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00 - DIREITO PROCESSUAL CIVIL III - Aulas 1, 2 e 3

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – PROF. ANDERSON WILLY | ALUNA: Fernanda Barcellos 
UNESA – CAMPUS: NOVA AMÉRICA 
1 
 Aula 1 – 05FEV2020 
 
Sobre o Professor: “Professor. Advogado. Possui graduação em Pedagogia pela Universidade 
do Estado do Rio de Janeiro e em Direito pela Universidade Estácio de Sá - UNESA. É 
especialista em Psicopedagogia, Gestão Pública Participativa e Gestão Estratégica de Políticas 
Públicas. Concluiu as disciplinas e entregou a dissertação referente à especialização stricto 
sensu em Estado, Governo e Políticas Públicas da Fundação Perseu Abramo - FPA em parceria 
com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais - FLACSO. Aguarda agendamento de 
data para defesa da dissertação com vistas à obtenção do título de mestre. No âmbito da 
Administração Pública, foi Assistente da Presidência - Casa da Moeda do Brasil - CMB; Chefe 
de Gabinete substituto; Gerente Executivo de Responsabilidade Social e Patrocínios; 
Superintendente Substituto de Responsabilidade Sociocultural; Gerente Executivo de 
Desenvolvimento de Pessoas; Superintendente Substituto de Gestão de Pessoas; e Gerente da 
Seção de Planejamento Estratégico da CMB. Tem experiência na área de Educação, com 
ênfase no magistério nas modalidades de Educação de Jovens e Adultos e no Ensino Superior. 
Atuou como docente em Campi de instituições conveniadas da Universidade Castelo Branco 
nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro em Cursos de Graduação e Pós 
graduação, principalmente em áreas como planejamento educacional, gestão educacional e 
didática. Tem atuação nos seguintes temas: competências, planejamento, pesquisa 
educacional, gestão democrática, gestão de pessoas, educação ambiental e formação do 
professor. Coordenador adjunto do Observatório de Cultura Jurídica e Democratização do 
Processo, coordenado pelo Professor Dr. Alexandre de Castro Catharina na Universidade 
Estácio de Sá - Unidade Nova América - RJ. Atualmente, além de exercer as atividades de 
advocacia e docência no ensino jurídico, é diretor-geral da Escola Superior de Advocacia na 2ª 
Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil em Duque de Caxias - ESA-OABDC e cursa 
especialização regular (período de 3 anos) em Direito Público e Direito Privado na Escola da 
Magistratura do Estado do Rio de Janeiro - EMERJ.” 
 
 Bibliografia Sugerida 
 Rodolfo Kronemberg Hartmann 
 Fredie Didier 
 
 Técnica para resolver questões discursivas que possuem controvérsia: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Para solucionar questões objetivas deve-se estudar a banca examinadora. 
 O professor cobra letra de lei. 
Tema 
1 2 
EU 
Identifica o tema da questão e indica 
que existe controvérsia. 
Aponta a 
primeira teoria 
O seu posicionamento 
Aponta a 
segunda teoria 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – PROF. ANDERSON WILLY | ALUNA: Fernanda Barcellos 
UNESA – CAMPUS: NOVA AMÉRICA 
2 
✅Recursos 
Andamento do Procedimento Comum no Processo Civil: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O primeiro passo na tramitação dos processos eletrônicos é o registro ou protocolo. A distribuição nas Câmaras 
Cível é por meio de sorteio. Esse sorteio designará o relator. 
 
Veja o exemplo abaixo da composição da 8º Câmara Cível do TJRJ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O relator possui algumas atribuições, uma delas é verificar se os pressupostos de admissibilidade da peça 
recursal foram cumpridos, tendo consequências jurídicas e processuais. Havendo algum vício na peça, o relator abrirá 
prazo (geralmente 5 dias) para que seja sanado o vício. 
♦Por exemplo: o apelante faz pedido de gratuidade de justiça, entretanto, não junta documentos comprobatórios de 
hipossuficiência. Se o apelante sanar o vício dentro do prazo, segue o rito, no caso desse não sanar o vício, seu recurso 
será inadmitido. 
 
 Juízo de admissibilidade – o juízo de admissibilidade é feito pelo relator depois de protocolizado o recurso. Na 
hipótese de o relator inadmitir o recurso e o apelante entender que a sua peça está “perfeita”, é possível que o patrono 
peça a ampliação da corpo julgador e a Câmara decide, por meio de uma peça recursal. 
 
Distribui a Petição Inicial 
Cita/ Intima o réu 
Audiência de Mediação/ Conciliação 
Abre prazo para contestação 
Com acordo – encerra o processo 
Sem acordo 
Réplica 
Despacho Saneador 
SENTENÇA 
O nosso estudo em Processo Civil III, inicia deste ponto. 
Quando uma das partes fica insatisfeita com a sentença, 
no procedimento comum, esta interpõe uma APELAÇÃO. 
RECURSO 
Protocola/ Registra a Apelação no site do TJRJ, em 1º grau de jurisdição. 
O sistema vai distribuir para uma das 27 Câmaras 
Cível existentes no TJRJ. 
É designado o relator da Apelação. 
Relator analisa os pressupostos de admissibilidade. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – PROF. ANDERSON WILLY | ALUNA: Fernanda Barcellos 
UNESA – CAMPUS: NOVA AMÉRICA 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse prazo para marcar a sessão de julgamento é um prazo próprio. Seu descumprimento não gera sansão. O 
prazo está previsto no Regulamento Interno de cada Tribunal. 
 
 Art. 926 do CPC 
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. 
 
 
 
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão 
enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante. 
 
 Precedentes ≠ súmulas ≠ jurisprudência 
 Jurisprudência – é um conjunto de decisões judiciais que apontam decisões emanadas do judiciário num sentido ou 
no outro acerca de uma mesma matéria. 
 
 Súmula – é o resultado desse conjunto de decisões, mas pressupõe uma pacificação dos tribunais sobre determinado 
tema. Tem uma força maior que uma jurisprudência. 
 
 
 
 
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes 
que motivaram sua criação. 
 
 Precedentes – é algo mais “forte” que veremos nas aulas mais adiante. 
 
 Art. 927 do CPC 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; 
II - os enunciados de súmula vinculante; 
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e 
em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; 
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior 
Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; 
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. 
 
 Art. 929 do CPC 
Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria 
ordená-los, com imediata distribuição. 
 
✅Das Atribuições do Relator 
Para uniformizar as decisões os tribunais fazem uso de Precedentes, Súmulas e 
Enunciados. 
2º Grau de Jurisdição -
🏢Câmara Cível -
👩🏻‍⚖Desembargadores
1º Grau de Jurisdição -
🏢Vara Cível -
👩🏻‍⚖Juiz Sentença 
 [...] 
Recurso 
Apelação 8º 
Câmara 
Cível 
Relator: Des. 
Norma Suely 
A relatora, Des. Norma 
Suely, analisará os 
Pressupostos de 
Admissibilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
Presentes os pressupostos: 
O recurso é admitido. 
 
Havendo algum vício, 
a relatora abre prazo 
(geralmente 5 dias) 
para sanar o vício. 
 
Na petição inicial não se coloca a jurisprudência e sim um extrato da jurisprudência 
em conforme com o interesse do cliente que o advogado está representando. 
Se for hipótese de decisão 
monocrática, o próprio 
relator faz, se não for, ele 
encaminha para a secretaria 
e pede abertura de pauta. A 
Secretaria tem o prazo de 30 
dias para marcar. 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – PROF. ANDERSON WILLY | ALUNA: Fernanda Barcellos 
UNESA – CAMPUS: NOVA AMÉRICA 
4 
 Art.932 do CPC 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando 
for o caso, homologar autocomposição das partes; 
 
 
 
 
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do 
tribunal; 
 
 
 
 
 
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os 
fundamentos da decisão recorrida; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida 
for contrária a: 
 
 
 
 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento 
de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
 
 Art. 933 do CPC 
Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de 
questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, 
intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 1º Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim 
de que as partes se manifestem especificamente. 
§ 2º Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, 
que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para 
prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores. 
 
É possível que depois de protocolizado o recurso, as partes entrem em um 
acordo. O relator é o responsável por homologar esta autocomposição e põe fim 
ao andamento do processo. 
Competência recursal X Competência originária 
 Competência recursal: o tribunal possui a competência por força de um 
recurso, a apelação faz com que a 2º instancia tenha competência para julgar. 
 Competência originária: o processo se origina naquele tribunal. 
Não se interpõe uma apelação apenas porque não “gostou” da sentença. Não 
existe recurso genérico. 
A apelação é uma forma de apresentar ao magistrado que a sua sentença teve 
algum “erro”. O magistrado pode errar de duas formas: 
 Error in precendo: na forma de proceder. 
 Error in judicando: no mérito da sua demanda. 
 
Ocorrendo algum desses erros, o advogado interpõe apelação e informa a página 
da sentença na qual há divergência. Deve constar como pedido a reforma da 
sentença. 
 
♦ Exemplo: Na sentença o magistrado relata que não há documentos 
comprobatórios do direito do autor. 
 
Uma das formas de indicar ao magistrado seu equívoco: “Todavia os documentos 
que provam o direito do autor estão acostados as fls. X.” 
No procedimento comum, a peça que o réu utiliza para se defender é a 
contestação. Em sede de recurso, a peça utilizada por aquele que teve mérito na 
1º instância é a contrarrazão. Ao apelado a peça é facultativa. 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – PROF. ANDERSON WILLY | ALUNA: Fernanda Barcellos 
UNESA – CAMPUS: NOVA AMÉRICA 
5 
 Art. 935 do CPC 
Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o 
prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo 
aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte. 
 
 
✅Sessão de Julgamento 
A sessão de julgamento inicia com o presidente da sessão fazendo o pregão. Ele apresenta os personagens: 
 Apelante: aquele que ficou insatisfeito com a sentença proferida pelo juiz em 1º grau. 
 Apelado: aquele que teve mérito na sentença. 
 Nome do relator: o desembargador que no sorteio ficou responsável pelo recurso. 
 
 A sessão é iniciada com o presidente fazendo a explanação da demanda. Os julgadores darão seus votos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A opinião de cada julgador é chamada de voto. O relator explana o seu voto, havendo unanimidade entre os 
outros desembargadores, o voto do relator será paradigma para fazer acórdão. O acórdão é o nome da decisão de um 
grupo de julgadores. Entretanto, pode haver divergência no voto dos julgadores. Vejamos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Art. 938 do CPC 
Art. 938. A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se 
conhecendo caso seja incompatível com a decisão. 
 
Ainda que seja resolvida na própria sessão de julgamento, as questões preliminares devem ser enfrentadas 
antes. 
 
 Caso Concreto 1 – Correção 
 
 
 
 
 
Indicado para 
auxiliar no caso 
concreto da aula 1. 
Voto Voto Voto 
Relator 
✔ Dá provimento ao 
recurso 
Presidente da Sessão 
✔ Dá provimento ao 
recurso 
Julgador 
❌ Nega provimento 
ao recurso 
No exemplo ao lado, o placar ficou: 
✔2 votos dando provimento ao recurso 
❌1 voto negando provimento ao recurso 
 
 Por 2 votos a 1 o apelante terá êxito em sua demanda. Entretanto, 
mesmo o voto que negou provimento a recurso deverá constar nos autos, 
possibilitando que deste voto seja utilizado como fundamentação numa 
nova peça recursal cabível, que será distribuída em outra instância. 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – PROF. ANDERSON WILLY | ALUNA: Fernanda Barcellos 
UNESA – CAMPUS: NOVA AMÉRICA 
6 
 Aula 2 – 12FEV2020 
 
 [continuação] 
✅Recursos 
O direito se divide da seguinte forma: 
 Direito Material – são bens jurídicos tutelados por uma pessoa. 
 Direito Processual – é o instrumento para operacionalizar, ou seja, transformar em realidade a proteção do direito de 
uma pessoa. 
 
♦Exemplo: Manoel está na sua casa, lugar onde reside a 5 anos. Poderia uma pessoa comum invadir e retirar o Manoel 
de lá? Em regra, não, mas, se isso ocorrer, que medidas o Manoel pode tomar? 
Ele poderá recorrer a um processo judicial para ter defendido o seu direito. Sendo ele possuidor – se a violação tiver 
ocorrido em até 1 ano e 1 dia, ele pode se socorrer a uma Liminar inaudita altera parte, ou seja, sem que seja ouvida a 
outra parte. O ingresso se fará por meio de uma Ação de Reintegração de Posse com pedido Liminar inaudita altera 
parte. 
 
 Se o possuidor deixou passar o prazo de 2 anos, ele não perde o direito, mas a consequência jurídica será 
diferente, a Liminar inaudita altera parte não será a proteção preventiva cabível, entretanto o possuidor pode se socorrer 
de uma Tutela de Urgência. 
 
 
 Art. 300 do CPC 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade 
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou 
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser 
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de 
irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
 
 Meios de Impugnação das Decisões Judiciais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os recursos são uma espécie de impugnação de decisão judicial. Só é recurso no processo civil o que está 
descrito no rol taxativo do art. 994 do CPC. 
 
 Art. 994 do CPP 
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: 
É analisado o fumus boni iuris, o periculum in mora, o resultado útil do processo – demanda um conjunto 
probatório mais robusto. 
Distribui a Petição Inicial 
Pedido de 
Gratuidade 
de Justiça 
Pedido indeferidopelo juiz. 
Há basicamente 3 
formas de impugnar a 
decisão proferida pelo 
magistrado 
Recursos 
Ação Autônoma de Impugnação 
– Ação Rescisória 
Sucedâneo Recursal – Pedido 
de Reconsideração 
❌ 
Neste momento o fluxo do processo é 
“desviado”. 
 
Não são 
recursos. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – PROF. ANDERSON WILLY | ALUNA: Fernanda Barcellos 
UNESA – CAMPUS: NOVA AMÉRICA 
7 
I - apelação; 
II - agravo de instrumento; 
III - agravo interno; 
IV - embargos de declaração; 
V - recurso ordinário; 
VI - recurso especial; 
VII - recurso extraordinário; 
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; 
IX - embargos de divergência. 
 
Para Fredie Didier, recurso é “retomar o curso da marcha processual”. É um meio de impugnação da decisão 
judicial formulada nos próprios autos. Existem duas espécies de instrumentos processuais: os recursos e os sucedâneos 
recursais, sendo a análise comparativa entre eles realizada de forma residual, ou seja, tudo o que não for recurso será 
considerado um sucedâneo recursal.1 
 
 Sucedâneo Recursal – Pedido de Reconsideração 
O Sucedâneo Recursal não é Recurso e nem Ação Autônoma de Impugnação. Ele é formulado no mesmo 
processo. O pedido de reconsideração da decisão que o magistrado proferiu é um exemplo. 
♦Exemplo: Depois de prolatada uma decisão, o advogado opõe embargos de declaração. O embargante pretende 
reformar a decisão. Ao invés de interpor um recurso inominado ou uma apelação, o advogado relata o teor da decisão e 
argumenta em favor da reconsideração da decisão prolatada. 
 
O sucedâneo recursal não impede o trânsito em julgado da decisão, mas a pendência de análise do pedido 
impede. Enquanto tiver uma petição pendente, ela precisa ser analisada. 
 
 Ação Autônoma de Impugnação – Ação Rescisória 
 Não é recurso. Esta ação é feito em autos separados , apartados. Trata-se de uma ação autônoma, 
independente. Esta ação pode ser distribuída, por exemplo, depois do trânsito em julgado da sentença. 
 
 
 A aula foi interrompida. A turma foi convidada para assistir a palestra sobre “Coronavírus”. 
 
 Se liga! 
 O correto uso dos verbos nas peças processuais: 
✔PROPOR - Ação comum 
✔IMPETRAR - Ação mandamental 
✔APRESENTAR, OFERECER - Contestação 
✔INTERPOR - Recurso (exceto embargos de declaração) 
✔REQUERER - homologação de acordo; utilizado nas interlocutórias 
simples que contenham pedidos simples, por exemplo, juntada de documentos. 
✔OPOR - Embargos 
 
 
 
 
 
 
1 Daniel Amorim Assumpção Neves, p. 1.539 Manual de Direito Processual Civil. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – PROF. ANDERSON WILLY | ALUNA: Fernanda Barcellos 
UNESA – CAMPUS: NOVA AMÉRICA 
8 
 Aula 3 – 19FEV2020 
 Bloco 1 
[continuação] 
✅Princípios Recursais 
 Taxatividade 
 Os recursos são apresentados no rol taxativo do art. 994 do CPC. Caso não esteja descrito no referido artigo, 
não poderá ser considerado um recurso. O princípio da taxatividade impede que as partes, ainda que em comum acordo, 
criem recursos não previstos pelo ordenamento jurídico processual. 
 
 Art. 994 do CPC 
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: 
I - apelação; 
II - agravo de instrumento; 
III - agravo interno; 
IV - embargos de declaração; 
V - recurso ordinário; 
VI - recurso especial; 
VII - recurso extraordinário; 
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; 
IX - embargos de divergência. 
 
 Voluntariedade 
 A regra é que a interposição de um recurso está condicionado exclusivamente à vontade da parte. Elas decidem 
se acham ou não convenientes recorrer diante da sentença/ decisão proferida pelo magistrado. Não se admite o juiz, em 
qualquer hipótese, interpor o recurso de ofício. 
 
❌ Reexame Necessário 
Segundo o art. 496 do CPC, a sentença proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público, bem como a que julgar procedente e parte, os embargos a 
execução fiscal, somente produzirá efeitos após a confirmação pelo Tribunal, ou seja, não depende das partes que esta 
sentença seja reanalisada pelo Tribunal, afastando assim o reexame do âmbito recursal.2 
 
 Art. 496 do CPC 
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo 
tribunal, a sentença: 
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público; 
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. 
 
 Duplo Grau de Jurisdição 
Este princípio garante que a decisão seja revista por um Tribunal, que em regra é um órgão hierarquicamente 
superior. Existem duas exceções: 
 
 
 
 
 
 
 
2 Daniel Amorim Assumpção Neves, p.1.587. Manual do Direito Processual Civil 
 Turma Recursal: é composta por juízes. Os 
juízes que compõem as turmas recursais 
possuem nível de hierarquia igual aos “juízes de 
piso”. Os juízes das turma recursai são dotados de 
atribuições diferentes, dadas pelo Regimento 
Interno do Tribunal. 
 Embargos de Declaração: peça recursal 
interposta quando há vício na sentença. O próprio 
juiz que prolatou a sentença analisa o recurso. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – PROF. ANDERSON WILLY | ALUNA: Fernanda Barcellos 
UNESA – CAMPUS: NOVA AMÉRICA 
 Singularidade 
 Esse princípio admite tão somente uma espécie recursal como meio de impugnação de cada decisão judicial. 
Admite-se a existência concomitante de mais de um recurso contra a mesma decisão desde que tenham a mesma 
natureza jurídica, fenômeno, inclusive, bastante frequente quando há no caso concreto sucumbência recíproca ou 
litisconsórcio.3 
 
 Dialeticidade 
Costuma-se afirmar que o referido recurso é composto por dois elementos: 
 
 
 
 
 
 
 
O princípio da dialeticidade diz respeito ao segundo elemento, exigindo do recorrente a exposição da 
fundamentação recursal (causa de pedir: error in judicando e error in procedendo) e do pedido (que poderá ser a 
anulação, reforma, esclarecimento ou integração. Tal necessidade se ampara em duas motivações: permitir ao recorrido 
a elaboração das contrarrazões e fixar os limites da atuação do Tribunal no julgamento do recurso. 
 
 Proibição da Reformatio in pejus 
 O direito brasileiro adotou o princípio da proibição da reformatio in pejus, de forma que na pior das hipóteses 
para o recorrente a decisão recorrida é mantida, não podendo ser alterada para piorar sua situação. 
 
 Existem dois sistemas possíveis relativos ao efeito devolutivo dos recursos: 
 Sistema de proibição de reformatio in pejus, no qual não se admite que a situação do recorrente seja piorada em 
virtude do julgamento de seu próprio recurso; 
 
 Sistema do benefício comum (communio remedii), no qual o recurso interposto por uma das partes beneficia a ambas, 
de forma que é aceitável que a situação do recorrente piore em razão do julgamento de seu próprio recurso. 
 
 Fungibilidade 
 Como o próprio nome sugere , fungibilidade significa troca, substituição, e no âmbito recursal significa receber 
um recurso que não entende como cabível para o caso concreto por aquele que teria cabimento. Esse princípio tem 
como premissa auxiliar a parte que, no entendimento do tribunal, interpõe o recurso inadequado. 
 
 Ainda que sejam inegáveis os benefícios advindos com a adoção da fungibilidade, sua aplicação é exceção. A 
regra é o não conhecimento do recurso por não ser o cabível e a exceção é receber o recurso incabível por aquele que 
seria o cabível. 
 
 Professor Anderson: “Uma peça recursal pode ser recebida pelo tribunal como se fosse outra, pelas características 
da demanda.” 
 
♦Exemplo: O advogado Marcos está na dúvida se recorre de determinada decisão por meio de um agravo de instrumento 
ou se aguarda a sentença e ataca o tema em preliminar de apelação. A decisão a ser atacada não está norol do art. 
1.015 do CPC, logo, não pode ser objeto de agravo de instrumento, mas, é uma decisão interlocutória. O Dr. Marcos fez 
uma pesquisa e verificou que uma parte dos julgadores aceita a impugnação da referida decisão por meio do agravo de 
instrumento. Analisando do ponto de vista da marcha processual: 
 
 
 
 
 
 
 
3 Daniel Amorim Assumpção Neves, p.1.582. Manual do Direito Processual Civil 
1 - Volitivo
• refere-se a vontade da parte em recorrer.
2 - Descritivo
• consubstanciado nos fundamentos e pedido constantes do 
recurso.
Ao verificar que a referida decisão não consta no rol do art. 1.015 do CPC, o Dr. Marcos pode aguardar 
a sentença ser prolatada e colocar a referida decisão em preliminar de apelação. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – PROF. ANDERSON WILLY | ALUNA: Fernanda Barcellos 
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1 
 
 
 
 
 
 
No exemplo mencionado, a estratégia a ser adotada pelo Dr. Marcos seria a opção 2 (dois), pois se o Tribunal 
entender que a matéria deve ser decidida em agravo de instrumento, ao final, depois da sentença, terá precluído o prazo 
para a interposição do recurso. 
 
Diante de uma dúvida razoável, o ideal é verificar o menor prazo para a interposição do recurso. Entendimento 
firmado pelo STJ, na dúvida da peça processual cabível para impugnar decisão do magistrado, deverá ser observado o 
menor prazo. 
 
 Art. 1.015 do CPC 
DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
I - tutelas provisórias; 
II - mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase 
de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de 
inventário. 
 
 Complementariedade 
 No direito processual civil as razões recursais devem ser apresentadas no ato de interposição do recurso, não 
se admitindo que o recurso seja interposto procedimentalmente e as razões apresentadas posteriormente, como ocorre 
no processo penal. 
 
 Aplica-se a preclusão consumativa no momento da interposição do recurso, de forma que, após este momento, 
é vedado ao recorrente complementar seu recurso já interposto com novas razões. Caso nenhuma fundamentação tenha 
sido feita, o recurso é inadmissível, e , sendo incompleta ou falha a fundamentação, somente esta será apreciada pelo 
órgão julgador competente para o julgamento do recurso. 
 
 Consumação 
 Como ocorre no princípio da complementariedade, também o princípio da consumação tem como fundamento a 
preclusão consumativa que se verifica no ato de interposição do recurso. Vejamos a diferença entre os dois princípios: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não se admite “emenda” na peça recursal, assim como é admitido a peça inicial quando é preciso inserir alguma 
informação esquecida. Ao distribuir o recurso, o ato foi consumado. 
 
✅Classificação dos Recursos 
Ao verificar que alguns julgadores aceita a impugnação decisão por agravo de instrumento, o Dr. 
Marcos pode interpor agravo de instrumento, respeitando o prazo de 15 dias da data da citação, para 
sua interposição. 
Complementariedade 
Consumação 
Trata de complementação de um recurso já interposto. 
Proíbe que interposto o recurso, seja substituído por outro, 
interposto posteriormente, ainda que dentro do prazo 
recursal. 
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 Quanto a extensão da matéria 
 Total: são os recursos que têm como objeto a integralidade da parcela da decisão que tenha gerado sucumbência à 
parte recorrente. O recurso total impugna a totalidade dos capítulos da decisão que geraram sucumbência à parte. 
 
 Parcial: são aqueles nos quais somente uma parcela da decisão que gerou sucumbência da parte recorrente é objeto 
do recurso. O recurso parcial é aquele que no qual somente um, ou alguns dos capítulos que geraram sucumbência são 
objeto do recurso, havendo no caso concreto capítulo que, apesar de gerar sucumbência à parte, não é objeto de 
impugnação. 
 
 Quanto a fundamentação (causa de pedir) 
 Livre: tido como regra, significa ampla liberdade ao recorrente no tocante às matérias a serem alegadas em sua 
fundamentação recursal. 
 
 Vinculada: essa espécie de recurso é excepcional, havendo somente três: recurso especial, recurso extraordinário e 
embargos de declaração. O recorrente não poderá alegar qualquer matéria que desejar, estando sua fundamentação 
vinculada às matérias expressamente previstas em lei, essa exigência legal acarretará a inadmissibilidade do recurso 
por irregularidade formal. 
 
 Quanto a forma de interrupção 
 Principal: ou independente, é aquele oferecido pela parte dentro do prazo recursal sem importar a postura adotada 
pela parte contrária diante da decisão impugnada. 
 
 Art. 997, §1º do CPC 
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências 
legais. 
§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. 
 
 Adesivo: ou subordinado, é aquele interposto no prazo de contrarrazões de recurso apresentado pela parte contrária, 
motivado não pela vontade originária de impugnar a decisão, mas como contraposição ao recurso oferecido pela outra 
parte. O recurso adesivo não é uma espécie recursal, mas um recurso interposto de forma diferenciada. O recurso 
adesivo sofre todos os efeitos do recurso principal. 
 
 Art. 997, §2º do CPC 
§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras 
deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, 
observado, ainda, o seguinte: 
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte 
dispõe para responder; 
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; 
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível. 
 
 Quanto ao objeto imediato do recurso 
 Ordinário: o objetivo do legislador não consiste em preservar o ordenamento jurídico, ou ainda, o direito objetivo, mas 
proteger o interesse particular da parte (direito subjetivo) no caso concreto, o recurso será classificado como originário. 
A regra é que o recurso seja originário. 
 
 Extraordinário: recursos que têm como objetivo imediato a proteção e a preservação da boa aplicação do Direito e 
viabilizar no caso concreto uma melhor aplicação da lei federal e constitucional, permitindo que por meio deles se 
preservem normas legais. São somente três recursos extraordinários: recurso especial, recurso extraordinário e 
embargos de divergência. 
 
 Bloco 2 
 
✅Pressupostos de Admissibilidade dos Recursos 
 Elementos Extrínsecos 
 Tempestividade: todo recurso tem um prazo determinado por lei, ocorrendo preclusão sempre que vencido o prazo 
legal sem a sua devida interposição. O CPC prevê em seu art. 1.003, §5º, que todos os recursos passam a ter prazo de 
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15 dias (úteis), salvo os embargos de declaração, que mantêm oprazo atual de 5 dias. A contagem do prazo só levará 
em consideração os dias úteis – art. 219, caput, do CPC 
 
 Art. 1.003, §5º do CPC 
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de 
advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. 
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é 
de 15 (quinze) dias. 
 
 Art. 219, caput, do CPC 
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os 
dias úteis. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais. 
 
 Preparo: o preparo recursal diz respeito ao custo financeiro da interposição do recurso. O entendimento do STJ é 
que todas as despesas devidas na interposição do recurso são preparo. A própria redação do art. 1.007, caput, do CPC 
confunde indevidamente as diferentes espécies de despesas processuais. O equívoco, entretanto, é benéfico, porque, 
entendendo o porte de remessa e retorno como integrante do preparo, possibilita à parte complementar o recolhimento 
do preparo no prazo de 5 dias úteis. 
 
 
 
 
 
 Art. 1.007, caput, do CPC 
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação 
pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. 
 
 O artigo supracitado prevê a regra da prova da comprovação imediata do preparo, significa dizer que o recorrente 
deve comprovar o recolhimento do preparo no momento da interposição do recurso. 
 
 Regularidade Formal: cada recurso possui requisitos formais específicos que devem ser respeitados para que o 
recurso seja admitido. Em respeito ao princípio da dialeticidade, todo recurso deve ter fundamentação e pedido, sem os 
quais não será admitido. Na fundamentação deve ser atacado especificadamente o fundamento da decisão recorrida, 
sendo no processo civil exigido que a interposição já venha acompanhada das razões recursais. Além das razões e os 
pedidos, o recorrente deve identificar as partes. É em regra ato processual escrito, havendo apenas uma exceção no 
sistema: embargos de declaração nos Juizados Especiais – art. 49 da Lei 9.099/95. 
 
Exige-se capacidade postulatória (presença de advogado), salvo nos recursos extraordinário e especial 
interpostos pelo próprio juiz contra acórdão que acolhe exceção de suspeição ou impedimento. O recurso deve ser 
assinado, entretanto, considera-se um vício sanável. 
♦Exemplo: O Recurso de Apelação é composto por: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Porte de Remessa e Retorno: na hipótese de processo físico, é devido o 
pagamento para o deslocamento do processo do juízo de 1º grau para o 
Tribunal que fará o julgamento em 2º grau de jurisdição. Aplica-se também no 
caso de recurso para instâncias superiores. 
 Folha de Rosto 
 
1 – Endereçamento ao juízo que receberá o recurso, já que ele é 
protocolado em 1º grau de jurisdição. 
 
2 – Número do Processo. 
 
3 – Número da GRERJ que comprova o preparo do recurso, caso o 
recorrente seja beneficiário da gratuidade de justiça, este campo não 
é necessário. 
 
4 – Nome da peça. 
 
5 – Pedido de remessa para o segundo grau de jurisdição. 
 
6 – Identificação do (s) advogado (s). 
 
 
 Folha das Razões 
 
1 – Quem receberá e decidirá a peça de Apelação. 
 
2 – Identificação das partes, número do processo originário e a juízo 
de origem do processo. 
 
3 – Tópicos importantes na peça de Apelação: 
✔Tempestividade; 
✔Breve Síntese da Demanda; 
✔Preliminares; 
✔Mérito; 
✔Pedido; 
✔Conclusão. 
 
4 – Assinatura do advogado 
 
 
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 Elementos Intrínsecos 
 Cabimento 
 Professor Anderson: “Chamado por alguns doutrinadores de adequação, relacionado também a unirrecorribilidade. 
Para cada decisão impugnada, haverá um recurso cabível.” 
 
 O preenchimento do recurso do cabimento exige que o pronunciamento seja recorrível e que o recurso interposto 
seja adequado, ou seja, o recurso indicado pela lei para impugnar aquele determinado pronunciamento judicial. A 
recorribilidade do pronunciamento deve ser analisada em primeiro lugar, porque, concluindo-se por sua irrecorribilidade, 
é natural que nenhum recurso seja cabível para impugná-lo. 
 
 Segundo o art. 1.001 do CPC, os despachos são irrecorríveis, o que poderia levar à conclusão de que todos os 
pronunciamentos com carga decisória são recorríveis. Apesar de ser essa a regra, existe, ainda que excepcionalmente, 
irrecorribilidade de decisões judiciais previstas pelo CPC – art. 138, caput e 1.007, §6º. 
 
 Art. 1.001 do CPC 
Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso. 
 
 Art. 138, caput, do CPC 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da 
demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a 
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa 
natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 
(quinze) dias de sua intimação. 
 
 Art. 1.007, §6º do CPC 
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão 
irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. 
 
 Legitimidade Para Recorrer 
 Art. 996 do CPC 
Folha de Rosto Folha das Razões 
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Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério 
Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica. 
 
 Segundo o artigo supracitado, o recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo 
Ministério Público. O dispositivo legal confunde indevidamente o requisito da legitimidade recursal com interesse recursal. 
 
 
 
 
 
✔Partes: as partes têm legitimidade recursal, independentemente do conteúdo da decisão, ou seja, não importando o 
fato de terem ou não sucumbido no caso concreto, aspecto que diz respeito ao interesse recursal, que é outro requisito 
de admissibilidade. 
 
✔Terceiro Prejudicado: cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida 
à apreciação judicial atingir direito de afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual. O terceiro 
prejudicado pode ser: 
 
 
 
 
 
 
✔Ministério Público: a legitimidade recursal do MP está expressamente prevista no art. 996, caput, do CPC, podendo 
recorrer em processos em que participou parte ou como Custo Legis4. 
 
 Interesse em Recorrer 
 Existe uma proximidade evidente entre os pressupostos processuais e s condições da ação e os requisitos de 
admissibilidade recursal, sendo unânime na doutrina o entendimento de que o interesse recursal deve ser analisado à 
luz do interesse de agir. 
 
 O recurso deve ser adequado a reverter a sucumbência suportada pela parte recorrente. Significa dizer que o 
recurso deve ser concretamente apto a melhorar a situação prática do recorrente. Numa sentença que tem dois 
fundamentos, sendo que cada qual é isoladamente apto a manter a decisão, a apelação obrigatoriamente deverá 
impugnar ambos os fundamentos, porque de nada adianta o recorrente afastar somente um deles, uma vez que a 
manutenção do fundamento não impugnado a decisão não será reformada. 
 
 Inexistência de Fato Impeditivo ou Extintivo do Poder de Recorrer 
 Art. 998, caput, do CPC 
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem aanuência do recorrido ou dos litisconsortes, 
desistir do recurso. 
Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte. 
Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer. 
 
 Art. 5º do CPC 
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. 
 
✔Desistência: o recorrente poderá desistir de seu recurso – total ou parcialmente – a qualquer tempo, o que significa 
dizer que o recorrente poderá abdicar de seu direito de ter o recurso julgado. Apesar de o dispositivo prever “a qualquer 
tempo”, existe um momento apropriado para a desistência do recurso: somente se desiste do que existe, de maneira que 
a desistência só pode ocorrer a partir da interposição do recurso. 
 
✔Renúncia: a parte recorrente poderá renunciar ao recurso, independentemente de concordância da parte contrária. 
A renúncia diz respeito ao direito de recorrer, de forma que só pode ser realizada antes da interposição do recurso, 
porque depois disso já estará consumado o direito recursal, não havendo mais o que renunciar. 
 
 
4 Custos Legis: significa guardião da lei, fiscal da correta aplicação da lei, verdadeiro defensor da sociedade. Sendo assim, o Ministério Público acima de tudo é custos legis. 
A legitimidade é fixada sempre em abstrato, não tendo relevância o conteúdo 
da decisão no caso concreto. Não sendo correto afirmar que somente a parte 
vencida tem legitimidade para recorrer. 
O sujeito que poderia ter 
participado do processo 
como terceiro interveniente; 
O sujeito que poderia ter 
participado do processo 
como litisconsorte facultativo; 
O sujeito que poderia ter 
participado do processo como 
litisconsorte necessário. 
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✔Aquiescência: este fenômeno gera uma preclusão lógica a impedir a admissão do recurso, em nítida manifestação 
do princípio da boa-fé objetiva consagrada no art. 5º do CPC. A aquiescência, a exemplo da renúncia, só é possível entre 
a intimação da decisão impugnável e a interposição do recurso. 
 
✅Efeitos dos Recursos 
 Devolutivo: entende-se a transferência ao órgão ad quem5 do conhecimento de matérias que já tenham sido objeto 
de decisão no juízo a quo6, uma simples transferência do órgão prolator da decisão impugnada para o órgão julgador. 
Pode -se falar em devolução para o próprio Poder Judiciário, ainda que entre órgãos diferentes. 
 
 Professor Anderson: “Devolve a matéria para ser apreciada pelo judiciário, nos limites da impugnação.” 
 
 Suspensivo: o efeito suspensivo diz respeito à impossibilidade de a decisão impugnada gerar efeitos enquanto não 
for julgado o recurso interposto. Essa eficácia da decisão, salvo as excepcionais hipóteses previstas em lei – efeitos 
secundários da sentença, por exemplo, o art. 495 do CPC – , não se limita a impedir a execução. Considerando-se que 
as determinadas decisões judiciais não tem execução (sentença declaratória e constitutiva) e ainda assim são 
impugnadas por recursos dotados de efeito suspensivo. 
 
 Art. 495 do CPC 
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que 
determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária 
valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária. 
 
 
 
 
 
 Substitutivo: o art. 1.008 do CPC determina que o julgamento do recurso substituirá a decisão recorrida, nos limites 
da impugnação. A interpretação literal do dispositivo legal, entretanto, não se mostra a mais correta, consideram-se ser 
uníssono na doutrina o entendimento de que a substituição da decisão recorrida pelo julgamento do recurso somente 
ocorre na hipótese de julgamento do mérito recursal, e ainda assim a depender do resultado de tal julgamento. 
 
 Art. 1.008 do CPC 
Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto 
de recurso. 
 
 Extensivo: ou expansivo, será gerado sempre que o julgamento do recurso ensejar decisão mais abrangente do que 
a matéria impugnada – ou ainda atingir sujeitos que não participaram como partes do recurso, apesar de serem partes 
na demanda. Na primeira hipótese, haverá efeito expansivo objetivo, que ainda poderá ser interno ou externo. Na 
segunda hipótese tem-se o efeito expansivo subjetivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 Translativo: entende-se a possibilidade de o tribunal conhecer determinadas matérias de ofício no julgamento do 
recurso. Tradicionalmente associado às matérias de ordem pública (processuais e materiais), também se aplica o 
princípio ora analisado àquelas matérias que apesar de não serem propriamente de ordem pública, contam com expressa 
previsão legal no sentido de poderem ser conhecidas de ofício pelo juiz. 
 
 
5 juízo ad quem: órgão jurisdicional superior. 
6 juízo a quo: órgão jurisdicional inferior. 
 
Os efeitos devolutivo e suspensivo estão previstos diretamente na Lei Processual Civil; os 
demais efeitos são entendimentos doutrinários. 
Efeito expansivo objetivo interno 
Refere-se a capítulos não impugnados da 
decisão recorria que serão atingidos pelo 
julgamento do recurso. 
Efeito expansivo objetivo externo 
Se verifica sempre que o julgamento do 
recurso atinge outros atos processuais 
que não a decisão recorrida. 
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 Interruptivo: este efeito suspende o prazo para a interposição de outros recursos. O recurso de Embargos de 
Declaração, por exemplo, possui efeito interruptivo. 
 
 Obstativo: este efeito diz respeito à preclusão temporal e sua relação com a interposição do recurso. O ingresso de 
qualquer recurso impede a geração da preclusão temporal, com o consequente trânsito em julgado, que somente se 
verificará após o devido julgamento do recurso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para 
 Pesquisa para discussão em sala na próxima aula: 04 de março de 2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esta aula teve os conceitos retirados 
do livro: 
Manual do Direito Processual Civil – 
Volume Único - 2019 
Autor: Daniel Amorim Assumpção 
Neves

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