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DETERMINAÇÃO DE UMIDADE E SÓLIDOS TOTAIS EM ALIMENTOS CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVEL CURSO: Biomedicina DISCIPLINA: Bromatologia ÁGUA NOS ALIMENTOS • Principal componente dos alimentos. • Solvente • Transferência de calor • Congelamento • Promotora de mudanças químicas • Reações de Hidrólise X ÁGUA NOS ALIMENTOS Confere ao alimento: • Textura • Disponibilidade de macro e micro nutrientes • Palatabilidade • Estabilidade • Maior peso. Entretanto, pode ser o principal fator intrínseco na decomposição do produto. X ÁGUA NOS ALIMENTOS • O conteúdo de água é obtido pela determinação da água total contida no alimento. • Entretanto, esse valor não nos fornece indicações de como está distribuída a água nesse alimento, como também não permite saber se toda a água está ligada do mesmo modo ao alimento. Conteúdo de umidade nos alimentos ÁGUA NOS ALIMENTOS • O grau e a intensidade da ligação da água ou da hidratação dependem de vários fatores • Dependendo do tipo e natureza da ligação, a água presente nos alimentos é classificada de três formas: • Natureza dos constituintes da MS • Composição salina • pH • TºC ÁGUA LIVRE ÁGUA PARCIALMENTE LIGADA ÁGUA LIGADA ATIVIDADE DE ÁGUA (Aw) • Medida da [água] refere-se à medição de sua atividade (Aw), ou seja, medição do teor de água livre no alimento. • A Aw provê a medida da disponibilidade de água para reações químicas e enzimáticas, sejam estas no próprio alimento ou catalisadas por microrganismos presentes nele. “Indica a intensidade das forças que unem a água com outros componentes não-aquosos e, consequentemente, a água disponível para o crescimento de mo’s e para que se possam realizar ≠ reações químicas e bioquímicas”. ATIVIDADE DE ÁGUA (Aw) ATIVIDADE DE ÁGUA (Aw) • A atividade da água (Aw) define-se como a relação existente entre a pressão de vapor de uma solução ou de um alimento (P) com relação à pressão de vapor da água pura (Po) à mesma temperatura (T). • Está associada a quantidade de água livre no alimento. 𝐴𝑤 = ( 𝑝 (𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜) 𝑝𝑜 (𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 á𝑔𝑢𝑎) ) TºC Métodos para determinação de atividade da água (Aw) ✓Determinador de Aw - AquaLab® - Psicrômetro, utiliza a técnica do ponto de orvalho em espelho resfriado para medida de Aw. Ponto de orvalho é uma medida primária da pressão de vapor. - Aw é medida quando ocorre o equilíbrio entre a água da amostra com o vapor de água no espaço vazio da câmara de amostra. - Mede-se então a pressão de vapor no espaço vazio. - A Aw da amostra é a razão entre a saturação da pressão de vapor na TºC da amostra pela pressão de vapor de saturação na TºC do ponto de orvalho (quando começa a condensação) . Métodos para determinação de atividade da água (Aw) Pesar 2 – 3g de amostra em cadinho de alumínio, colocar em dessecador fechado em atm com UR de equilíbrio conhecida, gerada normalmente por uma solução salina supersaturada e TºC controlada (dentro de uma estufa). As amostras são pesadas regularmente até peso estável, a Aw do alimento é calculada a partir da ≠ (Peso inicial – Peso final). ✓Dessecador Umidade e Aw em alguns alimentos UMIDADE E VOLÁTEIS É uma das medidas mais importantes e utilizadas na análise de alimentos. A DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DE UM ALIMENTO É DE GRANDE IMPORTÂNCIA POR REFLETIR SUA PERECIBILIDADE Pode afetar: ESTOCAGEM, EMBALAGEM e PROCESSAMENTO SÓLIDOS TOTAIS São obtidos pela diferença entre o peso total da amostra e o conteúdo de umidade. %ST = 100 - %U Conteúdo de umidade e sólidos totais nos alimentos Alimento Umidade (%) Sólidos Totais (%) Produtos lácteos fluidos 87 – 91 9 – 13 Leite em pó 4 96 Queijos 40 – 75 25 - 60 Manteiga 15 85 Creme de leite 60 – 70 30 - 40 Sorvetes 65 35 Frutas 65 – 95 5 - 35 Carnes e peixes 50 – 70 30- 50 Cereais < 10 > 90 Açúcar ≤ 1 99 Ovos 74 26 Métodos de determinação de umidade • Não existe nenhum método que seja ao mesmo tempo exato, preciso e prático. • Principais dificuldades: – Separação incompleta da água do produto; – Decomposição do alimento com formação de água além da original – Perda de substâncias voláteis que serão computadas como peso em água. • Na prática → usa-se método que determine um maior valor da umidade. Métodos de determinação de umidade Métodos de determinação de umidade • Método + utilizado em alimentos. • Princípio: baseia-se na perda de peso da amostra após a remoção de água por aquecimento (evaporação). Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR SECAGEM a) SECAGEM EM ESTUFAS Cálculo: % U ou subst. voláteis a 105°C: 𝑵 𝒙 𝟏𝟎𝟎 𝑷 Onde: N = g de umidade (perda de massa em g) P = peso da amostra em g Método Oficial: Gravimétrico! • O ar quente é absorvido por uma camada muito fina do alimento e então conduzido para o interior por condução. • Como a condutividade térmica dos alimentos é baixa leva muito tempo para o calor atingir as porções internas. • 6 a 18 horas entre 100°C e 105°C, ou até peso constante. Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR SECAGEM a) SECAGEM EM ESTUFAS Tipos de estufa • Simples; • Com ventilação (ar forçado); • A vácuo Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR SECAGEM a) SECAGEM EM ESTUFAS Tipos de recipiente Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR SECAGEM a) SECAGEM EM ESTUFAS - Cadinho: Porcelana, vidro e alumínio - Pesa-filtro: vidro - Cápsula de porcelana • Procedimento: determinação de umidade em estufa a 105°C Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR SECAGEM a) SECAGEM EM ESTUFAS ➢ Evaporação por um determinado tempo: remoção incompleta da água. ➢ Evaporação até peso constante: superestimação da umidade por perda de substâncias voláteis ou por reações de decomposição. Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR SECAGEM a) SECAGEM EM ESTUFAS Precauções ➢ T°C de secagem; ➢ UR e movimentação do ar dentro da estufa; ➢ Tamanho das partículas e espessura da amostra; ➢ Construção da estufa; ➢ Número e posição das amostras dentro da estufa; ➢ Formação de crosta seca na superfície da amostra; ➢ Material e tipo de cadinhos; ➢ Pesagem da amostra quente. Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR SECAGEM a) SECAGEM EM ESTUFAS A exatidão do método é influenciada por vários fatores ➢ Estufa normal: um pouco acima de 100°C ➢ Estufa a vácuo: ~ 70°C (preserva a amostra e evita a formação de crosta na superfície) Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR SECAGEM a) SECAGEM EM ESTUFAS TºC DA ESTUFA ➢ Até peso constante (~6h) TEMPO ➢ Menor espessura possível PARTÍCULA DOS ALIMENTOS ➢ Deve ser feita somente após de ser esfriada completamente no dessecador. PESAGEM ➢ Maior em cadinhos de alumínio do que de vidro e porcelana, maior em cadinhos rasos do que fundos e maior com estufas com ventilação. VELOCIDADE DE EVAPORAÇÃO ➢ AMOSTRAS LÍQUÍDAS: evaporadas em banho-maria até consistência pastosa para então serem colocadas na estufa; ➢ AMOSTRAS AÇUCARADAS: formam uma crosta dura na superfície, que impede a saída da água do interior (adição de areia em pó à amostra (↑ superfície evaporação); ➢ AMOSTRAS GORDUROSAS: secos em estufa a vácuo numa Tº não excedendo 70°C; ➢ PESO DA AMOSTRA: entre 2 g e 5 g (formar uma camada fina no cadinho), depende do conteúdo de umidade da amostra. Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR SECAGEM a) SECAGEM EM ESTUFAS PREPARO DA AMOSTRA 1. Produtos com alto conteúdo de açúcar e carnes com alto teor de gordura: temperatura que não exceda de 70°C. 2. Não serve para amostras com alto teor de substâncias voláteis: como condimentos. 3. Variação de até 3°C nas ≠ partes da estufa. 4. Alguns produtos são muito higroscópicos. 5. Açúcares: reações de caramelização com liberação de água (estufa a vácuo a 60°C) 6. Açúcares redutores e proteínas: escurecimento por reação de Maillard, com formação de compostos voláteis como CO2 e compostos carbonílicos e produtos intermediários. Métodos de determinação de umidade MÉTODOSPOR SECAGEM a) SECAGEM EM ESTUFAS LIMITAÇÕES DO MÉTODO • É mais efetivo e envolve a penetração do calor dentro da amostra. • Encurta o tempo de secagem em até 1/3 do total. • Lâmpada de radiação infravermelha com 250 a 500 watts. • Temperatura entre 700°C Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR SECAGEM b) SECAGEM POR RADIAÇÃO INFRAVERMELHA DESVANTAGEM: Processo lento por secar uma amostra de cada vez; Repetibilidade não é eficiente resultado de variação e energia elétrica durante as medidas. • A distância entre a lâmpada e a amostra deve ser cerca de 10 cm para evitar decomposição da amostra. • A espessura da amostra deve ficar entre 20 e 15 mm. • O tempo de secagem varia com a amostra (20 min para produtos cárneos e 10 min para grãos). MÉTODOS POR SECAGEM b) SECAGEM POR RADIAÇÃO INFRAVERMELHA Métodos de determinação de umidade • Peso da amostra: entre 2,5 e 10 g (dependendo do conteúdo de água) • Equipamentos possuem uma balança que dá a leitura direta do conteúdo de umidade por diferença de peso. • Método rápido; • Pode secar até 70g de amostra; • Não é um método padrão; Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR SECAGEM c) SECAGEM POR MICROONDAS • É uma energia eletromagnética; • Mecanismos (rotação dipolar e polarização iônica). As moléculas de água giram na tentativa de alinhar seus dipolos; • Calor é distribuído uniformemente, facilitando a evaporação da água e evitando formação de crosta na superfície. Tipos de Amostras ✓ A amostra é misturada com cloreto de sódio (que evita que a amostra seja espirrada fora do cadinho) e óxido de ferro (que absorve fortemente radiação de microondas acelerando a secagem). ✓ Alimentos com ↑ umidade (frutas e vegetais): aplicação limitada (superaquecimento – caramelização). ✓ Sementes e plantas secas: amostras de baixa umidade (água ligada), necessário a moagem dos grãos. ✓ Carnes: ↑ umidade, porém a falta de parede celular melhora a permeabilidade do vapor. Presença de gordura diminui a absorção das energias de microondas. ✓ Laticínios e alimentos processados: amostras uniformes, porém a alta [sal] ou de água ligada pode dificultar. Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR SECAGEM c) SECAGEM POR MICROONDAS • Utilizam vácuo e/ou compostos químicos absorventes de água (H2SO4); • Secagem muito lenta, até meses em T° ambiente; • Mais rápida em T de 50°C e vácuo Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR SECAGEM d) SECAGEM EM DESSECADORES • Princípio: a umidade de um alimento é codestilada com um solvente de ponto de ebulição superior e que seja imiscível com a água. • Método antigo; • Não é muito usado, demorado; • + usado para grãos e condimentos • Solventes utilizados: Tolueno (PE = 111 °C), Tetracloroetileno (PE = 121 °C ) ou Xileno (PE = 137 a 140 °C). Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR DESTILAÇÃO Destilação direta • Solventes imiscíveis (xileno ou tolueno) de PE superior ao da água são add à amostra. Destilação por refluxo • Add solvente menos denso que a água (tolueno) que forma emulsão com a água na forma de vapor. • Medem diretamente a umidade retirada, captada na proveta na forma de água líquida. Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR DESTILAÇÃO TIPOS DE MÉTODOS POR DESTILAÇÃO • O equipamento deve estar extremamente seco. • O frasco coletor deve ser calibrado com destilações sucessivas de quantidades conhecidas de água. Destilação direta Destilação por refluxo Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR DESTILAÇÃO TIPOS DE MÉTODOS POR DESTILAÇÃO Métodos de determinação de umidade MÉTODOS POR DESTILAÇÃO Vantagens Desvantagens - Atmosfera inerte; - Protege as amostras contra oxidação e decomposição; - Amostras com alto teor de voláteis. A matéria volátil é recolhida separadamente no solvente orgânico. - Solubilidade da água; - Baixa precisão do frasco coletor, difícil leitura do menisco; - Aderência de gotas d’água no vidro; - Emulsão (?) - Evaporação incompleta da água; - Tempo de análise longo; - Uso de solventes inflamáveis. • Baseado em reações que ocorrem na presença de água. • O reagente utilizado é composto por: iodo, dióxido de enxofre e piridina em metanol. Não é estável e deve ser padronizado diariamente. • I2 é reduzido para I na presença de água. Quando toda a água da amostra for consumida, a reação cessa. • Procedimento do método se baseia numa titulação visual ou eletrométrica. Métodos de determinação de umidade MÉTODOS QUÍMICOS MÉTODO DE KARL FISCHER • Titulação visual: - Solução da amostra permanece amarelo-canário enquanto houver água presente, mudando para amarelo-escuro e, no ponto final, para amarelo- marrom, característico do iodo em excesso. – Método menos preciso • Medida eletrométrica: Métodos de determinação de umidade MÉTODOS QUÍMICOS MÉTODO DE KARL FISCHER -Equipamentos com eletrodos de platina (bateria, resistor variável, galvanômetro e eletrodos de platina) -Durante a titulação, enquanto existe água presente, o anodo é despolarizado e o catodo polarizado. No ponto final, o pequeno excesso de iodo despolariza o catodo, resultando no aparecimento de corrente, que vai ser detectada pela deflecção da agulha do galvanômetro. • Pode ser utilizado para amostras gasosas, líquidas e sólidas • Produtos açucarados, ricos em açúcares redutores e proteínas; • Produtos de umidade intermediária. Observações: • Titulação direta: fornece a água total. • Não pode ser empregado para materiais que contenham substâncias que reagem com iodo (ácido ascórbico). • Alguns vegetais desidratados, como condimentos, contêm aldeídos e cetonas ativos, que reagem com o metanol de Karl Fischer, produzindo água. Métodos de determinação de umidade MÉTODOS QUÍMICOS MÉTODO DE KARL FISCHER Métodos físicos Absorção de radiação infravermelha* Cromatografia gasosa* Ressonância nuclear magnética* Condutividade elétrica e constante dielétrica# Índice de refração e densidade# UMIDADE Métodos de determinação de umidade MÉTODOS FÍSICOS *Equipamentos caros # baixa precisão Referências bibliográficas • CECCHI, H. M. Fundamentos teóricos e práticos na análise de alimentos. Ed. Unicamp, 2 ed., rev. Campinas, 2003. • DAMODARAN, Srinivasan; PARKIN, Kirk L.; FENNEMA, Owen R. Quimica de alimentos de Fennema. 4. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2010. 900 p. • GOMES, J. C.; OLIVEIRA, G. F. Análises físico-químicas de alimentos. Viçosa: UFV, 2011. • INSTITUTO ADOLFO LUTZ – IAL. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos. Coordenadores Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea. São Paulo: IAL, 2008. versão eletrônica. • SILVA, Cassiano Oliveira. Ciência dos alimentos: princípios de bromatologia. Rubio, 2016.
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