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Resumo – Filosofia
Filosofia Antiga
A necessidade do homem de explicar o mundo que até então era completamente desconhecido leva-o a um caminho mítico, isso é, explicavam o mundo através de vários mitos. O mito é uma narrativa, vem do grego mythos, isso é, uma narrativa criada pelo homem para explicar as coisas do Cosmo (mundo para os gregos). O mito perdura como explicação, porém ele tem um certo limite e é aí que nasce a Filosofia. 
A Filosofia surge por um avanço da razão (logos), buscando deixar de explicar a natureza através de elementos sobrenaturais e explicando a natureza através da própria natureza. Os primeiros filósofos a fazerem isso são chamados de filósofos da natureza (physis), de maneira geral, eles acreditam que o mundo pode ser explicado através um elemento básico, uma única substância que teria criado as demais (arché – princípios que estão sempre presentes em alguma substância).
Há um momento nessa época em que não adianta mais só saber do que o mundo é feito, pois começam a busca por explicar o movimento e as mudanças que acontecem na realidade, daí surge o primeiro grande conflito de ideias na Filosofia entre Mobilismo e Monismo.
*Mobilismo: É a concepção da realidade natural caracterizada pelo movimento, e seu principal representante foi Heráclito, que valorizava a experiência sensível dizendo que tudo flui e está em constante movimento. Acreditava também que o fogo era o elemento primordial, simbolizando o caráter dinâmico da realidade em meio à energia que queima e consome.
*Monismo: É a doutrina que defende a existência de uma realidade única, distinguindo-a da sua aparência. Seu representante era o opositor do mobilismo, Parmênides, que afirmava que o movimento era um aspecto superficial das coisas. Para Parmênides existiam duas vias para a obtenção de conhecimento, a via da razão e a via da opinião. A via da razão era a verdadeira, válida e segura e a via da opinião era a nossa percepção do que vemos ou sentimos. Nesse sentido, ele defendia que a mobilidade está fundada na opinião, já que a razão nos mostra que o universo é infinito e o infinito não tem como se mover.
Filosofia Clássica
Sócrates representa uma ruptura na Filosofia grega, já que os filósofos até então tinham um pensamento voltado ao cosmo e a natureza e Sócrates introduz um pensamento mais voltado à ética e a política. Embora não tenha desprezado os métodos de entendimento daqueles que o precederam, ele exercitou a intelectualidade numa direção nova, colocando o homem como o objeto realmente digno de compreensão e de estudo.
Os Sofistas eram sábios responsáveis pela educação dos cidadãos atenienses e Sócrates era “inimigo” deles por acreditar que o homem deveria pensar por si só. O trabalho de Sócrates foi militante e não teórico, isso é, ele não escrevia livros como os outros filósofos, preferia conversar e fazer discursos, preferencialmente com pessoas jovens, que seriam o futuro da cidade e tinham uma maior disposição a mudar suas ideias.
Maiêutica significa “parto” e Sócrates usa esse conceito para dar nome à sua obra, que consiste no trabalho de dar à luz a ideias consistentes. Ao afirmar que nada sabe, Sócrates permite que o interlocutor reveja suas ideias e, com muita habilidade, coloca em questão suas opiniões e certezas. A busca dos conceitos de coragem, moral, justiça, piedade e etc. que são trilhos do pensamento socrático, faz com que o homem passe a refletir sobre suas atitudes e condutas individuais e sociais. Nesse sentido, ele buscava mostrar as inverdades e acreditava que as pessoas já tinham o conhecimento dentro de si e ele ajudava a dar à luz, resgatar esse saber.
Com isso, Sócrates foi acusado de corromper a juventude com ideias subversivas, foi julgado e condenado à morte. 
O maior discípulo de Sócrates é Platão. Para Platão existem dois níveis de realidade: O mundo sensível, que é o mundo que percebemos através dos nossos sentidos, mundo mutável, ele acreditava que os sentidos não podiam gerar conhecimento. E o mundo suprassensível / mundo das ideias, onde a realidade imutável habitava, é um mundo superior. Esse é o dualismo de Platão, para ele, poucas pessoas conseguiam chegar no mundo das ideias, na verdade pura.
Já Aristóteles defende uma ideia contrária à que Platão acreditava, ele se apega ao mundo sensível, ou seja, ao mundo material e acredita que existem 4 causas não excludentes para todas as coisas – material (do que é feito?), formal (qual é a forma?), motora/eficiente (o que faz?) e final (qual o objetivo?).
Filosofia Helenística/Medieval
É um movimento de reconciliação entre fé e razão, onde as questões de fé serão retomadas. Isso acontece porque a Grécia é invadida pelos Macedônicos e a democracia acaba, considerando que democracia pressupõe liberdade e nesse período a prevalência foi de um império, a filosofia acaba por perder muito de seu caráter crítico. Nesse período, as coisas do mundo devem ser explicadas a partir de uma figura divina chamada Deus.
Patrística: Resultou do esforço para conciliar a nova religião – o cristianismo – com o pensamento filosófico dos gregos e romanos. A filosofia patrística liga-se à tarefa religiosa da evangelização e à defesa da religião cristã contra os ataques teóricos e morais que recebia dos antigos. 
A patrística buscava introduzir ideias desconhecidas para os filósofos greco-romanos: a ideia de criação do mundo a partir do nada, de pecado original do homem, de Deus como trindade una, de encarnação e morte de Deus, de juízo final ou de fim dos tempos e ressurreição dos mortos etc.
Para impor as ideias cristãs, os padres da igreja as transformaram em verdades reveladas por Deus (por meio da Bíblia e dos santos) que, por serem decretos divinos, seriam dogmas, isto é, verdades irrefutáveis e inquestionáveis.
Escolástica: Teve como influências principais Platão e Aristóteles e discutia os mesmos problemas da patrística, acrescentando alguns outros. Tinha influência também das ideias de Santo Agostinho. Nesse período surge a filosofia cristã, que é, na verdade, a teologia. Um de seus temas mais constantes são as provas da existência de Deus e da imortalidade da alma.
Filosofia Moderna
O período anterior entra em colapso por uma crise de paradigma. Nesse período nasce o “sujeito do conhecimento”, isto é, a filosofia, em lugar de começar seu trabalho conhecendo a natureza (como na filosofia antiga) e Deus (como na patrística e escolástica), para depois referir-se ao homem, começa indagando qual é a capacidade da razão humana para conhecer e demonstrar a verdade dos conhecimentos. Há um ceticismo com relação ao conhecimento do homem, isto é, só cabem dúvidas e desconfianças. 
Para os modernos, as coisas exteriores (a natureza, as instituições sociais e políticas) são conhecidas quando o sujeito do conhecimento as representa intelectualmente, ou seja, quando as apreende como ideias que dependem apenas das operações cognitivas realizadas pelo próprio sujeito. Isso significa que tudo o que pode ser conhecido deve poder ser representado por um conceito ou por uma ideia clara e distinta, demonstrável e necessária, formulada pelo intelecto. Significa também que a natureza, a sociedade e a política podem ser inteiramente conhecidas pelo sujeito do conhecimento, porque são racionais em si mesmas e propensas a serem representadas pelas ideias do sujeito do conhecimento.
A natureza passa a ser vista de modo mais mecânico, é o mecanicismo, isto é, o mundo passa ser visto como uma grande máquina que foi criada a partir de algumas leis e alguns princípios e cabe ao homem desvenda-las e usar isso ao seu favor. Começa-se então uma busca por verdades inabaláveis.
Descartes usa o ceticismo como ferramenta filosófica, ou seja, ele duvidava de todas as coisas. Ele chega na certeza de que a dimensão mental dele existe, porque se ele pensa e duvida das coisas, ele existe (nesse caso, a certeza é de que a mente dele existe e não a dimensão material). No pensamento dele há uma divisão entre corpo e alma.
Seguindo essa linha de pensamento,ele busca usar a única verdade inabalável que possui para conhecer a realidade, então usa a razão como ferramenta para isso. Essa é a corrente conhecida como racionalismo.
O empirismo diz que devemos duvidar da razão, pois o que pode ser realidade para uma pessoa, pode não ser para outra. O empirismo defende a ideia contraria do racionalismo/inatismo, isso é, acredita que as ideias começam a partir da nossa experiência com os sentidos, esses sentidos podem se juntar e formar a percepção, que por repetição, acabam se tornando ideias. Dessa forma, para o empirismo, não existe ideias ou conhecimentos sem o fator da experiência. 
Kant critica o fato de nenhum dos dois buscar entender primeiro o que é a razão para depois dizer o que é a verdade, essa foi a revolução copernicana de Kant. Empiristas e Racionalistas colocaram a realidade como objeto de estudo e fizeram com que a razão se adaptasse a isso, quando deveriam saber primeiro o que é a razão e para que serve para depois incluir o que é realidade, verdade e ideias. A priori é o que vem antes, para Kant, a razão é a priori, ou seja, vem antes da experiência. A posteirori é o que vem depois, na teoria de Kant, é a experiência criando matéria de conhecimento.
Noumeno é a realidade racional, tal como ela é, é afirmado pela razão sem considerar a experiência. Fenômeno é a realidade vista da forma como ela se manifesta para a nossa razão, ele depende da experiência, portanto é estruturado pelo próprio sujeito. Para Kant, nós nunca conhecemos o noumeno, ou seja, a verdade sobre determinado objeto, só conheceremos o fenômeno, uma das facetas da realidade completa.
Filosofia Contemporânea
É a filosofia que nasce no século XIX e vai até os dias atuais. Surgem dois caminhos a partir do pensamento do Kant.
Hegel é um grande pensador desse período e é ele que vai trazer a questão da razão histórica, ou seja, a gente compreende a realidade através uma consciência histórica, as coisas com as quais a gente pode se relacionar estão previamente selecionadas pela história. Além de enxergarmos somente o fenômeno (recorte da realidade), o que enxergarmos já foi condicionado historicamente, ou seja, o fenômeno é histórico. Com isso, para ele não existe uma separação entre sujeito e a unidade externa, o sujeito já é a realidade e a realidade é o sujeito. 
Husserl cria uma corrente que critica o Kant, mas de forma a radicalizar o que ele falou, ele cria então a Fenomenologia. Para ele, o fenômeno deve ser estudado, já que essa é a única coisa a qual temos contato. Se não temos acesso à outras faces da realidade, então não faz sentido estudar outras coisas, além daquilo que se mostra.

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