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Farmacologia da Hemostasia e Trombose

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Farmacologia da Hemostasia e da Trombose | Victoria Durand | 1 
 
Farmacologia da Hemostasia e Trombose 
CONCEITO 
Hemostasia é o processo de formação de coágulos sanguíneos no local da lesão do vaso. Quando uma parede de vasos 
sanguíneos é interrompida, a resposta hemostática deve ser rápida, localizada e cuidadosamente regulada. 
Sangramento anormal ou trombose (ou seja, coagulação sanguínea não fisiológica não necessária para regulação 
hemostática) pode ocorrer quando elementos específicos desses processos estão faltando ou disfuncionais. 
▪ As vias de formação de coágulos de fibrina estimulada por trombina e lise de coágulo induzida por plasmina 
são ligadas e cuidadosamente regulas. Quando trabalham em harmonia coordenada, um coágulo é colocado 
inicialmente para parar o sangramento, seguido de eventual lise de coágulos e remodelação tecidual. 
▪ O sangramento anormal pode resultar da diminuição da geração de trombina (por exemplo, devido à 
deficiência do fator VIII) ou do aumento da lise do coágulo (por exemplo, devido à deficiência alfa-2-
antiplasmin). Por outro lado, a produção excessiva de trombina (por exemplo, devido a uma trombofilia 
herdada) pode levar à trombose. 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA DA HEMOSTASIA 
A lesão no endotélio leva à exposição do sangue circulante a elementos subendoteliais dos quais normalmente seria 
protegido, e a ativação celular endotelial pode promover ainda mais o recrutamento de plaquetas, outros tipos de 
células e fatores pró-coagulantes. 
 
1. Vasoconstricção localizada e transitória 
• Resposta ao mecanismo neurogênico reflexo e à secreção de vasoconstritores derivados do endotélio (ex.: 
endotelina). 
 
2. Hemostasia primária: 
– Adesão: A deposição de plaquetas na matriz subendotelial 
• Mediada por fatores de von Willebrand (FvW) secretados pelas plaquetas e o endotélio lesado. 
– Secreção: A liberação de proteínas de grânulo de plaquetas. A liberação é induzida por: 
• Ação dos Tromboxanos A2 (TxA2) 
▪ Vasoconstrição local 
▪ Liberação dos grânulos 
• Trombina, colágeno e ADP (apenas na presença de agregação plaquetária) também induzem a 
liberação dos grânulos. 
– Agregação: Coesão plaqueta-plaqueta. A ativação plaquetária resulta tanto na exposição quanto nas 
alterações conformais no receptor GPIIb/IIIa na superfície plaquetária, levando à ligação de VWF e 
fibrinogênio, resultando em coesão ou agregação plaquetárias. TxA2, ADP e colágeno são mediadores 
potentes da agregação plaquetária. 
• TxA2 
 
• ADP 
▪ Medeia mudança de forma plaquetária e expressão da GPIIb-IIIa. 
OBS.: GPIIb/IIIa sofre uma alteração conformacional e é convertido de uma baixa 
afinidade para um receptor fibrinogênio de alta afinidade, um processo chamado de 
sinalização "inside-out". 
Em resumo: Hemostasia serve para manter o sangue fluido e livre de coágulos e para formar rapidamente um 
tampão localizado nos vasos. Trombose é o estado patológico em que ocorre ativação inapropriada dos processos 
hemostáticos normais – consequência de lesão vascular mínima, ocluindo vasos 
 
Farmacologia da Hemostasia e da Trombose | Victoria Durand | 2 
 
 
• Colágeno 
▪ Ativação plaquetária por se ligar diretamente a glicoproteína VI plaquetária. 
• GPIIb-IIIa + Fibrinogênio: agregação plaquetária + coágulo reversível (tampão hemostático 
primário) → ativação da cascata de coagulação! 
– Atividade pró-coagulante: O aprimoramento da geração de trombina. Inter-relação entre a ativação 
plaquetária e a ativação da cascata de coagulação. 
 
3. Hemostasia secundária ou Cascata de Coagulação 
 
A característica central da cascata de coagulação é a ativação sequencial de 
uma série de proenzimas ou proteínas precursoras inativas para enzimas 
ativas, resultando em significativa amplificação de resposta stepwise. Como 
exemplo, a geração de um pequeno número de moléculas do fator VIIa ativará 
muitas moléculas do fator X, que por sua vez gera um número ainda maior de 
moléculas de trombina, que então converte fibrinogênio em fibrina. A geração 
local resultante da fibrina, por sua vez, envolve e reforça a agregação de 
plaquetas. 
 
 
 
• Endotélio e células adjacentes expressão fator tecidual 
(fator pró-coagulante) que forma um complexo com o fator 
VII iniciando a cascata de coagulação. 
• Resultado final: ativação da trombina, responsável por: 
– Fibrinogênio (solúvel) → Fibrina (insolúvel) = matriz do 
coágulo; 
– Recrutamento e ativação de mais plaquetas. 
• Formação de um tampão permanente e estável + mecanismo 
antitrombóticos (restringem o tampão permanente ao local de 
lesão vascular). 
• Via intrínseca é ativada pelo contato do sangue com o 
colágeno subendotelial da parede vascular traumatizada, com 
ativação do fator XII, finalizando com o fator VIII com a 
presença de Ca+2 e Fator Plaquetário 3. 
• Via extrínseca é iniciada pela lesão vascular, expondo o sangue 
a tromboplastina tecidual e ativando o fator VII. 
• Via comum ocorre a partir da ativação do fator VIII e VII 
na presença de Ca+2 FP3 com ativação do fator X. 
• Cascata de coagulação depende da Vitamina K → Fator IX, 
VII, X e II (protrombina). 
• Fator X que, como um componente da protrombina, converte protrombina em trombina, a enzima final 
da cascata de coagulação. Trombina converte fibrinogênio de uma proteína plasmática solúvel em um 
coágulo fibrina insolúvel. 
 
4. Hemostasia terciária (resolução) ou Fibrinólise. 
• Degradação da fibrina eliminando o coágulo formado na hemostasia secundária. 
• Para restaurar a potência do vaso após a hemostasia, o coágulo deve ser organizado e removido pela 
plasmina da enzima proteolítica em conjunto com a cicatrização da ferida e a remodelação tecidual. 
Farmacologia da Hemostasia e da Trombose | Victoria Durand | 3 
 
PATOGENIA DA TROMBOSE 
▪ Extensão patológica da hemostasia; 
▪ É a solidificação do sangue (trombo) in vivo no interior dos vasos ou nas câmaras cardíacas; 
▪ Descompasso do controle da coagulação. 
 
FATORES QUE PREDISPÕE O TROMBO: 
o Lesão endotelial 
▪ Influência dominante na formação de trombos no coração e na circulação arterial; 
▪ Causas: estresse de cisalhamento associadas à hipertensão ou fluxo turbulento, hiperlipidemia, 
níveis elevados de glicemia no diabetes melito, lesão vascular traumática e algumas infecções; 
▪ Formação de trombos: 
1) Os ativadores das plaquetas promovem a aderência plaquetária ao local de lesão; 
2) A exposição do fator tecidual sobre o endotélio lesado desencadeia a cascata da coagulação 
3) As substâncias antitrombóticas naturais sofrem depleção no local de lesão vascular 
 
o Fluxo sanguíneo anormal 
▪ Provoca um estado de turbulência ou de estase; 
▪ Fluxo sanguíneo turbulento provoca lesão endotelial, forma contracorrentes e cria bolsas locais 
de estase, estase local também pode ser resultado de aneurisma e infarto do miocárdio; 
▪ Formação de trombo: 
1) A ausência de fluxo sanguíneo laminar faz com que as plaquetas fiquem em proximidade com a parede 
do vaso; 
2) Estase inibe o fluxo de sangue novo, de modo que os fatores de coagulação ativados na região não são 
removidos nem diluídos; 
3) Fluxo sanguíneo anormal promove a ativação das células e endoteliais, resultando em um estado pró-
trombótico. 
 
o Alterações na coagulação (Hipercoagulabilidade) 
▪ Refere-se a uma resposta anormalmente amplificada da coagulação à lesão vascular, devido a 
distúrbios primários (genéticos) ou secundários (adquiridos). Ex.: mutação da protrombina, 
síndrome de trombocitopenia induzida por heparina. 
Fármacos Antitrombóticos 
ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS 
 
 
 
 
INIBIDORES DA COX 
 ÁCIDOS ACETILSALICÍLICO (ASPIRINA®) 
• Atua inibindo a COX (dose baixa) por uma acetilação irreversível da prostaglandina sintase. Desta forma, é 
inibida a produção do tromboxano A2 a partir do ácido araquidônico, consequentemente, liberação dos grânulos 
e agregaçãoplaquetária. 
Farmacologia da Hemostasia e da Trombose | Victoria Durand | 4 
 
• Farmacocinética: Bem absorvido no TGI, convertido a ácido salicílico, liga-se a 70-90% das proteínas; meia 
vida de 15-20 min e atinge a concentração máxima em 1-2h; excreção pela urina. 
• Contraindicações: Hipersensibilidade, asma, hemorragias constitucional ou 
adquirida. 
• Efeitos adversos: Distúrbios gastrointestinais (1 a cada 385 que faz uso) 
– A maioria dos médicos prescrevem Somalgim Cardio por ele ser tamponado, ou 
seja, cria uma espécie de tampão fosfato no estômago e o paciente não sofre 
tanto o uso do AAS. Mas, quando o paciente não possui condições financeiras, o 
mais usado é o AAS infantil (cartelinhas rosa), que deve ser tomado logo após 
o almoço, pois o estômago vai estar cheio e não vai afetar muito a questão da 
acidez (ou reforço com Omeprazol). 
– OBS.: após o almoço: 1) proteção do alimento na mucosa; 2) melhor absorção 
devido a acidez. 
• Interação medicamentosa: Álcool (destrói o estômago), heparina, sulfonilureias diabéticas, verapamil e 
varfarina – podendo deslocar as ligações proteicas, Furosemida. 
• Terapêutica clássica para a TROMBOSE VENOSA PROFUNDA: varfarina + aspirina. Deve-se monitorar o uso 
pois o paciente pode apresentar uma coagulação falha ou pode ter uma hemorragia profunda. Isso devido a 
tendencia de um deslocar as proteínas do outro. 
INIBIDORES DA GPIIb-IIIa 
O GPIIb IIIa é um dos receptores muito importantes para que as plaquetas de agreguem, podendo ser ativado via 
tromboxano A2. É a via comum final da agregação plaquetária, servindo para a ligação de moléculas de fibrinogênio 
que estabelecem pontes entre as plaquetas. Com o bloqueio, o fibrinogênio não se liga e não promove a agregação. 
» Estímulos: TxA2, ADP, epinefrina, colágeno e trombina. 
 
 ABCIXIMAB (Reopro®) 
• Adjuvante da heparina e da aspirina. 
• Uso: Previne complicações isquêmicas em pacientes de alto risco submetidos a angioplastia percutânea. 
• Farmacocinética: Injetável, administrado em bolus ou em infusão contínua. Meia vida inicial de 10 min, depois 
de estabilizado começa a perder suas doses. O indivíduo só reestabelece a condição após 48h da administração, 
porém, pode permanecer no organismo por 10 dias (não pode ser utilizado de forma crônica). 
– O fármaco terá seu efeito em até 48h após sua administração e pode permanecer no organismo durante 
10 dias, sendo assim, esse fármaco não pode ser usado para um tratamento crônico, pois com a janela de 10 
dias é grande o risco de efeito sinérgico/sangramento caso faça uso de outro agente antiagregante. 
• Posologia: 0,25 mg in bolus IV ou infusão continua por até 12h. 
• Contraindicações: Sangramento, AVC, trombocitopenia, grandes cirurgias ou traumas recentes (pois se tivesse 
uma hemorragia não conseguiria usar outro agente para contê-la), gravidez, hipertensão. 
• OBS: Avaliar custo benefício: ver Coagulograma. 
 
 TIROFIBANA (Agrastat®) 
• É antagonista reversível não peptídico do receptor GPIIb-IIIa. 
• Eliminada pelos rins e possui meia-vida de 2 horas. 
 
 EPTIFIBATIDE (Integrilin®) 
• Peptídeo sintético que se liga reversivelmente e bloqueia o receptor GPIIb-IIIa. 
• É parcialmente metabolizado e parcialmente excretado pelos rins e tem meia-vida de aproximadamente 2,5h. 
Farmacologia da Hemostasia e da Trombose | Victoria Durand | 5 
 
INIDORES DA FOSFODIESTERASE (PDE) 
Evita a formação de trombos. O AMPc é muito importante para a agregação plaquetária. OBS.: ↓ AMPc ↑ 
Plaquetas ativadas. Inibe a entrada de adenosina. 
 
 DIPIRIDAMOL 
• Profilaxia da agregação plaquetária e tratamento prolongado da angina pectoris. 
• Farmacocinética: Isolado possui efeito fraco, porém em combinação com o AAS e varfarina possui ótimo efeito. 
Absorção no TGI variável e lenta. Ligação muito alta com proteínas plasmáticas, concentração máxima de 
150min, meia vida de 1-12h, excretado principalmente pela bile. 
• Posologia: Uso de até 100mg 4x a dia. 
• Efeitos adversos: Tontura, cefaleia, rubor, sincope, diarreia. 
• Interação medicamentosa: ácido valpróico, analgésicos, anticoagulantes, algumas cefalosporinas, certas 
penicilinas, salicilatos – risco de hemorragia. 
INIDORES DA VIA ADP 
• Inibe a via ADP pelo receptor P2Y12 e com isso não há agregação plaquetária. 
 
 CLOPIDOGREL (Cuore®, Plavix®) 
• Prevenção dos eventos aterotrombóticos e morte vascular em pacientes adultos que apresentaram IAM, AVC 
recente ou uma condição conhecida como doença arterial periférica. 
• Farmacocinética: Rapidamente absorvido, concentração máxima de até 45min, metabólito ativo que ao passar 
pelo mecanismo de primeira passagem gera o metabólito que se liga bem as proteínas plasmáticas, tem 
metabolismo hepático pela CYP450 e tempo de meia vida de 8h. 
• Posologia: 75 mg/1 cp. ao dia 
• Contraindicações: Sangramento e hemorragias. 
• Reações adversas: Distúrbios hemorrágicos, gastrointestinais, vertigens, tontura, dor abdominal, diarreia. 
• Interação medicamentosa: Atenolol, AAS, Nifedipina, ISRS e outros que atuam pela CYP450. 
 
 TICAGRELOR (Brilinta®) 
• É indicado para a prevenção de eventos cardiovasculares caracterizados por 
trombose, infarto ou angina instável. 
• O TICAGRELOR possui um mecanismo de ação adicional ao CLOPIDOGREL, 
aumentando os níveis de adenosina endógena pela inibição do transportador 
equilibrativo I de nucleosídeo (ENT-1) - essa adenosina provoca 
vasoconstricção, podendo atuar muito bem como um antiagregante plaquetário 
via esse mecanismo adicional. 
• Farmacocinética: Liga-se reversivelmente ao receptor P2Y12, com inibição de 1-3h. Rápida absorção, 
metabolito ativo, biodisponibilidade de 36%, 99% ligado as proteínas plasmáticas, metabolizado pelo CPY450 
na porção CYP3A e excreção hepática. Ação mais rápida e reversível (possibilita um melhor controle) quando 
comparado ao Clopidogrel. 
• Contraindicações: Hipersensibilidade, sangramento ativo; 
• Interação medicamentosa: Cetoconazol, Diltiazem, Ciclosporina (GpP – glicoproteína P e inibidor CYP3A). 
 
Farmacologia da Hemostasia e da Trombose | Victoria Durand | 6 
 
 PRASUGREL (Effient®) 
• Inibidor reversível. 
• É indicado para a redução da taxa de eventos aterotrombóticos (morte cardiovascular, infarto do coração e 
derrame cerebral, incluindo trombose de stent) nas doenças coronarianas agudas tratadas por intervenção 
coronariana percutânea (angioplastia). 
USOS DE ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS 
 Prevenção secundária de acidente vascular cerebral (AVC) embólico e ataques isquêmicos transitórios: aspirina, 
clopidogrel, dipiridamol. 
 Prevenção secundária após síndrome coronariana aguda: aspirina, clopidogrel, prasugrel, ticagrelor. 
 Redução das complicações isquêmicas produzidas por trombose relacionada com a inserção de stent após 
intervenção coronária percutânea (ICP): aspirina, clopidogrel, prasugrel, ticagrelor, eptifibitide, tirofibana. 
 Prevenção secundária do infarto do miocárdio na angina estável ou doença vascular periférica: aspirina e 
clopidogrel. 
 Prevenção primária de doença cardíaca isquêmica: aspirina. 
OBS.: Deve-se associar fármacos com mecanismos de ação diferentes, pois com o mesmo, inibe quantidade 
semelhante de agregação plaquetária. 
OBS.: O uso de aspirina e clopidogrel em idosos deve ser avaliado pois o mesmo pode fazer uso de outras medicações 
com metabolismo hepático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Farmacologia da Hemostasia e da Trombose | Victoria Durand | 7 
 
ANTICOAGULANTES 
 
 
INIBIDORES INDIRETOS DA TROMBINA (HEPARINA NÃO-FRACIONADA E DE BAIXO PESO MOLECULAR) HEPARINA NÃO-
FRACIONADA 
HEPARINA NÃO-FRACIONADA 
 HEPARINA 
• Anticoagulante de efeito rápido (principal), coadjuvante na 
manutenção da circulação extracorpórea, tromboembolia arterial, 
trombose venosa, coagulação intravascular disseminada, embolismo 
pulmonar, porém, quando utilizados em doses baixas.Única que pode 
ser utilizada em grávidas. 
• Mecanismo de ação: Produz efeito anticoagulante na presença da 
antitrombina III, inibindo IIa, IXa, Xa, XIa. Em altas doses pode 
inibir a agregação plaquetária e um efeito pro fibrinolítico (importante para pacientes que farão cirurgia). 
• Farmacocinética: É rapidamente absorvida, ligando-se amplamente as proteínas plasmáticas e em 56 min está 
fazendo efeito, excretada pela urina. 
• VIA TÓPICA: Desenvolvida para trombos que se formam na pele e não afeta o tempo de coagulação. 
• Contraindicações: Casos de hipersensibilidade, aneurisma cerebral ou aórtico, hemorragia cerebral, insuficiência 
renal. 
• Efeitos adversos: Necrose na pele, urticária, reações febris, formigamento, trombocitopenia, hemorragia. 
• Interação medicamentosa: AAS e anti-inflamatórios não-esteróidais; glicocorticoides (aumenta o efeito), anti-
histamínicos, tetraciclinas e digoxina (diminuem o efeito). Antídoto: PROTAMINA. 
• Lembrar que a heparina é IV. 
A exemplo de outros anticoagulantes, o principal efeito adverso é o sangramento, portanto deve-se manter o efeito 
anticoagulante da heparina não-fracionada em controle para não gerar o efeito raro/grave: hemorragia intracraniana. 
 
Farmacologia da Hemostasia e da Trombose | Victoria Durand | 8 
 
TROMBOCITOPENIA INDUZIDA POR HEPARINA (TIP) 
– Mesmo utilizando a heparina, o indivíduo desenvolve resistência a ela. 
– Acomete 2 – 5% da população exposta a heparina, sendo comum aos que fazem uso 
prolongado e com isso o organismo destrói a heparina. 
– Mais associada a heparina não fracionada do que a HBPM. 
– Complicações tromboembolíticas, complicações nas artérias e embolia pulmonar. 
– Suspeita: Diminuição de 50% das plaquetas basais. 
– Iniciar suspensão da heparina imediatamente: substituir por inibidor direto da trombina ou Fondaparinux 
(segunda alternativa). 
HEPARINA DE BAIXO PESO MOLECULAR 
 ENOXAPARINA / DALTEPARINA / TINZAPARINA 
• Mecanismo de ação: combinam-se com a antitrombina III e inibem a hemostasia secundária através da 
inativação relativamente seletiva do fator Xa. Uso subcutâneo. 
• Seletivos para atividade anti-Xa. 
• Aprovadas para tratamento e prevenção da trombose venosa profunda, IAM (apenas ENO e DALTE). 
• Evitar anticoagulação excessiva em paciente com insuficiência renal. 
INIBIDORES DO FATOR XA (ATUA NA ANTITROMBINA) 
 FONDAPARINUX (AriXTra®) 
• Pentassacarídeo sintético, mais seletivo (antitrombina fator Xa). Permite um maior controle da coagulação do 
indivíduo. Usado na prevenção de eventos tromboembólicos venosos em pacientes submetidos a cirurgias 
ortopédicas de grande porte dos membros inferiores, cirurgias abdominais ou doenças agudas (vésperas da 
cirurgia), em colocação de próteses. 
• Mecanismo de ação: combina-se com a antitrombina III do fator Xa e inativa-a de forma seletiva – evolução 
comparada a heparina, pois devido a sua seletividade pode uso para outras situações que possa controlar 
melhor a coagulação dos indivíduos 
• Farmacocinética: Atinge concentração máxima em 25 min, pouca ligação com as proteínas plasmáticas. Meia 
vida de até 72h, não passa pelo metabolismo do citocromo p450, mas pode levar a sangramentos. Excreção via 
renal. 
• Alto custo 
• Reações adversas: Anemia, edema, sangramento, pequenas púrpuras, náuseas, vômitos, cefaleia. 
• Contraindicações: Comprometimento renal grave definido pelo clearance de creatinina < 20 ml/min. 
INIBIDORES DIRETOS DA TROMBINA 
 DABIGRATANA (Pradaxa®) 
• Utilizado na prevenção e no tratamento de trombose, AVC e embolia sistêmica. 
• Necessário uma dose inicial de ataque para depois haver uma dose de manutenção. 
• Farmacocinética: Utilizado pela VO, bem absorvido, porém, é um pró-fármaco. Apresenta concentração máxima 
após 2h, com meia vida bidimensional (metade eliminada em 11h e outra em 14h) e sua biodisponibilidade é 
eliminada pela cápsula (se violada, altera as concentrações na corrente sanguínea = hemorragia). 
• Contraindicações: Hipersensibilidade, insuficiência renal grave, uso de cetoconazol sistêmico (não pode ser 
administrado em pcte com infecção fúngicas e em uso de Dabigratana) e dronedarona - interação com o citocromo 
CYP450. 
• Efeitos adversos: sangramento (por ingestão do pó do medicamento, uma vez que terá suas concentrações 
sanguínea alteradas, fato comum em pessoas mal orientadas), anemia, náuseas, hematúria, distúrbios 
gástricos. 
• Interação medicamentosa: AAS, AINEs, clopidogrel e outros agregantes plaquetários = sangramentos. 
Amiodarona, verapamil, quinidina quando atuando nos transportadores de efluxo de glicoproteína P diminuem a 
concentração do debigatrana. 
 
Farmacologia da Hemostasia e da Trombose | Victoria Durand | 9 
 
 ARGATROBAN 
• Anticoagulante sintético parenteral derivado da L-arginina. 
• Prevenção de trombose para pacientes com trombocitopenia induzida por heparina (TIH), intervenção 
coronariana percutânea devido a TIH. 
• Farmacocinética: ação rápida e direta, biotransformado no fígado, meia vida de 39 a 51 minutos. Eliminação 
por via porta hepática. Injetável. 
• Necessita de monitoramento. 
• Indicação: Utilizada em pacientes com insuficiência renal. 
• Contraindicação: pacientes com insuficiência hepática – pois sua eliminação é por via porta-hepática. 
 
 BIVALIRUDINA, DESIRUDINA E HIRUDINA 
• São anticoagulante parenterais derivados da hirudina. 
• São inibidores da trombina – centro catalítico da trombina. 
• Alternativa a pacientes com TIP, usado em pacientes que serão submetidos a angioplastia ou cirurgia de 
substituição de bacia. 
• Indicação: Pacientes que serão submetidos a angioplastia, cirurgia de substituição da bacia. 
• Dosagem ajustada em pacientes com função renal comprometida. 
• Efeito adverso: Hemorragia. 
INIBIDORES SELETIVOS DO FATOR Xa 
Inibe a cascata de coagulação a partir do fator Xa, utiliza a via comum, alcançando a via direta e indireta. 
 
 RIVAROXABANA (Xarelto®) 
• Não apresenta os mesmos problemas do dabigratana, mesmo sendo revestido. É o mais prático entre todos, 
possui mais evidencias clinicas. 
• Indicado para a prevenção de tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes adultos submetidos à cirurgia 
eletiva de artroplastia de joelho ou quadril; 
• Farmacocinética: Bem absorvido pelo TGI, concentração máxima em até 4h, ligado a 95% das proteínas 
plasmáticas (cuidado!), metabolizado pela CYP450 e possui tempo de meia vida de 5 a 9h. 
• Contraindicações: hipersensibilidade, sangramento ativo clinicamente, atravessa a barreira placentária 
(proibido na gravidez); 
• Efeitos adversos: Hipersensibilidade, sangramento, anemia; 
• Interação medicamentosa: Cetonoconazol sistêmico, claritomicina, ritonavir – todos afetam a via da CYP450 
3A4 – podendo haver aumento da concentração sérica. 
• OBS.: Com apenas 1 comprimido o paciente terá controle considerado da coagulação, ao contrário da Varfarina 
não vai precisar fazer exames periódicos para controlar a coagulação, facilitando a adesão do paciente ao 
tratamento – em contrapartida é um fármaco mais caro. 
 
 APIXABAN 
• Possui um valor melhor 
• Indicado para a prevenção de tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes adultos submetidos à cirurgia 
eletiva de artroplastia de joelho ou quadril; também é indicado para reduzir o risco de acidente vascular cerebral 
(AVC), embolia sistêmica principalmente em pacientes que sofrem com fibrilação atrial não vulvular; 
• Farmacocinética: biodisponibilidade de 50%, concentração máxima em até 3 ou 4h, pode ser administrado com 
ou sem alimento. 87% ligado a proteínas plasmáticas, pode ser eliminado por diferentes vias, até pelas fezes. 
• Contraindicações: hipersensibilidade, sangramento; 
• Interação medicamentosa: Fármacos que atuam na via CYP450 e pelo sistema transportador de glicoproteína 
P (Rifanpicina, carbamazepina e erva de são João), podem ter efeito anticoagulante.Farmacologia da Hemostasia e da Trombose | Victoria Durand | 10 
 
 EDOXABAN (Lixiana®) 
• Prevenção de AVC e tromboembolismo venoso na fibrilação atrial não valvar, tratamento do tromboembolismo 
venoso agudo e recorrente. 
• Farmacocinética: Pico de ação de 1 a 2h, metabolismo renal e hepático, 60mg 1 vez ao dia, meia vida de 10-
14h, eliminação pela urina. 
• Interação medicamentosa: O uso ao mesmo tempo dos seguintes medicamentos exige redução na dose do 
edoxaban: ciclosporina, dronedarona, eritromicina, cetoconazol, quinidina ou verapamil. 
INIBIDOR DA EPÓXIREDUTASE DA VITAMINA K 
Alguns fatores necessitam da vit. K para atuar como o II, VII, IX e o X (principalmente). Os inibidores causam 
a não redução da vitamina K, com isso os fatores não são ativados 
 VARFARINA 
• Mecanismo de ação: Para ativar os fatores, necessita-se da redução da enzima epóxiredutase e com isso a 
produção dos novos fatores. Porém a varfarina atua bloqueando o sitio de ação da enzima. 
• Farmacocinética: Via oral, intramuscular e intravenosa, uso clássico associado a aspirina para o 
tromboembolismo venoso, quase toda é absorvida pelo TGI, 97% ligado a albumina, inicio de ação de 12-72h 
(durante esse período a paciente deve fazer uso de heparina ou fundaparinux- dose com base na varfarina que 
o indivíduo tem no organismo). Duração de 2-5 dias, meia vida de até 50h, ATRAVESSA A BARREIRA 
PLACENTÁRIA, eliminada pelos rins, afetada pela alimentação. 
– Portanto o que pode ser feito é o paciente fazer uso de heparina até dar início ao efeito da Varfarina (por 
exemplo, uso de heparina até o 3º dia) − Mesma coisa se o paciente for fazer um procedimento cirúrgico, 
ele tem que suspender a Varfarina dia ante (4-5 dias) e vai utilizando a heparina até a véspera da cirurgia 
− Vale lembrar que a dose da Heparina tem que ser feita com base na Varfarina eu o paciente ainda possui 
no seu organismo 
• Posologia: Inicia-se com doses mais altas e após a realização do exame ajusta-se a mesma. » 1° DIA: 15mg. » 
2° DIA: 10mg; » 3° DIA: 15mg e depois ajusta-se para 5 ou 7,5mg/dia. 
• Efeitos adversos: hemorragia, anemia, queda de cabelo, febre, náuseas, diarreia e reações alérgicas. 
• Interação medicamentosa: Uso com tramadol, macrolídeos, Antipsicóticos (ISRS) afeta o INR; Interação com 
Panax ginseng, Hypericum perfomatum e Allium sativum. Interagem com alimentos. 
• Contraindicação: mulheres grávidas (atravessar barreira placentária – deve-se usar Heparina). 
FIBRINOLÍTICOS 
• Atuam dissolvendo o coágulo. 
 ALTEPLASE 
• Conhecido como ativador tecidual de plasminogênio recombinante, ativa preferencialmente o plasminogênio ligado 
a fibrina. 
• Efeitos adversos: Sangramentos de cortes, gengivas e feridas, febre, reação alérgica, náusea e vômitos. 
• Interações: Anticoagulantes cumarinicos, AAS, AINES podem aumentar hemorragia. 
 ESTREPTOQUINASE 
• Quebra os monômeros de fibrina e dissolve o coágulo. 
• Tratamento do infarto agudo do miocárdio, embolia pulmonar aguda, trombose venosa profunda e 
desobstruções. 
• Estreptoquinase, ele pode ficar até 83 min dissolvendo os trombos, só que como ele é um xenobiótico, se o 
paciente começar a criar anticorpos, em 11min ele já começa a degradar o medicamento. Por isso é sempre 
administrado em nível hospitalar para que possa ser monitorada a necessidade de aumento ou diminuição das 
doses. 
• Contraindicações: Hipersensibilidade e histórico de anafilaxia; 
• Superdosagem: Risco de hemorragia (tratado com ácido trenexâmico ou plasma fresco);

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