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Prof. Sidnei Terentim e-mail: sidnei.donizete1@terra.com.br Prof. Sidnei Terentim Prof. Marcello Marin CONTABILIDADE SOCIETÁRIA – 1º sem/2020 CPC 04 (R1) – ATIVO INTANGÍVEL Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade − IAS 38 1 Conceitos iniciais Ativo – características-chave (Estrutura Conceitual): Recurso controlado pela entidade; Resultado de eventos passados; Expectativa de benefícios econômicos futuros. Controle: geralmente advém de direito legal, mas não é condição necessária. Benefícios econômicos futuros: gerar receitas ou reduzir custos. Ex.: software de vendas ou update de software do setor administrativo. Conceitos iniciais “Ativo intangível é um ativo não monetário identificável, sem substância física”. São bens incorpóreos, ou seja, sem substância física. Porém, nem todo bem incorpóreo está no escopo do CPC 04 – Ativo intangível. Para estes casos aplicam-se os pronunciamentos técnicos específicos. Exemplos: Ativos financeiros – CPC 39: Instrumentos financeiros – apresentação; Ativos fiscais diferidos – CPC 32: Tributos sobre o lucro; Ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill): CPC 15: Combinação de negócios. Exemplos de ativos intangíveis Contabilizados: Softwares; Direitos autorais; Direitos sobre filmes; Não contabilizados: Marcas (exceto se adquiridas em combinação de negócios); Relacionamento com clientes; Fidelidade de clientes; Capital intelectual; Participação de mercado. Nem todo ativo intangível é elegível para contabilização e apresentação nas demonstrações contábeis. Observar os critérios necessários. Tipos de ativos intangíveis Adquiridos: Facilmente identificáveis. Sempre reconhecidos na contabilidade; Gerados internamente: Caso delicado. Nem sempre reconhecidos na contabilidade. Adquiridos em combinação de negócios: Reconhecidos de acordo com o CPC 15: Combinação de Negócios – ágio (goodwill). Reconhecimento e mensuração Só devem ser reconhecidos se: for provável que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao ativo serão gerados em favor da entidade; e o custo do ativo possa ser mensurado com confiabilidade. Se não houver controle e os itens acima não forem alcançados, o elemento deve ser reconhecido como despesa no período em que se originar. Aquisição separada Custos diretamente atribuíveis ao funcionamento do ativo (coloca-lo em condições de uso) devem ser agregados ao valor do intangível. Exemplos: Impostos não recuperáveis, honorários profissionais essenciais ao funcionamento do intangível, custos de testes para verificação de funcionamento. Gastos não elegíveis: propaganda e outros custos administrativos. Atenção: Os custos só podem ser agregados até o momento em que o intangível estiver pronto para uso. Aquisição derivada de combinação de negócios Ativos identificáveis devem ser reconhecidos separadamente do ágio (goodwill). Elementos resultantes do valor de uma combinação de negócios: Valor contábil; Mais-valia/menos-valia de ativos e passivos; Goodwill. Nas demonstrações contábeis individuais o goodwill é tratado como investimentos e nas demonstrações consolidadas como ativo intangível! Ativos intangíveis gerados internamente Contexto brasileiro: Lei nº 6.404/76 (art. 178, § 1º): o ativo era subdivido em: Circulante; Não circulante; Permanente: Investimentos; Imobilizado; Diferido. Os intangíveis eram registrados no grupo “diferido” até 2007. Ativos intangíveis gerados internamente Contexto brasileiro: Os gastos “pré-operacionais” eram capitalizados no ativo diferido (art. 179, inciso V, da Lei nº 6.404/76, alterada pela 11.638/07). Prática vetada pela Lei nº 11.941/09 – conversão da MP 449/08 – RTT. Em linha com o CPC 04: estabelecimento de critérios mais rigorosos. Ativos intangíveis gerados internamente – CPC Dificuldades: Identificar se e quando existe um ativo identificável que gerará benefícios econômicos futuros; Determinar com confiabilidade o custo do ativo intangível. Fase de pesquisa: estudo de viabilidade técnica. Gastos registrados como despesas, quando incorridos. Fase de desenvolvimento: início da geração do ativo intangível. Gastos capitalizados se, e somente se, atingir seis critérios; se um único critério falhar, registrar gastos como despesas. Critérios para reconhecimento viabilidade técnica para concluir o ativo intangível de forma que ele seja disponibilizado para uso ou venda; intenção de concluir o ativo intangível e de usá-lo ou vendê-lo; capacidade para usar ou vender o ativo intangível; forma como o ativo intangível deve gerar benefícios econômicos futuros. Entre outros aspectos, a entidade deve demonstrar a existência de mercado para os produtos do ativo intangível ou para o próprio ativo intangível ou, caso este se destine ao uso interno, a sua utilidade; disponibilidade de recursos técnicos, financeiros e outros recursos adequados para concluir seu desenvolvimento e usar ou vender o ativo intangível; e capacidade de mensurar com confiabilidade os gastos atribuíveis ao ativo intangível durante seu desenvolvimento. Custo do ativo intangível gerado internamente Elegíveis todos os custos diretamente atribuíveis, necessários à criação, produção e preparação do intangível. Exemplos: Gastos com materiais e serviços; Taxas de registro de direito legal; Amortizações de patentes e licenças utilizadas na geração do ativo intangível. Exemplos de gastos não elegíveis: Despesas administrativas ou com vendas; Treinamento de pessoal para manuseio de sistema. Gastos anteriores com ativos gerados internamente Não podem ser revertidos de resultado para ativo. <----------- PESQUISA -----------> <---- DESENVOLVIMENTO ----> Despesa Despesa Ativo intangível ← Critérios atingidos Ativo pronto para uso/venda $ tempo Exemplo Vida Útil Definida: amortiza-se o ativo intangível pelo método mais apropriado. Deve ser revisada periodicamente. Exemplos: Método linear (mais usual); Saldos decrescentes (soma dos dígitos); Unidades produzidas. Indefinida: não se amortiza o ativo. Sujeito, porém, ao teste de impairment (CPC 01) – anualmente (obrigatório) ou sempre que houver indícios de perda. Impacto no resultado, exceto no caso de amortização de ativo intangível elegível à capitalização em ativo gerado internamente. Valor amortizável Deve considerar o valor residual estimado de venda ao fim do período em que a empresa espera consumir o ativo. Exemplo: Valor do intangível no início do uso: R$ 5.000,00 Valor residual estimado: R$ 1.000,00 Valor amortizável: R$ 4.000,00 Observação: só existirá valor residual se (a) houver compromisso de terceiros para comprar o ativo ao final de sua vida útil; ou (b) exista mercado ativo em que (i) o valor residual possa ser determinado e (ii) seja provável que o mercado ativo existirá ao final da vida útil do ativo. Baixas dos ativos intangíveis Por alienação: venda a um terceiro, com ganho, perda ou resultado nulo; Caso haja ganho, não deve ser tratado como receita de vendas (não faz parte da operação). Quando não esperados benefícios econômicos futuros com sua utilização ou venda (CPC 01 – Redução ao valor recuperável de ativos). Referências COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). CPC 04 (R1): Ativo intangível. Brasília, dez. 2010. MARTINS et al. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
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