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Etapas da gênese de fármacos Prof. Me Carlos Renato Nogueira Mestre em Psicofarmacologia (UFC) Fases da inserção de um fármaco no mercado 1. Escolha da doença 2. Escolha do alvo do farmacológico 3. Identificar os bioensaios 4. Encontrar o arcabouço molecular (Patente) 5. Síntese e/ou isolamento da molécula (Patente) 6. REA: identificar o farmacóforo 7. Melhorar as interações com o alvo 8. Melhorar as propriedades farmacocinéticas 9. Estudo do metabolismo da molécula 10. Molécula é patenteado 11. Testes de toxicidade 12. Tecnologia de formulação e produção (Patente) 13. Ensaios clínicos 14. Mercado Farmacêutico (Patente) Escolha da doença As doenças mais estudas são: enxaquecas, depressões, obesidade, gripes, DST, doenças cardiovasculares, DP e DA. Atualmente a malária também é uma doença alvo de investigação devido ao turismo para locais exóticos. Doenças negligenciadas: Verminoses e Parasitoses. Escolha do alvo farmacológico Definir um alvo dentre os tecidos e células envolvidos com a patologia escolhida. O alvo pode ser um enzima, ácido nucleico, canal ou um receptor. No passado, a descoberta dos sítios alvos era feita depois de saber qual era o fármaco eficaz. Hoje em dia isto não acontece. Descoberta dos sítios-alvo Fluoxetina (Prozac®) inibe a remoção da serotonina ao ligar-se à sua proteína transportadora. É usada como antidepressivo. Esta descoberta foi feita ao acaso. Já o Captopril inibe a ECA. É usado como antihipertensivo. Ele foi descoberto por melhoramento estrutural. Identificar os bioensaios Escolher o melhor teste: deve ser simples, rápido e permite tirar conclusões, dado que elevado número de compostos que são analisados. Os testes podem ser: - in vitro (células isoladas, tecidos, enzimas ou receptores); - in vivo (em animais). Submeter ao CEPA. Testes in vitro • São usados tecidos ou células específicas. • Inibidores de enzimas podem ser testados em soluções da enzima. • Fármacos são testados em tecidos isolados que expressam o receptor na sua superfície. • A afinidade dos receptores ao fármaco pode ser feita fazendo a marcação radioativa do fármaco. • Gene que codifica o enzima ou receptor é clonado e depois expresso em células não-humanas ou em células tumorais. Testes in vivo A doença ou sintomas são induzidos no animal e este é depois tratado com o fármaco em estudo. Desvantagens: - Questões éticas. - Problemas de farmacocinética. - Os resultados obtidos podem ser enganadores e difíceis de racionalizar. - Resultados diferentes podem ser observados em diferentes animais. Encontrar o arcabouço molecular É o esqueleto da estrutura química de uma molécula para a atividade farmacológica desejada. Existem várias formas de se descobrir: 1. Pesquisa na natureza 2. Medicina tradicional e Cultura popular 3. Pesquisa em bases de dados de compostos sintetizados 4. Farmacos existentes 5. Utilizando como modelo um ligante natural ou modulador 6. Síntese combinatorial 7. Design de substâncias pelo computador 8. Por acaso Exemplos Paclitaxel Taxol ® Tetrodotoxina Teprotide Captopril Cocaína Benzocaína Procaína Novos fármacos à partir dos já existentes • Modificando a estrutura de modo a evitar problemas com a patente, mas mantendo ou aumentando a atividade terapêutica. • Melhorando os efeitos secundários e eliminando a atividade biológica principal. Utilizar ligante natural como modelo Descobertas por acaso • Trabalhadores da indústria de explosivos: a nitroglicerina promove a dilatação dos vaso sanguíneos e é usada no tratamento da angina de peito. • Uso atual do Sildanafil • Descoberta da penicilina • Trabalhadores na indústria da borracha: Dissulfiram evita a oxidação normal do álcool, sendo portanto usado no tratamento do alcoolismo crónico. Caminho para a descoberta Após a descoberta (Avaliação: 2 - 5 anos) • Eleição do Alvo terapêutico; • Desenho/Escolha do Composto-guia; • Síntese de congêneres; • Realização de Bioensaios; • Obtenção de análogos ativos; • Otimização dos compostos (Modificações Moleculares, Análise QSAR, Modelagem Molecular); • Obtenção de um perfil farmacológico (Efeitos adversos, Biodisponibilidade e Eficácia); • Identificação de candidatos a novos fármacos (Composto-líder) Avaliação de toxicidade (Segurança) Pesquisa pré-clínica Os compostos que se mostram promissores durante a Fase de Pesquisa Básica devem continuar sendo investigados, passando então aos Ensaios Pré-Clínicos, ou Fase de Pré-Desenvolvimento. Nesta fase são checados os parâmetros de segurança e de eficácia por meio de estudos de toxicidade e de atividade in vitro e in vivo. Se o composto for aprovado pelos resultados obtidos nos testes em animais, comprovada a sua segurança e a sua eficácia, passa-se então para os testes em seres humanos, os ensaios clínicos. Pesquisa clínica A pesquisa clínica, fase de desenvolvimento de medicamentos, consiste em submeter os novos compostos a ensaios clínicos para avaliar a segurança e a eficácia do produto em seres humanos. Os ensaios clínicos são divididos em três etapas consecutivas que representam o estágio de desenvolvimento propriamente dito, e uma quarta fase, denominada Farmacovigilância, na qual o medicamento continua sendo avaliado após o registro e o lançamento. Fases clínicas (Fase I) Na primeira fase do Ensaio Clínico busca-se conhecer a tolerância e o metabolismo do medicamento. Parâmetros farmacológicos, biodisponibilidade, dose e posologia são analisados nessa fase. Para isso, um pequeno número de voluntários sadios (20 a 100 indivíduos) recebe doses crescentes da nova substância. Fases clínicas (Fase II) Nesta etapa, chamada de Pesquisa Piloto, realizada para determinar a segurança e a eficácia do princípio ativo, em curto prazo, um grupo ainda pequeno de voluntários doentes (entre 100 a 300) recebe uma dose determinada da substância. O objetivo é alcançar a dose ótima, ou seja, aquela em que se consegue o melhor efeito terapêutico combinado ao menor conjunto de reações adversas. Fases clínicas (Fase III) Esta é a fase do Estudo Terapêutico Ampliado, na qual o medicamento é administrado em um número grande de pacientes, que pode variar de dezenas a milhares, dependendo do tipo de patologia, para se avaliar novamente a eficácia e a segurança do produto. A avaliação é sempre feita de maneira comparativa, utilizando-se placebo ou outro tratamento de referência, e realizada em condições praticamente normais às de emprego. Análise de risco/benefício do princípio ativo também em curto prazo, cuidados na utilização, estudo dos eventos adversos, interações medicamentosas, fatores modificadores do efeito tais como sexo, idade e raça são analisados nessa fase. Fases IV (Pós - comercialização) Também denominada Farmacovigilância ou Pesquisa Pós-Comercialização, essa fase é posterior ao registro e ao lançamento do novo medicamento. Assume-se aqui, portanto, que os Estudos de Fase IV, são sinônimos referentes ao mesmo processo de detecção, acompanhamento e controle de problemas decorrentes do uso já legalmente autorizado e generalizado de medicamentos. Estes estudos são vistos como essenciais em relação aos medicamentos novos, pois proporcionam a avaliação do seu uso em grandes populações. Fases do desenvolvimento de fármacos (Resumo) Avaliação clínica (Fases) Substâncias estudadas até achar a molécula Patentes Permite a quem fabricou e/ou descobriu o medicamento a comercialização exclusiva durante cerca de 20 anos. 6-10 anos da patente são perdidos nos testes pré-clínicos, testes clínicos e burocracia envolvida na sua aprovação. -Cobrem o produto final, uso clínico e/ou sua síntese. -Leis brasileiras dificultam criação de patentes nacionais.
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