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UNIVERSIDADE PAULISTA- TATUAPÉ CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Alice Alves Ribeiro N347732 PCC (PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR) ANATOMOFISIOLOGIA SÃO PAULO 26/11/2019 OBESIDADE E COMO AS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E NEUROSENSORIAS CONTRIBUEM PARA O TRANSTORNO. A obesidade é uma doença caracterizada pelo acumulo excessivo de gordura corporal, por diversos motivos, tais como, o hábito alimentar, predisposição genética, problemas endócrinos. O parâmetro utilizado para diagnóstico da obesidade é o índice de massa corporal (IMC) (onde o peso é dividido pela altura elevada ao quadrado), de acordo com a OMS para ser considerado obeso o IMC deve estar acima de 30. O controle da ingesta alimentar e o seu equilíbrio depende de sinais periféricos que atuam diretamente sobre o sistema nervoso central, na região do hipotálamo. Tendo em vista os conhecimentos de neurofisiologia, é sabido que a obesidade vai além da compulsão alimentar e os tipos de alimentos ingeridos (mais densos em questões energéticas), mas também como o próprio organismo reage com a demanda energética e como manda essas informações ao sistema nervoso, afim de atingir um equilíbrio entre o ingerir e estar saciado. O sistema nervoso é capaz de identificar quando o indivíduo está com fome ou saciado, é através de estímulos do sistema nervosos entérico, onde o estômago manda informações para o cérebro, que ativa ou inibe a alimentação. O hipotálamo recebe a informação e ativa ou inibe o centro necessário (fome ou saciedade). De acordo com os conhecimentos atuais sabe-se que no hipotálamo, dois grandes grupos de neuropeptídeos envolvidos nos processos orexígenos e anorexígenos. Os neurônios que expressam esses neuropeptídeos interagem com cada outro e com sinais periféricos (leptina, insulina, grelina) ativa na regulação do controle alimentar e gasto energético. A leptina em altas concentrações séricas, não consegue atuar devido a resistência que acaba limitando seu efeito anoréxico. A leptina atua nos receptores expressos no hipotálamo para promover a sensação de saciedade e regular o balanço energético. Na obesidade ocorre uma diminuição a sensibilidade de leptina, assim incapacidade de detectar a saciedade mesmo estando alto o estoque de energia e altos níveis de leptina. A insulina e a leptina são elevados em obesos (concentração sérica proporcional a adiposidade). O tratamento hormonal não é uma alternativa, considerando que o corpo cria resistência devido a concentração sérica, e o efeito da insulina irá aumentar a captação de glicose e lipídeos, tendo queda da glicemia e a fome rebote e assim o aumento de gordura. Obesos apresentam menor elevação dos níveis de PYY pós-prandial, especialmente em refeições noturnas, levando a uma ingestão calórica maior (expressos pelas células da mucosa intestinal, esse peptídeo sugere-se que a regulação é neural, os níveis plasmáticos aumentam quase que imediatamente após uma refeição alimentar). A CCK atua na saciedade, além de inibir a ingestão alimentar também induz a secreção pancreática e a secreção biliar e a contração vesicular. A oxitomodulina (OXM) supressor da ingestão alimentar a curto prazo é secretado na porção distal do intestino e parece atingir diretamente nos centros hipotalâmicos para diminuir o apetite, diminuir a ingestão calórica e os níveis séricos de grelina. A OXM atua em condições especiais após uma cirurgia bariátrica. A grelina é secretada pelas células A/X da mucosa gástrica é um dos mais importantes sinalizadores para o início da ingestão alimentar. Os níveis de grelina diminui, caindo imediatamente após a alimentação, o que também sugere o controle neural, a grelina aumenta o apetite e estimula as secreções digestivas e motilidade gástrica. O aumento da concentração de grelina diminui a ação da leptina, e vice-versa. A visão e o olfato também recebem estímulos sensoriais que afetam o sabor e molda os comportamentos alimentares, despertando no cérebro o centro do apetite, isso contribuem para impulsividade alimentar, criando uma vulnerabilidade em ambientes no qual os alimentos são feitos para entregue de prazer e não apenas saciar a fome que é uma questão de sobrevivência. A vida moderna também afeta nossa escolha por determinados alimentos, uma vez que comemos para nos satisfazer momentaneamente em uma rotina corrida e alimentos com baixo teor nutritivo. Todavia é necessário saber quais os fatores que desencadeiam a obesidade e os transtornos alimentares, afim de buscar uma forma de tratamento mais eficaz e que não agrave o quadro do mesmo, pois os motivos da doença podem ser vários e desta forma inferir diretamente na forma de tratamento, a assertividade é imprescindível para que se possa atingir a homeostase energética. Referências: Halpern , Z. S. C.; Rodrigues, M.D.B.,Costa, R. F. da. Determinantes fisiológicos do controle do peso e apetite. Rev. psiquiatr. Clin. 2004;31, (4):150-153. Small, D. M. Individual differences in the neurophysiology of reward and the obesity epidemic. International Journal of Obesity. 2009;33; 544-548.
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