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As vantagens de utilizar a biomecânica corretamente na musculação

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As vantagens de utilizar a biomecânica corretamente na musculação
A biomecânica se refere a ciência da ação física da vida, ou seja, da forma como tal movimento ocorre. Podemos entender a biomecânica como capaz de estudar o movimento em seus mínimos detalhes (externos, não fisiológicos), tornando seu grau de precisão extremamente alto e complexo. A biomecânica ainda, pode se preocupar com a interação entre músculos diversos em um dado movimento, o que é bastante conveniente, pois dificilmente executamos quaisquer ações de maneira singular com um músculo, muitas vezes utilizamos um músculo em uma ação direta e outro indiretamente, como auxiliar.
Neste artigo iremos entender melhor quais são as vantagens em seu usar a biomecânica correta nos exercícios de musculação, coisa que muitos praticantes costumam negligenciar e fazem de “qualquer maneira”.
A biomecânica aplicada à musculação = Sabendo a base do que é a biomecânica, talvez fique mais fácil compreender que ela pode interagir diretamente conosco na musculação. Cada movimento de cada exercício requer princípios corpóreos os quais devem ser exigidos para obter a efetividade daquele exercício e/ou movimento. Mais precisamente, diria ainda que cada fase de cada movimento requer isso.
Por exemplo: Imaginemos a remada sentado na máquina com pegada pronada. Simplesmente “puxar o peso” faz com que você trabalhe muito os bíceps e por mais ativados que possam acabar sendo os músculos dorsais (em especial os romboides, redondos e o próprio músculo dorsal), eles não são atingidos completamente, menos ainda em sua completa extensão. Do contrário, deveríamos começar o movimento não “puxando o peso”, mas sim fazendo a adução escapular, posteriormente ir contraindo os ombros e então começar a puxar o peso, a fim de esmagar os músculos alvo, usando os bíceps apenas como coadjuvantes no movimento. Nesse caso, estamos falando de uma correção de um movimento antes executado inadequadamente.
Agora, imaginemos um leg press tradicional 45º. O indivíduo o realiza com as pernas um pouco afastadas, na largura dos ombros, aproximadamente, com os “pés de pato” (para fora). Esses pés são posicionados na parte superior da plataforma, com maior sobrecarga sobre os calcanhares. Faz a amplitude completa e executa corretamente o movimento. Seus quadríceps são ativados e seus posteriores de pernas também. Entretanto, digamos que ele queira trabalhar mais os quadríceps, deixando os posteriores de pernas menos em ação. O que deveria ser feito? Talvez, aproximando as pernas um pouco mais, posicionando-as com os pés mais retos e com as pernas mais baixas na plataforma, conseguiremos essa finalidade. E o movimento não está sendo corrigido, mas executado de uma maneira diferenciada.
Neste segundo caso, evidenciamos uma modificação na forma de executar determinado exercício a qual não foge de padrões aceitáveis e, no entanto, proporciona o trabalho que queremos.
A manipulação que a biomecânica pode fornecer na musculação é muito vasta. Muitas vezes, pequenas modificações na forma de se realizar um exercício podem proporcionar trabalhos singulares, como a utilização de calços para melhorar a amplitude do agachamento de indivíduos com os membros inferiores alongados. Da mesma forma, é bastante peculiar a correção que a biomecânica permite de movimentos inadequados, o que é interessante não só para se trabalhar o músculo de maneira eficaz, mas principalmente para prevenir lesões, entre outros.
Os resultados de não conhecer a biomecânica = A maioria dos profissionais tem em mente simplesmente o movimento em si de um ou de todos os exercícios, seja da musculação ou de outro esporte qualquer. Entretanto, a partir do momento que se passa a considerar unicamente como válido esse quesito, sem levar em conta o que há por trás desse movimento, perde-se muito, na maioria dos casos, passando-se a executar o movimento inadequadamente.
Quantos são os profissionais que se atentam para a adução escapular durante o agachamento livre ou o levantamento terra? Quantos são os profissionais que entendem que o levantamento terra deve ser um movimento não de arqueação da região lombar, mas de estabilidade? Quantas vezes entendemos a rosca francesa sentado com halteres como um movimento de empurrão para cima e não simplesmente de locomoção do peso acima da cabeça utilizando os deltoides frontais? E quantos ainda consideram detalhes fundamentais como a contração abdominal com elevação pélvica no crunch abdominal com cabos?
Esses parecem detalhes muito pequenos e irrelevantes, mas na verdade são o que proporcionarão a efetividade do movimento e uma continuidade. Caso esses itens estejam por faltar, o resultado pode ser desde um movimento inadequado até a falta de capacidade de realizar o movimento de maneira completa. Isso, sem contar a falta de estabilidade que pode ocorrer na execução, podendo gerar acidentes e lesões.
As particularidades biomecânicas
A biomecânica pode auxiliar em necessidades bastantes específicas. Lembro-me em um Workshop com o atleta Eduardo Correa explicando sobre o posicionamento diferenciado de seus punhos e de seus braços na extensão de tríceps na polia com cabo devido a ruptura no tendão do cotovelo que ele tinha tido antes de fazer a reconstrução por meio cirúrgico. Com aquela forma de executar o movimento, peculiar, porém que tornava-o possível para o atleta, ele imprimia carga suficiente e evitava quaisquer sobrecargas no deltoide, o que era muito eficaz. O mesmo atleta ainda, por lesões no braquiorradial, costumava realizar algumas pegadas específicas no treinamento de dorsais, a fim de minimizar o impacto local.
Quando observamos Ronnie Coleman, Jay Cutler ou outro atleta desse nível executando a rosca francesa com as duas mãos e halteres para os tríceps, podemos ver que seus cotovelos permanecem abertos. Mas, sendo mais eficaz realizar o movimento com os cotovelos fechados, por que eles assim o fazem? Apenas para imprimir mais carga? Não… A realidade é que os dorsais desses atletas possuem um tamanho absurdo, o que torna não só desconfortável, mas impossível que fechem por completo seus cotovelos. Assim, para executar o exercício, é necessário essa adaptação.
Eu mesmo alguns tempos atrás, executando extensões de tríceps por trás da cabeça com barra e sentado, fui orientado a realizar uma pegada mais aberta, para minimizar o desgaste no epicôndilo medial. O resultado foi que senti JUSTAMENTE DESCONFORTO. Voltando a realizar o exercício com a pegada das mãos mais aproximadas, o problema se resolveu.
Dessa forma, pode-se entender a biomecânica não é só como algo generalizado, mas específico. Claro que não devemos confundir esse “específico” com “fazer o exercício do nosso jeito” e deixar de corrigir erros com a justificativa de que seu corpo é assim. Pense na linha de bom senso!
Conclusão:
A biomecânica é uma aliada importante do treinamento de quaisquer modalidades, mas especificamente da musculação, permite observar as generalizações e particularidades necessárias para atender as necessidades individuais de cada pessoa. Dessa forma, torna-se fundamental uma boa orientação a fim de fazê-lo capaz de superar seus limites de maneira eficaz e principalmente segura, fugindo do risco de possíveis acidentes, lesões e problemas crônicos.

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