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APOSTILA DE PORTUGUES

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APOSTILA DE PORTUGUÊS 
 
 
 
 
PROFESSORA ORGANIZADORA: MSc.: CIRLENE PEREIRA DOS REIS ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FEVEREIRO DE 2020 
LÍNGUA, LÍNGUAGEM E COMUNICAÇÃO 
 
 
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
 
 
Comunicação é o processo pelo qual os 
seres humanos trocam entre si informações. Nesta 
breve definição, temos já implicitamente presentes 
os elementos nucleares do ato comunicativo: o 
emissor, o receptor ("seres humanos") e a 
mensagem ("informações"). De fato, em qualquer 
ato comunicativo encontramos alguém que procura 
transmitir a outro uma dada informação. 
Além desses três elementos nucleares, é 
costume considerar outros três: o código, o canal e o 
contexto. Nenhum ato comunicativo seria possível, na ausência de qualquer um desses 
elementos. De fato, é necessária a intervenção de, pelo menos, dois indivíduos, um que 
emita, outro que receba; algo tem que ser transmitido pelo emissor ao receptor; para que o 
emissor e o receptor comuniquem é necessário que esteja disponível um canal de 
comunicação; a informação a transmitir tem que estar "traduzida" num código conhecido, 
quer pelo emissor, quer pelo receptor; finalmente todo o ato comunicativo se realiza num 
determinado contexto e é determinado por esse contexto. 
 
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
 
O esquema da comunicação, atrás descrito, pode ser representado da seguinte 
forma: 
 
 
 
NATUREZA DO SIGNO LINGUÍSTICO 
 
Para que possamos entender melhor o processo comunicativo torna-se necessário 
analisar mais cuidadosamente a natureza daquilo que, na comunicação, o emissor procura 
transmitir ao receptor. Quando se presta atenção aos termos "comunicação" e "comunicar", 
verifica-se que ambos têm a mesma raiz, o adjetivo "comum". De fato, comunicar é pôr 
alguma coisa em comum, isto é, fazer com que aquilo que é meu passe a pertencer a outro, 
sem com isso deixar de ser meu. 
E o que é isso, que pretendemos "pôr em comum"? São ideias, emoções, desejos, 
isto é, são sempre conteúdos mentais, coisas imateriais, que não podem ser apreendidas 
pelos sentidos e que, por isso, são em si mesmas intransferíveis. De fato, a idéia que eu 
penso, a dor que eu sinto, o desejo que eu tenho, não podem ser diretamente conhecidos 
por outros. Só eu tenho acesso a eles. Por outro lado, o ser humano só tem conhecimento 
direto daquilo que pode apreender pelos sentidos: o que pode ver, ouvir, cheirar, saborear, 
tatear. 
Portanto, nem o emissor pode transferir para outrem os seus conteúdos mentais, 
nem o receptor pode apreender esses conteúdos mentais, porque eles são imateriais. No 
entanto, todos sabem que há efetivamente comunicação entre os seres humanos e que, 
nesse processo, o emissor põe em comum com o receptor os seus conteúdos mentais. O 
segredo deste aparente paradoxo está no código. 
Dado que os conteúdos mentais são em si mesmo intransferíveis, o que o emissor faz 
é associar um dado conteúdo mental (por exemplo, uma ideia) a um determinado objeto 
físico (por exemplo, uma sequência de sons – [mesa]). O conteúdo mental não pode ser 
diretamente apreendido pelo receptor, mas o objeto físico criado pelo emissor, sim. E de fato 
é isso que o homem faz, sem esforço e de forma quase inconsciente, quando se comunica. 
Resumindo: o emissor associa os seus conteúdos mentais a um dado objeto físico 
que produz para o efeito (codifica a mensagem); o receptor apreende com os seus sentidos 
esse objeto físico e associa-lhe um certo conteúdo mental (decodifica a mensagem). 
Portanto, para haver comunicação é necessário recorrer a um sistema de sinais. 
Esses sinais têm todos em comum o fato de possuírem uma face material, passível de ser 
apreendida pelos sentidos (o significante) e uma face não-material, estritamente mental, 
inapreensível pelos sentidos (o significado). A esses sinais constituídos por um significante e 
um significado chamamos signos. 
 
 
Do que fica dito, resulta evidente que não há nenhuma relação natural e necessária 
entre significante e significado. Tal relação é convencional, resulta de um acordo tácito entre 
emissor e receptor, melhor dizendo, entre os elementos de uma dada comunidade. Isso se 
torna mais evidente se pensarmos que certo conteúdo mental (significado) pode ser 
associado a uma infinidade de significantes: a ideia de "janela", por exemplo, é representada 
de forma diversa nas várias línguas (janela, window, fenêtre...). 
O código referido no esquema da comunicação é afinal o conjunto desses signos. 
Podemos então dizer que um código é um conjunto de signos e de regras de utilização. Para 
que haja comunicação é necessário que o emissor e o receptor conheçam o código utilizado, 
os signos e as respectivas regras de utilização. 
Note-se que o que circula entre o emissor e o receptor é o significante. O significado 
(conteúdo mental) que o emissor atribui a esse significante continua no interior do emissor. 
O significante suscita no interior do receptor um outro significado, semelhante, mas nunca 
idêntico ao do emissor. Esta questão é importante, ainda que fique provisoriamente em 
aberto, e permite perceber melhor a diferença que há entre a linguagem técnico-científica e 
a linguagem literária. 
 
 
 
 
CÓDIGOS VERBAIS E CÓDIGOS NÃO VERBAIS 
 
Naturalmente há uma multiplicidade 
de códigos, passíveis de serem utilizados 
pelos seres humanos nos atos de 
comunicação. Cada um de nós utiliza vários 
desses códigos, por vezes simultaneamente. 
Tradicionalmente distingue-se entre códigos 
verbais (também chamados linguagens 
verbais) e códigos não verbais (ou linguagens 
não verbais). 
Tendo em consideração aquilo que foi dito até agora, podemos então definir alguns 
conceitos frequentemente utilizados na disciplina de Português. 
Linguagem — Capacidade que os seres humanos têm de transmitir uns aos outros 
informações, utilizando signos; naturalmente está implícita na noção de linguagem, não 
apenas a utilização de signos já existentes, mas também a capacidade de criar novos signos, 
o que de fato acontece, sem que disso nos apercebamos claramente. 
Língua — É um sistema particular de signos e regras (código), historicamente 
determinado, através do qual se exerce a capacidade da linguagem. 
Fala — Designa a utilização individual e concreta de um sistema linguístico. 
A linguagem é uma capacidade inerente a todos os seres humanos, que os distingue 
dos demais seres vivos. Mas essa capacidade só pode ser exercida pelo recurso a uma língua 
(um código). Para que um ser humano (uma criança, por exemplo) possa comunicar é 
necessário que aprenda (ou crie) um código (lingüístico ou não). O exercício da faculdade da 
linguagem exige a presença de uma língua. 
A língua é de natureza social, na medida em que é um conjunto de signos e regras 
reconhecido pelos membros de uma dada comunidade, enquanto a fala é sempre individual, 
visto que designa a utilização que um dado indivíduo, num dado momento, faz da língua. 
O discurso é o produto do ato de fala. De fato, a fala é uma ação, um processo, que 
se esgota no próprio momento em que se conclui, mas que deixa um produto que perdura, 
ao menos virtualmente, para além do ato. O ato de falar perante uma dada assembléia 
esgota-se no próprio momento em que termina, mas o produto desse ato (o Sermão de 
Santo António aos peixes, do P. Antônio Vieira, por exemplo) pode ser registrado num 
suporte durável e conservado para a posteridade. CONTEXTO COMUNICATIVO 
Intencionalmente, o esquema da comunicação apresentado, anteriormente, representa o 
contexto como uma caixa retangular que envolve os restantes cinco elementos (emissor, 
receptor, mensagem, código e canal). De fato, o contexto determina o tipo de comunicação 
estabelecido e dele, contexto, fazem parte todos os elementos que interferem no ato 
comunicativo. 
 Interlocutores (emissor e receptor) 
O estatuto social, cultural, profissionaldos interlocutores e a relação que existe entre eles 
condicionam necessariamente a comunicação. É fácil perceber que a relação comunicativa 
entre um chefe e o seu subordinado é diferente da que se estabelece entre dois colegas de 
trabalho. 
 
 
Situação espaço-temporal 
As circunstâncias de espaço e tempo integram também o contexto e condicionam a 
comunicação. A comunicação pode ser presencial, com os interlocutores no mesmo espaço, 
ou de forma distante, o que obriga a utilização de canais e "linguagens" diferenciados. 
Apenas a título de exemplo, repare que numa conversa telefônica as pessoas vêem-se 
frequentemente obrigadas a fazer referência ao espaço onde se encontram, o que não seria 
necessário se estivessem frente a frente. Por outro lado, na comunicação a distância não é 
possível recorrer aos gestos e expressões faciais, que devem ser substituídos por recursos 
linguísticos. Mesmo em situação presencial e com os mesmos interlocutores, a interação 
comunicativa é diferente consoante o espaço concreto em que ela se efetua: imagine dois 
interlocutores num café e depois num espaço religioso... 
Relativamente ao tempo, a comunicação pode ser direta, se a mensagem é imediatamente 
recebida pelo receptor, ou diferida, quando entre a emissão e a recepção existe um intervalo 
temporal. A possibilidade (ou não) de reagir imediatamente a um ato de fala condiciona 
fortemente a comunicação. O exemplo mais evidente disso é a diferença que existe, e de 
que todos temos consciência, entre a linguagem oral e a linguagem escrita. Embora sejam 
variantes do mesmo código linguístico, é por demais evidente que existem entre elas 
diferenças substanciais. E na comunicação diferida é também necessário suprir a falta de 
linguagens auxiliares (gestos, mímica...). É também necessário ao emissor prever de alguma 
maneira a reação do receptor, de forma a antecipar uma resposta. 
 Conhecimento que os interlocutores têm do mundo 
O saber que temos sobre o mundo em que vivemos determina igualmente a comunicação. 
Uma conversa sobre um determinado assunto será necessariamente diferente se envolver 
apenas especialistas ou se nela participarem, direta ou indiretamente, outras pessoas menos 
informadas. Por outro lado, os jovens e adultos não falam com uma criança do mesmo modo 
que falam entre si. 
 CONTEXTO VERBAL 
Outro elemento importante naquilo que designamos por "contexto comunicativo" é o próprio 
contexto verbal, isto é o(s) discurso(s) que a pouco e pouco se vai (vão) construindo num 
ato comunicativo, isto porque numerosos elementos linguísticos (os pronomes, por exemplo) 
só adquirem verdadeiramente sentido por referência a informações fornecidas 
anteriormente. 
LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA 
 
A fala, ou discurso, é a língua no momento em que está a ser usada por um indivíduo 
- fazendo uso dos sons, palavras e regras gramaticais dessa língua. 
A língua falada (língua oral) dispõe, por isso, de um número incontável de recursos 
rítmicos e melódicos: entoação, pausas, ritmo, fluência, gestos - porque, claro, o emissor 
(pessoa que fala ou transmite uma mensagem numa dada linguagem) está presente 
fisicamente. Algumas das características principais são: 
 Riqueza de recursos rítmicos e melódicos (o que inclui linguagens não-verbais, como a 
corporal); 
 Frases curtas; 
 Frases inacabadas, porque foram cortadas ou interrompidas; 
http://criarmundos.do.sapo.pt/Linguistica/pesquisalinguagem023.html
http://criarmundos.do.sapo.pt/Linguistica/pesquisalinguagem023.html
 Frequência da ocorrência de repetições, hesitações e bordões de fala ( p. ex.: "Pois, eu 
aaa... eu acho que... pronto, não sei..."); 
 Uso frequente da omissão de palavras e de formas contraídas; 
 Afastamento das regras gramaticais; 
 Possibilidade de adequar o discurso de acordo com as reações dos ouvintes. 
A língua escrita, por seu lado, tem de recorrer aos sinais de pontuação e de 
acentuação para traduzir os recursos rítmicos e melódicos da oralidade - ficando muito 
aquém das possibilidades já referidas no parágrafo anterior. Por outro lado, a língua escrita 
apresenta as seguintes características principais: 
 Sinais de pontuação e acentuação para transmitir a expressividade oral; 
 Frases longas, apesar de também poder usar frases curtas; 
 Uso de vocabulário mais amplo e cuidado; 
 Uso de descrições ricas; 
 Observa as regras gramaticais com maior rigor. 
 
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA 
 
A língua não é usada de modo homogêneo por todos os 
seus falantes. O uso de uma língua varia de época para 
época, de região para região, de classe social para classe 
social, e assim por diante. Nem individualmente podemos 
afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, 
uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de 
uma só forma da língua. 
 
Ao trabalhar com o conceito de variação linguística, estamos pretendendo 
demonstrar: 
 
 Que a língua portuguesa, como todas as línguas do mundo, não se apresenta de maneira 
uniforme em todo o território brasileiro; 
 Que a variação linguística manifesta-se em todos os níveis de funcionamento da 
linguagem; 
 Que a variação da língua se dá em função do emissor e em função do receptor ; 
 Que diversos fatores, como região, faixa etária, classe social e profissão, são 
responsáveis pela variação da língua; 
 Que não há hierarquia entre os usos variados da língua, assim como não há uso 
linguisticamente melhor que outro. Em uma mesma comunidade lingüística, portanto, 
coexistem usos diferentes, não existindo um padrão de linguagem que possa ser 
considerado superior. O que determina a escolha de tal ou tal variedade é a situação 
concreta de comunicação. 
 Que a possibilidade de variação da língua expressa a variedade cultural existente em 
qualquer grupo. Basta observar, por exemplo, no Brasil, que, dependendo do tipo de 
colonização a que uma determinada região foi exposta, os reflexos dessa colonização aí 
estarão presentes de maneira indiscutível. 
 
 
 
 
 
http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacaoregistro.html
http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacaoregistro.html
http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacaoregional.html
http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacaoetario.html
http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacaosocialprofissional.html
FUNÇÕES DA LINGUAGEM E INTENÇÃO COMUNICATIVA 
 
 
 
Os atos comunicativos têm sempre uma determinada 
intencionalidade, que pode ser mais ou menos 
consciente. São essas diferentes intenções que temos 
em mente, quando falamos em funções da 
linguagem. 
 
FUNÇÃO INFORMATIVA (OU REFERENCIAL) 
 
O objetivo primeiro do ato de fala (a intenção do emissor) é transmitir informação 
sobre algum aspecto da realidade, exterior ou interior. É, de certo modo, a função primária 
da linguagem, aquela em que pensamos imediatamente, quando falamos em comunicação. 
O ato comunicativo centra-se predominantemente sobre o contexto. Utiliza frases de tipo 
declarativo. 
 
FUNÇÃO EXPRESSIVA (OU EMOTIVA) 
 
O ato de fala é utilizado para exprimir o estado de espírito, as emoções, as opiniões 
do emissor. Ao contrário do que acontece na função informativa (marcadamente objetiva), 
encontramos aqui uma clara subjetividade. A comunicação centra-se no emissor. Recorre a 
frases de tipo exclamativo. 
 
 
FUNÇÃO APELATIVA 
 
A linguagem é utilizada para agir sobre o receptor, para tentar modificar a sua 
atitude ou comportamento. Assume geralmente a forma de ordens, pedidos ou conselhos. 
Centra-se no receptor e implica o recurso a formas verbais do imperativo (ou conjuntivo com 
valor imperativo), ao vocativo e a frases de tipo imperativo. 
 
 
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA 
 
A linguagem é utilizada para precisar algum aspecto do código utilizado, geralmente 
uma língua natural. Exemplo clássico de discursos onde predomina a função metalingüística 
são as definições dos dicionários e as explicações gramaticais. A comunicação está centrada 
no código. 
 
FUNÇÃO FÁTICANeste caso, a linguagem é utilizada para testar o funcionamento do canal e manter o 
contato entre o emissor e o receptor. Esta função é mais evidente nas conversas telefônicas 
e naturalmente preocupa-se, sobretudo, com o canal. 
 
FUNÇÃO POÉTICA 
 
Por vezes, a linguagem é utilizada fundamentalmente para produzir prazer estético. 
Os recursos linguísticos são dispostos de forma a construir um objeto artístico, capaz de, 
pela sua configuração, gerar, quer no emissor, quer no receptor, uma sensação de prazer 
semelhante ao que se obtém com a música ou a pintura. É mais evidente na poesia, mas 
está também presente na prosa literária e até no discurso oral. 
 
Proposta de atividades 
 
Texto para a questão 1 
S.O.S Português 
Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito diferente da escrita? Pode-se refletir 
sobre esse aspecto da língua com base em duas perspectivas. Na primeira delas, fala e 
escrita são dicotômicas, o que restringe o ensino da língua ao código. Daí vem o 
entendimento de que a escrita é mais complexa que a fala, e seu ensino restringe-se ao 
conhecimento das regras gramaticais, sem a preocupação com situações de uso. Outra 
abordagem permite encarar as diferenças como um produto distinto de duas modalidades da 
língua: a oral e a escrita. A questão é que nem sempre nos damos conta disso. 
S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano XXV, nº- 231, abr. 2010 (fragmento adaptado). 
 
 
1 O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portuguesa e foi publicado em uma 
revista destinada a professores. Entre as características próprias desse tipo de texto, 
identificam-se marcas linguísticas próprias do uso. 
A) Regional, pela presença do léxico de determinada região do Brasil. 
B) Literário, pela conformidade com as normas da gramática. 
C) Técnico, por meio de expressões próprias de textos científicos. 
D) Coloquial, por meio do registro de informalidade. 
E) Oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade. 
 
 
Texto para a questão 2 
 
Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e subsistemas 
adequados às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada 
à estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta 
das características das suas diversas modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua 
padrão, por exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, é sempre 
a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como ideal linguístico de uma 
comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as outras variedades, 
com o que se torna uma ponderável força contrária à variação." 
 Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado 
 
 
2 A partir da leitura do texto, podemos inferir que uma língua é: 
A) Conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e 
passa a ser considerada exemplar. 
B) Sistema que não admite nenhum tipo de variação linguística, sob pena de 
empobrecimento do léxico. 
C) A modalidade oral alcança maior prestígio social, pois é o resultado das adaptações 
linguísticas produzidas pelos falantes. 
D) A língua padrão deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificação 
é prejudicial a um sistema linguístico. 
 
 
 
 
Texto para a questão 3 
 
A variação é inerente às línguas, porque as sociedades são divididas em grupos: há os mais 
jovens e os mais velhos, os que habitam numa região ou outra, os que têm esta ou aquela 
profissão, os que são de uma ou outra classe social e assim por diante. O uso de 
determinada variedade linguística serve para marcar a inclusão num desses grupos, dá uma 
identidade para os seus membros. Aprendemos a distinguir a variação. Quando alguém 
começa a falar, sabemos se é de São Paulo, gaúcho, carioca ou português. Sabemos que 
certas expressões pertencem à fala dos mais jovens, que determinadas formas se usam em 
situação informal, mas não em ocasiões formais. Saber uma língua é ser “poliglota” em sua 
própria língua. Saber português não é só aprender regras que só existem numa língua 
artificial usada pela escola. As variações não são fáceis ou bonitas, erradas ou certas, 
deselegantes ou elegantes, são simplesmente diferentes. Como as línguas são variáveis, elas 
mudam.”(FIORIN, José Luiz. “Os Aldrovandos Cantagalos e o preconceito linguístico”. In O direito à fala. A questão 
do preconceito linguístico. Florianópolis. Editora Insular, pp. 27, 28, 2002.) 
 
 
3 Sobre o texto de José Luiz Fiorin, é incorreto afirmar: 
A) As variações linguísticas são próprias da língua e estão alicerçadas nas diversas intenções 
comunicacionais. 
B) A variedade linguística é um importante elemento de inclusão, além de instrumento de 
afirmação da identidade de alguns grupos sociais. 
C) O aprendizado da língua portuguesa não deve estar restrito ao ensino das regras. 
D) As variedades linguísticas trazem prejuízos à norma-padrão da língua, por isso devem ser 
evitadas. 
4. Reconheça, nos textos a seguir, as funções da linguagem predominantes. 
A) HUMANA MENTE 
 
Vagamente, 
Vaga a mente, 
Vagarosamente. 
Vagarosa a mente. 
 
 
É quase surda a mente humana. 
Absurda a mente humana. 
Absurdamente humana. 
E mente 
Alameda Lopes & Cândido de Deus 
 
 
B) "O risco maior que as instituições republicanas hoje correm não é o de se romperem, ou 
serem rompidas, mas o de não funcionarem e de desmoralizarem de vez, paralisadas pela 
sem-vergonhice, pelo hábito covarde de acomodação e da complacência. Diante do povo, 
diante do mundo e diante de nós mesmos, o que é preciso agora é fazer funcionar 
corajosamente as instituições para lhes devolver a credibilidade desgastada. O que é preciso 
(e já não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar ainda mais o conceito que o 
Brasil faz de si mesmo) é apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a quem doer." (O 
Estado de São Paulo) 
 
http://www.versoinverso.hpg.ig.com.br/parceria.htm
C) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pré-históricos, de sons 
a que se dá o nome genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmões 
no fenômeno vital da respiração, quando, de uma ou outra maneira, é modificada no seu 
trajeto até a parte exterior da boca." (Matoso Câmara Jr.) 
 
D) " - Que coisa, né? 
 - É. Puxa vida! 
 - Ora, droga! 
 - Bolas! 
 - Que troço! 
 - Coisa de louco! 
 - É!" 
 
E) "FAZ um 21" 
 
F) " - Que quer dizer pitosga? 
 - Pitosga significa míope. 
 - E o que é míope? 
 - Míope é o que vê pouco." 
 
G) A ascensorista e o viúvo trataram-se como sempre: 
- Tudo bem com você? 
- Tudo. E você? 
- Tudo bem! 
- Ah... Até mais tarde. 
- Até mais tarde. 
 
5 Reconheça nos textos a seguir, as funções da linguagem: 
 
A) Ocorre quando o referente é posto em destaque, ou seja, o objetivo do emissor é 
simplesmente o de informar o seu receptor. A ênfase é dada ao conteúdo, às informações 
veiculadas pela mensagem. Os textos desta linguagem são dotados de objetividade, uma vez 
que procuram traduzir ou retratar a realidade. Bons exemplos da função 
____________________________________são os textos jornalísticos e científicos. 
 
B) Ocorre quando o receptor é posto em destaque, ou seja, a linguagem se organiza no 
sentido de convencer o receptor. Neste tipo de função é comum o emprego de verbos no 
imperativo e verbos e pronomes na 2° ou na 3° pessoas. Bons exemplos da função 
___________________________________são os textos de publicidade e propaganda. 
 
C) Ocorre quando o código é posto em destaque, ou seja, usa-se o código linguístico para 
transmitir aos receptores reflexões sobre o próprio código linguístico. Bons exemplos da 
função ______________________________________ são as aulas de línguas, gramáticas e 
o dicionário.D) Ocorre quando o emissor é posto em destaque, ou seja, a mensagem está centrada na 
expressão dos sentimentos do emissor. É um texto pessoal, subjetivo. É comum o uso de 
verbos e pronomes em 1° pessoa e também o uso de pontos de exclamação e interjeições. 
Bons exemplos da função _______________________________________ são textos líricos. 
 
E) Ocorre quando o canal é posto em destaque. O interesse do emissor ao emitir a 
mensagem é apenas testar o canal, o que tem o mesmo valar de um aceno com a mão, com 
a cabeça ou com os olhos. Exemplos típicos da função 
______________________________________são: "alô", "pronto", "oi", "tudo bem?" "boa 
tarde", "sentem-se", etc. 
F) Ocorre quando a própria mensagem é posta em destaque, ou seja, chama-se a atenção 
para o modo como foi organizada a mensagem. Bons exemplos da função 
____________________________________________ são textos literários, tanto em prosa 
quanto em verso. 
 
6 Na tira abaixo, o elemento que não está permitindo a comunicação é: 
 
A) Canal fechado. 
B) Falta de referencial. 
C) Ausência de emissor. 
D) Ausência de receptor. 
E) Código desconhecido. 
 
 
 7 Observe a imagem ao lado e assinale a única alternativa que contenha apenas as 
afirmativas verdadeiras: 
 
 
 
I- Este texto apresenta diversos desvios à língua culta, portanto não transmite sua mensagem. 
II- O canal em que essa mensagem foi produzida não atrapalha o entendimento da mesma. 
III- A mensagem é religiosa, destinada a receptores cristãos. 
 
Estão corretas apenas: 
A) I B) II C) III D) I e III E) II e III 
 
 
 
 
 
 
https://4.bp.blogspot.com/--bQZ_gcszSg/W1CYskXbCWI/AAAAAAAAAn0/66ircHVJDZsHxWfNNsJFZI6HX0ER6RS7ACLcBGAs/s1600/pa1.jpg
 
12 
 
8. De acordo com a imagem abaixo assinale V ou F nos parênteses e depois assinale a 
letra correta: 
 
 
 
( ) A situação do texto é um pedido de ajuda que não foi compreendido. 
( ) O emissor não entende a mensagem do receptor. 
( ) O código usado nesta comunicação é a língua portuguesa. 
( ) A palavra “hora” causou a confusão no diálogo. 
( ) Os sinais feitos com o dedo pelo homem que está atrás do carro não transmitem sentido 
nesta imagem. 
( ) Os sinais feitos com o dedo pelo homem que está atrás do carro são exemplos de 
linguagem não-verbal. 
 
A sequência correta é: 
 
A) V F V V F V B) V F V V F F C) F F V V F V D) V F F V F V 
 
 
9 (ENEM) - Em uma famosa discussão entre profissionais das ciências biológicas, em 1959, C. 
P. Snow lançou uma frase definitiva: “Não sei como era a vida antes do clorofórmio”. De modo 
parecido, hoje podemos dizer que não sabemos como era a vida antes do computador. Hoje 
não é mais possível visualizar um biólogo em atividade com apenas um microscópio diante de 
si; todos trabalham com o auxílio de computadores. Lembramo-nos, obviamente, como era a 
vida sem computador pessoal. Mas não sabemos como ela seria se ele não tivesse sido 
inventado. 
 PIZA, D. Como era a vida antes do computador? Ocean Air em Revista n° 1, 2007 (adaptado) 
 
Nesse texto, a função da linguagem predominante é: 
 
 A) Emotiva, porque o texto é escrito em primeira pessoa do plural. 
 B) Referencial, porque o texto trata das ciências biológicas, em que elementos como o 
clorofórmio e o computador impulsionaram o fazer científico. 
C) Metalinguística, porque há uma analogia entre dois mundos distintos: o das ciências 
biológicas e o da tecnologia. 
D) Poética, porque o autor do texto tenta convencer seu leitor de que o clorofórmio é tão 
importante para as ciências médicas quanto o computador para as exatas. 
E) Apelativa, porque, mesmo sem ser uma propaganda, o redator está tentando convencer o 
leitor de que é impossível trabalhar sem computador, atualmente. 
 
 10 Leia atentamente o texto abaixo: 
A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em 
unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um 
lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro 
dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações. 
DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 
 
https://3.bp.blogspot.com/-PWip4iRTL7s/W1CYxXFl3nI/AAAAAAAAAn4/i5dX0TtxebA5_rXg-G-75ecFqkSFl6h3gCLcBGAs/s1600/pa2.gif
 
13 
 
Predomina no texto a função da linguagem 
A) Referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais. 
B) Conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor. 
C) Poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem. 
D) Fática porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação. 
E) Emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia. 
11 Considere os enunciados a seguir e assinale a alternativa correta: 
I – Todo processo comunicativo pressupõe a presença dos seguintes elementos: emissor (que 
emite a mensagem); receptor (que recebe a mensagem); código(conjunto de sinais 
combinados, através dos quais a mensagem é transmitida); mensagem (algo que se quer 
transmitir); canal (meio físico através do qual a mensagem é transmitida); referente ou 
contexto (assunto referido na mensagem); 
II – Sempre que falamos, estamos transmitindo uma mensagem a alguém, não importando se 
a pessoa com quem estamos falando, conhece ou não nosso código lingüístico. 
III – Podemos comunicar algo por meio de gestos, sinais, imagens, desde que estes elementos 
sejam comuns ao nosso interlocutor (pessoa com quem falamos). 
 
A) Somente a alternativa I está correta; B) As alternativas I e II estão incorretas; 
C) Somente a alternativa III está correta; D) As alternativas I e III estão corretas; 
E) Nenhuma das alternativas é correta.
 
12 (UFPA – com adaptações) O texto abaixo apresenta, além de outras funções da 
linguagem, a função expressiva, por, em certos trechos, orientar-se para a: 
 
“Olhe, eu podia mesmo contar-lhe a minha vida inteira, em que há outras coisas 
interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel, e eu só tenho papel: o ânimo 
é frouxo, e o tempo assemelha-se à lamparina de madrugada. Não tarda o sol do outro dia, 
um sol dos diabos, impenetrável como a vida. Adeus, meu caro senhor, leia-me isso e queira-
me bem: perdoe-me o que lhe parecer mau, e não maltrate muito a arruda, se lhe não cheira 
a rosas. Pediu-me um documento humano e ei-lo aqui. Não me peça também o império do 
Grão-Mogol, nem a fotografia dos Macabeus, peça, porém, os meus sapatos de defunto e não 
os dou a ninguém mais.” 
 (Machado de Assis. O enfermeiro.) 
A) Primeira pessoa do discurso. B) Segunda pessoa do discurso. 
C) Terceira pessoa do discurso. D) Mensagem por ele mesma. 
E) explicação da linguagem. 
 
 13. Observe a tirinha abaixo e assinale a letra que contenha as afirmativas verdadeiras: 
 
 
 
 
 
https://1.bp.blogspot.com/-goYn8k3CGYU/W1CaMueASGI/AAAAAAAAAoQ/raMx3fLBZkgl96iO-VMuntXDG10SYFuggCLcBGAs/s1600/pa5.jpg
 
14 
 
I- A comunicação é iniciada pela personagem feminina através do código da língua 
portuguesa falada. 
II- Pode-se inferir que o personagem masculino, no segundo quadrinho, ignora a interação 
iniciada pela companheira, portanto não há comunicação entre eles. 
III- A intenção desta tirinha é fazer uma intertextualidade com a atual situação política do 
nosso Brasil. 
 
Está (ão) correta (s): 
 
A) I apenas B) II apenas C) III apenas D) I e III E) II e III 
 
14. Ainda sobre o texto acima, a função da linguagem predominante é a: 
 
A) Metalinguística, pois a personagem feminina usa a língua portuguesa para explicar a má 
fase do seu relacionamento. 
B) Fática, visto que ela tenta estabelecer um diálogo com o parceiro. 
C) Expressiva, uma vez que a personagem feminina expõe o que está sentindo pelamá fase 
do seu relacionamento. 
D) Conativa, pois a personagem feminina tenta convencer o parceiro a discutir a relação. 
E) Referencial, porque a personagem feminina avisa ao seu parceiro a real situação da 
relação deles. 
 
15. Da imagem abaixo se pode compreender que: 
 
 
A) O anúncio tem por objetivo conscientizar/persuadir o leitor a aderir a um projeto de 
proteger a natureza. 
B) O anúncio foi criado para explorar o sentido único da expressão “filho da mãe”. 
C) O objetivo principal deste texto é passar uma informação. 
D) A expressão “filho da mãe” causa estranheza ao leitor e foi usada no sentido pejorativo. 
E) O canal para veicular está mensagem é a revista Época e a função da linguagem 
predominante é a referencial. 
 
 
 
 
 
 
https://3.bp.blogspot.com/-6HOTESmJyk4/W1CaWyz35bI/AAAAAAAAAoU/89ZEP5QZIusy7ynR77x-ac7fPSqhMnL2gCLcBGAs/s1600/pa6.jpg
 
15 
 
 FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO 
 
Frase é todo o enunciado linguístico que tem sentido 
completo e termina com uma pausa pontuada. Não é 
necessário haver verbo para a formação de uma frase 
quando o que foi enunciado tem sentido completo. 
Exemplos: 
 Silêncio! 
 E agora, José? 
 Choveu. 
 Não sei o que dizer ... 
As frases são marcadas por entonação que, na escrita, ocorrem com o recurso dos sinais de 
pontuação. Sem a pontuação, as palavras são apenas vocábulos. 
Oração 
A oração é o enunciado que se organiza em torno de um verbo ou de uma locução verbal. 
As orações podem ou não ter sentido completo. 
Exemplos: 
 Acabamos, finalmente! 
 Levaram tudo. 
 É provável. 
 Estamos indo ... 
Período 
Período é frase organizada em uma ou mais orações. O período pode ser simples ou 
composto. 
Período Simples 
O período simples é formado por somente uma oração agrupada em torno de um único 
verbo ou de uma única locução verbal. Quando isso ocorre, o período é denominado oração 
absoluta. 
Exemplos: 
 Estamos felizes com os resultados. 
 Faltam apenas alguns dias. 
 Talvez eu vá. 
Período Composto 
O período composto é formado por mais de uma oração. Nesse caso, a quantidade de 
orações é sujeita ao número de verbos ou de locuções verbais. 
Exemplos: 
https://www.todamateria.com.br/locucao-verbal/
 
16 
 
 Faça como eu pedi. 
 Não sei se tenho coragem. 
 Começou a gritar enquanto ele ia passando. 
1. Analise as frases seguintes e identifique as que também são orações: 
A) Parabéns por tudo. ( ) 
B) Que comportamento agressivo! ( ) 
C) Será que ele vem hoje? ( ) 
D) Eu quero!( ) 
E) Agora, por favor! ( ) 
F) Nem pense nisso. ( ) 
2. Indique por quantas orações são formados os seguintes períodos e diga se são simples ou 
compostos. 
A) Eu li e reli, mas mesmo assim não entendi. ( ) ( ) 
B) Na semana passada fomos ver o filme do Batman. ( ) ( ) 
C) A professora pediu atenção e os alunos ouviram em silêncio. ( ) ( ) 
D) A minha vizinha me emprestou esse livro. ( ) ( ) 
E) Desejo que você concretize todos os seus desejos e seja feliz para sempre. ( ) ( ) 
4. Classifique os períodos colocando PS para período simples e PC para o período composto: 
A) Dei bobeira e comprei a passagem direto para o Rio. ( ) 
B) Antes os índios eram os donos da terra. ( ) 
C) Chegou ao bar, dançou, cantou, bebeu e foi embora. ( ) 
D) Eu sou o cara, mais dorminhoco do mundo. ( ) 
E) Você está triste. ( ) 
F) Eu quero que você me acorde quando o ônibus chegar( ) 
G) Atenção, vou contar uma piada. ( ) 
H) Inventei aquela desculpa porque não achei outra melhor. ( ) 
I) O estudo nos traz benefícios. ( ) 
J) O amor constrói e o ódio destrói. ( ) 
 
5) Indique nos parênteses o número de orações dos períodos abaixo: 
A) ( ) O passageiro deu um pulo da cadeira e voou no pescoço do cobrador e aí começou a 
briga. 
B) ( ) Segura daqui, pega dali, solta acolá, armou-se um circo espetacular. 
C) ( ) O passageiro nem se mexe. 
D) ( ) Fico muito nervoso quando me acordam. 
E) ( ) Pelo jeito vai ser um belo dia. 
F) ( ) Dia seguinte, seis e pouco da manhã, o ônibus para na rodoviária de Goiânia. 
G) ( ) Quando sou acordado, fico uma fera. 
H) ( ) O ônibus vai para Belo Horizonte. 
I) ( ) O passageiro ficou muito nervoso com o trânsito. 
J) ( ) O passageiro acorda sonolento, limpa os olhos, coça o peito e olha para o lado de 
fora. 
K) ( ) Cheguei, vi e venci. 
L) ( ) Não gosto de mentiras. 
M) ( ) Use o guardanapo ou ficará manchada a camisa. 
N) ( ) Não se preocupe; eu consigo chegar a tempo. 
O) ( ) Isaias tem se esforçado muito, portanto, conseguirá a promoção. 
P) ( ) Não gosto de jiló. 
 
17 
 
Q) ( ) Recife é considerada a Veneza brasileira. 
R) ( ) A costureira é caprichosa, logo fará um belo vestido. 
S) ( ) Não tenha medo! 
 
 
6. Leia a tirinha: 
I II III 
 
https://www.facebook.com/tirasarmandinho?fref=ts 
Analisando cada fala, pode-se dizer que apresenta(m) mais orações na fala o(s) quadrinho(s): 
A) I B) II C) III D) I e II E) I e III 
 
7.Sobre a organização de parágrafo em um texto, é INCORRETO: 
A) Cada parágrafo deve apresentar uma ideia central, sendo que a ideia principal do texto é 
colocada no parágrafo introdutório. 
B) Os parágrafos devem ter obrigatoriamente até cinco linhas. 
C) Os parágrafos podem possuir uma introdução, desenvolvimento e conclusão. Se 
possuírem, são chamados de parágrafo-padrão. 
D) A mudança de parágrafo deve ocorrer quando não há mais desenvolvimento da ideia-
núcleo, ou seja, quando houver um novo aspecto do texto a ser desenvolvido. 
 
8 Leia esta anedota: 
 
— O senhor admite que levou o carro e nega que o tenha roubado. Pode me explicar isto? 
— Eu não roubei, senhor juiz. O carro estava parado na porta do cemitério, e eu, 
naturalmente, pensei que o dono tivesse morrido... 
(Donaldo Buchweitz, org. Piadas para você morrer de rir. Belo Horizonte: Leitura, 2001. 
p.101.) 
 
 
 
1 – Na anedota, há dois períodos simples. Identifique-os 
__________________________________________________________________________ 
 
https://www.facebook.com/tirasarmandinho?fref=ts
http://3.bp.blogspot.com/-smoWLQL2zB4/VTL1HNCKB7I/AAAAAAAACjU/a5v3NAD0laU/s1600/AAAA.jpg
http://diogoprofessor.blogspot.com.br/search/label/Per%C3%ADodo%20Simples%20e%20Composto
 
18 
 
2 - Observe o primeiro e o último períodos do texto. 
a) O primeiro período é simples ou composto? Por quê? 
__________________________________________________________________________ 
b) Quantas orações compõem o último período do texto? Quais são elas? 
__________________________________________________________________________ 
 
9 – Leia este poema, de Manuel Bandeira: 
 
Céu 
 
A criança olha 
Para o céu azul. 
Levanta a mãozinha, 
Quer tocar o céu. 
 
 
Não sente a criança 
Que o céu é ilusão: 
Crê que o não alcança 
Quando o tem na mão. 
(Estrela da vida inteira. 2. ed. Rio de Janeiro: José 
Olympio, 1970. p. 195.) 
 
4 – Observe os períodos e as orações que compõem a 1ª estrofe. 
A) Qual é o número de períodos?_____________________________________________ 
B) Os períodos são simples ou compostos?________________________________________ 
C) Quantas orações há no 2° período dessa estrofe?_________________________________ 
 
 
TIPOLOGIAS TEXTUAIS 
I - NARRAÇÃO 
 A narração se caracteriza, essencialmente, pelo dinâmico, 
pela ação. Sempre é realizada sobre fatos de caráter 
dinâmico, onde o verbo predomina. 
É o relato das circunstâncias de um fato. Todo relato de 
fatos envolve: - - 
- um narrador na 1° ou 3° pessoa; 
- apresentação dos fatos em ordem cronológica ou de 
importância das circunstâncias que o envolveram. 
A caracterização é a fala dos personagens. 
O narrador é aquele através do qual a história nos chega; por isso, 
acaba por impor condições para o desenvolvimentodos demais 
elementos narrativos. Sabemos que, por exemplo, um narrador-
personagem (aquele que narra em primeira pessoa e está, de alguma 
maneira, envolvido na história que conta) não tem, a princípio, acesso 
ao mundo interior das outras personagens, não possui um 
conhecimento pleno sobre a totalidade dos seres que participam de sua 
história. Se por acaso, um narrador personagem passar mais informações que as possíveis 
para o seu "foco", o leitor pode, imediatamente, desconfiar da veracidade do narrado, 
questionar o narrador (a não ser que o personagem tenha sido construído como um 
mentiroso salafrário...) e, mais ainda, apontar um problema de incoerência textual. 
Todo assunto deve ter começo (prólogo), meio (trama) e fim (epílogo). 
Quando o narrador está em 1° pessoa ele narra sua própria estória, tornando-se o centro 
das atenções. 
Ex:"Eu quisera ser poeta, Ou compositor de hino, E num linguajar cristalino, Só fazer versos 
perfeitos, Porém, eu tenho esse defeito. 
Quando o narrador está em 3° pessoa, ele relata a estória de outra pessoa ou coisa, estando 
completamente fora da estória, servindo apenas como interlocutor. 
 
19 
 
Ex: "Os romeiros sobem a ladeira, cheia de espinhos, cheias de pedras, sobem a ladeira que 
levam a Deus, e vão cantando louvores pelo caminho.". 
A ordem dos fatos em toda a estória se desenrola em duas coordenadas: tempo e espaço. 
- tempo: pode ser cronológico, quando os fatos são narrados na mesma ordem em que eles 
se dão no mundo real e há uma narrativa linear (com/meio/fim); ou psicológico, quando nós 
nos envolvemos em um tempo que flui dentro de nós independentemente do relógio. Para a 
personagem, um minuto pode parecer uma eternidade ou uma vida eterna pode ser sentida 
num instante. Uma outra característica que merece ser destacada é a que diz respeito ao 
próprio ritmo da narrativa. Sabemos que os acontecimentos podem ser narrados conforme 
uma estruturação de temporalidade sequencial (os fatos seguem-se uns aos outros, na 
medida em que aconteceram, ou acontecem) ou rompendo-se essa estruturação através de 
flashbacks (retrospectivas) e de flashforwards (antecipações). 
- espaço pode ser: 
físico; lugar material (externo), onde se passam os fatos: rua, casa, cidade, etc; 
social; aglomerado de pessoas com objetivos comuns, ou seja, onde os indivíduos se 
congregam para fins sociais: cinema, sala de aula, baile. 
 
 
II - DESCRIÇÃO 
 
O ato de descrever requer alguns fatores básicos, como: percepção, análise, classificação. 
Descrever é traduzir em palavras, minuciosamente, um determinado objeto. A natureza da 
descrição é estática. Não se faz à base da ação, mas sim à base do estado do objeto. Todo o 
trabalho descritivo deve ser precedido de um levantamento de dados por parte do 
observador do objeto. Pode ser definida também como a definição de um objeto ou pessoa, 
através da exploração dos aspectos que caracterizam esse objeto ou pessoa. 
Ex: " ... um cara gordo, bem gordo, com a barriga saindo fora da cinta, paletozão largo, 
chapéu, e um revólver pequeno no coldre ... ". 
 
Jerônimo era alto, espadaúdo, construção de touro, pescoço de Hércules, punho de quebrar 
um coco com um murro: era a força tranquila, o pulso de chumbo. O outro, franzino, um 
palmo mais baixo que o português, pernas e braços secos, agilidade de maracajá: era a 
força nervosa; era o arrebatamento que tudo desbarata no sobressalto do primeiro instante. 
Um sólido e resistente; o outro, ligeiro e destemido; mas ambos corajosos. 
 
Nesse texto, extraído do romance “O cortiço”, Aluísio Azevedo selecionou determinados 
detalhes das personagens suficientes para caracterizar e sugerir ao leitor a força bruta de 
Jerônimo e a agilidade de Firmo. As demais características físicas que compõem essas 
personagens (olhos, rosto, cabelo, peito, pernas, etc.) são articuladas pela imaginação do 
leitor. Podemos dizer que o autor, diante da realidade física ou psicológica que está sendo 
descrita, coloca apenas as peças fundamentais de um quebra-cabeça, deixando as demais 
peças para serem preenchidas pela imaginação do leitor. 
 
 
III - DISSERTAÇÃO 
 
Consiste em tratar com desenvolvimento um ponto 
doutrinário. Para dissertar sobre algum assunto, é 
necessário planejamento e elaboração. 
 Na dissertação propriamente dita, não se verifica, como na 
narração, progressão temporal entre as frases e, na maioria 
 
20 
 
das vezes, o objeto da dissertação é abstraído do tempo e do espaço. É comum, em provas 
de concursos ou nos exames vestibulares, a dissertação exigida versa sobre tema genérico a 
respeito do qual uma pessoa mais ou menos informada possa escrever, desde que seja 
possuidora de alguns conhecimentos básicos. Dentre eles, destacam-se dois fundamentais: 
conhecimento sobre o tema e habilidade de expressão escrita. 
 
- conhecimento sobre o tema: 
Ao ler o tema exigido, a primeira coisa a fazer é elaborar um plano que dará segurança ao 
redator e firmeza sobre o que vai dissertar. É preferível escolher poucas ideias e bem 
argumentá-las a simplesmente constatar uma série de ideias sem argumentações coerentes. 
Seja qual for o tema, o espírito crítico do redator, quando evidenciado, deve revelar 
expressividade e inteligência. 
 
- habilidade de escrita: 
O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar: uma frase contendo a ideia 
principal (frase nuclear) e uma ou mais frases que explicitem tal ideia. 
Exemplo: "A televisão mostra uma realidade idealizada (ideia central) porque oculta os 
problemas sociais realmente graves. (ideia secundária) 
 
Tipos de dissertação 
 
3.1 Dissertação-Exposição 
Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações 
sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo 
apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: 
aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc. 
 
3.1 Dissertação-Argumentação 
Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. 
O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. 
Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É 
tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, 
crítica, editorial de jornais e revistas. 
 
 
A estrutura do texto dissertativo constitui-se de: 
 
1- introdução - deve conter a ideia principal a ser desenvolvida (geralmente um ou dois 
parágrafo) É a abertura do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a 
atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. 
Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser 
defendida. 
2- desenvolvimento - exposição de elementos que vão fundamentar a ideia principal que 
pode vir especificada através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da causa e 
da consequência, das definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica, da 
interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos 
forem necessários para a completa exposição da ideia. E esses parágrafos podem ser 
estruturados das cinco maneiras expostas anteriormente. 
3- conclusão - é a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer de forma muito 
mais convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da 
dissertação. (um parágrafo). 
 
 
21 
 
Observe o texto abaixo: 
 
Vida ou Morte 
 
INTRODUÇÃO 
A grande produção de armas nucleares, com seu incrível potencial destrutivo, criou uma 
situação ímpar na história da humanidade: pela primeira vez, os homens têm nas mãos o 
poder de extinguir totalmente a sua própria raça da face do planeta. 
 
DESENVOLVIMENTO 
A capacidade de destruição das novas armas é tão grande que, se fossem usadasnum 
conflito mundial, as consequências de apenas algumas explosões seriam tão extensas que 
haveria forte possibilidade de se chegar ao aniquilamento total da espécie humana. Não 
haveria como sobreviver a um conflito dessa natureza, pois todas as regiões seriam 
rapidamente atingidas pelos efeitos mortíferos das explosões. 
 
CONCLUSÃO 
Só resta, pois, ao homem uma saída: mudar essa situação desistindo da corrida 
armamentista e desviando para fins pacíficos os imensos recursos econômicosenvolvidos 
nessa empreitada suicida. Ou os homens aprendem a conviver em paz, em escala mundial, 
ou simplesmente não haverá mais convivência de espécie alguma, daqui a algum tempo. 
(Texto adaptado do artigo "Paz e corrida armamentista" in Douglas Tufano) 
Na introdução, o autor apresenta o tema (desenvolvimento científico levou o homem a 
produzir bombas que possibilitam a destruição total da humanidade), no desenvolvimento, 
ele expõe os argumentos que apoiam a sua afirmação inicial e na conclusão, conclui o seu 
pensamento inicial, com base nos argumentos. Na dissertação, podem-se construir frases de 
sentido geral ou de sentido específico, particular. Às vezes, uma afirmação de sentido geral 
pode não ser inaceitável, mas se for particularizada torna-se aceitável. Exemplo: É proibido 
entrar nesta sala. (sentido geral) É proibido entrar nesta sala sem autorização. (sentido 
específico) 
Sugestão de produção de texto com base em esquemas 
Esquema básico da dissertação 
1º parágrafo: TEMA + argumento 1 + argumento 2 + argumento 3 
2° parágrafo:desenvolvimento do argumento 1 
3° parágrafo: desenvolvimento do argumento 2 
4° parágrafo: desenvolvimento do argumento 3 
5° parágrafo: expressão inicial + reafirmação do tema + observação final. 
 
Exemplo: 
Tema: Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves 
problemas que preocupam a todos. 
Por quê? 
*arg. 1: Existem populações imersas em completa miséria. 
*arg. 2: A paz é interrompida frequentemente por conflitos internacionais. 
*arg. 3: O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico. 
Texto definitivo 
“Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver os graves 
problemas que preocupam a todos, pois existem populações imersas em completa 
 
22 
 
miséria, a paz é interrompida frequentemente por conflitos internacionais e, além do 
mais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico. 
 Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis – estas, mal distribuídas, quer 
entre Estados, quer entre indivíduos – encontramos legiões de famintos em pontos 
específicos da Terra. Nos países do Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África, 
vemos com tristeza, a falência da solidariedade humana e da colaboração entre as nações. 
Além disso, nestas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos conflitos 
internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras 
do Vietnã e da Coréia, as quais provocaram grande extermínio. Em nossos dias, 
testemunhamos conflitos na antiga Iugoslávia, em alguns membros da Comunidade dos 
Estados Independentes, sem falar da Guerra do Golfo, que tanta apreensão nos causou. 
Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela ambição 
desmedida de alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos 
rios. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, 
acabe por se transformar em local inabitável. 
Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar que o homem está muito 
longe de solucionar os graves problemas que afligem diretamente uma grande parcela da 
humanidade e indiretamente a qualquer pessoa consciente e solidária. É desejo de todos nós 
que algo seja feito no sentido de conter essas forças ameaçadoras, para podermos suportar 
as adversidades e construir um mundo que, por ser justo e pacífico, será mais facilmente 
habitado pelas gerações vindouras. 
Se vocês seguirem a orientação dada pelo esquema, desde o 1º parágrafo, verão que não 
há como se perder na redação, nem fazer a introdução maior que o desenvolvimento, já que 
a introdução apresenta, de forma embrionária, o que será desenvolvido no corpo do texto. E 
lembre-se de que a conclusão sempre retoma a ideia apresentada na introdução, 
reafirmando-a, apresentando propostas, soluções para o caso apresentado. Com essa noção 
clara, de estrutura de texto, também é possível melhorar o seu desempenho nas provas de 
compreensão e interpretação de textos. 
 
Proposta der atividades 
1 A partir da letra da música “Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling 
Stones” indique os elementos da narrativa : 
Personagens: 
Tempo: 
Espaço: 
Foco narrativo: 
Enredo: 
 
Música: Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stone 
 
Era um garoto que como eu 
Amava os Beatles e os Rolling Stones 
Girava o mundo sempre a cantar 
As coisas lindas da América 
 
 
Não era belo, mas mesmo assim 
Havia mil garotas afim 
Cantava Help and ticket to ride 
Oh! Lady Jane e Yesterday 
 
 
 
Cantava viva à liberdade 
Mas uma carta sem esperar 
Da sua guitarra, o separou 
Fora chamado na América 
 
Stop! Com Rolling Stones 
Stop! Com Beatles Songs 
Mandado foi ao Vietnã 
Lutar com vietcongs 
 
Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá ta 
Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá ta 
 
23 
 
Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá ta 
Ratá-tá tá tá 
Ra-tá-tátá-tá, ra-tá-tátá-tá 
 
Era um garoto que como eu 
Amava os Beatles e os Rolling Stones 
Girava o mundo, mas acabou 
Fazendo a guerra no Vietnã 
 
Cabelos longos não usa mais 
Não toca a sua guitarra e sim 
Um instrumento que sempre dá 
A mesma nota, ra-tá-tá-tá 
 
Não tem amigos, não vê garotas 
Só gente morta caindo ao chão 
Ao seu país não voltará 
 
Pois está morto no Vietnã 
Stop! Com rolling stones 
Stop! Com Beatles songs 
No peito, um coração não há 
Mas duas medalhas sim 
 
Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá ta 
Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá ta 
Ratá-tá tá tá, tatá-rá tá ta 
Ratá-tá tá tá 
Ra-tá-tátá-tá, ra-tá-tátá-tá 
 
1) Qual a tipologia textual do trecho apresentado abaixo? 
Dona Julieta chamou os filhos mais novos para uma conversa séria. Era uma manhã de 
domingo, o dia estava claro e ensolarado. Pediu a eles que compreendessem a situação do 
pai, que não tinha no momento condição de colocá-los em uma escola melhor. 
A) Dissertação subjetiva 
B) Descrição 
C) Narração com alguns traços descritivos 
D) Dissertação objetiva com alguns traços descritivos 
E) Narração com alguns traços dissertativos 
 
2) Assinale o trecho com características dissertativas. 
A) Era um homem alto, escuro, vestindo paletó cinza-claro. 
B) Encontrei os dois amigos numa pracinha perto daqui. 
C) Os ajudantes levaram a mesa para o palco. 
D) Nossa rua sempre foi escura, com muitas árvores nas duas calçadas. 
E) É importante manter o equilíbrio, pois só assim conseguimos resolver os problemas. 
 
3) Marque o texto com características narrativas. 
A) O ideal é que todos colaborem. Caso contrário, o Brasil continuará sem rumo. 
B) Rodrigo e Juliana estavam na sala, quando ocorreu a explosão. 
C) Ela tem olhos azuis e cabelos louros. Não parece brasileira. 
D) Minha casa tem dois andares. Os quartos ficam na parte de cima. 
E) A inteligência humana deve ser usada para o bem. 
 
4) Assinale a afirmativa errada. 
A) Na dissertação, o centro é a ideia. 
B) No discurso direto é empregado um verbo de elocução. 
C) Há três tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre 
D) O texto descritivo está centrado no objeto. 
E) O personagem-narrador leva o verbo normalmente à terceira pessoa. 
 
5) Marque a afirmação correta em relação ao texto abaixo: 
“Senti tocar-me no ombro; era Lobo Neves. Encaramo-nos alguns instantes, mudos, 
inconsoláveis. Indaguei de Virgília, depois ficamos a conversar uma meia hora. No fim desse 
tempo, vieram trazer-lhe uma carta; ele leu-a, empalideceu muito efechou-a com a mão 
trêmula.” (Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas) 
 
24 
 
A) É texto dissertativo com alguns elementos descritivos. 
B) Não se trata de texto narrativo, pois não há personagens. 
C) É um texto descritivo, com alguns elementos narrativos. 
D) O texto não apresenta personagem-narrador. 
E) Trata-se de uma narração, sem nenhum traço dissertativo. 
 
 
6. Em uma conversa ou leitura de um texto, corre-se o risco de atribuir um significado 
inadequado a um termo ou expressão, e isso pode levar a certos resultados inesperados, 
como se vê nos quadrinhos a seguir. 
 
 
Maurício de Souza. Chico Bento. Rio de Janeiro: Ed. Globo, nº 335, nov.de 1999. 
 
Nessa historinha, o efeito humorístico origina-se de uma situação criada pela fala da Rosinha 
no primeiro quadrinho, que é: 
a. Faz uma pose bonita! 
b. Quer tirar um retrato? 
c. Sua barriga está aparecendo! 
d. Olha o passarinho! 
e. Cuidado com o flash. 
 
O texto em quadrinhos é: 
A) Uma descrição. 
B) uma dissertação com passagens descritivas. 
C) uma narração. 
D) um texto argumentativo. 
E) uma narração com descrição. 
 
7 Sobre os tipos textuais, é correto afirmar, exceto: 
A) Os tipos textuais são caracterizados por propriedades linguísticas, como vocabulário, 
relações lógicas, tempos verbais, construções frasais, etc. 
B) Os tipos textuais são: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição. 
C) Geralmente variam entre cinco e nove tipos. 
D) Possuem um conjunto ilimitado de características, que são determinadas de acordo com o 
estilo do autor, conteúdo, composição e função. 
E) Os tipos de textos apresentam características intrínsecas e invariáveis, ou seja, não 
sofrem a influência do contexto de nossas atividades comunicativas. De maneira 
predeterminada, apresentam vocabulário, relações lógicas, tempos verbais e construções 
frasais que acolhem os diversos gêneros. 
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8 Sobre o texto dissertativo, é correto afirmar que: 
A) Trata-se de um tipo de texto que descreve com palavras o que se viu e se observou. Tipo 
textual desprovido de ação, em que o ser, o objeto ou o ambiente são mais importantes. 
Valorização do substantivo e do adjetivo, que ocupam lugar de destaque na frase. 
B) Tem como principal objetivo contar uma história, seja ela real ou fictícia e até mesmo 
mesclando dados reais e imaginários. Apresenta uma evolução de acontecimentos, ainda que 
sem linearidade ou relação com o tempo real. 
C) Tipo de redação escrita em prosa sobre determinado tema, sobre o qual deverão ser 
apresentados argumentos, provas e exemplos a fim de que se chegue a uma conclusão para 
os fatos abordados. 
D) Tipo de texto que indica para o leitor os procedimentos a serem realizados. Nesse tipo de 
texto, as frases, geralmente, estão no modo imperativo. 
 
 
Gêneros Textuais 
 
Os gêneros textuais são classificados conforme as características comuns que os textos 
apresentam em relação à linguagem e ao conteúdo. Existem muitos gêneros textuais, os 
quais promovem uma interação entre os interlocutores (emissor e receptor) de determinado 
discurso. São exemplos resenha crítica jornalística, publicidade, receita de bolo, menu do 
restaurante, bilhete ou lista de supermercado. É importante considerar seu contexto, função 
e finalidade, pois o gênero textual pode conter mais de um tipo textual. Isso, por exemplo, 
quer dizer que uma receita de bolo apresenta a lista de ingredientes necessários (texto 
descritivo) e o modo de preparo (texto injuntivo). 
 
Tipos de Gêneros Textuais 
Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura. Note que existem inúmeros gêneros textuais 
dentro das categorias tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais são 
estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos: narrativo, descritivo, 
dissertativo-argumentativo, expositivo e injuntivo. 
Texto Narrativo 
Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço. A estrutura 
da narração é dividida em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho. Alguns 
exemplos de gêneros textuais narrativos: Romance, Novela, Crônica, Contos de Fada, Fábula 
Texto Descritivo 
Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar, 
acontecimento. Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou 
apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do locutor (emissor). São exemplos 
de gêneros textuais descritivos: Diário, Relatos (viagens, históricos, etc., Biografia e 
autobiografia, Notícia, Currículo, Lista de compras, Cardápio, Anúncios de classificados 
Texto Dissertativo-Argumentativo 
Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assunto por meio de 
argumentações. São marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que 
tentam persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese 
(apresentação), antítese (desenvolvimento), nova tese (conclusão). Exemplos de gêneros 
textuais dissertativos: Editorial Jornalístico, Carta de opinião, Resenha, Artigo, Ensaio, 
Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado 
 
https://www.todamateria.com.br/texto-narrativo/
https://www.todamateria.com.br/narracao/
https://www.todamateria.com.br/o-que-e-romance/
https://www.todamateria.com.br/cronica/
https://www.todamateria.com.br/fabula/
https://www.todamateria.com.br/texto-descritivo/
https://www.todamateria.com.br/genero-textual-diario/
https://www.todamateria.com.br/genero-textual-noticia/
https://www.todamateria.com.br/texto-dissertativo-argumentativo/
https://www.todamateria.com.br/texto-editorial/
https://www.todamateria.com.br/resenha-critica/
https://www.todamateria.com.br/o-ensaio-como-genero-textual/
https://www.todamateria.com.br/como-fazer-uma-monografia/
 
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Texto Expositivo 
Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, por meio de recursos 
como: definição, conceituação, informação, descrição e comparação. Alguns exemplos de 
gêneros textuais expositivos: Seminários, Palestras, Conferências, Entrevistas, Trabalhos 
acadêmicos, Enciclopédia, Verbetes de dicionários 
Texto Injuntivo 
O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica uma ordem, 
de modo que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Por 
isso, apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo. Alguns exemplos de gêneros 
textuais injuntivos: Propaganda, Receita culinária, Bula de remédio, Manual de instruções, 
Regulamento, Textos prescritivos. 
Proposta de atividade 
QUESTÃO 1 
 
A diva 
Vamos ao teatro, Maria José? 
Quem me dera, 
desmanchei em rosca quinze kilos de farinha, 
tou podre. Outro dia a gente vamos. 
Falou meio triste, culpada, 
e um pouco alegre por recusar com orgulho. 
TEATRO! Disse no espelho. 
TEATRO! Mais alto, desgrenhada. 
TEATRO! E os cacos voaram 
sem nenhum aplauso. 
Perfeita. 
PRADO, A. Oráculos de maio. São Paulo: Siciliano, 1999. 
 
Os diferentes gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas pelo 
leitor com base em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em 
que ele é produzido. Assim, o texto A diva 
A) Narra um fato real vivido por Maria José. 
B) Surpreende o leitor pelo seu efeito poético. 
C) Relata uma experiência teatral profissional. 
D) Descreve uma ação típica de uma mulher sonhadora. 
E) Defende um ponto de vista relativo ao exercício teatral. 
 
2. Sobre as características dos gêneros textuais, é INCORRETO afirmar que: 
A) Os gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com 
base em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em que ele é 
produzido. 
B) Os gêneros textuais são estruturas relativamente padronizadas que variam de acordo com 
as várias situações comunicativas. 
C) Os gêneros textuais são estruturasbem definidas, limitadas, e podem apresentar-se sob a 
forma de cinco diferentes tipos de texto. 
D) Os gêneros textuais podem ser representados na linguagem verbal e não verbal, em 
anúncios publicitários, charges, tirinhas e também em reportagens, notícias, e-mails, etc. 
https://www.todamateria.com.br/texto-expositivo/
https://www.todamateria.com.br/genero-textual-entrevista/
https://www.todamateria.com.br/texto-injuntivo/
 
27 
 
E) Os gêneros textuais, por adequarem-se às necessidades linguísticas dos falantes de 
acordo com as mudanças históricas e sociais, são incontáveis, diferentemente do que 
acontece com os tipos textuais. 
 
3 Assinale a sequência correta: 
I. São definidos por propriedades linguísticas como vocabulário, relações lógicas, tempos 
verbais, construções frasais etc. 
II. Realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sociocomunicativas, ou seja, 
dentro de um contexto cultural e com função comunicativa. 
III. Abrangem um conjunto praticamente ilimitado de características determinadas pelo estilo 
do autor, conteúdo, composição e função. 
IV. Geralmente variam entre cinco e nove tipos: narração, argumentação, descrição, 
injunção e exposição. 
 
A) Tipo textual, gênero textual, gênero textual, tipo textual. 
B) Tipo textual, tipo textual, gênero textual, gênero textual. 
C) Tipo textual, gênero textual, gênero textual, gênero textual. 
D) Gênero textual, tipo textual, tipo textual, tipo textual. 
 
 
COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS 
 
 São dois conceitos importantes para uma melhor 
compreensão do texto. São dois fenômenos com 
níveis distintos de organização, mas estão 
intimamente ligados por serem responsáveis pela 
transmissão do significado do discurso, sendo que 
a primeira está relacionada com a organização 
textual e a segunda com o ato ilocucional. 
 
Coerência: é resultante da não- contradição entre 
os diversos segmentos textuais que devem estar 
encadeadas logicamente. Cada segmento textual é 
pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressuposto para o que lhe 
estender, formando assim uma cadeia em que todos eles estejam concatenados 
harmonicamente. Quando há quebra nessa concatenação, ou quando um segmento atual 
está em contradição com um anterior, perde-se a coerência textual. A coerência é também 
resultante da adequação do que se diz ao contexto extra-verbal, ou seja, àquilo a que o 
texto faz referência, que precisa ser conhecido pelo receptor. 
 
Coesão: refere-se ao modo como os elementos linguísticos existentes na superfície do texto 
se encontram interligados, por meio de recursos também linguísticos, formando sequência 
veiculadoras de sentido. É a propriedade que os elementos têm de um fazer referência ao 
outro. Do sentido de um depender da relação do outro. 
 
Alguns recursos de coesão textual 
 
1. Epítetos 
Epíteto é a palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa. 
Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais 
famoso do cinema brasileiro tenha morrido tão cedo. 
 
 
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2 Nominalizações 
Ocorre nominalização quando se emprega um substantivo que remete a um verbo enunciado 
anteriormente. 
Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho não era 
válido por serem parentes do assassino. 
Pode também ocorrer o contrário: um verbo retomar um substantivo já enunciado. 
Ele não suportou a desfeita diante de seu próprio filho. Desfeitear um homem de bem não 
era coisa para se deixar passar em branco. 
 
3.Palavras ou expressões sinônimas ou quase sinônimas 
Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que serviram 
até de porta de galinheiro. 
 
4 Repetição de uma palavra 
Podemos repetir uma palavra (com ou sem determinante) quando não for possível substituí-
la por outra. 
A propaganda, seja ela comercial ou ideológica, está sempre ligada aos objetivos e aos 
interesses da classe dominante. Essa ligação, no entanto, é ocultada por uma inversão: a 
propaganda sempre mostra que quem sai ganhando com o consumo de tal ou qual produto 
ou ideia não é dono da empresa, nem os representantes do sistema, mas, sim, o 
consumidor. Assim, a propaganda é mais um veículo da ideologia dominante. 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:Introdução à filosofia. São Paulo, 
Moderna, 1993. p. 50. 
5. Um termo-síntese 
O País é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um sem-número de papéis. 
Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o 
importador. 
A palavra limitações sintetiza o que foi dito antes. 
 
6. Pronomes 
 Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso. 
 O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito com a 
educação integral. 
 Aquele político deve ter um discurso muito convincente. Ele já foi eleito seis vezes. 
 Há uma grande diferença entre Paulo e Maurício. Este guarda rancor de todos, 
enquanto aquele tende a perdoar. 
 
7. Numerais 
 Não se pode dizer que toda a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos 
parece estar dominando o assunto. 
 Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua chegada; o segundo dizia 
justamente o contrário. 
 
 
8. Advérbios pronominais (aqui, ali, lá, aí) 
Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a obra-prima de Leonardo da Vinci: a 
“Monalisa”. 
9. Elipse 
O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele) Abriu a sessão às oito em ponto e (ele) fez então 
seu discurso emocionado. 
 
 
 
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10. Repetição do nome próprio (ou parte dele) 
 Manuel da Silva Peixoto foi um dos ganhadores do maior prêmio da loto. Peixoto disse 
que ia gastar todo o dinheiro na compra de uma fazenda e em viagens ao exterior. 
 Lygia Fagundes Telles é uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lygia é 
autora “Antes do baile verde”, um dos melhores livros de contos de nossa literatura. 
 
11. Metonímia 
Metonímia é o processo de substituição de uma palavra por outra, fundamentada numa 
relação de contiguidade semântica. 
 O governo tem-se preocupado com os índices de inflação. O Planalto diz que não 
aceita qualquer remarcação de preço. 
 Santos Dumont chamou a atenção de toda Paris. O Sena curvou-se diante de sua 
invenção. 
 
12. Associação 
Na associação, uma palavra retoma outra porque mantém com ela, em determinado 
contexto, vínculos precisos de significação. 
São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o trânsito, 
provocando engarrafamentos de até 200 quilômetros. 
A palavra alagamentos surgiu por estar associada a enchentes. Mas poderia ter sido usada 
uma outra como transtornos, acidentes, transbordamento do Tietê etc. 
 
 
ATIVIDADES 
 
1 – A partir de um "texto básico" dado, onde não está ainda realizada a coesão, você 
deverásubstituir os termos repetidos por sinônimos ou expressões adequadas, dando uma nova 
versão ao texto, utilizando os mecanismos de coesão que julgar convenientes. 
Modelo: As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os automóveispara vender 
os automóveis mais caro. O cliente vai à revendedora de automóveis com pouco dinheiro e, se 
tiver que pagar mais caro o automóvel, desiste de comprar o automóvel e as revendedoras 
de automóveis têm prejuízo 
 
Sabendo que automóveis podem também ser chamados de veículos, carros, e até mesmo de 
mercadoria ou produto quando expostos numa revendedora e que uma revendedora de 
automóveis pode também ser chamada de concessionária, agência etc, uma possível versão 
coesiva do texto acima, utilizando os vários mecanismos de coesão, poderia ser: 
As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os carros para vendê-los mais 
caro. O cliente vai lá com pouco dinheiro, e se tiver que pagar mais caro o produto desiste, 
e as agências têmprejuízo. 
Uma outra versão, utilizando somente o mecanismo de elipse, nos daria o seguinte texto: 
As revendedoras de automóveis não estão mais equipando paravender mais caro. O cliente 
vai com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais, desiste e as revendedoras têm prejuíz 
 
2 – Faça o mesmo exercício em relação aos textos a seguir, substituindo as palavras em negrito. 
 
Texto l 
Todos os anos dezenas de baleias encalham nas praias do mundo e até há pouco nenhum 
oceanógrafo ou biólogo era capaz de explicar por que as baleias encalham. Segundo uma 
hipótese corrente, as baleias se suicidariam ao pressentir a morte, em razão de uma doença 
grave ou da própria idade, ou seja, as baleias praticariam uma espécie de eutanásia instintiva. 
Segundo outra, as baleias se desorientariam por influência de tempestades magnéticas ou 
 
30 
 
de correntes marinhas. Agora, dois pesquisadores do Departamento de História Natural do 
Museu Britânico, com sede em Londres, encontraram uma resposta científica para o suicídio 
das baleias. De acordo com Katharine Parry e Michael Moore, as baleias são desorientadas de 
suas rotas em alto-mar para as águas rasas do litoral por ação de um minúsculo verme de 
apenas 2,5 centímetros de comprimento. 
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Texto 2 
Durante mais de um ano, o artista plástico baiano Emanoel Araújo empreendeu um 
mergulho profundo, em busca da produção artística dos negros no Brasil. O resultado 
pode ser visto na exposição “A mão Afro-Brasileira”A paciente pesquisa do artista 
plástico baiano Emanoel Araújo exigiu fôlego redobrado.Para chegar às raízes negras 
da arte brasileira, o artista plástico baiano Emanoel Araújo desceu ao século XV11I, 
na produção do Barroco e do Rococó. Para avaliar o momento atual de produção dos 
artistas negros, o artista plástico baiano Emanoel Araújo convocou 68 artistas negros 
a enviar obras para a exposição. 
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Texto 3 
A China é mesmo um país fascinante, onde tudo é dimensionado em termos gigantescos 
A China é uma civilização milenarA China abriga,na terceira maior extensão 
territorialplanetária (com 9 960 547km-), cerca de l bilhão e 100 mil habitantes, ou seja, 
um quarto de toda a humanidade. Mencionar tudo o que a China, um tanto misteriosa, 
tem de grande ocuparia um espaço também exagerado. 
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Texto 4 
Todas as descobertas para emagrecer sem fazer muito estorço não passam de falsas 
promessas. Todas? Uma nova droga ainda em testes, o Orlistat, parece fugir à regra. O 
Orlistat, que está sendo desenvolvido pelo laboratório Hoffmann-La Roche, funciona 
mesmo como uma mágica. O Orlistatprovoca uma rápida redução de peso, ainda que o 
paciente saia do sério na dieta. Em vez de inibir o apetite ou acelerar a queima de calorias 
pelas células, como fazem outras drogas desenvolvidas nas últimas décadas, o 
Orlistatimpede que a gordura caia na corrente sanguínea e se acumule na cintura e nos 
culotes. O Orlistat, além de promissor, promete ser uma mina de ouro para seus 
fabricantes dentro de alguns anos, quando provavelmente deve chegar às prateleiras das 
farmácias. Enquanto isso, pesquisadores tentam mapear todos os possíveis efeitos colaterais 
do Orlistat, que ainda não são totalmente conhecidos. (Adaptado de Veja, 28 jul. 1993.) 
 
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3 – Copie do texto palavras e expressões a que os termos grifados se referem. 
Bernardo tem 5 anos e gosta de saber tudo sobre lugares e países. Eu sou um pai coruja! 
Assim, na primeira oportunidade, comprei-lhe um desses globos terrestres modernos. No 
entanto, o garoto não lhe deu muita importância, quando apontei nele o Japão, o Brasil e 
muitos outros países. Limitou-se a fazê-lo girar doidamente. Parece que a novidade não o 
atraiu. Girou tanto o tal do globo que o desprendeu do suporte de metal. Logo se dispôs a 
sair jogando futebol com ele, mas não permiti tal coisa. Consegui convencê-lo a ir destruir 
outro brinquedo: o barulhento secador da mãe! E assim que me vi só, tranquei-me lá, no 
meu escritório, para apreciar aquela nova e preciosa aquisição! 
(Fernando Sabino – Adaptação) 
 
 
4- Nesta questão ocorrem alguns fragmentos narrativos que apresentam algum tipo de 
incoerência. Tente identificar e explicar o tipo de incoerência que você vê. 
Conheci Sheng no primeiro colegial e aí começou um namoro apaixonado que dura até hoje 
e talvez para sempre. Mas não gosto de sua família: repressora, preconceituosa, preocupada 
 
32 
 
em manter as milenares tradições chinesas.

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