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FILOSOFIAFILOSOFIA
2
QUESTÃO 01
Na ética contemporânea, o sujeito não é mais um 
sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, 
nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é 
simultaneamente os dois, na medida em que é um 
sujeito histórico-social. Assim, a ética adquire um 
dimensionamento político, uma vez que a ação do 
sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora da relação 
social coletiva. Desse modo, a ética se entrelaça, 
necessariamente, com a política, entendida esta como 
a área de avaliação dos valores que atravessam as 
relações sociais e que interliga os indivíduos entre si.
SEVERINO, A. J. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1992 (adaptado).
O texto, ao evocar a dimensão histórica do processo 
de formação da ética na sociedade contemporânea, 
ressalta
A	Os conteúdos éticos decorrentes das ideologias 
político-partidárias. 
B	O valor da ação humana derivada de preceitos 
metafísicos. 
C	A sistematização de valores desassociados da 
cultura.
D	O sentido coletivo e político das ações humanas 
individuais. 
E	O julgamento da ação ética pelos políticos eleitos 
democraticamente.
QUESTÃO 02
Panayiotis Zavos “quebrou” o último tabu da 
clonagem humana – transferiu embriões para o útero 
de mulheres, que os gerariam. Esse procedimento é 
crime em inúmeros países. Aparentemente, o médico 
possuía um laboratório secreto, no qual fazia seus 
experimentos. “Não tenho nenhuma dúvida de que 
uma criança clonada irá aparecer em breve. Posso não 
ser eu o médico que irá criá-la, mas vai acontecer”, 
declarou Zavos. “Se nos esforçarmos, podemos ter um 
bebê clonado daqui a um ano, ou dois, mas não sei se 
é o caso. Não sofremos pressão para entregar um bebê 
clonado ao mundo. Sofremos pressão para entregar um 
bebê clonado saudável ao mundo.”
CONNOR, S. Disponível em: www.independent.co.uk. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado).
A clonagem humana é um importante assunto de reflexão 
no campo da bioética que, entre outras questões, 
dedica-se a
A	Refletir sobre as relações entre o conhecimento da 
vida e os valores éticos do homem. 
B	 Legitimar o predomínio da espécie humana sobre as 
demais espécies animais no planeta. 
C	Relativizar, no caso da clonagem humana, o uso dos 
valores de certo e errado, de bem e mal.
D	 Legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os 
processos de reprodução humana e animal.
E	Fundamentar técnica e economicamente as 
pesquisas sobre células-tronco para uso em seres 
humanos.
3
QUESTÃO 03
É alarmante constatar que a legislação diária do 
Brasil é uma regulamentação do “não pode”, a palavra 
“não” que submete o cidadão ao Estado, sendo usada 
de forma geral e constante. Ora, é precisamente por 
tudo isso que conseguimos descobrir e aperfeiçoar 
um modo, um jeito, um estilo de navegação social que 
passa sempre nas entrelinhas desses peremptórios e 
autoritários “não pode!”. Assim, entre o “pode” e o “não 
pode”, escolhemos, de modo chocantemente antilógico, 
mas singularmente brasileiro, a junção do “pode” com o 
“não pode”.
DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? 12. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.
No texto anterior, Roberto DaMatta discorre sobre uma 
prática socialmente enraizada na cultura brasileira 
conhecida como
A	Autoritarismo excludente.
B	Ética do meio termo.
C	Democracia racial.
D	 Jeitinho brasileiro.
E	Corrupção ativa.
QUESTÃO 04
Nossa felicidade depende daquilo que somos, de 
nossa individualidade; enquanto, na maior parte das 
vezes, levamos em conta apenas a nossa sorte, apenas 
aquilo que temos ou representamos. Pois, o que alguém 
é para si mesmo, o que o acompanha na solidão e 
ninguém lhe pode dar ou retirar, é manifestamente mais 
essencial para ele do que tudo quanto puder possuir ou 
ser aos olhos dos outros. Um homem espiritualmente 
rico, na mais absoluta solidão, consegue se divertir 
primorosamente com seus próprios pensamentos e 
fantasias, enquanto um obtuso, por mais que mude 
continuamente de sociedades, espetáculos, passeios e 
festas, não consegue afugentar o tédio que o martiriza.
(Schopenhauer. Aforismos sobre a sabedoria de vida, 2015. Adaptado.)
Com base no texto, é correto afirmar que a ética de 
Schopenhauer
A	Corrobora os padrões hegemônicos de 
comportamento da sociedade de consumo atual. 
B	Valoriza o aprimoramento formativo do espírito como 
campo mais relevante da vida humana.
C	Valoriza preferencialmente a simplicidade e a 
humildade, em vez do cultivo de qualidades 
intelectuais.
D	Prioriza a condição social e a riqueza material como 
as determinações mais relevantes da vida humana. 
E	Realiza um elogio à fé religiosa e à espiritualidade 
em detrimento da atração pelos bens materiais.
4
QUESTÃO 05
A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão 
de agradar a Deus, muito menos de fidelidade a regras 
abstratas. A moralidade é a tentativa de criar a maior 
quantidade de felicidade possível neste mundo. Ao 
decidir o que fazer, deveríamos, portanto, perguntar 
qual curso de conduta promoveria a maior quantidade 
de felicidade para todos aqueles que serão afetados.
RACHELS. J. Os elementos da filosofia moral, Barueri-SP; Manole. 2006.
Os parâmetros da ação indicados no texto estão em 
conformidade com uma
A	Fundamentação científica de viés positivista.
B	Convenção social de orientação normativa.
C	Transgressão comportamental religiosa.
D	Racionalidade de caráter pragmático.
E	 Inclinação de natureza passional.
QUESTÃO 06
Passamos de uma sociedade política a uma 
sociedade organizacional, entendida esta última como 
uma sociedade de gestão sistêmica e tecnocrática que 
serve de legitimação e referência aos direitos da pessoa 
e, portanto, define uma liberdade de maneira totalmente 
privada. Tudo se reduz ao exercício pragmático do 
controle e da influência. A referência à cidadania 
não desaparece, mas reduz-se à participação nas 
eleições, numa sociedade de massa totalmente aberta 
à propaganda e amplamente entregue às solicitações 
mercantis e às modas.
DUPAS, Gilberto. Atores e poderes na nova ordem global: assimetrias, instabilidades e 
imperativos de legitimação. São Paulo: Editora UNESP, 2005.
Segundo o texto, a cidadania no século XXI passa por 
um processo de
A	Vinculação a um ambiente politicamente democrático 
e liberalizante. 
B	Substituição do seu sentido ampliado pelo modelo 
individualizado.
C	Reconhecimento da importância do marketing 
político nas campanhas.
D	Enfraquecimento da legitimidade dos processos 
decisórios pelo voto. 
E	Valorização das ações de construção do consumo no 
mundo atual.
5
QUESTÃO 07
Fundamos, como afirmam alguns cientistas, o 
antropoceno: uma nova era geológica com altíssimo 
poder de destruição, fruto dos últimos séculos que 
significaram um transtorno perverso do equilíbrio do 
sistema-Terra. Como enfrentar esta nova situação 
nunca ocorrida antes de forma globalizada e profunda? 
Temos pessoalmente trabalhado os paradigmas da 
sustentabilidade e do cuidado como relação amigável 
e cooperativa para com a natureza. Queremos, agora, 
agregar a ética da responsabilidade.
BOFF, L. Responsabilidade coletiva. 
Disponível em: http://leonardoboff.wordpress.com. Acesso em: 14 maio 2013.
A ética da responsabilidade protagonizada pelo filósofo 
alemão Hans Jonas e reivindicada no texto é expressa 
pela máxima
A	 “A tua ação possa valer como norma para todos os 
homens.”
B	 “A norma aceita por todos advenha da ação 
comunicativa e do discurso.”
C	 “A tua ação possa produzir a máxima felicidade para 
a maioria das pessoas.”
D	 “O teu agir almeje alcançar determinados fins que 
possam justificar os meios.”
E	 “O efeito de tuas ações não destrua a possibilidade 
futura da vida das novas gerações.”
QUESTÃO 08
Quino
A figura do inquilino ao qual a personagem da tirinha se 
refere é o(a)
A	Constrangimento por olhares de reprovação.
B	Costume importo aos filhos por coação.
C	Consciência da obrigação moral.
D	Pessoa habitante da mesma casa. 
E	Temor de possível castigo.
6
QUESTÃO 09
A promessa da tecnologia moderna se converteuem uma ameaça, ou esta se associou àquela de forma 
indissolúvel. Ela vai além da constatação da ameaça 
física. Concebida para a felicidade humana, a submissão 
da natureza, na sobremedida de seu sucesso, que agora 
se estende à própria natureza do homem, conduziu 
ao maior desafio já posto ao ser humano pela sua 
própria ação. O novo continente da práxis coletiva que 
adentramos com a alta tecnologia ainda constitui, para 
a teoria ética, uma terra de ninguém.
JONAS. H. O princípio da responsabilidade. 
Rio de Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2011 (adaptado).
As implicações éticas da articulação apresentada no 
texto impulsionam a necessidade de construção de um 
novo padrão de comportamento, cujo objetivo consiste 
em garantir o(a)
A	Pragmatismo da escolha individual.
B	Sobrevivência de gerações futuras.
C	Fortalecimento de políticas liberais.
D	Valorização de múltiplas etnias.
E	Promoção da inclusão social.
QUESTÃO 10
Uma criança com deficiência mental deve ser 
mantida em casa ou mandada a uma instituição? Um 
parente mais velho que costuma causar problemas deve 
ser cuidado ou podemos pedir que vá embora? Um 
casamento infeliz deve ser prolongado pelo bem das 
crianças?
MURDOCH, I. A soberania do bem. São Paulo: Unesp, 2013.
Os questionamentos apresentados no texto possuem 
uma relevância filosófica à medida que problematizam 
conflitos que estão nos domínios da
A	Política e da esfera pública.
B	Teologia e dos valores religiosos.
C	 Lógica e da validade dos raciocínios.
D	Ética e dos padrões de comportamento.
E	Epistemologia e dos limites do conhecimento.
7
QUESTÃO 11
TEXTO I
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento 
originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que 
outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar 
se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos 
são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar 
por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-
se em água. A água, quando mais condensada, 
transforma-se em terra, e quando condensada ao 
máximo possível, transforma-se em pedras.
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).
TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, 
como criador de todas as coisas, está no princípio 
do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo 
se nos apresentam, em face desta concepção, as 
especulações contraditórias dos filósofos, para os quais 
o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, 
como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga 
Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem 
ancorar o mundo numa teia de aranha.”
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram 
teses para explicar a origem do universo, a partir de uma 
explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo 
grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em 
comum na sua fundamentação teorias que
A	Eram baseadas nas ciências da natureza.
B	Refutavam as teorias de filósofos da religião.
C	Tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
D	Postulavam um princípio originário para o mundo.
E	Defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.
QUESTÃO 12
Alguns dos desejos são naturais e necessários; 
outros, naturais e não necessários; outros, nem naturais 
nem necessários, mas nascidos de vã opinião. Os 
desejos que não nos trazem dor se não satisfeitos 
não são necessários, mas o seu impulso pode ser 
facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação 
ou parecem geradores de dano.
EPICURO DE SAMOS. Doutrinas principais. In: SANSON, V. F. Textos de filosofia.
Rio de Janeiro: Eduff, 1974.
No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem 
tem como fim
A	Alcançar o prazer moderado e a felicidade.
B	Valorizar os deveres e as obrigações sociais.
C	Aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com 
resignação.
D	Refletir sobre os valores e as normas dadas pela 
divindade 
E	Defender a indiferença e a impossibilidade de se 
atingir o saber.
8
QUESTÃO 13
A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a 
mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não 
devem estar separados como na inscrição existente 
em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, 
e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que 
amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas 
mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós 
a identificamos como felicidade.
ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010.
Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais 
excelentes atributos, Aristóteles a identifica como
A	Busca por bens materiais e títulos de nobreza.
B	Plenitude espiritual e ascese pessoal.
C	Finalidade das ações e condutas humanas.
D	Conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas.
E	Expressão do sucesso individual e reconhecimento 
público.
QUESTÃO 14
Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor 
conjunto de normas e naquela dotada de homens 
absolutamente justos, os cidadãos não devem viver 
uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses 
tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as 
qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores 
os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável 
ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática 
das atividades políticas”.
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite 
compreender que a cidadania
A	Possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, 
pois é condenável que os políticos de qualquer época 
fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos 
cidadãos tem de trabalhar.
B	Era entendida como uma dignidade própria dos 
grupos sociais superiores, fruto de uma concepção 
política profundamente hierarquizada da sociedade.
C	Estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção 
política democrática, que levava todos os habitantes 
da pólis a participarem da vida cívica.
D	Tinha profundas conexões com a justiça, razão pela 
qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado 
às atividades vinculadas aos tribunais.
E	Vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles 
que se dedicavam à política e que tinham tempo para 
resolver os problemas da cidade.
9
QUESTÃO 15
A filosofia grega parece começar com uma ideia 
absurda, com a proposição: a água é a origem e a 
matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário 
deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: 
em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo 
sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o 
faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, 
porque nela, embora apenas em estado de crisálida, 
está contido o pensamento: Tudo é um.
NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o 
surgimento da filosofia entre os gregos?
A	O impulso para transformar, mediante justificativas, 
os elementos sensíveis em verdades racionais.
B	O desejo de explicar, usando metáforas, a origem 
dos seres e das coisas.
C	A necessidade de buscar, de forma racional, a causa 
primeira das coisas existentes.
D	A ambição de expor, de maneira metódica, as 
diferenças entre as coisas.
E	A tentativa de justificar, a partir de elementos 
empíricos, o que existe no real.
QUESTÃO 16
Compreende-se assim o alcance de uma 
reivindicação que surge desde o nascimento da cidade 
na Grécia antiga: a redação das leis. Ao escrevê-las, não 
se faz mais que assegurar-lhes permanência e fixidez. 
As leis tornam-se bem comum, regra geral, suscetível 
de ser aplicada a todos da mesma maneira.
VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1992 (adaptado).
Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga, 
ainda vigente no mundo contemporâneo, buscava 
garantir o princípio do(da)
A	 Isonomia — igualdade de tratamento aos cidadãos..
B	Transparência — acesso as informaçõesgovernamentais..
C	Tripartição — separação entre os poderes políticos 
estatais.
D	Equiparação — igualdade de gênero na participação 
política.
E	Elegibilidade — permissão para candidatura aos 
cargos públicos.
10
QUESTÃO 17
Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os 
seus amigos presumiam que a justiça era algo real e 
importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, 
as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas 
por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua 
sociedade. No entanto, essas regras não passavam de 
invenções humanas.
RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiya, 2009.
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no 
diálogo A República, de Platão, sustentava que a 
correlação entre justiça e ética é resultado de
A	Determinações biológicas impregnadas na natureza 
humana.
B	Verdades objetivas com fundamento anterior aos 
interesses sociais.
C	Mandamentos divinos inquestionáveis legados das 
tradições antigas.
D	Convenções sociais resultantes de interesses 
humanos contingentes.
E	Sentimentos experimentados diante de determinadas 
atitudes humanas.
QUESTÃO 18
Durante muito tempo, considerou-se que a Filosofia 
nascera por transformações que os gregos operaram na 
sabedoria oriental (egípcia, caldeia e babilônica). Assim, 
filósofos como Platão e Aristóteles afirmavam a origem 
oriental da Filosofia.
Os gregos, diziam eles, povo comerciante e 
navegante, descobriram, através das viagens, a 
agrimensura dos egípcios, a astrologia dos caldeus e 
dos babilônios, as genealogias dos persas, os mistérios 
religiosos orientais referentes aos rituais de purificação 
da alma etc. A filosofia teria nascido das transformações 
que os gregos impuseram a esses conhecimentos.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000. (adaptado).
As explicações contidas no texto demonstram que o 
processo de consolidação da Filosofia, na Grécia Antiga, 
foi consequência da
A	Disputa com outras culturas pelo monopólio do saber.
B	Apropriação inovadora da sabedoria de outras 
culturas.
C	Busca por saberes que fossem comercialmente 
rentáveis.
D	Subtração do conhecimento de civilizações mais 
prósperas.
E	Capacidade dos gregos de reproduzir invenções de 
outros povos.
11
QUESTÃO 19
A característica específica do homem em 
comparação com os outros animais é que somente ele 
tem o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto 
e de outras qualidades morais.
ARISTÓTELES. Política.
A virtude moral é um meio-termo entre dois vícios, 
um dos quais envolve o excesso e outro a deficiência, 
e isso porque a sua natureza é visar à mediania nas 
paixões e nos atos.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômano, livro II.
Refletindo sobre o papel da ética e da moral aristotélica na 
construção da sociedade, pode-se afirmar corretamente 
que
A	As ações do homem no mundo independem dos 
valores éticos/morais que as sociedades impõem 
sobre os indivíduos.
B	Apesar das diferenças entre os muitos grupos 
e comunidades humanas, os códigos morais 
permanecem inalterados.
C	A reflexão ética se restringe à busca de conhecimentos 
teóricos sobre os valores e condutas humanas em 
sociedade.
D	O seres humanos possuem a consciência moral, ou 
seja, a capacidade de observar a própria conduta e 
formular juízos, permitindo escolher seus próprios 
caminhos.
E	A ética está relacionada às normas que orientam 
o comportamento humano e a moral se aplica ao 
ramo da Filosofia que investiga os diversos sistemas 
éticos.
QUESTÃO 20
A quem não basta pouco, nada basta.
EPICURO. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1985.
Remanescente do período helenístico, a máxima 
apresentada valoriza a seguinte virtude:
A	Esperança, tida como confiança no porvir.
B	 Justiça, interpretada como retidão de caráter.
C	Temperança, marcada pelo domínio da vontade.
D	Coragem, definida como fortitude na dificuldade.
E	Prudência, caracterizada pelo correto uso da razão.
12
QUESTÃO 21
TEXTO I
Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde 
meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões 
como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu 
fundei em princípios tão mal assegurados não podia 
ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário 
tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-
me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e 
começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber 
firme e inabalável.
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. 
São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).
TEXTO II
É o caráter radical do que se procura que exige a 
radicalização do próprio processo de busca. Se todo o 
espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que 
aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada 
pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma 
daquelas que foram anteriormente varridas por essa 
mesma dúvida.
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).
A exposição e a análise do projeto cartesiano 
indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do 
conhecimento, deve-se
A	Retomar o método da tradição para edificar a ciência 
com legitimidade.
B	Questionar de forma ampla e profunda as antigas 
ideias e concepções.
C	 Investigar os conteúdos da consciência dos homens 
menos esclarecidos.
D	Buscar uma via para eliminar da memória saberes 
antigos e ultrapassados.
E	Encontrar ideias e pensamentos evidentes que 
dispensam ser questionados.
QUESTÃO 22
Posto que as qualidades que impressionam nossos 
sentidos estão nas próprias coisas, é claro que as 
ideias produzidas na mente entram pelos sentidos. O 
entendimento não tem o poder de inventar ou formar 
uma única ideia simples na mente que não tenha sido 
recebida pelos sentidos. Gostaria que alguém tentasse 
imaginar um gosto que jamais impressionou seu paladar, 
ou tentasse formar a ideia de um aroma que nunca 
cheirou. Quando puder fazer isso, concluirei também 
que um cego tem ideias das cores, e um surdo, noções 
reais dos diversos sons.
(John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado.)
De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se da
A	Reminiscência de ideias originalmente 
transcendentes.
B	Combinação de ideias metafísicas e empíricas.
C	Categorias a priori existentes na mente humana.
D	Experiência com os objetos reais e empíricos.
E	Relação dialética do espírito humano com o mundo.
13
QUESTÃO 23
Uma conversação de tal natureza transforma o 
ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e embaraça; 
leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma 
direção incomum: os temperamentais, como Alcibíades, 
sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que 
são capazes, mas fogem porque receiam essa influência 
poderosa, que os leva a se censurarem. E sobretudo 
a esses jovens, muitos quase crianças, que ele tenta 
imprimir sua orientação.
ABRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
O texto evidencia características do modo de vida socrático, 
que se baseava na
A	Contemplação da tradição mítica.
B	Sustentação do método dialético.
C	Relativização do saber verdadeiro.
D	Valorização da argumentação retórica.
E	 Investigação dos fundamentos da natureza.
QUESTÃO 24
Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, 
embora nossa memória possua todas as demonstrações 
feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de 
resolver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos 
filósofos, por ter lido todos os raciocínios de Platão e 
Aristóteles, sem poder formular um juízo sólido sobre 
o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter 
aprendido, não ciências, mas histórias.
DESCARTES. R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera 
o conhecimento, de modo crítico, como resultado da
A	 Investigação de natureza empírica. 
B	Retomada da tradição intelectual. 
C	 Imposição de valores ortodoxos. 
D	Autonomia do sujeito pensante. 
E	 Liberdade do agente moral. 
14
QUESTÃO 25
Suponhahomens numa morada subterrânea, em 
forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se estende 
sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá 
desde a infância, as pernas e o pescoço presos por 
correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e 
só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem 
de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao 
longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; 
entre a fogueira e os prisioneiros, há um caminho 
ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno 
muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores 
de marionetes armam entre eles e o público e sobre os 
quais exibem seus prestígios.
PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007.
Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação 
cultural do pensamento grego antigo, cuja ideia central, 
do ponto de vista filosófico, evidencia o(a) 
A	Caráter antropológico, descrevendo as origens do 
homem primitivo.
B	Sistema penal da época, criticando o sistema 
carcerário da sociedade ateniense.
C	Vida cultural e artística, expressa por dramaturgos 
trágicos e cômicos gregos.
D	Sistema político elitista, provindo do surgimento da 
pólis e da democracia ateniense.
E	Teoria do conhecimento, expondo a passagem do 
mundo ilusório para o mundo das ideias.
QUESTÃO 26
Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se 
devia regular pelos objetos; porém todas as tentativas 
para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse 
nosso conhecimento, malogravam-se com esse 
pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar 
se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, 
admitindo que os objetos se deveriam regular pelo 
nosso conhecimento.
KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado).
O trecho em questão é uma referência ao que ficou 
conhecido como revolução copernicana na filosofia. Nele, 
confrontam-se duas posições filosóficas que
A	Assumem pontos de vista opostos acerca da natureza 
do conhecimento.
B	Defendem que o conhecimento é impossível, 
restando-nos somente o ceticismo.
C	Revelam a relação de interdependência entre os 
dados da experiência e a reflexão filosófica.
D	Apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, 
na primazia das ideias em relação aos objetos.
E	Refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso 
conhecimento e são ambas recusadas por Kant.
15
QUESTÃO 27
O cálculo, mesmo com os decimais e a álgebra, foi 
adotado na Índia, onde o sistema decimal foi inventado; 
mas seu uso foi desenvolvido apenas pelo capitalismo 
no Ocidente, pois, na Índia, isso não levou às modernas 
aritmética e contabilidade. Nem podemos dizer que 
as origens da matemática e da mecânica tenham 
sido determinadas pelos interesses capitalistas. Mas 
a utilização técnica do conhecimento científico, tão 
importante para as condições de vida da massa do povo, 
foi certamente incentivada pelas condições econômicas, 
estas que lhe eram extremamente favoráveis no mundo 
ocidental.
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 
4. ed. São Paulo: Martin Claret, 2009.
A análise weberiana mostra que, no processo de 
desenvolvimento capitalista, o conhecimento científico foi
A	Desvinculado das habilidades técnicas originalmente 
desenvolvidas.
B	Expropriado da cultura oriental sem que esta fosse 
reconhecida.
C	Utilizado com o fim de gerar dividendos financeiros 
para o povo.
D	Desenvolvido segundo os critérios da racionalidade 
econômica.
E	Criado para atender interesses socioeconômicos 
particulares.
QUESTÃO 28
Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças 
sem querer justificá-las racionalmente, pode-se 
desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois 
de Platão e Aristóteles, nenhum homem honesto 
pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi 
experimentada, a de adotar crenças com base em 
razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de 
descobrir seu sentido último.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002.
Platão e Aristóteles marcaram profundamente a 
formação do pensamento Ocidental. No texto, é 
ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os 
autores que, em linhas gerais, refere-se à
A	Adoção da experiência do senso comum como 
critério de verdade.
B	 Incapacidade de a razão confirmar o conhecimento 
resultante de evidências empíricas. 
C	Pretensão de a experiência legitimar por si mesma a 
verdade. 
D	Defesa de que a honestidade condiciona a 
possibilidade de se pensar a verdade. 
E	Compreensão de que a verdade deve ser justificada 
racionalmente.
 
16
QUESTÃO 29
Para Platão, o que havia de verdadeiro em 
Parmênides era que o objeto de conhecimento é um 
objeto de razão e não de sensação, e era preciso 
estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto 
sensível ou material que privilegiasse o primeiro em 
detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a 
Doutrina das Ideias formava-se em sua mente.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. 
São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).
O texto faz referência à relação entre razão e sensação, 
um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão 
(427–346 a.C.). De acordo com o texto, diante dessa 
relação, Platão
A	Estabelece um abismo intransponível entre as duas. 
B	Privilegia os sentidos e subordinando o conhecimento 
a eles.
C	Atém-se à posição de Parmênides de que razão e 
sensação são inseparáveis.
D	Afirma que a razão é capaz de gerar conhecimento, 
mas a sensação não.
E	Rejeita a posição de Parmênides de que a sensação 
é superior à razão.
QUESTÃO 30
Essas longas cadeias de razões, todas simples e 
fáceis, de que os geômetras costumam se utilizar para 
chegar às demonstrações mais difíceis, haviam-me 
dado oportunidade de imaginar que todas as coisas 
passíveis de cair sob domínio do conhecimento dos 
homens seguem-se umas às outras da mesma maneira 
e que, contanto que nos abstenhamos somente de 
aceitar por verdadeira alguma que não o seja, e que 
observemos sempre a ordem necessária para deduzi-
las umas das outras, não pode haver, quaisquer que 
sejam, tão distantes às quais não se chegue por fim, 
nem tão ocultas que não se descubram.
(DESCARTES, R. Discurso do método. Tradução de Elza Moreira Marcelina. Brasília: 
Editora da Universidade de Brasília; São Paulo: Ática, 1989. p. 45.)
No que se refere ao método cartesiano, como visto no 
texto, sabe-se que
A	O conhecimento é obtido partindo-se da experiência, 
isto é, da observação da natureza, e depois 
generalizando os resultados de tais observações.
B	Qualquer coisa que a razão humana é capaz de 
conhecer pode ser alcançada, partindo-se de 
verdades evidentes, e aplicando a dedução lógica a 
essas verdades.
C	É possível apenas obter um conhecimento 
aproximado, probabilístico, acerca de qualquer 
objeto, não sendo de modo algum alcançável o 
conhecimento da verdade, independente do assunto 
em questão.
D	 Independentemente das premissas das quais se 
parte ao se procurar obter conhecimento sobre um 
determinado assunto, a verdade sobre tal assunto 
será alcançada desde que os princípios da lógica 
dedutiva sejam aplicados corretamente.
E	Verdades evidentes inexistem, de modo que, para 
se obter conhecimento sobre qualquer assunto, é 
necessário realizar longas séries de demonstrações 
difíceis, como aquelas que são habitualmente 
desenvolvidas pelos geômetras.
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QUESTÃO 31
QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1991
Democracia: “regime político no qual a soberania é 
exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos cidadãos.”
APIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. 
Uma suposta “vacina” contra o despotismo, em um 
contexto democrático, tem por objetivo
A	 Impedir a contratação de familiares para o serviço 
público.
B	Reduzir a ação das instituições constitucionais.
C	Combater a distribuição equilibrada de poder.
D	Evitar a escolha de governantes autoritários.
E	Restringir aatuação do Parlamento.
QUESTÃO 32
É verdade que nas democracias o povo parece 
fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste 
nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que 
é independência e o que é liberdade. A liberdade é 
o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um 
cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não 
teria mais liberdade, porque os outros também teriam 
tal poder.
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado).
A característica de democracia ressaltada por 
Montesquieu diz respeito
A	Ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao 
tomar as decisões por si mesmo.
B	Ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à 
conformidade às leis.
C	À possibilidade de o cidadão participar no poder e, 
nesse caso, livre da submissão às leis.
D	Ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é 
proibido, desde que ciente das consequências.
E	Ao direito de o cidadão exercer sua vontade de 
acordo com seus valores pessoais.
 
18
QUESTÃO 33
Na sociedade democrática, as opiniões de cada 
um não são fortalezas ou castelos para que neles nos 
encerremos como forma de autoafirmação pessoal. Não 
só temos de ser capazes de exercer a razão em nossas 
argumentações, como também devemos desenvolver a 
capacidade de ser convencidos pelas melhores razões. 
A partir dessa perspectiva, a verdade buscada é sempre 
um resultado, não ponto de partida: e essa busca inclui 
a conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a 
controvérsia.
SAVATER, F. As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001 (adaptado).
A ideia de democracia presente no texto, baseada na 
concepção de Habermas acerca do discurso, defende 
que a verdade é um(a)
A	Alvo objetivo alcançável por cada pessoa, como 
agente racional autônomo.
B	Critério acima dos homens, de acordo com o qual 
podemos julgar quais opiniões são as melhores.
C	Construção da atividade racional de comunicação 
entre os indivíduos, cujo resultado é um consenso.
D	Produto da razão, que todo indivíduo traz latente 
desde o nascimento, mas que só se firma no processo 
latente educativo.
E	Resultado que se encontra mais desenvolvido 
nos espíritos elevados, a quem cabe a tarefa de 
convencer os outros.
QUESTÃO 34
“A soberania não pode ser representada pela 
mesma razão por que não pode ser alienada, 
consiste essencialmente na vontade geral e a vontade 
absolutamente não se representa. (...). Os deputados do 
povo não são nem podem ser seus representantes; não 
passam de comissários seus, nada podendo concluir 
definitivamente. É nula toda lei que o povo diretamente 
não ratificar; em absoluto, não é lei.”
(ROSSEAU, J.J. Do Contrato social, São Paulo, 
Abril Cultural, 1973, livro III, cap. XV, p. 108-109).
Rousseau, ao negar que a soberania possa ser 
representada preconiza como regime político
A	Um sistema misto de democracia semidireta, no qual 
atuariam mecanismos corretivos das distorções da 
representação política tradicional. 
B	A constituição de uma República, na qual os 
deputados teriam uma participação política limitada. 
C	A democracia direta ou participativa, mantida por meio 
de assembleias frequentes de todos os cidadãos. 
D	A democracia indireta, pois as leis seriam elaboradas 
pelos deputados distritais e aprovadas pelo povo. 
E	Um regime comunista no qual o poder seria extinto, 
assim como as diferenças entre cidadão e súdito
19
QUESTÃO 35
“As instâncias do Poder, que os cidadãos acreditavam 
terem instalado democraticamente, estão, sob o peso da 
crítica, em vias de perder sua identidade. A opinião não 
lhes confere mais o certificado de conformidade que a 
legitimidade deles exige. Jürgen Habermas [...] vê nessa 
situação ‘um problema de regulação’. A opinião pública, 
abalada em suas crenças mais firmes, não dá mais sua 
adesão às regulações que o direito constitucional ou, 
mais amplamente, o direito positivo do Estado formaliza”.
(GOYARD-FABRE, Simone. O que é democracia?. Trad. de Cláudia Berliner. São Paulo: 
Martins Fontes, 2003. p. 202-203.) 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre os Estados 
Democráticos de Direito na contemporaneidade, é correto 
afirmar que a
A	Atual identidade das instâncias do poder é confirmada 
pela “crítica”.
B	 Legalidade e legitimidade das instâncias de poder 
são coincidentes nos Estados Democráticos de 
Direito.
C	Regulação das instituições de poder deve ser 
independente da opinião pública.
D	 Legitimidade das instâncias de poder deve ser 
baseada no direito positivo.
E	Opinião pública é que deve dar legitimidade às 
instâncias de poder.
QUESTÃO 36
O conceito de democracia, no pensamento de 
Habermas, é construído a partir de uma dimensão 
procedimental, calcada no discurso e na deliberação. 
A legitimidade democrática exige que o processo 
de tomada de decisões políticas ocorra a partir de 
uma ampla discussão pública, para somente então 
decidir. Assim, o caráter deliberativo corresponde a um 
processo coletivo de ponderação e análise, permeado 
pelo discurso, que antecede a decisão.
VITALE. D. Jürgen Habermas, modernidade e democracia deliberativa. 
Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 (adaptado)
O conceito de democracia proposto por Jürgen 
Habermas pode favorecer processos de inclusão social. 
De acordo com o texto, é uma condição para que isso 
aconteça o(a)
A	Participação direta periódica do cidadão.
B	Debate livre e racional entre cidadãos e Estado.
C	 Interlocução entre os poderes governamentais.
D	Eleição de lideranças políticas com mandatos 
temporários.
E	Controle do poder político por cidadãos mais 
esclarecidos.
 
20
QUESTÃO 37
Hoje, a indústria cultural assumiu a herança 
civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, 
que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido 
para os desvios espirituais. Todos são livres para 
dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a 
neutralização histórica da religião, são livres para entrar 
em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade 
de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção 
econômica, revela-se em todos os setores como a 
liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa.
A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a) 
A ideia de democracia presente no texto, baseada na 
concepção de Habermas acerca do discurso, defende 
que a verdade é um(a)
A	 Legado social. 
B	Patrimônio político. 
C	Produto da moralidade. 
D	Conquista da humanidade. 
E	 Ilusão da contemporaneidade
QUESTÃO 38
O Estado é sempre visto como “todo-poderoso”; na 
pior hipótese, como repressor e cobrador de impostos; na 
melhor, como um distribuidor paternalista de empregos 
e favores. A ação política nessa visão é, sobretudo, 
orientada para a negociação direta com o governo, sem 
passar pela mediação da representação. Como vimos, 
até mesmo uma parcela do movimento operário na 
Primeira República orientou-se nessa direção; parcela 
ainda maior adaptou-se a ela na década de 1930. Essa 
cultura, orientada mais para o Estado do que para a 
representação, é o que chamamos de “estadania”, em 
contraste com a cidadania.
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 3. ed. 
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 221.
O conceito de cidadania, aludido no texto do historiador 
José Murilo de Carvalho, representa a
A	Distribuição de empregos e favores pelo Estado.
B	Tentativa de driblar a cobrança de impostos pelo 
Estado.
C	Negociação direta entre as demandas do cidadão e 
o Estado.
D	Fragilização do poder público representado pelo 
Estado.
E	Possibilidade de cada cidadão ser representado pelo 
Estado
21
QUESTÃO 39
A democracia se caracteriza [...] por uma visão do 
mundo baseada no respeito pelo Outro, e pelo princípio 
de legalidade, do controle e da responsabilidade, do 
poder, que exigem que os governantes sejam expostos 
à luz pública para o efeito específico das avaliações 
dos governados. [...] Porque a democracia sebaseia 
no princípio da confiança e da boa-fé, e não no 
medo, ela sucumbe quando a esfera do público perde 
transparência e se vê permeada pelo segredo e pela 
mentira, que é o que ocorre quando a palavra esconde 
e engana, ao invés de revelar, conforme determina o 
princípio ético da veracidade.
LAFER, Celso. A mentira: um capítulo das relações entre a ética e a política. In: NOVAES, 
Adauto (Org.). Ética. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 233-235. 
O texto relaciona ética e democracia como referências 
que respaldam a ação política e de poder, a qual é 
caracterizada pelo(a)
A	Correção da conduta política e afirmação do interesse 
individual em detrimento do coletivo.
B	Crença no princípio da legalidade e da autoridade do 
Estado em detrimento dos anseios do povo.
C	Restrição ao acesso à informação em consonância 
com o sistema jurídico, que assegura o segredo de 
Estado.
D	Direito do governante de exercer o poder 
autocraticamente, sem prestar contas aos seus 
governados.
E	Afirmação da verdade como referência ética 
e submissão dos governantes à avaliação dos 
governados.
QUESTÃO 40
Em entrevista ao jornal Democracy Now, em 2014, 
a filósofa Angela Davis afirmou que algum progresso 
em torno da questão das prisões americanas tem 
ocorrido desde a publicação do seu livro Are Prisons 
bsolete?.“Em vez de pensar em formas de reformar o 
sistema penitenciário, precisamos pensar em formas 
de, a longo prazo, ter menos pessoas atrás das grades 
para, no futuro, termos um ambiente sem prisões, no 
qual problemas sociais como analfabetismo e pobreza 
não signifiquem uma trajetória direta para a cadeia”, 
disse.
MOREIRA, Isabela. 4 reflexões para entender o pensamento de Angela Davis. Revista 
Galileu, 25 nov. 2016. Disponível em: <http://www.revistagalileu.globo.com>. 
Acesso em: 22 mar. 2017. (adaptado)
A política de encarceramento em massa, criticada 
por Angela Davis no contexto norte-americano, está 
relacionada a problemas sociais ocasionados por uma 
experiência de
A	 Investimento em propostas que criem práticas 
integrativas e humanitárias.
B	Cidadania fragilizada pelo preconceito com relação a 
alguns setores sociais.
C	Análise demográfica em que a maioria dos 
prisioneiros são negros e latinos.
D	Altruísmo estatal direcionado a segmentos sociais de 
menor renda e formação.
E	 Inadequação de certos grupos ao trabalho regular e 
ao convívio social harmonioso.
22
QUESTÃO 41
A história de todas as sociedades tem sido a história 
das lutas de classe. Classe oprimida pelo despotismo 
feudal, a burguesia conquistou a soberania política no 
Estado moderno, no qual uma exploração aberta e direta 
substituiu a exploração velada por ilusões religiosas. 
A estrutura econômica da sociedade condiciona as 
suas formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas 
ou filosóficas. Não é a consciência do homem que 
determina o seu ser, mas, ao contrário, são as relações 
de produção que ele contrai que determinam a sua 
consciência.
(Adaptado de K. Marx e F. Engels, Obras escolhidas. São Paulo: 
Alfa-Ômega, s./d., vol 1, p. 21-23, 301-302.) 
As proposições dos enunciados podem ser associadas 
ao pensamento conhecido como
A	Pensamento mítico, ligado à ação de deuses 
poderosos, dentro de uma perspectiva de tempo 
cíclico.
B	Materialismo histórico, que concebe a História a partir 
da luta de classes e da determinação das formas 
ideológicas pelas relações de produção.
C	Positivismo, que encara a História como um conjunto 
de dados quantificáveis e dispostos em ordem 
cronológica.
D	Teocentrismo, reafirmando uma concepção 
providencialista e linear da História.
E	História social, com ênfase nas mentalidades e 
cotidiano das civilizações antigas.
QUESTÃO 42
A incerteza e a vulnerabilidade humanas são os 
alicerces de todo poder político. É contra essa dupla de 
efeitos secundários da condição humana (constantes, 
embora alvos de profunda indignação), contra o 
medo e a ansiedade que eles tendem a gerar, que o 
Estado moderno prometeu proteger seus súditos; e foi, 
principalmente, dessa promessa que ele tirou sua razão 
de ser, assim como a obediência e o apoio eleitoral de 
seus cidadãos.
BAUMAN, Zygmunt. Danos colaterais: desigualdades sociais numa era global.
Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
O texto mostra que os governos se legitimam na promessa 
de trazer segurança e paz para a população. Esse pacto 
político tem como pressuposto
A	A luta por maior espaço nas decisões políticas.
B	A aceitação resignada de medidas impopulares.
C	O papel do Estado como mediador dos conflitos.
D	A recusa de governos com tendências autoritárias.
E	O receio de que haja corrupção nas gestões públicas
23
QUESTÃO 43
Nosso conhecimento científico “está começando 
a nos capacitar a interferir diretamente nas bases 
biológicas ou psicológicas da motivação humana, por 
meio de drogas ou por seleção ou engenharia genética, 
ou usando dispositivos externos que interferem no 
cérebro ou nos processos de aprendizagem”, escreveram 
recentemente os filósofos Julian Savulescu e Ingmar 
Persson. [...] James Hughes, especialista em bioética 
[...], defendeu o aprimoramento moral, afirmando que 
ele deve ser voluntário e não coercitivo. “Com a ajuda 
da ciência, poderemos descobrir nossos caminhos para 
a felicidade e virtude proporcionadas pela tecnologia”.
Rosner, Hillary. “Seria bom viver para sempre?”. 
Disponível em: <www.sciam.com.br> Acesso em: out. 2016. 
As possibilidades tecnológicas descritas no texto permitem 
afirmar que 
A	O aprimoramento visado pelos pesquisadores 
desvaloriza o progresso técnico no campo 
neurocientífico.
B	Tais interferências técnicas somente seriam 
possibilitadas sob um regime político totalitário.
C	 Ideais espiritualistas de meditação permitem 
concentração intensa da mente.
D	O caráter voluntário dos experimentos elimina a 
existência de controvérsias de natureza ética.
E	Os recursos científicos estão direcionados ao 
aperfeiçoamento técnico da espécie humana.
QUESTÃO 44
O justo e o bem são complementares no sentido 
de que uma concepção política deve apoiar-se em 
diferentes ideias do bem. Na teoria da justiça como 
equidade, essa condição se expressa pela prioridade 
do justo. Sob sua forma geral, esta quer dizer que as 
ideias aceitáveis do bem devem respeitar os limites da 
concepção política de justiça e nela desempenhar um 
certo papel.
RAWLS, J. Justiça e democracia. São Paulo: Martins Fontes, 2000 (adaptado).
Segundo Rawls, a concepção de justiça legisla sobre 
ideias do bem, de forma que
A	As ações individuais são definidas como 
efeitos determinados por fatores naturais ou 
constrangimentos sociais.
B	O estudo da origem e da história dos valores morais 
concluem a inexistência de noções absolutas de bem 
e mal.
C	O próprio estatuto do homem como centro do 
mundo é abalado, marcando o relativismo da época 
contemporânea.
D	As intenções e bens particulares que cada indivíduo 
almeja alcançar são regulados na sociedade por 
princípios equilibrados.
E	P homem é compreendido como determinado e livre 
ao mesmo tempo, já que a liberdade limita-se a um 
conjunto de condições objetivas.
24
QUESTÃO 45
A crítica é uma questão de distância certa. O olhar hoje 
mais essencial, o olho mercantil que penetra no coração 
das coisas, chama-se propaganda. Esta arrasa o espaço 
livre da contemplação e aproxima tanto as coisas, 
coloca-as tão debaixo do nariz quanto o automóvel que 
sai da tela de cinema e cresce, gigantesco, tremeluzindo 
em direção a nós. E, do mesmo modo que o cinema não 
oferece móveis e fachadas a uma observação crítica 
completa, mas dá apenas a sua espetacular, rígida e 
repentina proximidade, também a propaganda autêntica 
transporta as coisas para primeiro plano e tem um ritmo 
que corresponde ao de um bom filme.
BENJAMIN, W. Rua de mão única: infância berlinense – 1900. 
Belo Horizonte: Autêntica, 2013 (adaptado). 
O texto apresenta um entendimento do filósofo Walter 
Benjamin, segundo o qual apropaganda dificulta o 
procedimento de análise crítica em virtude do(a)
A	Caráter ilusório das imagens.
B	Evolução constante da tecnologia.
C	Aspecto efêmero dos acontecimentos.
D	Conteúdo objetivo das informações.
E	Natureza emancipadora das opiniões.
QUESTÃO 46
Galileu, que detinha uma verdade científica 
importante, abjurou-a com a maior facilidade, quando 
ela lhe pôs a vida em perigo. Em um certo sentido, ele 
fez bem. Essa verdade valia-lhe a fogueira. Se for a 
Terra ou o Sol que gira em torno um do outro é algo 
profundamente irrelevante. Resumindo as coisas, é 
um problema fútil. Em compensação, vejo que muitas 
pessoas morrem por achar que a vida não vale a pena 
ser vivida. Vejo outras que se fazem matar pelas ideias 
ou ilusões que lhes proporcionam uma razão de viver 
(o que se chama de razão de viver é, ao mesmo tempo, 
uma excelente razão de morrer). Julgo, portanto, que o 
sentido da vida é a questão mais decisiva de todas. E 
como responder a isso?
CAMUS, A. O mito de Sísifo: ensaio sobre o absurdo. 
Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado).
O texto apresenta uma questão fundamental, na 
perspectiva da filosofia contemporânea, que consiste na 
reflexão sobre os vínculos entre a realidade concreta e a
A	Condição da existência no mundo.
B	Abrangência dos valores religiosos.
C	Percepção da experiência no tempo.
D	Transitoriedade das paixões humanas.
E	 Insuficiência do conhecimento empírico.
25
QUESTÃO 47
Os produtos e seu consumo constituem a meta 
declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta 
foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, 
como expectativa de que o homem poderia dominar a 
natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em 
programa anunciado por pensadores como Descartes 
e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu 
“de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo 
humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de 
enriquecer sua vida, física e culturalmente.
CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. 
São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado). 
Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e 
Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como 
uma forma de saber que almeja libertar o homem das 
intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação 
científica consiste em
A	Expor a essência da verdade e resolver 
definitivamente as disputas teóricas ainda existentes. 
B	Oferecer a última palavra acerca das coisas que 
existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia. 
C	Ser a expressão da razão e servir de modelo para 
outras áreas do saber que almejam o progresso.
D	Explicitar as leis gerais que permitem interpretar a 
natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos. 
E	Explicar a dinâmica presente entre os fenômenos 
naturais e impor limites aos debates acadêmicos.
QUESTÃO 48
O edifício é circular. Os apartamentos dos prisioneiros 
ocupam a circunferência. Você pode chamá-los, se 
quiser, de celas. O apartamento do inspetor ocupa o 
centro; você pode chamá-lo, se quiser, de alojamento 
do inspetor. A moral reformada; a saúde preservada; a 
indústria revigorada; a instrução difundida; os encargos 
públicos aliviados; a economia assentada, como deve 
ser, sobre uma rocha; o nó górdio da Lei sobre os Pobres 
não cortado, mas desfeito — tudo por uma simples ideia 
de arquitetura!
BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
Essa é a proposta de um sistema conhecido como 
panóptico, um modelo que mostra o poder da 
disciplina nas sociedades contemporâneas, exercido 
preferencialmente por mecanismos
A	Religiosos, que se constituem como um olho divino 
controlador que tudo vê.
B	 Ideológicos, que estabelecem limites pela alienação, 
impedindo a visão da dominação sofrida.
C	Repressivos, que perpetuam as relações de 
dominação entre os homens por meio da tortura 
física.
D	Sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo por 
meio do olhar como instrumento de controle.
E	Consensuais, que pactuam acordos com base na 
compreensão dos benefícios gerais de se ter as 
próprias ações controladas.
26
QUESTÃO 49
Em um documento rubricado pela Rede Global de 
Academias de Ciência (IAP), um grupo de pensadores 
da comunidade científica com sede em Trieste (Itália) 
que engloba 105 academias de todo o mundo alerta pela 
primeira vez sobre os riscos do consumo nos países 
do Primeiro Mundo e a falta de controle demográfico, 
principalmente nas nações em desenvolvimento. Na 
declaração da comunidade científica se indica que as 
pautas de consumo exacerbado do Primeiro Mundo 
estão se deslocando perigosamente para os países em 
desenvolvimento: os milhões de telefones celulares e 
toneladas de “junk food” que invadem os lares pobres 
são claros indicadores dessa problemática. A ausência 
nos países pobres de políticas de planejamento familiar 
ou de prevenção de gravidezes precoces acaba de 
configurar um sombrio cenário de superpopulação. 
“Trata-se de dois problemas convergentes que pela 
primeira vez analisamos de forma conjunta”, afirma 
García Novo.
(Francho Barón. El País, 16.06.2012. Adaptado.). 
Um dos problemas relatados no texto está relacionado 
com
A	A supremacia de tendências estatais de controle 
sobre a economia liberal.
B	O aumento do nível de pobreza nos países 
subdesenvolvidos.
C	A hegemonia do planejamento familiar nos países do 
Terceiro Mundo.
D	O declínio dos valores morais e religiosos na era 
contemporânea.
E	O irracionalismo das relações de consumo no mundo 
atual.
QUESTÃO 50
Quando ninguém duvida da existência de um 
outro mundo, a morte é uma passagem que deve ser 
celebrada entre parentes e vizinhos. O homem da 
Idade Média tem a convicção de não desaparecer 
completamente, esperando a ressurreição. Pois nada 
se detém e tudo continua na eternidade. A perda 
contemporânea do sentimento religioso fez da morte 
uma provação aterrorizante, um trampolim para as 
trevas e o desconhecido.
DUBY, G. Ano 1000 ano 2000 na pista dos nossos medos.
 São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado)..
Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm 
lidado com a morte, o autor considera que houve um 
processo de
A	Mercantilização das crenças religiosas.
B	Transformação das representações sociais.
C	Disseminação do ateísmo nos países de maioria 
cristã.
D	Diminuição da distância entre saber científico e 
eclesiástico.
E	Amadurecimento da consciência ligada à civilização 
moderna.
27
RESOLUÇÕES
Resolução 01
Resposta Correta: D
Durante muito tempo, dentro de uma perspectiva emi­
nentemente liberal, tinha­se a valorização da liberdade 
individual como elemento principal a ser considerado pela 
sociedade. Outros olhares mais contemporâneos, porém, 
ressaltam a ligação da liberdade individual como existente 
apenas caso garantida a liberdade de toda a coletividade, bem 
como valores políticos derivados da ética e responsabilidade 
social.
Resolução 02
Resposta Correta: A
A alternativa A é a única correta. Bioética corresponde ao 
campo de estudo que se coloca exatamente na interface 
entre a vida e a ética. Questões como as pesquisas de células­
tronco, clonagem, manipulação genética e eutanásia põem 
em questão verdades morais dos seres humanos. As reflexões 
bioéticas tentam, exatamente, refletir sobre até que ponto é 
eticamente plausível de se interferir na vida ou não.
Resolução 03
Resposta Correta: D
DaMatta aborda o “jeitinho brasileiro” como um elemento da 
cultura de uma sociedade cujas leis são feitas para ampliar as 
diferenças sociais e retrata a forma de ser de um povo que 
encontra nessas “artimanhas” cotidianas uma alternativa às 
proibições formais.
Resolução 04
Resposta Correta: B
A ética proposta pelo autor determina o aprimoramento 
espiritual e individual como a dimensão da vida humana mais 
relevante para atingir a felicidade plena.
Resolução 05
Resposta Correta: D
O texto faz referência à filosofia de Jeremy Bentham, um 
dos maiores filósofos da corrente chamada de utilitarismo. 
Segundo esseestilo de pensamento filosófico, as ações 
devem ser orientadas pela maximização da felicidade e da 
utilidade prática dos indivíduos. Tal raciocínio está vinculado a 
uma racionalidade pragmática, ou seja, que avalia as ações de 
acordo com determinado critério de aumento geral de bem­
estar. .
Resolução 06
Resposta Correta: B
De acordo com o autor, o exercício da democracia reduz­se ao 
ato de votar, em razão da influência da cultura organizacional, 
tipicamente empresarial, presente na sociedade. Por mais que 
o exercício cidadão seja firmado em uma dimensão individual 
da vida social, a sua condição de existência está intimamente 
ligada àquilo que pertence ao coletivo. O texto faz uma 
crítica à perda dessa dimensão, na medida em que sugere a 
particularização e a individualização do senso de cidadania.
Resolução 07
Resposta Correta: E
O texto expressa a concepção do conceito de ética da 
responsabilidade, formulado por Hans Jonas, como paradigma 
para a orientação das ações humanas. Esse conceito estabelece 
uma moral coletiva, segundo a qual as ações individuais devem 
visar o bem­estar dos indivíduos enquanto grupo social, a partir 
da reflexão acerca das consequências previsíveis dessas ações. 
Já o conceito de sustentabilidade define que as ações humanas 
em prol do desenvolvimento econômico e tecnológico das 
sociedades, a partir de recursos da natureza, devem se dar sem 
comprometer a disponibilidade desses recursos a longo prazo, 
de modo a possibilitar a sua utilização pelas gerações futuras. 
Assim, ao agregar a ideia de sustentabilidade à prática da ética 
da responsabilidade, entende­se que as ações individuais 
desejáveis são aquelas que têm como efeito a manutenção 
dos recursos que possibilitam a vida das próximas gerações..
Resolução 08
Resposta Correta: C
No texto da figura, a ética é resultado de uma relação do 
indivíduo consigo, que no trato das questões cotidianas, toma 
uma decisão de não aceitar condutas que considera ser injusta. 
O interessante da questão é que essa decisão individual tem 
resultados políticos, na medida em que contradiz condutas 
tradicionalmente comuns de nossa sociedade.
Resolução 09
Resposta Correta: B
A tecnologia moderna não somente deu ao homem novas 
possibilidades de vida, mas também ameaça sua própria 
existência. Assim é que, para garantir a sobrevivência de 
gerações futuras, o homem contemporâneo deve ter como 
princípio a responsabilidade por suas escolhas.
Resolução 10
Resposta Correta: D
O aluno deve identificar que as situações citadas pelo 
texto envolvem dilemas que se relacionam a padrões de 
comportamentos tidos como certos ou errados. Esses padrões 
se tornam objeto de reflexão filosófica na medida em que estão 
associados ao conjunto de valores morais de um indivíduo 
ou de um grupo de indivíduos, sendo do domínio da ética o 
entendimento e a problematização desses valores e de como 
eles motivam e/justificam os modos de agir dos indivíduos.
Resolução 11
Resposta Correta: D
A questão aborda a noção da gênese do universo. Apesar da 
explicação racional ter suas fundamentações dentro do tempo 
histórico, os dois excertos citam a gênese universal ligada a 
um princípio originário unitário. No primeiro texto, de origem 
grega, a origem é um elemento da natureza, o ar. No segundo, 
de origem medieval, Deus é o princípio unitário.
Resolução 12
Resposta Correta: A
O epicurismo é um sistema da filosofia grega criado por 
Epicuro de Samos no século IV a.C. Sua teoria fundamental é 
encontrar a felicidade, buscar a saúde da alma, lembrando que 
o sentido da vida é o prazer, objetivo imediato de cada ação 
humana, considerando sem sentido as angústias em relação à 
morte e a preocupação com o destino.
Resolução 13
Resposta Correta: C
Para Aristóteles, no texto exposto, a felicidade é o bem maior 
do indivíduo, que tem por conjunto maior a saúde, os bens e 
mesmo as pessoas a quem amamos. Logo, a felicidade seria 
algo dos sentidos e de domínio pessoal físico.
28
RESOLUÇÕES
Resolução 14
Resposta Correta: B
O pensamento político aristotélico compreende a atividade 
política a elevadas condições de moralidade e virtude, as quais 
exigiam condições econômicas elevadas, educação esmerada 
e principalmente o ócio, pré­requisitos que excluíam a grande 
maioria da população que se dedicava ao trabalho para garantir 
sua sobrevivência. Portanto o filósofo acaba defendendo a 
atividade política como um apanágio da nobreza ao mesmo 
tempo em que justificava a hierarquia social da sociedade.
Resolução 15
Resposta Correta: C
O filósofo alemão Nietzsche, descontinuou a filosofia na 
segunda metade do século XIX, recaracterizando­a sob seu 
olhar crítico, em face do período efervescente que vivia o 
mundo da Segunda Revolução Industrial. Nietzsche revisou 
conceitos da filosofia em todos os tempos. Na questão, a 
reanálise é sobre o surgimento da filosofia entre os gregos, 
onde Nietzsche afirma a busca racional para o surgimento de 
tudo o que existe.
Resolução 16
Resposta Correta: A
A evolução política grega teve como fundamentação a adoção 
de leis para garantir a liberdade, a propriedade e a igualdade. 
O princípio da isonomia defende a igualdade dos cidadãos 
perante as leis, mesmo percebendo que a condição de 
cidadania era limitada a poucos.
Resolução 17
Resposta Correta: D
Os sofistas foram os filósofos que entendiam a importãncia 
do discurso na vida política e social. Protágoras afirmava que 
o “Homem é a medida de todas as coisas”. Diferentemente 
da filosofia de Sócrates e de Platão, os sofistas relativizavam 
questões como ética e justiça
Resolução 18
Resposta Correta: B
O caráter inovador dos gregos na construção da Filosofia 
está presente na capacidade de combinar bem as influências 
culturais de outros povos com a sua experiência histórica, 
marcada pelo desenvolvimento da política e da reflexão 
racional. Dessa forma, a Filosofia foi o resultado da 
reapropriação grega dos saberes desenvolvidos em outras 
culturas, e não uma mera reprodução.
Resolução 19
Resposta Correta: D
Os textos indicam que os seres humanos são dotados de 
consciência moral, isto é, a faculdade de observar os próprios 
atos, formar juízos sobre sua conduta e, assim, escolherem os 
próprios caminhos na vida.
Resolução 20
Resposta Correta: C
Os textos indicam que os seres humanos são dotados de 
consciência moral, isto é, a faculdade de observar os próprios 
atos, formar juízos sobre sua conduta e, assim, escolherem o
Resolução 21
Resposta Correta: B
Os textos denotam que a formulação do conhecimento não 
se pode pausar em parâmetros estáticos e inquestionáveis. Ao 
contrário, é preciso questionar as antigas ideias e concepções 
na busca de um novo conhecimento.
Resolução 22
Resposta Correta: D
John Locke é um dos principais representantes do empirismo. 
Segundo ele, as ideias são resultado da experiência humana, 
exatamente como apresenta a alternativa D.
Resolução 23
Resposta Correta: B
O método socrático é também conhecido como método 
dialético. Fazendo perguntas a seu interlocutor, Sócrates tinha 
a intenção que de que este chegasse a um estado de aporia, 
para depois poder gerar às suas próprias ideias das coisas.
Resolução 24
Resposta Correta: D
Descartes é um dos principais filósofos racionalistas. Assim 
sendo, para ele, o conhecimento é resultado de investigações 
autônomas do ser pensante, único capaz de chegar a conceitos 
verdadeiros.
Resolução 25
Resposta Correta: E
A alegoria da caverna de Platão expressa uma concepção 
do processo de conhecimento no qual o indivíduo deveria 
superar as aparências ilusórias do mundo sensível para chegar 
às verdades puras, apenas disponíveis no mundo das ideias e 
alcançáveis através da reflexão filosófica.
Resolução 26
Resposta Correta: A
Primeiro, distingamos entre os tipos de juízos que Kant considera 
sermos capazes de fazer. Eles são três: 1) juízos analíticos (ou 
aqueles juízos nos quais já no sujeito encontramos o predicado, 
ou seja, juízos tautológicos e, porconseguinte, dos quais não 
se obtém nenhum tipo de conhecimento); 2) juízos sintéticos 
a posteriori (ou aqueles juízos nos quais a experiência sensível 
está presente e se faz parte decisiva do julgamento, ou seja, 
juízos particulares e contingentes); e 3) juízos sintéticos a priori 
(ou aqueles juízos nos quais o predicado não está contido no 
sujeito e a experiência não constitui alguma parte decisiva do 
conteúdo, ou seja, juízos nos quais se obtém conhecimento 
sobre algo, porém sem que a experiência seja relevante para 
a conclusão obtida, o que faz desse tipo de juízo universal e 
necessário). 
Segundo, lembremos que Kant afirmava que a matemática e a 
física realizam justamente o último tipo de juízo mencionado. 
Ele, então, se perguntava se a metafísica também não era 
capaz de realizar esse tipo de juízo. Para solucionar esta 
questão: “é possível uma metafísica baseada em juízos 
sintéticos a priori?”, o filósofo irá modificar o ponto de vista da 
investigação se inspirando em Copérnico, isto é, considerando 
o objeto não através daquilo que a experiência sensível expõe, 
porém a partir da possibilidade de a faculdade mesma de 
conhecer constituir a priori o objeto – o astrônomo fez algo 
similar quando, em vez de calcular o movimento dos corpos 
celestes através dos dados da experiência sensível, calculou 
esses movimentos através da suposição de que o próprio 
observador (o homem sobre a Terra) se movia. Esse a priori 
que Kant formula se encontra nas formas da sensibilidade, nas 
29
RESOLUÇÕES
categorias do entendimento e no esquematismo, isto é, na sua 
filosofia transcendental, ou na sua filosofia sobre as condições 
de possibilidade do próprio conhecimento.
Resolução 27
Resposta Correta: D
Segundo Weber, o desenvolvimento capitalista era 
caracterizado pela ampla racionalização da vida social, 
inclusive das atividades econômicas.
Resolução 28
Resposta Correta: E
Depois de Platão e Aristóteles devemos compreender que a 
simples aceitação de uma crença qualquer é uma escolha, é 
um procedimento arbitrário e não mais uma posição mística 
agraciada por deus ou deuses misteriosos. A respeito do 
surgimento da filosofia e seu relacionamento com o discurso 
mítico podemos dizer que existe sempre uma tensão tanto 
estabelecida pela oposição quanto pelo confronto – pensando 
a oposição como estabelecimento de métodos e temas 
absolutamente distintos e o confronto como embate sobre 
os temas similares. Os filósofos não eram sacerdotes e nem 
defensores de explicações misteriosas sobre os fenômenos 
naturais. É importante compreender que se iniciava nessa 
época uma reflexão sistemática empenhada em estabelecer 
um conhecimento que não proviesse da inspiração divina, 
porém da argumentação pública e da comprovação factual 
dos argumentos – e a modificação da maneira através da qual 
as comunidades gregas se estabeleciam (a passagem de uma 
grande organização fundada em um líder para a pluralidade 
de líderes de comunidades menores) contribuiu muito para 
a valorização desse método dialógico de argumentação 
que exigia a responsabilização do manifestante e, por 
conseguinte, uma sensatez, que não era prioridade em uma 
explicação mítica. Enfim, vale indicar por último que apesar 
de a passagem do mito para o lógos ter sido gradual, afinal 
é muito difícil que aquilo que sustenta uma comunidade seja 
alterado rapidamente, esta morosidade da substituição não 
é necessariamente devida a uma proximidade entre mito e 
filosofia. A relação entre ambas existe, porém ela é sempre 
problemática e instaurada através da tensão.
Resolução 29
Resposta Correta: D
A filosofia de Platão é resultado de um trabalho de reflexão 
intenso e extenso, de modo que as questões durante os 
inúmeros diálogos por ele escritos são respondidas de 
maneiras distintas. Porém, Platão possui uma questão de 
fundo que se refere ao problema da identidade – resquício da 
tradição conflituosa de Parmênides e Heráclito –, a saber: o 
que é, é sempre idêntico a si mesmo, ou é sempre distinto? 
O mundo verdadeiro é uma totalidade sempre permanente, 
ou uma totalidade sempre efêmera? A concepção sobre Ideias 
que Platão fórmula atende, em geral, essas questões e busca 
demonstrar como o sensível apesar de expor uma realidade 
impermanente, possui um fundamento permanente. As Ideias 
são verdadeiras, a realidade sensível é apenas uma aparência 
passageira dessa realidade.
A realidade inteligível (mundo das Ideias, das Formas), na 
qual se encontram as essências, o Ser de cada coisa existente. 
Uma realidade alcançável apenas pelos “olhos da alma”, pois 
é observada apenas pelo esforço da razão. Exatamente por 
ser inteligível, essa realidade tem como características: ser 
metafísica, isto é, imaterial, ou incorpórea; ser una, isto é, reduz 
a multiplicidade das coisas sensíveis a uma unidade; ser eterna, 
por não se submeter ao ciclo de geração e degeneração das 
coisas do mundo sensível.
Resolução 30
Resposta Correta: B
No texto do enunciado, Descartes demonstra a sua confiança 
na razão para conhecer as coisas verdadeiras, por mais ocultas 
que estejam, desde que seja utilizado um método adequado de 
dedução lógica. Tal concepção racionalista é bem apresentada 
somente na alternativa B.
Resolução 31
Resposta Correta: D
No texto do enunciado, Descartes demonstra a sua confiança 
na razão para conhecer as coisas verdadeiras, por mais ocultas 
que estejam, desde que seja utilizado um método adequado de 
dedução lógica. Tal concepção racionalista é bem apresentada 
somente na alternativa B.
Resolução 32
Resposta Correta: B
As concepções políticas do iluminismo traçam perfis de 
orientações burguesas. Tentando derrubar a estrutura do 
absolutismo, as noções filosóficas levavam aos questionamentos 
racionais sobre os abusos do poder monárquico absoluto, mas 
tinham a preocupação de limitar os direitos de cidadania aos 
grupos sociais marginalizados.
Resolução 33
Resposta Correta: C
O autor destaca, no texto, o papel da comunicação entre 
indivíduos como fundamental na busca pela verdade, o 
que está de acordo com a concepção de Habermas de 
racionalidade comunicativa, a qual pressupõe o diálogo 
coletivo como caminho intelectual para obter verdades. 
Assim, o conhecimento verdadeiro se daria a partir da troca 
de argumentos baseados na razão, na qual o mais bem 
fundamentado prevaleceria.
Resolução 34
Resposta Correta: C
Para Rousseau o soberano é o povo, entendido como vontade 
geral, pessoal moral e coletiva livre e corpo político de 
cidadãos. Os indivíduos, pelo contrato, criaram­se a si mesmos 
como povo e é a este que transferem os direitos naturais para 
que sejam transformados em direitos civis. Assim sendo, o 
governante não é o soberano, mas sim o representante da 
soberania popular.
Resolução 35
Resposta Correta: E
A resposta da questão encontra­se no próprio enunciado. “A 
opinião não lhes confere mais o certificado de conformidade 
que a legitimidade deles exige.” Nesta afirmação é possível 
perceber como é a opinião pública que deve dar legitimidade 
às instâncias de poder.
Resolução 36
Resposta Correta: B
O texto de Habermas defende a necessidade de um amplo 
debate público que anteceda as tomadas de decisão em 
uma sociedade democrática. Assim, nessa concepção, a 
participação política está além da mera escolha de candidatos 
30
RESOLUÇÕES
em uma eleição.
Resolução 37
Resposta Correta: E
Na contemporaneidade, a indústria cultural, ao padronizar a 
produção cultural, produz a ilusão de que os indivíduos estão 
escolhendo o que vão consumir. No entanto, isso é um efeito 
da ideologia, uma vez que todos os produtos são massificados 
e extremamente parecidos entre si.
Resolução 38
Resposta Correta: E
O Estado Novo teve como principais marcas o autoritarismo e 
a tutela de amplos setores da sociedade brasileira, sobretudo 
da classe trabalhadora, por intermédio do Ministério do 
Trabalho. No fragmento do texto, a cidadania está relacionada 
à possibilidade de representatividade do cidadãopelo poder 
Legislativo.
Resolução 39
Resposta Correta: E
O jogo democrático somente é capaz de se consolidar 
quando pensado como expressão dos interesses coletivos e 
quando a classe política e os cidadãos comuns agem de forma 
responsável e em consonância com o princípio da legalidade.
Resolução 40
Resposta Correta: B
Angela Davis analisa o sistema penitenciário americano como 
um complexo industrial de prisões, isto é, um negócio lucrativo 
desenvolvido a partir da lógica repressiva, disciplinadora 
e, principalmente, baseado em uma cultura racista e 
preconceituosa. O processo tem origem no período da pós­
emancipação nos Estados Unidos, em que leis de caráter 
segregacionista, como a 13a Emenda (que proibia a submissão 
de qualquer pessoa à escravidão, salvo em caso de punição por 
um crime praticado) foram utilizadas para restringir o acesso a 
direitos e oportunidades. A associação do negro com o mundo 
do crime seria uma forma de legitimar seu encarceramento, 
condição pela qual seria impossibilitado de viver democracia 
e cidadania plenas. Daí a população carcerária americana 
ter sido composta historicamente por maioria negra, latina e 
pobre.
Resolução 41
Resposta Correta: B
O enunciado reflete o pensamento marxista no que tange ao 
conceito de lutas de classes.
Resolução 42
Resposta Correta: C
O texto aborda um dos fundamentos principais do Estado 
moderno, que é a sua capacidade de resolver os conflitos 
humanos, como a violência urbana. Por isso, muitos governantes 
conseguem legitimar seus mandatos e suas decisões políticas 
utilizando­se do “medo” e da “esperança” popular. Medo de 
que alguém atente contra sua vida e seus bens e a esperança 
de que o Estado possa intervir se tal fato vier a acontecer.
Resolução 43
Resposta Correta: E
O texto aborda o progresso científico e suas implicações para 
a espécie humana, apontando que o domínio das ciências pelo 
homem levou à uma busca pelo aperfeiçoamento do ponto de 
vista técnico, através da intervenção nas estruturas fisiológicas 
e cognitivas humanas, o que só foi possível com o advento de 
mecanismos desenvolvidos pela ciência.
Resolução 44
Resposta Correta: D
A concepção de justiça de Rawls, pensador pertencente à 
tradição liberal, parte de uma crítica à filosofia utilitarista, sendo 
a base da sua teoria da justiça como equidade o entendimento 
da relação entre a ideia de bem e a justiça, como se observa no 
trecho “as ideias aceitáveis do bem devem respeitar os limites 
da concepção política de justiça”. Para ele, a ideia de bem deve 
estar associada à justiça, de modo que a prioridade da justiça 
sobre o bem seja garantida. A partir dessa perspectiva, Rawls 
entende que os indivíduos que compõem a sociedade, em 
sua condição natural de liberdade e igualdade, buscam suas 
aspirações e bens particulares, sendo necessário estabelecer 
princípios reguladores que deverão reger a sociedade e 
garantir a justiça, através de um contrato social.
Resolução 45
Resposta Correta: A
O texto reflete a percepção dos pensadores do movimento 
filosófico da Escola de Frankfurt, do qual Walter Benjamin é 
um dos mais importantes representantes, acerca do modo 
como as estruturas capitalistas manipulam a produção cultural, 
a fim de dominar a produção do pensamento social. A Teoria 
Crítica, a partir da qual Walter Benjamin analisa a propaganda, 
destaca o caráter espetacularizado que os objetos assumem, o 
que dificulta a análise autônoma e objetiva do que é exibido, 
levando à uma percepção ilusória das imagens. Uma possível 
dúvida poderia surgir a partir da proposta da alternativa “b”, 
no entanto, o que dificulta a prática do pensamento crítico 
não é o avanço tecnológico em si, mas a apresentação dessa 
tecnologia de forma distorcida em relação à realidade.
Resolução 46
Resposta Correta: A
O texto propõe uma reflexão filosófica que transcende a 
questão da vida em si mesma, passando a considerar a questão 
das condições em que a vida se dá, a partir das razões que 
atribuem sentido à ela, o que está de acordo com a alternativa A.
Resolução 47
Resposta Correta: A
Em geral, a ciência estabelece um método de pesquisa 
racional que busca a construção coletiva de conhecimentos 
refletidos e seguros sobre a variedade da natureza, e, também, 
de conhecimentos esclarecedores sobre os fenômenos que 
nos parecem familiares. Sendo assim, a ciência possui uma 
base racional fundante a qual todo homem pode ter acesso e, 
desse modo, todos podem participar. Ela possui, além disso, 
como objeto de pesquisa a perplexidade do homem perante 
a variância de alguns fenômenos naturais e a permanência 
de outros, e como objetivo da pesquisa harmonizar estas 
diferenças em equilíbrios dinâmicos através de conceitos e 
sistemas de conceitos justificados da melhor maneira possível, 
isto é, pela construção de experimentos controlados e 
avaliações imparciais. 
Resolução 48
Resposta Correta: D
J. Bentham, filósofo utilitarista britânico, elabora uma teoria da 
pena e do cárcere que instauraria, em nome da segurança de 
31
RESOLUÇÕES
todos e de suas liberdades individuais, uma vigilância técnica 
capaz de observar todos – tal noção é criticada pelo filósofo 
francês M. Foucault. Para o filósofo inglês “O progresso 
é a lei da história da humanidade: essa, por adquirir mais 
conhecimentos e aperfeiçoar seus meios técnicos, adquire 
também mais riquezas e serenidade e, por conseguinte, maior 
felicidade e segurança. A felicidade e a segurança devidas à 
extensão das “luzes” – noções descobertas pelo século XVIII, 
com muita hesitação e dúvida – irão se tornar lugares­comuns 
no século seguinte. A crença na eficácia das ciências da 
natureza e de uma possível ciência da sociedade reforça tais 
ideias e lhes oferece uma legitimação”.
Resolução 49
Resposta Correta: E
É evidente que um dos problemas relatados no texto citado 
refere­se ao consumo desgovernado. Não apenas o consumo 
dos cidadãos impulsivo nos países desenvolvidos, porém 
nos países em crescimento também a irracionalidade é 
presente no momento da compra e da utilização dos produtos 
industriais. A liberdade do cidadão para consumir e satisfazer 
suas vontades de modo desmoderado faz­se a partir do 
momento que o desenvolvimento dos países pobres garante 
a certa classe uma quantidade monetária suficiente para 
participar do mercado e comprar mercadorias e serviços. A 
ausência de programas educacionais coesos e coerentes 
nesses países em desenvolvimento acaba criando problemas, 
dois deles mencionados no texto, a saber: 1) o consumo sem 
planejamento baseado unicamente na satisfação de desejos 
supérfluos; e 2) uma economia familiar organizada de acordo 
com essa satisfação dos desejos supérfluos.
Resolução 50
Resposta Correta: B
A crença na vida eterna é certamente um conforto que livra 
o homem das suas preocupações com a morte. O crente 
pode celebrar a morte como um momento de revelação e 
acolhimento. Todavia, se, por um lado, o crente não necessita 
temer a morte, porque ela é passagem para algo maior e 
melhor, por outro, ele necessita temer o julgamento que lhe 
condenará ou lhe inocentará. O homem contemporâneo 
pode não ter a crença na vida eterna, porém também não 
possui o fardo do pecado. As trevas e o desconhecido não 
são exatamente exclusividades nossas, e a morte pode ser 
também uma “provação aterrorizante” para o homem da 
Idade Média. As transformações de nossas crenças individuais 
não necessariamente modificaram com radicalidade nosso 
relacionamento com a morte.

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