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Hemostasia e Trombose

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03/09/2019
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HEMOSTASIA E 
TROMBOSE
CURSO DE ENFERMAGEM
DISCIPLINA: FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA EM ENFERMAGEM II
Referências Bibliográficas
• Farmacologia - Rang & Dale (8ª Edição): Capítulo 24
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HEMOSTASIA
• Fenômenos biológicos que ocorre em imediata resposta à lesão de
um vaso sanguíneo com objetivo de deter a hemorragia.
HEMOSTASIA
Para que se processe uma hemostasia perfeita, é necessário o
funcionamento perfeito de três fatores interligados:
• integridade dos vasos,
• presença de plaquetas em número e estado de funcionamento
normal,
• mecanismo de coagulação do sangue.
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HEMOSTASIA
O mecanismo hemostático inclui três processos:
• Hemostasia primária,
• Coagulação (hemostasia secundária),
• Fibrinólise.
Manter a fluidez necessária do sangue, sem extravasamento pelos vasos ou 
obstrução do fluxo pela presença de trombos.
HEMOSTASIA
Os mecanismos envolvidos no processo hemostático devem ser
regulados para simultaneamente:
• contrapor-se à perda excessiva de sangue;
• Evitar a formação de trombos intravasculares, decorrentes de
formação excessiva de fibrina.
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HEMOSTASIA
Hemostasia primária: é o processo inicial da coagulação desencadeado
pela lesão vascular.
• Vasoconstrição: diminui o fluxo de sangue no sítio de sangramento,
tornando preferencial o fluxo pelos ramos colaterais dilatados.
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HEMOSTASIA
Hemostasia primária: é o processo inicial da coagulação desencadeado
pela lesão vascular.
• Alteração da permeabilidade vascular com produção de edema:
Diminui o gradiente de pressão entre o interior do vaso lesado e a
região adjacente, produzindo um tamponamento natural e auxiliando
a hemostasia.
HEMOSTASIA
Hemostasia primária: é o processo inicial da coagulação desencadeado
pela lesão vascular.
• Vasodilatação dos vasos tributários da região em que ocorreu a lesão,
• Adesão das plaquetas.
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HEMOSTASIA
Hemostasia primária
Endotélio: importância no controle de vários aspectos.
• Capacidade de secretar substâncias tais como a prostaciclina (PGI2);
• Características não trombogênicas da superfície interna dos vasos
sanguíneos.
HEMOSTASIA
Hemostasia primária
• Endotélio: Impede a coagulação:
• Serve como barreira mecânica ao tecido conjuntivo subendotelial, 
que é altamente trombogênico e que contém o fator tecidual, 
• Produz vários fatores que 
• inibe a agregação das plaquetas,
• bloqueiam o sistema da coagulação,
• favorecem a dissolução dos coágulos.
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HEMOSTASIA
Hemostasia primária
• Endotélio: Normalmente possui propriedades antiplaquetárias,
anticoagulantes ou fibrinolítica; por outro lado após uma lesão ou
ativação, são capazes de exercer funções pró-coagulantes.
HEMOSTASIA
Hemostasia primária
• Endotélio: Após uma lesão endotelial focal, as plaquetas são inibidas
especificamente da aderência ao endotélio integro circulante pela
prostaciclina (PGI2) endotelial e óxido nítrico.
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Potentes vasodilatadores 
e inibidores da agregação plaquetária
HEMOSTASIA
Hemostasia primária
• Endotélio: Também podem ser pró-trombóticas, afetando as
plaquetas, proteínas da coagulação e o sistema fibrionolítico.
• Lesão endotelial provoca aderência de plaquetas à matriz
extracelularsubjacente: facilitada pela produção endotelial do fator de von
Willebrand (vWF), um co-fator essencial da ligação plaquetária ao colágeno e
outras superfícies.
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HEMOSTASIA
Hemostasia primária
HEMOSTASIA
• Plaquetas (também denominadas trombócitos) são corpúsculos
anucleados, com a forma de disco, medindo cerca de 2-4μm de
diâmetro.
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HEMOSTASIA
Plaquetas
• Exercem as funções de manutenção do endotélio vascular e reparo do
endotélio lesado,
• Promovem a coagulação do sangue, auxiliando na reparação da
parede dos vasos sanguíneos e evitando a hemorragia;
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HEMOSTASIA
Coagulação: consiste na conversão de uma proteína solúvel do plasma,
o fibrinogênio, em um polímero insolúvel, a fibrina, por ação de uma
enzima denominada trombina.
HEMOSTASIA
Coagulação
A fibrina forma uma rede de fibras elásticas que consolida o tampão
plaquetário e o transforma em tampão hemostático.
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HEMOSTASIA
Fatores de coagulação: várias proteínas plasmáticas que participam do
processo recebem o nome de fatores de coagulação .
• São designados, em sua maioria, por algarismos romanos.
• Para indicar a forma ativada do fator, acrescenta-se a letra “a”
minúscula após o algarismo.
O número corresponde
à ordem que foram 
descobertos e não reflete 
a sequência das reações
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HEMOSTASIA
Cascata da coagulação
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HEMOSTASIA
Fibrinólise: Remove a fibrina formada em excesso e o sangue volta a
fluir normalmente no interior do vaso restaurado.
HEMOSTASIA
Fibrinólise
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DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA
Alterações Congênitas
• Hemofilia: Deficiência do fator VIII (hemofilia clássica).
PREJUDICA A FORMAÇÃO DE TROMBINA
A manipulação deste tipo de paciente exige a
determinação da atividade plasmática do fator
VIII.
DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA
Alterações Congênitas
• Hemofilia B: Deficiência do fator IX.
PREJUDICA A FORMAÇÃO DE TROMBINA
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DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA
• Defeitos da coagulação
DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA
Defeitos da coagulação
• Alterações Congênitas
• Doença de von Willebrand: 
Deficiência do fator de Von Willebrand (VIII:vW) 
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DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA
Defeitos da coagulação: Os defeitos adquiridos da coagulação são mais 
comuns do que os hereditários. 
• Doença hepática, 
• Deficiência de vitamina K (universal em recém-nascidos)
• Excesso de terapia anticoagulante oral.
Fármacos que atuam na cascata da coagulação
• São os fármacos utilizados para modificar a cascata, seja quando
existe defeito na coagulação ou quando há coagulação indesejada.
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Fármacos que atuam na cascata da coagulação
Vitamina K
• A vitamina K (de Koagulation, em alemão).
ELA É ESSENCIAL PARA A FORMAÇÃO DOS FATORES DE COAGULAÇÃO
II, VII, IX E X.
Fármacos que atuam na cascata da coagulação
Vitamina K
• Administração e aspectos farmacocinéticos
• A vitamina K1 natural (fitomenadiona) pode ser administrada por via oral ou
parenteral.
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Fármacos que atuam na cascata da coagulação
Vitamina K
• Administração e aspectos farmacocinéticos
• Também está disponível uma preparação sintética, o fosfato sódico de
menadiol, que é hidrossolúvel.
• O estoque de vitamina K no organismo é muito pequeno.
• Ela é metabolizada a substâncias mais polares, que são eliminadas na urina e
na bile.
Fármacos que atuam na cascata da coagulação
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Fármacos que atuam na cascata da coagulação
• Trombose: comum e tem consequências graves como infarto do
miocárdio, acidente vascular cerebral, trombose venosa profunda e
embolia pulmonar.
Fármacos que atuam na cascata da coagulação
Os principais fármacos utilizados para os trombos arteriais “brancos”
ricos em plaquetas são os fármacos antiplaquetários e os fibrinolíticos.
Os antiplaquetários impedem a 
formação de coágulos sanguíneos.
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Fármacos que atuam na cascata da coagulação
Os principais fármacos usados para prevenir ou tratar os trombos
venosos “vermelhos” são:
• anticoagulantes injetáveis (heparina e novos inibidores de trombina);
• anticoagulantes orais (varfarina e compostos correlatos; inibidores da
trombina ativos por via oral).
Fármacos que atuam na cascata da coagulação
• As heparinas e os inibidores da trombina têm ação imediata,
enquanto a varfarina e os outros antagonistas da vitamina K levam
vários dias para exercer seu efeito.
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Fármacos que atuam na cascata da coagulação
• Se for usada varfarina para tratamento de pacientes com trombose
venosa, administra-se também um agente que atue imediatamente
até que o efeito da varfarina se estabeleça.
Fármacos que atuam na cascata da coagulação
• Heparina: Não é uma substância única, mas sim uma família de
glicosaminoglicanossulfatados (mucopolissacarídeos).
• Ela está presente, junto com a histamina, nos grânulos dos
mastócitos.
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Fármacos que atuam na cascata da coagulação
Heparina
• As preparações comerciais são extraídas de pulmão bovino ou
intestino suíno;
• As doses são especificadas em unidades de atividade, e não em
unidades de massa.
Fármacos que atuam na cascata da coagulação
Heparina
• As preparações comerciais são extraídas de pulmão bovino ou
intestino suíno;
• As doses são especificadas em unidades de atividade, e não em
unidades de massa.
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Fármacos que atuam na cascata da coagulação
Heparina
• Prescrição terapêutica: 3.000 UI, EV em 24 horas.
Fármacos que atuam na cascata da coagulação
• Mecanismo de ação: A heparina inibe a coagulação, tanto in vivo
como in vitro, por meio da ativação da antitrombina III.
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Fármacos que atuam na cascata da coagulação
Administração e aspectos farmacocinéticos
• Em virtude de sua carga e alto peso molecular, a heparina não é
absorvida no intestino, sendo administrada, portanto, por via
intravenosa ou subcutânea (injeções intramusculares causariam
hematomas).
Fármacos que atuam na cascata da coagulação
Efeitos adversos
Hemorragia
• Principal efeito indesejado é a hemorragia, que é tratada
interrompendo-se o tratamento e, se necessário, administrando-se
sulfato de protamina.
• Antagonista da heparina (IV).
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Fármacos que atuam na cascata da coagulação
Efeitos adversos
Trombose
• Este é um efeito adverso incomum da heparina, porém grave, pode
ser erroneamente atribuído à história natural da doença para qual a
heparina foi administrada.
Fármacos que atuam na cascata da coagulação
Efeitos adversos
• Osteoporose com fraturas espontâneas tem sido observada no
tratamento prolongado (6 meses ou mais) com heparina (explicação
desconhecida).
• Hipoaldosteronismo não é comum, porém aumenta com o
prolongamento do tratamento.
• Reações de hipersensibilidade.
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Fármacos que atuam na cascata da coagulação
Inibidores diretos da trombina e fármacos relacionados
• As hirudinas são polipeptídeos que atuam como inibidores diretos da
trombina.
• São derivadas do anticoagulante presente na saliva da sanguessuga medicinal.
Fármacos que atuam na cascata da coagulação
Inibidores diretos da trombina e fármacos relacionados
• Lepirudina é uma hirudina usada na doença tromboembólica em pacientes
com HIT(trombocitopenia imunológica induzida por heparina) tipo II.
• É administrada por via intravenosa, sendo que a dose é ajustada conforme o
TTPA, e pode causar hemorragia ou reações de hipersensibilidade (rash ou
febre).
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Fármacos que atuam na cascata da coagulação
• Varfarina: é o anticoagulante oral mais importante;
• Fenindiona: alternativa com mecanismo de ação semelhante (pacientes que
apresentam reações adversas à varfarina).
Adesão e ativação de plaquetas
• As plaquetas mantêm a integridade da circulação: uma contagem
plaquetária baixa resulta em púrpura trombocitopênica.
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Adesão e ativação de plaquetas
• Quando as plaquetas são ativadas, elas sofrem uma sequência de
reações que são essenciais para a hemostasia, importantes para a
cicatrização dos vasos sanguíneos lesados e desempenham um papel
na inflamação.
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Adesão e ativação de plaquetas
• Fármacos antiplaquetários: Tem grande valor terapêutico!
Antiplaquetários são fármacos usados para evitar a ativação e agregação 
das plaquetas para prevenir trombose em pacientes de risco.
Adesão e ativação de plaquetas
Fármacos antiplaquetários
• Aspirina: em dose baixa e uso crônico inibe profundamente (> 95%) a
síntese de TXA2 plaquetária.
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Adesão e ativação de plaquetas
Fármacos antiplaquetários
• Dipirid: inibe a agregação plaquetária por meio de vários
mecanismos, incluindo inibição de fosfodiesterase, bloqueio da
captação de adenosina pelas hemácias e inibição da síntese de TXA2.
Adesão e ativação de plaquetas
Fármacos antiplaquetários
• Antagonistas do receptor de adenosina (P2Y12).
• Ticlopidina (causa neutropenia e trombocitopenia).
• Clopidogrel, 
• Prasugrel,
• Ticagrelor.
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Fibrinólise (trombólise)
• Quando o sistema de coagulação é ativado, o sistema fibrinolítico
também entra em ação por meio de vários ativadores do
plasminogênio endógenos.
Fibrinólise (trombólise)
• Os fármacos afetam esse sistema aumentando ou inibindo a
fibrinólise:
• Fibrinolíticos
• Antifibrinolíticos
Fármacos usados para dissolver os trombos sanguíneos
Fármacos inibidores da fibrinólise
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Fibrinólise (trombólise)
Fármacos fibrinolíticos
• Estreptoquinase (SK) - (Streptase® - CLS Bering): molécula derivada do
estreptococo, antigênica, ativa tanto o plasminogênio circulante
quanto o ligado a fibrina.
• Lisa diversos fatores da coagulação.
• Reações alérgicas e hipotensão ocorrem em 5% dos casos.
Fibrinólise (trombólise)
Fármacos fibrinolíticos
• r-tPA = alteplase (fator ativador do plasminogênio tecidual
recombinante - Actilyse® - Boehringer Ingelheim): molécula de síntese
genética, é a mesma do endotélio humano.
• Raramente causa reações alérgicas ou hipotensão arterial.
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Fibrinólise (trombólise)
Fármacos fibrinolíticos
• TNK = tenecteplase (Metalyse®): algumas modificações da molécula
do r-tPA proporcionou aumento da meia-vida, maior resistência ao
PAI e alta afinidade à fibrina.
Fibrinólise (trombólise)
Fármacos fibrinolíticos
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Fibrinólise (trombólise)
Fármacos antifibrinolíticos e hemostáticos: 
• O ácido tranexâmico inibe a ativação do plasminogênio e assim
previne a fibrinólise.
• Ele pode ser administrado por via oral ou intravenosa.
Fibrinólise (trombólise)
Fármacos antifibrinolíticos e hemostáticos: 
O ácido tranexâmico é usado no tratamento de diversas condições em 
que ocorre sangramento ou risco de sangramento:
• Hemorragia excessiva após prostatectomia ou extração dentária,
• Menorragia (sangramento menstrual excessivo),
• Sangramentos potencialmente fatais após administração de
trombolíticos.
• Também são usados em pacientes com a rara doença angioedema
hereditário.

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