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Vida e Obra de Carlos Drummond de Andrade

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SENTIMENTO DO MUNDO
GuILHERME BORGES 
HENRIQUE SABINO EL-ARMALI
LETÍCIA SILVA FERREIRA
MARIA EDUARDA EVANGELISTA
MARIA VITÓRIA GONÇALVES
 Disciplina: Literatura 
Professora: Loraine Vidigal Lisboa
Uberaba 
25/10/2019
Carlos Drummond de Andrade
1902 – 1987
Itabira de Mato Dentro
Descendente de uma família de fazendeiros tradicionais da região, Drummond foi o nono filho do casal Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade
Desde pequeno Carlos demonstrou grande interesse pelas palavras e pela literatura. Em 1916, ingressou no Colégio em Belo Horizonte
Em 1926, ministra aulas de Geografia e Português no Ginásio Sul-Americano de Itabira e trabalha como redator-chefe do Diário de Minas
Continuou com seus trabalhos literários e em 1930 publica seu primeiro livro intitulado “Alguma Poesia”
Um de seus poemas mais conhecidos é “No meio do caminho”. Ele foi publicado na Revista de Antropofagia de São Paulo em 1928. Na época, foi considerado um dos maiores escândalos literários do Brasil
"No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho"
Considerado um dos maiores poetas do século XX, fez parte da segunda geração modernista
SENTIMENTO DO MUNDO 
 Publicado em 1940, terceira obra de Drummmond com 28 poemas;
 Humor Drummondiano;
 Esperança, frustração e ruptura;
 Reflete o momento de instabilidade e inquietação dos anos anteriores, pois a década de 1930 possui dois polos de tensão muito claros;
 Ascensão do nazismo e fascismo;
 É uma obra que retrata um tempo de guerras, de pessimismo e sobre tudo, de dúvidas sobre o poder de destruição do homem;
 Conclusão é uma poesia pessimista e reflexiva; 
 Os versos livres e brancos e o coloquialismo da linguagem, marcas características da literatura modernista, estão presentes no livro, heranças claras de Mário de Andrade e Manuel Bandeira;
POEMAS E ANÁLISES 
Sentimento do mundo
Canção da moça-fantasma de Belo Horizonte
Revelação do subúrbio
Os mortos de sobrecasaca
SENTIMENTO DO MUNDO 
Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desfiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microcopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer
esse amanhecer
mais noite que a noite
ANÁLISE 
Mostra um tom triste, um pessimismo de que não estava preparado para guerra.
Recolhimento, trás solidão de ter vários soldados e ao mesmo tempo pensar que todos estão sozinhos.
Os soldados, companheiros não disseram que haveria destruição, guerra e morte.
A luz trás ideia de paz, esperança, já a escuridão, trás medo, incerteza e aflito.
CANÇÃO DA MOÇA-FANTASMA DE BELO HORIZONTE 
ANÁLISE
Neste poema Drummond parte do que seria uma lenda urbana para abordar, na imagem metafórica do espectro noturno assombrado pela solidão pós-morte, o seu isolamento e o de toda humanidade;
Drama da alma dramática em busca da comunhão amorosa em vida;
Reflexão da solidão com o sentido do existir e em seguida um pessimismo que domina a escrita;
O poeta-moça-fantasma se defronta diante de uma transcendência vazia, pois a morte e a possível vida espiritual não surgem como solução para o enigma da existência, com o reencontro com o Criador, porém como um intolerável castigo, a expiação de uma solidão eterna, “Oh! Deixai-me dormir convosco”;
Moça-Fantasma é aquele ente que, apartado do mundo dos vivos, sofre por perder a dimensão humana de ser vivente que, nem em vida, nem na morte, consegue o encontro com o outro;
REVELAÇÃO DO SUBÚRBIO 
Importância das coisas pequenas da vida;
Repetição da palavra "subúrbio";
Desigualdade social;
OS MORTOS DE SOBRECASACA 
Havia a um canto da sala um álbum de fotografias intoleráveis,
alto de muitos metros e velho de infinitos minutos,
em que todos se debruçavam
na alegria de zombar dos mortos de sobrecasaca.
Um verme principiou a roer as sobrecasacas indiferentes e roeu as páginas, as dedicatórias e mesmo a poeira dos retratos. Só não roeu o imortal soluço de vida que rebentava que rebentava daquelas páginas.
Marcas passadas;
Apesar da morte, sentimento e recordações continuam vivos;
Repetição da palavra "rebentava"
 Estabelece uma tensão entre o estado de fixidez inerente à natureza do objeto fotografado e o movimento sugestivo e peculiar fornecido pela figura do verme que desliza sua concretude formal sobre a imagem química desbotada pelo tempo.
REFERÊNCIAS
https://www.passeiweb.com/estudos/livros/cancao_da_moca_fantasma_de_belo_horizonte_poema_dr  Acesso em 23 out. 2019
https://www.todamateria.com.br/carlos-drummond-de-andrade/ Acesso em 23 out. 2019
http://sesi2652b.blogspot.com/2013/11/revelacao-do-suburbio-quando-vou-para.html Aceso em 23 out. 2019
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/por-que-carlos-drummond-e-tao-importante-para-a-literatura-brasileira.htm Acesso em 23 out. 2019

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