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DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO

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DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO
As doenças que atacam no Sistema Digestório, ocorrem normalmente por alimentos, como ácidos, por exemplo, ou em outros casos, por problemas de ordem genética, as quais causam mal estar e desconforto. Dependendo do organismo, o indivíduo deve utilizar remédios, ou fabricados ou ervas.
2.1 Apendicite
Basicamente, a apendicite é o nome dado a inflamação do apêndice, um pequeno órgão localizado no lado direito do abdômen, que tem ligação direta com o intestino. É, portanto, decorrente da dificuldade de drenagem do conteúdo apendicular, do aumento do volume do apêndice e alterações circulatórias.
O apêndice é um tubo vermiforme que parte da primeira parte do intestino grosso e que se situa na região inferior direita do abdômen. Mede, aproximadamente, 3 metros de comprimento.
Em virtude da sua propensão às inflamações, gerou-se o mito em torno deste órgão de que ele não exerce função alguma no organismo, e não serve para outra coisa, a não ser para um receptáculo de inflamações, bem como ser removido através de cirurgia.  No entanto, pesquisas recentes tem demonstrado que o apêndice, assim como os demais órgão que compõem o corpo humano, exerce uma função específica no organismo. Numa pesquisa realizada na Midwestern University, no estado norte-americano do Arizona, cientistas contataram o potencial motivo da existência desse órgão no corpo humano está ligado às defesas imunológicas. 
De acordo com a esta pesquisa, concluiu-se que o órgão tem a função de povoar o sistema digestivo com bactérias que colaboram com o sistema imunológico e auxiliam na defesa de infecções. Desse modo, um microbioma equilibrado é de fundamental importância para a saúde em geral, sobretudo, para ajudar o corpo a se recuperar de ameaças bacterianas, como intoxicações alimentares. O apêndice seria, então, de acordo com esta pesquisa, uma espécie de depósito de bactérias, que são fornecidas para o sistema digestivo inteiro.  Foi observado na pesquisa que animais com apêndice possuem uma concentração maior de tecido linfático no intestino, essencial no sistema imune. Esse tecido promove a produção de bactérias benéficas ao intestino, que são armazenadas no apêndice.
Nos casos em que essas bactérias são expulsas do corpo, como em diarreias, a reserva do apêndice se torna extremamente útil, suprindo as que não estão mais presentes. Desse modo, pessoas que precisaram passar por um processo cirúrgico para a retirada desse órgão, possuem um sistema imunológico com uma leve deficiência. Consequentemente, essas pessoas podem demorar um pouco mais para se recuperarem de doenças, especialmente as que expulsam essas bactérias do corpo.
2.1.1 Causas da Apendicite
A causa mais frequente de apendicite é a obstrução do apêndice que produz um sobre-crescimento bacteriano desencadeando o processo inflamatório da apendicite. A obstrução pode ser:
· De causa intraluminal:
· Massa de fezes endurecidas no reto ou cólon (fecalito); 
· Tumor; etc.
· De causa extraluminal:   
· Aumento dos gânglios linfáticos (adenopatia);
· Membrana que se forma, em geral após um processo inflamatório, que pode comprimir um órgão ou tecido (brida)
2.1.2 Sintomas da Apendicite
O principal sintoma da apendicite é dor abdominal, que varia de acordo com a idade da pessoa e da posição do seu apêndice ("bolsa" presa na parte final do cólon) inflamado.Geralmente, o primeiro sinal é dor na região próxima ao umbigo, que pode ser fraca no início mas vai se tornando cada vez mais aguda e grave conforme as horas passam.
À medida que aumenta a inflamação no apêndice, num processo que varia de 12 a 18 horas, a dor tende a se mover para baixo e à direita - local diretamente acima do apêndice, também chamado ponto de McBurney.
Outros sintomas de apendicite, que aparecem junto com a dor são:
· Náusea;
· Vômitos;
· Apetite reduzido;
· Febre baixa.
Se o apêndice se rompe, a dor pode desaparecer por um breve período e a pessoa se sente melhor repentinamente. No entanto, uma vez que o revestimento da cavidade abdominal fica inflamada e infectada (uma condição chamada peritonite), a dor piora e os sintomas se intensificam - principalmente quando a pessoa caminha ou tosse.
Sintomas posteriores incluem:
· Calafrios;
· Constipação;
· Diarreia;
· Febre;
· Perda de apetite;
· Náusea a vômitos;
· Tremores.
Há várias doenças que podem apresentar sintomas similares aos da apendicite aguda:
· Doenças intestinais
– Gastroenterite aguda;
–  Doenças inflamatórias intestinais;
– Síndrome do cólon irritável, etc.
· Doenças urológicas
– Infeção urinária;
– Cólica renal, etc.
· Doenças ginecológicas
– Doença pélvica inflamatória;
– Rutura dum quisto ovárico;
– Endometriose;
– Gravidez ectópica; etc.
2.1.3 Realização e processo de diagnóstico
O diagnóstico é fundamentalmente clínico: ou seja, os sintomas que o doente apresenta, juntamente com a exploração clínica, irão dar o diagnóstico de apendicite. As análises podem dar informação da existência de um processo inflamatório.
Em geral, os médicos podem diagnosticar a apendicite pela sua descrição dos sintomas, pelo exame físico e pelos exames de laboratório. Em alguns casos, testes adicionais podem ser necessários.
Na apendicite, o nível de dor varia de acordo com o tempo, o que dificulta o diagnóstico. Além disso, apendicite não é o único capaz de causar dores abdominais, então o médico deverá realizar alguns exames para ter certeza absoluta de que se trata de um quadro de inflamação no apêndice.
· Exame físico: o tipo mais preciso de exame feito pelo médico é o exame físico, em que o médico pressionará a área dolorida. Na apendicite, quando a área em questão for pressionada, a dor sempre aumenta, indicando que naquele local há inflamação. O médico também deverá observar se há rigidez dos músculos do abdômen.
· Exame de sangue: o especialista também poderá optar por um exame de sangue, que mostrará o número de glóbulos brancos presentes no sangue do paciente. Se estiver mais alto do que o normal, é sinal de infecção.
· Exame de urina: este é mais utilizado para que o médico tenha certeza de que as dores não são fruto de pedras nos rins. Na análise dos resultados, é possível determinar a causa dos sintomas por meio da observação de glóbulos vermelhos, que ficam mais visíveis em microscópios quando há um quadro de cálculo renal. Caso eles não indiquem pedra nos rins, o médico suspeita de inflamação
· Raio-X: o médico também poderá solicitar um raio-X da região abdominal. Por meio da análise das imagens feitas no exame, que saem após poucos minutos, ele poderá fazer o diagnóstico correto.
No entanto, hoje podemos dispor de métodos de diagnóstico por imagem, nomeadamente ecografia e TAC (Tomografia Axial Computorizada), que permitem, quer confirmar a inflamação do apêndice, quer fazer diagnóstico diferencial com outras patologias que podem apresentar uma sintomatologia similar. Este diagnóstico diferencial é mais importante nas mulheres porque existem mais patologias do foro ginecológico que podem dar sintomas idênticos.
2.1.4 Tratamento
O tratamento da apendicite é cirúrgico, ou seja, o apêndice (que é uma "bolsa" presa na parte final do cólon) inflamado é retirado durante uma cirurgia, em que a pessoa está anestesiada, no hospital. O procedimento é conhecido como apendicectomia.
O apêndice não é substituído durante a cirurgia, apenas é feita a sua remoção. A retirada do apêndice não traz nenhum risco documentado para a vida do paciente no futuro, uma vez que ele não tem nenhuma atividade conhecida no corpo humano.
Se o caso estiver sem complicações, ou seja, for feito o diagnóstico com o apêndice ainda inteiro, um cirurgião normalmente o removerá logo após o problema ser constatado.
2.1.5 Tipos de Cirurgia
A cirurgia pode ser realizada de duas formas, a primeira é com uma pequena incisão de cerca de cinco centímetros no lado direito do abdome, logo acima do apêndice, para a sua remoção.
A segunda é através de laparoscopia, ou seja, o cirurgião faz três pequenos orifícios no abdômen, insere uma câmera para a visualizaçãodo procedimento e remove o apêndice. Esse método é menos invasivo que o tradicional e normalmente tem um tempo de recuperação menor.
Apenas o médico responsável poderá dizer qual o melhor tipo de cirurgia para cada caso e paciente.
2.1.6 Complicações 
A grande complicação da apendicite, quando não diagnosticada e tratada rapidamente, é o rompimento do apêndice - o que geraria o acúmulo de pus dentro do abdômen, atingindo outros órgãos.
Nestes casos, o médico indicará a melhor forma de tratar o problema e que represente menos riscos para o paciente.
Normalmente o abcesso e pus precisam ser drenados, o que pode ser feito com o auxílio de um tubo sob a pele e com medicamentos. A apendicectomia poderá ser realizada, nestes casos, depois que a infecção for controlada.
2.2 COSTIPAÇÃO INTESTINAL
A constipação intestinal é uma queixa muito comum e com definições variadas entre profissionais da área de saúde e pacientes. Em adultos: dificuldade de evacuação com fezes ressequidas ou muito dura; sensação de evacuação incompleta; sensação de obstrução ano-retal ou bloqueio; manobras manuais para facilitar e menos de três evacuações por semana. Em crianças: fezes duras na maioria dos movimentos intestinais em duas semanas; fezes firmes ao menos duas vezes por semana por duas semanas; ausência de doença metabólica, endócrina ou estrutural.
 	Devido a diferentes mecanismos, são reconhecidos alguns subtipos de constipação crônica: inércia colônica (motilidade lenta), dificuldade evacuatória (alteração funcional do assoalho pélvico, reto ou ânus) e constipação intestinal funcional quando há trânsito normal.
 Em estudo realizado em 1000 pacientes com constipação crônica, trânsito normal foi a forma mais prevalente (59%), seguida por dificuldade evacuatória (25%), trânsito lento (13%) e combinação de distúrbio evacuatório com trânsito lento (3%). A constipação intestinal, nos adultos, pode estar associada a co-morbidades como doenças neurológicas, psiquiátricas, endócrinas, proctológicas e metabólicas e ao uso de medicamentos com caráter anticolinérgicos (opióides, antidepressivos, diuréticos, anti-histamínicos, antiparkisonianos, benzodiazepínicos, corticóides, propanolol, fenotiazinas, sais de ferro e laxantes em uso sistemático), que pode levar ao cólon catártico, que só funciona a base de laxantes . Em crianças (0 a 18 anos), a prevalência varia de 0,7% a 29,6% (média de 8,9%). No Brasil, a prevalência em escolares chegou a 28% . Em sua maioria de causa funcional e, quando refratária ao tratamento, em crianças, tem sido atribuída a hipersensibilidade alimentar como a proteína de leite de vaca, por exemplo . Poucas apresentam uma doença orgânica que justifique o sintoma .
 	Em idosos, está associada a dieta pobre em resíduos, inatividade física, hidratação irregular, co-morbidades e uso de medicamentos. Neles, a prevalência atinge 15 a 20%, podendo atingir 50 % em pacientes institucionalizados. 
Cercada de mitos e concepções inadequadas, a prescrição de laxantes e purgantes é freqüente em todas as faixas etárias para o tratamento da constipação intestinal, às vezes, indevidamente sustentado por orientação médica, mesmo com sua eficácia e segurança pouco evidenciada em estudos controlados o uso de laxativos persiste como forma de tratamento da constipação. Sustentado pela mídia, em caráter puramente comercial, são atribuídos aos laxantes propriedades curativas e até cosméticas, apresentando qualidades fundamentais para a melhora do funcionamento intestinal e para o embelezamento da pele, como no tratamento da acne vulgar, por exemplo. E ainda hoje, alguns acreditam em uma suposta “auto-intoxicação intestinal” que provocaria um “envenenamento” atribuída a retenção dos próprios resíduos
Os laxantes e purgantes podem ser necessários dentro de um preparo pré operatório, para procedimentos radiológicos e endoscópicos, entre outros motivos e, excepcionalmente, sob supervisão médica, como adjuvante inicial, no tratamento da constipação.
Substâncias com potencial de alterar a função motora, absortiva e secretória do intestino podem promover constipação ou diarréia, desidratação e má nutrição, não sendo consideradas, portanto, estratégia terapêutica ideal para o tratamento da constipação intestinal.
Em virtude de sua variada etiologia e complexidade, a constipação intestinal, seja na criança, no adulto ou no idoso é motivo relevante para uma avaliação médica.
2.2.1 Aspectos fisiológicos
Dependente de vários fatores, o volume de líquido que entra no intestino é variável. Diariamente, aproximadamente 9 litros de líquidos entram no intestino delgado como resultado da soma de volumes ingeridos (2 litros) e de secreções do tubo gastrointestinal (7 litros).
Destes, mais ou menos 8 litros são absorvidos pelo intestino delgado. Qualquer fator que altere essa absorção trás repercussões ao funcionamento intestinal. Se a absorção está reduzida, a quantidade de líquido que chega ao cólon pode ultrapassar sua capacidade de absorção (5 litros).
Quando a entrada de líquido no ceco excede esse volume, ocorrerá diarréia; do contrário, uma excessiva absorção provocará a formação de fezes ressecadas, configurando a constipação.
A absorção de água, nos cólons, tem caráter eletrogênico uma vez que está relacionada ao transporte ativo sódio. O sódio é absorvido na forma de cloreto de sódio, sendo que o cloreto é absorvido por um mecanismo eletricamente neutro, isto é, o cloreto é trocado pelo ácido carbônico. 
Apensar da absorção de nutrientes no intestino grosso ser insignificante, ele absorve ácidos graxos de cadeia curta que por sua vez absorve água e eletrólitos, ao contrário do que acontece com os ácidos graxos de cadeia longa e os ácidos biliares que diminuem a absorção de água e eletrólitos, contribuindo, desta forma, para a diarreia.
Vários hormônios e neurotransmissores, dentre eles, a somatostatina, os opióides, os agonistas dopaminérgicos e adrenérgicos, o hormônio antidiurético, os peptídeos intestinais vasoativos, as prostaglandinas e os agonistas colinérgicos influenciam o fluxo de água e eletrólitos no cólon, portanto, qualquer substancia que interfira com
esses hormônios ou neurotransmissores modificam sua capacidade de absorção.
Alguns medicamentos podem, por diferentes mecanismos, provocar constipação intestinal.
2.2.2 Causas
A constipação pode ter as seguintes causas:
· Hábitos e rotina alimentar
a) dieta pobre em fibras;
b) excesso de alimentos ricos em pectina e caseína (alimentos constipantes);
c) inanição;
d) alteração fisiológica no processo de defecação;
e) laxantes (em uso sistemático).
· Distúrbios funcionais e estruturais
a) obstrução do cólon;
b) obstrução anal;
c) miopatias ou neuropatias viscerais.
· Anomalias neurológicas extra-intestinais
a) centrais;
b) periféricas.
· Distúrbios psiquiátricos
a) depressão;
b) psicose;
c) anorexia nervosa
· Doenças endócrinas ou metabólicas
a) adultos;
b) crianças
· Iatrogênicas
a) medicamentos
Outros fatores como: histórico de abuso sexual, sedentarismo, educação limitada, nível econômico baixo e depressão, são apontados como fatores de risco para constipação.
2.2.3 Tratamento
Em quaisquer dessas circunstâncias, a abordagem não medicamentosa constitui a primeira escolha de tratamento, com ênfase na rotina alimentar e nos hábitos de vida. 
De acordo com o fator desencadeante, outra alternativas não medicamentosas, podem ser utilizadas. É pouco provável que o uso sistemático de laxativos seja uma alternativa de tratamento, eles estão indicados quando as primeiras alternativas falham.
Alguns medicamentos atuam aumentando a capacidade secretória intestinal ou diminuem a absorção e ainda estimulam o peristaltismo, modificando assim, a consistência, a forma e a quantidade de fezes.
São popularmente divididos em laxantes e purgantes ou catárticos, conforme a rapidez e o produto de sua ação. Por esse ângulo, estão agrupados conforme o padrão de efeito e o tempo até o efeito esperado, não seguindo a classificação farmacológica clássica. Dentro dessa tabela, as substâncias formadorasde fezes macias ou pastosas, que se refere as fibras de origem vegetal, serão referidas apenas como fibras e as demais laxantes.
Laxantes demoram mais para atingir o efeito esperado (6 horas a 3 dias) e são mais suaves e promovem fezes macias ou pastosas, já os purgantes agem rapidamente (1 a 3 horas) e resultam em evacuação aquosa e volumosa.
A constipação intestinal é mais comum entre as pessoas sedentárias ou inativas, durante ou após uma mudança do hábito alimentar, uso de drogas; redução da atividade física e na vigência de estado mórbido que se caracteriza como fase aguda.
Na constipação simples, não associada a doenças, há pouco lugar para os laxantes, que podem ser usados numa fase inicial, em caráter excepcional, como coadjuvante no processo de mudança do hábito intestinal, alimentares e de vida, com incentivo à prática de atividades física.
A baixa ingestão de líquidos está associada a um trânsito intestinal lento e a diminuição da exoneração fecal, em adultos sadios.
A constipação é mais prevalente quando associada ao consumo de alimentos industrializados, refinados, conseqüentemente, pobre em fibras. Isso porque elas estão relacionadas a um aumento da freqüência de movimentos intestinais, do bolo fecal e a diminuição do trânsito intestinal. O aumento da oferta de fibras é a primeira recomendação, seja pelo aumento do consumo de frutas, vegetais e grãos integrais ou pelo uso de suplementos comerciais de fibras (20 – 25 g/dia) quando necessário.
Recomenda-se um aumento gradual da ingestão de fibras devido a flatulência, distensão abdominal e sensação de plenitude, a fim de melhorar a adesão do paciente.
Após a ausência de resposta a ingestão de fibras e aumento da atividade física, um expansor do bolo fecal (psyllium), e um laxativo salino (sulfato de magnésio) ou osmótico (glicerol) pode ser testado. As dose devem ser ajustadas até se atingir o efeito esperado, sempre atendo aos riscos de desidratação, principalmente em idosos.
Em último caso, quando esta estratégia falha, laxantes estimulantes podem ser utilizados (bisacodil ou derivados de sena). Ainda não há evidências consistentes de que, em doses recomendadas, lesem o cólon ou que sejam fator de risco independente para o câncer colorretal. 
Nos casos de constipação severa, reserva-se o tegaserode, pró-cinético, agonista parcial serotoninérgico. Laxativos osmóticos (polietilenoglicol) e formadores de bolo fecal são recomendados em idosos, embora haja poucos estudos demonstrando sua eficiência. Agonistas serotoninérgicos como tegaserode e neurotrofina não foram adequadamente testados em idosos.
Liberada desde 2006 pela FDA, a lubiprostona, ativa canais de cloreto do epitélio gastrointestinal, aumentando a secreção de fluidos.
Os laxativos podem ser testados para induzir movimentos intestinais, quando falha a terapêutica com fibras. Em casos de impactação fecal, o uso de enemas pode se fazer necessário.
2.3 DOENÇA DE CROHN
Doença de Crohn é uma doença inflamatória séria do trato gastrointestinal, que afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal.
Quando não é tratada, essa condição pode causar complicações graves devido à má absorção de nutrientes importantes e às respostas autoimunes/inflamatórias que degenera o tecido saudável em todo o corpo.
2.3.1 Causas
Não se sabe ao certo o que a causa a doença de Crohn, mas acredita-se que esteja relacionada com alguma desregulação do sistema imunológico. Também podem estar envolvidos outros fatores, como genéticos, ambientais, alimentares e infecciosos.
A enfermidade pode manifestar-se tanto em homens quanto em mulheres e é bastante comum em adultos entre os 20 e os 40 anos, tendo sua maior incidência.
Pesquisas sugerem que as os fatores de risco mais comuns são:
Idade – A doença de Crohn pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais provável que você desenvolva a doença ainda jovem. A maioria dos pacientes de Crohn são diagnosticados antes dos 30 anos de idade.
Dieta – Comer uma dieta pobre em nutriente, mas rica em alimentos picantes, alimentos fritos, alimentos processados, produtos lácteos, açúcar, álcool e / ou cafeína pode contribuir para um ambiente que incentiva o desenvolvimento da doença de Crohn.
Contraceptivos orais – Estudos têm ligado pílulas anticoncepcionais com o desenvolvimento da doença de Crohn. Dois grandes estudos feitos com mulheres norte-americanas descobriram que o uso de contraceptivos orais estava associado com maior risco de doença de Crohn.
Antibióticos – Há evidências de que o uso de antibióticos pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença de Crohn. 
Exposição a vírus e infecção – Os especialistas acreditam agora que a doença de Crohn pode estar ligado a vírus desconhecidos ou infecções bacterianas que causam altos níveis de inflamação e reações autoimunes.
Estresse – A associação do estresse com a doença de Crohn é controversa, mas não há dúvida de que o estresse pode piorar os sintomas e desencadear crises. Quando você está estressado, seu processo digestivo muda, e muda para pior. Seu estômago esvazia mais lentamente, mas secreta mais ácido. O estresse também pode acelerar ou retardar a passagem do conteúdo intestinal. Também pode causar alterações no próprio tecido intestinal.
História familiar – Você tem um risco aumentado de desenvolver Crohn se tiver um parente próximo com a doença. Uma em cada cinco pessoas com Crohn tem um membro da família com a doença.
Fumar – A doença de Crohn está na lista extremamente longa de efeitos secundários negativos para o tabagismo. Fumar é o fator de risco controlável mais importante para desenvolver a doença. Se você tem Crohn e fuma, você realmente precisa parar.
Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides – Esses medicamentos podem levar à inflamação do intestino que torna a doença de Crohn pior.
A medicina convencional diz que a causa exata da doença de Crohn permanece desconhecida. No entanto, a dieta inadequada e estresse estão muitas vezes na raiz da doença de Crohn.
2.3.2 Complicações 
Existem casos mais graves de obstrução intestinal e fissuras e fístulas no intestino, que são perfurações nessa região capazes de drenar para outras áreas, como a perineal, a vagina e a bexiga.
Complicações fora do aparelho digestivo também podem ocorrer, como anemia, artrite, inflamação ocular e fadiga.
2.3.3 Sintomas 
	Os principais sintomas são:
· Dores na região dos intestinos, que pioram especialmente após as refeições; 
· Diarreia e as vezes fezes com sangue;
· Vontade urgente para evacuar;
· Febre;
· Náuseas e vômitos;
· Fraqueza e cansaço geral; 
· Perda de peso causada por uma absorção de nutrientes deficiente; 
· Úlceras intestinais.
Podem ocorrer sintomas que não tem nada com o trato digestivo. Podendo causar problemas em outras partes do corpo. 
São eles:
Artrite: as articulações (normalmente os joelhos e os tornozelos) podem inchar ficar doloridas e endurecidas. A artrite afeta cerca de 30% das pessoas com a doença de Croh Os medicamentos podem ajudar, mas os problemas normalmente desaparecem quando a inflamação intestinal é controlada.
Sintomas de pele: as pessoas podem desenvolver erupções cutâneas ou doenças fúngicas dolorosas e avermelhadas nas pernas. O tratamento dos sintomas intestinais, em geral, melhora os sintomas de pele.
Sintomas oculares: os olhos podem ficar inflamados vermelhos feridos e sensíveis à luz. Esses sintomas aparecem normalmente antes de um agravamento da enfermidade, e desaparecem quando os sintomas intestinais são tratados
Há uma classificação básica da doença, conforme os sintomas
· Leve a moderada: Neste estágio, o paciente tem diarreia frequente e dor abdominal, mas pode andar e comer normalmente. Não está desidratado, nem tem febre alta. Também não sente dor abdominal forte, obstrução ou perda de peso de mais de 10%.
· Moderada a grave: É o paciente que falhou no tratamento de doença leve a moderada ou tem sintomas mais evidentes, como febre, perda de peso significativa,dor abdominal ou sensibilidade, náusea e vômitos intermitentes ou anemia significativa.
· Fulminante: Sintomas persistentes apesar de ter passado pelo tratamento adequado para o estágio moderado ou grave da doença. Pode sentir febre alta e vômitos persistentes. O paciente apresenta também evidências de obstrução intestinal ou abcesso, além de perda de peso mais grave.
2.3.4 Diagnóstico
Para diagnosticar a Doença de Crohn, os médicos avaliam a história do paciente, realizam exames físicos e uma variedade de testes de laboratório. A doença de Crohn tem sido historicamente difícil de diagnosticar, porque os sintomas variam em cada paciente e a maioria deles é também comum em outras doenças infecciosas do intestino.
Não há um exame específico que pode determinar se uma pessoa sofre ou não de doença de Crohn. Para chegar ao diagnóstico, o médico precisa ouvir todos os sintomas, conhecer o histórico do paciente, fazer exames físicos e solicitar testes clínicos. Depois de avaliar todos esses elementos, em conjunto, o médico poderá avaliar e chegar a uma conclusão. Neste cenário, a interação entre o médico e o paciente é muito importante na fase diagnóstica, estendendo-se ao período de tratamento, onde a união e o compartilhamento de responsabilidades são fundamentais.
Os exames solicitados podem ser:
· Hemograma para detectar anemia;
· PCR (marcador de inflamação no corpo);
· Endoscopia Digestiva Alta;
· Ileocolonoscopia;
· Ressonância Nuclear Magnética;
· Tomografia Computadorizada;
· Enterotomografia;
· Enteroressonância;
· Trânsito de Intestino Delgado – com contraste de bário;
· Enema Opaco – exame de imagem, feito com contraste via retal;
· Exame Histopatológico (biópsia).
2.3.5 Tratamento
A doença de Crohn não tem cura e por isso o seu tratamento serve para aliviar os sintomas sentidos. Assim, como não existe tratamento definido, nos períodos de crise podem ser administrados medicamentos para aliviar as dores e para acalmar a diarreia. 
O tratamento é específico para cada fase de desenvolvimento da doença, classificada como leve, moderada e grave. O seu objetivo é conter o processo inflamatório, aliviar os sintomas e regular desequilíbrios nutricionais.
Nos casos mais graves, pode ser indicada a realização de uma intervenção cirúrgica, de forma a remover porções do intestino que possam ter sido afetadas e danificadas pela doença. 
O tratamento clínico para a Doença de Crohn é feito com aminossalicilatos, corticoides, antibióticos, imunossupressores e terapia biológica e objetiva diminuir os sintomas da fase aguda, induzir o período de remissão e proporcionar a manutenção do mesmo.
2.4 Câncer de Cólon de Intestino
O “câncer colo retal” é um tumor maligno que abrange as células do cólon ou do reto. O cólon e o reto em conjunto formam o intestino grosso. O cólon absorve a água e os nutrientes dos alimentos e os resíduos passam ao reto.
Às vezes, as células do cólon ou do reto se alteram. Estas alterações podem conduzir a tumores benignos de cólon como os pólipos, que não são cancerosos. 
As alterações nas células do cólon e do reto também podem causar distúrbios pré-cancerosos. Isto significa que as células ainda não são cancerosas, mas há uma probabilidade maior de que estas alterações anormais se tornem um câncer.
As condições pré-cancerosas mais comuns do cólon e do reto são os pólipos adenomatosos (também chamados de adenomas) e as síndromes de polipose. Em alguns casos, as alterações nas células do cólon e do reto podem causar tumores malignos de cólon e reto.
Muitas vezes, o câncer coloretal começa nas células glandulares que produzem o muco e os fluidos digestivos. Estas células revestem o interior do cólon e do reto. Este tipo de câncer é chamado de adenocarcinoma do cólon e do reto.
Também é possível que uma pessoa desenvolva tipos raros de câncer coloretal, tais como o tumor 2requente2, o linfoma e o sarcoma.
2.4.1 Dados históricos
O Instituto Nacional do Câncer ( INCA) , quase 30 mil pessoas foram atingidas com o câncer colorretal no ano de 2010, é o quarto câncer mais frequente no Brasil. As regiões Sul e Sudeste são as com maior incidência da doença sendo que o Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro são os estados com maior incidência da doença.
O câncer do cólon e reto configura-se como o terceiro tipo de câncer mais comum entre os homens, com uma estimativa de 663 mil casos novos no mundo para o ano de 2008. Já para o sexo feminino, essa neoplasia é a segunda, com 570 mil casos novos no mundo. Cerca de 60% dos casos ocorrem em regiões mais desenvolvidas. A doença é mais 2requente no sexo masculino do que no feminino (cada caso identificado em mulheres corresponde a 1,4 casos encontrados nos homens). A incidência do câncer do cólon e reto está aumentando em países onde o risco era considerado baixo, como Japão e outras nações asiáticas. Em países sabidamente com alto risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer, a incidência apresenta uma estabilidade ou até mesmo um declínio, como é o caso dos países da Europa Ocidental, do norte Europeu e da América do Norte, além da Austrália.
2.4.2 Causas
Suas causas ainda não estão totalmente esclarecidas, entretanto alguns fatores podem aumentar os riscos de desenvolvimento da doença, como histórico familiar de câncer colorretal e hábitos alimentares. Normalmente a doença é mais comum após os 50 anos de idade. Pessoas acima do peso, sedentárias e com doenças inflamatórias no intestino grosso são alguns dos grupos de risco da doença.
O câncer colorretal é a principal causa de morte por câncer do aparelho digestivo. O diagnóstico precoce leva a cura em mais de 90% dos casos. Não há uma causa única de câncer de cólon. Quase todos os canceres do intestino começam como pólipos não-cancerosos (benignos), que se desenvolvem lentamente em câncer.
Indicativos de alto risco de câncer de cólon:
· Ter mais de 60 anos;
· Ingerir muita carne vermelha ou processada;
· Ter história pessoal ou familiar de câncer do intestino ou de pólipos;
· Ter doença inflamatória intestinal de longa evolução;
· Ter história pessoal ou familiar de câncer do mama;
· Ter diagnóstico de polipose adenomatosa familiar;
· Ter diagnóstico de síndrome de Lynch;
· Dieta: pobre em fibras, rica em gordura animal;
· Fumar cigarros e beber álcool são outros fatores de risco para o câncer colorretal.
2.4.3 Sinais e sintomas
Os principais sintomas são: 
· Mudanças nos hábitos intestinais;
· Estreitamento das fezes (devido à obstrução parcial do intestino grosso);
· Evacuações intestinais com sangue de cor vermelho ou preto (melena);
· Muco nas fezes; 
· Diarreia persistente; 
· Constipação persistente;
· Sangramento retal entre defecações;
· Sensação de que o intestino não esvazia completamente; 
· Necessidade urgente de defecar;
· Desconforto abdominal, dor, cólicas, gases, ventre inchado, sensação de plenitude;
· Nódulo palpável no abdome;
· Alterações na digestão, náuseas, vômitos, perda de apetite, fadiga, perda de peso;
· Anemia (geralmente como resultado de uma hemorragia dentro do intestino);
· Dificuldade de respirar, fraqueza, obstrução intestinal (bloqueio);
· Perfuração do intestino grosso acompanhada de febre e dor; 
· Fraqueza e infecção requente do trato urinário (como um resultado da formação de uma fístula ou por perfuração na bexiga).
Os sintomas do câncer colorretal dependem do lugar onde o tumor se encontra, se no cólon ou no reto. A obstrução do cólon ascendente (lado direito) é pouco provável, porque a matéria fecal desta parte do cólon ainda está em estado líquido e pode facilmente eliminar-se. As fezes negras, (cor do asfalto), são conhecidas como melena, estão geralmente associadas com tumores do cólon ascendente. O sangramento retal de cor vermelho brilhante, misturado com fezes, ou em sua superfície, é mais comum em tumores do cólon descendente (lado esquerdo) ou do reto.
Os sinais e sintomas tardios do câncer colorretal se produzem quando o câncer se dissemina a outras partes do corpo, incluindo outros órgãos. Nem todas as pessoas com câncer colorretalavançado apresentam os seguintes sinais e sintomas tardios: fortes dores abdominais, acúmulo de líquido no abdome (ascite), aumento do fígado (hepatomegalia), icterícia, aumento dos gânglios linfáticos, dor no quadril ou nádegas, problemas respiratórios e perda de apetite.
2.4.4 Diagnóstico
Geralmente, os testes físicos são decepcionantes. O toque retal é feito com o dedo protegido por luvas. O dedo inserido no ânus permite buscar possíveis anomalias no reto. É um exame rápido e econômico, mas só detecta anomalias ao redor do reto (uns 30% de tumores de reto são detectados).
Normalmente é necessário procurar um médico para avaliar os sintomas. Ele realizará um exame físico, avaliará as condições e o histórico do paciente, além de solicitar alguns exames para excluir a possibilidade de outras doenças, como, por exemplo:
· Exame de sangue;
· Exame de fezes (para analisar se há presença de sangue oculto nas fezes);
· Toque retal;
· Colonoscopia (inserção de um aparelho com uma câmera pelo ânus para analisar o reto e o cólon);
· Retossigmoidoscopia (inserção de um tubo flexível para visualizar o reto e o cólon);
· Biópsia (retira-se um pedaço do tecido da região afetada através de um endoscópio inserido no reto);
· Exames de imagem (tomografia, ressonância magnética, radiografia etc para localizar onde se encontra o tumor).
Dessa forma, é possível classificar qual tipo de câncer se originou e onde ele está localizado, para assim iniciar um tratamento mais adequado para cada caso.
2.4.5 Tratamento
Há determinados tratamentos ao câncer de cólon, que podem ter combinação ou não. Todo câncer de cólon deverá ser removido por cirurgia, porém certos casos podem apresentar a cirurgia associada com mais tratamentos.
O que vai estabelecer a seleção é o tumor e se já possui o diagnóstico com metástase ou não. Mais um fator determinante ao tratamento da doença é o estado de saúde e idade do paciente.
O tratamento da doença para uma mulher de 45 anos de idade, com boa saúde, é inteiramente diferente de realizar o tratamento em uma mulher de 80 anos de idade e doenças associadas, mesmo que o tipo e extensão do câncer se resumam de modo exato iguais. Nesta situação, deve ser considerado o impacto dos tratamentos e se os mesmos interferirão na qualidade de vida do indivíduo.
Abaixo estão os tratamentos existentes para curar o câncer de cólon geralmente são:
• Cirurgia: realizada para retirar o tumor e parte da área afetada juntamente com os linfonodos correlatos. Normalmente é feita após o tratamento com radioterapia e quimioterapia. Pode ser realizada através da COLONOSCOPIA ou pela ressecção (extração) local do tumor;
• Radioterapia: uso de raios eletromagnéticos local para tratar o tumor e aliviar os sintomas;
• Quimioterapia: medicações para combater o câncer que podem ser associadas à radioterapia após a cirurgia da retirada do tumor;
• Terapia biológica: é inserido um anticorpo e outras substâncias para tornar o corpo resistente contra a progressão do tumor. Só pode ser realizada em certos tipos de casos;
As chances de cura do câncer de cólon são grandes, mas sempre dependendo da extensão do problema, da saúde do paciente e se o tumor se espalhou para outros órgãos. Logicamente, quanto mais cedo for detectado, melhor será a recuperação do paciente.
2.4.6 Prevenção 
Para evitar o câncer de cólon, algumas medidas precisam ser observadas:
· Ter um estilo de vida mais saudável;
· Praticar atividade física regularmente;
· Não fumar (caso seja fumante, procure ajuda para se tratar do tabagismo o quanto antes);
· Não exagerar na bebida alcoólica;
· Evitar o consumo excessivo de carnes vermelhas, alimentos gordurosos, processados, embutidos, enlatados etc, buscando ingerir mais fibras, frutas, verduras e alimentos integrais;
· Fazer exames de rotina regularmente, principalmente se você tem predisposição à câncer colorretal;
· Nunca deixar de buscar ajuda médica ao persistirem os sintomas;
· Caso tenha histórico de pólipos intestinais, retirá-los antes de se tornarem prejudiciais.
2.5 ÚLCERA PÉPTICA
A úlcera péptica pode ser denominada também como Úlcera gástrica, Úlcera duodenal, Ferida no estômago. Essa doença caracteriza-se por uma lesão que se localiza no esôfago e com a mucosa da parede do órgão, afeta os vasos sanguíneos. A úlcera causa uma ferida e pode ser localizada em diversas partes do organismo.
As úlceras pépticas se propagam na porção inferior do esôfago, do estômago e do duodeno.
2.5.1 Causas
Quando há um desequilíbrio entre os fatores agressores e os protetores da mucosa gastroduodenal, ocorre o aparecimento da úlcera péptica. O estômago produz ácido clorídrico e outras substâncias para fazer a digestão dos alimentos, mas essas mesmas substâncias podem ser as responsáveis por iniciar o processo de lesão à mucosa quando não existe a predominância dos mecanismos de proteção. 
O muco produzido pelas células do estômago, a secreção de bicarbonato (que neutraliza o ácido) e a descamação constante da mucosa gástrica são alguns dos fatores de proteção. Estes mecanismos protetores são controlados pela produção de prostaglandinas.
O uso de alguns medicamentos, como os anti-inflamatórios, inibe a produção das prostaglandinas, comprometendo a proteção do estômago e do duodeno. A infecção por uma bactéria, conhecida como Helicobacter pylori, é uma das principais causas de úlcera. Mais de 90% das úlceras do duodeno e cerca de 70% das úlceras do estômago estão associadas ao Helicobacter pylori.
Os anti-inflamatórios não hormonais (AINHs) estão associados a menos de 5% das úlceras do duodeno e a cerca de 30% das úlceras do estômago. Menos de 1% das úlceras pépticas estão relacionadas a causas raras como a síndrome de Zolliger-Ellison, a doença de Crohn e a tuberculose, ou têm causa desconhecida.
Não existe comprovação científica de que alimentos como café, refrigerantes, leite, álcool e condimentos favoreçam o desenvolvimento de úlcera péptica. Da mesma forma, o fator psicológico, que acredita-se estar envolvido, também não foi confirmado.
2.5.2 Fatores de risco
	Constituem fatores de risco:
· Uso de aspirina (ácido acetilsalicíclico) e AINHs;
· Infecção pelo Helicobacter pylori;
· Gastrite crônica;
· Fumo;
· Aumento da idade;
· Ventilação mecânica (uso de aparelho para respirar artificialmente, por exemplo os usados por pacientes em estado grave em unidades de terapia intensiva);
· História familiar de úlcera péptica.
2.5.3 Sintomas
Uma úlcera pode ser assintomática ou apresentar como sintoma principal uma dor abdominal em queimação, principalmente na região central superior do abdome ("boca do estômago"). 
Esta dor poderá:
· Acordar a pessoa durante a noite;
· Ser aliviada com antiácidos ou alimentos não irritantes ao estômago;
· Ser mais intensa se a pessoa está de estômago vazio;
· Ela é pior antes das refeições e algumas horas (2 ou 3) após a alimentação.
Outros sintomas que podem estar presentes são:
· Azia;
· Náuseas;
· Indigestão;
· Vômitos. Caso uma pessoa com úlcera apresente vômitos com sangue, ela deve procurar assistência médica imediata, pois isso pode ser um sinal de sangramento da úlcera;
· Perda de peso não intencional;
· Fadiga.
2.5.4 Diagnóstico
Um clínico geral ou um gastroenterologista, deve revisar os sintomas, perguntar sobre o seu histórico de saúde e sobre alguns dados de doenças gastrointestinais na sua família, além de fazer um exame físico. Provavelmente deve ser solicitada uma endoscopia digestiva alta com biópsia.
A endoscopia usa um tubo flexível (endoscópio) inserido através da boca que vai até o estômago e permite a visualização da úlcera. Durante o exame pode ser feita uma biópsia, que retira um pedaço de tecido durante a endoscopia e manda este material para um laboratório para ser examinado. Verifica-se se existem células cancerosas ou se há uma infecção por Helicobacter pylori.
Outro exame que pode ser realizado é uma radiografia contrastada do tudo digestivo.
2.5.5 Tratamento
Os objetivos do tratamento são o alívio da dor, a cicatrização da úlcera e a prevençãodas complicações. O tratamento também pode evitar a recorrência da doença.
Para pessoas com infecção pelo Helicobacter pylori, o tratamento geralmente inclui dois antibióticos por 7 a 10 dias (os mais usados são a claritromicina e a amoxicilina). Muitas vezes o antibiótico é associado a um bloqueador H2 ou a um inibidor da bomba de prótons como o omeprazol, o lansoprazol ou o pantoprazol. Estes medicamentos irão suprimir a secreção ácida.
Aqueles que não têm infecção por Helicobacter pylori podem receber prescrições de antiácidos, bloqueador H2 ou inibidores da bomba de prótons. O tratamento geralmente dura de 6 a 8 semanas, mas um tratamento de longo prazo pode ser necessário em alguns casos.
Quando há sangramento da úlcera, uma endoscopia digestiva alta pode controlar o sangramento na maioria das vezes.
Para pessoas que não respondam ao tratamento com medicamentos ou endoscopia, uma cirurgia pode ser recomendada.
2.5.6 Prognóstico 
A maioria das úlceras são curadas com o uso de medicação em 6 a 8 semanas. Elas respondem bem ao tratamento. A recorrência é comum, mas é menos provável se a infecção pelo Helicobacter pylori é tratada e as medicações que bloqueiam a secreção ácida são usadas de forma continuada.
Você pode ajudar a reduzir a chance de recorrência usando todas as medicações que seu médico prescrever de maneira correta.
2.5.7 Complicações 
As possíveis complicações são:
· Sangramento: hemorragia que pode manifestar-se por vômitos com sangue ou sangue nas fezes;
· Perfuração no estômago: buraco no estômago causado pela úlcera;
· Obstrução: cicatrização da úlcera que pode impedir a passagem de alimentos;
· Malignização: a úlcera no duodeno apresenta uma incidência muito pequena de malignidade. No entanto, 5% das úlceras no estômago com aparência benigna revelaram-se maligna. Cerca de 2-3% das úlceras gástricas podem originar um câncer de estômago, por isso devem ser corretamente tratadas e acompanhadas.
Essas complicações podem ser tratadas com medicação, endoscopia ou (em raros casos) com cirurgia.
2.5.8 Prevenção 
Caso o indivíduo apresente fatores de risco para desenvolver úlcera no estômago, é preciso tomar cuidado ao usar aspirina (ácido acetilsalicílico) ou AINHs. 
Todas as vezes que for necessário usar AINHs, deve ser tomado após a ingestão de algum alimento para evitar a irritação no estômago. O médico deverá ser sempre consultado em caso de substituição por acetaminofeno ou paracetamol.
O fumo e o álcool deverão ser evitados. O fumo dificulta o tratamento da gastrite e a cicatrização da úlcera. E o álcool estimula a secreção de ácidos. 
Pode ser importante fazer outras modificações no estilo de vida, tais como:
· Ter uma dieta equilibrada fazendo 4 a 6 refeições ao dia com intervalos regulares, seguindo os alimentos orientados por seu médico;
· Evitar café, refrigerante, comidas ácidas como frutas cítricas, alimentos condimentados, frituras ou bebidas alcóolicas, pois eles podem agredir a mucosa do estômago.
· Optar por alimentos com pouco açúcar, pois doces aumentam a secreção ácida;
· Alimentos e líquidos muito quentes irritam toda a mucosa do sistema digestivo. Antes de comer, deverá sempre esperar que eles esfriem um pouco;
· Comer devagar e mastigue bem os alimentos. A digestão começa na boca. Assim, auxiliará o estômago no seu processo;
· Ter boas noites de sono.
· Exercitar-se como recomendado por seu médico.
Caso os sintomas persistam ou eles comecem a incomodar mais, o médico deverá ser consultado. 
3. CONCLUSÃO
O corpo humano é formado por várias partes inter-fracionadas, que se interligam dentro do organismo para a sobrevivência dos seres humanos. Cada um dos sistemas existentes possui funções próprias e características singulares, as quais são responsáveis por uma ou mais atividades, que se desenvolvem através de reações químicas (como a mastigação e a deglutição) e físicas (como a ação das enzimas para a quebra das moléculas).
O sistema digestório possui uma estruturação bastante complexa e importante para o organismo. Tem a responsabilidade de manter o suprimento de água, nutrientes e eletrólitos no corpo, onde todos devem estar em um fluxo contínuo para o seu bom funcionamento.
É considerado como a porta de entrada de todas as substâncias nutritivas do organismo, sendo capaz de digerir todos os alimentos consumidos pelo seu trato digestivo. É através do aparelho digestivo que o homem transforma os alimentos em substâncias fundamentais para o funcionamento do seu organismo. O sistema digestório é responsável por transformar o alimento em matéria-prima para a construção e reparo das células do corpo e para fornecer energia. Além disso, o sistema digestório faz a eliminação dos resíduos que não são mais necessários ao corpo. 
Devido à importância que o sistema digestório desempenha no organismo, as doenças que o afetam podem ser muito danosas e, em alguns casos, até mesmo fatais. A saúde do organismo dependerá da sincronia existente em cada processo, ou seja, cada órgão funcionando em suas perfeitas condições.
Algumas doenças que afetam o sistema digestório são originadas da má alimentação, outras são provenientes de um fator hereditário, outras, ainda, são ocasionadas pelo sedentarismo, o qual constitui uma fonte dessas doenças. 
Para evitar qualquer uma dessas patologias, é necessário manter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas, bem como realizar uma vida realizar exames periódicos, para evitar surpresas.
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