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APOSTILA DE PORTUGUÊS
PROFESSORA ORGANIZADORA: MSc.: CIRLENE PEREIRA DOS REIS ALMEIDA
FEVEREIRO DE 2020
LÍNGUA, LÍNGUAGEM E COMUNICAÇÃO
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Comunicação é o processo pelo qual os
seres humanos trocam entre si informações. Nesta
breve definição, temos já implicitamente presentes
os elementos nucleares do ato comunicativo: o
emissor, o receptor ("seres humanos") e a
mensagem ("informações"). De fato, em qualquer
ato comunicativo encontramos alguém que procura
transmitir a outro uma dada informação.
Além desses três elementos nucleares, é
costume considerar outros três: o código, o canal e o
contexto. Nenhum ato comunicativo seria possível, na ausência de qualquer um desses
elementos. De fato, é necessária a intervenção de, pelo menos, dois indivíduos, um que
emita, outro que receba; algo tem que ser transmitido pelo emissor ao receptor; para que o
emissor e o receptor comuniquem é necessário que esteja disponível um canal de
comunicação; a informação a transmitir tem que estar "traduzida" num código conhecido,
quer pelo emissor, quer pelo receptor; finalmente todo o ato comunicativo se realiza num
determinado contexto e é determinado por esse contexto.
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
O esquema da comunicação, atrás descrito, pode ser representado da seguinte
forma:
NATUREZA DO SIGNO LINGUÍSTICO
Para que possamos entender melhor o processo comunicativo torna-se necessário
analisar mais cuidadosamente a natureza daquilo que, na comunicação, o emissor procura
transmitir ao receptor. Quando se presta atenção aos termos "comunicação" e "comunicar",
verifica-se que ambos têm a mesma raiz, o adjetivo "comum". De fato, comunicar é pôr
alguma coisa em comum, isto é, fazer com que aquilo que é meu passe a pertencer a outro,
sem com isso deixar de ser meu.
E o que é isso, que pretendemos "pôr em comum"? São ideias, emoções, desejos,
isto é, são sempre conteúdos mentais, coisas imateriais, que não podem ser apreendidas
pelos sentidos e que, por isso, são em si mesmas intransferíveis. De fato, a idéia que eu
penso, a dor que eu sinto, o desejo que eu tenho, não podem ser diretamente conhecidos
por outros. Só eu tenho acesso a eles. Por outro lado, o ser humano só tem conhecimento
direto daquilo que pode apreender pelos sentidos: o que pode ver, ouvir, cheirar, saborear,
tatear.
Portanto, nem o emissor pode transferir para outrem os seus conteúdos mentais,
nem o receptor pode apreender esses conteúdos mentais, porque eles são imateriais. No
entanto, todos sabem que há efetivamente comunicação entre os seres humanos e que,
nesse processo, o emissor põe em comum com o receptor os seus conteúdos mentais. O
segredo deste aparente paradoxo está no código.
Dado que os conteúdos mentais são em si mesmo intransferíveis, o que o emissor faz
é associar um dado conteúdo mental (por exemplo, uma ideia) a um determinado objeto
físico (por exemplo, uma sequência de sons – [mesa]). O conteúdo mental não pode ser
diretamente apreendido pelo receptor, mas o objeto físico criado pelo emissor, sim. E de fato
é isso que o homem faz, sem esforço e de forma quase inconsciente, quando se comunica.
Resumindo: o emissor associa os seus conteúdos mentais a um dado objeto físico
que produz para o efeito (codifica a mensagem); o receptor apreende com os seus sentidos
esse objeto físico e associa-lhe um certo conteúdo mental (decodifica a mensagem).
Portanto, para haver comunicação é necessário recorrer a um sistema de sinais.
Esses sinais têm todos em comum o fato de possuírem uma face material, passível de ser
apreendida pelos sentidos (o significante) e uma face não-material, estritamente mental,
inapreensível pelos sentidos (o significado). A esses sinais constituídos por um significante e
um significado chamamos signos.
Do que fica dito, resulta evidente que não há nenhuma relação natural e necessária
entre significante e significado. Tal relação é convencional, resulta de um acordo tácito entre
emissor e receptor, melhor dizendo, entre os elementos de uma dada comunidade. Isso se
torna mais evidente se pensarmos que certo conteúdo mental (significado) pode ser
associado a uma infinidade de significantes: a ideia de "janela", por exemplo, é representada
de forma diversa nas várias línguas (janela, window, fenêtre...).
O código referido no esquema da comunicação é afinal o conjunto desses signos.
Podemos então dizer que um código é um conjunto de signos e de regras de utilização. Para
que haja comunicação é necessário que o emissor e o receptor conheçam o código utilizado,
os signos e as respectivas regras de utilização.
Note-se que o que circula entre o emissor e o receptor é o significante. O significado
(conteúdo mental) que o emissor atribui a esse significante continua no interior do emissor.
O significante suscita no interior do receptor um outro significado, semelhante, mas nunca
idêntico ao do emissor. Esta questão é importante, ainda que fique provisoriamente em
aberto, e permite perceber melhor a diferença que há entre a linguagem técnico-científica e
a linguagem literária.
CÓDIGOS VERBAIS E CÓDIGOS NÃO VERBAIS
Naturalmente há uma multiplicidade
de códigos, passíveis de serem utilizados
pelos seres humanos nos atos de
comunicação. Cada um de nós utiliza vários
desses códigos, por vezes simultaneamente.
Tradicionalmente distingue-se entre códigos
verbais (também chamados linguagens
verbais) e códigos não verbais (ou linguagens
não verbais).
Tendo em consideração aquilo que foi dito até agora, podemos então definir alguns
conceitos frequentemente utilizados na disciplina de Português.
Linguagem — Capacidade que os seres humanos têm de transmitir uns aos outros
informações, utilizando signos; naturalmente está implícita na noção de linguagem, não
apenas a utilização de signos já existentes, mas também a capacidade de criar novos signos,
o que de fato acontece, sem que disso nos apercebamos claramente.
Língua — É um sistema particular de signos e regras (código), historicamente
determinado, através do qual se exerce a capacidade da linguagem.
Fala — Designa a utilização individual e concreta de um sistema linguístico.
A linguagem é uma capacidade inerente a todos os seres humanos, que os distingue
dos demais seres vivos. Mas essa capacidade só pode ser exercida pelo recurso a uma língua
(um código). Para que um ser humano (uma criança, por exemplo) possa comunicar é
necessário que aprenda (ou crie) um código (lingüístico ou não). O exercício da faculdade da
linguagem exige a presença de uma língua.
A língua é de natureza social, na medida em que é um conjunto de signos e regras
reconhecido pelos membros de uma dada comunidade, enquanto a fala é sempre individual,
visto que designa a utilização que um dado indivíduo, num dado momento, faz da língua.
O discurso é o produto do ato de fala. De fato, a fala é uma ação, um processo, que
se esgota no próprio momento em que se conclui, mas que deixa um produto que perdura,
ao menos virtualmente, para além do ato. O ato de falar perante uma dada assembléia
esgota-se no próprio momento em que termina, mas o produto desse ato (o Sermão de
Santo António aos peixes, do P. Antônio Vieira, por exemplo) pode ser registrado num
suporte durável e conservado para a posteridade. CONTEXTO COMUNICATIVO
Intencionalmente, o esquema da comunicação apresentado, anteriormente, representa o
contexto como uma caixa retangular que envolve os restantes cinco elementos (emissor,
receptor, mensagem, código e canal). De fato, o contexto determina o tipo de comunicação
estabelecido e dele, contexto, fazem parte todos os elementos que interferem no ato
comunicativo.
Interlocutores (emissor e receptor)
O estatuto social, cultural, profissionaldos interlocutores e a relação que existe entre eles
condicionam necessariamente a comunicação. É fácil perceber que a relação comunicativa
entre um chefe e o seu subordinado é diferente da que se estabelece entre dois colegas de
trabalho.
Situação espaço-temporal
As circunstâncias de espaço e tempo integram também o contexto e condicionam a
comunicação. A comunicação pode ser presencial, com os interlocutores no mesmo espaço,
ou de forma distante, o que obriga a utilização de canais e "linguagens" diferenciados.
Apenas a título de exemplo, repare que numa conversa telefônica as pessoas vêem-se
frequentemente obrigadas a fazer referência ao espaço onde se encontram, o que não seria
necessário se estivessem frente a frente. Por outro lado, na comunicação a distância não é
possível recorrer aos gestos e expressões faciais, que devem ser substituídos por recursos
linguísticos. Mesmo em situação presencial e com os mesmos interlocutores, a interação
comunicativa é diferente consoante o espaço concreto em que ela se efetua: imagine dois
interlocutores num café e depois num espaço religioso...
Relativamente ao tempo, a comunicação pode ser direta, se a mensagem é imediatamente
recebida pelo receptor, ou diferida, quando entre a emissão e a recepção existe um intervalo
temporal. A possibilidade (ou não) de reagir imediatamente a um ato de fala condiciona
fortemente a comunicação. O exemplo mais evidente disso é a diferença que existe, e de
que todos temos consciência, entre a linguagem oral e a linguagem escrita. Embora sejam
variantes do mesmo código linguístico, é por demais evidente que existem entre elas
diferenças substanciais. E na comunicação diferida é também necessário suprir a falta de
linguagens auxiliares (gestos, mímica...). É também necessário ao emissor prever de alguma
maneira a reação do receptor, de forma a antecipar uma resposta.
Conhecimento que os interlocutores têm do mundo
O saber que temos sobre o mundo em que vivemos determina igualmente a comunicação.
Uma conversa sobre um determinado assunto será necessariamente diferente se envolver
apenas especialistas ou se nela participarem, direta ou indiretamente, outras pessoas menos
informadas. Por outro lado, os jovens e adultos não falam com uma criança do mesmo modo
que falam entre si.
CONTEXTO VERBAL
Outro elemento importante naquilo que designamos por "contexto comunicativo" é o próprio
contexto verbal, isto é o(s) discurso(s) que a pouco e pouco se vai (vão) construindo num
ato comunicativo, isto porque numerosos elementos linguísticos (os pronomes, por exemplo)
só adquirem verdadeiramente sentido por referência a informações fornecidas
anteriormente.
LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA
A fala, ou discurso, é a língua no momento em que está a ser usada por um indivíduo
- fazendo uso dos sons, palavras e regras gramaticais dessa língua.
A língua falada (língua oral) dispõe, por isso, de um número incontável de recursos
rítmicos e melódicos: entoação, pausas, ritmo, fluência, gestos - porque, claro, o emissor
(pessoa que fala ou transmite uma mensagem numa dada linguagem) está presente
fisicamente. Algumas das características principais são:
Riqueza de recursos rítmicos e melódicos (o que inclui linguagens não-verbais, como a
corporal);
Frases curtas;
Frases inacabadas, porque foram cortadas ou interrompidas;
http://criarmundos.do.sapo.pt/Linguistica/pesquisalinguagem023.html
http://criarmundos.do.sapo.pt/Linguistica/pesquisalinguagem023.html
Frequência da ocorrência de repetições, hesitações e bordões de fala ( p. ex.: "Pois, eu
aaa... eu acho que... pronto, não sei...");
Uso frequente da omissão de palavras e de formas contraídas;
Afastamento das regras gramaticais;
Possibilidade de adequar o discurso de acordo com as reações dos ouvintes.
A língua escrita, por seu lado, tem de recorrer aos sinais de pontuação e de
acentuação para traduzir os recursos rítmicos e melódicos da oralidade - ficando muito
aquém das possibilidades já referidas no parágrafo anterior. Por outro lado, a língua escrita
apresenta as seguintes características principais:
Sinais de pontuação e acentuação para transmitir a expressividade oral;
Frases longas, apesar de também poder usar frases curtas;
Uso de vocabulário mais amplo e cuidado;
Uso de descrições ricas;
Observa as regras gramaticais com maior rigor.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
A língua não é usada de modo homogêneo por todos os
seus falantes. O uso de uma língua varia de época para
época, de região para região, de classe social para classe
social, e assim por diante. Nem individualmente podemos
afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação,
uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de
uma só forma da língua.
Ao trabalhar com o conceito de variação linguística, estamos pretendendo
demonstrar:
Que a língua portuguesa, como todas as línguas do mundo, não se apresenta de maneira
uniforme em todo o território brasileiro;
Que a variação linguística manifesta-se em todos os níveis de funcionamento da
linguagem;
Que a variação da língua se dá em função do emissor e em função do receptor ;
Que diversos fatores, como região, faixa etária, classe social e profissão, são
responsáveis pela variação da língua;
Que não há hierarquia entre os usos variados da língua, assim como não há uso
linguisticamente melhor que outro. Em uma mesma comunidade lingüística, portanto,
coexistem usos diferentes, não existindo um padrão de linguagem que possa ser
considerado superior. O que determina a escolha de tal ou tal variedade é a situação
concreta de comunicação.
Que a possibilidade de variação da língua expressa a variedade cultural existente em
qualquer grupo. Basta observar, por exemplo, no Brasil, que, dependendo do tipo de
colonização a que uma determinada região foi exposta, os reflexos dessa colonização aí
estarão presentes de maneira indiscutível.
http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacaoregistro.html
http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacaoregistro.html
http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacaoregional.html
http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacaoetario.html
http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacaosocialprofissional.html
FUNÇÕES DA LINGUAGEM E INTENÇÃO COMUNICATIVA
Os atos comunicativos têm sempre uma determinada
intencionalidade, que pode ser mais ou menos
consciente. São essas diferentes intenções que temos
em mente, quando falamos em funções da
linguagem.
FUNÇÃO INFORMATIVA (OU REFERENCIAL)
O objetivo primeiro do ato de fala (a intenção do emissor) é transmitir informação
sobre algum aspecto da realidade, exterior ou interior. É, de certo modo, a função primária
da linguagem, aquela em que pensamos imediatamente, quando falamos em comunicação.
O ato comunicativo centra-se predominantemente sobre o contexto. Utiliza frases de tipo
declarativo.
FUNÇÃO EXPRESSIVA (OU EMOTIVA)
O ato de fala é utilizado para exprimir o estado de espírito, as emoções, as opiniões
do emissor. Ao contrário do que acontece na função informativa (marcadamente objetiva),
encontramos aqui uma clara subjetividade. A comunicação centra-se no emissor. Recorre a
frases de tipo exclamativo.
FUNÇÃO APELATIVA
A linguagem é utilizada para agir sobre o receptor, para tentar modificar a sua
atitude ou comportamento. Assume geralmente a forma de ordens, pedidos ou conselhos.
Centra-se no receptor e implica o recurso a formas verbais do imperativo (ou conjuntivo com
valor imperativo), ao vocativo e a frases de tipo imperativo.
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
A linguagem é utilizada para precisar algum aspecto do código utilizado, geralmente
uma língua natural. Exemplo clássico de discursos onde predomina a função metalingüística
são as definições dos dicionários e as explicações gramaticais. A comunicação está centrada
no código.
FUNÇÃO FÁTICANeste caso, a linguagem é utilizada para testar o funcionamento do canal e manter o
contato entre o emissor e o receptor. Esta função é mais evidente nas conversas telefônicas
e naturalmente preocupa-se, sobretudo, com o canal.
FUNÇÃO POÉTICA
Por vezes, a linguagem é utilizada fundamentalmente para produzir prazer estético.
Os recursos linguísticos são dispostos de forma a construir um objeto artístico, capaz de,
pela sua configuração, gerar, quer no emissor, quer no receptor, uma sensação de prazer
semelhante ao que se obtém com a música ou a pintura. É mais evidente na poesia, mas
está também presente na prosa literária e até no discurso oral.
Proposta de atividades
Texto para a questão 1
S.O.S Português
Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito diferente da escrita? Pode-se refletir
sobre esse aspecto da língua com base em duas perspectivas. Na primeira delas, fala e
escrita são dicotômicas, o que restringe o ensino da língua ao código. Daí vem o
entendimento de que a escrita é mais complexa que a fala, e seu ensino restringe-se ao
conhecimento das regras gramaticais, sem a preocupação com situações de uso. Outra
abordagem permite encarar as diferenças como um produto distinto de duas modalidades da
língua: a oral e a escrita. A questão é que nem sempre nos damos conta disso.
S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano XXV, nº- 231, abr. 2010 (fragmento adaptado).
1 O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portuguesa e foi publicado em uma
revista destinada a professores. Entre as características próprias desse tipo de texto,
identificam-se marcas linguísticas próprias do uso.
A) Regional, pela presença do léxico de determinada região do Brasil.
B) Literário, pela conformidade com as normas da gramática.
C) Técnico, por meio de expressões próprias de textos científicos.
D) Coloquial, por meio do registro de informalidade.
E) Oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade.
Texto para a questão 2
Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e subsistemas
adequados às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada
à estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta
das características das suas diversas modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua
padrão, por exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, é sempre
a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como ideal linguístico de uma
comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as outras variedades,
com o que se torna uma ponderável força contrária à variação."
Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado
2 A partir da leitura do texto, podemos inferir que uma língua é:
A) Conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e
passa a ser considerada exemplar.
B) Sistema que não admite nenhum tipo de variação linguística, sob pena de
empobrecimento do léxico.
C) A modalidade oral alcança maior prestígio social, pois é o resultado das adaptações
linguísticas produzidas pelos falantes.
D) A língua padrão deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificação
é prejudicial a um sistema linguístico.
Texto para a questão 3
A variação é inerente às línguas, porque as sociedades são divididas em grupos: há os mais
jovens e os mais velhos, os que habitam numa região ou outra, os que têm esta ou aquela
profissão, os que são de uma ou outra classe social e assim por diante. O uso de
determinada variedade linguística serve para marcar a inclusão num desses grupos, dá uma
identidade para os seus membros. Aprendemos a distinguir a variação. Quando alguém
começa a falar, sabemos se é de São Paulo, gaúcho, carioca ou português. Sabemos que
certas expressões pertencem à fala dos mais jovens, que determinadas formas se usam em
situação informal, mas não em ocasiões formais. Saber uma língua é ser “poliglota” em sua
própria língua. Saber português não é só aprender regras que só existem numa língua
artificial usada pela escola. As variações não são fáceis ou bonitas, erradas ou certas,
deselegantes ou elegantes, são simplesmente diferentes. Como as línguas são variáveis, elas
mudam.”(FIORIN, José Luiz. “Os Aldrovandos Cantagalos e o preconceito linguístico”. In O direito à fala. A questão
do preconceito linguístico. Florianópolis. Editora Insular, pp. 27, 28, 2002.)
3 Sobre o texto de José Luiz Fiorin, é incorreto afirmar:
A) As variações linguísticas são próprias da língua e estão alicerçadas nas diversas intenções
comunicacionais.
B) A variedade linguística é um importante elemento de inclusão, além de instrumento de
afirmação da identidade de alguns grupos sociais.
C) O aprendizado da língua portuguesa não deve estar restrito ao ensino das regras.
D) As variedades linguísticas trazem prejuízos à norma-padrão da língua, por isso devem ser
evitadas.
4. Reconheça, nos textos a seguir, as funções da linguagem predominantes.
A) HUMANA MENTE
Vagamente,
Vaga a mente,
Vagarosamente.
Vagarosa a mente.
É quase surda a mente humana.
Absurda a mente humana.
Absurdamente humana.
E mente
Alameda Lopes & Cândido de Deus
B) "O risco maior que as instituições republicanas hoje correm não é o de se romperem, ou
serem rompidas, mas o de não funcionarem e de desmoralizarem de vez, paralisadas pela
sem-vergonhice, pelo hábito covarde de acomodação e da complacência. Diante do povo,
diante do mundo e diante de nós mesmos, o que é preciso agora é fazer funcionar
corajosamente as instituições para lhes devolver a credibilidade desgastada. O que é preciso
(e já não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar ainda mais o conceito que o
Brasil faz de si mesmo) é apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a quem doer." (O
Estado de São Paulo)
http://www.versoinverso.hpg.ig.com.br/parceria.htm
C) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pré-históricos, de sons
a que se dá o nome genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmões
no fenômeno vital da respiração, quando, de uma ou outra maneira, é modificada no seu
trajeto até a parte exterior da boca." (Matoso Câmara Jr.)
D) " - Que coisa, né?
- É. Puxa vida!
- Ora, droga!
- Bolas!
- Que troço!
- Coisa de louco!
- É!"
E) "FAZ um 21"
F) " - Que quer dizer pitosga?
- Pitosga significa míope.
- E o que é míope?
- Míope é o que vê pouco."
G) A ascensorista e o viúvo trataram-se como sempre:
- Tudo bem com você?
- Tudo. E você?
- Tudo bem!
- Ah... Até mais tarde.
- Até mais tarde.
5 Reconheça nos textos a seguir, as funções da linguagem:
A) Ocorre quando o referente é posto em destaque, ou seja, o objetivo do emissor é
simplesmente o de informar o seu receptor. A ênfase é dada ao conteúdo, às informações
veiculadas pela mensagem. Os textos desta linguagem são dotados de objetividade, uma vez
que procuram traduzir ou retratar a realidade. Bons exemplos da função
____________________________________são os textos jornalísticos e científicos.
B) Ocorre quando o receptor é posto em destaque, ou seja, a linguagem se organiza no
sentido de convencer o receptor. Neste tipo de função é comum o emprego de verbos no
imperativo e verbos e pronomes na 2° ou na 3° pessoas. Bons exemplos da função
___________________________________são os textos de publicidade e propaganda.
C) Ocorre quando o código é posto em destaque, ou seja, usa-se o código linguístico para
transmitir aos receptores reflexões sobre o próprio código linguístico. Bons exemplos da
função ______________________________________ são as aulas de línguas, gramáticas e
o dicionário.D) Ocorre quando o emissor é posto em destaque, ou seja, a mensagem está centrada na
expressão dos sentimentos do emissor. É um texto pessoal, subjetivo. É comum o uso de
verbos e pronomes em 1° pessoa e também o uso de pontos de exclamação e interjeições.
Bons exemplos da função _______________________________________ são textos líricos.
E) Ocorre quando o canal é posto em destaque. O interesse do emissor ao emitir a
mensagem é apenas testar o canal, o que tem o mesmo valar de um aceno com a mão, com
a cabeça ou com os olhos. Exemplos típicos da função
______________________________________são: "alô", "pronto", "oi", "tudo bem?" "boa
tarde", "sentem-se", etc.
F) Ocorre quando a própria mensagem é posta em destaque, ou seja, chama-se a atenção
para o modo como foi organizada a mensagem. Bons exemplos da função
____________________________________________ são textos literários, tanto em prosa
quanto em verso.
6 Na tira abaixo, o elemento que não está permitindo a comunicação é:
A) Canal fechado.
B) Falta de referencial.
C) Ausência de emissor.
D) Ausência de receptor.
E) Código desconhecido.
7 Observe a imagem ao lado e assinale a única alternativa que contenha apenas as
afirmativas verdadeiras:
I- Este texto apresenta diversos desvios à língua culta, portanto não transmite sua mensagem.
II- O canal em que essa mensagem foi produzida não atrapalha o entendimento da mesma.
III- A mensagem é religiosa, destinada a receptores cristãos.
Estão corretas apenas:
A) I B) II C) III D) I e III E) II e III
https://4.bp.blogspot.com/--bQZ_gcszSg/W1CYskXbCWI/AAAAAAAAAn0/66ircHVJDZsHxWfNNsJFZI6HX0ER6RS7ACLcBGAs/s1600/pa1.jpg
12
8. De acordo com a imagem abaixo assinale V ou F nos parênteses e depois assinale a
letra correta:
( ) A situação do texto é um pedido de ajuda que não foi compreendido.
( ) O emissor não entende a mensagem do receptor.
( ) O código usado nesta comunicação é a língua portuguesa.
( ) A palavra “hora” causou a confusão no diálogo.
( ) Os sinais feitos com o dedo pelo homem que está atrás do carro não transmitem sentido
nesta imagem.
( ) Os sinais feitos com o dedo pelo homem que está atrás do carro são exemplos de
linguagem não-verbal.
A sequência correta é:
A) V F V V F V B) V F V V F F C) F F V V F V D) V F F V F V
9 (ENEM) - Em uma famosa discussão entre profissionais das ciências biológicas, em 1959, C.
P. Snow lançou uma frase definitiva: “Não sei como era a vida antes do clorofórmio”. De modo
parecido, hoje podemos dizer que não sabemos como era a vida antes do computador. Hoje
não é mais possível visualizar um biólogo em atividade com apenas um microscópio diante de
si; todos trabalham com o auxílio de computadores. Lembramo-nos, obviamente, como era a
vida sem computador pessoal. Mas não sabemos como ela seria se ele não tivesse sido
inventado.
PIZA, D. Como era a vida antes do computador? Ocean Air em Revista n° 1, 2007 (adaptado)
Nesse texto, a função da linguagem predominante é:
A) Emotiva, porque o texto é escrito em primeira pessoa do plural.
B) Referencial, porque o texto trata das ciências biológicas, em que elementos como o
clorofórmio e o computador impulsionaram o fazer científico.
C) Metalinguística, porque há uma analogia entre dois mundos distintos: o das ciências
biológicas e o da tecnologia.
D) Poética, porque o autor do texto tenta convencer seu leitor de que o clorofórmio é tão
importante para as ciências médicas quanto o computador para as exatas.
E) Apelativa, porque, mesmo sem ser uma propaganda, o redator está tentando convencer o
leitor de que é impossível trabalhar sem computador, atualmente.
10 Leia atentamente o texto abaixo:
A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em
unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um
lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro
dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações.
DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
https://3.bp.blogspot.com/-PWip4iRTL7s/W1CYxXFl3nI/AAAAAAAAAn4/i5dX0TtxebA5_rXg-G-75ecFqkSFl6h3gCLcBGAs/s1600/pa2.gif
13
Predomina no texto a função da linguagem
A) Referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais.
B) Conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor.
C) Poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem.
D) Fática porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação.
E) Emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia.
11 Considere os enunciados a seguir e assinale a alternativa correta:
I – Todo processo comunicativo pressupõe a presença dos seguintes elementos: emissor (que
emite a mensagem); receptor (que recebe a mensagem); código(conjunto de sinais
combinados, através dos quais a mensagem é transmitida); mensagem (algo que se quer
transmitir); canal (meio físico através do qual a mensagem é transmitida); referente ou
contexto (assunto referido na mensagem);
II – Sempre que falamos, estamos transmitindo uma mensagem a alguém, não importando se
a pessoa com quem estamos falando, conhece ou não nosso código lingüístico.
III – Podemos comunicar algo por meio de gestos, sinais, imagens, desde que estes elementos
sejam comuns ao nosso interlocutor (pessoa com quem falamos).
A) Somente a alternativa I está correta; B) As alternativas I e II estão incorretas;
C) Somente a alternativa III está correta; D) As alternativas I e III estão corretas;
E) Nenhuma das alternativas é correta.
12 (UFPA – com adaptações) O texto abaixo apresenta, além de outras funções da
linguagem, a função expressiva, por, em certos trechos, orientar-se para a:
“Olhe, eu podia mesmo contar-lhe a minha vida inteira, em que há outras coisas
interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel, e eu só tenho papel: o ânimo
é frouxo, e o tempo assemelha-se à lamparina de madrugada. Não tarda o sol do outro dia,
um sol dos diabos, impenetrável como a vida. Adeus, meu caro senhor, leia-me isso e queira-
me bem: perdoe-me o que lhe parecer mau, e não maltrate muito a arruda, se lhe não cheira
a rosas. Pediu-me um documento humano e ei-lo aqui. Não me peça também o império do
Grão-Mogol, nem a fotografia dos Macabeus, peça, porém, os meus sapatos de defunto e não
os dou a ninguém mais.”
(Machado de Assis. O enfermeiro.)
A) Primeira pessoa do discurso. B) Segunda pessoa do discurso.
C) Terceira pessoa do discurso. D) Mensagem por ele mesma.
E) explicação da linguagem.
13. Observe a tirinha abaixo e assinale a letra que contenha as afirmativas verdadeiras:
https://1.bp.blogspot.com/-goYn8k3CGYU/W1CaMueASGI/AAAAAAAAAoQ/raMx3fLBZkgl96iO-VMuntXDG10SYFuggCLcBGAs/s1600/pa5.jpg
14
I- A comunicação é iniciada pela personagem feminina através do código da língua
portuguesa falada.
II- Pode-se inferir que o personagem masculino, no segundo quadrinho, ignora a interação
iniciada pela companheira, portanto não há comunicação entre eles.
III- A intenção desta tirinha é fazer uma intertextualidade com a atual situação política do
nosso Brasil.
Está (ão) correta (s):
A) I apenas B) II apenas C) III apenas D) I e III E) II e III
14. Ainda sobre o texto acima, a função da linguagem predominante é a:
A) Metalinguística, pois a personagem feminina usa a língua portuguesa para explicar a má
fase do seu relacionamento.
B) Fática, visto que ela tenta estabelecer um diálogo com o parceiro.
C) Expressiva, uma vez que a personagem feminina expõe o que está sentindo pelamá fase
do seu relacionamento.
D) Conativa, pois a personagem feminina tenta convencer o parceiro a discutir a relação.
E) Referencial, porque a personagem feminina avisa ao seu parceiro a real situação da
relação deles.
15. Da imagem abaixo se pode compreender que:
A) O anúncio tem por objetivo conscientizar/persuadir o leitor a aderir a um projeto de
proteger a natureza.
B) O anúncio foi criado para explorar o sentido único da expressão “filho da mãe”.
C) O objetivo principal deste texto é passar uma informação.
D) A expressão “filho da mãe” causa estranheza ao leitor e foi usada no sentido pejorativo.
E) O canal para veicular está mensagem é a revista Época e a função da linguagem
predominante é a referencial.
https://3.bp.blogspot.com/-6HOTESmJyk4/W1CaWyz35bI/AAAAAAAAAoU/89ZEP5QZIusy7ynR77x-ac7fPSqhMnL2gCLcBGAs/s1600/pa6.jpg
15
FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO
Frase é todo o enunciado linguístico que tem sentido
completo e termina com uma pausa pontuada. Não é
necessário haver verbo para a formação de uma frase
quando o que foi enunciado tem sentido completo.
Exemplos:
Silêncio!
E agora, José?
Choveu.
Não sei o que dizer ...
As frases são marcadas por entonação que, na escrita, ocorrem com o recurso dos sinais de
pontuação. Sem a pontuação, as palavras são apenas vocábulos.
Oração
A oração é o enunciado que se organiza em torno de um verbo ou de uma locução verbal.
As orações podem ou não ter sentido completo.
Exemplos:
Acabamos, finalmente!
Levaram tudo.
É provável.
Estamos indo ...
Período
Período é frase organizada em uma ou mais orações. O período pode ser simples ou
composto.
Período Simples
O período simples é formado por somente uma oração agrupada em torno de um único
verbo ou de uma única locução verbal. Quando isso ocorre, o período é denominado oração
absoluta.
Exemplos:
Estamos felizes com os resultados.
Faltam apenas alguns dias.
Talvez eu vá.
Período Composto
O período composto é formado por mais de uma oração. Nesse caso, a quantidade de
orações é sujeita ao número de verbos ou de locuções verbais.
Exemplos:
https://www.todamateria.com.br/locucao-verbal/
16
Faça como eu pedi.
Não sei se tenho coragem.
Começou a gritar enquanto ele ia passando.
1. Analise as frases seguintes e identifique as que também são orações:
A) Parabéns por tudo. ( )
B) Que comportamento agressivo! ( )
C) Será que ele vem hoje? ( )
D) Eu quero!( )
E) Agora, por favor! ( )
F) Nem pense nisso. ( )
2. Indique por quantas orações são formados os seguintes períodos e diga se são simples ou
compostos.
A) Eu li e reli, mas mesmo assim não entendi. ( ) ( )
B) Na semana passada fomos ver o filme do Batman. ( ) ( )
C) A professora pediu atenção e os alunos ouviram em silêncio. ( ) ( )
D) A minha vizinha me emprestou esse livro. ( ) ( )
E) Desejo que você concretize todos os seus desejos e seja feliz para sempre. ( ) ( )
4. Classifique os períodos colocando PS para período simples e PC para o período composto:
A) Dei bobeira e comprei a passagem direto para o Rio. ( )
B) Antes os índios eram os donos da terra. ( )
C) Chegou ao bar, dançou, cantou, bebeu e foi embora. ( )
D) Eu sou o cara, mais dorminhoco do mundo. ( )
E) Você está triste. ( )
F) Eu quero que você me acorde quando o ônibus chegar( )
G) Atenção, vou contar uma piada. ( )
H) Inventei aquela desculpa porque não achei outra melhor. ( )
I) O estudo nos traz benefícios. ( )
J) O amor constrói e o ódio destrói. ( )
5) Indique nos parênteses o número de orações dos períodos abaixo:
A) ( ) O passageiro deu um pulo da cadeira e voou no pescoço do cobrador e aí começou a
briga.
B) ( ) Segura daqui, pega dali, solta acolá, armou-se um circo espetacular.
C) ( ) O passageiro nem se mexe.
D) ( ) Fico muito nervoso quando me acordam.
E) ( ) Pelo jeito vai ser um belo dia.
F) ( ) Dia seguinte, seis e pouco da manhã, o ônibus para na rodoviária de Goiânia.
G) ( ) Quando sou acordado, fico uma fera.
H) ( ) O ônibus vai para Belo Horizonte.
I) ( ) O passageiro ficou muito nervoso com o trânsito.
J) ( ) O passageiro acorda sonolento, limpa os olhos, coça o peito e olha para o lado de
fora.
K) ( ) Cheguei, vi e venci.
L) ( ) Não gosto de mentiras.
M) ( ) Use o guardanapo ou ficará manchada a camisa.
N) ( ) Não se preocupe; eu consigo chegar a tempo.
O) ( ) Isaias tem se esforçado muito, portanto, conseguirá a promoção.
P) ( ) Não gosto de jiló.
17
Q) ( ) Recife é considerada a Veneza brasileira.
R) ( ) A costureira é caprichosa, logo fará um belo vestido.
S) ( ) Não tenha medo!
6. Leia a tirinha:
I II III
https://www.facebook.com/tirasarmandinho?fref=ts
Analisando cada fala, pode-se dizer que apresenta(m) mais orações na fala o(s) quadrinho(s):
A) I B) II C) III D) I e II E) I e III
7.Sobre a organização de parágrafo em um texto, é INCORRETO:
A) Cada parágrafo deve apresentar uma ideia central, sendo que a ideia principal do texto é
colocada no parágrafo introdutório.
B) Os parágrafos devem ter obrigatoriamente até cinco linhas.
C) Os parágrafos podem possuir uma introdução, desenvolvimento e conclusão. Se
possuírem, são chamados de parágrafo-padrão.
D) A mudança de parágrafo deve ocorrer quando não há mais desenvolvimento da ideia-
núcleo, ou seja, quando houver um novo aspecto do texto a ser desenvolvido.
8 Leia esta anedota:
— O senhor admite que levou o carro e nega que o tenha roubado. Pode me explicar isto?
— Eu não roubei, senhor juiz. O carro estava parado na porta do cemitério, e eu,
naturalmente, pensei que o dono tivesse morrido...
(Donaldo Buchweitz, org. Piadas para você morrer de rir. Belo Horizonte: Leitura, 2001.
p.101.)
1 – Na anedota, há dois períodos simples. Identifique-os
__________________________________________________________________________
https://www.facebook.com/tirasarmandinho?fref=ts
http://3.bp.blogspot.com/-smoWLQL2zB4/VTL1HNCKB7I/AAAAAAAACjU/a5v3NAD0laU/s1600/AAAA.jpg
http://diogoprofessor.blogspot.com.br/search/label/Per%C3%ADodo%20Simples%20e%20Composto
18
2 - Observe o primeiro e o último períodos do texto.
a) O primeiro período é simples ou composto? Por quê?
__________________________________________________________________________
b) Quantas orações compõem o último período do texto? Quais são elas?
__________________________________________________________________________
9 – Leia este poema, de Manuel Bandeira:
Céu
A criança olha
Para o céu azul.
Levanta a mãozinha,
Quer tocar o céu.
Não sente a criança
Que o céu é ilusão:
Crê que o não alcança
Quando o tem na mão.
(Estrela da vida inteira. 2. ed. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1970. p. 195.)
4 – Observe os períodos e as orações que compõem a 1ª estrofe.
A) Qual é o número de períodos?_____________________________________________
B) Os períodos são simples ou compostos?________________________________________
C) Quantas orações há no 2° período dessa estrofe?_________________________________
TIPOLOGIAS TEXTUAIS
I - NARRAÇÃO
A narração se caracteriza, essencialmente, pelo dinâmico,
pela ação. Sempre é realizada sobre fatos de caráter
dinâmico, onde o verbo predomina.
É o relato das circunstâncias de um fato. Todo relato de
fatos envolve: - -
- um narrador na 1° ou 3° pessoa;
- apresentação dos fatos em ordem cronológica ou de
importância das circunstâncias que o envolveram.
A caracterização é a fala dos personagens.
O narrador é aquele através do qual a história nos chega; por isso,
acaba por impor condições para o desenvolvimentodos demais
elementos narrativos. Sabemos que, por exemplo, um narrador-
personagem (aquele que narra em primeira pessoa e está, de alguma
maneira, envolvido na história que conta) não tem, a princípio, acesso
ao mundo interior das outras personagens, não possui um
conhecimento pleno sobre a totalidade dos seres que participam de sua
história. Se por acaso, um narrador personagem passar mais informações que as possíveis
para o seu "foco", o leitor pode, imediatamente, desconfiar da veracidade do narrado,
questionar o narrador (a não ser que o personagem tenha sido construído como um
mentiroso salafrário...) e, mais ainda, apontar um problema de incoerência textual.
Todo assunto deve ter começo (prólogo), meio (trama) e fim (epílogo).
Quando o narrador está em 1° pessoa ele narra sua própria estória, tornando-se o centro
das atenções.
Ex:"Eu quisera ser poeta, Ou compositor de hino, E num linguajar cristalino, Só fazer versos
perfeitos, Porém, eu tenho esse defeito.
Quando o narrador está em 3° pessoa, ele relata a estória de outra pessoa ou coisa, estando
completamente fora da estória, servindo apenas como interlocutor.
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Ex: "Os romeiros sobem a ladeira, cheia de espinhos, cheias de pedras, sobem a ladeira que
levam a Deus, e vão cantando louvores pelo caminho.".
A ordem dos fatos em toda a estória se desenrola em duas coordenadas: tempo e espaço.
- tempo: pode ser cronológico, quando os fatos são narrados na mesma ordem em que eles
se dão no mundo real e há uma narrativa linear (com/meio/fim); ou psicológico, quando nós
nos envolvemos em um tempo que flui dentro de nós independentemente do relógio. Para a
personagem, um minuto pode parecer uma eternidade ou uma vida eterna pode ser sentida
num instante. Uma outra característica que merece ser destacada é a que diz respeito ao
próprio ritmo da narrativa. Sabemos que os acontecimentos podem ser narrados conforme
uma estruturação de temporalidade sequencial (os fatos seguem-se uns aos outros, na
medida em que aconteceram, ou acontecem) ou rompendo-se essa estruturação através de
flashbacks (retrospectivas) e de flashforwards (antecipações).
- espaço pode ser:
físico; lugar material (externo), onde se passam os fatos: rua, casa, cidade, etc;
social; aglomerado de pessoas com objetivos comuns, ou seja, onde os indivíduos se
congregam para fins sociais: cinema, sala de aula, baile.
II - DESCRIÇÃO
O ato de descrever requer alguns fatores básicos, como: percepção, análise, classificação.
Descrever é traduzir em palavras, minuciosamente, um determinado objeto. A natureza da
descrição é estática. Não se faz à base da ação, mas sim à base do estado do objeto. Todo o
trabalho descritivo deve ser precedido de um levantamento de dados por parte do
observador do objeto. Pode ser definida também como a definição de um objeto ou pessoa,
através da exploração dos aspectos que caracterizam esse objeto ou pessoa.
Ex: " ... um cara gordo, bem gordo, com a barriga saindo fora da cinta, paletozão largo,
chapéu, e um revólver pequeno no coldre ... ".
Jerônimo era alto, espadaúdo, construção de touro, pescoço de Hércules, punho de quebrar
um coco com um murro: era a força tranquila, o pulso de chumbo. O outro, franzino, um
palmo mais baixo que o português, pernas e braços secos, agilidade de maracajá: era a
força nervosa; era o arrebatamento que tudo desbarata no sobressalto do primeiro instante.
Um sólido e resistente; o outro, ligeiro e destemido; mas ambos corajosos.
Nesse texto, extraído do romance “O cortiço”, Aluísio Azevedo selecionou determinados
detalhes das personagens suficientes para caracterizar e sugerir ao leitor a força bruta de
Jerônimo e a agilidade de Firmo. As demais características físicas que compõem essas
personagens (olhos, rosto, cabelo, peito, pernas, etc.) são articuladas pela imaginação do
leitor. Podemos dizer que o autor, diante da realidade física ou psicológica que está sendo
descrita, coloca apenas as peças fundamentais de um quebra-cabeça, deixando as demais
peças para serem preenchidas pela imaginação do leitor.
III - DISSERTAÇÃO
Consiste em tratar com desenvolvimento um ponto
doutrinário. Para dissertar sobre algum assunto, é
necessário planejamento e elaboração.
Na dissertação propriamente dita, não se verifica, como na
narração, progressão temporal entre as frases e, na maioria
20
das vezes, o objeto da dissertação é abstraído do tempo e do espaço. É comum, em provas
de concursos ou nos exames vestibulares, a dissertação exigida versa sobre tema genérico a
respeito do qual uma pessoa mais ou menos informada possa escrever, desde que seja
possuidora de alguns conhecimentos básicos. Dentre eles, destacam-se dois fundamentais:
conhecimento sobre o tema e habilidade de expressão escrita.
- conhecimento sobre o tema:
Ao ler o tema exigido, a primeira coisa a fazer é elaborar um plano que dará segurança ao
redator e firmeza sobre o que vai dissertar. É preferível escolher poucas ideias e bem
argumentá-las a simplesmente constatar uma série de ideias sem argumentações coerentes.
Seja qual for o tema, o espírito crítico do redator, quando evidenciado, deve revelar
expressividade e inteligência.
- habilidade de escrita:
O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar: uma frase contendo a ideia
principal (frase nuclear) e uma ou mais frases que explicitem tal ideia.
Exemplo: "A televisão mostra uma realidade idealizada (ideia central) porque oculta os
problemas sociais realmente graves. (ideia secundária)
Tipos de dissertação
3.1 Dissertação-Exposição
Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações
sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo
apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex:
aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc.
3.1 Dissertação-Argumentação
Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor.
O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo.
Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É
tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto,
crítica, editorial de jornais e revistas.
A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:
1- introdução - deve conter a ideia principal a ser desenvolvida (geralmente um ou dois
parágrafo) É a abertura do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a
atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento.
Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser
defendida.
2- desenvolvimento - exposição de elementos que vão fundamentar a ideia principal que
pode vir especificada através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da causa e
da consequência, das definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica, da
interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos
forem necessários para a completa exposição da ideia. E esses parágrafos podem ser
estruturados das cinco maneiras expostas anteriormente.
3- conclusão - é a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer de forma muito
mais convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da
dissertação. (um parágrafo).
21
Observe o texto abaixo:
Vida ou Morte
INTRODUÇÃO
A grande produção de armas nucleares, com seu incrível potencial destrutivo, criou uma
situação ímpar na história da humanidade: pela primeira vez, os homens têm nas mãos o
poder de extinguir totalmente a sua própria raça da face do planeta.
DESENVOLVIMENTO
A capacidade de destruição das novas armas é tão grande que, se fossem usadasnum
conflito mundial, as consequências de apenas algumas explosões seriam tão extensas que
haveria forte possibilidade de se chegar ao aniquilamento total da espécie humana. Não
haveria como sobreviver a um conflito dessa natureza, pois todas as regiões seriam
rapidamente atingidas pelos efeitos mortíferos das explosões.
CONCLUSÃO
Só resta, pois, ao homem uma saída: mudar essa situação desistindo da corrida
armamentista e desviando para fins pacíficos os imensos recursos econômicosenvolvidos
nessa empreitada suicida. Ou os homens aprendem a conviver em paz, em escala mundial,
ou simplesmente não haverá mais convivência de espécie alguma, daqui a algum tempo.
(Texto adaptado do artigo "Paz e corrida armamentista" in Douglas Tufano)
Na introdução, o autor apresenta o tema (desenvolvimento científico levou o homem a
produzir bombas que possibilitam a destruição total da humanidade), no desenvolvimento,
ele expõe os argumentos que apoiam a sua afirmação inicial e na conclusão, conclui o seu
pensamento inicial, com base nos argumentos. Na dissertação, podem-se construir frases de
sentido geral ou de sentido específico, particular. Às vezes, uma afirmação de sentido geral
pode não ser inaceitável, mas se for particularizada torna-se aceitável. Exemplo: É proibido
entrar nesta sala. (sentido geral) É proibido entrar nesta sala sem autorização. (sentido
específico)
Sugestão de produção de texto com base em esquemas
Esquema básico da dissertação
1º parágrafo: TEMA + argumento 1 + argumento 2 + argumento 3
2° parágrafo:desenvolvimento do argumento 1
3° parágrafo: desenvolvimento do argumento 2
4° parágrafo: desenvolvimento do argumento 3
5° parágrafo: expressão inicial + reafirmação do tema + observação final.
Exemplo:
Tema: Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves
problemas que preocupam a todos.
Por quê?
*arg. 1: Existem populações imersas em completa miséria.
*arg. 2: A paz é interrompida frequentemente por conflitos internacionais.
*arg. 3: O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.
Texto definitivo
“Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver os graves
problemas que preocupam a todos, pois existem populações imersas em completa
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miséria, a paz é interrompida frequentemente por conflitos internacionais e, além do
mais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.
Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis – estas, mal distribuídas, quer
entre Estados, quer entre indivíduos – encontramos legiões de famintos em pontos
específicos da Terra. Nos países do Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África,
vemos com tristeza, a falência da solidariedade humana e da colaboração entre as nações.
Além disso, nestas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos conflitos
internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras
do Vietnã e da Coréia, as quais provocaram grande extermínio. Em nossos dias,
testemunhamos conflitos na antiga Iugoslávia, em alguns membros da Comunidade dos
Estados Independentes, sem falar da Guerra do Golfo, que tanta apreensão nos causou.
Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela ambição
desmedida de alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos
rios. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões,
acabe por se transformar em local inabitável.
Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar que o homem está muito
longe de solucionar os graves problemas que afligem diretamente uma grande parcela da
humanidade e indiretamente a qualquer pessoa consciente e solidária. É desejo de todos nós
que algo seja feito no sentido de conter essas forças ameaçadoras, para podermos suportar
as adversidades e construir um mundo que, por ser justo e pacífico, será mais facilmente
habitado pelas gerações vindouras.
Se vocês seguirem a orientação dada pelo esquema, desde o 1º parágrafo, verão que não
há como se perder na redação, nem fazer a introdução maior que o desenvolvimento, já que
a introdução apresenta, de forma embrionária, o que será desenvolvido no corpo do texto. E
lembre-se de que a conclusão sempre retoma a ideia apresentada na introdução,
reafirmando-a, apresentando propostas, soluções para o caso apresentado. Com essa noção
clara, de estrutura de texto, também é possível melhorar o seu desempenho nas provas de
compreensão e interpretação de textos.
Proposta der atividades
1 A partir da letra da música “Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling
Stones” indique os elementos da narrativa :
Personagens:
Tempo:
Espaço:
Foco narrativo:
Enredo:
Música: Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stone
Era um garoto que como eu
Amava os Beatles e os Rolling Stones
Girava o mundo sempre a cantar
As coisas lindas da América
Não era belo, mas mesmo assim
Havia mil garotas afim
Cantava Help and ticket to ride
Oh! Lady Jane e Yesterday
Cantava viva à liberdade
Mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra, o separou
Fora chamado na América
Stop! Com Rolling Stones
Stop! Com Beatles Songs
Mandado foi ao Vietnã
Lutar com vietcongs
Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá ta
Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá ta
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Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá ta
Ratá-tá tá tá
Ra-tá-tátá-tá, ra-tá-tátá-tá
Era um garoto que como eu
Amava os Beatles e os Rolling Stones
Girava o mundo, mas acabou
Fazendo a guerra no Vietnã
Cabelos longos não usa mais
Não toca a sua guitarra e sim
Um instrumento que sempre dá
A mesma nota, ra-tá-tá-tá
Não tem amigos, não vê garotas
Só gente morta caindo ao chão
Ao seu país não voltará
Pois está morto no Vietnã
Stop! Com rolling stones
Stop! Com Beatles songs
No peito, um coração não há
Mas duas medalhas sim
Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá ta
Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá ta
Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá ta
Ratá-tá tá tá
Ra-tá-tátá-tá, ra-tá-tátá-tá
1) Qual a tipologia textual do trecho apresentado abaixo?
Dona Julieta chamou os filhos mais novos para uma conversa séria. Era uma manhã de
domingo, o dia estava claro e ensolarado. Pediu a eles que compreendessem a situação do
pai, que não tinha no momento condição de colocá-los em uma escola melhor.
A) Dissertação subjetiva
B) Descrição
C) Narração com alguns traços descritivos
D) Dissertação objetiva com alguns traços descritivos
E) Narração com alguns traços dissertativos
2) Assinale o trecho com características dissertativas.
A) Era um homem alto, escuro, vestindo paletó cinza-claro.
B) Encontrei os dois amigos numa pracinha perto daqui.
C) Os ajudantes levaram a mesa para o palco.
D) Nossa rua sempre foi escura, com muitas árvores nas duas calçadas.
E) É importante manter o equilíbrio, pois só assim conseguimos resolver os problemas.
3) Marque o texto com características narrativas.
A) O ideal é que todos colaborem. Caso contrário, o Brasil continuará sem rumo.
B) Rodrigo e Juliana estavam na sala, quando ocorreu a explosão.
C) Ela tem olhos azuis e cabelos louros. Não parece brasileira.
D) Minha casa tem dois andares. Os quartos ficam na parte de cima.
E) A inteligência humana deve ser usada para o bem.
4) Assinale a afirmativa errada.
A) Na dissertação, o centro é a ideia.
B) No discurso direto é empregado um verbo de elocução.
C) Há três tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre
D) O texto descritivo está centrado no objeto.
E) O personagem-narrador leva o verbo normalmente à terceira pessoa.
5) Marque a afirmação correta em relação ao texto abaixo:
“Senti tocar-me no ombro; era Lobo Neves. Encaramo-nos alguns instantes, mudos,
inconsoláveis. Indaguei de Virgília, depois ficamos a conversar uma meia hora. No fim desse
tempo, vieram trazer-lhe uma carta; ele leu-a, empalideceu muito efechou-a com a mão
trêmula.” (Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas)
24
A) É texto dissertativo com alguns elementos descritivos.
B) Não se trata de texto narrativo, pois não há personagens.
C) É um texto descritivo, com alguns elementos narrativos.
D) O texto não apresenta personagem-narrador.
E) Trata-se de uma narração, sem nenhum traço dissertativo.
6. Em uma conversa ou leitura de um texto, corre-se o risco de atribuir um significado
inadequado a um termo ou expressão, e isso pode levar a certos resultados inesperados,
como se vê nos quadrinhos a seguir.
Maurício de Souza. Chico Bento. Rio de Janeiro: Ed. Globo, nº 335, nov.de 1999.
Nessa historinha, o efeito humorístico origina-se de uma situação criada pela fala da Rosinha
no primeiro quadrinho, que é:
a. Faz uma pose bonita!
b. Quer tirar um retrato?
c. Sua barriga está aparecendo!
d. Olha o passarinho!
e. Cuidado com o flash.
O texto em quadrinhos é:
A) Uma descrição.
B) uma dissertação com passagens descritivas.
C) uma narração.
D) um texto argumentativo.
E) uma narração com descrição.
7 Sobre os tipos textuais, é correto afirmar, exceto:
A) Os tipos textuais são caracterizados por propriedades linguísticas, como vocabulário,
relações lógicas, tempos verbais, construções frasais, etc.
B) Os tipos textuais são: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição.
C) Geralmente variam entre cinco e nove tipos.
D) Possuem um conjunto ilimitado de características, que são determinadas de acordo com o
estilo do autor, conteúdo, composição e função.
E) Os tipos de textos apresentam características intrínsecas e invariáveis, ou seja, não
sofrem a influência do contexto de nossas atividades comunicativas. De maneira
predeterminada, apresentam vocabulário, relações lógicas, tempos verbais e construções
frasais que acolhem os diversos gêneros.
]
http://lh5.ggpht.com/-LWHtXASikjA/UgTsF_EphwI/AAAAAAABLKw/5P3ErZStR2g/s1600-h/exercicios%5b5%5d.jpg
25
8 Sobre o texto dissertativo, é correto afirmar que:
A) Trata-se de um tipo de texto que descreve com palavras o que se viu e se observou. Tipo
textual desprovido de ação, em que o ser, o objeto ou o ambiente são mais importantes.
Valorização do substantivo e do adjetivo, que ocupam lugar de destaque na frase.
B) Tem como principal objetivo contar uma história, seja ela real ou fictícia e até mesmo
mesclando dados reais e imaginários. Apresenta uma evolução de acontecimentos, ainda que
sem linearidade ou relação com o tempo real.
C) Tipo de redação escrita em prosa sobre determinado tema, sobre o qual deverão ser
apresentados argumentos, provas e exemplos a fim de que se chegue a uma conclusão para
os fatos abordados.
D) Tipo de texto que indica para o leitor os procedimentos a serem realizados. Nesse tipo de
texto, as frases, geralmente, estão no modo imperativo.
Gêneros Textuais
Os gêneros textuais são classificados conforme as características comuns que os textos
apresentam em relação à linguagem e ao conteúdo. Existem muitos gêneros textuais, os
quais promovem uma interação entre os interlocutores (emissor e receptor) de determinado
discurso. São exemplos resenha crítica jornalística, publicidade, receita de bolo, menu do
restaurante, bilhete ou lista de supermercado. É importante considerar seu contexto, função
e finalidade, pois o gênero textual pode conter mais de um tipo textual. Isso, por exemplo,
quer dizer que uma receita de bolo apresenta a lista de ingredientes necessários (texto
descritivo) e o modo de preparo (texto injuntivo).
Tipos de Gêneros Textuais
Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura. Note que existem inúmeros gêneros textuais
dentro das categorias tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais são
estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos: narrativo, descritivo,
dissertativo-argumentativo, expositivo e injuntivo.
Texto Narrativo
Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço. A estrutura
da narração é dividida em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho. Alguns
exemplos de gêneros textuais narrativos: Romance, Novela, Crônica, Contos de Fada, Fábula
Texto Descritivo
Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar,
acontecimento. Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou
apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do locutor (emissor). São exemplos
de gêneros textuais descritivos: Diário, Relatos (viagens, históricos, etc., Biografia e
autobiografia, Notícia, Currículo, Lista de compras, Cardápio, Anúncios de classificados
Texto Dissertativo-Argumentativo
Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assunto por meio de
argumentações. São marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que
tentam persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese
(apresentação), antítese (desenvolvimento), nova tese (conclusão). Exemplos de gêneros
textuais dissertativos: Editorial Jornalístico, Carta de opinião, Resenha, Artigo, Ensaio,
Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado
https://www.todamateria.com.br/texto-narrativo/
https://www.todamateria.com.br/narracao/
https://www.todamateria.com.br/o-que-e-romance/
https://www.todamateria.com.br/cronica/
https://www.todamateria.com.br/fabula/
https://www.todamateria.com.br/texto-descritivo/
https://www.todamateria.com.br/genero-textual-diario/
https://www.todamateria.com.br/genero-textual-noticia/
https://www.todamateria.com.br/texto-dissertativo-argumentativo/
https://www.todamateria.com.br/texto-editorial/
https://www.todamateria.com.br/resenha-critica/
https://www.todamateria.com.br/o-ensaio-como-genero-textual/
https://www.todamateria.com.br/como-fazer-uma-monografia/
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Texto Expositivo
Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, por meio de recursos
como: definição, conceituação, informação, descrição e comparação. Alguns exemplos de
gêneros textuais expositivos: Seminários, Palestras, Conferências, Entrevistas, Trabalhos
acadêmicos, Enciclopédia, Verbetes de dicionários
Texto Injuntivo
O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica uma ordem,
de modo que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Por
isso, apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo. Alguns exemplos de gêneros
textuais injuntivos: Propaganda, Receita culinária, Bula de remédio, Manual de instruções,
Regulamento, Textos prescritivos.
Proposta de atividade
QUESTÃO 1
A diva
Vamos ao teatro, Maria José?
Quem me dera,
desmanchei em rosca quinze kilos de farinha,
tou podre. Outro dia a gente vamos.
Falou meio triste, culpada,
e um pouco alegre por recusar com orgulho.
TEATRO! Disse no espelho.
TEATRO! Mais alto, desgrenhada.
TEATRO! E os cacos voaram
sem nenhum aplauso.
Perfeita.
PRADO, A. Oráculos de maio. São Paulo: Siciliano, 1999.
Os diferentes gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas pelo
leitor com base em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em
que ele é produzido. Assim, o texto A diva
A) Narra um fato real vivido por Maria José.
B) Surpreende o leitor pelo seu efeito poético.
C) Relata uma experiência teatral profissional.
D) Descreve uma ação típica de uma mulher sonhadora.
E) Defende um ponto de vista relativo ao exercício teatral.
2. Sobre as características dos gêneros textuais, é INCORRETO afirmar que:
A) Os gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com
base em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em que ele é
produzido.
B) Os gêneros textuais são estruturas relativamente padronizadas que variam de acordo com
as várias situações comunicativas.
C) Os gêneros textuais são estruturasbem definidas, limitadas, e podem apresentar-se sob a
forma de cinco diferentes tipos de texto.
D) Os gêneros textuais podem ser representados na linguagem verbal e não verbal, em
anúncios publicitários, charges, tirinhas e também em reportagens, notícias, e-mails, etc.
https://www.todamateria.com.br/texto-expositivo/
https://www.todamateria.com.br/genero-textual-entrevista/
https://www.todamateria.com.br/texto-injuntivo/
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E) Os gêneros textuais, por adequarem-se às necessidades linguísticas dos falantes de
acordo com as mudanças históricas e sociais, são incontáveis, diferentemente do que
acontece com os tipos textuais.
3 Assinale a sequência correta:
I. São definidos por propriedades linguísticas como vocabulário, relações lógicas, tempos
verbais, construções frasais etc.
II. Realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sociocomunicativas, ou seja,
dentro de um contexto cultural e com função comunicativa.
III. Abrangem um conjunto praticamente ilimitado de características determinadas pelo estilo
do autor, conteúdo, composição e função.
IV. Geralmente variam entre cinco e nove tipos: narração, argumentação, descrição,
injunção e exposição.
A) Tipo textual, gênero textual, gênero textual, tipo textual.
B) Tipo textual, tipo textual, gênero textual, gênero textual.
C) Tipo textual, gênero textual, gênero textual, gênero textual.
D) Gênero textual, tipo textual, tipo textual, tipo textual.
COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS
São dois conceitos importantes para uma melhor
compreensão do texto. São dois fenômenos com
níveis distintos de organização, mas estão
intimamente ligados por serem responsáveis pela
transmissão do significado do discurso, sendo que
a primeira está relacionada com a organização
textual e a segunda com o ato ilocucional.
Coerência: é resultante da não- contradição entre
os diversos segmentos textuais que devem estar
encadeadas logicamente. Cada segmento textual é
pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressuposto para o que lhe
estender, formando assim uma cadeia em que todos eles estejam concatenados
harmonicamente. Quando há quebra nessa concatenação, ou quando um segmento atual
está em contradição com um anterior, perde-se a coerência textual. A coerência é também
resultante da adequação do que se diz ao contexto extra-verbal, ou seja, àquilo a que o
texto faz referência, que precisa ser conhecido pelo receptor.
Coesão: refere-se ao modo como os elementos linguísticos existentes na superfície do texto
se encontram interligados, por meio de recursos também linguísticos, formando sequência
veiculadoras de sentido. É a propriedade que os elementos têm de um fazer referência ao
outro. Do sentido de um depender da relação do outro.
Alguns recursos de coesão textual
1. Epítetos
Epíteto é a palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa.
Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais
famoso do cinema brasileiro tenha morrido tão cedo.
28
2 Nominalizações
Ocorre nominalização quando se emprega um substantivo que remete a um verbo enunciado
anteriormente.
Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho não era
válido por serem parentes do assassino.
Pode também ocorrer o contrário: um verbo retomar um substantivo já enunciado.
Ele não suportou a desfeita diante de seu próprio filho. Desfeitear um homem de bem não
era coisa para se deixar passar em branco.
3.Palavras ou expressões sinônimas ou quase sinônimas
Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que serviram
até de porta de galinheiro.
4 Repetição de uma palavra
Podemos repetir uma palavra (com ou sem determinante) quando não for possível substituí-
la por outra.
A propaganda, seja ela comercial ou ideológica, está sempre ligada aos objetivos e aos
interesses da classe dominante. Essa ligação, no entanto, é ocultada por uma inversão: a
propaganda sempre mostra que quem sai ganhando com o consumo de tal ou qual produto
ou ideia não é dono da empresa, nem os representantes do sistema, mas, sim, o
consumidor. Assim, a propaganda é mais um veículo da ideologia dominante.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:Introdução à filosofia. São Paulo,
Moderna, 1993. p. 50.
5. Um termo-síntese
O País é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um sem-número de papéis.
Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o
importador.
A palavra limitações sintetiza o que foi dito antes.
6. Pronomes
Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso.
O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito com a
educação integral.
Aquele político deve ter um discurso muito convincente. Ele já foi eleito seis vezes.
Há uma grande diferença entre Paulo e Maurício. Este guarda rancor de todos,
enquanto aquele tende a perdoar.
7. Numerais
Não se pode dizer que toda a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos
parece estar dominando o assunto.
Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua chegada; o segundo dizia
justamente o contrário.
8. Advérbios pronominais (aqui, ali, lá, aí)
Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a obra-prima de Leonardo da Vinci: a
“Monalisa”.
9. Elipse
O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele) Abriu a sessão às oito em ponto e (ele) fez então
seu discurso emocionado.
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10. Repetição do nome próprio (ou parte dele)
Manuel da Silva Peixoto foi um dos ganhadores do maior prêmio da loto. Peixoto disse
que ia gastar todo o dinheiro na compra de uma fazenda e em viagens ao exterior.
Lygia Fagundes Telles é uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lygia é
autora “Antes do baile verde”, um dos melhores livros de contos de nossa literatura.
11. Metonímia
Metonímia é o processo de substituição de uma palavra por outra, fundamentada numa
relação de contiguidade semântica.
O governo tem-se preocupado com os índices de inflação. O Planalto diz que não
aceita qualquer remarcação de preço.
Santos Dumont chamou a atenção de toda Paris. O Sena curvou-se diante de sua
invenção.
12. Associação
Na associação, uma palavra retoma outra porque mantém com ela, em determinado
contexto, vínculos precisos de significação.
São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o trânsito,
provocando engarrafamentos de até 200 quilômetros.
A palavra alagamentos surgiu por estar associada a enchentes. Mas poderia ter sido usada
uma outra como transtornos, acidentes, transbordamento do Tietê etc.
ATIVIDADES
1 – A partir de um "texto básico" dado, onde não está ainda realizada a coesão, você
deverásubstituir os termos repetidos por sinônimos ou expressões adequadas, dando uma nova
versão ao texto, utilizando os mecanismos de coesão que julgar convenientes.
Modelo: As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os automóveispara vender
os automóveis mais caro. O cliente vai à revendedora de automóveis com pouco dinheiro e, se
tiver que pagar mais caro o automóvel, desiste de comprar o automóvel e as revendedoras
de automóveis têm prejuízo
Sabendo que automóveis podem também ser chamados de veículos, carros, e até mesmo de
mercadoria ou produto quando expostos numa revendedora e que uma revendedora de
automóveis pode também ser chamada de concessionária, agência etc, uma possível versão
coesiva do texto acima, utilizando os vários mecanismos de coesão, poderia ser:
As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os carros para vendê-los mais
caro. O cliente vai lá com pouco dinheiro, e se tiver que pagar mais caro o produto desiste,
e as agências têmprejuízo.
Uma outra versão, utilizando somente o mecanismo de elipse, nos daria o seguinte texto:
As revendedoras de automóveis não estão mais equipando paravender mais caro. O cliente
vai com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais, desiste e as revendedoras têm prejuíz
2 – Faça o mesmo exercício em relação aos textos a seguir, substituindo as palavras em negrito.
Texto l
Todos os anos dezenas de baleias encalham nas praias do mundo e até há pouco nenhum
oceanógrafo ou biólogo era capaz de explicar por que as baleias encalham. Segundo uma
hipótese corrente, as baleias se suicidariam ao pressentir a morte, em razão de uma doença
grave ou da própria idade, ou seja, as baleias praticariam uma espécie de eutanásia instintiva.
Segundo outra, as baleias se desorientariam por influência de tempestades magnéticas ou
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de correntes marinhas. Agora, dois pesquisadores do Departamento de História Natural do
Museu Britânico, com sede em Londres, encontraram uma resposta científica para o suicídio
das baleias. De acordo com Katharine Parry e Michael Moore, as baleias são desorientadas de
suas rotas em alto-mar para as águas rasas do litoral por ação de um minúsculo verme de
apenas 2,5 centímetros de comprimento.
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Texto 2
Durante mais de um ano, o artista plástico baiano Emanoel Araújo empreendeu um
mergulho profundo, em busca da produção artística dos negros no Brasil. O resultado
pode ser visto na exposição “A mão Afro-Brasileira”A paciente pesquisa do artista
plástico baiano Emanoel Araújo exigiu fôlego redobrado.Para chegar às raízes negras
da arte brasileira, o artista plástico baiano Emanoel Araújo desceu ao século XV11I,
na produção do Barroco e do Rococó. Para avaliar o momento atual de produção dos
artistas negros, o artista plástico baiano Emanoel Araújo convocou 68 artistas negros
a enviar obras para a exposição.
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Texto 3
A China é mesmo um país fascinante, onde tudo é dimensionado em termos gigantescos
A China é uma civilização milenarA China abriga,na terceira maior extensão
territorialplanetária (com 9 960 547km-), cerca de l bilhão e 100 mil habitantes, ou seja,
um quarto de toda a humanidade. Mencionar tudo o que a China, um tanto misteriosa,
tem de grande ocuparia um espaço também exagerado.
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Texto 4
Todas as descobertas para emagrecer sem fazer muito estorço não passam de falsas
promessas. Todas? Uma nova droga ainda em testes, o Orlistat, parece fugir à regra. O
Orlistat, que está sendo desenvolvido pelo laboratório Hoffmann-La Roche, funciona
mesmo como uma mágica. O Orlistatprovoca uma rápida redução de peso, ainda que o
paciente saia do sério na dieta. Em vez de inibir o apetite ou acelerar a queima de calorias
pelas células, como fazem outras drogas desenvolvidas nas últimas décadas, o
Orlistatimpede que a gordura caia na corrente sanguínea e se acumule na cintura e nos
culotes. O Orlistat, além de promissor, promete ser uma mina de ouro para seus
fabricantes dentro de alguns anos, quando provavelmente deve chegar às prateleiras das
farmácias. Enquanto isso, pesquisadores tentam mapear todos os possíveis efeitos colaterais
do Orlistat, que ainda não são totalmente conhecidos. (Adaptado de Veja, 28 jul. 1993.)
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3 – Copie do texto palavras e expressões a que os termos grifados se referem.
Bernardo tem 5 anos e gosta de saber tudo sobre lugares e países. Eu sou um pai coruja!
Assim, na primeira oportunidade, comprei-lhe um desses globos terrestres modernos. No
entanto, o garoto não lhe deu muita importância, quando apontei nele o Japão, o Brasil e
muitos outros países. Limitou-se a fazê-lo girar doidamente. Parece que a novidade não o
atraiu. Girou tanto o tal do globo que o desprendeu do suporte de metal. Logo se dispôs a
sair jogando futebol com ele, mas não permiti tal coisa. Consegui convencê-lo a ir destruir
outro brinquedo: o barulhento secador da mãe! E assim que me vi só, tranquei-me lá, no
meu escritório, para apreciar aquela nova e preciosa aquisição!
(Fernando Sabino – Adaptação)
4- Nesta questão ocorrem alguns fragmentos narrativos que apresentam algum tipo de
incoerência. Tente identificar e explicar o tipo de incoerência que você vê.
Conheci Sheng no primeiro colegial e aí começou um namoro apaixonado que dura até hoje
e talvez para sempre. Mas não gosto de sua família: repressora, preconceituosa, preocupada
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em manter as milenares tradições chinesas.O pior é que sou brasileira, detesto comida
chinesa e não sei comer com pauzinhos. Em casa, só falam chinês e de chinês eu só sei o
nome do Sheng. No dia do seu aniversário, já fazia dois anos de namoro, ele ganhou
coragem e me convidou para jantar em sua casa. Eu não podia recusar e fui. Fiquei
conhecendo os velhos, conversei com eles, ouvi muitas histórias da família e da China, comi
tantas coisas diferentes que nem sei. Depois fomos ao cinema eu e o Sheng.
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5 - Identifique no texto a seguir todos os termos que retomam as palavras em itálico.
Em outubro de 1839 Paris ainda possuía a mesma mística embriagadora que Chopin
experimentara ao chegar lá em setembro de 1831. a ausência de 11 meses só servira para
aumentar seu apaixonado fascínio pela magnífica metrópole espraiada ao longo das sinuosas
margens do Sena. Paris havia-se tornado a amante de Chopin muito antes de ele conhecer
Mme. Sand e durante vários anos subsequentes suas afeições ficariam divididas entre as
duas. Ambas o adoravam, do mesmo modo que eram, por sua vez, cultuadas por ele, e
ambas eram essenciais à sua existência. Com a saúde debilitada, o jovem músico não podia
sobreviver ao estímulo de uma sem amparo da outra.
ATWOOD, William G. A leoa e se filhote. Trad. Bárbara Heliodora.Rio de Janeiro, Zahar, 1982, p
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TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 06 A 13.
PULO DO GATO
O grande perigo do jornalista que começa é o de cair na presunção sociológica. É claro que,
tratando da sociedade, o jornalismo é também um pouco de sociologia – mas a sociologia
deve ir para o lugar próprio, os artigos elaborados com mais tempo, os editoriais e tópicos e,
bem digerida em fluído, a reportagem. Jornalismo é a razão e emoção. O texto apenas
racional é frio, e só comunica aos que se encontrem diretamente interessados no assunto. O
texto deve saber dosar emoção e razão, e é nesse equilíbrio que está o chamado “pulo do
gato”. Muitos jornalistas acreditam que o adjetivo emociona. Enganam-se. Quanto mais
despida uma frase, mais cortante o seu efeito.“E amolou o machado, preparou um toco para
servir de cepo, chamou o menino, amarrou-lhe as mãos, fez-lhe um sinal para que ficasse
calado, e rachou o seu corpo em sete pedaços. O menino P., de cinco anos, não era seu filho
e F. descobrira isso poucos minutos antes, quando discutia com a mulher.” Leads como esse
são sempre possíveis na reportagem de polícia: não necessitam de adjetivos. As tragédias,
como os cantores famosos, dispensam apresentações.
SANTAYANA, Mauro. Imprensa: Jornalismo e Comunicação. Ano 1. 11: 34. São Paulo. Feeling Editorial, 1988.
33
Nota: Lead é palavra inglesa, usada no jornalismo para indicar um pequeno texto de
apresentação de um texto maior.
Questão 6
a) Qual é o antecedente a que se refere o pronome relativo que na linha 1?
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b) Na frase “O grande perigo jornalista que começa é o de cair na presunção sociológica”, o
o em destaque é um pronome demonstrativo. A que elemento do texto ele se refere?
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Questão 7
O autor afirma que “o jornalismo é também um pouco de sociologia”. O uso da palavra
também faz pressupor algum outro significado além do que está explícito no texto?
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Questão 8
Na linha 2 ocorre o conectivo mas, que manifesta uma relação de contradição entre dois
enunciados. Como se explica essa contradição?
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Questão 9
Ao dizer que o texto apenas racional é frio, o que pretende dizer o autor com o uso de
apenas?
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Questão 10
A expressão quanto mais manifesta uma relação proporcional entre dois termos. Quais são
os dois termos dessa relação proporcional?
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Questão 11
A quem se refere o lhe que ocorre em “amarrou-lhe as mãos” e “fez-lhe um sinal”.
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Questão 12
Em : “e rachou o seu corpo”; : “não era seu filho”. A que termo se refere o pronome
possessivo seu em cada caso?
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Questão 13
Em “F. descobriu isso poucos minutos antes...”
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a) O pronome isso faz referência a que elemento do texto?__________________________
b) O advérbio antes reporta a que tempo?_______________________________________
14. Nestas questões, apresentamos alguns segmentos de discurso separados por ponto
final. Retire o ponto final e estabeleça entre eles o tipo de relação que lhe parecer
compatível, usando para isso os elementos de coesão adequados.
A) O solo do Nordeste é muito seco e aparentemente árido. Quando caem as chuvas,
imediatamente brota a vegetação.
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___________________________________________________________________________
B) Uma seca desoladora assolou a região Sul, principal celeiro do país. Vai faltar alimento e
os preços vão disparar.
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___________________________________________________________________________
C) Vai faltar alimento e os preços vão disparar. Uma seca desoladora assolou a região sul,
principal celeiro do país,
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D) O trânsito em São Paulo ficou completamente paralisado dia 15, das 14 às 18 horas.
Fortíssimas chuvas inundaram a cidade
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__________________________________________________________________________
15. Na elaboração dos períodos, a mesma palavra foi utilizada várias vezes. Reescreva-os
utilizando-se de outros mecanismos coesivos que não seja a repetição.
a) Eu falei com ele que você não queria que os pintores ficassem trabalhando o dia todo
porque eles não sabem que o silêncio é indispensável para que você possa se concentrar e
trabalhar.___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
16. Faça o que for necessário para evitar a ambiguidade e/ou a incoerência dos períodos a
seguir.
A) Desde os quatro anos minha mãe me ensinava a ler e escrever.
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B) Andando pela calçada, o ônibus derrapou e pegou o funcionário quando entrava na
livraria.
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C) Depois da consulta o ginecologista lhe disse que estava esperando um bebê.
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D) O celular tocou ao entrar em casa para pegar a chave do carro.
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E) Para não ser atacado, o cão teve que ficar preso.
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17. Explique a ambiguidade das frases abaixo:
A) A empregada lavou as roupas que encontrou no tanque.
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B) Comi um churrasco num restaurante que era gostoso.
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___________________________________________________________________________
C) Estivemos na escola da cidade que foi destruída pelo incêndio.
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D) João e Maria vão casar-se.
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E) O policial prendeu o ladrão em sua casa
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QUESTÃO 18
Aumento do efeito estufa ameaça plantas, diz estudo.
O aumento de dióxido de carbono na atmosfera, resultante do uso de combustíveis fósseis e
das queimadas, pode ter consequências calamitosas para o clima mundial, mas também
pode afetar diretamente o crescimento das plantas. Cientistas da Universidade de Basel, na
Suíça, mostraram que, embora o dióxido de carbono seja essencial para o crescimento dos
vegetais, quantidades excessivas desse gás prejudicam a saúde das plantas e têm efeitos
incalculáveis na agricultura de vários países.
O Estado de São Paulo, 20 set. 1992, p.32.
O texto acima possui elementos coesivos que promovem sua manutenção temática. A partir
dessa perspectiva, conclui-se que
A) A palavra “mas”, na linha 2, contradiz a afirmação inicial do texto: linhas 1 e 2.
B) A palavra “embora”, na linha 4, introduz uma explicação que não encontra complemento
no restante do texto.
C) As expressões: “consequências calamitosas”, na linha 2, e “efeitos incalculáveis”, nas
linhas 5 e 6, reforçam a ideia que perpassa o texto sobre o perigo do efeito estufa.
D) O uso da palavra “cientistas”, na linha 3, é desnecessário para dar credibilidade ao texto,
uma vez que se fala em “estudo” no título do texto.
36
E) A palavra “gás”, na linha 5, refere-se a “combustíveis fósseis” e “queimadas”, nas linhas 1
e 2, reforçando a ideia de catástrofe.
QUESTÃO 19
Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em crônica de jornal ‒ eu não
fazia isso há muitos anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica algumas vezes
também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do mais, em certos dias mesmo o
escritor mais escolado não está lá grande coisa. Tem os que mostram sua cara escrevendo
para reclamar: moderna demais, antiquada demais.
Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar ideias. Há os textos que
parecem passar despercebidos, outros rendem um montão de recados: “Você escreveu
exatamente o que eu sinto”, “Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso
que digo para meus pais”, “Comentei com minha namorada”. Os estímulos são valiosos pra
quem nesses tempos andava meio assim: é como me botarem no colo ‒ também eu preciso.
Na verdade, nunca fui tão posta no colo por leitores como na janela do jornal. De modo que
está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que iam acabar neste livro,
outros espalhados por aí. Porque eu levo a sério ser sério… mesmo quando parece que estou
brincando: essa é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos e continua
sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais secreto de calar.
LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de janeiro: Record, 2004.
Os textos fazem uso constante de recurso que permitem a articulação entre suas partes.
Quanto à construção do fragmento, o elemento:
A) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em crônica de jornal”.
B) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”.
C) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”.
D) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus pais”.
E) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”.
REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Proparoxítonas
Sílaba tônica: antepenúltima
As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente. Exemplos: trágico, patético,
árvore
Paroxítonas Sílaba tônica: penúltima
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:
l fácil
n pólen
r cadáver
ps bíceps
x tórax
us vírus
i, is júri, lápis
om, ons iândom, íons
um, uns álbum, álbuns
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ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãos
ditongo oral (seguido ou não de
s)
jóquei, túneis
Observações:
1) As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas (hífen), mas as que terminam em
"ens", não. (hifens, jovens)
2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r". (semi, super)
3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes: ea(s), oa(s), eo(s),
ua(s), ia(s), ue(s), ie(s), uo(s),io(s).
Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início
Oxítonas
Sílaba tônica: última
Acentuam-se as oxítonas terminadas em:
a(s): sofá, sofás
e(s): jacaré, vocês
o(s): paletó, avós
em, ens: ninguém, armazéns
Monossílabos
Os monossílabos, conforme a intensidade com que se proferem, podem ser tônicos ou
átonos.
Monossílabos Tônicos: Possuem autonomia fonética, sendo proferidos fortemente na
frase onde aparecem. Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em:
a(s): lá, cá e(s): pé, mês o(s): só, pó, nós, pôs
Monossílabos Átonos: Não possuem autonomia fonética, sendo proferidos fracamente,
como se fossem sílabas átonas do vocábulo a que se apoiam.
Exemplos: o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos, de, em, e, que, etc.
Observações:
1) Os monossílabos átonos são palavras vazias de sentido, vindo representados por artigos,
pronomes oblíquos, elementos de ligação (preposições, conjunções).
2) Há monossílabos que são tônicos numa frase e átonos em outras.
Exemplos: Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que tem dentro da sua mochila?
(átono)
Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu sei seu nome, mas não me recordo agora.
(átono)
Saiba que:
Muitos verbos, ao se combinarem com pronomes oblíquos, produzem formas
oxítonas ou monossilábicas que devem ser acentuadas por acabarem assumindo
alguma das terminações contidasnas regras. Exemplos:
beijar + a = beijá-la fez + o = fê-lo
dar + as = dá-las fazer + o = fazê-lo
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Acento de Insistência
Sentimentos fortes (emoção, alegria, raiva, medo) ou a simples necessidade de enfatizar
uma ideia podem levar o falante a emitir a sílaba tônica ou a primeira sílaba de certas
palavras com uma intensidade e duração além do normal.
Exemplos: Está muuuuito frio hoje!
Regras Especiais
Além das regras fundamentais, há um conjunto de regras destinadas a pôr em evidência
alguns detalhes sonoros das palavras. Observe:
Ditongos Abertos
Os ditongos éi, éu e ói, sempre que tiverem pronúncia aberta em palavras oxítonas (éi e
não êi), são acentuados. Veja:
éi (s):anéis, fiéis, papéis
éu (s):troféu, céus
ói (s): herói, constrói, caubóis
Obs.: os ditongos abertos ocorridos em palavras paroxítonas NÃO são acentuados.
Exemplos: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia, heroico, ideia, jiboia, joia, paranoia,
plateia, etc.
Atenção: a palavra destróier é acentuada por ser uma paroxítona terminada em "r" (e não
por possuir ditongo aberto "ói").
Hiatos
Acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a vogal anterior, estando eles
sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de "s", desde que não sejam seguidos por "-
nh".
Exemplos:
sa - í - da e - go - ís -mo sa - ú - de
Não se acentuam, portanto, hiatos como os das palavras:
ju - iz ra - iz ru - im ca - ir
Razão: -i ou -u não estão sozinhos nem acompanhados de -s na sílaba.
Observação: cabe esclarecer que existem hiatos acentuados não por serem hiatos, mas por
outras razões. Veja os exemplos abaixo:
po-é-ti-co: proparoxítona
bo-ê-mio: paroxítona terminada em ditongo crescente.
ja-ó: oxítona terminada em "o".
Verbos Ter e Vir
Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e
vir, bem como nos seus compostos (deter, conter, reter, advir, convir, intervir, etc.). Veja:
Ele tem Eles têm
Ela vem Elas vêm
Ele retém Eles retêm
Ele intervém Eles intervêm
Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento ocorre obrigatoriamente, mesmo no
singular. Distingue-se o plural do singular mudando o acento de agudo para circunflexo:
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ele detém -eles detêm
ele advém -eles advêm.
Acento Diferencial
Na língua escrita, existem dois casos em que os acentos são utilizados para diferenciar
palavras homógrafas (de mesma grafia). Veja:
a) pôde / pode
Pôde é a forma do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder. Pode é a forma do
presente do indicativo. Exemplos:
O ladrão pôde fugir. O ladrão pode fugir.
b) pôr / por
Pôr é verbo e por é preposição. Exemplos:
Você deve pôr o livro aqui. Não vá por aí!
Saiba que:
Para acentuar as formas verbais com pronome oblíquo em ênclise (depois do verbo)
ou mesóclise (no meio do verbo), cada elemento deve ser considerado como uma
palavra independente. Observe:
jogá-lo
jogá = oxítona terminada em a (portanto, com acento)
lo = monossílabo átono (portanto, sem acento)
jogá-lo-íamos
jogá = oxítona terminada em a (portanto, com acento)
lo = monossílabo átono (portanto, sem acento)
íamos = proparoxítona (portanto, com acento)
Proposta de atividade
1 A questão a seguir é relacionada a uma passagem bíblica e a um trecho da canção
“Cálice”, escrita em 1973, por Chico Buarque e Gilberto Gil
Texto Bíblico
Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não a minha vontade, mas a tua seja
feita! (Lucas, 22) (in: Bíblia de Jerusalém. 7ª impressão. São Paulo: Paulus, 1995)
Trecho de Canção
Pai, afasta de mim esse cálice!
Pai, afasta de mim esse cálice!
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue.
Como beber dessa bebida amarga,
Tragar a dor, engolir a labuta,
Mesmo calada a boca, resta o peito,
Silêncio na cidade não se escuta.
De que me vale ser filho da santa,
Melhor seria ser filho da outra,
Outra realidade menos morta,
Tanta mentira, tanta força bruta.
......................................................
(in: www.uol.com.br/chicobuarque/)
Na língua portuguesa escrita, quando duas letras são empregadas para representar um único
fonema (ou som, na fala), tem-se um dígrafo. O dígrafo só está presente em todos os
vocábulos de
A) pai, minha, tua, esse, tragar.
B) afasta, vinho, dessa, dor, seria.
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C) queres, vinho, sangue, dessa, filho.
D) esse, amarga, Silêncio, escuta, filho.
E) queres, feita, tinto, Melhor, bruta.
2 Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas.
A) Salario, urgencia, cinico, sabado, prejuizo.
B) Impossivel, comercio, apos, gramatical, economia.
C) Inteligencia, proposito, tambem, viavel, rubrica.
D) Apoio, ceus, pagina, fiel, hifen.
E) Ideias, minimo, comicio, eletrica, itens.
3 Aponte a alternativa em que as palavras estão acentuadas, respectivamente, pela mesma
regra das palavras décadas e prêmio.
A) dióxido – água D) dióxido – países
B) caráter – esferóide E) combustível – água
C) combustível – paíse
4 Leia
A) RETIRE da tirinha:
- uma palavra trissílaba paroxítona:
- uma palavra trissílaba oxítona:
- uma palavra oxítona:
- uma palavra monossílaba tônica:
- uma palavra monossílaba átona:
5. TEXTO : O sapo e o coelho
O Coelho vivia zombando do Sapo. Achava-o preguiçoso, lerdo, inútil e incapaz de qualquer
agilidade. O sapo ficou zangado e teve uma ideia:
- Quer apostar carreira comigo?
- Com você? – assombrou-se o coelho.
- Justamente! Vamos correr amanhã, você na estrada e eu pelo mato, até a beira do rio...
O coelho riu muito achou que seria facílimo e aceitou o desafio. O sapo reúne todos seus
parentes e distribuiu-os na margem do caminho, com ordem de responder aos gritos do
coelho.
Na manhã seguinte, os dois enfileiraram-se e o coelho disparou como um raio, perdendo de
vista o sapo que saíra aos pulos. Correu, correu, correu, parou e perguntou:
- Camarada Sapo?
Outro sapo respondia dentro do mato:
- Oi?
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O coelho recomeçou a correr. Quando julgou que seu adversário estivesse bem longe,
gritou:
- Camarada Sapo?
- Oi? – coaxava um sapo. Debalde o coelho corria e perguntava, sempre ouvindo o sinal dos
sapos escondidos. Chegou à margem do rio exausto, mas já encontrou o sapo, sossegado e
sereno, esperando-o. O coelho declarou-se vencido. E o sapo, muito esperto ganhou a
disputa e virou herói.
Vocabulário - debalde: em vão; inutilmente
(CASCUDO, Luís da Câmara. Os compadres corcundas e outros contos brasileiros. Rio de
Janeiro: Ediouro, 1997. p. 88.)
a - Justifique a regra de acentuação das palavras em destaque no texto:
A) inútil:
B) você:
C) facílimo:
D) reúne:
E) saíra:
F) adversário:
G) já:
H) herói:
6 (BB) Em “Noite”:
A) hiato B) ditongo C) tritongo D dígrafo E) encontro consonantal
7. (UF-PR) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por
serem oxítonos:
A) paletó, avô, pajé, café, jiló
B) parabéns, vêm, hífen, saí, oásis
C) você, capilé, Paraná, lápis, régua
D) amém, amável, filó, porém, além
E) caí, aí, ímã, ipê, abricó
8. Assinale o uso correto quanto ao acento diferencial:
A) O menino nervoso pára de repente. B) Toda manhã, ela côa o café.
C) Gosto de pêra madura. D) Preciso pôr as coisas em ordem.
E) n.d.a.
9.Assinale a forma incorreta quanto à acentuação:
A) Eles leem o jornal todos os dias.
B) As meninas têm muitos brinquedos.
C) Os jovens crêem no futuro.
D) Sempre que ando de ônibus, eu enjoo.
E) n.d.a.
10. (PUC-RJ) Apontea opção em que as duas palavras são acentuadas devido à mesma
regra:
A) saí – dói B) relógio – própria C) só – sóis D) dá – custará E) até - pé
11. Marque a única alternativa que apresenta equívocos de acentuação das palavras:
A) Goiânia é a única cidade que gostaria de morar.
B) Sábado vou à feira comprar pêixe e abóbora para fazer aquela receita.
C) Gostaria de saber o porquê de tanta rúcula e cará no meu prato.
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D) O vigésimo colocado no concurso será nomeado a partir do último sábado do mês que
vem.
E) Hélio não pôde ver o número do ônibus porque estava sem os óculos
12. Leia com atenção:
Brasil tem megajazida de petróleo e gás. Um dia depois de o Ministro interino das Minas e
Energia, Nelson Hubner, ter recomendado que donos de carro não convertessem o
combustível para gás, a Petrobrás anunciou a descoberta de uma reserva gigante de
petróleo e gás natural na Bacia de Santos. A área de abrangência da reserva é de 800
quilômetros de extensão por 200 quilômetros de largura e vai do Espírito Santo a Santa
Catarina. A expectativa oficial é de que só o primeiro poço contenha 60% de todas as
reservas dos dois produtos encontradas até hoje no país. O presidente da empresa, Sérgio
Gabrielli, afirmou que, com a descoberta, o Brasil deve subir do 24º lugar no ranking de
maiores reservas do mundo para a 8ª ou 9ª colocação, com o acréscimo de 5 bilhões a 8
bilhões de barris à produção atual, que é de 14,4 bilhões.
Fonte: <www.clicrbs.com.br/jornais>. Acesso em 10 nov. 2007.
Analise as afirmativas a seguir:
I- As palavras “quilômetros” e “subir” são, respectivamente, proparoxítona e oxítona.
II- “Gás” é uma palavra oxítona.
III- “Petróleo” não é proparoxítona tampouco, oxítona.
IV- As palavras “abrangência” e “petróleo” são proparoxítonas terminadas em ditongo.
V- A grafia da palavra “megajazida” está incorreta.
Assinale a alternativa cujas afirmativas estão corretas:
A) Apenas II e IV. B) Apenas I, III e V. C) Apenas I e III.
D) Apenas III e V. E) Apenas IV e V.
13. (ACAFE) No trecho a seguir, foram omitidos todos os acentos gráficos: grave, agudo e
circunflexo. Localize as palavras que deveriam receber esses acentos. “O livro A cabeça do
brasileiro, do sociologo Alberto Carlos Almeida, mostra que a educação e o grande corte
social e etico do Brasil: os 57% de brasileiros que tem ate o Ensino Fundamental são mais
autoritarios, mais estatistas e revelam menos valores democraticos; a medida que a
escolaridade aumenta, os valores melhoram – o que prova, segundo o autor, que a
educação e a principal matriz a transmitir valores republicanos as pessoas.”
Fonte: O Estado de São Paulo – 26 de agosto de 2007.
Assinale a alternativa correta em relação ao número de acentos gráficos que foram omitidos
no trecho acima:
A) Um (1) acento grave – sete (7) acentos agudos – nenhum acento circunflexo.
B) Três (3) acentos graves – seis (6) acentos agudos – um (1) acento circunflexo.
C) Dois (2) acentos graves – sete (7) acentos agudos – dois (2) acentos circunflexos.
D) Nenhum acento grave – cinco (5) acentos agudos – um (1) acento circunflexo.
E) Dois (2) acentos graves – sete (7) acentos agudos – um (1) acento circunflexo.
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Referências
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática Metódica da Língua Portuguesa. São
Paulo: Saraiva, 2005.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
CEREJA, W. R. &MAGALHÃES, T. C. Gramática: texto, reflexão e uso. São Paulo: Atual,
1998.
CUNHA, C. &CINTRA, L. F. L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
Disponível em: http://letras.mus.br/banda-malta/diz-pra-mim/. Acesso em: 02 de
fevereiro de 2018.
Disponível em: http://textoecontextoba.blogspot.com.br/2012/07/propostas-para-
producao-de-textos-v.html. <acesso em 14 de agosto de 2018>
FÁVERO, Leonor Lopes (1991) Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática.
INFANTE, Ulisses. 36 Lições Práticas de Gramática. São Paulo: Scipione, 1996.
LUFT, Celso Pedro. Moderna Gramática Brasileira. São Paulo: Globo, 2002.
KOCH, Ingedore G. Villaça (1993) A coesão textual. São Paulo: Ática.
http://letras.mus.br/banda-malta/diz-pra-mim/
http://textoecontextoba.blogspot.com.br/2012/07/propostas-para-producao-de-textos-v.html
http://textoecontextoba.blogspot.com.br/2012/07/propostas-para-producao-de-textos-v.html