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Serviço Social para o INSS - Teoria e Exercícios

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Aula 01
Serviço Social p/ INSS - Analista do Seguro Social - Serviço Social - 2016
Professor: Ana Paula de Oliveira
 
Profa. Ana Paula de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 51 
 
Serviço Social para o INSS 
Teoria e exercícios comentados 
Profa. Ana Paula de Oliveira ʹ Aula 01 
 
 
AULA 01: Itens 1.3 e 1.1.8 do Edital/ 1.3.1 Código de Ética Profissional 
dos(as) Assistentes Sociais. Resolução CFESS nº 273 de 13 de março de 
1993, e alterações. 1.3.2 O projeto ético-político do Serviço Social e suas 
implicações no agir profissional. 1.3.3 Projeto profissional – rumos éticos e 
políticos do trabalho profissional na contemporaneidade./ 1.1.8 O Serviço 
Social na contemporaneidade. 1.1.10 Mudanças no mundo do trabalho e as 
suas repercussões no trabalho profissional do(a) assistente social. 1.1.11. 
Regulamentação do exercício profissional – Lei n° 8.662/1993 e alterações. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Introdução 02 
2. Mudanças no mundo do trabalho e as repercussões no trabalho profissional 
do assistente social. 
02 
3. Fundamentos éticos do agir profissional 06 
4. Projeto ético-político do Serviço Social: construção e desafios 11 
5. Legislação específica 
5.1 Lei de regulamentação da profissão 
5.2 Código de ética profissional 
5.3 Resoluções do Conselho Federal de Serviço Social 
18 
18 
22 
26 
6. Resumo do concurseir@ 33 
7. Questões comentadas 37 
8. Lista de questões 44 
9. Gabarito 50 
10. Indicação de conteúdo complementar 50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a 
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de 
rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os 
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe 
adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos 
;-) 
 
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Serviço Social para o INSS 
Teoria e exercícios comentados 
Profa. Ana Paula de Oliveira ʹ Aula 01 
 
 
1. INTRODUÇÃ O 
 
 
Car@ alun@, estamos muito contentes por você ter escolhido o nosso curso!!! 
Trabalharemos arduamente nestes meses que antecedem a data da prova. Assim, conforme já 
sinalizamos na aula 00, todo o material está centrado nos conteúdos dispostos no edital do 
concurso, bem como nas questões formuladas pela CESPE. 
Desse modo, é importante a leitura atenta de todo o material da aula e o exercício das 
questões selecionadas. Salientamos ainda que no edital do certame do INSS consta que o 
julgamento de cada item da prova objetiva será por intermédio de alternativas de CERTO e 
ERRADO – como outras bancas não utilizam essa metodologia, praticar é essencial, pois, 
você adquirirá domínio e confiança na forma como a CESPE organiza a sua prova!!! 
Bem, vamos à aula!!! Bons estudos!!! 
 
 
2. MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO E REPERCUSSÕES PARA O 
TRABALHO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL. 
 
 
Em análise do item 02 do edital, observamos similaridade com o tópico II (Trabalho e 
Serviço Social: o redimensionamento da profissão ante as transformações societárias 
recentes) constante na primeira parte do livro da Professora Marilda Villela Iamamoto – “O 
Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional” –. 
Neste sentido, apresentaremos aqui as ideias principais da autora. No entanto, é 
fundamental que você também leia o material, para fins de apreensão mais qualificada do 
conteúdo apresentado. 
 
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Serviço Social para o INSS 
Teoria e exercícios comentados 
Profa. Ana Paula de Oliveira ʹ Aula 01 
 
 
 
De maneira geral, o texto de Iamamoto (2006) situa a discussão do Serviço Social 
enquanto especialização do trabalho coletivo, bem como a condição de trabalhador 
assalariado do assistente social, visto que o trabalho cotidiano depende da relação que o 
profissional estabelece com o seu empregador, a qual é determinada pelo conjunto 
macroestrutural do modo de produção vigente – Lembre-se que tratamos disso na aula 00, 
se ainda há dúvida, retome o conteúdo ou nos procure no fórum!!! 
Iamamoto (2006) ainda problematiza que a ideologia neoliberal tem implicado na 
reestruturação do papel do Estado e das políticas sociais. Assim, considerando que o Estado é 
o maior empregador de assistentes sociais, bem como as políticas sociais são uma mediação 
fundamental para o exercício profissional, esta conjuntura tem produzido mudanças nos 
processos de trabalho nos quais os assistentes sociais estão inseridos. 
 
Os assistentes sociais funcionários públicos vêm sofrendo os efeitos 
deletérios da Reforma do Estado no campo do emprego e da 
precarização das relações de trabalho, tais como a redução dos 
concursos públicos, demissão de funcionários não estáveis, contenção 
salarial, corrida à aposentadoria, falta de incentivo à carreira, 
terceirização acompanhada de contratação precária, temporária com 
perda de direitos etc. (IAMAMOTO, 2006, p. 124) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ideologia neoliberal, reestruturação 
do papel do Estado e das políticas 
sociais??? 
Não se desespere, trataremos desse 
tema com profundidade nas próximas 
aulas 
 
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Teoria e exercícios comentados 
Profa. Ana Paula de Oliveira ʹ Aula 01 
 
Retomando!!!! 
 
Iamamoto (2006, p. 125) ainda destaca o campo da gestão social pública ou 
gerência pública como um espaço de possibilidades para a profissão, no qual se 
sobrepõe “a qualificação ao diploma”. Segundo a autora, neste campo há um conjunto de 
especializações profissionais, configurando-se como um “[...] mercado competitivo o que 
indica o melhor profissional para o exercício de funções requeridas e não o mero diploma”. 
 
A abertura de fronteiras entre as profissões, fazendo com que 
profissionais afins concorram entre si em um mercado restrito passa a 
exigir níveis aperfeiçoados de formação que possibilitem ao assistente 
social concorrer em igualdade de condições com um sociólogo, um 
cientista político, um pedagogo, na luta por postos de trabalho, 
participando de um mesmo e idêntico processo seletivo. (IAMAMOTO, 
2006, p. 125) 
 
 
 
Para complementarmos as disposições de Iamamoto, consideramos interessante 
indicar que a Professora Raquel Raichelis (2011, p. 432) cita a implicação “[...] de novas 
requisições, demandas e possibilidades ao trabalho do assistente social no âmbito das 
políticas sociais”, assim como a intensificação desses processos, a partir da quantificação e 
do controle das atividades 
 
Iamamoto também destaca os novos requisitos de qualificação para os assistentes 
sociais (2006, p. 131), quais sejam: 
 
- capacitação: para atuar em equipes interdisciplinares; para atuar em programas 
de qualidade total e para elaboração e realização de pesquisas; 
 
- reciclagem do instrumental técnico; 
 
- capacitação em planejamento (planos, programas e projetos). 
 
 
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Serviço Social para o INSS 
Teoria e exercícios comentados 
Profa. Ana Paula de Oliveira ʹ Aula 01 
 
São muitas as pesquisas e estudos que vêm constatando o quanto as 
tecnologias de informação intensificam os processos de trabalho, produzem 
um efeito mais controlador sobre o trabalho, organizam e encadeiam as 
tarefas de modo que desapareçam os tempos mortos, quantificam as tarefas 
realizadas e permitem a ampliação da avaliação fiscalizatória do 
desempenho do trabalhador. As estratégias de intensificação do trabalho [...] 
ganham concretude no ritmo e na velocidade do trabalho, nas cobrançase 
exigências de produtividade, no maior volume de tarefas, nas características 
do trabalho intelectual demandado, no peso da responsabilidade. 
(RAICHELIS, 2011, p. 433). 
 
 
Nesse cenário de distintos sócio-ocupacionais em que, por vezes, os tempos 
institucionais estão além dos tempos dos trabalhadores, é fundamental que nós, 
assistentes sociais, estejamos imbuídos de nossas atribuições profissionais. Previstas na 
Lei de regulamentação da profissão essas atribuições, sobre as quais trataremos ainda 
nesta aula, são mediação necessária para respaldo dos direitos profissionais no 
processamento do trabalho. Portanto, afora o disposto em lei, é proeminente que os 
sujeitos apreendam as particularidades de cada espaço sócio-ocupacional, a fim de que 
possam qualificar a atuação profissional em tempos de ampliação dos mercados de 
trabalho para o Serviço Social, marcada por intensos processos de precarização. 
 
 
3. FUNDAMENTOS ÉTICOS DO AGIR PROFISSIONAL 
 
 
 
O tema da ética profissional é de extrema relevância para a nossa atuação em qualquer 
espaço de trabalho. Assim, além dessa aula ser essencial para que você consiga ser aprovad@ 
no concurso do INSS, ela também será primordial para a sua atuação enquanto assistente 
social na instituição previdenciária. 
 
 
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Serviço Social para o INSS 
Teoria e exercícios comentados 
Profa. Ana Paula de Oliveira ʹ Aula 01 
 
 
 
Você sabe que nós, assistente sociais, temos um Código de Ética (CE), aprovado em 
13 de março de 1993 pela Resolução CFESS (Conselho Federal de Serviço Social) nº 273. 
Porém, antes de tratarmos deste Código e dos anteriores a este, é importante que você 
entenda como se constitui a ética, para tanto, vamos nos aproximar de algumas contribuições 
da Professora Maria Lúcia Barroco. 
 
 
 
Em sua análise sobre a ética, Barroco (2010, p. 116) explicita sua fundamentação a 
partir da teoria social de Marx, desse modo, sinaliza que a “[...] ética é uma construção 
histórica dos homens”. A autora (2010) aponta que o termo ética surge com o 
nascimento da filosofia, sendo uma dimensão do conhecimento filosófico que estuda o 
fundamento teórico do comportamento. 
Portanto, a possibilidade de constituição dos homens como seres éticos se efetiva 
pela sua capacidade em agir de forma consciente e racional, uma vez que através da 
práxis o homem transforma a natureza e cria um produto que não existia anteriormente. 
 
Nesse processo, o sujeito se modifica e pode se auto-reconhecer como 
sujeito de sua obra; a natureza se modifica por ter sido transformada pela 
ação do homem. O produto passa a ter uma existência independente do 
sujeito que o criou, mas não independente da práxis da humanidade, pois é 
resultante do acúmulo de conhecimento e da prática social dos homens. 
(BARROCO, 2010, p. 24) 
 
 
De acordo com Barroco (2010), tendo em vista a capacidade dos homens em 
transformar a natureza por meio da teleologia, inicia-se um processo de criação de 
alternativas, no qual o ser humano é capaz de fazer escolhas e, deste modo, realizar escolhas 
de valor. 
 
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Serviço Social para o INSS 
Teoria e exercícios comentados 
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Por conseguinte, o valor, como forma de objetivação da ética, também se institui 
como uma construção histórica dos homens, embora, muitas vezes, sua gênese seja 
identificada pela avaliação subjetiva dos indivíduos. 
 
[...] os valores morais surgem das necessidades históricas dos homens. 
Uma vez instituídos, passam a se estruturar como sistema normativo: 
conjunto de normas morais que visa à regulação do comportamento dos 
indivíduos, tendo por finalidade atender às necessidades de 
sobrevivência, de justiça, de defesa etc. da comunidade. (BARROCO, 
2010, p. 60) 
 
Considerando a dimensão dos homens como sujeitos éticos, chegamos à 
conclusão de que a intervenção cotidiana do assistente social também se instaura como 
um processo ético, visto que, conforme Barroco (2012), o exercício profissional produz 
um resultado na vida concreta dos usuários, bem como na própria constituição histórica 
da sociedade. 
A partir destas considerações, podemos vislumbrar o assistente social como um 
sujeito ético-moral, pois, tendo em vista os valores contidos no Código, o profissional 
adquire senso ou consciência moral, na qual “[...] assume que o(s) outro(s) pode(m) ou 
não sofrer as consequências por seus atos; por isso, a moral supõe o respeito ao outro 
(alteridade) e a responsabilidade em relação aos resultados das ações para outros 
indivíduos, grupos e para a sociedade em geral.” (BARROCO, 2010, p. 58) 
 
O CE é um instrumento educativo e orientador do comportamento ético 
profissional do assistente social: representa a autoconsciência ético-
política da categoria em dado momento histórico. Assim, é mais do que 
um conjunto de normas, deveres e proibições; é parte da ética 
profissional: ação prática mediada por valores que visa interferir na 
realidade, na direção social da sua realização objetiva, produzindo um 
resultado concreto. (BARROCO, 2012, p. 35) 
 
Conforme nos explicita Barroco (2012) a instituição de um Código de Ética, o seu 
conhecimento e aceitação pela categoria profissional, “[...] não garantem a objetivação da 
ética profissional, pois ela decorre de uma série de condicionantes profissionais e 
conjunturais que extrapolam o Código e a intenção dos agentes, tomados individualmente.” 
(BARROCO, 2012, p. 36) 
Nesse sentido, a ética profissional é perpassada por determinantes externos à 
profissão, como a moral, a educação, as instituições culturais e os costumes, os quais 
estão ancorados em projetos societários compatíveis ou não à perspectiva profissional. 
 
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Teoria e exercícios comentados 
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Quando surge a sociedade de classes e seus antagonismos, fundados na 
propriedade privada, na divisão social do trabalho e na exploração do 
trabalho, a função normativa da moral adquire uma relativa autonomia em 
face de outras funções; assume formas ideológicas e, através de várias 
mediações, contribui para a veiculação de modos de ser, de valores e 
costumes que justificam a ordem social dominante e suas ideias. 
(BARROCO, 2010, p. 62) 
 
Além dessas, há determinações internas as quais se referem ao projeto de 
profissão, o que significa pensar na construção histórica do Serviço Social, bem como na 
formação moral e profissional, no exercício profissional cotidiano, na dimensão 
ideológica e política da sua direção social, nas entidades da categoria e no seu Código de 
Ética. 
Assim, de acordo com Barroco (2012), o posicionamento ético não se restringe à 
intencionalidade do profissional, visto que também é perpassado, conforme pontuamos 
anteriormente, por outros determinantes que se circunscrevem pela precarização da formação 
profissional, pela cultura conservadora, suscitando intervenções profissionais frágeis de 
preparo teórico, técnico, consciência crítica, dentre outros. 
Situados estes aspectos mais gerais sobre a ética profissional, agora trataremos dos 
Códigos de Ética da profissão. Antes de falarmos do Código atual, é importante você saber 
que ao longo da trajetória do Serviço Social brasileiro foram construídos e instituídos 
outros Códigos de Ética, datados em 1947, 1965, 1975 e 1986 (BARROCO, 2012). 
De acordo com Barroco (2012, p. 43), os três primeiros Códigos de Ética – 1947, 
1965 e 1975 – fundamentavam-se, de modo geral, “[...] nos pressupostos do neotomismo 
e do positivismo [...]”. 
 
As pequenas diferenças entre os três Códigos anteriores a1986 decorreram 
de mudanças realizadas na trajetória da profissão. O primeiro Código (1947) 
– expressando a estreita vinculação do Serviço Social com a doutrina social 
da Igreja Católica – era extremamente doutrinário e subordinado aos 
dogmas religiosos. O segundo (1965) – revelando traços de renovação 
profissional no contexto da modernização conservadora posta pela 
autocracia burguesa (NETTO, 1991) – introduziu alguns valores liberais, 
sem romper com a base filosófica neotomista e funcionalista. O terceiro 
(1975) suprimiu as referências democrático-liberais do Código anterior, 
configurando-se como uma das expressões de reatualização do 
conservadorismo profissional (NETTO, 1991) no contexto de oposição e 
luta entre projetos profissionais que antecederam o III CBAS de 1979. 
(BARROCO, 2012, p. 45) 
 
 
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Teoria e exercícios comentados 
Profa. Ana Paula de Oliveira ʹ Aula 01 
 
 
 
 
 
De acordo com o que discutimos na aula anterior, o Movimento de Reconceituação 
Latino-americano e o processo de renovação do Serviço Social brasileiro (NETTO, 2011), na 
sua relação com o contexto sócio-político daquele período, gestaram as bases para a ruptura 
com o tradicionalismo profissional, bem como para a aproximação da profissão à tradição 
teórica marxista. Esse cenário culminou na reformulação da ética profissional, materializada 
por meio do Código de Ética de 1986, o qual foi produto de um processo coletivo de 
politização e de deliberação na categoria de assistentes sociais. 
 
O conjunto das conquistas efetivadas no CE de 1986 podem assim ser 
resumido: o rompimento com a pretensa perspectiva “imparcial” dos 
Códigos anteriores; o desvelamento do caráter político da intervenção 
ética; a explicitação do caráter de classe dos usuários, antes dissolvidos 
no conceito abstrato de “pessoa humana”; a negação de valores a-
históricos; a recusa do compromisso velado ou explícito com o poder 
instituído. A partir de 1986, o CE passa a se dirigir explicitamente ao 
compromisso profissional com a realização dos direitos e das 
necessidades dos usuários, entendidos em sua inserção de classe. Como 
se percebe, são conquistas políticas inestimáveis, sem as quais não seria 
possível alcançar o desenvolvimento verificado nos anos 1990. 
(BARROCO, 2012, p. 48) 
 
A partir do amadurecimento desse projeto profissional, especialmente em uma 
conjuntura marcada pela promulgação da Constituição Federal de 1988, emerge-se a 
necessidade de objetivar com mais rigor as implicações dos princípios conquistados e 
plasmados no Código de 1986, “[...] tanto para fundar mais adequadamente os seus 
parâmetros éticos quanto para permitir uma melhor instrumentalização deles na 
prática cotidiana do exercício profissional” (CFESS, 1993, p. 02) 
 
Você lembra que na aula anterior falamos do neotomismo e do positivismo? Se você 
ainda não entendeu, lembre-se que o neotomismo é um pensamento filosófico de base 
teológica, cujos fundamentos e valores estão apoiados na “[...] existência de Deus, 
de uma essência humana predeterminada à história e de uma ordem universal 
eterna e imutável [...]” (BARROCO, 2012, p. 44). Já o positivismo compreende 
“[...] que as contradições derivadas da desigualdade e da luta de classes são 
‘disfunções’, concebendo as expressões da questão social como ‘desvios’ de 
conduta moral [...]” (BARROCO, 2012, p. 44). 
 
 
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Teoria e exercícios comentados 
Profa. Ana Paula de Oliveira ʹ Aula 01 
 
A revisão do texto de 1986 processou-se em dois níveis. Reafirmando os 
seus valores fundantes - a liberdade e a justiça social -, articulou-os a 
partir da exigência democrática: a democracia é tomada como valor 
ético-político central, na medida em que é o único padrão de 
organização político-social capaz de assegurar a explicitação dos valores 
essenciais da liberdade e da equidade. É ela, ademais, que favorece a 
ultrapassagem das limitações reais que a ordem burguesa impõe ao 
desenvolvimento pleno da cidadania, dos direitos e garantias 
individuais e sociais e das tendências à autonomia e à autogestão social. 
Em segundo lugar, cuidou-se de precisar a normatização do exercício 
profissional de modo a permitir que aqueles valores sejam retraduzidos 
no relacionamento entre assistentes sociais, instituições/organizações e 
população, preservando-se os direitos e deveres profissionais, a 
qualidade dos serviços e a responsabilidade diante do usuário. (CFESS, 
1993, p. 02) 
 
Por conseguinte, esta revisão resultou na instituição do Código de Ética de 1993. 
 
[...] CE de 1993 [...] ao estabelecer as mediações entre os projetos 
societários e profissionais, ofereceu respostas objetivas ao exercício 
profissional, explicitando a relação entre valores essenciais e as suas 
formas de objetivação no âmbito das instituições, nos limites da 
sociedade burguesa, partindo do pressuposto que elas não se esgotam 
em si mesmas: devem ser realizados na perspectiva do seu alargamento, 
com a consciência crítica de seus impedimentos, na direção do 
fortalecimento das necessidades dos usuários, tratados em sua inserção 
de classe. (BARROCO, 2012, p. 60) 
 
Nesta consideração Barroco (2012) evidencia a categoria da contradição como 
pressuposto teórico-metodológico para apreensão da ética profissional, pois esta 
contradição é produto do próprio movimento da história e das relações de 
produção/forças produtivas da sociedade. De acordo com Marx, (1976, p. 117) 
 
Essa oposição de interesses dimana das condições econômicas de sua vida 
burguesa, portanto, cada dia é mais evidente que as relações de produção em 
que a burguesia se desenvolve, não possuem um caráter uniforme e simples, 
mas um duplo caráter; que dentro das mesmas relações em que se produz a 
riqueza, produz-se também, a miséria; que dentro das mesmas relações em 
que se opera o desenvolvimento das forças produtivas, existe outrossim uma 
força que da origem à opressão; que essas relações não criam a riqueza 
burguesa, isto é, a riqueza da classe burguesa, senão destruindo 
continuamente a riqueza dos membros integrantes dessa classe e formando 
um proletariado que cresce sem cessar. 
 
Segundo Barroco (2012, p. 67) “[...] a profissão não pode eliminar uma das 
dimensões de sua atuação; porém, por causa da sua opção política, o assistente social 
 
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Teoria e exercícios comentados 
Profa. Ana Paula de Oliveira ʹ Aula 01 
 
pode colocar-se a serviço de uma delas, optando por fortalecer a classe trabalhadora 
por meio de seus serviços”. 
Neste sentido, ao assumir tal posição, a profissão se distancia do relativismo ético-
moral reproduzido pelo senso comum, o qual nega a construção da ética profissional coletiva 
e racional e a difunde “[...] como um conjunto de valores ideais que cada um ‘escolhe’ 
individualmente, construindo uma ideologia que leva os indivíduos a entenderem que não 
existem parâmetros sociais e universais para o julgamento das ações éticas [...]” (BARROCO, 
2012, p. 68) 
 
 
4. PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL: construção e desafios 
 
 
De acordo com o Prof. José Paulo Netto (1999, p. 93), a teoria social crítica 
dispõe que as ações humanas são sempre direcionadas a partir de uma intencionalidade, 
na qual se explicitam objetivos, metas e fins. Nesse sentido, “a ação humana [...] implica 
sempre um projeto, que é, em poucas palavras, uma antecipação ideal da finalidade que 
se quer alcançar, com a invocação dos valores que a legitimam e a escolha dos meios 
para atingi-la”. 
O autor destaca que essa intencionalidade humana é conduzida por projetos 
individuais e coletivos, enquanto que os projetossocietários se situam nesse último âmbito e 
“[...] apresentam uma imagem de sociedade a ser construída, que reclamam determinados 
valores para justificá-la e que privilegiam certos meios (materiais e culturais) para concretizá-
la” (NETTO, 1999, p. 93). Ademais, Netto esclarece que, na sociedade capitalista, os 
projetos societários são sinônimos de projetos de classe. 
 
 
 
 
 
 
No interior dos projetos coletivos, situam-se os projetos profissionais, os quais, 
segundo Netto (1999, p. 95) 
 
 
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Teoria e exercícios comentados 
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[...] apresentam a autoimagem de uma profissão, elegem os valores que 
a legitimam socialmente, delimitam e priorizam os seus objetivos e 
funções, formulam os requisitos (teóricos, institucionais e práticos) para 
o seu exercício, prescrevem normas para o comportamento dos 
profissionais e estabelecem as balizas da sua relação com os usuários de 
seus serviços, com as outras profissões e com as organizações e 
instituições sociais, privadas e públicas (entre estas, também e 
destacadamente com o Estado, ao qual coube, historicamente, o 
reconhecimento jurídico dos estatutos profissionais). 
 
 
 
 
 
O autor sinaliza que, embora os projetos profissionais expressem construções 
coletivas de uma categoria, não se pode confirmar a exclusividade de determinado 
posicionamento, visto que o conjunto profissional “[...] é uma unidade não identitária, 
uma unidade de elementos diversos; nela estão presentes projetos individuais e 
societários diversos e, portanto, ela é um espaço plural do qual podem surgir projetos 
profissionais diferentes” (NETTO, 1999, p. 96). 
Por conseguinte, tendo em vista a questão do pluralismo, Netto (1999, p. 98) elucida 
que o projeto profissional de determinada categoria dispõe a pactuação de componentes que 
se situam como indicativos e imperativos, ou seja: 
 
Imperativos são os componentes compulsórios, obrigatórios para todos os 
que exercem a profissão (estes componentes, em geral, são objeto de 
regulamentação estatal); indicativos são aqueles em torno dos quais não há 
um consenso mínimo que garanta o seu cumprimento rigoroso e idêntico por 
todos os membros da categoria profissional. Se pensamos no Serviço Social 
no Brasil, lembramos como componentes imperativos a formação 
acadêmica tal como reconhecida pelo Ministério da Educação (isto é, em 
instituições de nível superior credenciadas e conforme padrões curriculares 
minimamente determinados) e a inscrição no respectivo conselho 
profissional (Cress). 
 
 
 
A ideia descrita na sequência é de extrema 
relevância!!! 
 
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Cabe ressaltar que o autor (1999, p. 98) elucida que os projetos profissionais são 
perpassados pela valoração ética, a qual não se limita “[...] a normatizações morais e/ou 
prescrição de direitos e deveres, mas envolvem ainda as escolhas teóricas, ideológicas e 
políticas das categorias e dos profissionais [...]”. 
 
 
 
Em se tratando do Serviço Social brasileiro, identificamos que no decorrer de sua 
trajetória histórica, especificamente na transição da década de 1970 à de 1980, instaura-se 
a construção de um projeto profissional de ruptura, ou seja, o projeto ético-político da 
profissão. 
Yazbek, Martinelli e Raichelis (2008, p. 24 e 25) elucidam que a construção dessa 
direção social foi impulsionada pelos seguintes fatores: 
 
 
 A busca de ruptura com o histórico conservadorismo no pensamento e na 
ação profissional, na perspectiva de comprometer a profissão com os 
interesses e necessidades de seus usuários. 
 O avanço de sua produção de conhecimentos, sobretudo com o 
desenvolvimento da pós-graduação em Serviço Social no país. [...] este 
acúmulo teórico instala no âmbito do Serviço Social uma massa crítica e um 
amplo debate que vai favorecer a construção do projeto profissional. 
 O debate sobre a formação profissional e a reforma curricular 
desencadeada e coordenada pela Associação Brasileira de Ensino de Serviço 
Social – Abess que impulsionou a revisão curricular de 1982 e as atuais 
Diretrizes Curriculares (1996) [...]1. 
 A Lei de Regulamentação da Profissão (Lei 8.662, de 7/6/1993), que 
dispõe sobre o exercício profissional, suas competências, suas atribuições 
 
1
 De acordo com as autoras (2008), a partir dessas revisões, a formação profissional pretende capacitar o aluno 
para “a apreensão crítica do processo histórico como totalidade [...] a investigação sobre a formação histórica e 
os processos sociais contemporâneos que conformam a sociedade brasileira [...] a apreensão do significado 
social da profissão desvelando as possibilidades contidas na realidade social [...] a apreensão das demandas – 
consolidadas e emergentes – postas ao Serviço Social via mercado de trabalho, visando formular respostas 
profissionais que potenciem o enfrentamento da questão social, considerando as novas articulações entre público 
e privado [...] o exercício profissional cumprindo as competências e atribuições previstas na legislação 
profissional em vigor” (YAZBEK; MARTINELLI; RAICHELIS, 2008, p. 24). 
 
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privativas e os fóruns que objetivam disciplinar e defender o exercício da 
profissão [...]. 
 O Código de Ética, aprovado em 13 de março de 1993, pela resolução do 
Cfess, que define os princípios éticos fundamentais da profissão [...]. 
 
Nesse sentido, o projeto ético-político profissional do Serviço Social 
 
[...] tem em seu núcleo o reconhecimento da liberdade como valor 
central – a liberdade concebida historicamente, como possibilidade de 
escolher entre alternativas concretas; daí um compromisso com a 
autonomia, a emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais. 
Consequentemente, o projeto profissional vincula-se a um projeto 
societário que propõe a construção de uma nova ordem social, sem 
dominação e/ou exploração de classe, etnia e gênero. A partir destas 
escolhas que o fundam, tal projeto afirma a defesa intransigente dos 
direitos humanos e a recusa do arbítrio e dos preconceitos, 
contemplando positivamente o pluralismo – tanto na sociedade como no 
exercício profissional. (NETTO, 1999, p. 105). 
 
 
 
 
 
Outrossim, Netto (1999) indica a radicalidade do projeto com vistas à democracia, 
equidade, justiça social, ao acesso e à publicização dos programas e políticas sociais, em um 
proeminente compromisso com as classes trabalhadoras. 
 
O serviço social como profissão foi chamado historicamente para 
intervir na questão social [...]. Ao intervir no embate da relação 
capital/trabalho, o objetivo é evitar que as refrações desta luta ganhem 
contornos indesejáveis. Embora socialmente esta seja a designação dada 
à profissão, o serviço social nega esta identidade atribuída ao longo de 
sua história e constrói um projeto profissional que procura contribuir 
com o fortalecimento das lutas dos trabalhadores. (SANT’ANA, 2012, 
p. 14). 
 
 
Braz (2004) afirma a presença de três dimensões no projeto ético-político. A 
prim eira dirige-se ao aspecto teórico, o qual implica a produção de conhecimentos no 
âmbito da profissão, “[...] relaciona-se à sistematização teórica das várias modalidades 
interventivas da profissão, configurando-se no seu momento reflexivo-investigativo”. A 
segunda dimensão refere-se ao ponto de vista jurídico-político que representa o “[...] 
conjunto de leis, resoluções, documentos e textos políticos consagrados nomeio 
 
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profissional”. Por fim, destaca a relevância da base político-organizativa do Serviço 
Social, “[...] onde estão assentados [...] espaços deliberativos e consultivos da profissão 
construídos historicamente por meio dos movimentos organizados da categoria”. 
(BRAZ, 2004, p.58). 
 
 
 
Embora no percurso de sua trajetória o Serviço Social tenha construído um 
projeto ético-político progressista e sintonizado com a construção de outra ordem 
societária, assim como adquirido a maioridade intelectual, isto não significa que a 
profissão tenha alcançado um patamar de desenvolvimento que se encontra estanque na 
história. 
Yazbek, Martinelli e Raichelis (2008) dispõem que o referido projeto tem 
convivido, a partir da década de 1990, com as inflexões das políticas neoliberais, as quais 
apresentam um projeto de sociedade contrário à defesa política da profissão, uma vez que 
promulgam a minimização do papel do Estado, o ideário da “sociedade solidária” e o 
desmantelamento dos direitos sociais garantidos na Constituição Federal de 1988 e em suas 
subsequentes legislações específicas, como a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), a 
Lei Orgânica da Saúde (LOS); o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), entre outras. 
Logo, à profissão instaura-se o desafio de 
 
[...] reafirmação do projeto ético-político profissional do Serviço Social, 
seus valores, objetivos e conhecimentos teóricos que o sustentam, e os 
limites para a sua concretização no atual quadro sociopolítico a ele 
refratário. A busca de novas práticas que se esboçam como alternativa 
ao neoliberalismo é um caminho a ser percorrido coletivamente, 
considerando as lutas e propostas de resistência na perspectiva de uma 
globalização contra-hegemônica, construída por um complexo de 
mediações e articulações transnacionais e nacionais de movimentos, 
associações e organizações que defendem interesses das classes e 
camadas subalternizadas pelo capitalismo global hegemônico. 
(YAZBEK; MARTINELLI; RAICHELIS, 2008, p. 28). 
 
 
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De acordo com Braz (2004), este cenário, baseado nas privatizações e na redução dos 
direitos sociais conquistados legalmente pela classe trabalhadora, traz repercussões para as 
três dimensões do projeto ético-político, citadas anteriormente, quais sejam: as 
dimensões teórica, jurídico-política e político-organizativa. 
O autor explicita que a dimensão teórica pode sofrer alterações, pois se propaga a 
mercantilização das universidades públicas. Esta tendência ocasiona restrições nos 
financiamentos públicos de pesquisa e a deterioração das condições de trabalho dos 
docentes. 
 
Isto pode acarretar uma fragilização da base teórica-acadêmica do projeto 
profissional [...] dos espaços de formação e dos grupos de pesquisa 
consolidados que [...] plantaram os pilares acadêmicos que sustentam e 
contornam a dimensão teórica do projeto ético-político [...]. (BRAZ, 2004, 
p. 60). 
 
Em relação à dimensão jurídico-política, Braz (2004) coloca a emergência de 
duas ordens de problemas. O primeiro aponta para a flexibilização das relações 
trabalhistas e a desregulamentação das profissões, já o segundo sinaliza a degradação, a 
mercantilização e a privatização dos serviços públicos. Este trinômio rebate na 
capacidade de materialização dos direitos advindos da Constituição de 1988. 
Por fim, identifica-se que a dimensão político-organizativa do projeto ético-
político altera-se, significativamente, com as propostas advindas do ideário neoliberal, 
na medida em que este prega a negação das ações coletivas, “[...] fertilizando o terreno 
do ‘salve-se quem puder’, das saídas individuais, do isolacionismo”. (BRAZ, 2004, p. 
63). 
Em suas colocações, Braz (2004) pontua um prognóstico sobre o futuro do projeto 
ético-político, relatando que três tendências podem se desenvolver no bojo do projeto 
profissional de ruptura. 
 
 
 
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A primeira disposição retrata a possibilidade de emergirem perspectivas políticas 
que se vinculem a projetos profissionais conservadores. Outra tendência enfatiza que 
“[...] a produção teórica poderá perder um eixo central que a vem caracterizando: a 
defesa das políticas públicas, com caráter universal e de responsabilidade do Estado”. 
Já a terceira tendência discorre que é possível o desenvolvimento das bases 
conservadoras do Serviço Social. 
 
As repercussões desta tendência rebaterão na produção teórica e nas 
entidades da categoria. Na produção teórica, poderá se expressar por meio 
de uma reatualização de fontes teóricas tradicionais, enaltecendo os modelos 
de intervenção profissional que primam pelo fortalecimento de receitas à 
atuação profissional. No âmbito das organizações políticas, poderá crescer 
um movimento silencioso de deslegitimá-la politicamente, desconhecendo 
sua representatividade. (BRAZ, 2004, p. 65). 
 
No que concerne à possibilidade de desenvolvimento destas bases conservadoras, 
destaca-se que a incorporação da teoria crítico-dialética no direcionamento do trabalho 
profissional (IAMAMOTO, 2011), não significou a extinção do modo de ser conservador do 
Serviço Social, “pois a herança conservadora e antimoderna, constitutiva da gênese da 
profissão, atualiza-se e permanece presente nos tempos de hoje” (YAZBEK; MARTINELLI; 
RAICHELIS, 2008, p. 22). 
Tal assertiva foi corroborada por Netto (2011, p. 161), nos primórdios da década de 
1990, quando o autor explicita que, apesar do avanço teórico sem precedentes na trajetória da 
profissão, persiste “[...] um flagrante hiato entre a intenção de romper com o passado 
conservador do Serviço Social e os indicativos prático-profissionais para consumá-la”. 
 
O serviço social tinha até 20 anos atrás pouco acúmulo na discussão do 
método na perspectiva marxiana e, apesar dos avanços teóricos deste 
período, ainda há a dificuldade na apropriação deste referencial que é 
complexo e dialético, quando a formação educacional vigente é 
predominantemente positiva; soma-se a isto a dimensão radicalmente 
histórica e transformadora da realidade social trazida pela teoria social de 
Marx. (SANT’ANA, 2012, p. 147). 
 
Isto posto, uma das alternativas para estabelecer o rompimento desse hiato é 
problematizar o trabalho profissional cotidiano em si. Desse modo, concordamos com 
Iamamoto (2009) quando esta coloca que o desafio atual para o Serviço Social é a 
efetivação e consolidação do projeto ético-político no exercício profissional cotidiano, 
 
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por meio da articulação das dimensões organizativas, acadêmicas e legais. Por 
conseguinte, faz-se mister uma análise pormenorizada “[...] das reais condições e 
relações sociais em que se efetiva a profissão, num radical esforço de integrar o ‘dever 
ser’ com a objetivação desse projeto, sob o risco de se deslizar uma proposta idealizada, 
porque abstraída da realidade histórica” (IAMAMOTO, 2009, p. 37). 
 
 
5. LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
 
 
5.1 Lei de regulamentação da profissão 
 
Em 07 de junho de 1993 foi decretada e sancionada a Lei Federal n. 8.662, a qual 
dispõe sobre a profissão de assistente social e dá outras providências. De modo geral, os 
três primeiros Artigos desta Lei tratam do exercícioda profissão de assistente social, 
destacando a sua abrangência por todo o território nacional, exclusivamente, para aqueles que 
possuírem diploma de graduação em curso de Serviço Social, oficialmente reconhecido e 
devidamente registrado no órgão competente; para os possuidores de diploma de curso 
superior em Serviço Social, em nível de graduação ou equivalente, provenientes de países 
estrangeiros, desde que devidamente reavaliado e registrado em órgão competente no Brasil; 
também podem exercer a profissão, os agentes sociais, conforme disposto no art. 14 e seu 
parágrafo único da Lei nº 1.889, de 13 de junho de 1953. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Lei nº 1.889/1953 dispõe sobre os objetivos do ensino 
do serviço social, sua estruturação e ainda as 
prerrogativas dos portadores de diplomas de 
Assistentes Sociais e Agentes Sociais. 
 
Art. 14. Ficam resguardados os direitos dos atuais 
Agentes Sociais com função nos vários órgãos públicos, 
sendo-lhes facultado obter o diploma de Assistente 
Social, mediante provas prestadas nas Escolas de 
Serviço Social, das matérias constantes do currículo 
escolar e não incluídas nos cursos que hajam 
frequentado. 
 
Parágrafo único. Aos Agentes Sociais, qualquer que seja 
sua denominação, serão assegurados os direitos e 
vantagens previstos nesta lei, desde que venham, em 
caráter de assistente social, exercendo a profissão há 
mais de cinco anos. 
 
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Os Artigos 4º e 5º da Lei 8.662/93 são de extrema relevância para o exercício 
profissional, pois tratam, respectivamente, das competências e atribuições privativas 
dos assistentes sociais. De acordo com Terra (1998), as competências se inserem na 
capacidade profissional em apreciar e dar resolutividade a determinado assunto, já as 
atribuições são prerrogativas do assistente social e somente ele poderá executá-las. 
No tocante a este tema das atribuições e competências, notamos que este é um 
conteúdo bastante solicitado nas provas da CESPE – você perceberá isso no item LISTA 
DE QUESTÕES desta aula. Por conseguinte, consideramos primordial destacarmos o 
disposto nestes artigos. 
 
Art. 4º Constituem competências do Assistente Social: 
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos 
da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e 
organizações populares; 
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que 
sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da 
sociedade civil; 
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, 
grupos e à população; 
IV - (Vetado); 
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido 
de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na 
defesa de seus direitos; 
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; 
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a 
análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais; 
VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública 
direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às 
matérias relacionadas no inciso II deste artigo; 
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria 
relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, 
políticos e sociais da coletividade; 
X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de 
Unidade de Serviço Social; 
XI - realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de 
benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e 
indireta, empresas privadas e outras entidades. 
 
Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assistente Social: 
I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, 
planos, programas e projetos na área de Serviço Social; 
II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de 
Serviço Social; 
 
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III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e 
indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço 
Social; 
IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e 
pareceres sobre a matéria de Serviço Social; 
V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação 
como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos 
próprios e adquiridos em curso de formação regular; 
VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço 
Social; 
VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de 
graduação e pós-graduação; 
VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de 
pesquisa em Serviço Social; 
IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões 
julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes 
Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social; 
X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados 
sobre assuntos de Serviço Social; 
XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e 
Regionais; 
XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou 
privadas; 
XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira 
em órgãos e entidades representativas da categoria profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A CESPE costuma citar os incisos desses 
artigos e perguntar se trata de atribuição 
ou competência do assistente social. Para 
ajudar a responder esse tipo de questão, 
lembre-se sempre que as atribuições se 
referem à matéria, unidade ou área de 
Serviço Social. Se não houver vinculação 
específica com o Serviço Social, trata-se 
de competência!!! 
 
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Retomando os Artigos da Lei, é importantíssimo você saber que em agosto de 
2010 foi decretada e sancionada a Lei nº 12.317, a qual acrescentou à Lei nº 8.662/93 a 
disposição sobre a duração do trabalho do assistente social em 30 horas semanais, 
garantindo aos profissionais com contrato de trabalho em vigor na data de publicação 
da lei, a adequação da jornada de trabalho para 30 horas, sem redução de salário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na sequência, a Lei trata dos Conselhos Federal e Regionais de Serviço Social, os 
quais deixaram de ser denominados, respectivamente, por Conselho Federal de Assistentes 
Sociais (CFAS) e Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS). O CFESS e os 
CRESS constituem, em seu conjunto, uma entidade com personalidade jurídica e forma 
federativa, com o objetivo básico de disciplinar e defender o exercício da profissão de 
assistente social em todo o território nacional. 
Os Artigos 8º e 10º tratam das competências dos Conselhos profissionais. O CFESS 
tem sede e foro no Distrito Federal, já os CRESS estão localizados nas capitais de Estado, no 
Território e no Distrito Federal. Para exercerem a profissão, os assistentes sociais devem se 
cadastrar no CRESS de sua região, sujeitando-se ao pagamento de anuidades, as quais são 
compulsórias. Além disso, as Unidades de Ensino em Serviço Social devem comunicar aos 
CRESS os campos de estágios de seus alunos e designar os assistentes sociais responsáveis 
pela supervisão. 
Por fim, o Artigo 20º da Lei dispõe sobre a organização dos membros efetivos dos 
Conselhos, quais sejam: Presidente, Vice-Presidente,dois Secretários, dois Tesoureiros 
e três membros do Conselho Fiscal, e nove suplentes, eleitos dentre os Assistentes 
Sociais, por via direta, para um mandato de três anos, de acordo com as normas 
estabelecidas em Código Eleitoral aprovado. 
 
Você deve saber que em alguns espaços sócio-ocupacionais, 
a exemplo da própria DPU, DPE/SP, INSS e algumas 
Prefeituras, não foi reconhecido o direito da jornada de 
trabalho de 30 horas semanais. 
 
Para saber um pouco mais sobre esse debate, confira esse 
link no site do CFESS - 
http://www.cfess.org.br/visualizar/noticia/cod/473 
 
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5.2 Código de Ética profissional 
 
 
O Código de Ética de 1993 foi instituído pela Resolução CFESS nº 273/1993 e 
encontra-se organizado da seguinte forma: princípios fundamentais; Título I - 
disposições gerais; Título II - dos direitos e das responsabilidades gerais do assistente 
social; Título III - das relações profissionais; Título IV – da observância, penalidades, 
aplicação e cumprimento deste Código. 
Em relação aos princípios fundamentais, Terra (2012, p. 120 e 121) afirma que estes 
representam “[...] a estrutura ideológica sobre a qual se elaborou e se assentou o Código de 
Ética do assistente social [...] representando o alicerce do conjunto de regramento 
estabelecido, que é o fundamento da concepção do projeto ético-político adotado pelo 
Código”. São 11 princípios: 
 
 
I – Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das 
demandas políticas a ela inerentes – autonomia, emancipação e plena 
expansão dos indivíduos sociais; 
II – Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do 
autoritarismo; 
III – Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa 
primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis, 
sociais e políticos das classes trabalhadoras; 
IV – Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização 
da participação política e da riqueza socialmente produzida; 
V – Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure 
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e 
políticas sociais, bem como sua gestão democrática; 
 
Não deixe de ler a Lei de regulamentação da profissão!!! Aqui 
trouxemos apenas os principais pontos!!! 
 
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VI – Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, 
incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos 
socialmente discriminados e à discussão das diferenças; 
VII – Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes 
profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e 
compromisso com o constante aprimoramento intelectual; 
VIII – Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de 
construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração 
de classe, etnia e gênero; 
IX – Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais 
que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos 
trabalhadores; 
X – Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e 
com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência 
profissional; 
XI – Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem 
discriminar por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, 
religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e 
condição física. 
 
 
 
 
Você precisa saber todos esses princípios. Fique atent@ ao primeiro, pois, o valor 
ético central não é a justiça social, mas sim a liberdade. Os concursos podem fazer disso 
uma pegadinha!!!! 
É muito importante você saber que o conceito de liberdade do Código “[...] se 
contrapõe à visão de ‘liberdade individual’ que tem sido pensada no sistema normativo 
capitalista” (TERRA, 2012, p. 122). Para tanto, Terra (2012, p. 122) explica que essa 
liberdade, preceituada no Código, fundamenta-se na tradição marxiana, 
compreendendo-a “[...] como a capacidade que o homem possui de se autodeterminar, 
de desenvolver suas potencialidades e habilidades, acentuando que a liberdade inexiste 
na sociedade capitalista”. 
O Título I do Código trata das competências do Conselho Federal de Serviço 
Social (CFESS), dentre estas: zelar pela observância dos princípios e diretrizes do Código, 
fiscalizando as ações dos Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS) e a prática 
exercida pelos profissionais, instituições e organizações na área de Serviço Social; ademais, o 
CFESS atua como Tribunal Superior de Ética Profissional. Já aos CRESS também cabe a 
 
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função de zelar pelos princípios e diretrizes do Código, funcionando como órgão julgador de 
primeira instância. 
Os direitos e responsabilidades gerais do assistente social constam no Título II do 
Código. No que se refere aos direitos dos profissionais, salientamos as alíneas “b”, “d”, e 
“h”, as quais destacam, respectivamente, o livre exercício das atividades inerentes à 
profissão; a inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, 
garantindo o sigilo profissional; ampla autonomia no exercício da profissão, não sendo 
obrigado a prestar serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou 
funções. 
O Título II também elenca dos deveres do assistente social, dentre estes: utilizar 
seu número de registro no CRESS no exercício da profissão; abster-se, no exercício da 
profissão, de práticas que caracterizem a censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento 
dos comportamentos, denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes. Além do mais, é 
vedado ao profissional: transgredir qualquer preceito do Código; praticar e ser conivente com 
condutas anti-éticas, crimes ou contravenções penais; compactuar com o exercício ilegal da 
profissão, inclusive nos casos de estagiários que exerçam atribuições específicas, em 
substituição aos profissionais; dentre outras. 
Na sequência, o Título III trata das relações profissionais com os usuários; com as 
instituições empregadoras e outras; com assistentes sociais e outros profissionais; com 
as entidades da categoria e demais organizações da sociedade civil; do sigilo 
profissional; das relações do assistente social com a Justiça. 
No tocante às relações profissionais com os usuários, de modo geral, o Código dispõe 
como deveres do assistente social: possibilitar o exercício democrático dos usuários nas suas 
relações institucionais; impedir que seja estabelecida uma relação profissional autoritária com 
os usuários dos serviços; a radicalização da democracia na relação profissional; a defesa e o 
aprofundamento da democracia; a defesa da intimidade, do sigilo profissional e da 
integralidade e da dignidade do usuário – a democratização das informações; ampliação e 
consolidação da cidadania. Outrossim, é vedado ao assistente social: exercer sua autoridade 
de maneira a limitar ou cercear o direito do usuário de participar e decidir livremente sobre 
seus interesses; aproveitar-se de situações decorrentes da relação assistente social-usuário; 
bloquear o acesso dos usuários aos serviços oferecidos pelas instituições. 
Já no que diz respeito à relação profissional com as entidades da categoria, o Código 
define, dentre outros direitos, deveres e vedação, a prerrogativa do assistente social em 
 
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denunciar ao Conselho Regional as instituições públicas ou privadas, onde as condições de 
trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar os usuários ou profissionais. 
 
O sigilo, conforme já pontuado, constitui direito do assistente social, sendo 
vedada revelação, exceto quando se tratarem de situações cuja gravidade possa, 
envolvendo ou não fato delituoso, trazer prejuízo aos interesses do usuário, de terceiros 
ou da coletividade. 
Do Título IV destacamos as penalidades aos profissionais que infringirem o 
Código, quais sejam: multa; advertência reservada; advertência pública; suspensão do 
exercício profissional e cassação do registro profissional. 
Conforme disposto no Código, a pena de multa variará entre o mínimo correspondente 
ao valor de uma anuidade e o máximo de seu décuplo. Diferentemente da advertência 
reservada, que é confidencial, a advertência pública, a suspensão e a cassação do exercício 
profissional são efetivadas através de publicação em Diário Oficial e em outro órgão da 
imprensa, bem como são afixadas na sede do Conselho Regional de referência do denunciado 
e na Delegacia Seccional do CRESS da jurisdição de seu domicílio. O prazo da pena de 
suspensão do exercício profissional pode variar de 30 (trinta) dias a 02 (dois) anos, 
estendendo-se por todo o território nacional. 
Essas penas são aplicadas no curso de processos disciplinares, executados pelos 
Conselhos Regionais, nos quais são considerados os antecedentes profissionais do infrator e 
as circunstâncias em que ocorreu a infração. Na imposição de qualquer penalidade, cabe 
recurso com efeito suspensivo ao CFESS. 
 
 
 
 
 
Car@ alun@ 
 
É importantíssima a leitura do Código de Ética!!!! 
 
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5.3 Resoluções do Conselho Federal de Serviço Social 
 
Car@ alun@, se você acessar o site do CFESS, especificamente por meio deste link - 
http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/resolucoes-e-portarias-cfess - encontrará todas 
as Resoluções e Portarias já publicadas pelo nosso Conselho Federal. Desse modo, é 
importante que você acesse e leia todas as Resoluções, pois aqui trataremos das principais, 
dentre as quais: 383/1999; 395/1999; 427/2002; 443/2003; 489/2006; 493/2006; 512/2007; 
513/2007; 533/2008; 548/2009; 554/2009; 556/2009; 557/2009; 569/2010; 594/2011; 
615/2011; 627/2012 e 660/2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A Resolução 383/1999 caracteriza o assistente social como um profissional da 
saúde, mas, salienta não ser um profissional exclusivamente da saúde, pois, o 
assistente social atua no âmbito das políticas sociais, podendo estar inserido em 
outras áreas. 
 
A Resolução 395/1999 veda que o CFESS e os respectivos CRESS recebam 
qualquer “curriculum vitae” de profissionais assistentes sociais, bem como a 
seleção ou análise destes ou mesmo qualquer indicação ou recomendação para 
contratação, admissão ou prestação de serviços, de trabalho, de atividades de 
funções ou outras da mesma natureza, em órgãos da administração pública ou 
privada. 
 
A Resolução 427/2002, em alteração à Resolução 299/1994, define a dispensa de 
pagamento da anuidade para o assistente social que completar 60 (sessenta) 
anos de idade. Essa dispensa será concedida automaticamente pelo CRESS, a 
partir do exercício do referido aniversário. 
 
A Resolução 443/2003 institui os procedimentos para a realização de desagravo 
público. O desagravo é um instrumento utilizado pelos Conselhos Regionais de 
Serviço Social quando, no exercício de suas atribuições e funções, o assistente 
social for ofendido ou atingido em sua honra profissional. Desse modo, o 
assistente social poderá representar perante o Conselho Regional onde esteja 
inscrito, para apuração dos fatos contra quem der ensejo ou causa a violação de 
seus direitos ou prerrogativas. 
 
A Resolução 489/2006 estabelece normas vedando condutas discriminatórias ou 
preconceituosas, por orientação e expressão sexual por pessoas do mesmo sexo, 
no exercício profissional do assistente social, regulamentando princípio inscrito 
no Código de Ética Profissional. 
 
 
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RESOLUÇÃO CFESS nº 493/2006 
 
 
Car@ alun@, esta Resolução é uma das mais importantes, seja por ser um tema solicitado 
nas provas, seja pelo fato de ser um importantíssimo respaldo jurídico na condução do 
nosso trabalho, na medida em que dispõe sobre as condições éticas e técnicas do 
exercício profissional do assistente social. Na sequência destacamos os pontos mais 
relevantes: 
 
Art. 2º - O local de atendimento destinado ao assistente social deve ser dotado de espaço 
suficiente, para abordagens individuais ou coletivas, conforme as características dos 
serviços prestados, e deve possuir e garantir as seguintes características físicas: 
 
a - iluminação adequada ao trabalho diurno e noturno, conforme a organização 
institucional; 
b - recursos que garantam a privacidade do usuário naquilo que for revelado durante 
o processo de intervenção profissional; 
c - ventilação adequada a atendimentos breves ou demorados e com portas fechadas; 
d - espaço adequado para colocação de arquivos para a adequada guarda de material 
técnico de caráter reservado. 
 
Art. 3º - O atendimento efetuado pelo assistente social deve ser feito com portas 
fechadas, de forma a garantir o sigilo. 
 
Art. 4º - O material técnico utilizado e produzido no atendimento é de caráter 
reservado, sendo seu uso e acesso restrito aos assistentes sociais. 
 
Art. 7º - O assistente social deve informar por escrito à entidade, instituição ou órgão 
que trabalha ou presta serviços, sob qualquer modalidade, acerca das inadequações 
constatadas por este, quanto as condições éticas, físicas e técnicas do exercício 
profissional, sugerindo alternativas para melhoria dos serviços prestados. 
 
Parágrafo Primeiro - Esgotados os recursos especificados no “caput” do presente 
artigo e deixando a entidade, instituição ou órgão de tomar qualquer providência ou as 
medidas necessárias para sanar as inadequações, o assistente social deverá informar ao 
CRESS do âmbito de sua jurisdição, por escrito, para intervir na situação. 
 
Parágrafo Segundo - Caso o assistente social não cumpra as exigências previstas pelo 
“caput” e/ou pelo parágrafo primeiro do presente artigo, se omitindo ou sendo 
conivente com as inadequações existentes no âmbito da pessoa jurídica, será 
notificado a tomar as medidas cabíveis, sob pena de apuração de sua 
responsabilidade ética. 
 
 
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RESOLUÇÃO CFESS nº 513/2007 
 
Trata dos procedimentos para efeito da lacração do material técnico sigiloso do 
Serviço Social 
 
Art. 2º – O Assistente Social garantirá o caráter confidencial das informações que vier a 
receber em razão de seu trabalho, bem como do material técnico produzido. 
Parágrafo Único – Em caso de demissão ou exoneração, o assistente social, deverárepassar todo o material técnico ao assistente social que vier a substituí-lo. 
 
Art. 3º – Na impossibilidade de fazê-lo, o material deverá ser lacrado na presença de 
um representante ou fiscal do CRESS, para somente vir a ser utilizado pelo 
assistente social substituto, quando, será rompido o lacre, também na presença de 
um representante do CRESS. 
 
Parágrafo Único – No caso da impossibilidade do comparecimento de um fiscal ou 
representante do CRESS, o material será deslacrado pelo assistente social que vier a 
assumir o Setor de Serviço Social, que remeterá, logo em seguida, relatório 
circunstanciado do ato do rompimento do lacre, declarando que passará a se 
responsabilizar pela guarda e sigilo do material. 
 
Art. 4º – Em caso de extinção do Serviço Social da instituição, os arquivos poderão 
ser incinerados pelo profissional responsável, até aquela data, por este serviço, que 
também procederá a imediata comunicação, por escrito, ao CRESS. 
 
 
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RESOLUÇÃO CFESS nº 533/2008 - regulamenta a supervisão direta de estágio no 
Serviço Social 
 
Art. 2º. A supervisão direta de estágio em Serviço Social é atividade privativa do 
assistente social, em pleno gozo dos seus direitos profissionais, devidamente inscrito no 
CRESS de sua área de ação, sendo denominado supervisor de campo o assistente social 
da instituição campo de estágio e supervisor acadêmico o assistente social professor 
da instituição de ensino. 
 
Parágrafo único. Para sua realização, a instituição campo de estágio deve assegurar os 
seguintes requisitos básicos: espaço físico adequado, sigilo profissional, equipamentos 
necessários, disponibilidade do supervisor de campo para acompanhamento presencial da 
atividade de aprendizagem, dentre outros requisitos, nos termos da Resolução CFESS nº 
493/2006, que dispõe sobre as “condições éticas e técnicas do exercício profissional do 
assistente social”. 
 
Parágrafo único do Art. 3º. A definição do número de estagiários a serem 
supervisionados deve levar em conta a carga horária do supervisor de campo, as 
peculiaridades do campo de estágio e a complexidade das atividades profissionais, 
sendo que o limite máximo não deverá exceder 1 (um) estagiário para cada 10 (dez) 
horas semanais de trabalho. 
 
Art. 4º. A supervisão direta de estágio em Serviço Social estabelece-se na relação entre 
unidade acadêmica e instituição pública ou privada que recebe o estudante, sendo que 
caberá: 
 
I) ao supervisor de campo apresentar projeto de trabalho à unidade de ensino 
incluindo sua proposta de supervisão, no momento de abertura do campo de 
estágio; 
II) aos supervisores acadêmico e de campo e pelo estagiário construir plano de 
estágio onde constem os papéis, funções, atribuições e dinâmica processual da 
supervisão, no início de cada semestre/ano letivo. 
 
Art. 6º. Ao supervisor de campo cabe a inserção, acompanhamento, orientação e 
avaliação do estudante no campo de estágio em conformidade com o plano de estágio. 
 
Art. 7º. Ao supervisor acadêmico cumpre o papel de orientar o estagiário e avaliar 
seu aprendizado, visando a qualificação do aluno durante o processo de formação e 
aprendizagem das dimensões técnico-operativas, teórico-metodológicas e ético-
política da profissão. 
 
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RESOLUÇÃO CFESS nº 554/2009 
 
Alun@, esta Resolução dispõe sobre o não reconhecimento da inquirição das vítimas 
crianças e adolescentes no processo judicial, sob a Metodologia do Depoimento Sem 
Dano/DSD, como sendo atribuição ou competência do profissional assistente social. 
 
 
 
Esta é uma temática que merece bastante cuidado e atenção, sobretudo para os assistentes 
sociais lotados nas instituições do Sistema de Justiça (Tribunais, Ministérios Públicos e 
Defensorias Públicas). Cabe pontuarmos que há muitos interesses em disputa, os quais 
culminaram, inclusive, na suspensão desta Resolução por decisão judicial. 
 
Para que você possa entender melhor o que é essa metodologia e qual o debate na 
profissão, sugerimos o acesso e leitura dos textos indicados nos links abaixo: 
 
http://www.cfess.org.br/arquivos/Documento_DSD_COFI.pdf 
 
http://www.cfess.org.br/visualizar/noticia/cod/1107 
 
http://www.aasptjsp.org.br/noticia/escuta-especial-depoimento-sem-dano-
subs%C3%ADdios-aos-que-n%C3%A3o-querem-dela-participar 
 
RESOLUÇÃO CFESS nº 557/2009 
 
Dispõe sobre a emissão de pareceres, laudos, opiniões técnicas conjuntos entre o 
assistente social e outros profissionais. 
 
 
Art. 4°. Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social deverá garantir a 
especificidade de sua área de atuação. 
 
Parágrafo primeiro - O entendimento ou opinião técnica do assistente social sobre o 
objeto da intervenção conjunta com outra categoria profissional e/ ou equipe 
multiprofissional, deve destacar a sua área de conhecimento separadamente, 
delimitar o âmbito de sua atuação, seu objeto, instrumentos utilizados, análise social 
e outros componentes que devem estar contemplados na opinião técnica. 
 
Parágrafo segundo - O assistente social deverá emitir sua opinião técnica somente 
sobre o que é de sua área de atuação e de sua atribuição legal, para qual está habilitado 
e autorizado a exercer, assinando e identificando seu número de inscrição no Conselho 
Regional de Serviço Social. 
 
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RESOLUÇÃO CFESS nº 569/2010 
 
Esta Resolução veda ao assistente social vincular ou associar ao título de assistente 
social e/ou ao exercício profissional as seguintes atividades de terapias individuais, 
grupais e/ou comunitárias: 
 
 
 
 Intervenção profissional que visa a tratar problemas somáticos, psíquicos ou 
psicossomáticos, suas causas e seus sintomas; 
 Atividades profissionais e/ou clínicas com fins medicinais, curativos, psicológicos 
e/ou psicanalíticos que atuem sobre a psique. 
 
De acordo com o parágrafo segundo do Art. 3º, a Resolução assegura a atuação 
profissional com indivíduos, grupos, famílias e/ou comunidade, fundamentada nas 
competências e atribuições estabelecidas na Lei 8662/93, nos princípios do Código de 
Ética do Assistente Social e nos fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do 
Serviço Social previstos na Resolução CNE/CES/MEC nº 15, de 13 de março de 2002, 
garantindo o pluralismo no exercício profissional. 
 
RESOLUÇÃO CFESS nº 615/2011 
 
Dispõe sobre a inclusão e uso do nome social da assistente social travesti e do(a) 
assistente social transexual nos documentos de identidade profissional 
 
Art. 1º.Fica assegurado às pessoas travestis e transexuais, nos termos desta resolução, 
o direito à escolha de tratamento nominal a ser inserido na Cédula e na Carteira de 
Identidade Profissional, bem como nos atos e procedimentos promovidos no âmbito 
do CFESS e dos CRESS; 
 
Parágrafo 1º.As Carteiras e Cédulas de Identidade profissional, a partir da nova expedição 
pelo CFESS, serão confeccionadas contendo um campo adequado para inserção do nome 
social do(a) assistente social, que assim requererem. 
 
Art. 3º. Fica permitida a utilização do nome social nas assinaturas decorrentes do 
trabalho desenvolvido pelo(a) assistente social, juntamentecom o número do registro 
profissional. 
 
Parágrafo único – Para efeito de tratamento profissional do(a) assistente social, a exemplo 
de crachás, dentre outros, deverá ser utilizado somente o nome social e o número de 
registro. 
 
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6. RESUMO DO CONCURSEIR@ 
 
 
 
- Mudanças no mundo do trabalho e repercussões para o trabalho profissional do 
assistente social. 
 
 
 Iamamoto (2006) situa a discussão do Serviço Social enquanto especialização do 
trabalho coletivo, bem como a condição de trabalhador assalariado do assistente 
social, visto que o trabalho cotidiano depende da relação que o profissional estabelece 
com o seu empregador, a qual é determinada pelo conjunto macroestrutural do modo 
de produção vigente; 
 A ideologia neoliberal tem implicado na reestruturação do papel do Estado e das 
políticas sociais. Assim, considerando que o Estado é o maior empregador de 
assistentes sociais, bem como as políticas sociais são uma mediação fundamental para 
o exercício profissional, esta conjuntura tem produzido mudanças nos processos de 
trabalho nos quais os assistentes sociais estão inseridos. 
 
- Fundamentos éticos do agir profissional 
 
 
 A ética e o valor são construções históricas dos homens; 
RESOLUÇÃO CFESS nº 627/2012 
 
 
 
 
Veda a utilização de símbolos, imagens e escritos religioso nas dependências do 
Conselho Federal; dos Conselhos Regionais e das Seccionais de Serviço Social. 
 
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 A possibilidade de constituição dos homens como seres éticos se efetiva pela sua 
capacidade em agir de forma consciente e racional. Desse modo, o assistente social é 
um sujeito ético-moral, pois, o exercício profissional produz um resultado na vida 
concreta dos usuários, bem como na própria constituição histórica da sociedade; 
 O CE é um instrumento educativo e orientador do comportamento ético profissional 
do assistente social: representa a autoconsciência ético-política da categoria em dado 
momento histórico; 
 A instituição de um Código de Ética, o seu conhecimento e aceitação pela categoria 
profissional não garantem a objetivação da ética profissional, pois, há determinantes 
internos e externos à profissão que repercutem no trabalho profissional. Logo, o 
posicionamento ético não depende apenas da intencionalidade profissional. 
 Ao longo da trajetória histórica do Serviço Social foram instituídos os Códigos de 
Ética de 1947, 1965, 1975, 1986 e 1993; 
 Os três primeiros (1947, 1965 e 1975) fundamentavam-se nas perspectivas 
neotomistas e positivista; 
 O Código de 1986 representou um rompimento com as perspectivas presentes nos 
Códigos anteriores, desvelando: o caráter político da intervenção ética, o caráter de 
classe dos usuários, a negação de valores a-históricos. O compromisso profissional 
dirige-se à realização dos direitos e das necessidades dos usuários; 
 O Código de 1993, instituído pela Resolução CFESS nº 273, ofereceu respostas 
objetivas ao exercício profissional, explicitando a relação entre valores essenciais e as 
suas formas de objetivação no âmbito das instituições. O valor ético central deste 
Código é a liberdade, entendida como a capacidade do homem em se autodeterminar, 
de desenvolver suas potencialidades e habilidades. 
 
 
- Projeto Ético-Político do assistente social 
 
 Instaura-se na transição da década de 1970 à de 1980 como resultado de um processo 
de Renovação do Serviço Social brasileiro; 
 Reconhecimento da liberdade como valor central; compromisso com a autonomia, a 
emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais; vinculação a um projeto 
societário que propõe a construção de uma nova ordem social, sem dominação e/ou 
 
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exploração de classe, etnia e gênero. Defesa intransigente dos direitos humanos e a 
recusa do arbítrio e dos preconceitos, contemplando positivamente o pluralismo. 
 Possui três dimensões: teórica, jurídico-política e político-organizativa. 
 Desde a década de 1990 o projeto tem convivido com as inflexões das políticas 
neoliberais, as quais apresentam um projeto de sociedade contrário à defesa política 
da profissão; 
 O desafio profissional atual é reafirmar os valores, os objetivos e os conhecimentos 
teóricos que sustentam o projeto ético-político, a partir de intervenções que se 
esboçam como alternativas à política hegemônica neoliberal. 
 
- Lei de regulamentação da profissão 
 
 Lei Federal n. 8.662/1993 dispõe sobre a profissão de assistente social e dá outras 
providências; 
 Os Artigos 4º e 5º desta Lei tratam, respectivamente, das competências e atribuições 
privativas dos assistentes sociais; 
 No ano de 2010 foi regulamentada a duração da jornada de trabalho dos assistentes 
sociais em 30 horas semanais; 
 O CFESS e os CRESS constituem, em seu conjunto, uma entidade com personalidade 
jurídica e forma federativa, com o objetivo básico de disciplinar e defender o 
exercício da profissão de assistente social em todo o território nacional. 
 
- Resoluções do Conselho Federal de Serviço Social 
 
 A Resolução 383/1999 caracteriza o assistente social como um profissional da saúde, 
mas, salienta não ser um profissional exclusivamente da saúde, pois, o assistente 
social atua no âmbito das políticas sociais, podendo estar inserido em outras áreas. 
 A Resolução 395/1999 veda que o CFESS e os respectivos CRESS qualquer 
“curriculum vitae” de profissionais assistentes sociais, bem como a seleção ou análise 
destes ou mesmo qualquer indicação ou recomendação para contratação, admissão ou 
prestação de serviços, de trabalho, de atividades de funções ou outras da mesma 
natureza, em órgãos da administração pública ou privada. 
 A Resolução 427/2002, em alteração à Resolução 299/1994, define a dispensa de 
pagamento da anuidade para o assistente social que completar 60 (sessenta) anos de 
 
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idade. Essa dispensa será concedida automaticamente pelo CRESS, a partir do 
exercício do referido aniversário. 
 A Resolução 443/2003 institui os procedimentos para a realização de desagravo 
público. O desagravo é um instrumento utilizado pelos Conselhos Regionais de 
Serviço Social quando, no exercício de suas atribuições e funções, o assistente social 
for ofendido ou atingido em sua honra profissional. Desse modo, o assistente social 
poderá representar perante o Conselho Regional onde esteja inscrito, para apuração 
dos fatos contra quem der ensejo ou causa a violação de seus direitos ou prerrogativas. 
 A Resolução 489/2006 estabelece normas vedando condutas discriminatórias ou 
preconceituosas, por orientação e expressão sexual por pessoas do mesmo sexo, no 
exercício profissional do assistente social, regulamentando princípio inscrito no 
Código de Ética Profissional. 
 A Resolução 493/2006 dispõe sobre as condições éticas e técnicas do exercício 
profissional do assistente social; 
 A Resolução 513/2007 trata dos procedimentos para efeito da lacração do material 
técnico sigiloso do Serviço Social; 
 A Resolução 533/2008 regulamenta a supervisão direta de estágio no Serviço Social; 
 A Resolução 554/2009mdispõe sobre o não reconhecimento da inquirição das

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