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INTRODUÇÃO
A educação exerce um papel importante na formação do cidadão, em que utiliza a escola como espaço de acesso do
conhecimento, lugar em que crianças e jovens possam completar o desenvolvimento e aprendizagem.
A educação inclusiva surgiu no intuito de inserir crianças, jovens e adultos em grupos onde eram considerados
excluídos, na qual se destacam as pessoas com deficiência, com transtorno global do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação, público-alvo da educação especial. Os referidos alunos recebiam a escolarização em
escolas especiais e classes especiais que substituíam as classes comuns.
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é uma inovação da Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva em que tem como objetivo, identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos
e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades
específicas. O AEE é um serviço da educação especial que vem para complementar e suplementar a formação do
aluno com deficiência, sendo uma oferta obrigatória na rede regular de ensino a ser realizado, preferencialmente, nas
Salas de Recursos Multifuncionais. Diante disso, apresenta-se a seguinte problemática: Qual a importância e
contribuições do atendimento educacional especializado dos alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas Salas de Recursos Multifuncionais?
Iremos apontar para o cenário da educação inclusiva, respectivamente para a importância da sala de AEE, mostrando
a realidade e a relação entre o atendimento da sala de aula comum e do AEE, com foco nas práticas pedagógicas a
fim de garantir uma reflexão a respeito da inclusão de alunos com Educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e superdotação na escola regular. Como sabemos o processo de inclusão de educandos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e superdotação na escola regular é bastante desafiador
especificamente para os docentes, visto que muitos não se sentem preparados para assumir tais responsabilidades e
não sabem como agir diante de tais situações. Para que a educação inclusiva aconteça de fato seria necessária uma
formação continuada para os professores, possibilitando um melhor atendimento.
As normativas existentes no Brasil determinam a forma como deve ocorrer o Atendimento Educacional Especializado
(AEE), para pessoas com deficiência, nas instituições de ensino do País. O planejamento do AEE precisa considerar
diversos parâmetros para conseguir o resultado de inclusão escolar dos estudantes atendidos, tais como o tipo de
deficiência de cada indivíduo, suas necessidades e os objetivos educativos propostos.
Existem determinações que devem ser obedecidas pelas escolas, tais como a aceitação e efetivação da matrícula de
pessoas com deficiência em turmas do ensino regular. Inexiste, contudo, uma padronização das ações que devem ser
executadas para efetivar o processo de inclusão e realização do AEE. Considerando que as especificidades de cada
deficiência e de cada pessoa com deficiência são itens primordiais para o planejamento das atividades no
Atendimento Educacional Especializado, o que faz com que a oferta do AEE possa ocorrer de forma diferente dentro
de uma mesma escola.
O atendimento educacional especializado foi criado para dar um suporte para os alunos deficientes para facilitar o
acesso ao currículo. De acordo com o Decreto nº 6571, de 17 de setembro de 2008:
Art. 1o A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, na forma deste Decreto, com a finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional
especializado aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular.
§ 1º Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e
pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos
alunos no ensino regular.
§ 2o O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a
participação da família e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas.
O AEE é um serviço da Educação Especial que identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade
que eliminem barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Ele deve
ser articulado com a proposta da escola regular, embora suas atividades se diferenciem das realizadas em salas de
aula de ensino comum.
 
Deve ser realizado no período inverso ao da classe frequentada pelo aluno e preferencialmente, na própria escola. Há
ainda a possibilidade de esse atendimento acontecer em uma escola próxima.
Nas escolas de ensino regular o AEE deve acontecer em salas de recursos multifuncionais que é um espaço
organizado com materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o atendimento às
necessidades educacionais especiais, projetadas para oferecer suporte necessário à estes alunos, favorecendo seu
acesso ao conhecimento. O atendimento educacional especializado é muito importante para os avanços na
aprendizagem do aluno com deficiências na sala de ensino regular.
Os professores destas salas devem atuar de forma colaborativa com o professor da classe comum para a definição de
estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso ao aluno ao currículo e a sua interação no grupo, entre outras ações
que promovam a educação inclusiva.
Quanto mais o AEE acontecer nas escolas regulares nas que os alunos com deficiências estejam matriculados mais
trará benefícios para esses, o que contribuirá para a inclusão, evitando atos discriminatórios.
MMM FORMAÇÃO ESPECÍFICA PARA ATUAR COM AEE
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
A expressão “atendimento educacional especializado”, que já vinha sendo utilizada pela literatura especializada, foi
recepcionada pela Carta Constitucional de 1988, a qual, no seu artigo 208, inciso III, proclama como dever do Estado,
entre outros, o de garantir o “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiências,
preferencialmente na rede regular de ensino”.
O atendimento educacional especializado é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, graus e etapas
do percurso escolar e tem como objetivos, entre outros, identificar as necessidades e possibilidades do aluno com
deficiência, elaborar planos de atendimento, visando ao acesso e à participação no processo de escolarização em
escolas comuns, atender o aluno com deficiências no turno oposto àquele em que ele frequenta a sala comum,
produzir e/ou indicar materiais e recursos didáticos que garantam a acessibilidade do aluno com deficiência aos
conteúdos curriculares, acompanhar o uso desses recursos em sala de aula, verificando sua funcionalidade, sua
aplicabilidade e a necessidade de eventuais ajustes, e orientar as famílias e professores quanto aos recursos
utilizados pelo aluno.
O atendimento educacional especializado disponibiliza programas de enriquecimento curricular no caso de altas
habilidades, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, ajudas técnicas e recursos
de tecnologia assistiva, dentre outros. Ao longo de todo processo de escolarização, esse atendimento deve estar
articulado com a proposta pedagógica do ensino comum.
A inclusão escolar tem início na educação infantil, onde se desenvolvem as bases necessárias para a construção do
conhecimento e seu desenvolvimento global. Nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de
comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físico, cognitivo, emocional, psicomotor e social e a convivênciacom as diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da criança. Nesse sentido, o
atendimento educacional especializado deve estar presente em todas as etapas e modalidades da educação básica, e
se destina a apoiar o desenvolvimento dos alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação. De oferta obrigatória dos sistemas de ensino, deve ser realizado no turno inverso ao da
classe comum, na própria escola ou em centro especializado que realize esse serviço educacional.
O atendimento educacional especializado é realizado mediante a atuação de profissionais com conhecimentos
específicos no ensino da Língua Brasileira de Sinais, da Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda
língua, do sistema Braille, do soroban, da orientação e mobilidade, das atividades de vida autônoma, da comunicação
alternativa, do desenvolvimento dos processos mentais superiores, dos programas de enriquecimento curricular, da
adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos, da utilização de recursos ópticos e não ópticos, da
tecnologia assistiva e outros.
Para atuar na educação especial o professor deve ter como base da sua formação, inicial e continuada,
conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a
sua atuação no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caráter interativo e interdisciplinar da
atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional
especializado, nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos
ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial.
O atendimento educacional especializado destina-se normalmente aos alunos da escola que apresentam algum tipo
de deficiência, mas pode estender-se também aos alunos de escolas próximas, nas quais esse tipo de serviço ainda
não esteja organizado. Pode ser realizado individualmente ou em pequenos grupos, em horário diferente daquele em
que frequentam a classe comum.
A educação especial é uma modalidade de ensino que garante os dispostos legais da educação inclusiva, que é um
direito assegurado pela Constituição Federal para todos os alunos. E a efetivação desse direito deve ser cumprida
pelas redes de ensino, sem nenhum tipo de distinção. O AEE perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza
o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta, quanto a sua utilização, no
processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular. Os alunos público-alvo do AEE são
definidos da seguinte forma:
• Alunos com deficiência: com impedimentos de longo prazo de natureza física (DF), intelectual (DI) ou sensorial que
podem ter obstruída/dificultada sua participação plena e efetiva na sociedade (ONU, 2006).
• Alunos com transtornos globais do desenvolvimento (TGD) – aqueles que apresentam um quadro de alterações no
desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias
motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger (que atualmente se
enquadram em Transtorno do Espectro Autista‖), Síndrome de Rett, Transtornos Desintegrativos da Infância (psicose
infantil).
• Alunos com altas habilidades ou superdotação – aqueles que apresentam um potencial elevado e grande
envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança,
psicomotora, artes e criatividade. 
A escola comum tem como compromisso difundir o saber universal, certamente terá de saber lidar com o que há de
particular na construção desse conhecimento para alcançar o seu objetivo. Mas ainda assim, terá limitações naturais
para tratar com o que há de subjetivo nessa construção com alunos com deficiência. Esse fato já aponta e demonstra
a necessidade de existir um espaço para esse fim, que não seja eminentemente clínico e que resguarde uma
característica tipicamente educacional.
Para esse fim, está previsto na Constituição de 1988 o atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, para o que antes era definido como Educação Especial e todas as suas formas de intervenção.
Em seu Artigo 208, a Constituição determina que esse atendimento ocorra, preferencialmente, na rede regular de
ensino:
a) esse atendimento refere-se ao que é necessariamente diferente da educação em escolas comuns e que é
necessário para melhor atender às especificidades dos alunos com deficiência, complementando a educação escolar
e devendo estar disponível em todos os níveis de ensino;
b) é um direito de todos os alunos com deficiência que necessitarem dessa complementação e precisa ser aceito por
seus pais ou responsáveis e/ou pelo próprio aluno;
c) o “preferencialmente” na rede regular de ensino significa que esse atendimento deve acontecer prioritariamente
nas unidades escolares, sejam elas comuns ou especiais, devidamente autorizadas e regidas pela nossa lei
educacional. A Constituição admite ainda que o atendimento educacional especializado pode ser oferecido fora da
rede regular de ensino, já que é um complemento e não um substitutivo do ensino ministrado na escola comum para
todos os alunos;
d) o atendimento educacional especializado deve ser oferecido em horários distintos das aulas das escolas comuns,
com outros objetivos, metas e procedimentos educacionais.
e) as ações do atendimento educacional são definidas conforme o tipo de deficiência que se propõe a atender. Como
exemplo, para os alunos com deficiência auditiva o ensino da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, de Português,
como segunda língua, ou para os alunos cegos, o ensino do código “Braille”, de mobilidade e locomoção, ou o uso de
recursos de informática, e outros;
f) os professores que atuam no atendimento educacional especializado, além da formação básica em Pedagogia,
devem ter uma formação específica para atuar com a deficiência a que se propõe a atender. Assim como o
atendimento educacional especializado, os professores não substituem as funções do professor responsável pela sala
de aula das escolas comuns que têm alunos com deficiência incluídos.
O conhecimento da deficiência precisa ser clarificado, dada a facilidade de se confundir os problemas de ensino e de
aprendizagem causados por essa deficiência com o que é barreira para o aproveitamento escolar de todo e qualquer
aluno.
CONTEXTUALIZANDO O ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) aparece nomeado na Constituição Federal (BRASIL, 1998), no artigo
208, como garantia à educação: “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino”. No decorrer dos anos e, principalmente, nessa última década,
normativas legais sobre o tema têm sido difundidas e, em consequência, ações têm sido implantadas no sistema
educacional brasileiro, com vistas à escolarização de alunos que estão em turmas comuns e exigem respostas para
suas necessidades de aprendizagem, pois apresentam demandas específicas em função de suas peculiaridades para
aprender, principalmente pessoas com deficiência.
Atualmente, identifica-se o avanço de propostas legais com a finalidade de nortear a estrutura, organização,
recursos, entre outros aspectos, em relação ao processo escolar desse alunado. Todavia, também é reconhecida a
necessidade de análise e reflexão sobre as práticas pedagógicas desenvolvidas no Atendimento Educacional
Especializado, a partir dessas normativas, no contexto da escola.
As propostas oficiais, em vigor, apresentam o Atendimento Educacional Especializado (AEE) como diretriz que orienta
as ações de ensino numa “escola inclusiva”, entre aspas porque a escola deve incluir a diversidade por inerência.Elas indicam a Sala de Recursos Multifuncional (SRM) como o espaço/tempo onde ocorrem tanto o atendimento
complementar quanto o suplementar às estratégias pedagógicas comuns de ensino realizadas junto aos alunos com
deficiência (intelectual, auditiva, visual, múltipla), altas habilidades e transtornos globais do desenvolvimento.
Assim, a implantação das Salas de Recursos Multifuncional apresenta-se como uma modalidade do Atendimento
Educacional Especializado, porém, tem sido a única, pela condução e orientações dadas pelo Ministério da Educação
(MEC). A Resolução n° 4/2009, do MEC/CNE apresenta as diretrizes para este atendimento, conforme estabelecido no
artigo 5º:
“O AEE é realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da própria escola ou em outra escola de
ensino regular, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado,
também, em centro de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias,
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente
dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios.”
A legislação diz que prioritariamente, mas não exclusivamente, o AEE acontece nas salas de recursos. Porém, na
realidade elas tornaram-se sinônimo desse atendimento, como se não houvesse alternativas ao trabalho.
Como formar esse docente tão especialista então? O Programa “Educação Inclusiva: direito à diversidade”, elaborado
e oferecido pelo MEC, ao longo da última década, teve como objetivo principal “apoiar a formação de gestores e
educadores, a fim de transformar os sistemas educacionais em sistemas educacionais inclusivos. Com conteúdo
variado, muita produção de material, oferta de vários cursos/formações presenciais e a distância, o programa formou
professores para atuação nas salas de recursos multifuncional, sem, no entanto, atingir as proporções continentais do
nosso país, razão pela qual nem todos os docentes tiveram acesso a ele. Mesmo assim, há uma pergunta a ser feita:
é possível formar esse “supermultiprofessor”?
Estimamos ser pouco provável que os professores possam fazer e saber tudo que lá está listado, que, na verdade, se
configura como o trabalho de uma equipe e não de um único profissional.
Diante disso, como tem acontecido o trabalho na SRM (sala de recursos multifuncionais)? Surgem aqui algumas
ponderações sobre como as aprendizagens escolares ocorrem nesse contexto. Experiências vividas por nós, como
docentes e pesquisadoras, no cotidiano das escolas, têm demonstrado que é recorrente uma desarticulação entre o
trabalho realizado pelo professor de referência da turma comum e pelo professor de AEE, pois não há tempo
destinado aos planejamentos conjuntos e há profissionais que sequer se conhecem, principalmente se forem de
escolas diferentes.
Existe um descompasso entre o que a escola espera do aluno e o que o AEE oferece, pois só a presença do estudante
na turma comum não lhe garante aprendizagem sobre os mesmos componentes curriculares de seus pares. Há
diversas indagações sobre como e o que deve ser trabalhado na sala de recursos e na sala de aula; qual seria o
formato, tempo e tipo de ação didática ofertada pelo AEE, caracterizando-o como suplementar ou complementar, e
não como substitutivo às ações na turma comum?
Como garantir um trabalho articulado com a rotina diária, se reciprocamente os professores desconhecem a dinâmica
que envolve o processo de ensino, justamente por não terem a oportunidade de compartilhar os mesmos espaços e
tempo?
Os maiores impasses para o desenvolvimento do trabalho na SRM se apresentam com relação a alunos com
deficiência intelectual e transtorno do espectro do autismo, lembrando que professores especialistas são necessários
para ensinar braile, sorobã, libras, comunicação alternativa e ampliada, e que nem sempre têm formação para a
necessidade do aluno. Cada professor de Educação Especial trabalha de uma forma, não havendo uma diretriz que
oriente suas práticas pedagógicas diversas”, ainda que haja diversas normativas sobre este atendimento.
Neste contexto, a premissa do processo de escolarização na concepção de inclusão escolar, deve ser capaz de
atender a todos, indistintamente, sendo capaz de incorporar as diferenças no contexto da escola, o que exigirá a
transformação de seu cotidiano e, certamente, o surgimento de novas formas de organização escolar. Organizar um
modelo de educação inclusiva requer um projeto que tenha por finalidade desenvolver práticas educativas
equânimes para todos os alunos. Isto não é algo simples e exige mudanças significativas na estrutura escolar da qual
dispomos, seja quanto ao tempo, espaços, concepções de ensino, de aprendizagem ou de currículo.
A escola é um ambiente de aprendizagens sociais e acadêmicas que se atravessam, se reforçam, se complementam
e geram conhecimentos oriundos desse mesmo contexto composto pela diversidade de alunos. Por isso, não há a
possibilidade de a escola se constituir como ambiente educacional somente por uma ou outra via. E, deste modo, a
intenção e a concepção previstas pela educação inclusiva requerem a garantia de um processo de escolarização
baseado na presença, participação e construção de conhecimentos.
MMM PARTICIPAÇÃO NA FORMAÇÃO CONTINUADA
ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Os movimentos políticos e sociais no contexto nacional e internacional têm contribuído com avanços para a inclusão
de todas as pessoas no sistema educacional. Tais movimentos são frutos da compreensão de que sociedade e escola
precisam considerar a diversidade como essencial para a constituição humana. No contexto educacional, a inclusão é
uma inovação educacional por representar um novo paradigma do conhecimento humano e, também, de suas
relações.
Temos percebido mudanças significativas no decorrer das últimas décadas quando observarmos alguns avanços
teóricos, legais e práticos nos princípios inclusivos. Acreditamos que inclusão escolar ainda tem sido um desafio para
todo o sistema educacional, por conta de nossas práticas educativas estarem historicamente arraigadas nos
processos segregativos e excludentes.
Assim, entendemos que essa mudança de pensamento e ações envolve toda a sociedade, pois devem ser
transformadas as mentes e as instituições para que a sociedade tenha novas atitudes, aceite e respeite as
diferenças. Nesse sentido, entendemos que o desafio é incluir a diversidade como condição humana para que todos
tenham seus direitos respeitados.
Acreditamos que a inclusão escolar envolve questões e aspectos que perpassam por todos os seguimentos da
sociedade. No entanto, no formato que vem ocorrendo na maioria das escolas, muitas vezes tem se tornado
excludente. A exclusão como um complexo processo estabelecido pelas relações na sociedade, no qual as pessoas
são categorizadas por suas diferenças sociais, culturais, econômicas, físicas, religiosas, raciais, ideológicas, psíquicas
e de gênero.
Evidenciamos na escola, assim como na sociedade, atitudes conservadoras e excludentes, que negam a existências
das diferenças entre os seres humanos ao determinar um padrão a ser alcançado. Mas acreditamos que o paradigma
da inclusão pode contribuir para a construção de uma sociedade para todos, que respeite a diversidade no exercício
dos direitos e deveres do cidadão.
Historicamente, a aceitação da diversidade, vem ocorrendo lentamente. No Brasil, D. Pedro II criou, em 1854, o
Imperial Instituto dos Meninos Cegos, que posteriormente se tornou o Instituto Benjamim Constante e o Instituto
Imperial dos surdos, que se tornou o Instituto Nacional de Educação de Surdos. Nesse período, mesmo diante das
iniciativas de ações para atender as pessoas com deficiência, aquelas instituições que tinham mais o caráter
educativo se restringiam aos cegos e surdos. Segundo os registros históricos, no início do século XX ocorreu a criação
do primeiro espaço específico para criançascom deficiência, o Pavilhão-Escola Bourneville, instalado no Hospício
Nacional de Alienados.
Essa escola foi a primeira a realizar atendimento com pretensão de aliar o tratamento de saúde e à educação, sendo
um local de grandes transformações políticas e sociais da época. Surgiu em meio a fortes denúncias ao Hospício
Nacional de Alienados quanto à assistência às crianças internadas, sendo um anexo dessa instituição com a
finalidade de identificar e classificar as doenças mentais, tendo destaque no diagnóstico de idiotia, paralisia,
epilepsia, imbecilidade e os quadros de degeneração. No seu método, tratava de uma educação médica-pedagógica,
inicialmente voltada para coisas simples como a educação do andar e da audição, posteriormente a hábitos diários,
envolvendo a aprendizagem corporal, para só depois pensar na instrução elementar e, dependendo do
desenvolvimento, poderia achegar ao ensino profissional.
Pensando nesse contexto, as pessoas com deficiência começavam a conquistar espaços direcionados às suas
necessidades, houve a criação de instituições destinada a prestar cuidados e reabilitação, como o Instituto Pestalozzi,
Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), a
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e outras. O aumento no número de instituições privadas, que
se dedicavam a cuidados pessoais, contribuiu para perpetuar o assistencialismo na Educação Especial brasileira,
tendo em vista que a filantropia era incentivada por políticas públicas. Daí a existência de muitas instituições
privadas na frente da Educação Inclusiva, perpetuando a cultura de se preocupar mais com cuidados pessoais do que
com o ensino desses alunos.
A Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), foi um importante
instrumento de apoio à pessoa com deficiência, que mais tarde foi transformada em Secretaria Nacional de Promoção
dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD). Atualmente, essa secretaria é responsável pela articulação e
coordenação das políticas públicas voltadas para o atendimento às pessoas com deficiência. Foi instituída pela Lei nº
7.853, que “dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a CORDE, institui
a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público,
define crimes e dá outras providências” (BRASIL, 1989). Somente dez anos após, foi regulamentada pelo Decreto nº
3.298, que “dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as
normas de proteção e dá outras providências” (BRASIL, 1999). Para zelar pela implantação dessa política, foi criado o
Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (CONADE).
O Brasil e outros países do mundo reconhecem e assumem princípios inclusivos para orientar as políticas públicas
nas mais diferentes áreas da promoção cidadã: educação, saúde, cultura, lazer, entre outras. Consideramos a
inclusão de pessoas com deficiência uma prática recente no nosso sistema educacional, tendo a legislação como
responsável pela inserção dos princípios inclusivos na Educação. Mas nem sempre foi assim, por muitos anos, as
pessoas com deficiência foram tratadas com desprezo e desrespeito quanto aos seus direitos, o que as motivou a se
organizarem em grupos e promoverem fortes movimentos de participação política pela garantia de seus direitos. O
objetivo foi de avançar nas políticas públicas de acesso e permanência das pessoas com deficiência a todo e qualquer
espaço social, dando legitimidade às práticas inclusivas.
As mudanças nessa direção vêm ocorrendo lentamente. Primeiramente, temos o acesso de todas as pessoas à
educação, seguida da luta pela inserção e permanência no ensino, para assim consolidar a igualdade de
oportunidades a todos. Representando um compromisso dos educadores com a construção desse paradigma
educacional inclusivo, precisamos definir planos para uma educação que busque a formação global do cidadão, livre
de preconceitos e que reconheça a diversidade das pessoas.
Esperamos que a prática dos princípios inclusivos extrapole o âmbito educacional, tornando uma sociedade que
respeita as diferenças e promova a igualdade de oportunidades a todo cidadão. Nesse sentido, de luta pela igualdade
de direitos, destacamos a Constituição Federal (BRASIL, 1988) por seu caráter inclusivo e democrático. Percebemos
esse caráter inclusivo já no artigo 3 trazendo como um objetivo fundamental, “a promoção do bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Ficando explícito que
não deve existir qualquer tipo de discriminação e preconceito, inclusive com a pessoa com deficiência. A promoção
do bem-estar social de todos também é resguardada pelo artigo 206, inciso I, estabelecendo como um princípio de
ensino “a igualdade de condições de acesso e permanência na escola” e reconhece no artigo 208, inciso III, que o
estudante com necessidades específicas, como deficiência e transtornos, tem a garantia do Atendimento Educacional
Especializado, preferencialmente na rede regular de ensino. Sabemos que acontecimentos políticos internacionais,
influenciam a política nacional.
Apontamos alguns acontecimentos que fortaleceram as políticas inclusivas no nosso país. Primeiramente, a
Declaração de Jomtien se refere à satisfação das necessidades básicas de aprendizagem e relembra que a educação
é direito fundamental de mulheres e homens. Esclarece que todas as crianças, jovens e adultos tenham o acesso à
educação e que é necessário universalizá-la para que as desigualdades possam ser reduzidas e a qualidade
melhorada (CONFERÊNCIA MUNDIAL DE EDUCAÇÃO PARA TODOS, 1990). Percebemos nesse documento um dos
pilares da inclusão: a preocupação com a promoção da equidade, o entendimento de que não basta apenas que
todos tenham acesso, mas condições para que permaneçam e aprendam também são essenciais.
A Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994) enfatiza os Princípios, Políticas e Práticas na área das necessidades
educativas especiais e reafirma o “compromisso para com a Educação para Todos, reconhecendo a necessidade e
urgência do providenciamento de educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais
especiais dentro do sistema regular de ensino e reendossamos a Estrutura de Ação em Educação Especial, em que,
pelo espírito de cujas provisões e recomendações, governo e organizações sejam guiados”, acreditando que “toda
criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas”. Atribui a
“prioridade política e financeira ao aprimoramento de seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a
incluírem todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais”. Percebemos a
preocupação de buscar meios de concretizar a inclusão de todos os alunos nos sistemas de educação, atendendo às
necessidades de todos os alunos.
A Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão afirma que “o acesso igualitário a todos os espaços da vida é
um pré-requisito para os direitos humanos universais e liberdades fundamentais das pessoas” e entende que o
esforço rumo a uma sociedade inclusiva para todos é a essência do desenvolvimento social sustentável. Esse
documento reafirma que a inclusão é um direito humano, fundamental ao desenvolvimento da humanidade. A
Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas Portadoras de
Deficiência (COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, 1999) objetiva prevenir e eliminar qualquer forma
de discriminação a pessoa com deficiência, para que faça parte da sociedade.
Nesse contexto fortemente influenciado pela política nacional e internacional, temos, comomarco no âmbito
educacional nacional, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) (BRASIL, 1996), estabelecendo importantes
definições de direitos, serviços e práticas a serem assegurados para a execução dos princípios da Educação Inclusiva
nas escolas brasileiras, garantidos na Constituição Federal. No artigo 58, a Educação Especial é descrita como uma
“modalidade de educação escolar oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino para estudantes com altas
habilidades, deficiências e/ou transtornos globais de desenvolvimento”. Para tanto, no parágrafo 1º, está enfatizado
que haverá o “serviço de apoio especializado quando necessário, na escola regular, para atender às peculiaridades
da clientela de Educação Especial” e, no artigo 59, está previsto que exista uma formação de professores e haja
adaptações na rotina e nos procedimentos da atuação pedagógica na perspectiva da escola inclusiva, com
“currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades” e
“professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como
professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns”.
Percebemos que na primeira LDB já existia referência à pessoa com deficiência, como dispõem os artigos 88 e 89,
com a afirmação de que “a educação dos excepcionais, devia, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de
educação, a fim de integrá-los na comunidade” (BRASIL, 1961). Porém, a palavra “enquadrar-se”, usada no texto,
aponta para o entendimento de que o aluno deve integrar-se ao sistema educacional, colocando sobre ele a
responsabilidade do processo de adaptação e não nas instituições de ensino.
A Lei de Diretrizes e Bases, que trouxe as alterações no ensino de 1° e 2º graus, também definiu no artigo 9 que “os
alunos que apresentem deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade
regular de matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial” (BRASIL, 1971). Nessa determinação,
entendemos que os alunos com deficiência deverão ter um tratamento diferenciado por parte do sistema
educacional, que deverá ter atenção específica às necessidades desses alunos. Serão integrados ao sistema, com
direito a um tratamento específico, que será normatizado pelos Conselhos de Educação.
Com as determinações mais abrangentes da LDB vigente, entendemos que deverá ocorrer um processo de inclusão
do aluno com deficiência, de forma que ele seja inserido em turmas regulares de ensino e tenha o atendimento
especializado, se necessário. Percebemos que o aluno é responsabilidade do sistema educacional, que o acolherá
fazendo as adaptações necessárias e proporcionará condições de ensino adequadas para que ele supere as barreiras
provenientes das suas limitações.
Em termos de políticas públicas educacionais, podemos destacar, o PNE (BRASIL, 2001a), que, no âmbito da
Educação Especial, estabeleceu 28 metas e objetivos para serem cumpridas no decorrer de 10 anos. Algumas
determinações envolvem a organização para o atendimento desse aluno com “necessidades educacionais especiais”,
quanto à estrutura física, como: adaptação de prédios, equipamentos e transportes; quanto ao apoio pedagógico: a
formação e atuação do professor; quanto à assistência às necessidades específicas: por meio de ações e parcerias
com diferentes áreas para fornecer atendimentos necessários; e quanto aos incentivos financeiros: com aumento de
recursos destinado à Educação Especial. Assim, de acordo com esse documento, o avanço para a década da
educação seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento da diversidade humana.
Destacamos, o reconhecimento de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) como língua oficial no País, juntamente com o
Português, por meio da a Lei nº 10.436, a fim de concretizar a meta 15, referente à Educação Especial no PNE de
2001. Entendemos ser uma conquista para toda a sociedade, pois representa o respeito à cidadania, dando às
pessoas com surdez a oportunidade para desenvolver a linguagem por meio da compreensão dos signos e
significados, com base na sua língua materna. Nesse mesmo documento aprovou-se diretrizes e normas para o uso, o
ensino, a produção e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de ensino, o projeto da Grafia Braille para
a Língua Portuguesa e fez recomendação para o seu uso em todo território nacional.
Temos o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2011), conhecido como Plano Viver sem
Limite, representando a reafirmação do compromisso do estado contra a discriminação. No artigo 1 está estabelecido
como finalidade do exercício pleno e equitativo dos direitos das pessoas com deficiência, “por meio por meio da
integração e articulação de políticas, programas e ações”. Descrevendo no artigo 4 os eixos de atuação, como: a
educação, a saúde, a inclusão social e acessibilidade. Entre as oito diretrizes, determina, no artigo 3, a “garantia de
um sistema educacional inclusivo”.
Buscando a consolidação dos direitos e deveres nos diversos espaços da sociedade, foi institucionalizada a Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência (BRASIL,
2015), destaca-se pela sua abrangência ao tratar de assuntos que tornarão a sociedade mais inclusiva e acessível.
Aborda os direitos da pessoa com deficiência nos diversos contextos sociais, trazendo determinações específicas que
garantem os direitos fundamentais estabelecidos na Constituição Federal.
Nesse trabalho por igualdade de condições entre as pessoas na sociedade, essa lei representa um avanço social e
político, que visa oportunizar o exercício da cidadania, quebrando as barreiras surgidas devido às limitações próprias
de cada pessoa. Assim, ao estabelecer punições, cíveis e penais, para quem descumprir as determinações ou praticar
atos discriminatórios em virtude da deficiência de uma pessoa, estamos buscando o cumprimento de direitos e
deveres do cidadão.
No contexto educacional, a inclusão representa uma provocação, que pode provocar melhorias na qualidade do
ensino das escolas. Pensamos que, ao trabalhar com uma grande diversidade, ficamos mais suscetíveis em perceber
a fragilidade da proposta educacional, do projeto político-pedagógico escolar, da proposta de aula do professor.
Portanto, ao refletirmos sobre um ensino mais inclusivo, nos preocupamos com a qualidade da nossa prática docente
e nos dedicamos a desenvolver maneiras e estratégias de alcançar a todos os alunos.
A efetivação dessas leis vigentes no país, em relação à inclusão das pessoas com deficiência, é uma maneira de
identificar, valorizar e respeitar diversidade existente nos seres humanos e assegurar uma vida plena socialmente. A
escola inclusiva, portanto, é aquela que acolhe todos e valoriza as diferenças com um meio adequado para a
promoção do desenvolvimento individual e coletivo, além de promover meios de superação das barreiras impostas
por limitações individuais e/ou sociais. Para tanto, descreveremos adiante, o funcionamento do Atendimento
Educacional Especializado, disponibilizado para diminuir as barreiras da pessoa com deficiência no contexto
educacional, consolidando o seu direito de acesso e permanecia na escola.
AEE UMA ATIVIDADE RECENTE
O AEE é um serviço da educação especial, realizado no período contrário ao frequentado pelo aluno no ensino
regular, e sua oferta é obrigatória a todos os alunos público-alvo da educação especial.
O profissional que atua neste atendimento é o professor de educação especial, que deve ter formação específica na
área de atuação. No atendimento realizado no contra turno, as necessidades e potencialidades são trabalhadas, com
a finalidade de oferecer novos caminhos para aprender, ao aluno público-alvo da educação especial, e de fato ter
suas diferenças atendidas e respeitadas.A partir do atendimento, o professor de educação especial pode contribuir
com observações e sugestões quanto ao trabalho realizado em sala de aula, para juntamente com o professor do
ensino comum pensem em possibilidades de intervenção.
Este atendimento é definido pela Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, tendo como
função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a
plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no
atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo
substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à
autonomia e independência na escola e fora dela.
Pode-se observar na citação acima, que o AEE é um atendimento com caráter complementar e/ou suplementar ao
ensino regular, sendo importante para a formação do aluno que o frequenta, pois é, neste espaço, que será abordado
os campos conceituais, os quais possibilitarão maior compreensão dos temas trabalhados em sala de aula, com a
perspectiva de focar nas necessidades dos alunos.
Os sistemas de ensino tem o compromisso de oferecer este atendimento aos alunos público alvo da Educação
Especial, como indicado na Resolução nº 04 de 2009 do Conselho Nacional de Educação, em seu parágrafo único
mostra que, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento
Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento
Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins
lucrativos. 
Cabe esclarecer que todos os sistemas de ensino, municipal, estadual e federal devem organizar este tipo de
atendimento, conforme indicado na citação acima, sendo de caráter obrigatório a oferta aos alunos público-alvo da
Educação Especial.
As atividades do AEE também são indicadas no documento da Política de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva, são disponibilizados programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e códigos
específicos de comunicação e sinalização e tecnologia assistiva. Ao longo de todo o processo de escolarização esse
atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum. O atendimento educacional
especializado é acompanhado por meio de instrumentos que possibilitem monitoramento e avaliação da oferta
realizada nas escolas da rede pública e nos centros de atendimento educacional especializado públicos ou
conveniados. 
A partir da perspectiva da educação inclusiva, faz-se necessário refletir sobre o atendimento aos alunos público alvo
da Educação Especial que frequentam a escola regular e o currículo comum, observando o atendimento de suas
necessidades, visto que seu processo de ensino e aprendizagem, assim como os demais alunos, é único e constituído
de peculiaridades.
Ao refletir-se sobre a importância da escola no processo de inclusão, nenhum outro espaço seria capaz de substituir
seu caráter social e de ensino. O ambiente escolar constitui-se um espaço privilegiado para a construção do saber
historicamente constituído, ou seja, este lugar é fundamental para o desenvolvimento, como um todo, dos alunos, os
quais participam deste contexto e para a pessoa com deficiência não poderia ser diferente. Portanto, a educação
inclusiva fomenta o repensar das práticas na escola comum, por meio de ações que atendam as diferenças
considerando também os distintos contextos, que este sujeito faz parte. 
A Inclusão implica uma reforma radical nas reformas em termos de currículo, avaliação, pedagogia e formas de
agrupamentos dos alunos em sala de aula. Ela é baseada em um sistema de valores que todos se sintam bem-vindos
e celebra a diversidade que tem como base o gênero, a nacionalidade, a raça, a linguagem de origem, o background
social, o nível de aquisição educacional ou a deficiência.
Neste sentido, a proposta inclusiva demanda uma reforma na estrutura educacional. A organização dos alunos nos
espaços educativos, o currículo deve ser repensado, assim como as formas de avaliação. A diversidade deve ser
percebida, valorizada e atendida neste espaço que é composto pela diferença. Assim, faz-se necessário pensar: Como
incluir o diferente em uma escola com o currículo engessado e com uma avaliação tradicional e que não respeita o
ritmo e a singularidade de cada aluno? Como avançar em relação às propostas metodológicas que atenda e respeite
a todos?
Levando em consideração estes desafios vividos na escola, destaca-se a dificuldade que esta enfrenta ao se
flexibilizar, ao diversificar o seu currículo, ao trabalhar com alunos que não compõem o padrão determinado de
normalidade. Índices e metas são colocados à escola, deslocando assim o foco para uma corrida incessante por
resultados numéricos, e não para o desenvolvimento voltado as especificidades dos alunos. A escola, ainda, se
caracteriza como uma instituição estruturada para atender alunos que correspondem a um ideal padrão, e não para o
sujeito singular que é seu aluno, ou seja, o aluno real heterogêneo; realiza sua atividade pedagógica a partir de um
sistema organizado por um currículo inflexível; e seleciona os conteúdos de acordo com uma sequência rígida, com
vistas a uma complexidade crescente, partindo de critérios padronizados de desenvolvimento psicológico baseado
em etapas. 
Desta forma, independentemente das condições e características apresentadas, por seus diferentes alunos, àqueles
que não conseguem acompanhar o ritmo imposto, são marginalizados e excluídos. Agora permanecem na escola,
porém este espaço educativo ainda apresenta grandes dificuldades em avançar, pela falta de atenção à diversidade,
ao manter um ensino veementemente pautado em currículo inflexível, onde seu conteúdo é desenvolvido da mesma
maneira para todos os alunos, de forma única.
O desenvolvimento de algumas metas diferencia-se dentro dos mesmos objetivos escolares, com vistas à superação
da rigidez da escola e oportunizar aos alunos a aprendizagem com qualidade social, assim é imprescindível viabilizar
estratégias e metodologias de ensino e avaliação demonstrando que não é necessário que se tenha as mesmas
metas educacionais quando aprendem juntos. Nesta perspectiva, faz-se necessário superar a condição de alcance de
metas padronizadas, estipuladas de forma excludente. Ao reconhecer a diversidade, o caminho a ser percorrido em
busca da educação inclusiva, deve ser aquele que tem como eixo norteador, a percepção dos alunos como parâmetro
dele mesmo, respeitando assim a diferenças por eles apresentados. Ao definir educação Inclusiva. 
A educação inclusiva caracteriza-se como um novo princípio educacional, cujo conceito fundamental defende a
heterogeneidade na classe escolar, não apenas como situação provocadora de interação entre as crianças com
situações pessoais as mais adversas.
Além dessa interação, muito importante para o fomento das aprendizagens recíprocas, é fundamental uma
pedagogia que se dilate ante as diferenças do alunado.
O grande objetivo de estar na escola para aprender, e não apenas interagir. Esta é a educação que se quer, e se
busca incessantemente todos os dias e que ainda se tem muito a superar até alcançá-la. Desta forma, se observa
muitos aspectos relacionados à organização escolar perante a diferença. A escola deve se adequar à proposta de
ensino a fim de que diferentes alunos se apropriem do conhecimento. De outra forma, ainda continuar-se-á nos
tempos da integração escolar. O aumento significativo do número de matrículas de pessoas com deficiência nas
escolas, exige do Sistema escolar, a eliminação dos entraves por parte das instituiçõesem atender as diferenças,
valorizando e potencializando suas habilidades.
MMM CRITÉRIOS PARA O ATENDIMENTO DE ALUNOS NA SALA
DE RECURSOS
UM NOVO TEMPO PARA A INCLUSÃO
O Atendimento Educacional Especializado surge dentro do contexto dos avanços em prol da educação inclusiva no
país, como uma política pública fundamental que regulamenta as diretrizes estabelecidas pela Constituição Brasileira,
para a educação dos alunos público-alvo da educação especial. Essa política se impõe pela necessidade de efetivação
de ações voltadas para a garantia da aprendizagem desses alunos matriculados nas escolas e sujeitos de direito a
uma educação de qualidade. Podemos dizer que o atendimento educacional especializado é uma política pública
basilar no fortalecimento e na implementação e organização dos serviços da educação especial.
O AEE constitui hoje uma referência no atendimento às necessidades específicas dos alunos, além de se estabelecer
dentro da escola como um marco de suporte e apoio ao aluno, ao professor e a sua família, de modo integrado aos
demais sujeitos e espaços escolares.
Uma importante característica desse trabalho se relaciona aos princípios da aprendizagem colaborativa, de modo que
o professor da sala do atendimento educacional especializado possa desenvolver estratégias de intervenções e de
atuação pedagógica que permitam ao aluno o acesso ao currículo, bem como sua interação no grupo da escola e da
sala de aula.
Seguindo as diretrizes operacionais para a implementação do AEE, é importante que esse serviço esteja claramente
previsto no Projeto Político Pedagógico da escola como forma de garantir a sua articulação com os demais serviços do
ensino comum, em todos os níveis, etapas e modalidades oferecidos pela escola.
Podemos definir o Atendimento Educacional Especializado (AEE) como o conjunto de atividades, recursos de
acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e continuamente. Tem como função identificar, elaborar e
organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que atenuem as barreiras para o desenvolvimento de seu
público-alvo.
Tendo em vista desenvolver a autonomia e independência desse público na escola e fora dela, o AEE deve ser
prestado da seguinte forma:
• complementar à formação dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, como apoio
permanente e limitado no tempo e na frequência dos estudantes às Salas de Recursos Multifuncionais;
• suplementar à formação de estudantes com altas habilidades ou superdotação.
Deve ser realizado, prioritariamente, nas Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) da própria escola ou em outra
escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não sendo, em nenhuma hipótese, substitutivo às classes
comuns. Pode ser oferecido também em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou em
instituições especializadas, instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas
com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente no Estado ou nos Municípios. No entanto, entendemos que esse
serviço, quando realizado na própria escola do aluno, poderá proporcionar maiores benefícios não só no que diz
respeito a sua aprendizagem, mas também no aspecto da sua inclusão na escola.
O Atendimento Educacional Especializado visa complementar e desenvolver a autonomia do aluno dentro da escola e
fora dela, organizando e promovendo situações que favoreçam o seu desenvolvimento, com a estimulação dos
mecanismos do desenvolvimento cognitivo e da aprendizagem intermediados pelo uso de materiais didáticos e
pedagógicos que atendam às necessidades específicas desses alunos.
Em casos do Atendimento Educacional Especializado em ambiente hospitalar ou domiciliar, será ofertada aos alunos,
pelo sistema de ensino, a Educação Especial de forma complementar ou suplementar com a garantia da matrícula na
rede regular de ensino.
Os alunos com altas habilidades ou superdotação deverão ter suas atividades de enriquecimento curricular
desenvolvidas no âmbito de escolas públicas de ensino regular em interface com os núcleos de atividades para altas
habilidades ou superdotação e com as instituições de ensino superior e institutos voltados ao desenvolvimento e
promoção da pesquisa, das artes e dos esportes. No caso dos alunos com deficiência auditiva ou com surdez, o
atendimento educacional especializado deve ser realizado sob a mediação da Língua Brasileira de Sinais (Libras),
sendo a Língua Portuguesa em sua modalidade escrita sua segunda língua.
A função do professor do AEE é “propor atividades que permitam eliminar barreiras na aprendizagem e otimizar a
aprendizagem dos alunos e sua inclusão no ensino regular”, o que sem dúvida repercutirá no desenvolvimento do
aluno em sala de aula.
A IMPORTÂNCIA DO AEE PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
O AEE para alunos com Deficiência é efetivado a partir de um estudo de caso onde o principal objeto de estudo é o
aluno e suas barreiras na aprendizagem. O estudo das dificuldades encontradas pelo o aluno é um método de
pesquisa que nos permite investigar, coletar dados, analisar fatos que nos ajudem a traçar um plano de intervenção
que traga soluções e benefícios para aprendizagem do aluno eliminando suas barreiras e dificuldades e ajudando a
ter um bom desenvolvimento da sua aprendizagem.
Nesse sentido, o professor do AEE precisa fazer uma avaliação do aluno com deficiência em todos os aspectos e
funções: motor, afetivo, social, cultural, cognitivo, oral, de raciocínio lógico tomando como fonte de informações a
família, a escola, o professor de sala comum, os colegas de classe, os profissionais que possivelmente estejam
trabalhando com o aluno, para ter uma precisão de suas reais necessidades de aprendizagem para ajudá-lo a
eliminar suas dificuldades e pensar estratégias inclusivas que deem a esses alunos a condição de aprenderem tão
quanto os ditos normais.
Desse modo, verificamos que o AEE é um elemento importantíssimo na aprendizagem dos alunos com deficiência
porque possibilita um atendimento especifico as suas necessidades e dificuldades. O atendimento educacional
especializado deve oferecer todas as oportunidades possíveis para que, os espaços educacionais em que ele
acontece, o aluno seja incentivado a se expressar, pesquisar, levantar hipóteses, reinventar o conhecimento
livremente. 
Em se tratando do aluno com deficiência é necessário que no AEE e na sala de aula, seu direito de aprender seja
garantido levando em consideração sua criatividade, sua capacidade de conhecer o mundo partindo de suas
vivencias. É necessário que o professor do AEE e o professor de sala comum enxerguem as potencialidades desse
aluno e nesse sentido busquem traçar ações pedagógicas de ensino-aprendizagem que façam sentido para ele,
que o desafio partindo de situações concretas capazes de estimular ainda mais suas potencialidades e superar suas
dificuldades seja elas na escrita, na oralidade, na cognição etc.
O Atendimento educacional especializado para alunos com deficiência demonstra que muitas vezes o professor que
não enxerga o potencial dos alunos, e realiza o que eles chamam de Pedagogia da Negação. A pedagogia da negação
encontra sua fonte na superproteção, que é um parente próximo da rejeição.
A superproteção de um professor em relação a um aluno que apresenta deficiência pode se manifestar de várias
maneiras. Por exemplo, quando o professor propõe frequentemente atividades que não provocam dificuldades
verdadeiras para o aluno, com medo que ele perca a motivação para aprender ou com receio que ele não seja capaz
de realizar a atividade.
A Pedagogia da Negação não reconhece o potencial dos alunos, e acabam muitas das vezes utilizando uma
metodologia de proteção, facilitando o aprendizado do aluno, não o desafiando com novas situações de
aprendizagem, expondo-os a atividades de memorização e repetição, sem deixar com que eles busquem umprocesso cognitivo autônomo.
De certo, não podemos negar que os alunos com deficiência tenham dificuldades de estrutura ração cognitiva e
funcional, sabemos que algumas vezes as suas estruturas intelectuais apresentam limitações, porém isso não
significa que podemos afirmar ou concluir que esses alunos são incapazes de aprender. Um aspecto que pode
comprovar o quanto eles são capazes de aprender são as mediações realizadas pelo atendimento educacional
especializado.
O atendimento educacional especializado para alunos com deficiência deve voltar-se para realização de atividades
especificas sobre os mecanismos de aprendizagem e desenvolvimento desses alunos. O desenvolvimento de um
trabalho que alie escola comum e AEE pode promover uma autonomia intelectual para alunos com déficit de
comprometimento cognitivo.
MMM FREQUÊNCIA DOS ALUNOS NA SALA DE RECURSOS
MULTIFUNCIONAIS
OBJETIVOS E FUNÇÕES DO AEE
Primeiramente, é preciso ter clareza dos motivos que orientam o trabalho no AEE, sendo estes, inserido em um
contexto que construa uma sociedade inclusiva. Esta é a grande meta da educação inclusiva. Para tanto, faz-se
essencial que se compreenda o que isso significa no cotidiano escolar. Aponta-se que uma sociedade inclusiva é
aquela capaz de contemplar, sempre, todas as condições humanas, encontrando meios para que cada cidadão, do
mais privilegiado ao mais comprometido, exerça o direito de contribuir com seu melhor talento para o bem comum.
Busca-se a escola inclusiva que se fundamenta na concepção orientada pelo reconhecimento das diferenças
humanas e na aprendizagem centrada nas potencialidades dos alunos, ao invés da imposição de rituais pedagógicos
pré-estabelecidos. Estes acabam por legitimar as desigualdades sociais e negar a diversidade. O papel das escolas
deve atender às necessidades educacionais específicas de seus alunos tendo em vista a complexidade e a
diversidade do contexto escolar, tanto nas aprendizagens como na aprendizagem.
Faz-se necessário que a escola se reorganize, ressignifique suas ações, flexibilizando o currículo, promovendo a
formação de professores em serviço, parcerias com a comunidade e ainda a complementação ou suplementação
curricular ao/a aluno/a com deficiência ou superdotação respectivamente.
As salas de recursos multifuncionais são espaços da escola onde se realizam o AEE para alunos com necessidade
específica, por decorrência de deficiência, TEA, AH/SD, por meio do desenvolvimento de estratégias de
aprendizagem, centradas em um novo fazer pedagógico que favoreça a construção de conhecimento pelos alunos,
subsidiando o desenvolvimento do currículo e participação da vida escolar. É um espaço organizado com materiais
didáticos, pedagógicos e dispõe de profissionais com formação para o AEE, que considere as diferentes áreas e os
aspectos relacionados: ao estágio de desenvolvimento cognitivo do aluno; ao nível de escolaridade; aos recursos
específicos para sua aprendizagem e as atividades de complementação e suplementação curricular.
O AEE tem o objetivo geral promover a inclusão de alunos com deficiência, TEA e AH/SD em classes comuns da
educação infantil e ensino regular, com a meta das políticas da educação inclusiva, mantendo a interação constante
entre o professor da classe comum e dos serviços de apoio pedagógico especializado, no sentido de complementação
ou suplementação curricular, para a educação básica, a partir da avaliação do aluno em suas habilidades,
promovendo o desenvolvimento de suas potencialidades e buscando romper as barreiras que limitam suas
aprendizagens.
Mediante o objetivo geral, sugerido para todo o território Nacional, cabe aos serviços organizarem-se conforme as
peculiaridades regionais e específicas do contexto em que se insere. Diante das reflexões, planejamentos e
replanejamentos neste período, se sugere como objetivos específicos:
Promover o AEE com vistas ao conhecimento que permita ao aluno incluído nas séries iniciais do Ensino Fundamental
o letramento, a leitura, a escrita e a quantificação, sem o compromisso de sistematizar essas noções como conteúdos
escolares, enfatizando-se as aprendizagens no campo conceitual, estando desvinculado da necessidade típica da
produção acadêmica. O aluno constrói conhecimento para si mesmo, complementando ou suplementando o currículo
escolar;
Assessorar as discussões de flexibilizações curriculares durante o percurso do ano letivo, que considerem o
significado prático e instrumental dos objetivos básicos, metodologias de ensino e recursos didáticos diferenciados e
processos de avaliação adequados aos desenvolvimentos dos alunos que apresentam deficiência, TEA e AH/SD, em
consonância com o projeto pedagógico da escola;
Promover situações de aprendizagens significativas, que favoreça o desenvolvimento individual e social, de maneira
ativa.
Definir o tempo de atendimento individual, duplas ou trios, conforme a necessidade de cada aluno e esse acontecerá
sempre no horário oposto ao das aulas do ensino regular.
Favorecer que esse aluno saia de uma posição de não – saber ou de recusa de saber para se apropriar de um saber
que lhe é próprio, ou melhor, que ele tem consciência de que o construiu.
Reconhecer, a partir da avaliação e acompanhamento, o ponto de partida e o de chegada do aluno, no processo de
conhecimento subsidiando as posteriores intervenções pedagógicas e didáticas, tanto na sala de recursos
multifuncionais como para a sala de aula comum, estendendo a discussão e orientações ao grupo familiar.
FORMAÇÃO ESPECIALIZADA DOS PROFESSORES
Para o professor que trabalha na sala de recursos multifuncionais há algumas exigências que são feitas com relação a
sua formação. A inclusão escolar fica comprometida se colocarmos a disposição da escola, que está comprometida
com a educação inclusiva, um professor que não é capaz de reconhecer o desempenho e as potencialidades do
educando, e a lidar com ele. Por isso é necessário que os estados e municípios invistam na formação continuada dos
professores para atuar como especializado de apoio.
O professor regente nas salas de aula regular precisa de formação adequada para sua qualificação. Para que isso seja
possível, deve-se dar atenção maior quando nos dirigimos ao professor especialista no atendimento na sala de
recursos multifuncionais, priorizando sempre a educação e atendimento feitos por esses profissionais ás crianças da
educação infantil e os outros níveis de educação.
Essa formação permite ao professor, de apoio no atendimento a sala de recursos multifuncionais, a aceitar os
desafios que lhe são colocados, juntamente com seus educandos e resolve-los em parceria com outros professores e
os recursos disponibilizados pelos equipamentos, materiais pedagógicos específicos a natureza e as necessidades
especiais dos educandos.
A formação continuada é vital para o desenvolvimento do professor em sala de aula e também é importante o
professor estar sempre se atualizando, e mesmo assim, provavelmente não estarão prontos para atender com
qualidades todos os tipos de aluno com deficiência seja ela de aprendizagem ou intelectual. Tendo em vista a
formação de professores para atuarem nesta área é necessário que tenhamos uma reflexão sobre os profissionais
que atuarão como parte importante nessa inclusão.
Diante dessas posições destacamos três categorias de importância na formação de professores:
formação inicial,
formação continuada
falta de formação.
Primeiramente se considera que as disciplinas na graduação, não são o bastante para fazer do professor, um
profissional da educação especial. O foco está em discutir a formação inicial para esse professor atuar com
educandos com deficiência.
Pensar na formação inicial do pedagogo para a educação inclusiva implica superar uma perspectiva baseada no
modelo clínico-médico de deficiência em prol de um processo formativo no qual as questões relativas á escolarização
da pessoa com deficiência perpassemo currículo de forma transversal.
A formação inicial do professor, na educação especial amplia a visão de conhecimento, que afasta o estigma da
exclusão, coloca a disciplina de educação especial como uma profissionalização nos cursos de Pedagogia. Há
necessidades de uma formação que amplie a visão de mundo e de conhecimento dos professores, que promova
práticas que superem o paradigma da exclusão, se é que isso será possível. A formação inicial se projetada para além
de um saber específico e, de modo geral, precisamos do professor formado para responder, em parte, ás demandas
escolares, independentemente do público que atenderá, pois a inclusão escolar, resguardados seus princípios e
políticas, faz-se amplamente falando, na relação entre o professor e o aluno, pela via da mediação da construção do
conhecimento e da aprendizagem.
Tendo em vista a pouca oferta de cursos de licenciatura em Educação Especial no Brasil, os professores geralmente
são formados nos cursos de Pedagogia ou outras licenciaturas, sem uma formação adequada para o atendimento de
educandos com deficiência em classes regulares de ensino. Essa realidade reflete diretamente na formação inicial
dos professores; neste sentido, destacamos a necessidade de um forte investimento na formação continuada dos
profissionais da educação básica, no intuito de fortalecer a política da educação inclusiva.
MMM DIVERSAS FORMAS DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO
CONCEITOS SOBRE O AEE E SEU PÚBLICO
O uso de recursos e materiais variados no AEE é de extrema importância para contribuir com o desenvolvimento de
vários aspectos nos alunos. Pode-se exemplificar, no caso de alunos com TEA, a necessidade de ampliar a atenção; o
desenvolvimento das relações com o outro; percepção daquilo que o aluno procura transmitir, por meio de
expressões faciais ou o que sente; como também, ampliar sua linguagem oral; ou ainda com outras formas de
comunicação como no uso de comunicação aumentativa alternativa/CAA, quando necessário, como importante
instrumento de apoio ao aluno sem comunicação oral, ou ainda aqueles que apresentam maiores dificuldades na
linguagem.
É necessário pesquisar as dificuldades na escola, no social e na comunicação a fim de construir um plano de trabalho
que lhe possibilite as aprendizagens e a diminuição de estereotipias. É fundamental que o aluno melhore a sua
comunicação social, passe a compartilhar o olhar, interaja com outras pessoas e envolva-se com tarefas
diferenciadas, porém tendo o cuidado na preparação do ambiente e da rotina.
Salienta-se a necessidade de trabalhar de forma conjunta com o professor de sala de aula do aluno que é atendido no
AEE, afim que trocar informações e orientá-lo com relação às particularidades dos alunos público-alvo da Educação
Especial e da organização do planejamento com estratégias e atividades acessíveis a estes alunos, buscando incluir a
todos, independentemente de sua condição.
Dentre os alunos público alvo que apresentam como característica a deficiência visual, deficiência auditiva ou surdez,
deficiência intelectual, deficiência física, Transtornos do Espectro Autista e Altas habilidades/superdotação,
necessitamos reunir diferentes áreas do conhecimento para favorecer sua plena participação no ensino comum. Cada
área de atuação conta com uma série de conhecimentos específicos, os quais dão suporte às necessidades dos
alunos, como por exemplo, o soroban para alunos cegos, este recurso auxilia na aprendizagem.
A SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS (SRM)
As Salas de Recursos Multifuncionais são espaços físicos localizados nas escolas públicas de educação básica;,nelas
se realiza o Atendimento Educacional Especializado. Esse atendimento é feito por um professor especializado, que
tenha como base da sua formação a atuação para a docência e ainda formação específica na área da educação
especial, com competências para o atendimento dos alunos com dificuldades de aprendizagem acentuadas
decorrentes de algum tipo de deficiência (auditiva, visual, motora, intelectual), de transtornos do espectro autista ou
de altas habilidades ou superdotação.
Essas salas atendem por esse nome porque são dotadas de mobiliário, materiais didáticos e pedagógicos, recursos
de acessibilidade e de tecnologia assistiva, e outros tipos de equipamentos específicos para o atendimento aos
alunos público-alvo da educação especial. Esses recursos deverão estar a serviço das necessidades de aprendizagem
desses alunos, sendo o atendimento feito sempre em turno contrário ao que os alunos frequentam na escola comum
e, como destacamos, deve ser realizado preferencialmente na própria escola em que ele está matriculado, ou ainda
numa escola próxima ou em centros e instituições especializadas que realizem o serviço do AEE. Cada sala deverá
ter, no mínimo, um professor responsável pelo desenvolvimento das atividades próprias do AEE.
Essas as atividades são de caráter eminentemente pedagógico, diferenciando-se do trabalho do professor da sala de
aula devendo o professor propor situações que contribuam para a aprendizagem de conceitos e ações vivenciais que
possibilitem a esse aluno organizar seus pensamentos fundamentando seu atendimento em situações-problema,
exigindo do aluno o uso do raciocínio para sua resolução. Além disso, compete ao professor do AEE produzir materiais
didáticos e pedagógicos, utilizados como ferramentas de interação escolar social ajudando o aluno a atuar no
ambiente da escola e fora dela.
Ainda sobre as competências do professor do AEE, a Resolução n° 04 de 2009 que institui as Diretrizes Operacionais
para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, estabelece as seguintes ações como principais
atribuições desse profissional:
I – Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias
considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo da Educação Especial;
II – Elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando a funcionalidade e a
aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade;
III – Organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos multifuncionais;
IV – Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula
comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da escola;
V – Estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos
de acessibilidade;
VI – Orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno;
VII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo
autonomia e participação;
VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à disponibilização dos serviços, dos
recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades
escolares.
Para o desenvolvimento dessas ações, é necessário que o professor estabeleça uma relação de proximidade com seu
aluno, buscando conhecer suas particularidades, suas relações com o conhecimento, indo além das condições
cognitivas. Além disso, é preciso que haja uma interlocução com o professor do ensino regular, facilitando o
acompanhamento dos processos de aprendizagem do aluno.
Por fim, é importante destacarmos que a Sala de Recursos Multifuncionais é um espaço da escola comum, sendo
responsabilidade do diretor e da comunidade escolar sua conservação, organização e administração, além da
divulgação desse trabalho à comunidade à qual a escola está inserida.
MMM PARTICIPAÇÃO DA EQUIPE EDUCACIONAL NO CONSELHO
DE CLASSE
PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NA SRM
As salas de recursos são espaços da escola onde se realiza o atendimento educacional especializado de alunos com
necessidades educacionais especiais, matriculadosna escola comum. O atendimento em salas de recursos constitui
um serviço educacional de natureza pedagógica, feito por professor especializado, num espaço dotado de materiais,
equipamentos e recursos pedagógicos adequados às necessidades educacionais dos alunos da escola que
apresentam dificuldades acentuadas em relação à aprendizagem, vinculadas a algum tipo de deficiência ou não.
A sala de recursos multifuncionais é, portanto, um espaço da escola comum provido de materiais didáticos,
pedagógicos e de tecnologia assistiva, onde trabalham profissionais com formação específica para o atendimento dos
alunos com dificuldades educacionais especiais em razão de algum tipo de deficiência (auditiva, visual, motora,
cognitiva, verbal), de transtornos globais de desenvolvimento ou de altas habilidades e superdotação.
Chama-se sala de recursos multifuncionais precisamente porque nela se concentram materiais didáticos,
equipamentos e profissionais aptos a atender, de forma flexível, aos diversos tipos de necessidades educacionais
especiais.
1. Procedimentos iniciais com alunos em sala de recursos multifuncional
Sugere-se, após a análise do período trabalhado, uma linha de atuação que oriente as ações iniciais nas atividades do
professor de educação especial, a qual se apresenta como indicadores flexíveis no cotidiano escolar:
Reconhecimento das necessidades específicas da criança, adolescente ou adulto;
Flexibilização curricular: Reunir a equipe administrativa pedagógica e professores envolvidos na inclusão com
intencionalidade de promover:
Revisão do Plano Político Pedagógico anual, com a finalidade de atualizar os recursos físicos, materiais e humanos às
peculiaridades dos alunos da Instituição;
Interseção no currículo e o plano político pedagógico propostas resultantes de discussões e reformulações didáticas,
pedagógicas e avaliativas no âmbito da educação escolar;
Discussões do currículo comum e as peculiaridades do aluno.
Redimensionamento a cada ano as informações no ato da matricula, a partir da experiência e reflexão do ano
anterior;
Abordagem com a família em termos de obtenção de informações e orientações no manejo com a criança;
2. Organização em sala de aula:
Preparação do espaço educacional onde a criança reconheça-se no ambiente, de acordo com seu perfil inicial;
Acompanhamento das ações e reações do aluno no período de inclusão, para auxiliá- lo na manutenção da atenção e
concentração, bem como interação no grupo e do grupo com este;
Atenção aos estranhamentos e interações iniciais, para eventuais modificações da rotina escolar, seja nos ambientes
quanto nas atividades;
Construção de uma rotina de tarefas cotidianas, de acordo com sua condição para organização e responsabilidades;
Conquista de uma relação de confiança e autoridade entre aluno e seus professores;
Agrupamentos e individualização do ensino. Alguns alunos necessitam de mediação do professor o dos colegas para
aprender o que outros alunos conseguem aprender por meio da experiência espontânea;
Flexibilização dos objetivos conceituais, se necessário, quanto à profundidade e extensão, a partir das habilidades e
potencialidades do aluno.
3. Procedimentos para a orientação quanto à organização individual:
A partir de observações constantes e registros de dados significativos de seus movimentos em atividades de sala de
aula e demais espaços escolares;
Organização com o aluno de suas rotinas particulares, tornando-as funcionais;
Constituição de situações de aprendizagem de caráter: funcional, a partir de suas potencialidades e habilidades;
Previsão quanto as modificações da temporalidade para determinados objetivos e conteúdos previstos, se necessário;
Seleção de técnicas e instrumentos apropriado para avaliação do aluno, se necessário.
CARACTERIZAÇÕES DO AEE
O AEE consiste num programa desenvolvido pelo MEC com o objetivo de atender alunos com deficiência. Realiza-se,
prioritariamente, nas Salas de Recursos Multifuncionais (SEM) da própria escola, ou em outra escola de ensino
regular, complementando a formação do aluno, visando sua autonomia na escola e fora dela, constituindo oferta
obrigatória pelos sistemas de ensino.
Ressaltamos que as SRM são espaços localizados na escola regular, ou em centros especializados, cujo objetivo
consiste em interver junto aos alunos com deficiência para que eles possam superar suas dificuldades e avançar em
suas habilidades cognitivas, motoras e emocionais, sempre levando considerando suas diferenças individuais.
Nesse contexto, o professor exerce papel relevante ao alcance dos objetivos propostos pelo programa. De acordo
com o Plano de desenvolvimento individual para o Atendimento Educacional Especializado, o principal desafio aos
professores especialistas no AEE, que assumem a regência de uma sem (conforme a Política Nacional de Educação
Especial na perspectiva da Educação Inclusiva), consiste em atender alunos com deficiências, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades, ou superdotação, que são encaminhados a esses espaços. Nesses ambientes,
devem ser oferecidas todas as condições ao pleno desenvolvimento para que consigam ter acesso ao currículo da
sala de aula regular em que estão matriculados.
O AEE, que ocorre na SRM, deve se fundamentar nas habilidades e competências do aluno, considerando sua
condição específica para realizar determinadas tarefas. Nesse sentido, a avaliação torna-se imprescindível para o
professor iniciar o trabalho pedagógico especializado, pois é importante conhecer o aluno e suas condições de
inserção e participação na escola, na família e na sala de aula regular.
Desse modo, o professor poderá providenciar ajustes e adequações nos diferentes âmbitos que interferem
diretamente no processo de ensino e de aprendizagem do aluno, público-alvo do AEE, garantindo-lhe educação de
qualidade.
O aluno frequenta a sala de recurso no contra turno da sala regular. O AEE identifica, elabora e organiza recursos
pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as
suas necessidades específicas.
Nas escolas de ensino regular, o AEE deve acontecer nas SRM, um espaço organizado com materiais didáticos,
pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação voltada ao atendimento das necessidades educacionais
especiais; espaços projetados para oferecer suporte necessário a esses alunos, favorecendo seu acesso ao
conhecimento (MEC).
O AEE complementa e pode suplementar a formação dos alunos, visando sua autonomia e independência na escola e
fora dela, constituindo oferta obrigatória pelos sistemas de ensino. Os objetivos do AEE são:
• Assegurar meios para o acesso ao currículo, que proporcionem a independência na realização das tarefas e a
construção da autonomia dos alunos com deficiência
• Promover formação continuada para professores;
• Produzir material (transcrever, adaptar, confeccionar, ampliar, gravar, de acordo com as necessidades dos alunos).
O público alvo das salas de AEE compõe-se por alunos matriculados em sala de aula regular, que sejam portadores
de deficiência auditiva, surdez, cegueira, baixa visão, surdo-cegueira, deficiência física, deficiência intelectual,
transtornos globais do desenvolvimento, síndrome de Down, deficiência múltipla e altas habilidades/superdotação.
O AEE é muito importante aos avanços da aprendizagem do aluno com deficiência, na sala de ensino regular. Os
professores destas salas, devem atuar de forma colaborativa com o professor da classe comum para a definição de
estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso do aluno ao currículo e sua interação no grupo, entre outras ações
que promovam a educação inclusiva. Quanto mais o AEE acontecer nas escolas regulares em que os alunos com
deficiências estejam matriculados, mais trará benefícios para eles, o que contribuirá para a inclusão e evitará atos
discriminatórios.
MMM PROGRESSO NO ENSINO APRENDIZAGEM ATRAVÉS DO
AEE
O PAPEL DO PROFESSOR

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