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COMÉRCIO EXTERIOR

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COMÉRCIO EXTERIOR
1 A evolução histórica e o desenvolvimento do comércio exterior
O comércio exterior está intimamente ligado à história do homem. A busca por melhores rotas para as Índias, as grandes navegações, o mercantilismo e as diversas revoluções que marcaram a sociedade são apenas alguns exemplos de muitas transformações que impactaram as relações do comércio exterior. 
Essa área, que continua em desenvolvimento, também tem sido marcada por fatos importantes para a globalização. Com a transformação dos meios de comunicação, surgiu a internet, que permitiu um avanço nos processos de negociação internacional, desenvolvendo novas linhas do direito internacional, na logística e em tantas outras áreas profissionais. Essa evolução contribuiu para a formação de parcerias comerciais entre diversos países que estão em desenvolvimento.
A importância do comércio exterior no cenário econômico
No mundo globalizado, as relações internacionais ganharam relevância no cenário econômico de todos os países; e o comércio exterior passou a fazer parte do cotidiano de nossa sociedade, embora, muitas vezes, passe despercebido por parte da população.
Para compreendermos como o comércio exterior influencia o cenário econômico, primeiramente vamos compreender como funcionam essas relações internacionais e aprender os conceitos de exportação e importação.
As relações internacionais
As relações internacionais estabelecem conexões entre as atividades produtivas e econômicas entre todas as nações. Para uma empresa, internacionalizar significa competir no mercado externo, buscando as melhores oportunidades e negociações. Para os consumidores, é a oportunidade de consumir produtos de outros países que atendam às suas necessidades de consumo. 
Como os desejos de consumo ultrapassam as barreiras dos países, surgiu a necessidade de estabelecer negociações comerciais mais favoráveis para acompanhar o cenário das constantes evoluções da tecnologia e, ao mesmo tempo, estabelecer estratégias de gestão para fortalecimento das relações internacionais com outros países. 
No contexto atual da sociedade, em que os fluxos das informações são rápidos e ultrapassam as fronteiras das nações, surgem atores internacionais, tais como: empresas públicas e privadas, governos, organizações não governamentais, universidades, centros de pesquisas internacionais, empresas transnacionais e outros agentes internacionais. Nesse cenário, as relações internacionais estudam a sistemática das relações políticas e sociais dos países, que ultrapassam os limites geográficos de um estado. 
As relações internacionais constituem um campo vasto que envolve diversas áreas de pesquisa, como história, economia, filosofia, direito, geografia, sociologia e tantas outras. Englobam também vários tipos de transportes (aéreo, ferroviário, marítimo, rodoviário etc.) e demandam profissionais capacitados para executar as atividades do comércio exterior.
O que são exportações 
Quando uma empresa no Brasil vende um produto para a Argentina, por exemplo, dizemos que ocorre uma exportação, ou seja, a venda de um produto ou serviço para outro país. A exportação pode ser de bens e serviços, entendendo-se a de bens como a transferência de mercadorias entre os países, e os serviços como a venda de assessoria, consultoria, conhecimentos, transportes, turismo, assistência técnica e etc. são basicamente a saída da mercadoria do território aduaneiro, decorrente de um contrato de compra e venda internacional, que pode ou não resultar na entrada de divisas”.
O processo de exportação, entretanto, não abrange apenas grandes corporações; hoje, existem várias formas para exportar produtos, destinadas à micro e pequenas empresas, facilitadas pelo desenvolvimento da internet e das redes sociais.
O que são Importações
O ato de importar significa que a empresa ou pessoa física está comprando um produto ou serviço de outro país. A importação também pode ser de bens e serviços, entendendo-se como bens a transferência de mercadorias entre os países e os serviços como a compra de assessoria, consultoria, transportes, turismo, etc.”. Quando compramos um software ou um jogo eletrônico internacional pela internet utilizando transferências eletrônicas, por exemplo, estamos realizando a importação de um produto.
Comércio exterior no cenário econômico 
As exportações e importações impulsionam a economia de um país, seja no abastecimento de suas necessidades de consumo (a exemplo das commodities, como minério de ferro, um importante produto de exportação brasileira para o mercado consumidor da China), seja para promover desenvolvimento econômico pelo aumento da renda.
Embora o comércio exterior possa impulsionar a economia brasileira pelo volume de recursos gerados ou pela oferta de empregos, o país precisa de uma política mais dinâmica para incentivar as exportações. Nesse sentido, os impostos devem estar dentro de uma realidade de competição internacional, de modo que os custos não inviabilizem o processo de comércio exterior.
Bicentenário do comércio exterior no Brasil 
O Brasil completou 200 anos de comércio exterior. Atualmente, nessa nova ordem econômica mundial, as questões da globalização, novas tecnologias, sustentabilidade, meio ambiente, ordenamento jurídico, reforma bancária, segurança internacional, taxas aduaneiras etc. afetam o cotidiano de toda sociedade global.
Introdução histórica 
Quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, iniciou-se um processo de colonização. Nesse contexto, o sistema produtivo era no intuito exclusivo de atender a Portugal, com uma estrutura que cumpria alguns requisitos do que conhecemos hoje como comércio exterior. Desde então, passando pelo extrativismo da madeira nobre, do açúcar, do café, do ouro das Minas Gerais, até a tecnologia e as commodities dos dias atuais, o Brasil passou por grandes transformações. 
O ano de 1808 é considerado o ano zero do comércio exterior do Brasil. Em virtude da expansão das conquistas de Napoleão Bonaparte na Europa, a família real portuguesa se refugiou no Brasil naquele ano, a partir de 22 de janeiro, iniciando um novo ciclo econômico da colônia portuguesa. O Brasil se tornou sede da monarquia de Portugal por 13 anos, o que propiciou a abertura comercial brasileira, para atender aos anseios da família real residente no país. Assim, em 28 de janeiro, o Príncipe Regente de Portugal, D. João VI, assinou a Carta de Abertura dos Portos, quebrando o monopólio comercial da metrópole e abrindo os portos brasileiros às nações amigas. 
A chegada da corte portuguesa à cidade do Rio de Janeiro promoveu estímulos sociais, políticos e econômicos ao Brasil. Surgiu, na época, a Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, com sede na cidade, um forte sinal de que começariam ali as atividades econômicas de comércio exterior no país.
Comércio exterior no Brasil de 1808 a 2008 
Nos primeiros anos de refúgio da família real portuguesa no Brasil, ocorreram uma série de iniciativas, como:
· Regulamentação da entrada e reexportação de mercadorias, por meio do decreto complementar da carta-régia de abertura dos portos, regulamentando o comércio triangular; 
· Criação da Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, estabelecida por alvará expedido por D. João VI, com intuito de estimular a economia e a diversificação de produção; 
· Incentivo à plantação de algodão e de frutas originárias de outros continentes; 
· Criação de estaleiros de reparo de embarcações.
Com medidas como essas, a corte portuguesa priorizou o desenvolvimento em sua sede provisória para melhorar sua qualidade de vida, mas ao mesmo tempo contribuiu para o processo de desenvolvimento da colônia brasileira. 
Em 1821, D. João VI voltou a Portugal e nomeou D. Pedro I como regente do Brasil. Em 1841, D. Pedro II foi nomeado Imperador Constitucional do Brasil, e a balança comercial do Brasil ficou, por vários anos, com saldo negativo. As exportações chegaram a somar 41.039 contos de réis, e as importações, 50.639 contos de réis, isto é, um saldonegativo de 9.600 contos de réis (BRASIL, [20--]b). Esses constantes saldos negativos obrigaram o país a buscar empréstimos internacionais para equilibrar as contas públicas.
Em 1882, surgiu o Manifesto da Associação Industrial, em favor da industrialização e de uma política de proteção para diminuir a vulnerabilidade econômica. Nesse ano a balança comercial foi positiva em 27.599 contos de réis (BRASIL, [20--]b). No ano seguinte, foi criada a União Internacional para Proteção da Propriedade Industrial, da qual o Brasil e outros dez países eram os signatários iniciais. 
No início do século XX, época em que foram desenvolvidos os primeiros aviões, houve a expansão do comércio exterior. Iniciou-se o ciclo da borracha, um importante momento histórico econômico e social para o Brasil, com o auge de sua exploração na região amazônica. A exploração da borracha permitiu a expansão da ocupação na Região Norte do Brasil, ao mesmo tempo que atraiu riquezas e transformou a cultura da região. No auge do ciclo, o Brasil respondia por 97% da produção mundial do produto (BRASIL, [20--] b).
Vários episódios políticos marcaram as décadas seguintes, provocando uma crise mundial que perdurou até 1933, impactando de forma direta as exportações brasileiras, por exemplo:
· Criação de estaleiros de reparo de embarcações; 
· Fundação do partido comunista na China; 
· Choque entre comunistas e fascistas na Itália; 
· Fim da Guerra Civil na Rússia; 
· Início do fascismo na Itália; 
· Criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS); 
· Hiperinflação na Alemanha; 
· Introdução de cotas de imigrantes nos Estados Unidos; 
· Alta nos preços do café entre 1924 até 1929, quando houve a queda e o crash (quebra) da Bolsa de Valores de Nova York.
Guerras em várias partes do mundo mudaram o cenário internacional. Uma das principais mudanças foi que, a partir de 1942 (durante a Segunda Guerra Mundial), o
Brasil deixou de usar a libra esterlina como medida internacional do comércio exterior e passou a utilizar o dólar americano, padrão empregado até hoje.
Após a Segunda Guerra Mundial, foram criados vários organismos internacionais, entre eles o Fundo Monetário Internacional (FMI), instituído em 1945. Entre suas atribuições, está o controle das informações estatísticas do comércio exterior. 
No Brasil, surgiu em 1971 a Carteira de Comércio Exterior (Cacex), responsável por elaborar publicações e informações técnicas do comércio exterior brasileiro. Vinte anos depois, em 1991, foi criado o Departamento de Comércio Exterior (Decex), da Secretaria do Comércio Exterior (Secex), e o serviço de processamento de dados do governo brasileiro, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que permitiu ao país integrar vários acordos bilaterais de comércio e participar de alguns blocos econômicos da atualidade, em virtude da gestão adequada dos dados do comércio internacional. 
Outra novidade foi o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) Importação e Exportação (implantados, respectivamente, em 1993 e 1997). Por meio dele, usuários do software de gestão podem consultar as operações de comércio exterior (importação e exportação), com indicação do status atual de cada uma das solicitações e a visualização completa de todas as etapas, sem a necessidade do acesso a diversos sistemas.
Atualmente, todo o sistema é eletrônico, permitindo a anexação de documentos relacionados às operações de importação e exportação, dispensando o uso do papel nesses processos, o que gera um grande avanço em termos de eficiência, segurança e transparência. Desse modo, o Siscomex permitiu a ampliação dos registros eletrônicos e a desburocratização dos processos. 
A partir destes avanços, o Brasil ganha espaço no mercado internacional, e várias oportunidades de vínculos comerciais internacionais permitem parcerias econômicas, científicas e tecnológicas, que contribuíram para a inserção do país na zona de influência do cenário internacional.
Cacex – A Carteira de Comércio Exterior 
A Carteira de Comércio Exterior (Cacex) foi criada pelo então presidente Getúlio Vargas em 1953, como substituta da Carteira de Exportação e Importação do Banco do Brasil. A Cacex tinha como principais atribuições, além de quaisquer outras medidas relacionadas com o comércio exterior que lhe fossem atribuídas:
· Licenciamento de exportação e importação; 
· Financiamento da exportação e da produção para exportação de produtos industriais; 
· Financiamento de produtos de importação necessários ao abastecimento do mercado interno;
· Elaboração, em cooperação com os órgãos do Ministério da Fazenda, das estatísticas do comércio exterior; 
· Fiscalização de preços, pesos, medidas, classificação, qualidades e tipos declarados nas operações de exportação e de importação.
A Cacex ficou responsável pela carteira de comércio exterior até 1992, quando, por meio de uma reforma administrativa, todas as atribuições de regulação, operação, gerenciamento e anuência das exportações e importações foram transferidas para a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). 
A extinção da Cacex aconteceu simultaneamente à redefinição da política de comércio exterior, com base em novas condições e compromissos com a Organização Mundial do Comércio (OMC). O órgão foi extinto durante o governo do então presidente Fernando Collor, para liberar as importações e ir ao encontro do novo momento econômico, que primava pela abertura comercial.
O processo de globalização do comércio exterior 
A globalização faz parte da vida da sociedade desde o tempo das grandes navegações da Idade Média, apesar da precariedade da época. Teve início na Era dos Descobrimentos, desenvolveu-se na Revolução Industrial e se consolidou no capitalismo, com os avanços tecnológicos e a necessidade de expandir o comércio exterior. A procura por novos caminhos para as Índias em busca das especiarias e conquistas de novas terras promoveram o movimento marítimo e futuramente o mercantilismo. Com o decorrer dos séculos, surgiu o capitalismo, que impulsionou o mercado mundial com seus produtos manufaturados, e a última revolução tecnológica da internet ampliou o comércio mundial. Atualmente, basta acessar as redes e efetuar uma compra, ou buscar um produto por um sistema de pesquisa on-line, que garante acesso a um grande volume de informações.
 O comércio exterior não ficou inerte às redes, pelo contrário, evoluiu de tal forma que impulsionou vários mercados internacionais, possibilitando a criação de produtos e serviços em várias localidades do planeta, e a troca desses produtos e serviços de várias localidades tem impulsionado o processo de globalização atual. Essa facilidade permite que as empresas adquiram insumos de qualquer parte do mundo e vendam também para qualquer empresa em vários países.
O potencial do comércio exterior – Brasil e a globalização 
O Brasil vem apresentando um crescente volume de exportações e importações, mas ainda tem muito a explorar do comércio exterior. Para impulsionar o mercado brasileiro, o país pode ocupar cenários de destaque com políticas de incentivos e acordos comerciais com blocos econômicos, isto é, parecerias entre conjuntos de países para melhoria das relações bilaterais de comércio, criando incentivos, aumento de produtividade e intercâmbio de tecnologia para beneficiar seus participantes. A partir de agora, conheceremos os principais blocos econômicos da atualidade e as potencialidades da exportação brasileira.
Os blocos econômicos – o efeito globalização (Nafta, Mercosul, União Europeia, Aladi, Alca, Apec) 
A criação de blocos econômicos de acordo com os interesses comerciais dos países envolvidos promove divisões econômicas e parcerias de desenvolvimento técnico, científico e social. Nesse sentido, os blocos econômicos têm forte apelo na integração econômica. 
Vamos entender um pouco os processos de ligação dessa nova teia global de oportunidades, negócios e acordos, que são construídos para o desenvolvimento das relações entre os países integrantes dessa ordem econômica. 
O mapa aseguir mostra os principais blocos econômicos da atualidade de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Comentaremos esses e outros na sequência.
Mercosul – Mercado Comum do Sul 
O Tratado de Assunção, assinado em 26 de março de 1991, deu início ao Mercosul, composto inicialmente por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, para permitir a livre circulação de bens e serviços, estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) e harmonizar legislações comerciais. Atualmente, esse bloco é formado por todos os países da América do Sul, seja como estado parte ou como associado. A Guiana e o Suriname foram os últimos estados associados (BRASIL, [20--]f). 
Comunidade Andina 
É um bloco composto por quatro países da Cordilheira dos Andes: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. A união permitiu troca de experiências de vivências climáticas, emergenciais e comerciais específicas da região.
UE – União Europeia 
É o mais importante bloco econômico mundial da atualidade, composto por 28 países do continente europeu com o objetivo de integrar economicamente, socialmente e politicamente seus interesses. 
O Brasil assinou parcerias estratégicas com a comunidade europeia em 2007, o que permitiu maior integração comercial entre os países em mais de 30 áreas de interesse, entre elas: negócios na área de paz e segurança, comércio, serviços, energia, educação e cultura, desenvolvimento sustentável, tecnologia da informação (TI), investimentos e outros. Estes diálogos setoriais também permitiram o aumento do intercâmbio de estudantes brasileiros na Europa.
MCCA – Mercado Comum Centro Americano 
Formado pelos países-membros Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, e Nicarágua, surgiu em 1960 na tentativa de promover a paz na região, afetada por graves conflitos bélicos e, em 4 de junho de 1961, foi assinado o Tratado de Integração Centro- Americana com o objetivo de criar um mercado comum nessa região. O bloco reúne uma população de 33,7 milhões de habitantes, possuindo um PIB de US$ 59,2 bilhões. 
Este bloco econômico tem o objetivo de promover ações comerciais vantajosas entre os países participantes. O Brasil, por intermédio do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), financia vários projetos nesses países com um acordo bilateral.
Nafta – North American Free Trade Agreement 
Conhecido também como Tratado Norte-Americano de Livre Comércio, começou em 1988, com um acordo assinado entre os Estados Unidos e o Canadá e, posteriormente, com o México, em 1992 (KEEDI, 2014). Entrou em funcionamento em 1994, com o objetivo de diminuir as barreiras comerciais, respeitando a leis internas de cada membro. 
SADC – Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral 
Composto por 15 países da África, esse bloco econômico fica no sul do continente africano. Entre seus principais objetivos, estão: o estímulo ao comércio de produtos e serviços dos membros, auxílio na diminuição da pobreza, maximização dos recursos naturais com ações sustentáveis e promoção da paz de relações de cooperação socioeconômica e política da região. O Brasil estabelece várias relações comerciais com países desse bloco econômico.
CEI – Comunidade dos Estados Independentes 
A CEI reúne 12 das 15 repúblicas que pertenciam à antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Apesar da criação desse bloco, existem muitos atritos políticos na região que interferem e prejudicam as relações comerciais. Poucas são as relações comerciais entre o Brasil e esses países.
 Além desses blocos, podem-se destacar mais três, listados a seguir.
Aladi – Associação Latino-Americana de Integração
Esse bloco iniciou suas atividades em 1980, com o processo de integração social e econômica dos países membros, que abrange uma área de 20 milhões de km² (cinco vezes maior que a União Europeia), com público-alvo populacional da ordem de 530 milhões de habitantes e US$ 5 trilhões de PIB (BRASIL, [20--]g).
Alca – Área de Livre Comércio das Américas
Bloco composto por 34 países da América com exceção de Cuba. A proposta foi sugerida por Bill Clinton em 1994 para vigorar até 2005 e, apesar de pronta, foi engavetada por preocupações de vários países com o aumento do domínio do governo dos Estados Unidos.
Apec – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico
O objetivo do acordo é estabelecer o livre comércio entre países-membros, que atualmente são várias nações da Ásia (entre elas, Taiwan, Hong Kong, China e Filipinas), Américas (Estados Unidos, Canadá e Chile), Rússia e Oceania (Indonésia, Nova Zelândia e Austrália) (BRASIL, [20--]a). 
Esse bloco econômico é o de maior crescimento da atualidade, o que despertou o interesse do Brasil em participar dele. Para tanto, o governo, por meio do Ministério das Relações Exteriores, tem realizado várias reuniões para estabelecer bases iniciais de possíveis relações comerciais no futuro e ser aceito como membro.
A globalização do comércio exterior proporcionou a integração entre os países. As vantagens desse processo estão:
· Revolução dos transportes; 
· Liberalização econômica; 
· Avanço das telecomunicações; 
· Melhoria dos processos eletrônicos com o avanço da internet; 
· Mudanças culturais; 
· Avanços científicos, principalmente na área da saúde; 
· Relações privilegiadas entre os países que compõem os blocos econômicos.
Concluímos que a união dos países em blocos econômicos tem como objetivo o desenvolvimento dos países-membros participantes, de maneira a facilitar o comércio, as movimentações de capital e o trânsito de pessoas.
As importações brasileiras 
As importações brasileiras estão entre as mais baixas dos 179 países estudados pelo Banco Mundial. Conforme a entidade, elas representam algo em torno de 14% do PIB do país. 
Com algumas flutuações ao longo dos anos, atualmente a participação do Brasil fica em torno de 1,2% a 1,4% do total de importações mundiais, como mostra o gráfico a seguir.
Entre os produtos importados pelo Brasil estão: petróleo bruto, automóveis, óleos combustíveis, autopeças, medicamentos, nafta (derivado do petróleo), componentes eletrônicos, hulha (tipo de carvão mineral que contém betume), peças de recepção e transmissão, cloreto de potássio, geradores e motores elétricos, compostos heterocíclicos, instrumentos de medição, gás natural e energia elétrica.
Importações que promovam a inserção de novas tecnologias, insumos e bens de capital (máquinas, estruturas industriais, outros) auxiliam no desenvolvimento do país. Além disso, a importação de produtos para equilibrar os preços nacionais também é salutar, uma vez que estimula a indústria nacional a ser mais competitiva e o consumidor se beneficia através dos preços mais justos dos produtos. As importações, entretanto, podem trazer desemprego se o setor industrial não se tornar competitivo frente ao produto importado, oferecendo produtos com qualidade igual ou superior e preços menores. Caso isso ocorra, o consumidor optará pelo produto importado e o setor industrial será prejudicado. 
Produtos brasileiros de exportação 
A exportação brasileira vem crescendo ao longo dos anos, como mostra o gráfico a seguir. Entre os principais produtos exportados, estão os relacionados ao agronegócio, como carnes, produtos florestais, cereais, café, açúcar, complexo sucroalcooleiro, frutas, flores etc. O país também é um grande exportador de minério de ferro, aço e ferro fundido, soja e produtos derivados, farelo e resíduos da extração do óleo de soja, pastas químicas de madeira, óleos combustíveis, autopeças e veículos, como tratores, automóveis e até aviões. A brasileira Embraer, por exemplo, é líder no segmento de jatos executivos exportados para o mundo. Os produtos brasileiros de exportação, como os aviões da Embraer, passam por rigorosos controles de inspeção de qualidade, pois, para atender à demanda do mercado internacional, precisam competir em qualidade, preço e custo-benefício com os produzidos em outros países, geralmente com carga tributária inferior à do Brasil.
Os potenciais da exportação brasileira 
Apesar de exportarmos produtos com tecnologiade ponta, como os aviões da Embraer, a pauta exportadora brasileira é focada em produtos da agropecuária (soja, café e frango por exemplo) e extrativismo (como mineração e petróleo). Setores de baixa tecnologia, como abate e fabricação de produtos derivados de carnes, de produção e refino de açúcar e de óleos e gorduras vegetais, por exemplo, representam um percentual elevado na pauta.
Órgãos internacionais 
Existem diversos órgãos responsáveis por auxiliar os países a manterem suas relações comerciais. Nesta seção, abordaremos dois órgãos intervenientes da política comercial internacional, por serem considerados os mais importantes: a Organização Mundial do Comércio (OMC), também conhecida como World Trade Organization (WTO), e a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, ou United NationsConferenceon Trade and Development (Unctad).
OMC (WTO) 
A OMC, ou WTO, na sigla em inglês, foi criada pelo acordo de Marrakech em 1995, após a rodada de negociações do Uruguai, e é composta por 156 países, com sede em Genebra. Segundo Ratti (2007), a entrada da Rússia em 2012, após a crise econômica mundial, é importante, por ser um dos maiores potenciais mundiais, participando de forma ativa no mercado internacional. 
Entre as atribuições da OMC, a mais importante é a de estabelecera conduta de uma política justa do comércio internacional para produtores de mercadorias e serviços, nas importações e exportações, estabelecendo regras claras e aceitas por todos. Assim, a organização funciona como um fórum permanente para solução de problemas comerciais entre os países, blocos econômicos e as empresas envolvidas nas negociações. 
Compete à OMC monitorar os acordos internacionais em vigor, atuando como um foro multilateral responsável pela regulamentação, fiscalizando a execução da política comercial dos países-membros. 
A estrutura da organização é composta por conselhos gerais: para comércio de bens, para aspectos de propriedade intelectual relacionados ao comércio e órgãos de solução de controvérsias e de exame de políticas comerciais. Nessa estrutura, há também comitês de comércio e desenvolvimento, além de balanço de pagamentos e de assuntos orçamentários. Existem outros comitês para assuntos específicos para agricultura, barreiras técnicas comerciais, subsídios e outros.
Unctad
Criado em 1964, o órgão pertence à Organização das Nações Unidas (ONU) e atua nas deliberações intergovernamentais, propõe discussões e experiências, promove pesquisas e debates de representantes governamentais e assistência técnica para questões de economia de países menos desenvolvidos.
Tanto a OMC quanto a Unctad são órgãos intervenientes que participam das ações de empresas e países em prol de uma política econômica comercial global mais justa no mercado internacional (RATTI, 2007).
O objetivo da Unctad é aumentar as possíveis oportunidades de comércio internacional, investimentos e promover progresso dos países em condições igualitárias.
Entre suas atividades, estão:
· Ajudar os países menos desenvolvidos a aproveitarem os efeitos positivos do processo de globalização;
· Fomentar a diversificação de produtos e serviços nos países que dependem de produtos básicos para
· Minimizar os riscos comerciais;
· Auxiliar na elaboração de políticas e leis de concorrência nos países;
· Analisar os acordos comerciais realizados pelos países;
· Promover ações de desenvolvimento sustentável.
Para que essa interação entre os países pudesse se tornar realidade, foi necessária a criação de acordos internacionais, principalmente por intermédio dos blocos econômicos.
No intuito de expandir o comércio exterior brasileiro, o governo do país criou vários órgãos destinados ao setor. No âmbito internacional, também foram desenvolvidos organismos internacionais que procuram a equidade nas relações comerciais, estabelecendo regras mais justas nas negociações internacionais.
2 Efeitos da globalização e as relações de comércio exterior
A globalização aprofundou a integração econômica, social e cultural entre os países, provocando uma reestruturação nos processos produtivos e financeiros. Os países promovem negociações para facilitar o fluxo financeiro e de produtos por meio de acordos entre si, que defendem os interesses dos países--membros e tendem a aumentar a corrente de comércio. Essa globalização financeira e produtiva faz com que os países busquem novas formas de inserção no sistema internacional, processo que promove sua integração com base em mais liberdade econômica.
Os impactos da globalização na economia brasileira
A integração econômica no contexto do comércio internacional é definida por um conjunto de acordos, convênios e normas firmados entre dois ou mais países, formando os blocos econômicos, utilizando como ferramentas a eliminação das barreiras comerciais tarifárias e não tarifárias, que serão conceituadas mais adiante neste capítulo. 
Para compreender a influência desse processo no Brasil, precisamos entender o que são blocos econômicos, conjuntos de países que visam promover o aumento da corrente de comércio, gerando maior renda, empregos e desenvolvimento. De acordo com os objetivos estabelecidos, existem etapas de integração a serem vencidas:
· Zona de Preferência Tarifária. 
· Zona de Livre Comércio. 
· União Aduaneira. 
· Mercado Comum. 
· União Econômica.
O Brasil faz parte do Mercado Comum do Sul (Mercosul), um bloco econômico que tem o objetivo de atingir a 4.ª etapa, isto é, tornar-se um Mercado Comum.
Zonas de Preferências Tarifárias 
Uma ZPT é um acordo entre países com o objetivo de reduzir as tarifas alfandegárias nas transações comerciais efetuadas por seus membros. Dependendo do acordo de vontade estabelecido entre as partes, essa redução pode ser fixa ou gradativa até eliminar totalmente as tarifas alfandegárias.
A ZPT é o mais elementar dos processos de integração, apenas assegurando níveis tarifários preferenciais para o grupo de países-membros. 
A etapa seguinte é a Zona de Livre Comércio, que consiste na eliminação das barreiras tanto tarifárias quanto não tarifárias que incidem sobre o comércio entre os países membros. Já a União Aduaneira visa, além de reduzir barreiras tarifárias e não tarifárias, a uma política comercial comum com terceiros países e a adoção de uma tarifa aduaneira comum. 
A 4.ª fase é o Mercado Comum, que soma a adoção de uma política comum à livre circulação de fatores de produção (capital e trabalho). Além disso, todos os países membros de um Mercado Comum devem seguir os mesmos parâmetros para a política monetária (fixação de taxas de juros), política cambial (taxa de câmbio) e política fiscal (tributação e controle de gastos públicos).
 Para atingir o último estágio, que é a União Econômica, além de todas as etapas anteriores estabelecidas, é necessária a homogeneização das políticas econômicas nacionais, a existência de uma moeda comum e uma política monetária única, reguladas pelo Banco Central comunitário. 
O Mercosul, bloco do qual o Brasil é integrante, está no estágio de União Aduaneira e sua principal característica é a vigência plena da Tarifa Externa Comum (TEC), um dos acordos tarifários desse bloco, que serão vistos a partir de agora. 
Acordos tarifários do Mercosul 
Em 26 de março de 1991, foi estabelecido o Tratado de Assunção, que previa a integração dos seguintes estados-partes: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, por meio do livre comércio de fatores produtivos, serviços e bens de consumo. A partir de 2012, a Venezuela também se tornou um país membro do Mercosul e, atualmente, todos os demais países da América do Sul, exceto a Guiana Francesa, fazem parte desse bloco econômico, como associados. 
Para todos os países pertencentes ao Mercosul, foi estabelecida a TEC, com o objetivo de determinar uma mesma alíquota de Imposto de Importação na aquisição de mercadorias ou serviços dos países não-membros.
Além da TEC, o Mercosul tem acordos extra regionais firmados com diversos países, por exemplo: 
Também há acordos em negociação, como o Mercosul-UniãoEuropeia, que é um Acordo de Associação Bi regional. As negociações, iniciadas em 1999, interrompidas em 2004 e retomadas em 2010, têm se concentrado na elaboração do marco normativo, isto é, acesso a mercado em bens, defesa comercial, solução de controvérsias, concorrência, investimentos, serviços, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias, entre outros. 
Além disso, o Mercosul mantém os diálogos econômico-comerciais: Mercosul- Austrália e Nova Zelândia, Mercosul-Canadá, Mercosul-China, Mercosul-EFTA (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça) e Mercosul-Japão, nos quais se realizam consultas políticas com o objetivo de garantir diálogo constante sobre as iniciativas de cooperação e propiciar a troca de impressões sobre t
Acordos tarifários do Brasil 
O Brasil possui acordos tarifários com vários países, não só por intermédio do Mercosul, como também de maneira independente. Alguns deles são: 
· Acordo de Preferência Tarifária Regional entre países da Aladi (Bolívia, Equador, Paraguai, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai, Venezuela, Cuba, Panamá, Argentina, Brasil e México); 
· Acordo de Sementes entre países da Aladi; 
· Acordo de Bens Culturais entre países da Aladi; 
· Acordo de Complementação Econômica Brasil- Uruguai; 
· Acordo de Complementação Econômica Brasil-Argentina; 
· Acordo de Complementação Econômica Brasil-México; 
· Acordo de Complementação Econômica Brasil-Guiana;
· Acordo de Complementação Econômica Brasil-Suriname; 
· Acordo de Complementação Econômica Brasil-Venezuela.
Os acordos tarifários vêm assumindo grande importância no cenário do comércio internacional, influenciando a inserção comercial tanto dos países que possuem parcerias preferenciais quanto de todos que não participam desse movimento.
Órgãos nacionais intervenientes 
São considerados intervenientes do comércio exterior: o importador, o exportador, o transportador, o despachante aduaneiro, o agente de carga, o fiscal da Receita Federal (RF) e qualquer outra pessoa que tenha relação direta ou indireta com a operação de comércio exterior. Todos eles estão sujeitos aos órgãos intervenientes, cada um com uma função no contexto do comércio exterior, que são o tema desta seção.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio – MDIC 
O MDIC tem os objetivos de fortalecer a competitividade da indústria nacional, agregando valor a ela por meio de inovação tecnológica e defendendo a indústria e o mercado interno contra práticas desleais e ilegais, e promover o comércio exterior brasileiro.
Secex, Decex, Deint, Decom, Deaex e Decoe 
A Secex conduz as políticas de comércio exterior e gestão do controle comercial, normatizando, supervisionando, orientando, planejando, controlando e avaliando as atividades de comércio exterior. Ela é composta pelo Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex), Departamento de Negociações Internacionais (Deint), Departamento de Defesa Comercial (Decom), Departamento de Estatística e Apoio à Exportação (Deaex) e Departamento de Competitividade no Comércio Exterior (Decoe).
Entre as atribuições do Decex, estão: licenças de importação no âmbito do órgão e de bens usados e novos sujeitos ao exame de similaridade, isto é, a verificação da existência de produto brasileiro em condições de substituir o estrangeiro, observando a qualidade, o preço e o prazo de entrega; normas operacionais do órgão e estudos econômicos; gestão do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) e registros de exportação e drawback, que, segundo Silva (2004), é um regime aduaneiro especial cuja operação compreende importar com isenção ou suspensão de impostos com um compromisso de exportação vinculado em contrapartida. 
O Deint, por sua vez, promove estudos e preparações para a participação brasileira nas negociações internacionais de comércio. Entre suas atribuições, está a análise inicial de pedidos de interesse do setor produtivo nacional e do setor público, tais como alterações da TEC e criação de códigos. Esse órgão também administra o Sistema Geral de Preferências (SGP) no Brasil, cujo funcionamento foi idealizado no âmbito da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), tendo como base a lógica de que mercadorias de países em desenvolvimento pudessem ter um acesso privilegiado aos mercados daqueles já desenvolvidos. Isso é possível graças à redução parcial ou total do imposto de importação incidente sobre determinados produtos originários e procedentes desses países em desenvolvimento.
 O Decom tem a função de assegurar que o ingresso de produtos estrangeiros no país ocorra em condições leais de comércio e que a política de importação brasileira esteja em sintonia com as disposições vigentes no comércio internacional. Além disso, analisa investigações de práticas de dumping ou subsídios nas importações, avalia solicitações de petições requerendo salvaguarda comercial, aplica sobretaxas tarifárias para salvaguardar produtos brasileiros de acordo com medidas autorizadas pela OMC, acompanha investigações de defesa contra práticas comerciais brasileiras impetradas por outros países contra as exportações do Brasil, realiza defesas em processos de compensação e oferece assistência ao exportador em investigações antidumping.
O Deaex atua na obtenção de dados estatísticos fidedignos das exportações brasileiras e, por fim, o Decoe tem as funções de desonerar e dar garantias de exportações e financiamentos e reduzir Imposto de Renda (IR) nas promoções comerciais de produtos e serviços.
Camex e Apex 
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) é um órgão integrante do Conselho de Governo da Presidência da República e tem por objetivo a formulação, adoção, implementação e coordenação de políticas e atividades relativas ao comércio exterior de bens e serviços, incluindo o turismo. Sendo assim, a Camex define diretrizes, coordena e orienta ações dos órgãos do governo que possuam competências na área de comércio exterior.
O Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é o presidente da Camex. Também a integram os Ministros de Estado Chefe; da Casa Civil; das Relações Exteriores; da Fazenda; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do Planejamento, do Orçamento e Gestão e do Desenvolvimento Agrário. 
Os principais órgãos no âmbito da Camex são: Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, Comitê Executivo de Gestão (Gecex), Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações (Cofig), Conselho Consultivo do Setor Privado (Conex) e Secretaria Executiva.
Já a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Por exemplo: ações de promoção comercial, como missões e rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira, entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil. 
Sendo assim, a missão da Apex é o desenvolvimento da competitividade das empresas brasileiras, promovendo a internacionalização de seus negócios e a atração de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) por meio dos serviços de inteligência de mercado, qualificação empresarial, estratégia para internacionalização, promoção de negócios e imagem e atração de investimento.
MRE, Bacen, IRB, Susep e MF 
As embaixadas e consulados são pontos de referência no exterior para a promoção comercial. Suas atribuições incluem: realizar estudos de mercado, intermediar reclamações comerciais e organizar missões comerciais em nível presidencial e ministerial Nesse sentido, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) conta comuma ampla estrutura de promoção comercial no exterior, o Itamaraty, demonstrando o papel do Ministério na estratégia comercial brasileira tanto no aspecto político, mediante realização de contatos governamentais, quanto nooperacional, por meio da produção de informações para apoiar a promoção do comércio exterior. 
No Brasil, não é permitida a livre circulação de moeda estrangeira, sendo assim, outro órgão importante para o comércio exterior é o Banco Central do Brasil (Bacen), que autoriza os estabelecimentos a comprarem e venderem moedas estrangeiras às pessoas físicas e jurídicas. Além disso, segundo a Receita Federal do Brasil, tanto a entrada quanto a saída de moeda estrangeira decorrente do recebimento de exportações e ao pagamento de importações, respectivamente, só podem ser feitas “[...] mediante a celebração e liquidação de contrato de câmbio em banco autorizado a operar no mercado de câmbio e essa autorização é de responsabilidade do Bacen. 
A IRB Brasil Resseguros S.A., vinculada ao Ministério da Fazenda (MF), por sua vez, é responsável pelo resseguro, isto é, o seguro do seguro. Ela atua em mais de 40 países como uma empresa privada, diminuindo riscos de negócios de vários segmentos empresariais. Também vinculada ao MF está a Superintendência de Seguros Privados (Susep), responsável pela fiscalização, controle e intervenção no mercado de seguros e previdência privada (títulos de previdência privada, títulos de capitalização ou resseguros). Faz parte da Susep o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), órgão que determina as políticas e diretrizes dos seguros privados do Brasil.
Por fim, o MF trata da política, administração, fiscalização e arrecadação tributária federal (inclusive a destinada à previdência social) e aduaneira; negociações econômicas e financeiras com governos, organismos multilaterais e agências governamentais e fiscalização e controle do comércio exterior. Subordinado a ele, fica a Secretaria da Receita Federal do Brasil.
O território aduaneiro – Zona Primária e Zona Secundária 
De acordo com o Decreto nº 6.759/2009, que regulamenta a administração das atividades aduaneiras, a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior, o território aduaneiro compreende todo o território n acional e é dividido em duas zonas: a primária e a secundária.
A zona primária é constituída pelas áreas terrestre ou aquática, contínuas ou descontínuas, nos portos alfandegados, e pelas áreas terrestres nos aeroportos alfandegados e nos pontos de fronteira alfandegados. São locais onde ocorrem as operações de carga e descarga de mercadorias ou embarque e desembarque de passageiros oriundos do exterior ou a ele destinados. 
Já a zona secundária compreende a parte restante do território aduaneiro não classificado como zona primária, nela incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo.
O papel da SRFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil no território aduaneiro 
A SRFB é responsável pela administração dos tributos de competência da União, inclusive os previdenciários, e aqueles incidentes sobre o comércio exterior, abrangendo parte significativa das contribuições sociais do país. Um dos processos pertencentes à Secretaria é a gestão das políticas tributária e aduaneira com o objetivo de formular e analisar propostas, monitorar e avaliar o sistema tributário e aduaneiro e acompanhar e subsidiar a avaliação das políticas públicas implementadas com benefício fiscal. 
Esse conjunto de atribuições da SRFB evidencia que a administração da atividade aduaneira, especialmente dos tributos aduaneiros, compete a ela.
O processo de nacionalização e desnacionalização de mercadorias 
Para compreender os processos de nacionalização e desnacionalização de mercadorias, precisamos antes entender os conceitos de bem nacional e bem estrangeiro. 
A definição de bem nacional deriva da ideia de nação e diz respeito a um bem de propriedade de uma nação ou de algum de seus cidadãos. Sendo assim, deduz-se que bem estrangeiro é aquele que pertence a outra nação ou pessoa a ela submetida.
O processo de nacionalização de um bem é a transferência da propriedade de um bem de um cidadão de uma nação para o cidadão de outra ou de um determinado país para outro.
Em outras palavras, nacionalizar é conceder ao produto de procedência estrangeira o mesmo status de produto nacional por meio de uma sequência de atos que englobam o processo de importação. Já a desnacionalização ocorre pelo processo de exportação. Tal qual o processo de nacionalização, o momento da desnacionalização é um momento de transferência de propriedade. 
 Restrições tarifárias 
As restrições tarifárias são ações que não inibem a entrada do produto ou serviço, mas dificultam o processo de comercialização devido à imposição de alíquotas de impostos para proteção da indústria nacional, isto é, proteção de mercado. Um aumento da alíquota de Imposto de Importação para determinado produto com o objetivo de aumentar seu preço é um exemplo desse tipo de restrição.
As restrições não tarifárias 
As restrições não tarifárias são aquelas que utilizam instrumentos que influenciam o comércio internacional sem o uso de mecanismos tarifários. Relacionam-se a barreiras quantitativas, licenciamento de importação, procedimentos alfandegários, valoração aduaneira arbitrária ou com valores fictícios, medidas antidumping, medidas compensatórias, subsídios, medidas de salvaguarda e medidas sanitárias e fitossanitárias (que englobam barreiras técnicas, ou seja, mecanismos utilizados com fins protecionistas).
As nomenclaturas aduaneiras 
No mundo globalizado, em que existem protocolos e acordos internacionais, é comum estabelecer regras de padronização da linguagem de cada setor, o que também vale para o comércio exterior. Nesse sentido, é fundamental que existam classificações de mercadorias. 
Classificar uma mercadoria significa determinar uma correlação entre ela e um código especificado na nomenclatura para conhecer o tratamento que vai incidir sobre toda a operação que a envolve: impostos, anuências, certificados, mecanismos de defesa comercial, entre outros.
Sistema de classificação de mercadorias. O código numérico internacional – SH 
O Sistema de Harmonização de Designação e Codificação de Mercadorias (SH), criado e implantado em 1985 pela World Customs Organization ( WCO) - c onhecida em português como Organização Mundial das Alfândegas (OMA) -, é o código internacional vigente de padronização de mercadorias, com o objetivo de manter um sistema único mundial de designação e codificação. 
O SH é utilizado por mais de 200 países e economias como base para suas tarifas aduaneiras e para a elaboração de estatísticas de comércio internacional e é aplicada em mais de 98% das mercadorias no comércio internacional. 
Nesse sistema, as mercadorias são ordenadas de forma progressiva de acordo com seu nível de sofisticação em 21 seções, 96 capítulos e 1.241 posições. No total, existem 5.019 grupos diferentes de mercadorias, identificados por códigos de seis dígitos.
NBM – Nomenclatura Brasileira de Mercadorias 
A NBM é uma nomenclatura que tinha o objetivo de possibilitar a comparabilidade das estatísticas de comércio exterior internacional, recomendada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
NCCA, Naladi, NCM 
A Nomenclatura da Associação Latino- Americana de Integração (Naladi), que foi criada utilizando a Nomenclatura do Conselho de Cooperação Aduaneira (NCCA) até 1991, quando foi substituída pelo SH. Já os países do Mercosul, que ainda é uma União Aduaneira, adotam a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), que tem por base o SH, desde janeiro de 1995. Assim, dos oito dígitos que compõem a NCM, os seis primeiros são baseados no SH, enquanto o 7. ° e o 8. ° correspondem a desdobramentos específicos atribuídos no âmbito desse bloco econômico.
Tarifa Externa Comum – TEC do Mercosul 
A TEC do Mercosul estabelece que os países do bloco estão sujeitos às mesmas tarifas de exportação e importação com países fora do bloco. Sendo assim, em virtude da união aduaneira do bloco, todos os produtos vindos de outros países têm o mesmo tratamento fiscal e alfandegário nos países-membros, sendo classificados de acordo com a NCM. 
3 Operações de comércio exterior
Nestecapítulo, serão apresentadas as rotinas e procedimentos das operações de importação e exportação, os documentos exigidos nessas operações, desde a etapa de negociação até o desembaraço aduaneiro, e o principal sistema de comércio exterior, o Siscomex.
Siscomex – Sistema Integrado de Comércio Exterior
A partir da abertura comercial brasileira em 1990, com uma nova política industrial e de comércio exterior, o governo desenvolveu um sistema de informações para integrar as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). 
É por meio dele que os importadores e exportadores atendem aos requisitos e condições estabelecidas pelo governo do país para realizar as exportações ou importações, apresentando os registros e declarações de exportação e licenciamentos e declarações de importações, como veremos a seguir.
Registro do Exportador – Registro do Importador
A inscrição da pessoa jurídica no Registro de Exportadores e Importadores (REI), da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), é a condição básica para realização das operações de importação e exportação. É feita automaticamente no ato da primeira operação de exportação ou importação em qualquer ponto conectado ao Siscomex, como o próprio estabelecimento do usuário, bancos, corretoras e despachantes aduaneiros A inscrição da pessoa jurídica no Registro de Exportadores e Importadores (REI), da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), é a condição básica para realização das operações de importação e exportação. É feita automaticamente no ato da primeira operação de exportação ou importação em qualquer ponto conectado ao Siscomex, como o próprio estabelecimento do usuário, bancos, corretoras e despachantes aduaneiros.
Para obter acesso ao Siscomex, importadores e exportadores deverão ser habilitados no Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes (Radar), sistema no qual a Receita Federal do Brasil (RFB) analisa informações cadastrais e fiscais.
Já as pessoas físicas que atuam como agricultores ou pecuaristas com registro no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e artesãos, artistas ou semelhantes, registrados como autônomos, precisam solicitar o cadastramento no REI ao Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex) da Secex. 
Outros indivíduos só podem exportar ou importar caso a operação não seja habitual e em quantidades que não configurem prática de comércio (BRASIL, 2016q). Nesses casos, o indivíduo não precisará se habilitar no REI.
Documentos de exportação elaborados através do Siscomex 
O exportador só pode iniciar o processo de exportação após efetuar no Siscomex o Registro Eletrônico de Exportação (RE), que é o conjunto de informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracteriza a operação de exportação de uma mercadoria e define seu enquadramento.
Depois que esse registro é autorizado pelas autoridades aduaneiras, com a mercadoria pronta para o embarque, a empresa exportadora deve providenciar a Declaração de Exportação (DE) conhecida também como Declaração de Despacho de Exportação (DDE), iniciando o despacho aduaneiro de exportação. Esse documento pode conter um ou mais REs, desde que referentes ao mesmo exportador, a mercadorias negociadas na mesma moeda e condição de venda, e que as unidades da RFB para despacho e embarque também sejam as mesmas. Um RE, entretanto, só pode ser vinculado a uma única.
Caso as mercadorias a serem exportadas tenham valores menores que USD 50 mil ou o equivalente em outras moedas, o documento que o exportador deve providenciar é a Declaração Simplificada de Exportação (DSE), criada com o objetivo de simplificar e estimular a atuação dos pequenos exportadores brasileiros por meio de vantagens como redução de custos, agilidade nas operações, registro simplificado no Siscomex e envio da mercadoria por empresas de remessas, como os Correios.
Após a averbação e confirmação do embarque também forem lançadas no sistema, o exportador poderá emitir o documento que comprova o embarque, o Comprovante de Exportação (CE), na própria empresa, por meio do Siscomex. O CE reúne as informações sobre a operação de exportação e é indispensável para as empresas realizarem as operações cambiais.
Documentos de importação elaborados através do Siscomex 
Primeiramente é necessário verificar se o produto a ser importado precisa do Licenciamento de Importação (LI) no Siscomex, isto é, a autorização de natureza administrativa para efetuar a importação.
· Importações sem necessidade de licenciamento
De maneira geral, os importadores brasileiros estão desobrigados a obter o LI, bastando a Declaração de Importação (DI) para iniciar o despacho aduaneiro na RFB, exceto mercadorias detalhadas em portarias e decretos específicos.
· Importações sujeitas a licenciamento automático
A autorização é dada sem restrição à data do embarque, sendo assim, o registro da LI no Siscomex pode ser efetuado após o embarque da carga no exterior. O órgão anuente tem até dez dias úteis para se manifestar no Siscomex.
· Importações sujeitas a licenciamento não automático
O órgão anuente deve autorizar a importação antes do embarque da mercadoria no exterior, salvo nas exceções previstas na Portaria Secex 23/2011, no prazo de até 60 dias corridos. O importador deve aguardar para só depois autorizar o embarque da mercadoria do exterior.
As agências nacionais reguladoras como a Agência Nacional do Cinema (Ancine), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de outros órgãos do governo, tais como a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a Secex, o Departamento de Polícia Federal (DPF), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), são alguns dos órgãos anuentes do comércio exterior brasileiro.
Tendo em vista as peculiaridades da importação, o importador pode optar pelo Licenciamento Simplificado de Importação (LSI) para os produtos que estejam sujeitos a controles prévios, registrando a Declaração Simplificada de Importação (DSI). Essa modalidade de licenciamento só é permitida para pessoas jurídicas em operações com valores até USD 3.000 ou pessoas físicas até essa mesma quantia, desde que as quantidades importadas não revelem práticas comerciais e nem se realizem habitualmente. 
Para importações acima de USD 3.000, o despacho deverá ser providenciado no Siscomex por meio da DI. Nesse documento, o importador, identificando-se como contribuinte do Imposto de Importação (II), informa todos os dados sobre fornecimento, condições comerciais e características da operação necessários para permitir o ingresso de mercadoria estrangeira em território nacional: valor do produto estrangeiro no ponto de embarque, o frete internacional, seguro (se houver) e código de classificação tarifária do produto importado, que determina as alíquotas do II e do possível Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). 
Ao desembarcar a mercadoria estrangeira em solo brasileiro, seu importador deve acessar o Siscomex e elaborar a DI. O prazo máximo para o registro desse documento é de 90 dias após a descarga da mercadoria em recinto alfandegado e, após esse período, a mercadoria será considerada abandonada. A partir de então, ela poderá ser destruída, leiloada ou doada.
Principais documentos no comércio exterior 
Os documentos no comércio internacional formalizam e definem as condições da operação acordadas entre o importador e o exportador. Com o intuito de facilitar a troca comercial, eles são utilizados desde a fase inicial da negociação até a venda e a entrega da mercadoria, comunicando as características das mercadorias entre o importador e o exportador.
Documentação para fins de embarquepara o exterior 
Antes de iniciar o embarque, é assinada a proforma invoice ou fatura proforma. Esse documento é emitido pelo exportador para o importador, manifestando a intenção de realizar a operação comercial, como se fosse um orçamento ou uma cotação, e dá início à negociação. Nele, devem constar dados como: nome do importador e do exportador, dados bancários do exportador, discriminação completa do item, código de classificação de mercadoria Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), se for comercializado entre os países do bloco, ou o código de classificação de mercadorias do Sistema Harmonizado (SH) para demais países, quantidade, preço unitário e total e condição de pagamento.
Após a assinatura desse documento, emite-se a comercial invoice ou fatura comercial. A comercial invoice, exemplificada a seguir, é emitida pelo exportador, também em inglês ou no idioma do país importador, e é similar à fatura proforma por conter informações semelhantes, mas equivale à nota fiscal internacional, visto que compõe os valores aduaneiros e é imprescindível para o importador desembaraçar a mercadoria em seu país. 
Esse documento deve especificar: nome e endereço do exportador e importador (ou do adquirente ou encomendante predeterminado), especificações das mercadorias, marca, numeração e número de referência dos volumes (se houver), quantidade, espécie, pesos bruto e líquido dos volumes, países de origem, de aquisição e de procedência, preço unitário e total de cada espécie de mercadoria, montante e natureza de possíveis reduções de valor e descontos concedidos, custo de transporte e demais despesas relativas às mercadorias especificadas na fatura, condições e moeda de pagamento e termo da condição de venda.
A fatura proforma e a fatura comercial são parecidas. O que as diferencia é que a primeira é uma cotação utilizada no início da negociação, indicando uma possível futura transação entre o exportador e o importador, que pode receber várias propostas e não aceitá-las. Quando assinada, entretanto, a negociação é concretizada e a fatura comercial, de caráter definitivo, é emitida. 
Outro documento utilizado no embarque é o packing list ou romaneio de embarque. É o documento emitido pelo exportador para fins de embarque para o exterior e deve detalhar os volumes das mercadorias embarcadas para facilitar a identificação e a localização de qualquer produto dentro do lote e a conferência da mercadoria pela fiscalização, tanto no embarque quanto no desembarque (BRASIL 2016l). 
Não há formato padrão para o packing list, mas comumente ele traz os seguintes dados: quantidade total, marcação e identificação por ordem numérica dos volumes e espécie de embalagem (caixa, fardo, rolo, sacos etc.).
Para os produtos a granel, cargas não embaladas, como carros (que possuem o número do chassi como identificador) e máquinas e equipamentos de grande porte (que possuem número de série), o packing list não é necessário. 
Para fins de embarque, alguns importadores solicitam os certificados internacionais, que são exigidos pela legislação brasileira ou do país importador para atestar origem, qualidade, especificação, sanidade e composição dos produtos e, no Brasil, são emitidos por entidades autorizadas pela Secex. 
Um dos documentos mais utilizados é o certificado de origem, emitido pelo exportador, atestando que o produto foi produzido em um determinado país, habilitando isenções ou reduções do II caso a mercadoria seja originária de nações com acordos comerciais. 
Os certificados de origem são fornecidos pelas federações de agricultura, indústria e comércio, associações comerciais e centros e câmaras de comércio, por meio da apresentação de uma cópia da fatura comercial e de documentos de análise previstos em cada acordo internacional.
O certificado de origem é enviado junto aos demais documentos que instruem o despacho aduaneiro, exceto nas importações de produtos a granel ou perecíveis originários dos países integrantes do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Nesses casos, a apresentação do certificado pode ocorrer em até 15 dias após o registro da DI no Siscomex (BRASIL, 2016t). 
O certificado de origem FormA é utilizado para obter o benefício do Sistema Geral de Preferência (SGP), pelo qual determinados produtos originários de países em desenvolvimento têm redução do II nos territórios participantes. O formulário para recebê-lo deve ser preenchido em três vias, em inglês ou francês, sem rasura ou emenda, assinado pelo exportador e apresentado em qualquer agência do Banco do Brasil, que emitirá um conjunto de três vias do certificado, sendo que a primeira deve ser apresentada à alfândega do país importador para que se possa solicitar o benefício tarifário do SGP. E as demais vias permanecem em posse do importador.
 Outro certificado internacional é o Certificado do Processo Kimberley, emitido por entidades competentes no país de origem no intuito de proibir a exportação e importação de diamantes produzidos em áreas de conflitos e guerras civis (BRASIL, 2016a). Esse certificado é emitido pelo Departamento Nacional de Produção Mineral e regulamentado pela Instrução Normativa SRF 371/2003.
Para fins de circulação da mercadoria dentro do país até o embarque do produto para o exterior, é necessário que a carga esteja acompanhada da nota fiscal (Danfe). 
A nota fiscal acompanha a mercadoria desde a saída do estabelecimento até o efetivo desembaraço físico junto à Secretaria da Receita Federal (SRF). Entende-se como desembaraço o procedimento aduaneiro que autoriza o embarque da carga para o exterior. 
A nota fiscal não acompanha a mercadoria ao exterior, mas é obrigatória para que o estado tenha controle do recolhimento do imposto estadual. 
Outro documento muito importante para embarcar a mercadoria é o conhecimento de embarque (CE), que pode ser marítimo, aéreo, rodoviário ou ferroviário. O CE é o contrato de transporte internacional, emitido pela companhia transportadora. A via original é o documento que o importador necessitará para efetuar o desembaraço da mercadoria no destino e pagar a importação. Este documento comprova o embarque e a entrega da mercadoria. São quatro tipos:
· Bill of Landing (B/L) – conhecimento de embarque marítimo;
· Airway Bill (AWB) – conhecimento de embarque aéreo;
· CTR - conhecimento de transporte rodoviário;
· CTF - conhecimento de transporte ferroviário.
Esses são todos os documentos utilizados para embarcar uma mercadoria. É importante que o exportador conheça os documentos necessários ao embarque da mercadoria para não ser surpreendido durante o processo de emissão dos documentos.
Documentação para fins de negociação junto ao banco 
Existe o draft, também conhecido como letra de câmbio e, na linguagem bancária, saque ou cambial. É o título de crédito que corresponde a uma ordem de pagamento à vista ou a prazo. Ao enviar a mercadoria ao exterior, o exportador entrega os documentos e o saque ao banco negociador do câmbio em seu país, que encaminha esses documentos a seu banco correspondente no exterior. Essa instituição, por sua vez, fornece os documentos ao importador após este dar o aceite do saque. Dessa forma, o importador providenciará o pagamento em seu vencimento.
Como analogia, pode-se dizer que o saque se assemelha à duplicata, que é um documento que comprova um acordo no qual o comprador (nesse caso, o importador) cumprirá o pagamento ao vendedor (exportador) no valor e prazo acordados. 
Documentação para fins de fechamento de câmbio 
O fechamento de câmbio é uma fase importante no processo de importação/ exportação, pois é nesse momento que ocorrerá o pagamento da importação ou o recebimento de divisas na exportação. 
Para realizar o fechamento de câmbio, é necessário entregar, em data fixada, os documentos comprobatórios da operação (importação ou exportação). 
Os documentos utilizados para fechamento de câmbio são a cópia da fatura comercial, cópia do conhecimento de embarque e cópia do CE no caso de exportação ou cópia do CI no caso de importação.
Documentação para fins fiscaise contábeis 
O importador tem a obrigação de manter em boa guarda e ordem os documentos relativos às transações realizadas. Além da fatura comercial, do packing list são necessários os seguintes documentos: certificado de origem, contrato de financiamento, DI, LI (extratos), nota fiscal, CI e CE. É necessária a guarda dessa documentação, pois a SRF poderá, a qualquer momento, dentro do prazo de 5 anos, contado do primeiro dia útil do ano seguinte àquele em que tenha sido realizada a entrega da mercadoria ao importador, solicitar a documentação para fiscalização.
Sistemática de exportação 
A exportação proporciona ao exportador obter divisas, absorver tecnologia e alcançar uma maior produtividade, assimilando técnicas e conceitos ao lidar com diferentes países. Além desses motivos, a exportação serve como defesa de imprevisíveis alterações no mercado interno, uma vez que o exportador pode contar como mercado externo. Isto é, em períodos que a economia nacional não está aquecida e a empresa não está com muitos clientes no mercado interno, a empresa exportadora pode contar com os clientes do mercado externo.
Rotinas e procedimentos na exportação 
Algumas verificações administrativas ocorrem com o intuito de possibilitar a saída do território brasileiro de produto nacional ou nacionalizado. Essas verificações são realizadas por servidor público fiscal aduaneiro. 
A exportação possui rotinas e procedimentos operacionais que inicia a partir do deferimento do Registro de Exportação (RE). Assim que ocorre o deferimento, o RE está disponível para ser utilizado em uma DE. A formulação dessa declaração inicia o despacho de exportação e a DE recebe uma numeração dada pelo sistema. E o exportador terá 15 dias para fazer a entrega da documentação à unidade da RFB.
O passo seguinte é a averbação, isto é, a confirmação da presença de carga que é obrigatória e pode ser realizada pelo exportador ou pelo depositário, caso a carga esteja em recinto alfandegado. 
Após a averbação, o fiscal aduaneiro recepcionará a documentação que instrui o despacho e a fiscalização é iniciada e direcionada para um dos canais (verde, laranja e vermelho).
Roteiro básico de exportações: formação de preço e negociação 
A estrutura de determinação do preço apresentada utiliza como base o preço praticado no mercado interno, portanto, para o cálculo dele, é necessário eliminar os tributos não inclusos nas vendas ao mercado externo e incluir as despesas com a exportação (comissão de agente no exterior, embalagem, transporte etc). 
Fica claro, por meio disso, que o preço deve se basear nos custos e despesas envolvidos na comercialização no mercado externo. Portanto, a formação de preços não deve incorrer na prática, muitas vezes utilizada por pequenos e novos exportadores, de seguir preços fixados pelo líder do mercado-alvo sem considerar antes o preço mínimo necessário para cobrir os custos do exportador.
Após definido o preço de exportação, inicia-se a efetivação dos negócios, mediante troca de correspondência, contato pessoal ou solicitação do próprio importador. É muito importante que se conheça as peculiaridades e os riscos do país com o qual se deseja operar. 
Quanto melhor for a comunicação e a troca de informações entre as partes, como envio de catálogo, amostras, lista de preços, prazos, formas de pagamentos, garantias, transporte, ambas as partes ficam esclarecidas com relação às condições da operação.
A negociação formaliza-se por meio de um contrato, que não precisa ser necessariamente um documento com forma preestabelecida. Uma carta ou a fatura proforma assinada, onde se definam as condições da operação, já é um contrato em si. 
 Despacho aduaneiro e desembaraço aduaneiro na exportação 
Despacho aduaneiro é o procedimento de conferência da documentação da exportação pelo o auditor fiscal da RFB, com o intuito de qualificar o exportador, certificar a mercadoria, conferir a correta classificação e libera O desembaraço aduaneiro na exportação é o ato final do despacho aduaneiro, é o ato de entrega do produto ao exportador para que ele providencie o embarque da mercadoria r a carga para embarque, por meio de desembaraço aduaneiro.
Sistemática de importação 
A importação tem também o benefício de promover a modernização do parque fabril de um país ao se importar máquinas e equipamentos mais modernos. Porém o Brasil é considerado um país burocrático no que tange à entrada de mercadorias importadas devido à documentação e informações duplicadas para atender a diversos órgãos anuentes do comércio exterior brasileiro.
Com a chegada da mercadoria, o importador consulta em seu próprio computador se a carga já está disponibilizada pelo transportador. O importador deve consultar o Sistema Integrado de Gerência do Manifesto de Trânsito e do Armazenamento (Mantra), caso a importação for aérea, e o Siscomex Carga (Siscarga), se a importação for marítima. 
Diante da disponibilidade da carga, o importador registra a DI no Siscomex, onde os tributos federais devidos na importação e a taxa de utilização do Siscomex serão recolhidos por meio do débito automático em conta corrente. 
Após o pagamento dos impostos, ocorre a parametrização, onde a DI será submetida à análise fiscal e direcionada para um dos canais, verde, amarelo, vermelho e cinza. Na sequência do procedimento, são apresentados os documentos à unidade da RFB, cujo controle estiver a carga. Após essa etapa, aguarda-se a nomeação do fiscal aduaneiro que será responsável pela conferência documental e verificação física da carga. Para realizar a verificação física da carga, é necessário que o importador solicite o posicionamento da carga para que o fiscal possa conferi-la. No dia e horário agendado, o representante do importador deverá comparecer para a conferência aduaneira. 
E, após a conferência aduaneira, a mercadoria será desembaraçada. Ou seja, o fiscal aduaneiro encerra a conferência aduaneira no Siscomex e o representante do importador recebe os documentos originais, protocolando essa entrega na via de cópia da RFB. Nesse momento, realiza-se o pagamento dos serviços utilizados como armazenamento, movimentação, pesagem, posicionamento, desova e outros relativos à carga. Esse pagamento é condição indispensável para autorização da entrega da carga ao importador.
Gestão tributária 
As importações sofrem tributação ao serem nacionalizadas. Os tributos incidentes nas operações serão definidos conforme classificação fiscal da mercadoria apontada na NCM. 
É a partir da classificação fiscal da mercadoria que são conhecidas alíquotas do II, influenciando os demais impostos, tais como IPI, ICMS, PIS e Cofins, devido à tributação em cascata. 
A seguir são apresentados os principais tributos e despesas a serem pagos no processo de importação: 
· II – o fato gerador do II é a entrada da mercadoria estrangeira no território nacional e o momento exato da ocorrência dele. Para efeito do cálculo do imposto, é a data do registro da DI. 
· IPI – sobre produtos que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou finalidade ou o aperfeiçoe para consumo. O fato gerador é o desembaraço aduaneiro do produto importado.
· PIS/Pasep e Cofins – a contribuição para esses programas incidem na importação de produtos. O fato gerador é a entrada de produtos estrangeiros no território nacional, de acordo com a data de registro da DI.
· ICMS – incide sobre a entrada de mercadoria importada e o fato gerador é o desembaraço aduaneiro de mercadoria importada do exterior.
· CIDE-Combustíveis – a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incide sobre a importação de petróleo e derivados, gás natural e seus derivados e álcool etílico combustível e o fato gerador é a importação. 
· TUS – Taxa de Utilização do Siscomex que será devida no ato do registro da DI. 
· AFRMM: é um adicional ao frete cobrado pelas empresas brasileiras e estrangeiras de navegação que operam em porto brasileiro com o objetivo de desenvolver a marinha mercante brasileira e a indústria de construção naval. Seu fatogerador é devido na entrada no porto de descarga e é calculado sobre o valor do frete. 
1) 25% na navegação de longo curso; 
2) 10% na navegação de cabotagem; 
 3) 5% na navegação lacustre e fluvial.
· Despesas Portuárias/Aeroportuárias – após o processo de privatização, portos e aeroportos passaram a ser explorados pela iniciativa privada. Desse modo, cada terminal portuário e aeroportuário possui seu valor devido para os serviços por eles prestados.
Despacho aduaneiro e desembaraço aduaneiro na importação 
Despacho aduaneiro é o procedimento pelo qual o auditor fiscal da RFB confere os documentos de importação para qualificar o importador, certificar a mercadoria, conferir a correta classificação e providenciar a nacionalização da mercadoria no país por meio de desembaraço aduaneiro (SILVA, 2004). O desembaraço aduaneiro na importação é o ato final do despacho aduaneiro, que traduz a autorização aduaneira para entrega do bem importado.
4 Regimes aduaneiros especiais e regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais
Regimes aduaneiros especiais
Os regimes aduaneiros especiais são denominados assim porque estabelecem uma situação especial, a suspensão ou até mesmo a isenção dos tributos pelo importador e pelo exportador na importação e na exportação, respectivamente.
Trânsito aduaneiro 
Antes de abordar o regime aduaneiro especial de trânsito aduaneiro, primeiramente é necessário conhecermos o significado de território aduaneiro. Vejamos: território aduaneiro é todo território nacional, inclusive mar territorial, águas territoriais e espaço aéreo. É no território aduaneiro onde as autoridades aduaneiras atuam que ocorre o regime de trânsito aduaneiro. 
Esse regime permite a circulação de mercadorias que estão sob controle aduaneiro de um ponto a outro do território aduaneiro com a suspensão de pagamento de impostos.
	Vantagens trânsito aduaneiro 
	Desvantagens trânsito aduaneiro 
	· Maior segurança para a operação, pois não há manipulação da mercadoria em zona primária (com exceção do canal vermelho com conferência da mercadoria). 
	· Maior custo com frete rodoviário, pois há menor disponibilidade de transportadoras habilitadas na RFB. 
	· Possibilidade de utilização de armazém em zona secundária com custos menores de armazenagem. 
	· Parametrização da DTA além da Declaração de Importação (DI). 
	· Transferência do estoque para armazém em zona secundária mais próxima geograficamente do local do importador/exportador. 
	· Custo com remoção cobrado pelos armazéns em zona primária.
	· Possibilidade de utilização de retiradas parciais em zona secundária. 
	· Maior tempo de processo comparado ao canal verde em zona primária. 
	· Manutenção de estoque com suspensão 
dos impostos em zona secundária.
	· Fuga da burocracia que ocorre na zona
primária.
Admissão temporária para utilização econômica e admissão temporária para aperfeiçoamento ativo 
O regime aduaneiro especial de admissão temporária permite que bens importados permaneçam no país por um período determinado e com a suspensão dos pagamentos dos tributos.
Com relação à admissão temporária para utilização econômica, de acordo com os artigos 373 a 379 do Regulamento Aduaneiro, os bens admitidos temporariamente no país para utilização econômica ficam sujeitos ao pagamento dos impostos federais, da contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da COFINS-Importação, proporcionalmente ao seu tempo de permanência no território aduaneiro. 
Exportação temporária e exportação temporária para aperfeiçoamento passivo 
O regime aduaneiro especial de exportação temporária autoriza a saída de produtos brasileiros com suspensão de pagamento de tributos de exportação, mas fica condicionada o retorno no mesmo estado de origem e a um prazo determinado. A seguir, alguns exemplos de bens contemplados pelo regime:
· Bens destinados a eventos de natureza científica, cultural, esportiva, artística e comercial.
· Bens destinados ações de assistência humanitária. 
· Para produtos de ensaios e testes para utilização no exterior. 
· Para o acondicionamento e transporte de outros bens. 
· Bens destinados para atividades de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológicos aprovados pelo CNPq ou Finep. 
· Bens destinados à prestação de assistência técnica a produtos exportados, em virtude de garantia.
O regime de Exportação Temporária para Aperfeiçoamento Passivo ê o que permite a saída, do País, por tempo determinado, de mercadoria nacional ou nacionalizada, para ser submetida a operação de transformação, elaboração, beneficiamento ou montagem, no exterior, e sua reimportarão, na forma do produto resultante dessas operações, com pagamento do imposto incidente sobre o valor agregado.
Drawback 
O drawback consiste em um incentivo para as exportações. Foi criado em 1966, pelo Decreto-Lei 37, com constantes modificações de acordo com as políticas de comércio exterior brasileiro, estabelecidas pelo Governo Federal. Ele funciona como um redutor de tributos que incide sobre matéria-prima importada para ser utilizada geralmente na fabricação de produtos a exportar. O principal objetivo é tornar o preço dos produtos brasileiros competitivos no mercado internacional. 
As modalidades utilizadas de drawback atualmente são suspensão, isenção e restituição, que serão detalhadas a seguir. 
Drawback suspensão 
Nessa modalidade, é permitida a suspensão do pagamento do II, do IPI, da contribuição para o PIS/Pasep, da Cofins, da contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação, na importação, de forma combinada ou não com a aquisição no mercado interno, de mercadoria para emprego ou consumo na industrialização de produto a ser exportado.
Existem outras operações em que a modalidade suspensão também é aplicada, conforme apresentado a seguir: 
Drawback genérico 
Com discriminação genérica do produto a importar com seu preço. 
Drawback sem cobertura cambial 
Sem cobertura parcial ou total cambial, no ato da importação.
Drawback para reposição de matéria-prima nacional 
Importação de insumos para reposição de matéria-prima no processo de fabricação de produto a exportar. 
Drawback intermediário 
Parte da matéria-prima recebe isenção.
Como vimos o, drawback suspensão é aplicado em diversas operações, destacando o drawback verde-amarelo, que suspende os tributos federais para compras de matérias-primas nacionais que serão incorporadas em produtos para exportação. Esse mecanismo atua na redução do preço do produto a ser exportado, promovendo a competitividade do produto nacional junto ao mercado internacional. 
Drawback isenção 
A modalidade de drawback isenção, concedida e administrada pelo Banco do Brasil por delegação da Secex, permite a isenção do II e a redução à zero do IPI, da contribuição para o PIS/Pasep, da Cofins, da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação na importação de mercadoria, de forma combinada ou não com a aquisição no mercado interno, em quantidade e qualidade equivalente àquela importada anteriormente e utilizada na industrialização de produto exportado. Em termos gerais é a ação do fabricante que, após concluir a exportação, importa insumos, sem encargos tributários, para reposição de seus estoques.
Drawback restituição 
Com relação à modalidade drawback restituição, compete à Secretaria da Receita Federal (SRF) abranger total ou parcialmente os tributos pagos na importação de uma mercadoria exportada. O interessado deverá comprovar a exportação da mercadoria cujo beneficiamento tenha sido utilizado em mercadorias importadas. Essa restituição poderá ser por meio de crédito fiscal a ser utilizado em qualquer importação posterior.
Regimes aduaneiros especiais (específicos para determinadas atividades econômicas e outros) 
Os regimes aduaneiros especiais aplicados a determinadas atividades econômicas servem como instrumento tributário para alavancar os setores econômicos de interesse estratégico para o governo. Esses setores são identificados pelo governo como prioritários para que o Brasil se insira

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