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A Guerra das Emendas (publicado no Correio Brasiliense de 8/11/2008) O Palácio do Planalto comprará briga com os parlamentares devido ao aumento do valor das emendas individuais de R$ 8 milhões para R$ 10 milhões, aprovado pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso nesta semana. Em reunião no fim da tarde de quinta-feira, os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, chegaram à conclusão de que o governo não tem condições de arcar com o custo total da mudança, de R$ 1,16 bilhão em 2009, já que a arrecadação tributária tende a cair no próximo ano por conta da esperada desaceleração econômica. Múcio e Bernardo pedirão aos líderes de partidos governistas que recuem da decisão o votar o relatório final da proposta de lei orçamentária. Na conversa, alegarão que não adianta aprovar hoje uma quantia que, no ano que vem, não será paga. Isso, ressaltaram os dois ministros, ajudará a alimentar insatisfações e servirá para criar um problema político entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a base aliada. Pelo sistema atual, o Orçamento da União é autorizativo, e não impositivo. Ou seja, o governo não é obrigado a executá-lo integralmente. Por isso, a lei é tachada de “peça e ficção”. “É a ficção da ficção”, disse Múcio, referindo-se ao valor de R$ 10 milhões para as emendas individuais.
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