamento envolve o acompanhamento clínico das complicações e tratamento comportamental.
Hábito Alimentar do Autista 
O autismo é um transtorno de desenvolvimento que geralmente aparece nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades de comunicação e interação social.
Em alguns casos, o hábito alimentar do autista não segue o padrão de uma criança sem o transtorno.
Além das alterações psicológicas, o espectro autista modifica e aumenta a permeabilidade intestinal, ou seja, a forma como o alimento é absorvido. 
No autismo, a sensibilidade sensorial atinge também aquele que na medicina chamamos de "segundo órgão mais inteligente do corpo humano”; o primeiro é o cérebro. 
Isso significa que o organismo absorve mais intensamente os nutrientes, o que justifica alguns cuidados extras.
Uma criança autista não é automaticamente celíaca, ou alérgica a alimentos como o leite, farinha de trigo e soja, mas sim que, pelo fato de terem maior absorção, estes componentes têm efeito potencializado, o que reflete em disfunções intestinais e também na questão neurológica.
O consumo de alimentos com essas composições pode agravar fatores como a agressividade e levar à piora dos sintomas. 
A seletividade alimentar também está presente, visto que não é raro casos em que as crianças adoram determinado alimento, a ponto de querer consumi-los todos os dias, em todas as refeições. 
Outro ponto é que cores, sabores e aromas marcantes também podem não agradar, pela hipersensibilidade sensorial. 
Para motivar o paciente/cliente a seguir a dieta alimentar é preciso conhecer três princípios do comportamento humano:
1) todo comportamento tem uma causa; 
2) todo comportamento visa atender uma determinada meta; 
3) toda pessoa é um indivíduo à parte. 
Motivação para a Reeducação Alimentar 
Mudar hábitos é algo difícil e doloroso; exige querer (motivação) conquistar condições física e psíquica diferentes. 
Técnicas cognitivas visam o autocontrole, a redução de ansiedade, a quebra da cadeia de pensamentos automáticos, o desenvolvimento de estratégias funcionais que habilite o cliente a lidar com o seu cotidiano.
Muitos fatores influenciam a adesão do cliente a uma prescrição dietética, sendo geralmente relatadas e analisadas em termos de quatro conjuntos de características em relação: 
a) ao cliente; 
b) ao profissional; 
c) ao serviço ou clínica, e
 d) à prescrição. 
O Cliente – motivos para não seguir a orientação alimentar:
conhecimento ou informação insuficiente;
 falta de interesse em modificar o hábito;
 influência de outras pessoas ou falta de apoio familiar; 
 presença de fatores identificados como obstáculos para seguir a dieta equilibrada, como escassez de dinheiro, cansaço ou tempo, de disponibilidade de alimentos saudáveis ou por esses não serem considerados saborosos e atrativos.; 
fatores emocionais, como: preocupação , ansiedade e o estra sozinho; 
falta de consenso nas informações disponíveis sobre alimentação; 
insatisfação com o atendimento profissional; 
frequentes mensagens divulgadas na mídia. 
Mudança da Atitude de Complacência para o Autocontrole 
Complacência - o “conselheiro” é quem decide autoritariamente o que seria melhor para o indivíduo, que é passivo e complacente no comportamento alimentar e os alimentos consumidos. 
Autocontrole – mover-se para posição na qual se torna mais capaz de assumir a responsabilidade pelo processo de mudança.
As Fases de Mudança - Modelo Transteórico
A mudança consiste num conjunto de 6 fases em que a ação é apenas uma delas. 
De acordo como modelo transteórico, o indivíduo não caminha nos estágios de forma linear-causal, as pessoas podem progredir ou regredir sem ordenação lógica. 
Fase 1- Pré-contemplação: a pessoa não reconhece a necessidade de mudança e a busca de ajuda se dá mais pela pressão de familiares e amigos do que pelo desejo pessoal. 
Este é o período em que as intervenções médicas e terapêuticas surtem menos efeito, pois não se pode contar com o esforço do paciente. Ela não percebem ou recusam o conhecimento do risco. 
Em relação ao comportamento alimentar, esse estágio corresponde àqueles que não reconhecem suas práticas alimentares como inadequadas ou não dispõem da motivação necessária para alterá-las. 
A pessoa só deixa essa fase e passa para o estágio seguinte quando é capaz de refletir sobre si mesma e sobre seu problema e começa a sentir-se insatisfeita com sua condição.
Fase 2 - Contemplação: Início do momento que sente necessidade de superar sua dificuldade, reconhece o problema, mas não consegue ainda comprometer-se com a mudança. 
 Há um conflito entre manter o prazer imediato gerado pelos alimentos ou privar-se dele pelo benefício da mudança. 
Um exemplo é o indivíduo que reconhece ter um padrão alimentar pouco saudável, mas acredita que a falta de tempo, o preço ou o sabor desagradável de alimentos tidos como saudáveis não possibilitam a adoção de uma alimentação adequada.
Aqui deve-se buscar compreender os fatores de ordem prática ou de ordem emocional (por ex. uso do alimento para alívio de tensões) que podem estar dificultando o início da ação. 
Neste momento, o auxílio de profissionais como psicólogos e nutricionistas faz-se muito importante.
Fase 3 – Preparação ou decisão: começa a dar os primeiros passos rumo à mudança, mesmo que ela ainda não seja total. Fazer exercícios ou a comer um pouco menos, mas não segue à risca as normas propostas e os resultados não ocorrem como desejado. Muito típico “na segunda eu começo”. 
Neste estágio, um dos pontos mais importantes é a formação de uma rede de apoio que permita a troca de experiências com aqueles que conseguiram reeducar sua alimentação.
Esta interação possibilita que se compartilhe estratégias sobre como seguir o programa físico e alimentar de forma mais eficiente, além de oferecer ao indivíduo o incentivo de que necessita pra seguir em frente. Aqui o apoio profissional é também importante, pois oferece informações e orientações práticas que auxiliarão na adoção de novos hábitos
-Fase 4 - Ação: implementa o plano de mudança do comportamento e começa a efetuá-lo de maneira consciente. 
É um estágio que exige grande dedicação e disposição para evitar recaídas, e a pessoa passa a adotar estratégias que ajudem a mantê-la longe das tentações, como: guardar os alimentos longe de seu campo de visão, não ir ao supermercado sem uma lista de compras previamente definida, evita comer enquanto realiza outras atividades.
Recebe reconhecimento daqueles à sua volta e sente-se entusiasmada com seu desempenho. 
- Fase 5 – Manutenção: os hábitos adotados devem continuar a serem seguidos. 
Para isto é muito importante que o indivíduo consiga organizar sua rotina e seu ambiente de forma a facilitar que os comportamentos desejados perpetuem.
- Fase 6 – Recaidas: Tão importante quanto reconhecer em que estágio de mudança cada pessoa se encontra, é saber que estes estágios podem ser interrompidos por recaídas, durante as quais ocorre uma regressão a uma fase anterior. 
As recaídas não devem ser vistas como fracasso consumado, mas sim como uma oportunidade de aprendizado para que se evite erros futuros. 
Pensamentos Automáticos Sabotadores
Tornam o comportamento alimentar saudável mais difícil, com: 
Pensamentos "de permissão“ (“Eu sei que não devo comer isto, mas tudo bem porque... tive um dia difícil ... é uma comemoração; ... irá tudo para o lixo; ... eu quero tanto; ... não vai fazer diferença”); 
Pensamentos que minam a autoconfiança (“Foi terrível comer; sou tão fraco. Eu, simplesmente, não serei capaz de emagrecer” ao invés de dizer: “Tudo bem,eu errei; eu não poderia ter comido, mas vou comer direito a partir de agora” ); 
Pensamentos perfeccionistas (“Tenho que fazer as pessoas felizes o tempo todo”, “Não posso errar...”) 
Importante identificar os estímulos que provocam os pensamentos sabotadores para minimizar a exposição a eles ou mudar a forma de enfrentá-los. 
Mindful Eating
Alimentação consciente - leva a técnica da meditação Mindfulness (plena atenção) para as refeições.
Mindfulness não chega a ser uma meditação, é um exercício que pode ser aplicado em várias áreas da sua vida, inclusive na alimentação. O significado disso é: estar focado no momento presente, no que você se propõe, sem julgamentos e sem distrações que tirem o foco da sua atividade.
Na alimentação, para o Mindfulness ser aplicado é importante se concentrar no momento da refeição sem distrações, para perceber as cores presentes no prato, o cheiro e o sabor dos alimentos, além de perceber a quantidade e a qualidade da comida no prato.

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