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Origem eletrostática e Lei de Coulomb

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ELETROMAGNETISMO I 1
 
 
 
 
 
 
 
Os primeiros fenômenos de origem eletrostática foram observados pelos gregos, 5 séculos antes de 
Cristo. Eles observaram que pedaços de âmbar (elektra), quando atritados com tecidos adquiriam a 
capacidade de atraírem pequenas partículas de outros materiais. Como a ciência experimental e 
dedutiva ainda estava longe de ser desenvolvida, o interesse nesse fenômeno permaneceu no campo 
da lógica e da filosofia. A interação entre objetos eletricamente carregados (força eletrostática) só foi 
quantificada e equacionada no século 18 (1746), por um cientista francês chamado Charles Augustin 
de Coulomb (1736 – 1806). 
1 FORÇA ENTRE CARGAS ELÉTRICAS E O CAMPO ELETROSTÁTICO 
 
1.1 - FORÇA ENTRE CARGAS ELÉTRICAS - LEI DE COULOMB 
 
O trabalho de Coulomb consistiu em, usando uma balança de torção muito sensível, medir a força de 
atração (ou repulsão) entre dois corpos carregados, em função da distância que os separava. 
 
Conceito A intensidade da força de interação elétrica entre dois objetos pequenos carregados, 
separados pelo vácuo ou pelo espaço livre, sendo a distância entre eles muito maior que 
os seus raios, é diretamente proporcional ao produto entre suas cargas, e inversamente 
proporcional ao quadrado da distância entre eles. 
 
 
F = k
Q .Q
R
(N)1 22 (1.1)
 
F (N) Força de origem eletrostática, de repulsão (cargas de mesmo sinal) ou atração 
(cargas de sinais opostos) 
Q1, Q2 (C) Cargas elétricas, positivas ou negativas 
R (m) Distância entre os centros das cargas 
k Constante de proporcionalidade 
 
A constante k vale: 
 
⎟⎟⎠
⎞
⎜⎜⎝
⎛=πε= 2
2
9
0 C
Nm10.9
4
1k 
 
A constante ε0 é a permissividade elétrica do espaço livre. No S. I. (Sistema Internacional) seu 
valor é: 
 
)m/F(
36
1010x854,8
9
12
0 π==ε
−− 
 
A força eletrostática é uma grandeza vetorial possuindo intensidade, direção e sentido. Ela age ao 
longo da linha que une as duas cargas. Também é uma força mútua. Cada uma das cargas sofre a 
ação de uma força de mesma magnitude, porém, de sentido contrário. A força será repulsiva, se as 
duas cargas forem de mesma natureza (mesmo sinal), ou atrativa, se de sinais contrários. 
Reescrevendo a equação (1.1) vetorialmente: 
 
UNESP – Naasson Pereira de Alcantara Junior – Claudio Vara de Aquino 
ELETROMAGNETISMO I 2
 
(N)aˆ
R
.QQ
4
1F =F 12r2
12
21
0
12 πε=−
rr
 (1.2)
 
 $a
R
Rr12
12
12
=
r
 (1.3)
1F
v
 (N) Força exercida sobre a carga Q1 pela carga Q2. 
2F
v
 (N) Força exercida sobre a carga Q2 pela carga Q1. 
 r
R12 
 
(m) 
 
Vetor que vai da carga Q1 à carga Q2
âr12 Vetor unitário, ou versor, indicando a direção do vetor 
r
R12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.1 Força entre duas cargas: (a) -de mesmo sinal - (b) - de sinais contrários 
 
 
Exemplo 1.1 
Uma carga Q1 = 3x10-4 C está colocada no ponto P1(1,2,3) m. Uma outra carga Q2 = -10-4 C está 
colocada no ponto P2(2,0,5) m. Encontrar a força 
r
F sobre cada carga. 
 
Solução 
 
Vetor que vai da carga 1 à carga 2 
 
1212 PPR
rrr −= 
r
R a ax y12 2 1 0 2 3= − + − + −( ). $ ( ). $ (5 ). $az r
R a a ax y z12 2 2= − +$ . $ . $ 
R12
2 2 21 2 2= + − + =( ) 3 
 
Vetor unitário com a direção de rR12
 
$ ( $ . $ . $ )a a ar x y12
1
3
2 2= − + az 
 
Força sobre a carga 2: 
 
r
F
Q Q
R
ar2
0
1 2
12
2 12
1
4
= πε
.
. $ 
r
F
x
a a ax y z2
0
4 41
4
3 10 10
9
1
3
2 2= − − −
− −
πε
.( )
( $ . $ . $ ) ( )N
r
F a a a Nx y z2 10 2 2= − − +($ . $ . $ ) ( ) 
 
Força sobre a carga 1: 
 r
F a a ax y z1 10 2 2= − +($ . $ . $ ) (N)
 
 
Exemplo 1.2 
Uma carga positiva Q1 de 2 µC encontra-se na posição P1(1,2,1) m, uma carga negativa Q2 de 4 µC 
encontra-se na posição P2(-1,0,2) m e uma carga negativa Q3 de 3 µC encontra-se na posição 
P3(2,1,3) m. Encontre a força que atua sobre a carga Q3. 
ar12
Q1
r
F1
Q2
r
F2 
r
R12
x 
y (b)
ar12
y 
r
F1 
Q1 Q2
r
F2
r
R12 
(a) 
x 
UNESP – Naasson Pereira de Alcantara Junior – Claudio Vara de Aquino 
ELETROMAGNETISMO I 3
 
Solução: 
 
Pede-se 2,31,33 FFF
rrr += 
 
O vetor que vai do ponto 1 ao ponto 3: 
1313 PPR
rrr −= ou 
r
R a ax y13 2 1 1 2 3 1= − + − + −( )$ ( )$ ( )$az r
R a a ax y13 2= − +$ $ $ z 
 
Vetor unitário de 
r
R13 : 
6
ˆ2ˆˆ
ˆ
13
13
13
zyx
r
aaa
R
R
a
+−== r
r
 
 
Força sobre a carga 3, devido à carga 1: 
r
F
a a ax y z
3 1
0
6 61
4
2 10 3 10
6
2
6
,
( )( ) $ $ $= × − × − +
− −
πε 
r
F a a ax y z3 1
33 67 2 10, , ($ $ $ ) (= − − + × − N) 
 
Vetor que vai do ponto 2 ao ponto 3: 
r
R P23 3 2= − P ou r
R a ax y23 2 1 1 0 3 2= − − + − + −( ( ))$ ( )$ ( )$az r
R a ax y23 3= + +$ $ $a z 
 
Vetor unitário de : 
r
R 23
11
ˆˆˆ3
ˆ
23
23
23
zyx
r
aaa
R
R
a
++== r
r
 
 
Força sobre a carga 3, devido à carga 2: 
r
F
a a ax y z
3 2
0
6 61
4
4 10 3 10
11
3
11,
( )( ) $ $ $= − × − × + +
− −
πε 
r
F a a ax y z3 2
32 96 3 10, , ( $ $ $ ) (= + + × − N) 
 
Força total sobre a carga 3: 
 
)N(10)aˆ4,4aˆ63,6a2,5(FFF 3zyx2,31,33
−×−+=+= rrrr
 
Neste exemplo pode ser observado que, em um sistema discreto de cargas pontuais, a força sobre 
uma carga deste sistema é a soma (vetorial) das forças entre esta carga e as demais cargas do 
sistema, isoladamente. 
A título de exercício, calcule a força sobre as outras duas cargas. As respostas deverão ser: ( ) )N(10aˆ10aˆ99,8a65,1F 3zyx1 −×+−−= )r e ( )rF a a ax y z2 33 56 2 36 5 62 10= − + − × −, $ , $ , $ ( )N 
 
 
1.2 – A CARGA ELEMENTAR 
 
Tomando o modelo planetário para a representação dos átomos, sabemos que as cargas ditas 
positivas encontram-se presas ao núcleo enquanto que as cargas de natureza oposta, ditas 
negativas gravitam em torno do núcleo, vinculadas por uma força de atração elétrica expressa pela lei 
de Coulomb, cuja intensidade é dada pela equação (1.1). Vimos também que esta força ocorre aos 
pares, obedecendo à 3ª. Lei de Newton ou da Ação e Reação. Desta forma, podemos definir uma 
carga elementar como aquela de menor valor. Assim, uma carga elementar de um próton difere da 
carga de um elétron apenas pelo sinal e vale no Sistema Internacional de Unidades: 
 
 )coulombs(C10.6,1e 19−= (1.4)
 
 
1.3 - O CAMPO ELÉTRICO 
 
Considere duas cargas, uma carga Q em uma posição fixa, e uma carga de teste Qt. Movendo-se a 
carga de teste Qt lentamente em torno da carga fixa Q, ela sofrerá a ação de uma força 
r
F . Como 
essa força sempre será ao longo da linha que une as duas cargas, ela será sempre radial, 
UNESP – Naasson Pereira de Alcantara Junior – Claudio Vara de Aquino 
ELETROMAGNETISMO I 4
considerando a posição da carga Q como origem. Além do mais, essa força aumentará de 
intensidade se aproximarmos a carga de teste da carga Q, e diminuirá se a afastarmos 
 
A partir dessas considerações pode-se perceber a existência de um campo de força em torno da 
carga Q, que pode ser visualizado pela figura 1.2: 
 
 
 
 
 
Qt 
 
 
 
 
 
 
 
Expressando a força sobre Qt pela lei de Coulomb: 
 
 
)N(aˆ.
R
Q.Q
πε4
1F r2
t
t
0
=r (1.5)
 
Dividindo a equação (1.4) por Qt : 
 
 
)C/N(aˆ.
R
Q
πε4
1
Q
F
r2
t0t
=
r
 
 
(1.6)
 
 Percebe-se facilmente que a quantidade à direita na equação acima é função apenas de Q, e está 
dirigida ao longo do segmento de reta que vai de Q até à posição da carga de teste. Definindo a 
relação 
r
F Qt como sendo 
r
, vetor intensidade de campo elétrico, e dispensando o uso de 
índices, pode-se escrever: 
E
 
 r
E Q
R
a N Cr=14 0 2πε
. $ ( / ) (1.7)
 
Vimos pela expressão (1.4) que a menor carga elétrica conhecida é a do próton ou a do elétron, 
com 1,6. 10-19 C. Portanto, é fácil concluir que um campo elétrico não pode ser medido com precisão 
absoluta, pois a carga de teste sempre afetaria o campo da carga em estudo. Em escala atômica isso 
poderia representar algum problema, mas na totalidade dos casos que serão aqui estudados isso não 
representará nenhum problema. 
 
 
Exemplo 1.3 
Uma carga Q = – 10-8 C está situada na origem de um sistema de coordenadas retangulares. 
Escreva uma expressão para o campo elétrico em função das coordenadas x, y e z, considerando-se 
que a carga Q estaria na origem desse sistema de coordenadas. Qual é o valor do campo elétrico no 
ponto P(1,1,2) m ? 
 
Q 
r
F
Figura 1.2 Campo de força 
produzido por uma carga 
pontual Q positiva. 
UNESP – Naasson Pereira de Alcantara Junior – Claudio Vara de Aquino 
ELETROMAGNETISMO I 5
Solução
 
r
E Q
R
a N Cr= 14 0 2πε
. $ ( / ) 
 r
R x a y a z ax y= + +. $ . $ . $ z 
 
r
R x y z= + +2 2 2 
 
$a R
Rr
=
r
 
 
r
E Q
x y z
x a y a z a
x y z
N Cx y z= + +
+ +
+ +
1
4 0 2 2 2 2 2 2πε
. $ . $ . $
( / )
 
 
( )
r
E
x a y a z a
x y z
N Cx y z= − + +
+ +
−10
4
8
0 2 2 2
3
2
πε
. $ . $ . $
( / ) 
 
 Para o ponto (1,1,2): 
 
r
E a a ax y z= −× × + +
10
4 8 85 6 6
2
4
π , ( $ $ . $ ) ( / )N C 
 
)C/N()aˆ.2aˆaˆ(12,6E zyx ++−=
r
 
 
O campo elétrico produzido por uma carga 
puntiforme é sempre orientado radialmente à 
carga que o gera. Portanto, a solução deste 
exemplo pode ser bastante simplificada se, ao 
invés de se utilizar um sistema de 
coordenadas cartesianas, utilizar-se um 
sistema de coordenadas esféricas. A 
expressão vetorial para o campo elétrico em 
coordenadas esféricas será: 
 
r
E Q
R
a N Cr= 14 0 2πε
. $ ( / ) 
 
O vetor unitário âr será simplesmente o vetor 
unitário na direção do raio R. Para o ponto 
(1,1,2), o módulo de R é: 
 
R = + + =1 1 2 62 2 2 
 
portanto: 
r
E ar= −× ×
10
4 8 85 6
4
π , $ ( / )N C 
 
 
O campo elétrico assim obtido se mostra com uma simetria esférica, dependente apenas da distância 
radial da carga ao ponto. 
 
O exemplo que acabamos de resolver mostra que muitas vezes, ao tentarmos resolver um problema 
de uma maneira que julgamos ser a "mais fácil" (no caso, o uso de um sistema de coordenadas mais 
"conhecido"), estamos fazendo-o da maneira mais complicada. A exploração de simetrias, e o uso de 
sistemas de coordenadas adequados a cada caso são fortemente incentivados em 
eletromagnetismo. 
 
 
Exemplo 1.4 
 Uma carga Q1 = 4x10-9 C está localizada no ponto P1(1,1,3) m. e outra carga Q2 = 2x10
-9 C no 
ponto P2(1,1,5) m. Calcule o valor da intensidade de campo elétrico criado no ponto P(4,-1,2) m por 
estas duas cargas pontuais. 
 
Solução 
Vetor que vai de P1 a P: 
zyx aaa ˆˆ2ˆ.3 −− 
 
Vetor unitário ar1: 
14
ˆˆ2ˆ.3
1
zyx
r
aaa
a
−−= 
 
Vetor que vai de P2 a P: 
zyx aaa ˆ.3ˆ2ˆ.3 −− 
UNESP – Naasson Pereira de Alcantara Junior – Claudio Vara de Aquino 
ELETROMAGNETISMO I 6
 
Vetor unitário ar2: 
22
ˆ.3ˆ2ˆ.3
ˆ 2
zyx
r
aaa
a
−−= 
 
Campo elétrico em P: 
 
r
E
x a a a
x a a a
N C
x y z
x y z
= − − +
− −
−
−
4 10
4
1
14
3 2
14
2 10
4
1
22
3 2 3
22
9
0
9
0
πε
πε
. $ $ $
. $ $ . $
( / )
 
 
)C/N()aˆ.134,0aˆ191,0aˆ.286,0(9E zyx −−=
r
 
A exemplo do que foi feito para se calcular forças em um sistema discreto de cargas, o campo 
elétrico devido a uma distribuição de cargas puntiformes é calculado somando-se a contribuição de 
cada carga individualmente, no ponto onde se deseja conhecer o valor do campo elétrico. 
 
 
1.3 - Distribuição Especial de Cargas 
 
Além de cargas pontuais, podem existir outras configurações (distribuições) de carga, a saber: 
distribuição linear de cargas, distribuição superficial de cargas e distribuição volumétrica de cargas. 
 
1.3.1 - Distribuição linear de cargas - Uma distribuição linear e uniforme de cargas possui uma 
densidade linear ρl C/m (fig. 1.3). 
 
 
 
 ρl C/m 
Figura 1 .3 Distribuição uniforme e linear de cargas 
 
Vamos agora analisar o comportamento do campo elétrico produzido por uma distribuição linear 
infinita de cargas (sem ainda equacioná-lo). Vamos tomar duas cargas incrementais (ρldl), em uma 
distribuição linear de cargas, como mostrado na figura 1.4. 
 
 
 
 
dEz Figura 1.4 Arranjo para 
analisar o comportamento do 
campo elétrico produzido por 
uma distribuição linear infinita 
de cargas 
 
dE r P dEr
 dE
 dEz
 
 
 
 
O campo elétrico em um ponto P situado a uma distância r, perpendicular à linha infinita de cargas 
provocado por cada carga incremental é dE, orientado na direção da linha que une o incremento de 
carga ao ponto P. Cada um desses campos pode ser decomposto em duas componentes: uma 
paralela à linha, dEz, e outra perpendicular a ela, dEr. Como as cargas incrementais são simétricas 
em relação à linha, as componentes dEz vão se anular e o campo elétrico resultante será a soma das 
componentes dEr. Como se trata de uma linha infinita de cargas, para qualquer ponto z 
(considerando um sistema de coordenadas cilíndricas), será sempre possível escolher conjuntos de 
incrementos de cargas simétricos a ele, e o campo elétrico será sempre perpendicular à linha de 
cargas. Adicionalmente movendo-se o ponto P em um círculo em torno da linha de cargas, o campo 
elétrico se manterá perpendicular à linha com intensidade inalterada. Movendo-se o ponto P para 
cima e para baixo, mantendo-se a distância r inalterada, a intensidade do campo elétrico não 
UNESP – Naasson Pereira de Alcantara Junior – Claudio Vara de Aquino 
ELETROMAGNETISMO I 7
apresentará alterações. Finalmente, se a distância r variar, o campo elétrico deverá variar também. 
Resumindo, o campo elétrico produzido por uma distribuição linear infinita de cargas: 
 
• Possui simetria cilíndrica ou radial e deve ser equacionado utilizando-se um sistema de 
coordenadas cilíndricas. 
• Só varia com a componente radial. 
 
Como exemplo de distribuição de uma linha de cargas, podemos citar os elétrons em um condutor 
elétrico, que para efeitos de campo elétrico podem ser considerados como estáticos. A expressão 
para a intensidade de campo elétrico produzido por uma linha de cargas será obtida no próximo 
capítulo, que trata da lei de Gauss. 
 
1.3.2 - Distribuição superficial plana de cargas - Uma distribuição plana infinita e uniforme de 
cargas possui uma densidade superficial ρs C/m2 , conforme ilustrado na figura 1.5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ρs
Figura 1.5 Distribuição superficial infinita de cargas 
 
Para analisar o comportamento do campo elétrico produzido por esta distribuição superficial infinita 
de cargas, vamos utilizar o arranjo mostrado na figura 1.6. Vamos considerar duas tiras infinitas de 
espessura dx, simetricamente escolhidas em relação a uma linha de referência (linha pontilhada). 
 
dEz 
 
dE 
r 
 
 
 dExz
x 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.6 Campo elétrico produzido por um elemento de cargas em uma distribuição superficial 
 
Uma “fita” de carga pode ser considerada com sendo uma distribuição linear de cargas. Portanto, o 
campo elétrico produzido por ela terá o mesmo comportamento do campo elétrico produzido por uma 
distribuição linear e infinita de cargas. Assim, o campo elétrico incremental dE, em um ponto qualquer 
z acima da linha pontilhada, produzido por uma das fitas será orientado radialmente em relação à fita. 
Esse campo pode ser decomposto em duas componentes: dEx, paralelo à superfície de cargas, e 
dEz, perpendicular à mesma. Como as duas fitasestão simetricamente colocadas em relação ao 
ponto P, as componentes dEx deverão se anular, e o campo resultante será a soma das 
componentes dEz. Assim, podemos por enquanto concluir que o campo elétrico produzido por uma 
distribuição superficial e infinita de cargas será orientado perpendicularmente pelos dois lados desta 
superfície. Neste caso dizemos então que as linhas de campo elétrico apresentam uma simetria 
especular. Embora distribuições superficiais infinitas de cargas não existam de fato, podemos 
UNESP – Naasson Pereira de Alcantara Junior – Claudio Vara de Aquino 
ELETROMAGNETISMO I 8
considerar como um exemplo prático o campo elétrico uniforme estabelecido por um capacitor de 
placas planas e paralelas. 
 
Embora as expressões para o campo elétrico produzido por distribuições infinitas lineares e 
superficiais de cargas possam ser obtidas por integração direta, partindo de raciocínios como os 
mostrados acima, não o faremos aqui, por existir um modo mais simples e fácil, através da lei de 
Gauss, que será vista no próximo capítulo. 
 
UNESP – Naasson Pereira de Alcantara Junior – Claudio Vara de Aquino 
ELETROMAGNETISMO I 9
EXERCÍCIOS 
 
1) Três cargas pontuais, Q1 = 300µC, e ,Q2 = 400 µC e Q3 = 500 µC acham-se localizadas em 
(6,0,0) m , (0,0,6) m e (0,6,0) m respectivamente. Encontre a força que age sobre Q2,. 
2) Calcule a força que atua sobre uma carga de 100 µC localizada no eixo z a 3 m acima da origem 
quando na presença de quatro cargas de 20 µC nos eixos x e y nos pontos ± 4 m. 
3) Há quatro cargas pontuais iguais, de 20 µC, localizadas sobre os eixos x e y, em ± 3 m. Calcule 
a força que age sobre uma carga de 120 µC, localizada em (0,0,4) m. 
4) Uma película plana infinita com uma distribuição uniforme de carga de densidade ρS encontra-se 
no plano definido pelos eixos x e y. Determine o campo elétrico que ela gera no eixo z acima da 
origem. 
5) Sobre o eixo z encontra-se uma distribuição linear de cargas ρL = 20 nC/m entre z = 5 m e z = -5 
m. Calcule o campo elétrico E no ponto (2, 0, 0)m. Estendendo o raciocínio, calcule agora o 
campo elétrico criado por uma reta infinita e carregada num ponto genérico do espaço. 
6) O eixo z contém uma distribuição uniforme de cargas com descontinuidade entre z = – 5m e z = 
5 m. Com a mesma distribuição do problema anterior, isto é, 20 nC/m determine o campo E 
naquele mesmo ponto (2, 0, 0)m. Em seguida, faça a superposição dos resultados. 
7) Calcule a força que atua sobre uma carga pontual de 30 µC, localizada a uma altura de 5 m do 
centro de um quadrado com 2 m de lado, com uma carga linear de 500 µC uniformemente 
distribuída. 
8) Sobre os vértices de um cubo de lado l (m) há oito cargas pontuais idênticas de Q (C). Mostre 
que a força agente sobre cada carga tem intensidade de 3,29 Q2 / (4πε0 l2) N. 
9) O plano 3x + y - 6z = 6 m contém uma distribuição uniforme de cargas com densidade ρs = 0,6 
C/m2. Calcule o campo elétrico relativo ao semi-espaço que contém a origem. 
r
E
10) Um anel circular eletricamente carregado, com raio 4 m, está no plano z = 0, com centro 
localizado na origem. Se a sua densidade uniforme for ρl = 16 nC/m, calcular o valor de uma 
carga pontual Q , localizada na origem, capaz de produzir o mesmo campo elétrico em (0,0,5) m. 
11) Calcule a carga contida no volume definido por 2 ≤ r ≤ 3 m, 0 ≤ φ ≤ π/3, 0 ≤ z ≤ 4 m, dada a 
densidade de cargas ρ = 3zsen2φ C/m3. 
12) Duas esferas plásticas identicamente carregadas e com massa de 80 mg podem se deslocar 
sobre uma fibra isolante inclinada de 45º. Na situação de equilíbrio uma das esferas fica apoiada 
sobre um nó na fibra, enquanto que a outra permanece a uma distância de 5 m dela. Pede-se a 
carga das esferas. 
UNESP – Naasson Pereira de Alcantara Junior – Claudio Vara de Aquino 
ELETROMAGNETISMO I 10
13) Três cargas pontuais localizam-se no vácuo, do seguinte modo: Q1 = ─ 6 µC em P1 (1, 0, 0), Q2 
= 10 µC em P2 (2, 0, 0), e Q3 = 4 µC em P3 (4, 0, 0). Em qual das cargas age a força de maior 
intensidade e qual é esse valor? 
14) Duas cargas pontuais idênticas de Q C estão separadas por uma distância d m. Calcule o 
campo elétrico 
r
 para pontos pertencentes ao segmento que une as duas cargas. E
15) A lei da gravidade de Newton pode ser escrita , onde m1 e m2 são massas, 
pontuais, separadas por uma distância R e G é a constante gravitacional; 6,664´10-11 m3/kg.s2. 
Duas partículas, cada uma tendo uma massa de 15 mg estão separadas de 1,5 cm. Quantos 
elétrons são necessários adicionar a cada partícula de modo a equilibrar a força gravitacional ? 
F Gm m R= 1 2 2/
16) Prove que a força de repulsão entre duas cargas pontuais e positivas separadas por uma 
distância fixa é máxima quando as suas cargas possuem mesmo valor. 
17) Duas pequenas esferas plásticas estão arranjadas ao longo de uma fibra isolante que forma um 
ângulo de 45º, com a horizontal. Se cada esfera contiver uma carga de 2×10-8 C, e tiver uma 
massa de 0,2 g, determine a condição de equilíbrio para as duas esferas sobre a rampa, bem 
como a posição relativa entre elas. 
18) Imagine que a terra e a lua possam receber cargas elétricas, de modo a equilibrar a força de 
atração gravitacional entre elas. (a) Encontre a carga requerida para a terra, se as cargas estão 
numa razão direta entre as superfícies da terra e da lua. (b) Qual é o valor de E na superfície da 
lua, devido às suas cargas? Note que, uma vez que as forças de origem gravitacional e 
eletrostática estão relacionadas com o inverso do quadrado da distância, não é necessário 
conhecer a distância terra-lua para resolver este problema. 
 
UNESP – Naasson Pereira de Alcantara Junior – Claudio Vara de Aquino

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