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Teoria da Comunicação 
Aula 19 
Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula 19: Escola sociológica contemporânea — Mcluhan 
 
Objetivo: Apresentar o pensamento contemporâneo sobre a comunicação a partir 
do teórico Marshall Mcluhan. 
 
 
Marshall Mcluhan 
 
Marshall Mcluhan (1911–1980) apresenta uma visão otimista dos meios de 
comunicação de massa, afirma que a crescente divulgação de notícias poderia 
aproximar os seres humanos, formando o que ele denomina Aldeia Global: 
sociedades mundiais, interconectadas através do planeta. O meio é a mensagem. 
No pensamento de Mcluhan, o meio é entendido como uma extensão do 
corpo humano. A mensagem não poderia se limitar, então, simplesmente ao 
conteúdo ou informação, porque, dessa forma, se excluiriam algumas das 
características mais importantes dos meios: seu poder para modificar o curso e o 
funcionamento das relações e as atividades humanas. 
Nesta linha, Mcluhan definirá a mensagem de um meio como a mudança de 
escala, ritmo ou letra que esse meio provoca na sociedade ou cultura. Desta forma, 
o conteúdo se converte em uma ilusão ou visão, no sentido de que este se encontra 
mascarado, como a máscara, a modificação do meio — mediatização. Meio e 
mensagem funcionam como um par, comprometido, mais ou menos, pois um contém 
o outro. Comumente, não se percebe a existência da relação entre os meios — o 
conteúdo de qualquer mensagem resulta em algo menos importante que o meio em 
si mesmo. 
O autor fala das quatro idades da civilização para introduzir o conceito de 
“Aldeia Global”. Uma forma de sistematizar algumas ideias que caracterizam o seu 
pensamento, é realizar um breve percurso pela história da comunicação, de acordo 
com a concepção que este tinha de cada etapa: 
 
 
 
 
 O estado tribal. Período associado com nenhum fenômeno considerado 
tecnológico: a comunicação verbal. Para o Mcluhan, é tecnologia a criação de 
um meio que não se possui ao nascer, não se refere à língua como uma 
combinação de fonemas. Refere-se às línguas que contam com uma série de 
sons associados a objetos. A pergunta é: por que se tem desenvolvido uma 
linguagem na qual predominam a funcionalidade sobre a descrição das 
emoções? 
 O estado de destribalização. Momento-chave no qual se inicia um segundo 
estágio de civilização: a criação da escrita. A abstração, a separação e 
distância dos símbolos a respeito dos objetos que levou à civilização a um 
estado mais racional e funcional, de onde nascem os conceitos de útil e 
benefício. As exigências da racionalização que determinam a escrita 
produzem um desenvolvimento especial da visão, porque requerem uma 
organização sistemática e visual do conhecimento. O conceito de 
destribalização não é novo. A visão que supõe a escrita é compartilhada pelo 
sociólogo Max Weber. 
 O estado de retribalização. Este estágio supõe uma volta para trás, e está 
marcada pela aparição dos meios tecnológicos no âmbito da comunicação. 
Os meios eletrônicos descobrem as faculdades eclipsadas pela cultura 
impressa. O rádio, como extensão do ouvido, e a tevê, como extensão do 
tato, têm a capacidade de romper os equilíbrios naturais para restituir ao 
indivíduo a totalidade das sensações. Por um lado, recriam o contato oral 
imediato que foi típico da vida arcaica comunitária e tribal, por outro, 
derrubam as barreiras estatais derivadas, por sua vez, dos efeitos da escrita e 
dão corpo aos projetos de mundialização da cultura. 
 
O conceito de Aldeia Global, na concepção de Mcluhan, quer dizer que o 
progresso tecnológico estava reduzido no planeta à mesma situação que ocorre em 
uma aldeia. Mcluhan é o primeiro filósofo que dá conta das transformações sociais 
provocadas pela revolução tecnológica do computador e das telecomunicações. 
 
 
 
 
Como paradigma da Aldeia Global, elegeu a televisão, um meio de massa 
internacional, integrado via satélite. O princípio que preside este conceito é o mundo 
interligado, com estreitas relações econômicas, políticas e sociais, fruto da evolução 
das Tecnologias da Informação (TI), particularmente da WWW (World Wide Web), 
diminuidora das distâncias e promotora da consciência global interplanetária. Essa 
profunda interligação entre todas as regiões do globo origina uma poderosa teia de 
dependências mútuas da qual derivam ideias como a ecologia e a economia 
sustentável da terra. 
O “efeito borboleta” foi explorado por Mcluhan e está relacionado diretamente 
com a teoria do caos: um acontecimento que em determinadas partes do mundo tem 
efeitos em escala global, como o demonstram, por exemplo, as flutuações do 
mercado financeiro. 
Trata-se de um conceito filosófico mais utópico que real. Assim o reforçam os 
teóricos da globalização e alguns críticos do conceito, o mundo está longe de viver 
em uma “aldeia” e muito menos global: o conceito de aproximação a uma aldeia, em 
que todo o mundo se conhece e participa na vida e nas decisões comunitárias, logo 
do que seria o ideal da sociedade contemporânea. Sem considerar, também, que a 
interconexão é para os que podem, sendo grande o número de excluídos que não 
estão ligados à internet. Portanto, fica em evidência a ambivalência entre a inclusão 
e exclusão. 
Na introdução do livro Galáxia Gutemberg, o canadense Marshall Mcluhan 
afirma que a palavra ambiente tivesse sido preferível para descrever o período na 
história da comunicação do qual reflete: o termo galáxia expressa perfeitamente o 
conjunto simultâneo e recíproco de diversos fatores não relacionado diretamente 
entre si. 
Esse período compreende quase quatro séculos que vão desde a difusão da 
imprensa na Europa — da modernidade até as primeiras décadas do século XIX, 
quando o telégrafo mudará para sempre a história da comunicação humana. No 
mundo ocidental, só uma terceira parte da história tem sido tipográfica e a relação 
entre esta etapa e a anterior é interdependente. 
 
 
 
 
Para Mcluhan, a civilização é equivalente à cultura da escrita, cultura que, 
segundo sua opinião, competirá com a cultura eletrônica. Observa, além do mais, 
que enquanto que a escrita à mão destacava a insignificância e a irritação 
especializada próprias do signo visual, na página impressa, predomina a linearidade 
e receptividade. 
 
Mcluhan divide a história em quatro fases: 
 
 Agrícola. 
 Mecânica. 
 Elétrica — Mass Media. 
 Tecnológica (essa tem grande importância para seu pensamento). 
 
 
 
Vale a pena conferir 
 
1. O surpreendente livro de Marshall Mcluhan O Meio é a Massagem, escrito em 
1967, possui trechos muito interessantes e relevantes e, portanto, é recomendada a 
sua leitura. 
 
Agora que você chegou ao fim desta aula, acesse o AVA e faça os exercícios 
propostos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
DROGUETT, Juan G.; POMPEU, Bruno. Dicionário técnico e crítico da comunicação 
publicitária: conceitos fundamentais. São Paulo: Cia. dos Livros, 2012. 
MATTELART, Armand e M. História das Teorias da Comunicação. São Paulo: 
Loyola, 2011. 
MCLUHAN, Marshall; FIORE, Quentin. O Meio é a Massagem: um inventário de 
efeitos. Rio de Janeiro: Ímã Editorial, 2011. 
WOLF, Mauro. Teorias da comunicação. Lisboa:Editorial Presença, 2009. 
http://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/teocom80_100/a19ex01_teocom80_100.htm
http://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/teocom80_100/a19ex01_teocom80_100.htm
http://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/teocom80_100/a19ex02_teocom80_100.htm

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