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ASPECTOS HISTÓRICOS DA DEFICIÊNCIA 2019.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE DEFICIÊNCIA ASPECTOS HISTÓRICOS DA DEFICIÊNCIA Entramos no campo da DIVERSIDADE, nem sempre reconhecida e valorizada. Temos o direito a ser iguais sempre que a diferença nos inferioriza; temos o o direito a ser diferentes sempre que a igualdade nos descaracteriza. (BOAVENTURA DE SOUZA SANTOS, 2006, p. 316 DIVERSIDADE: é um direito humano (Declaração dos Direitos Humanos, na Constituição Brasileira). Fator de pluralidade, de enriquecimento. Viemos de uma cultura do desconhecimento do outro; não se atribui valor a diferença. Ainda existem concepções equivocadas do tipo: “ de que somos normais, quando somos todos iguais e de que somos patológicos quando algo nos diferencia”. As diferenças estão aí para mostrar que não há homogeneidade (não a NORMATIZAÇÃO!). C História sobre deficiência: remete a termos, como inválida, incapaz, aleijada, deficiente, excepcional. SENTIDO: pessoa sem valor; inútil / pouca utilidade,“peso morto”, improdutivo, fardo para sociedade e para família segregação consequência do preconceito, da discriminação e da desvalorização de suas vidas. Deficiência traz o ESTIGMA “leva a não aceitação do que o outro é” (IZABEL MAIOR) Visão de Deficiência: construção social e histórica. depende de cada época,do contexto histórico, social, econômico e político. Análise histórica retira o estudo da deficiência meramente das características da pessoa com deficiência (perspectiva individual) para considerar o contexto analisado (perspectiva socio-histórica). Alguns autores: a palavra deficiente traz em si algo de negativo e excludente: prefixo “de”, indica privação, negação + eficiência = nega-se a própria essência das pessoas como pessoa. Avalia-se algo que não é pessoal e sim universal. Sassaki (2005 apud ZAVAREZE, 2009), avalia como pessoas com deficiência eram consideradas: - Até séc 20: INVÁLIDAS, sem valor para a família e para a sociedade (oneroso); - Final do séc XIX até 60: passam a ser vistos como INCAPACITADOS. De certa forma começam a ser consideradas as capacidades residuais (aquelas consideradas limitadas); - De 60 a 80: diversidade foi tratada a partir de termos, como: indivíduos “defeituosos”, “deficientes” ou “excepcionais” (p.4); Até o ano de 79 a deficiência era invisível; a pessoa com deficiência vivia institucionalizada ou com a família. - - De 80 a 90 : A partir de 80 há a visibilidade das pessoas com deficiência; usa-se o termo pessoa “portadora de deficiência”, agregando valor a pessoa. *Substituiu-se o termo deficiência por necessidade, mas também será eliminado. - Hoje: denominação “pessoas com deficiência” – há o aumento da autonomia de decisões e de responsabilidades, favorecendo a inclusão. Importante: ACESSIBILIDADE. Matrizes interpretativas da DEFICIÊNCIA: envolvem concepções de homem, de mundo e de sociedade; são relativas as necessidades e as formas de satisfazê-las; organizam ações sociais que especificam como se dará a inserção social das pessoas com deficiência. MATRIZ DA SUBSISTÊNCIA/SOBREVIVÊNCIA: pessoa com deficiência precisa comprovar sua contribuição social por meio do trabalho. Origem: Grécia Antiga – caracterizada pelo pensamento mítico. “São os deuses, os espíritos, o destino que governam a natureza, o homem, a própria sociedade” (MARCONDES, 2002, p.20) Mito Grego:Hefestos (Deus do fogo; bruto e coxo); pais Zeus e Hera reforça a necessidade de uma sociedade voltada a defesa e subsistência; relevância dada a valores, como: beleza, vigor e capacidade física. Deficiência dificultava a subsistência (agricultura)/sobrevivência (guerra). Reedição: período pós-segunda Guerra Mundial: momento precário na Europa mercado requer mão de obra; soldados – mutilados de guerra podem contribuir social e culturalmente. Traz a ideia de que não só se nasce deficiente. Ainda hoje as pessoas com deficiência precisam comprovar sua capacidade para se inserirem no mercado de trabalho (esforço adicional). MATRIZ DA SOCIEDADE IDEAL E DA FUNÇÃO INSTRUMENTAL DA PESSOA Origem: Período clássico – Grécia – pensamento filosófico de Platão, Aristóteles. ANTIGUIDADE: marcada pela NEGLIGÊNCIA Platão – Racionalidade; corpo deve ser cuidado, a medicina deve atender aos problemas banais; os inválidos não serão cuidados, eles devem ser abandonados. Aristóteles: primazia da experiência. “Quanto a saber quais os filhos que se devem abandonar ou educar, deve haver uma lei que proíba alimentar toda criança disforme” (ARISTÓTELES, 1988, p. 135). Corpo e a condição física ocupam lugar de destaque; cisão entre trabalho manual e intelectual; implicação para as pessoas com deficiências: abandono, visto como natural e adequada. Séc. XX: discussões sobre “eugenia” (Galton); miséria não era histórica e socialmente produzida, a incapacidade de espíritos e corpos inferiores em se adaptar às novas condições de evolução da espécie. Berlim: Operação Eutanásia – as pessoas não eram vítimas terminais; As justificativas para a implementação do programa em relação às pessoas com deficiência eram: compaixão, eugenia, economia e purificação racial (programa- parte da campanha para uma nova medicina do Terceiro Reich). Pessoas com deficiência, epilepsia, histeria,... – vítimas da hereditariedade. Modelo de interpretação: pauta-se na construção de uma sociedade ideal e perfeita e na função instrumental das pessoas com deficiência completa exclusão. Ainda hoje essa matriz de interpretação pode ser verificada. MATRIZ DEFICIÊNCIA COMO FENÔMENO ESPIRITUAL. Origem: Idade Média (séc. IV ao séc. XIV) -predomínio da igreja. Doenças, incapacidades físicas, doenças congênitas eram consideradas castigos ou ira de Deus. Práticas de benzeduras, exorcismos estavam presentes. O ensino era diferenciado segundo as classes sociais; atribuem-se o combate à heresia, a defesa da fé e, em seguida, a Inquisição. Superstição/ Santa Inquisição: deficiência relacionada ao pecado. Séc. XII: 1ª instituição para abrigar pessoas com deficiência, principalmente deficientes mentais (mais pouca consideração era dada). Institucionalização da deficiência e da loucura encontra, enfim o contexto necessário para a sua justificação. Confere-se a essas pessoas a caridade e o abrigo, no entanto a segregação continua. Cristianismo: mudou a noção de deficiente de coisa para pessoa (deve ser cuidada). A deficiência era um sinal, uma marca, uma predestinação Algumas vezes faziam a exposição pública da pessoa com deficiência que se tornam dependentes de compaixão e da caridade. Manifestação desta matriz como fenômeno espiritual sobre a deficiência ainda pode ser contemplada na atualidade. MATRIZ DA NORMALIDADE Origem: Idade Moderna, transição do feudalismo para o capitalismo; Período marcado por grandes transformações; homem concebido como máquina (mecanicismo); Descartese o Racionalismo do sec. XVII (dualismo espírito-corpo); concepção científica de mundo; metáfora da máquina para explicar o universo e depois o homem (corpo = máquina); deficiência = disfunção de uma das peças; mundo obedece a leis mecânicas, formulações matemáticas. A partir do séc XVII: deficiente deve estar fora do meio social, criam-se os orfanatos, prisões e manicômios, lugares para isolar, ou melhor, retirar de circulação os deficientes. Excluídos da sociedade por conta da discriminação. Vistos como incapazes a sociedade, a solução era internar . Empirismo: primazia da experiência individual; principal contribuição foi a ideia de educabilidade das pessoas com deficiência mental antes abandonados nos asilos. Séc. XVIII: conhecimento produzido sobre o mundo natural + Iluminismo + mudanças políticas e econômicas = consolidação do conhecimento científico. Biologia e Medicina responsáveis pela explicação do funcionamento do corpo e do tratamento de suas imperfeições e males. Tese da organicidade da deficiência: causada por fatores naturais e não espirituais. Aparece a ideia de tratamento que equivale a reclusão social e experimentação. Paradigma da Institucionalização Sociedade disciplinadora; normatizadora. Deficiência pela ótica da normalização: concebê-la como DESVIO. (desviantes/ doentes) Reabilitação é o meio de normalizar Pessoas com deficiência e problemas psiquiátricos- isoladas em hospitais psiquiátricos. Critério = médico ( fora da normalidade). No Brasil surgem instituições destinadas estritamente para pessoas com deficiência em meados do século XIX. (FRANÇA, 2014, p. 111). As 1as. Iniciativas para educação de pessoas com deficiência mental- médico francês Jean M. Itarc (séc. XIX) – sistematizou um método de ensino inspirado na experiência do menino de Ayeron que consistia na retição de experiências positivas. 1854- Instituto dos Meninos Cegos (atual Instituto Benjamin Constant) 1856-Instituto dos Surdos-Mudos (atual Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES). De 1960 a 1980: o conceito de normalidade ainda permaneceu no Brasil, mas já visa à reabilitação das pessoas com deficiência para sua integração social. Abre-se a perspectiva de integração social das pessoas com deficiência. Do final do sec. XIX e inicio do séc XX: criação de escolas especiais com uma educação diferenciadas as pessoas deficientes. 1906 (RJ e SP)- escolas públicas começam a atender alunos com deficiência mental. Objetivo: cura e reabilitação e não construção de conhecimento. 1932: Helena Antipoff cria a Sociedade Pestalozzi (sede em BH) voltada para a deficiência mental. 1954- 1ª APAE no RJ. 1960- PARADIGMA DOS SERVIÇOS – para que a pessoa com deficiência tenha a vida “normalizada”, a sociedade deve oferecer serviços para prepará-la ao convívio social. Bloom de instituições especializadas (escolas especiais, associações,...), na tentativa de integrar o deficiente, mas ainda com caráter assistencialista. Mantinha um modelo médico as pessoas com deficiência vistas como doentes que deve ser tratada ou solucionada por meio de algum serviço. 1976: abordagem biomédica Essa matriz da normalidade ainda se encontra em práticas educacionais e profissionais. Ex: escolas especiais; empresas que alocam nas funções pela deficiência e não pelo potencial. 1980 (OMS)- publica um sistema de classificação de deficiências visando a criação de uma linguagem comum para a pesquisa e a prática clínica, traduzido para o português em 1989 Classificação Internacional de deficiências, incapacidades e desvantagens (CIDID). Deficiência: uma condição individual caracterizada pela perda ou anomalia de alguma estrutura ou função do corpo, advinda principalmente de doenças, devendo ser classificada por parâmetros objetivos para a composição de um quadro clínico (AMIRALIAN et al., 2000). Crítica a essa classificação veio , principalmente ao conceito desvantagem, depois revisto e que culminou na publicação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, a CIF. 1981: a ONU proclamou o Ano das Pessoas Deficientes - plena participação na sociedade, proclamando igualdade de condições de vida equivalente a todos os cidadãos. Lança-se a semente de sociedade inclusiva. No Brasil houve mobilização política, despertando inclusive a consciência das próprias pessoas com deficiência. 1983 a 1992: intensa mobilização nacional das pessoas com deficiência, discutindo a necessidade de tornar disponível o acesso de todos, inclusive dos deficientes os diversos serviços e ambientes da sociedade. MATRIZ DA INCLUSÃO SOCIAL: Origem: séc XX, herdeiro da Revolução Industrial; movimento dos direitos humanos e civis, movimento das minorias e das próprias pessoas com deficiência (ênfase nos direitos, na iniciativa individual e na autonomia); Criadas instituições especializadas no atendimento das deficiências e implantados programas de reabilitação (ONU, OMS,...); Em 90: nomenclatura “ Integração” já era motivo de crítica. Dois paradigmas políticos internacionais dominantes sobre a deficiência: 1º) combate a discriminação e ênfase nos direitos civis e no modelo de vida independente. 2º) cotas compulsórias de emprego por meio de uma extensiva ação do Estado. Depois de 90: pessoas com deficiência se organizam e reivindicam a equiparação de oportunidades e garantia dos direitos civis; PARADIGMA DO SUPORTE: a pessoa com deficiência tem direito a convivência não segregada e acesso aos recursos disponíveis aos demais cidadãos Avanços quanto a deficiência: na ciência, equipamentos para dar mais autonomia e a qualidade de vida a essas pessoas; leis regulamentam a acessibilidade dos espaços públicos, programas educativos e artísticos mostram as potencialidades de pessoas com deficiência. 2006- Campanha da Fraternidade (“Fraternidade e pessoas com deficiência” – lema: “Levanta-te e vem para o meio”. ) - busca de uma nova visão – igualdade e a inclusão no meio social. Lei Nº 10.098 em 2000- 1ª lei totalmente voltada acessibilidade, com objetivo de “quebrar” barreiras que são colocadas cotidianamente a pessoa com deficiência, sejam elas urbanas, arquitetônicas, nos transportes ou na comunicação. Visa dar autonomia a pessoas com e oportunidade a todos. Hoje: Lei Brasileira de Inclusão (LBI) de 2015, mas que só entrou em vigor em 2016- têm 3 partes: Tratar dos direitos das pessoas com deficiência, como educação, transporte e saúde. Garantir o acesso a informação e a comunicação. Tratar de punição a quem descumpre esses pontos. A associação da deficiência e doença, fez com que a 1ª ficasse no âmbito da saúde, ou seja, no âmbito da reabilitação física, sensorial e intelectual. INCLUSÃO SOCIAL Modelo Social da Deficiência prejuízo deficiência não está no corpo ( fenômeno social) deve ser combatida desafia a Ideologia da Normalização combater a ideia de que se espera que todos tenham o mesmo desempenhoem atividades semelhantes Deficiência é resultado entre a pessoa e o conjunto da sociedade sem barreira (para TODOS). Se há barreiras, exclui e esquece que DIREITOS HUMANOS É PARA TODOS. O modelo social tem permitido à pessoa com deficiência retomar o controle de sua própria vida e ter o poder de tomar decisões nos meios sociais, participando ativa e politicamente de sua comunidade. Esta abordagem leva a compreender que o problema não está na pessoa ou na sua deficiência, mas que a deficiência assume uma dimensão social que leva à exclusão. (INGRID AUGUSTIM) Essa matriz visa modificação da sociedade para ser acessível a todos. A inclusão deve se dar a partir do reconhecimento das potencialidades e as organizações a sociedade é que devem se ajustar para permitir a plena participação das pessoas. Sociedade precisa se democratizar oferecendo condições acessíveis (educação, saúde, lazer,...) participação social e política. A partir de 1989: novas leis, declarações e decretos foram promulgados. Lei Federal Nº7853/89: Institui principais caminhos para inclusão nas áreas da saúde, educação, formação profissional, trabalho, formação de recursos humanos e acessibilidade; define responsabilidades do poder público. 1994: Declaração de Salamanca - documento advindo da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais; objetivo promover o direito a educação para todos (práticas de educação universal). LDB 96/96: garante atendimento educacional individualizado. (diferenças devem ser respeitadas). DECRETO Nº 3298/99 - REGULAMENTA A LEI 7853/89 Deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano; Incapacidade – uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a pessoa com deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida. LEIS Nº 10.048 (garante atendimento prioritário em locais públicos) e 10.098 ano 2000 (estabelece normas de acessibilidade em física e define o que são barreiras, obstáculos em vias públicas e prédios, transporte, ... que dificulte a expressão ou recebimento de mensagens de comunicação. Decreto que regulamenta nº 5296/04. Apresenta as diferentes formas de deficiências e suas alterações. Pessoa “portadora” de deficiência- possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas seguintes categorias: física, auditiva, visual, mental. 2001: Convenção da Guatemala – preserva a eliminação de toda forma de discriminação. Deficiência: “restrição física, mental e sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social, válida até os dias atuais”. Essa definição as ideias anteriores de que as restrições ou limitações da deficiência podem ser agravadas ou superadas de acordo com o ambiente externo. Dez/2006: ONU homologa Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência que visa “ promover, proteger, assegurar o desfrute pleno equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito a sua dignidade inerente (ART1º da Convenção sobre Direitos da Pessoa com Deficiência). PLURALIDADE - RESPEITO - VALORIZAÇÃO DAS DIFERENÇAS. Matriz Técnica: desloca-se a diversidade como um problema social para um problema técnico 2015: Lei No 13.146/2015: institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Estatuto da Pessoa com Deficiência, assim conceitua a expressão “pessoa com deficiência” “Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.” Preocupação com a classificação das doenças surge no século XVIII 1989 - Classificação Internacional de deficiências, incapacidades e desvantagens (CIDID). gerou críticas e polêmica principalmente sobre o conceito de desvantagem que foi revisto na publicação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, a CIF Deficiência: perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente. Incluem-se nessas a ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda de um membro, órgão, tecido ou qualquer outra estrutura do corpo, inclusive das funções mentais. Representa a exteriorização de um estado patológico Incapacidade : restrição, resultante de uma deficiência, da habilidade para desempenhar uma atividade considerada normal para o ser humano. Surge como resposta do indivíduo a uma deficiência psicológica, física, sensorial ou outra. Representa a objetivação da deficiência Desvantagem (handicaps): representa um impedimento resultante de uma deficiência ou incapacidade, que lhe limita ou lhe impede o desempenho de uma atividade considerada normal, de acordo com idade, o sexo e os fatores sócio culturais . Dificulta as relações do indivíduo com o meio. Preocupação com a classificação das doenças surge no século XVIII 1989 - Classificação Internacional de deficiências, incapacidades e desvantagens (CIDID). Deficiência: perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente. Incluem-se nessas a ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda de um membro, órgão, tecido ou qualquer outra estrutura do corpo, inclusive das funções mentais. Representa a exteriorização de um estado patológico. Incapacidade: restrição, resultante de uma deficiência, da habilidade para desempenhar uma atividade considerada normal para o ser humano. Surge como resposta do indivíduo a uma deficiência psicológica, física, sensorial ou outra. Representa a objetivação da deficiência. Desvantagem (handcap): prejuízo para o indivíduo, resultante de uma deficiência ou uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho de papeis de acordo com a idade, sexo, fatores sociais e culturais. Dificulta as relações do indivíduo com o meio. (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102000000100017) Na CIF, o conceito de deficiência (impairment) apenas nos diz da existência ou não de uma alteração (biomédica) na estrutura ou função do corpo da pessoa, sem que daí se possa estabelecer uma relação causal para a sua funcionalidade/incapacidade. Trata-se de uma profunda mudança conceptual que tem importantes implicações políticas e sociais e que, por isso, requer que mudemos o sentido como estes termos e conceitos são usados entre nós, quer no dia a dia quando falamos ou escrevemos, quer na investigação e estudos científicos, nos serviços, sistemas legislativos e politicas. Incapacidade meio físico pessoa Deficiência Desvantagem Doença meio interno meio social (órgão) (sociedade) Interação e Intersecçãoentre conceitos (AMIRALIAN; PINTO et al, 2000, p.101,Disponível http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102000000100017) Pelo diagrama pode-se inferir que a doença ocorre sem grandes implicações e que a incapacidade e a desvantagem podem ocorrer na ausência de uma doença. Há possibilidade de interrupção da sequência em qualquer estágio: uma pessoa pode ter uma deficiência sem incapacidade, uma incapacidade sem desvantagem ou uma desvantagem sem incapacidade ou deficiência. ( AMIRALIAN; PINTO et al, 2000, p.101) Deficiência Incapacidade Desvantagem Músculo-esquelética andar (de locomoção) independência física (física) ALMIRALIAN, Mª LT et al.Conceituando Deficiência. In:Rev Saúde Pública, 2000; 34(1):97-3. Disponível em. http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf CARVALHO-FREITAS, Mª Nivalda de. A Inserção de Pessoas com Deficiência em Empresas Brasileiras.Um Estudo sobre as Relações entre Concepções de Deficiência, Condições de Trabalho e Qualidade de Vida no Trabalho".(Tese apresentada ao Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Administração). UFMG : Belo Horizonte, 2007. OLIVEIRA, Lilia Candella de.Visibilidade e participação política: Um estudo no Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência em Niterói. (Tese de Mestrado). PUC, RJ, 2010. ZAVAREZE, Taís Evangelho. A construção histórico cultural da deficiência e as dificuldades atuais na promoção da inclusão.UFSC, 2009. Disponível em: www.psicologia.com.pt http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf
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