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Deficiência Visual Prof. Jilian Mello 2020 Desde a década de 80, o movimento da inclusão social vem defendendo os princípios de direito à igualdade de algum segmento da sociedade, e neste contexto estão inseridos as crianças cegas e de baixa visão. Os direitos sociais de igualdade garantidos recentemente pela nova LDB/1996 às crianças com deficiência visual tais como a inclusão e educação precoce são fatores preciosos não apenas para otimização do potencial de aprendizagem das crianças com deficiência visual, mas são capazes de romper com a visão mítica, discriminatória e carregada de preconceito acerca das possibilidades destas mesmo que precisem de apoio e recursos especiais Deficiência Visual Deficiência Visual A deficiência visual é definida como a perda total ou parcial, desde o nascimento ou adquirida, da visão. Dentro da deficiência visual temos à acuidade visual que é a capacidade que as pessoas apresentam de discriminar formas, símbolos ou letras. O nível de acuidade visual pode variar, o que determina dois grupos de deficiência Cegueira - Acontece somente em casos onde há perda total de visão e para condições nas quais os indivíduos precisam contar predominantemente com habilidades de substituição da visão (Ref.: Conselho Brasileiro de Oftalmologia). Deficiência Visual Baixa Visão ou Visão Subnormal - é um comprometimento da função visual que impossibilita uma visão útil para os afazeres habituais, mesmo após tratamento e ou correção dos erros refrativos comuns como uso de óculos, lentes de contato ou implante de lentes intraoculares. Considera-se com visão subnormal a pessoa que apresenta 20% ou menos do que chamamos visão normal Deficiência Visual O sistema Braille O sistema braile -sistema universal de leitura tátil e escrita, inventado na França em 1825 por Louis Braille, um jovem cego. Louis Braille, inspirou-se no sistema de comunicação Barbier, denominado escrita noturna, pois era composto da combinação de doze pontos que serviam para a transmissão de mensagens escritas durante à noite, nos acampamentos de guerra. Braille reduziu seu sistema para seis pontos em relevo, colocados verticalmente no espaço em duas colunas de três pontos, assim organizados: os seis pontos formam sessenta e três combinações diferentes, as quais representam as letras do alfabeto, as vogais acentuadas, os sinais de pontuação, os numerais, os símbolos matemáticos, químicos e as notas musicais. A escrita Braille O primeiro instrumento de escrita utilizado por pessoas cegas é a reglete e o punção (espécie de lápis) para escrever o braile. Esse material tem a desvantagem de ser muito lento em virtude da perfuração de cada ponto e de exigir ótima coordenação motora, que muitas vezes uma criança ainda pequena naturalmente não dispõe. Mais rápida, prática e fácil é a máquina de datilografia braile, que é constituída basicamente por seis teclas, correspondentes aos pontos da cela braile. São três teclas do lado direito e três do lado esquerdo. O toque simultâneo das teclas produz a combinação dos pontos em relevo, correspondendo ao símbolo elaborado. Como Identificar o inicio de uma D.V. Irritação constante nos olhos; Dores de cabeça recorrentes; Sensibilidade excessiva a luz; Dificuldade para copiar matérias da lousa à distância; Olhos franzidos para ler o que está escrito na lousa; Aproxima muito o rosto ao papel quando escreve ou lê; Cabeça inclinada para ler ou escrever, como se procurando um ângulo melhor para enxergar; Causas frequentes coriorretinite por toxoplasmose congênita • catarata por síndrome da rubéola congênita • retinopatia por prematuridade • malformações oculares • atrofia óptica por infecções • deficiência visual cortical Atitudes Positivas • Deve ser tratada com naturalidade. • Ela não precisa de piedade ou atenção especial, mas de oportunidade para desenvolver suas possibilidades e talentos. • Deve-se evitar a superproteção. • A criança com deficiência visual necessita de limites claros e regras de comportamento como qualquer outra criança. • Na comunicação, fale de frente para que a criança possa olhar para quem esteja falando com ela. Em grupo, fale seu nome quando se referir a ela, pois não pode perceber a comunicação visual. • As pessoas cegas ou com baixa visão podem apresentar ansiedade, insegurança e tensão diante de situações novas e pessoas desconhecidas. Podem também se desorientar em ambientes ruidosos Crianças com D.V. – Quem São crianças que nascem cegas e que possuem baixa visão; segundo a definição educacional crianças cegas são as crianças que não têm visão suficiente para aprender a ler em tinta, e necessitam, portanto, utilizar outros sentidos. São crianças que têm as mesmas necessidades de quaisquer outras crianças, ou seja, necessidades afetivas, físicas, intelectuais, sociais e culturais; bem como das necessidades básicas que são essenciais a toda criança como atenção, cuidado, relação e interação positiva, afeto e segurança, que gostam de brincar, passear e da companhia de outras crianças. Crianças com D.V. – Como Acuidade visual reduzida: a criança apresenta dificuldade para ver de longe, precisa aproximar-se bastante para poder ver bem pessoas e objetos. • Campo visual restrito: As alterações de visão periférica prejudicam a visão espacial, a percepção de obstáculos e a locomoção independente. • Visão de cores e sensibilidade aos contrastes: há algumas alterações visuais nas quais as crianças são incapazes de distinguir determinadas cores, algumas crianças distinguem cores vibrantes, com bastante luz; outras que podem ver objetos, formas e letras com bastante contraste. • Adaptação à iluminação: algumas crianças com baixa visão podem apresentar sensibilidade exagerada à luz, que ocasiona desconforto visual, ofuscamento, irritabilidade, lacrimejamento, dor de cabeça e nos olhos. Crianças com D.V. – Ver Bondioli (1998), em defesa da educação precoce, afirma que as crianças têm o direito, antes de tudo, de viverem experiências prazerosas. Assim, a inclusão de crianças com deficiência visual em programas pedagógicos, o mais cedo possível, possibilitará, além da optimização do potencial de desenvolvimento e aprendizagem, a participação em espaço lúdico coletivo e a vivência de um mundo de alegria, arte e cultura. Crianças com D.V. – Conclusão A baixa visão se caracteriza essencialmente pela visão prejudicada à distância é importante o professor observar a que distância o aluno consegue realizar tarefas visuais com boa resolução. O professor deve comunicar os pais do aluno e o corpo docente da escola, para que a criança seja avaliada por médico especialista e por fim indicar um tratamento, e desta forma o professor poderá obter mais informações para melhor conduzir o dia-a-dia em sala de aula. O papel do Professor O processo de aprendizagem nos casos de deficiência visual devem ser dar por meio de outros sentidos e através recursos de acessibilidade. Os educadores devem buscar diferentes formas de participação e de realização das tarefas escolares para que as crianças tanto com a baixa visão , quanto a cegueira possa expor suas ideias, seus conhecimentos prévios e seus pontos de vista. Durante o processo de aprendizagem compete o professor, gestores e demais profissionais da escola preparar o ambiente, criando condições para o acesso, participação dos alunos com deficiência visual. O papel do Professor Estimulação Visual ▪ Motivar o aluno a alcançar, tocar, manipular e reconhecer objetos; ▪ Ensinar a “olhar” para o rosto de quem fala; ▪ Orientar para que o aluno aprenda os sentidos de direção. Estimulação do Tato ▪ Descriminar diferentes texturas e relevos; ▪ Experimentar materiais com formas e feitos com contornos nítidos e cores vivas. O papel do Professor Estimulação Auditiva ▪ Ouvir barulhos ambientais, gravadores, rádios; ▪ Identificar sons simples; Estimulação do Olfato e do Paladar ▪ Provar e cheirar diferentes comidas (salgadas, doces e amargas); ▪ Cheirar vinagre, perfumes, detergentes,sabonetes e outros líquidos com cheiros forte. O papel do Professor Soroban O soroban é um instrumento para cálculo que surgiu na Grécia por volta do século III a.C. e foi difundido por todo o Império Romano. Atualmente, é muito utilizado no Japão, na China e na Rússia por todos os escolares. Infelizmente, no Brasil, é mais conhecido no âmbito da educação especial. O soroban adaptado para alunos cegos contém cinco contas por eixo e borracha compressora para deixar as contas fixas, permitindo a leitura tátil. Na pré-escola, poderá ser utilizado para conceito de quantidade, contar em sequência, comparar e relacionar quantidades e para dominar as operações elementares.
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