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CIRURGICA DE GRANDES- RESUMO

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DISTURBIOS DO SISTEMA DIGESTORIO DE RUMINANTES 
DIGESTORIO DE RUMINANTES 
 
ANATOMIA E FISIOLOGIA: 
Digestão em ruminantes lactentes: goteira esofágica: sulco entre o cárdia e o orifício reticulo- omasal. 
- Fechamento reflexo a ingestão de leite formando um canal. 
- Permite que a alimentação liquida ultrapasse o compartimento ruminal, sem sofrer degradação 
microbiana 
OBS: para ocorrer o fechamento é necessário que o leite seja ingerido voluntaria e tranquilamente, e sem 
exceder a capacidade abomasal. 
Desenvolvimento dos pré- estômagos: interesse por alimentos fibrosos (feno, capim: 2 semanas de 
idade 
- estimulo mecânico da presença de fibras e químico da fermentação de carboidratos são responsáveis 
pelo desenvolvimento dos pré estômagos. 
- espessamento da parede com maior capacidade física e de absorção. 
 Funções dos reservatórios gástricos: - rúmen: fermentação microbiana e maceração do alimento 
- reticulo: separação do alimento retorno (>) ou passagem (<) 
- omaso: absorção de água/minerais e maceração de alimentos 
- abomaso: digestão química. 
Função motora dos pré-estômagos: controlada principalmente pelo nervo vago. 
- sistema autônomo parassimpático: estimulo para a motilidade. 
- nervo vago ventral: reticulo, omaso e cárdia. pouco estimulo sobre abomaso, piloro e saco ventral do 
rúmen. 
- nervo vago dorsal: inerva principalmente o saco dorsal do rúmen. 
OBS: ruminantes com neurectomia do vago não sobrevivem (óbito por atonia ruminal). 
• Ciclo primário de contrações: - contração do reticulo. 
- contração em sentido caudal, primeiramente saco dorsal do rúmen, e em seguida, do saco ventral. 
OBS: influencia diretamente a fermentação por misturar o material ingerido, permitir o contato com a 
microflora e a parede ruminal e macerar ainda mais a matéria particulada. 
• Ciclo secundário de contrações: - contração em sentido cranial, primeiramente do saco ventral do 
rúmen, e em seguida, do saco dorsal, empurrando o conteúdo gasoso para a região do cárdia. 
OBS: permite a eructação desde que ocorra a excitação de receptores proximos ao cárdia (relaxamento), 
que o cárdia esteja livre de conteúdo sólido ou liquido e que o esôfago esteja apto a funcionar (contrações 
antiperistálticas). 
Ruminação: alimentos mastigados e ingeridos chegam ao rúmen e reticulo 
- maceração e fragmentação do alimento por contrações ruminais e degradação por micro organismos. 
- retorno do conteúdo ruminal para a cavidade bucal para a nova mastigação, salivação e deglutição 
- inicio da ruminação: 30 a 90 minutos após a ingestão de alimentos 
- numero/duração dos ciclos: depende da quantidade e qualidade das fibras ingeridas 
- 4 a 24 periodos de ruminação/dia com duração de 10-60 minutos por vez. 
- em média 7 h/dia são gastas com essa atividade. 
Eructação: descarga dos gases produzidos durante o processo fermentativo no rúmen 
- produção média de 600 litros de gás/dia: 65% de CO2; 26% de CH4, 7% de N2, 0,056% de O2, 0,18% 
de H2. 
 
OBSTRUÇÃO DO ESÔFAGO 
ETIOLOGIA: processo obstrutivo esofageano. - massas alimentares, corpos estranhos (caroços, pregos, 
etc), abscessos (ex: produzido por uma infecção bacteriana) e tumores. 
PATOGENIA: 
Obstrução: incapacidade de deglutição/eructação (se o animal não eructa o gás não consegue sair, 
causando assim aumento do rúmen (timpanismo gasoso). - necrose, estenose, divertículo (como se fosse 
uma “bolsa”), abcessos pulmonares. 
SINAIS CLINICOS: obstrução geralmente cervical na entrada do tórax ou pode ocorrer também na base 
do coração 
- obstrução aguda: anorexia, inquietação, deglutição forçada, sialorréia, tosse, movimentos de cabeça, 
timpanismo, impossibilidade de sondar. 
- obstrução crônica: sem dor, timpanismo crônico, dificuldade de sondar, sialorréia/ saliva pelas narinas, 
aspiração pulmonar. 
DIAGNÓSTICO: sinais clínicos, sondagem orogástrica, radiografia. - endoscopia: esofagoscopia. 
TRATAMENTO: Retirada do corpo estranho. De forma manual ou por sonda, ou cirúrgico. 
OBS: complicação secundaria comum → estenose esofágica. 
- Tratamento cirúrgico: ESOFAGOTOMIA: abertura e fechamento cirúrgico do esôfago 
- pré operatório: - Corrigir o desequilíbrio hidroeletrolítico. 
- antibióticoterapia profilática: ampicilina – 20 mg/kg. 
- intubação traqueal e anestesia geral: possível a campo. 
- sondagem esofágica e exame radiológico. 
- técnica cirúrgica: esôfago cervical 
- pele: incisão mediana- ventral do pescoço. - incisão ou divulsão romba de subcutâneo - rebater 
musculatura e traquéia para a direita - isolar o esôfago com compressas úmidas - esôfago pode ser 
identificado e imobilizado por sonda - incisão longitudinal em tecido sadio: 
- sobre a obstrução? Porque ? não se corta sobre a obstrução porque está necrótico o local. 
- se houver tecido necrótico ou perfurações deve ser feita ressecção e anastomose. - sutura da mucosa/ 
submucosa: pontos simples separados com fio monofilamentar não absorvível 3-0 ou 4-0 com nós 
intraluminais. - sutura da adventícia/muscular: idem e nós extraluminais. - lavar a ferida cirúrgica com 
salina morna. - retornar a traquéia a posição anatômica. - músculos rebatidos: sutura fio absorvível (3-0 ou 
4-0) simples continua. - sutura da pele com fio não absorvível (monofilamentar 3-0 ou 4-0) com pontos 
simples separados. 
- técnica cirúrgica: esôfago torácico 
- metodologia igual a cervical. - acesso diferenciado de acordo com a localização. - entre a entrada do 
tórax e a base do coração: acesso 4º EIC esquerdo. - na base do coração: acesso 5º EIC direito ou 
esquerdo. - entre coração e estomago: acesso 8º ou 9 EIC esquerdo. Ruminotomia. 
- pós operatório: antibioticoterapia de amplo espectro. - Curativo local. - jejum total de 24-48 horas, jejum 
sólido por 5-7 dias. - retirada dos pontos da pele: 8 a 10 dias. 
 
INDIGESTÃO VAGAL 
ANATOMIA E FISIOLOGIA: A função motora dos pré-estomagos é controlada principalmente pelo nervo 
vago: - sistema autônomo parassimpático: estimulo para a motilidade 
- nervo vago ventral: reticulo, omaso e cárdia. Pouco estimulo sobre abomaso, piloro e saco ventral do 
rúmen. 
- nervo vago dorsal: inervação do saco dorsal do rúmen. Estimulo baixo sobre reticulo, omaso e abomaso. 
OBS: ruminantes com neurectomia do vago não sobrevivem → óbito por atonia ruminal. 
DEFINIÇÃO E ETIOLOGIA - sinônimo: síndrome de Hoflund. - conjunto de sinais clínicos secundários à 
lesão primaria do nervo vago causando atonia/hipotonia ruminal. 
PATOGENIA 
I. Falha no transporte omasal: estenose funcional anterior. 
- lesão do nervo vago que promove paralisia do omaso levando a: acumulo de material ingerido em rúmen 
e reticulo, com distensão ruminal de todo o flanco esquerdo e do flanco ventral direito (abdômen em “L” ou 
em forma de “pêra/maça”). 
- principais causas: reticulo- peritonite traumática, abscessos, aderências, peritonite, neoplasias. 
- sinais clínicos: dilatação abdominal em “L”. Diminuição do volume fecal. Desidratação. Inicialmente 
hipermotilidade ruminal (somente ondas cíclicas secundárias), seguida de atonia ruminal. 
II. Falha no esvaziamento pilórico: estenose funcional posterior. 
- Sinais clínicos: distensão abdominal, inicialmente somente omaso e abomaso, com posterior dilatação 
de rúmen e reticulo. 
- hipomotilidade ou atonia ruminal. Desidratação. Alta concentração de cloretos no liquido ruminal. 
Alcalose metabólica hipoclorêmica. 
TRATAMENTO: tratar a causa primaria - terapia de suporte: correção hidroelétrolitica, promotores de 
motilidade. 
- ruminotomia exploratória. 
- ruminostomia permanente: - fistula do rúmen, - animal em estação, - acesso: fossa paralombar esquerda 
- tratamento cirúrgico: RUMINOSTOMIA (fistulação do rúmen) 
- pré operatório: animal em estação 
 - acesso paralombar esquerdo 
- anestesia local: “L” invertido, paralombar ou na linha de incisão (*circular). Desenhar uma área circular 
imediatamente ventral ao processo
transverso da vértebra lombar com mais ou menos 10 cm de diâmetro 
e fazer a anestesia local. - tricotomia e antissepsia. 
- técnica cirúrgica: 
- retirar pedaço circular de pele: mais ou menos 4 cm de diâmetro. - músculos abdominais e peritônio: 
dissecação romba. O rúmen deve ficar exposto, se não for possível retirar um pouco de musculatura. - 
exposição e fixação ruminal: necessário apenas 4 pontos de fixação → sutura rúmen/ pele. - retirada da 
porção central do rúmen exposto. - suturar a borda incisionada do rúmen na pele: ponto simples separado, 
fio inabsorvivel, a fistula formada deve ter 2-3 cm de diâmetro. As camadas musculares funcionam como 
válvulas controlando vazamento do conteúdo ruminal. A sutura de fixação deve ser liberada. 
- pós operatório: anti-inflamatório não esteróide, curativo local. 
 
INTUSSUSCEPÇÃO 
DEFINIÇÃO: - a intussuscepção ou invaginação intestinal é uma condição em que um segmento do 
intestino invagina-se no segmento imediatamente seguinte. 
SINAIS CLINICOS: - desconforto agudo, depressão, distensão abdominal, anorexia, desidratação, 
redução das fezes. - “ping” na auscutação, fezes com sangue e muco após 12 horas, melena. 
PATOLOGIA CLINICA E DIAGNÓSTICO: - hemoconcentração com aumento de hematócrito, de proteína 
plasmática total de leucócitos. - gangrena e endotoxemia. - liquido peritoneal com fibrina 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: - ulcera abomasal, vólvulo de raiz do mesentério, hérnia inguinal 
estrangulada: melena e distensão abdominal. 
TRATAMENTO: - tratamento cirúrgico: LAPAROTOMIA: ENTERECTOMIA/ENTEROANASTOMOSE 
- técnica cirúrgica: enterectomia 
- posicionameno do clamp intestinal. - ligadura dos vasos que irrigam a porção a ser seccionada. - 
ressecção da porção desvitalizada. 
- técnica cirúrgica: enteroanastomose 
- mucosa: sutura simples continua com fio absorvível (vycril 2-0) - seromuscular: sutura invaginante 
(cushing ou lembert) com fio absorvível (Vycril 2-0). 
- tipos de anatomose: - término- terminal: utilizada em alças intestinais de mesmo calibre, anastomose de 
intestino delgado. 
- término- lateral: utilizada em alças intestinais de calibre diferentes, anastomose de intestino delgado em 
grosso. . 
- látero- lateral: utilizada em alças intestinais dispostas paralelamente ou sobrepostas. 
- pós operatório: antibioticoterapia de amplo espectro, fluidoterapia, AINES, retorno gradual a 
alimentação,NÃO estimular a motilidade intestinal. 
- complicações: contaminação da cavidade (peritonite), aderências, estenoses. 
 
VÓLVULOS OU TORÇÕES 
VOLVULO DA RAIZ DO MESENTÉRIO 
DEFINIÇÃO E ETIOLOGIA: - torção do ID ao redor de seu eixo em até 360º: esporádica, mas de maior 
ocorrência em vacas leiteiras. - após o rolamento: tratamento para DAE ou torção de útero 
SINAIS CLINICOS: - dor aguda, depressão, distensão abdominal bilateral simétrica, desidratação, 
anorexia, redução das fezes. - “ping” na auscutação e melena. - alteração de postura. 
TRATAMENTO: - tratamento cirúrgico: punção intestinal para esvaziamento de alças. 
- acesso: laparotomia pelo flanco direito. 
-pós operatório: antibioticoterapia, fluidoterapia, anti-inflamatório: flunixin meglumine: 1mg/kg/IV/SID. 
 
TORÇÃO DO CECO E DA ALÇA PROXIMAL DO COLON ASCENDENTE → VOLVULO CECO- 
CÓLICO 
DEFINIÇÃO: Dilatação e deslocamento do ceco e da alça proximal do colon ascendente podendo causar 
severo compromisso vascular: geralmente ocorre rotação do ceco ao longo de seu eixo longitudinal. 
PATOGENIA: - vacas leiteira em lactação= excesso de concentrado - maior produção de AGV - 
diminuição do Ph - atonia ou hipomotilidade cecal - secundaria a mastite, metrite e DAE: alterações 
sistêmicas que levam a casos de hipomotilidade. 
SINAIS CLINICOS: - dor abdominal, queda na produção leiteira, taquicardia, hipomotilidade ou atonia, 
“ping” em toda a região abdominal, diminuição das fezes, palpação: alças distendidas. 
DIAGNÓSTICO: - sinais clínicos - diferencial: dilatação cecal, DAD, vólvulo abomasal 
TRATAMENTO: - laparotomia pelo flanco direito - triflotomia ou tiflectomia parcial 
- pós operatório: flunixin meglumine: 1mg/kg/IV/SID. 
 
PROLAPSO DE RETO 
DEFINIÇÃO: - evaginação da mucosa e estruturas do reto. - ocorre com maior freqüência em ovinos e 
suínos. 
ETIOLOGIA: - esforço excessivo ou tenesmo: diarréia, parasitismo, tosse crônica e parto distócico. 
PATOGENIA: - exposição da mucosa causa irritação e edema= piora. - comprometimento da drenagem 
venosa= mais edema. 
CLASSIFICAÇÃO 
- tipo I: tumefação de submucosa. 
- tipo II: tumefação de submucosa e mucosa. 
- tipo III: prolapso total do reto. 
- tipo IV: prolapso total de reto e cólon descendente. 
TRATAMENTO: - conservativo para os tipos I e II: - limpeza: água e sabão. - redução do prolapso: 
vaselina (+ açúcar/inchaço). - sutura em bolsa de tabaco + injeção perianal de substancias irritantes (iodo 
%). - antibióticos de amplo espectro. - AINES. 
- cirúrgico para os tipos III e IV: - indicação: mucosas congestas e desvitalizadas: longo tempo de evolução 
- ressecção de mucosa + amputação de reto 
- técnica cirúrgica: amputação do reto 
- sondar o canal o retal localizando o esfíncter anal - colocação e pontos de ancoragem: evitar retração 
para a cavidade abdominal após ressecção. 4 pontos em cada quadrante ou atravessamento agulha. - 
amputar o reto distal a ancoragem. - pinçar e ligar os vasos com sangramento - suturar camadas internas 
e externas do reto: sutura interrompida com fio absorvível. - sutura em bolsa de tabaco. - soltar a 
ancoragem e reduzir o prolapso (se necessário). 
- pós operatório: antibioticoterapia de amplo espectro. – AINES - manejo alimentar: manter a defecação 
pastosa evitando esforço. - limpeza da ferida cirúrgica - remoção da sutura bolsa de tabaco após 48 horas 
- complicações: estenose, ruptura das suturas, recidivas. 
 
ENFERMIDADES CIRURGICAS DO TRATO GENITOURINARIO 
 
CRIPTORQUIDISMO 
DEFINIÇÃO:- Falha na descida dos testículos para o escroto: ficam retidos na cavidade abdominal ou 
canal inguinal. 
ETIOLOGIA: - Falha funcional no gubernaculo: responsável pela descida dos testículos até a bolsa 
escrotal - Tamanho do canal inguinal ou testicular. Problema geneticamente transmissível 
OBS: normalmente ambos os testículos apresentam-se na bolsa escrotal até 10 dias após o nascimento. 
CLASSIFICAÇÃO 
- Com relação a localização: inguinal, abdominal, abdominal incompleto. 
- Com relação ao envolvimento: unilateral, bilateral. 
OBS: criptorquidico é diferente de monorquidico → ausência de um dos testículos. 
PREVALENCIA: - Maior em percheron e quarto de milha. E menor em puro sangue inglês. - Ocorrência 
maior de casos unilaterais (86%) do que bilaterais (14%). - Retenção unilateral esquerda (54%): 76% 
abdominal - Retenção unilateral direita (32%): 76% inguinal 
PATOLOGIA: Testículo retido fica menor, mais macio e estéril: espermatogênese inibida pela elevação de 
temperatura. 
DIAGNÓSTICO: - Palpação escrotal, palpação do anel inguinal interno via retal. - Exame 
ultrassonografico: via retal ou inguinal. - Exame laparoscópico. - Analise hormonal: testosterona: 
dosagem com 86 a 95% de acuracia. 
- Adultos: presença de tecido testicular: 100 pg/ml 
- Ausência de tecido testicular: 40 pg/ml. 
- Jovens (< 18 meses): presença: > 44 pg/ml 
- Ausência: < 24 pg/ml. 
- Estimulação por HCG (teste de Cox): acuracia de 94,6 % - Coleta de amostra de soro. - Administração 
IV de 6 mil a 12 mil UI de HCG: estimula a produção de testosterona. - Nova coleta de soro após 30 a 12 
min da aplicação 
- Resultados: animais com tecido testicular: (testosterona) > 100 pg/ml 
- Animais sem tecido testicular: sem aumento na produção. 
- Dosagem de estrógeno conjugado: acuracia de 96% 
- Somente pode ser realizado em animais com mais de 3 anos de idade. 
- Resultados : castrados: < 50 pg/ ml 
- Criptorquidas: > 400 pg/ml. 
TRATAMENTO: - tratamento cirúrgico: ORQUIECTOMIA
- Acesso inguinal: menos invasivo - Acesso 
parainguinal 
- Laparascopia: minimamente invasivo 
 
- técnica cirúrgica: acesso inguinal 
- anestesia geral, decúbito dorsal, tricotomia e antissepsia. - incisão sobre o anel inguinal superficial: 12 a 
15 cm. - dissecção romba com os dedos fáscia inguinal subcutânea até o anel inguinal interno. - abertura 
da túnica vaginal comum e retirada do testículo - sutura do canal inguinal interno: fio absorvível nº 2 ou 3 
- sutura do canal inguinal externo: pontos simples interrompidos com absorvível nº 2 - sutura de pele. 
- Técnica cirúrgica: Acesso parainguinal: 
- indicação: não localização do testículo no canal inguinal. - Incisão sobre a aponeurose dos músculos 
obliquo abdominal externo e interno: 1-2 cm medial ao anel inguinal. - Incisão do peritônio. - Localização 
e exteriorização do testículo: orquiectomia. - Sutura dos músculos oblíquos abdominais com fio absorvível 
sintético. Sutura de pele. 
 
PARAFIMOSE 
DEFINIÇÃO E ETIOLOGIA: - incapacidade de retrair o pênis para o interior do prepúcio 
- principais causas: edema prepucial (lesões), lesão em nervos pudendos ou músculo retrator do pênis → 
paralisia de pênis, cicatriz, administração de doses altas de fenotiazinicos. 
TRATAMENTO: - tratamento clinico: manter o pênis dentro do prepúcio. – AINES - gelo, compressão, 
ducha. - tratamento cirúrgico: circuncisão, amputação parcial ou total do pênis. 
 
NEOPLASIAS 
CONSIDERAÇÕES GERAIS: pênis: segundo local mais acometido por neoplasias. 
Principais tumores: carcinoma de células escamosas, papilomas, sarcoide, melanomas, mastocitomas e 
hemangiomas. 
OBS: a maioria das neoplasias acomete animais com pênis despigmentado. 
SINAIS CLINICOS: - pequenas ulceras. - placas queratinizadas - aspecto de couve- flor + áreas necróticas 
e hemorrágicas - não exposição do pênis (parafimose) 
TRATAMENTO:- ressecção cirúrgica - amputação peniana OBS: prognóstico reservado. 
 
POSTITE/ VULVITE ULCERATIVAS 
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA: - sinônimos: podridão do prepúcio, podridão da vulva, balanopostite 
enzoótica. - infecção pelo Corynebacterium renale associada a níveis elevados de uréia na urina. - típicas 
em alimentação com rações ricas em proteínas. - acomete ovinos e caprinos sendo mais comum em 
machos. - mais comum em carneiros da raça merina: maior quantidade de lã ao redor do prepúcio → 
acumulo de amônia, devido a degradação da uréia pelo C. renale, levando ao aparecimento de lesões 
ulcerativas. 
SINAIS CLINICOS NOS MACHOS: - lesões em torno da abertura prepucial: ulceras que podeem ou não 
estar recobertas por crostas e exsudato de coloração acastanhada. - a remoção das crostas resulta 
pequenos sangramentos e se não tratadas podem obstruir a abertura prepucial. 
- infecção da mucosa prepucial: torna a doença mais séria e debilitante= espessamento prepucial, 
secreção com odor fétido e disúria. 
SINAIS CLINICOS NAS FÊMEAS: - inicialmente bolhas sob a cauda e na comissura ventral da vulva com 
formação de crostas com coloração amarelada e acastanhada 
TRATAMENTO: - isolamento de animais afetados. - redução na (proteínas) na ração. - remoção de pelos 
e lã ao redor do prepúcio. - debridamento da região ulcerada. 
 - tratamento tópico: pomadas com antibióticos: bacitracina 
- sulfato de cobre a 5- 10% em intervalos semanais. 
 
CIRCUNCISÃO DO PÊNIS 
- técnica cirúrgica: 
- anestesia geral, decúbito dorsal, antissepsia - cateterização da uretra e torniquete. - incisões de pele 
circunferenciais na posição cranial e caudal a lesão - dissecção superficial da fascia do pênis e retirada do 
tecido entre as duas incisões - ligadura dos vasos subcutâneos - união das bordas com pontos simples 
separados: sempre com fio absorvível. 
 
AMPUTAÇÃO DE PÊNIS 
- técnica cirúrgica: 
- anestesia geral, decúbito dorsal, antissepsia - cateterização da uretra e torniquete. - incisão triangular da 
pele no aspecto ventral do pênis: ápice do triangulo em direção caudal, 3 cm da base e 4 cm do lado. - 
retirada de tecido conectivo no interior do triângulo: até a visualização da uretra. - incisão longitudinal 
sobre a uretra. - sutura das bordas da uretra às bordas da pele ao longo dos lados da incisão triangular: 
sempre com pontos simples separados e fio absorvível. - transecção da uretra e do pênis: ângulo 
levemente obliquo da base do triangulo em sentido cranial até a superfície dorsal. - ligadura de vasos 
maiores. - sutura da túnica albugínea sobre o corpo cavernoso do pênis: sempre com pontos simples 
separados e fio absorvível. - sutura da uretra à pele da extremidade distal do pênis: sempre com pontos 
simples separados e fio absorvível. 
 
HEMATOMA PENIANO 
ETIOLOGIA: - Pênis bovino fibroso e passível de fraturas. 
- laceração transversal da túnica albugínea (geralmente dorsal) do corpo caversono com extravasamento 
de sangue e formação de hematomas. 
- principais causas: pressão sanguínea do pênis ereto (14.000 mmHg). 
- choque do pênis ereto contra o períneo da fêmea: animais agressivos, jovens inexperientes ou desvios 
patológicos do pênis. 
DIAGNÓSTICO: - visualização de aumento de volume: diferenciar edema de hematoma - normalmente 
lesão ocorre distal à flexura sigmóide, caudal à bainha prepucial e anterior à bolsa escrotal, com tamanho 
que depende de quantas vezes o animal tentou a monta após a ruptura. - lesões com mais de 7 dias 
podem não apresentar edema e possuir inicio de aderências que dificultam o tratamento e pioram o 
prognóstico. 
TRATAMENTO: - tratamento conservativo: - repouso por 60 a 90 dias. - hidroterapia (duchas). 
- antibióticos (2 semanas) 
OBS: o hematoma normalmente se organiza e é reabsorvido em 15 dias. Relação tempo de 
diagnóstico/prognóstico: - 5 a 7 dias: 75% de sucesso - 7 a 14 dias: 60 % de sucesso - após 14 dias: 
prognóstico desfavorável 
-tratamento cirúrgico: 
- sedação e bloqueio local - contenção em decúbito lateral (aumento de volume para cima). - incisão de 
pele e subcutâneo sobre a parte mais protuberante do aumento de volume - retirada manual dos coágulos 
do hematoma - verificação da presença de aderências através da exposição do pênis - debridamento e 
sutura das bordas da túnica albugínea: pontos simples separados com fio absorvível nº 2 - sutura de pele 
no padrão colchoeiro utilizando fio inabsorvivel. 
PROGNÓSTICO: - >20 cm: cirurgia 80% de sucesso X tratamento médico 30% de sucesso. 
- < 20 cm: médico 80% de sucesso. 
COMPLICAÇÕES: - contaminação: formação de abscessos – aderências - formação de shunts 
vasculares: animal não consegue ereção completa - formação de trombos no corpo cavernoso - recidiva 
do hematoma. 
 
ACROBUSTITE 
DEFINIÇÃO E ETIOLOGIA: - inflamação da ponta da mucosa prepucial: acropostite ou umbigueira 
- fatores hereditários: - bainha prepucial muito longa: orifício prepucial grande, - excesso de mucosa 
prepucial, - defeito nos músculos retratores do prepúcio. 
- raças mais susceptíveis: santa Gertrudes, brangus, angus e hereford. 
SINAIS CLINICOS: - dor, edema, hemorragia, eversão do prepúcio, dor durante a monta, perda de libido. 
TRATAMENTO: - cirúrgico: - anestesia geral ou sedação e anestesia local infiltrativa. 
- técnica cirúrgica: 
- ressecção e anastomose da pele na mucosa prepucial (marsupialização). - amputação cirúrgica da 
mucosa prepucial exteriorizada. 
- Complicações: - encurtamento da mucosa prepucial (deve ser 2x mais longa que a parte livre do pênis). 
- contração cicatricial do óstio prepucial pode provocar fimose 
- deiscência de pontos e infecção da ferida. 
- Pós operatório para cirurgias do pênis e prepúcio: - antibioticoterapia - AINES, ducha, caminhada: 
minimizar o edema. - retirada dos pontos em 15 dias. - isolar o animal das fêmeas por 3- 4 semanas. 
 
UROLITÍASE 
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA: - acumulo e precipitação de cristalóides na urina= formação de 
concreções (pedras=urólitos) que podem provocar: obstrução uretral, ruptura de uretra,
ruptura de bexiga 
→ impedem a eliminação de urina. 
- ocorrência: bovinos, caprinos e ovinos. Raças e sexo. Criação intensiva ou extensiva. 
- mais comum em machos: afetando principalmente garrotes, carneiros/bodes castrados. 
- anatomia uretral: comprimento, espessura, flexura sigmóide - processo uretral (apêndice vermiforme). 
- fatores predisponentes: descamação de células epiteliais em processos inflamatórios do trato urinário. 
- consumo de ração com excesso de proteínas - elevado pH urinário - baixa ingestão de água. 
PATOGENIA: - dieta nutricional: cálculos de silicato e carbonato de cálcio: formados pelo consumo de 
pastagem contendo alto teor de silício juntamente com rações ricas em concentrado (excesso de 
mucoproteínas que se unem ao núcleo cristalóide) 
- cálculos de estruvita (sulfato de magnésio e amônio): consumo de ração com base em cereais contendo 
alto teor de fósforo e magnésio. 
- Ph: acidifição da urina favorece apenas a dissolução de cálculos de estruvita reduzindo sua incidência. 
- Ingestão de água: urolitiase ocorre mais frequentemente no inverno devido a menor ingestão de água e 
aumento de cristalóides na urina - a quantidade de sal presente na dieta influencia a ingestão de água e 
pode e ajudar a prevenir a urolitiase - água com alto teor de sílica: típica em solos arenosos. 
OBSTRUÇÃO URETRAL →SINAIS CLINICOS: - animal inquieto, escoiceando o abdômen e forçando a 
eliminação da urina, que sai na forma de gotejamento corado de sangue ou pode nem sair (anuria). - 
deposição de pequenos cristais nos pelos prepuciais ou no processo uretral -Pulsação da uretra e 
tumefação na região da flexura sigmóide - elevação da temperatura, FC e FR devido a dor - ruptura de 
uretra ou bexiga em no Maximo 48 horas 
RUPTURA DE URETRA→SINAIS CLINICOS: - anorexia - acumulo de urina no tecido subcutâneo a partir 
do ponto de necrose uretral até a parede abdominal ventral e prepúcio - aspiração do conteúdo pode obter 
liquido transparente, sem odor característico de urina: aquecer o liquido para confirmar. 
RUPTURA DE BEXIGA →SINAIS CLINICOS: - alivio imediato da dor - aparecimento dos sinais 24 a 48 
horas após a ruptura: pelos prepuciais secos, uremia e azotemia, depressão e anorexia, desidratação, 
distensão abdominal ventral, dor abdominal devido à peritonite. 
DIAGNÓSTICO - anamnese: tipo de alimentação, fornecimento e qualidade da água. - exame clinico: 
sinais vitais, freqüência e volume de micção, palpação da bexiga, odor da urina. - exames laboratoriais: 
urinalise: hematúria, cristalúria, proteinuria - bioquímica sérica: uréia e creatinina aumentadas - 
abdominocentese: uroperitôneo. - exame radiográfico contrastado - exame ultrassonográfico. 
DIAGNOSTICOS DIFERENCIAIS: - obstrução da uretra → indigestão aguda, obstrução intestinal 
- ruptura de uretra → abscessos prepuciais e subcutâneos, hérnias umbilicais, hematoma peniano 
- ruptura de bexiga → timpanismo, indigestão vagal, ascite. 
TRATAMENTO 
1. Conservativo: 
- relaxantes musculares e anti-espamódicos: função de facilitar a saída dos cálculos. Acepromazina, 
diazepam, amidopromazina, escopolamida. - acidificação da urina: vitamina C ou cloreto de amônio - 
correção da dieta - animais com ruptura de bexiga necessitam de fluidoterapia e remoção do liquido da 
cavidade peritoneal (drenagem via cateter). 
2. cirúrgico: - sondagem da uretra, amputação do processo uretral, uretrotomia, uretrostomia, cistorrafia. 
- técnica cirúrgica: URETROSTOMIA PERIANAL 
- sedação e anestesia epidural caudal com animal em estação ou em decúbito dorsal - palpação do pênis 
na porção caudal a bolsa escrotal - incisão de pele (10 cm) sobre a linha mediana da região perineal - 
dissecção romba até alcançar o pênis - incisão sobre a uretra para a retirada dos cálculos (inserção de 
cateter em sentido cranial e sentindo caudal) - sutura da uretra à pele (pontos simples separados ,fio 
absorvível). 
PREVENÇÃO: nutricional: - suplementação com sal mineral: correção da relação Ca/P (2:1). 
- utilização de sal branco: aumenta a ingestão de água. cloretos são mais solúveis que fosfato de 
magnésio e também se ligam a mucoproteínas reduzindo a formação de cálculos 
- cloreto de amônio (0,5% da ração) ou vitamina C: acidifica a urina e impede a formação de cálculos de 
estruvita. - evitar excesso de grãos na dieta. - fornecimento de volumoso e água de boa qualidade - 
suplementação com vitamina A: evitar a descamação excessiva do epitélio da bexiga - evitar uso de 
estrógenos: metaplasia escamosa do epitélio do trato genito-urinario. - cuidados com alimentos ricos em 
oxalatos, sílicas e magnésio. 
CORREÇÃO DO MANEJO - evitar castração precoce: pode permitir maior desenvolvimento da uretra e 
diminuir a ocorrência de urolitíase. 
 
ENFERMIDADES CIRURGICAS DO TRATO RESPIRATÓRIO DOS EQUINOS 
 
INTRODUÇÃO: - Principais abordagens cirúrgicas do trato respiratório são realizadas sobre a porção 
anterior: narinas, fossas nasais, seios paranasais, nasofaringe, laringe e bolsas guturais. 
- Enfermidades: sinusite, hematoma etmoidal, doenças de bolsa gutural: timpanismo, empiema e micose, 
deslocamento dorsal do palato mole, aprisionamento da epiglote, hemiplegia laríngea. 
 
SINUSITE 
DEFINIÇÃO: - Inflamação dos seios paranasais em resposta a infecção bacteriana primaria ou 
secundária. - Periostite alveolar, fratura dentária e neoplasias ou infecções virais. 
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA: - Principal agente: Streptococcus spp. - Seio frontal e maxilar: mais 
comumente afetados. - Maior ocorrência entre 4 e 10 anos de idade. 
SINAIS CLINICOS: - Variam com etiologia, localização e extensão do envolvimento sinusal 
- Corrimento nasal mucopurulento (mais comum → devido a infecção bacteriana secundária, há formação 
de pus), respiração com odor fétido, dispnéia e ruídos respiratórios, assimetria facial, fistulas faciais. 
 - Menos comuns: epistaxe (sangramento nasal), balanço de cabeça, perda de peso e sinais neurológicos 
(lesão de nervo craniano)(pitose labial, blefaroespasmo, alterações palpebrais). 
DIAGNÓSTICO: - Sinais clínicos, percussão dos seios nasais (delimitação da linha de secreção), 
radiografias (linha de fluido, lise óssea ou doença periodontal), endoscopia, trepanação (perfuração de 
seio nasal) e retirada da secreção (cultivo, antibiograma, citologia). 
TRATAMENTO: - Trepanação → retirada da secreção e lavagem do seio com solução antisséptica diluída 
em fisiológica – PVPI ou clorexidina à 0, 2%. 
- Antibioticoterapia sistêmica por 10 a 14 dias. AINES. 
OBS: tratamento utilizando somente antibiótico possui alta taxa de recidivas. 
 
NEOPLASIAS EM SEIOS PARANASAIS 
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA: - Mais comum em animais de meia idade (acima de 12 anoso 
- Tumores mais comuns: carcinomas de células escamosas: 85 a 90% 
- Tumores de origem óssea: 5 a 10%: osteomas, osteosarcomas e fibrossarcomas. 
- Melanomas, adenocarcinomas e linfosarcomas são mais raros. 
SINAIS CLINICOS: Corrimento nasal fétido e/ ou epistaxe. Oclusão nasal, dispnéia e ruídos respiratórios, 
assimetria facial. 
DIAGNÓSTICO: Radiografia, endoscopia, biopsia ou histopatologia (guiada pelo endoscópio ou através de 
trepanação). 
TRATAMENTO: remoção cirúrgica; eutanásia. 
 
HEMATOMA ETMOIDAL 
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA: - Massas angiomatosas benignas, de crescimento lento, mas de caráter 
progressivo e destrutivo, que acometem as conchas etmoidais. 
- Causas desconhecidas. Ocorre mais comumente em animais com mais de 8 anos de idade. 
- PSI e PSA são raças mais predispostas. 
CID: COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA. 
SINAIS CLINICOS: - Epistaxe intermitente uni ou bilateral: pode ser acompanhada de secreção 
mucopurulenta. Odor respiratório desagradável. Dispnéia. Ruídos respiratórios. Balanço de cabeça. 
Raramente observa-se assimetria de face. 
DIAGNÓSTICO: - Endoscopia: visualização do hematoma: massa capsulada, lisa e com coloração que 
pode variar de vermelha a verde enegrecida,
com estrias de sangue ou areas de ulceração. - Radiografia: 
delimitação e localização de massa com densidade aumentada, homogênea e de superfície regular. - 
Histopatologia: cápsula de tecido fibroso e epitélio respiratório com estroma altamente vascularizado. 
TRATAMENTO: -Ablação cirúrgica: hemorragia intensa. Muitas vezes é necessário tamponamento com 
gaze que impede respiração do animal → realizar traqueostomia. - Infusão de formalina à 10%. - 
Criocirurgia. - Hematomas menores que 5 cm: ablação via endoscopia utilizando laser. 
OBS: independente do tratamento realizado, 30 a 50 % de recidivas dentro de meses ou até alguns anos. 
 
BOLSA GUTURAL 
CARACTERISTICAS ANATOMICAS E FISIOLÓGICA: - Divertículos cheio de ar: prolongamento caudo-
ventral da tuba auditiva - Comunicação entre o ouvido médio e a laringe. - Cada bolsa e dividida pelo osso 
estiloióide em compartimento lateral e medial. 
- Estruturas importantes: - VII, IX, X, XI e XII nervos cranianos. 
- carótida interna, carótida externa, artéria maxilar. 
 
TIMPANISMO DE BOLSA GUTURAL 
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA: - Acomete animais após o nascimento até 1 ano e meio de idade. Sem 
causa estabelecida. - Teoria proposta: defeito na prega salpingofaríngea, permitindo a entrada de ar, mas 
impedindo a saída desse ar. 
SINAIS CLINICOS: - Tumefação flutuante, macia e indolor no espaço retro faríngeo. Dispnéia, extensão 
da cabeça e pescoço e disfagia. 
DIAGNÓSTICO: - Sinais clínicos, endoscopia, radiografia: distensão gasosa. 
TRATAMENTO: - Alivio temporário por meio de descompressão percutânea no ponto de maior distensão, 
através do triangulo de Viborg. - Fenestração do septo mediano entre as duas bolsas: somente em casos 
unilaterais. - Excisão cirúrgica da prega salpingofaríngea. 
 
EMPIEMA DE BOLSA GUTURAL 
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA: - Acumulo de material purulento. 
- Infecção das bolsas guturais podem ocorrer através da abertura faríngea ou por disseminação linfática: 
secundaria ao garrotilho na ruptura de abcessos retro faríngeo. 
- Normalmente unilateral. 
SINAIS CLINICOS: - Corrimento nasal purulento intermitente uni ou bilateral que piora com o abaixamento 
ou flexão da cabeça: o corrimento normalmente é inodoro e de coloração branca ou amarelada. - 
Aumento de volume da região parotidea, dispnéia e ruídos respiratórios, disfagia, sinais de lesão sobre 
nervos cranianos: ptose labial e miose 
DIAGNÓSTICO: - Radiografia: linha de fluido ou condróides. Endoscopia. 
TRATAMENTO CONSERVATIVO: Antibioticoterapia sistêmica: pode diminuir a quantidade de secreção. 
- Lavagem diária da bolsa gutural com solução fisiológica: cateter de Chambers: 
OBS: não utilizar antissepticos devido ao potencial irritante sobre estruturas nobres e manter a cabeça do 
animal abaixada durante a lavagem para evitar a aspiração de fluido. 
TRATAMENTO CIRURGICO: Permite a retirada de condróides. 
4 pontos de acesso: 
- hiovertebrotomia: drenagem ruim e presença da glândula parótida e estruturas neurovasculares. 
Triangulo de viborg: exposição ruim e presença de ductos parotideos. 
Whitehouse: precisa estar em decúbito esternal 
Whitehouse modificada: excelente drenagem ventral e acesso ao septo entre as bolsas. 
 
MICOSE DE BOLSA GUTURAL 
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA: - Infecção fungica intimamente ligada a estruturas neurovasculares e 
que pode provocar erosões em mucosas e vasos e lesões em nervos. - Principal agente: Aspergillus 
nidullans - Maior ocorrência em climas quentes. - Deve ser considerada emergência em vista do risco de 
hemorragias fatais. 
SINAIS CLINICOS: - Epistaxe espontânea uni ou bilateral: erosão fungica da artéria carótida interna. 
Disfagia: lesão nos ramos faríngeos dos nervos vago e glossofaríngeo. Postura anormal da cabeça, dor na 
região da parótida, ruídos respiratórios, paralisia facial. 
DIAGNÓSTICO: - Sinais clínicos: epistaxe, disfunção de nervos cranianos. Endoscopia: lesões com 
tamanho e coloração variada. 
TRATAMENTO CONSERVATIVO: - Infusões tópicas: tiobedazol, nistatina, miconasol, cetoconazol, 
anfotericina B. - Resultados variáveis. Risco de ruptura de vasos durante o tratamento. 
TRATAMENTO CIRURGICO: - Oclusão cirúrgica dos vasos acometidos. OBS: prognóstico reservado a 
ruim. 
 
DESLOCAMENTO DORSAL DO PALATO MOLE 
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA: - Posicionamento não anatômico do palato mole dorsalmente a epiglote. 
- Possíveis causas: faringite com hiperplasia linfóide de grau elevado. - neuropatias ou atrofias 
neurogênicas da musculatura do palato: principalmente após empiema ou micose de bolsas guturais. - 
secundaria ao botulismo ou intoxicação por chumbo. - boca aberta e flexão da cabeça durante o exercício 
e retração da laringe. 
PATOGENIA: - Com o deslocamento, a área da laringe diminui provocando ruídos respiratórios e queda 
de performance. 
SINAIS CLINICOS: - Ruído expiratório: ar passa a ser expirado também pela cavidade oral de forma 
intermitente ou persistente. Intolerância ao exercício. Tosse. 
DIAGNOSTICO : - Sinais clínicos: presença de ruídos expiratórios, principalmente durante o exercício. 
- Radiografia: ausência da silhueta normal da epiglote. Endoscopia. 
TRATAMENTO 
Conservativo: Amarrar a língua com tiras de couro durante o exercício. 
Cirúrgico: Miectomia parcial do esternotireohióideo: retração de laringe. - Ressecção caudal da borda do 
palato mole: estafilectomia - Aumento artificial da epiglote pela injeção de teflon: somente em casos de 
hipoplasia de epiglote – pouco efetiva. 
COMPLICAÇÕES: - Infecção da laringotomia ou ressecção em excesso do palato mole, permitindo 
aspiração do conteúdo alimentar. 
 
APRISIONAMENTO DE EPIGLOTE 
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA: - Fixação da epiglote por tecido subepiglótico e pregas 
aritenoepiglóticas que recobrem o ápice, as laterais e parte da superfície dorsal da epiglote. 
- Principal causa: hipoplasia da epiglote. 
PATOGENIA: - Epiglote aprisionada obstrui a passagem de ar. 
Restrição de movimento da epiglote leva a disfagia. 
SINAIS CLINICOS: - Intolerância ao exercício, ruídos respiratórios e expiratórios, tosse e disfagia. 
DIAGNÓSTICO: - Endoscopia: epiglote recoberta pelas pregas aritenoepiglóticas, que em casos crônicos 
podem estar ulceradas ou com reações granulomatosas. Radiografias: epiglotes com menos de 7,5 cm de 
comprimento podem estar aprisionadas. 
TRATAMENTO: -Ressecção cirúrgica da prega por: laringotomia, acesso oral, laser via endoscopia. 
COMPLICAÇÕES - Deslocamento dorsal de palato mole: 20% dos animais - Laceração de palato mole, 
epiglote e faringe: acidente cirúrgico. Recidivas. 
 
HEMIPLAGIA DE LARINGE 
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA:- Paresia ou paralisia da musculatura laríngea impedindo a abdução e 
adução das cartilagens aritenóides. 
- Principais causas: neuropatia do nervo laríngeo recorrente: empiema de bolsas guturais, abcessos 
perineurais, neoplasias, intoxicações por organofosforados, deficiência de tiamina, lesões traumáticas 
neurais ou perineurais no nervo laríngeo recorrente - Maior ocorrência em cavalos de corrida entre 2 e 3 
anos de idade. Mais comum do lado esquerdo. 
PATOGENIA: - Lesão do nervo laríngeo recorrente: responsável pela contração do músculo crico- 
aritenoídeo dorsal que realiza a abdução da cartilagem aritenóide. - Atrofia neurogênica da musculatura 
envolvida. - Movimentação inadequada das aritenóides aumenta a resistência de ar na inspiração: piora 
durante o exercício. 
SINAIS CLINICOS: - Intolerância ao exercício. Ruídos respiratórios: dispnéia tanto na inspiração quanto 
na expiração. Mais audível na inspiração: chiado ou ronco. 
DIAGNOSTICO Sinais clínicos. Endoscopia. Avaliar o animal em repouso e durante o exercício: redução 
na abdução e adução das cartilagens aritenóides Slap test 
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO OS ACHADOS ENDOSCÓPIOS 
Grau I: movimentos simétricos e sincrônicos das cartilagens aritenoides. 
Grau II: movimentos assimétricos, mas sincrônicos das cartilagens:
abdução completa quando estimulada. 
Grau III: movimentos assimétricos e assincronicos das cartilagens: abdução incompleta. 
Grau IV: cartilagem aritenóide sem movimento. 
TRATAMENTO: 
Laringoplastia: técnica mais efetiva 
Incisão de 8 a 10 cm. Divulsão do tecido ao redor da laringe utilizando os dedos indicadores. Incisão 
dividindo os músculos tirofaringeo e cricofaríngeo. Sutura da cartilagem cricóide ao processo muscular da 
cartilagem aritenóide. 
Ventriculectomia: reduz o ruído respiratório, mas não aumenta o fluxo respiratório. 
Pode ser utilizada em combinação com a laringoplastia. 
Ruptura da membrana que limita os ventrículos laríngeos através de uma laringotomia. 
Cordectomia: laser via endoscopia 
 
DOENÇA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO DE RUMINANTES 
 
CAVIDADE NASAL 
DOENÇAS MECANICAS OU OBSTRUTIVAS 
CONGÊNITAS 
Etiologia: - cistos, anomalias craniais, má formação da laringe. 
Patogenia:- desenvolvimento etiológico: dificuldade mecânica respiratória 
Sinais Clínicos:- dispnéia progressiva e inspiratória, sons de ronco ou respiração estertosa 
Diagnóstico: - inspeção das narinas e cavidade oral 
- endoscopia, radiografias cranianas, aspiração e citologia, culturas – diferenciais a outras patologias. 
Tratamento: - remoção cirúrgica e drenagem cística 
Prognóstico: desfavorável. 
ADQUIRIDAS 
Etiologia: - abscessos faringeanos, aumento de linfonodos, neoplasias, corpos estranhos 
Patogenia: - desenvolvimento etiológico: dificuldade mecânica respiratória 
Sinais clínicos: - dispnéia respiratória, respiração estertosa e de boca aberta, febre, descarga nasal uni 
ou bilateral, redução do fluxo de ar, inchaço externo localizado. 
Diagnóstico: - inspeção das narinas e cavidade oral: fluxo de ar e odor - swab, aspirado citológico, cultura 
em inchaços, biopsias para histopatológico- diferenciais a outras patologias (corticóide e antibiótico. 
Tratamento: - remoção da causa primaria, antibioticoterapia de amplo espectro, lavagem local, drenagem, 
trepanação sinusal. 
Prognóstico: - depende da etiologia 
SEIOS PARANASAIS 
SINUSITE: - comum em bovinos, rara em ovinos e caprinos. - seios frontal e maxilar são mais 
comumente envolvidos. 
ETIOLOGIA - infecções bacterianas secundarias a lesões traumáticas: descornas mal realizadas ou 
infecções em raízes dentarias. - fratura de ossos da face. - viroses do trato respiratório anterior. - cistos 
ou neoplasias. 
SINAIS CLINICOS - normalmente somente um dos seios é afetado: mas a secreção nasal mucopurulenta 
pode ser uni ou bilateral - leve aumento nos ruídos respiratórios - odor respiratório fétido ( sempre vai ter, 
devido a infecção). - aumento de volume facial - febre, depressão, anorexia e diminuição na produção. 
DIAGNÓSTICO - sinais clínicos e histórico. – endoscopia - delimitação da linha de secreção acumulada: 
percurssão dos seios paranasais. - exame radiográfico: linha de fluido, lise óssea ou doença periodontal. 
- perfuração sinusal diagnóstica: trepanação e retirada da secreção: cultivo e citologia. 
 TRATAMENTO - TREPANAÇÃO: retirada da secreção. - lavagem: solução antisséptica diluída em 
fisiológica: PVPI ou clorexidina a 0,2%. Permanganato de potássio 1/1000. 
- técnica cirúrgica: trepanação dos seios frontais: 
- animal sedado + anestesia local - incisão dorsal a linha horizontal imaginária que passa pela borda dorsal 
das órbitas a 2- 2,5 cm lateral ao ponto de interseção com linha mediana sagital. - incisão de 5cm através 
de pele, subcutâneo e periósteo: deixar periósteo unido a pele. Remoção do disco ósseo pelo trépano. 
- tratamento pós- operatório: limpeza local da ferida - antibioticoterapia sistêmica por 10 a 14 dias - anti-
inflamatórios não esteróides: fenilbutazona: 6mg/kg/VO/SID/I. – flunexina meglumina: 1,1 a 2,2 mg/kg/SID 
- prognóstico: favorável 
 
LARINGE E TRAQUEIA 
LARINGITE E TRAQUEÍTE 
ETIOLOGIA: - IBR, lesões traumáticas, obstruções por corpo estranho. 
PATOGENIA: - irritação da mucosa que produz tosse intensificando a inflamação que resulta em 
obstrução parcial das vias e dispnéia. 
SINAIS CLINICOS: - tosse aguda, dispnéia inspiratória e febre, traumas. Dispnéia. 
DIAGNÓSTICO: - sinais clínicos, palpação de laringe e traquéia, lavado traqueobrônquico, endoscopia. 
TRATAMENTO: complicação viral: terapia suporte. 
- complicação bacteriana: antibióticos de amplo espectro. 
- sintomático: anti-inflamatórios não esteroidais 
- traqueotomia (abertura temporária)/ traqueostomia (abertura definitiva que permite passagem de ar aos 
pulmões). 
- pré operatório: tricotomia na linha média do pescoço. Antibioticoterapia profilática. Anestesia geral 
(complementar a outra cirurgia) ou sedação e anestesia local. 
- técnica cirúrgica: - local da incisão variável de acordo com a etiologia TRAQUEOTOMIA → 1/3 superior 
do pescoço. TRAQUEOSTOMIA → ponto médio do pescoço. 
- técnica cirúrgica temporária: traqueotomia 
- incisão: 10 cm na pele, geralmente 1/3 superior do pescoço - divulsionar o subcutâneo e dividir os 
músculos esternotiróideos - identificar os anéis traqueais e incisar entre eles: incisão bilateral de 1cm no 
sentido horizontal - introdução da sonda de traqueostomia. 
- técnica cirúrgica permanente: traqueostomia 
- incisão de pele de 10 cm no ponto médio do pescoço - identificar os anéis traqueais e remover pedaço 
elíptico de cartilagem: abertura arredondada: os anéis traqueais nunca devem ser completamente 
separados. - colocação e fixação da cânula a pele: pontos simples, separados, nylon 3-0 ou 2-0 - se a 
abertura for muito ampla o ar pode escapar para o subcutâneo produzindo enfisema localizado ou 
generalizado. 
 - pós operatório: em ambos os métodos, a incisão não é fechada: após a remoção do tubo endotraqueal a 
incisão deve ser deixada cicatrizar por segunda intenção. Antibioticoterapia, curativo local. 
- retirar e limpar a sonda 1-2x/dia: depende da quantidade de secreção acumulada.

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