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Resenha 3- Por uma outra globalização

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Resenha
 Luana Trindade dos Santos*
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 23a edição. Rio de Janeiro: Record, 2013. pp 17-21.
	Milton Almeida dos Santos (1926-2001) foi um geógrafo brasileiro, considerado por muitos como o maior pensador da história da geografia no Brasil. Bacharel em Direito e Doutor em Geografia pela Universidade Federal da Bahia e a Universidade de Strasbourg, respectivamente, destacou-se por escrever e abordar, dentre outros temas, a epistemologia da Geografia, a globalização e o espaço urbano. Tem como principal obra “A Natureza do Espaço - Técnica e Tempo, Razão e Emoção”, a qual lhe rendeu a premiação Jabuti de Literatura em 1997 para o melhor livro de Ciências Humanas.
	Na introdução da obra “Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal”, Milton Santos inicia dizendo que vive-se em um mundo confuso, consequência do modo como ele foi fabricado pelo homem. Esse tem como fundamentos a informação, o império do dinheiro e criado na economização e na monetarização da vida social e pessoal. Dessa forma, o autor considera três mundos em um só. O primeiro seria o mundo tal como se faz vê-lo: a globalização como fábula, o segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade, e o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra globalização.
	No mundo globalizado visto como fábula, o autor se refere a esse com um certo número de fantasias. Faz- se crer no mito do encurtamento das distâncias, como se todos tivessem o mundo no alcance de suas mãos. Um mercado dito global, apresentado como homogêneo, quando, na verdade, as diferenças ficam ainda mais profundas e o objetivo de uma cidadania universal, se torna mais distante. Enquanto isso, as pessoas são estimuladas pelo consumo. O documentário “O mundo global visto do lado de cá”, salienta a mídia como controladora da interpretação daquilo que está se passando no mundo, confirmando a globalização em fábula.
	Na globalização como perversidade, Milton cita exemplos do que é para grande parte da humanidade uma fábrica de atrocidade. O desemprego e pobreza crescente, faz as classes médias perderem qualidade de vida, novas doenças se instalam e aquelas pensadas extirpadas voltam com toda força, a mortalidade infantil permanece e a educação de qualidade se torna mais difícil, além de se aprofundar ainda mais a corrupção. Para o autor, todas essas mazelas são consequências de comportamentos competitivos desse processo de globalização.
	Por último, o autor diz que mesmo com essa perversidade, se pode pensar na construção de uma globalização mais humana e que as bases que norteiam esse período atual podem ser usadas para outros objetivos, se forem colocadas em outros fundamentos sociais e políticos. Milton reconhece fatos como indicativos de uma nova história: a miscigenação de povos, raças e culturas e a “mistura” de filosofias, em detrimento do racionalismo europeu. Isso possibilitaria uma outra globalização, uma possibilidade de se produzir um novo discurso.
	Na minha opinião, a obra é bem escrita e de fácil entendimento. Penso que Milton Santos, mesmo nessa pequena parte introduzida, deixa claro qual é o objetivo de se falar sobre a globalização, e ao descrever esses três mundos nos faz refletir sobre as consequências do modo como estamos vivendo e a necessidade de se escrever uma nova história. Isso se confirma em uma fala do sociólogo francês Edgar Morin “Se não mudarmos o caminho da humanidade, estamos fadados à tragédia”.
	
*Discente do componente curricular Universidade, Sociedade e Ambiente, turma 02, graduanda em Bacharelado Interdisciplinar em Saúde com terminalidade em Enfermagem, primeiro semestre, no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Santo Antônio de Jesus, Bahia, Brasil.

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