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Conceito de Semiologia O termo Semiologia tem origem grega, sēmeîon (sintomas/sinais) e logía (ciência/estudo). Na medicina, a semiologia é o segmento responsável pelo estudo dos métodos de exame clinico, interpretação e análise dos sintomas, constituindo então os elementos necessários para a elaboração de um diagnóstico e previsão da evolução de uma enfermidade. A Semiologia pode ser subdividida em Semiotécnica, Propedêutica e Semiogênese. A Semiotécnica corresponde à técnica de examinar o paciente, podendo ser ela: funcional (determinações de alterações funcionais por meio de gráficos), anatômica ou física (determina alterações anatômicas por meios físicos) e experimental (comprova o diagnóstico por meio de experimentações). A Propedêutica é responsável por agrupar e interpretar os sintomas, é o elemento fundamental para a chegada à um diagnóstico, e a Semiogênese exerce o papel de busca pela possível causa do sintoma. Técnicas indicadas para exames do sistema urinário em animais de pequeno porte Para avaliar o sistema urinário, bem como qualquer outro sistema do organismo, é necessário considerar diversas informações a respeito das características do animal (obtidas durante a Anamnese), sendo elas: espécie, raça, sexo, idade e procedência. Desse modo, é possível definir mais precisamente o tipo de abordagem semiológica e as interpretações dos resultados para fins diagnósticos e prognósticos. Anamnese A Anamnese (entrevista veterinário-tutor do animal) é um procedimento indispensável para a elaboração do diagnóstico, visto que pode representar quase metade do reconhecimento do caso. Ela permite ao profissional de saúde colher informações essenciais a respeito do caso. No entanto, cabe ao profissional uma investigação cuidadosa das peculiaridades para avaliar corretamente os dados obtidos, identificar as dificuldades e atuar para removê-las. Durante a Anamnese deve-se obter informações sobre estado e a função dos órgãos urinários, vômito/apetite/tipo de alimento consumido, fezes/defecação, comportamento/déficit neuromotor, funções/transtornos reprodutivos, doenças/tratamentos anteriores, vacinação, vermifugação, tratamentos em andamento ou efetuados nos últimos dias, possíveis cirurgias/acidentes/esforço físico recentes e outros que possam ser particularmente importantes para o animal em questão. Além disso, para uma anamnese específica, devem ser feitas perguntas mais detalhadas para melhor compreensão dos estados dos órgãos urinários, conforme citadas abaixo: 1. Urina: volume em cada micção, aspecto (transparência, viscosidade, presença de sangue). 2. Micção: frequência, sinais de dor ou dificuldade. 3. Ingestão de água: frequência e volume. 4. Doença urinaria anterior: histórico completo de doenças do trato urinário. Exame físico Geral O exame físico constitui-se da coleta de dados como: -Peso corporal, temperatura, frequência de pulso e respiratória, mucosas (coloração e estado dos vasos), grau de hidratação; -Boca (úlceras, alterações da língua, inserção dos dentes, aumento maxilar, hálito urêmico); -Exame geral dos demais órgãos e sistemas. Além disso, um exame clínico também se torna necessário para avaliar o nível de sensibilidade e dar sequência aos exames de rotina, sendo necessário constatar: 1. Rins: ambos são palpáveis? Tamanho, simetria e posição? Forma, contorno e consistência? Dor? 2. Bexiga: posição? Tamanho, formato, consistência? Cálculos ou massas palpáveis? Espessura da parede? Dor? 3. Próstata (importante em cães): posição, tamanho, simetria, consistência. Dor? 4. Uretra dos machos: meato urinário. Secreção uretral ou prepucial? Tamanho, forma e consistência das porções palpáveis? Anormalidades periuretrais? 5. Micção: frequência? Disúria? Retenção? Incontinência? Considerando as particularidades anatômicas de cada espécie animal tanto no que se refere à conformação geral como às peculiaridades dos órgãos urinários, e, com base nas informações obtidas na anamnese e exame físico geral, cabe ao clínico analisar a necessidade de aprofundar a investigação através de exames específicos e complementares do sistema urinário. Técnicas indicadas para exames complementares dos rins Os exames complementares dos rins podem ser realizados tanto por inspeção e palpação quanto por provas de função renal e exames laboratoriais, sendo eles: -Diagnóstico por imagem ou inspeção indireta (radiografias simples e contrastadas, ultrassonografia); -Palpação renal; -Urinálise (análise física, química e sedimentoscópica da urina); -Provas de função renal (no caso de houver suspeita de insuficiência renal); -Cultura de urina (nos casos de suspeita de infecção urinária); -Biópsia renal; Provas de função renal -Perfil bioquímico sérico (diagnóstico de distúrbios metabólicos, indicador de mal funcionamento hepático, renal e digestivo); -Avaliação da função glomerular; -Avaliação da função tubulointersticial; Técnicas indicadas para exames dos ureteres Em pequenos animais, os exames dos ureteres são possíveis apenas de forma indireta (radiografia contrastada). Neste exame, é possível diagnosticar ruptura uretral e processos obstrutivos uretrais. Técnicas indicadas para exames da bexiga e uretra Exames físico e de rotina -Inspeção direta; -Palpação externa; Exames específicos e complementares -Palpação retal; -Palpação interna digital combinada com palpação externa; -Percussão dígito-digital; -Cateterismo vesical: com sonda flexível, com sonda flexível ou rígida; -Urinálise; -Citopatologia. Referências CARVALHO, Marileda Bonafim. Semiologia do sistema urinário. Semiologia veterinária, v. 2, 2014, p. 389-409. FEITOSA, F. L. F. Semiologia veterinária: a arte do diagnóstico. 3. Ed. São Paulo: Roca, 2014, 675p. MEYER, D. J.; COLES, E. H.; RICH, L. J. Medicina de laboratório veterinário. Interpretação e diagnóstico. São Paulo: Roca, 1995. p.308. NELSON, R. W.; COUTO, C. E. Fundamentos de medicina interna de pequenos animais. 62 E. R. LIMA et al. Ciênc. vet. tróp., Recife-PE, v. 9, nos 2/3, p. 54 - 62 - maio/dezembro, 2006 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, cap.40, 1994. p.737. NELSON, R. W.; COUTO, C. E. Fundamentos de medicina interna de pequenos animais. 62 E. R. LIMA et al. Ciênc. vet. tróp., Recife-PE, v. 9, nos 2/3, p. 54 - 62 - maio/dezembro, 2006 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, cap.40, 1994. p.737. NELSON, R. W.; COUTO, C. E. Medicina interna de pequenos animais. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, cap.47, 2001. p.1084. OSBORNE, C. A.; KRUGER, J. M.; LULICH, J. P. Afecções do trato urinário inferior dos felinos. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária: moléstias do cão e do gato. 4. ed. São Paulo: Manole, 1999. v.2, cap.140, p.2496 – 2531. OSBORNE, C. A.; KRUGER, J. M.; LULICH, J. P. Doenças do trato urinário inferior dos felinos. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária: doenças do cão e do gato. 5. ed. Rio de Janeiro: Koogan, 2004. v.2, cap.175, p.1802 – 1841.
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