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ESCRITURAÇÃO (arts. 1179 a 1195 CC): 
Obs.: os artigos para os quais não houver indicação do diploma legal, referem-se ao Código Civil. 
ESCRITURAÇÃO MERCANTIL 
(artigos para ler referentes a este assunto: 1179 a 1195): 
# Escrituração Mercantil: ressalvando-se os casos previstos para os pequenos empresários, os quais possuem 
leis específicas, todos os empresários deste país, deverão observar as seguintes regras básicas: a) ter um sistema 
de escrituração contábil regular; b) realizar anualmente: b.1) balanço patrimonial; b.2) balanço de resultado econô-
mico. 
1 – OBRIGAÇÃO BÁSICA DA EMPRESA: art. 1179. Ou seja, a) manter o sistema de escrituração (que pode ser 
mecanizado ou não); b) levantar balanço patrimonial (art. 1188: é um tipo de demonstração contábil, onde são 
levantados o ativo e o passivo daquela empresa); c) levantar balanço de resultado econômico (demonstração de 
lucros e perdas). A escrituração pode ser substituída por fichas, folhas soltas, etc. 
Obs.: os livros são equiparados a documentos públicos para fins penais, importando em crime de falsificação a sua 
alteração. 
1.1 – Penalidade na órbita empresarial por não possuí-los: caso haja decretação de falência, será crime. 
1.2 –Requisitos: 
a) Intrínsecos: art. 1183; 
b) Extrínsecos: art. 1181: termo de abertura e encerramento pela JC, apenas para as empresas devidamente 
registradas. Obs.: se a empresa tiver interesse, também podem ser autenticados livros não obrigatórios. 
2 – QUEM FAZ A ESCRITURAÇÃO: art. 1182: o contabilista legalmente habilitado, apenas onde não houver é que 
poderá ser exercida por outro tipo de profissional. 
3 – CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS: 
3.1. Obrigatórios: geral e específicos. O único obrigatório geral(art. 1180)é o Diário. Entre os específicos, temos o 
Registro de Duplicatas, para quem emite duplicata; Registro de Atas: para as SA, etc., não teríamos como listar 
todos. 
3.2. Facultativos: é para melhor organização da atividade empresarial, quais sejam: a) Caixa (entradas e saídas 
de dinheiro no ano, enquanto que o Diário é por dia); b) Razão (classifica o movimento das mercadorias); c) Borra-
dor: rascunho do diário; d) Conta Corrente: é utilizado para contas individualizadas de fornecedores ou clientes, etc. 
4 – O SIGILO DOS LIVROS MERCANTIS: os livros mercantis são protegidos pelo princípio do sigilo, mas tal não 
se afigura de maneira absoluta, pois pode ser quebrado nas seguinte situações: 
4.1. Autoridades fazendárias: art. 1193: têm direito à exibição total, em qualquer circunstância (art. 1193). 
4.2. Autoridades da previdência social: têm direito à exibição integral. 
4.2. Autoridades judiciárias: só podemdeterminar exibição integral nos casos do art. 1191. Ou seja, em regra, a 
exibição só pode ser parcial. 
# Exibição integral: tem que haver o requerimento. 
 
 
 
 
 
 
 
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# Exibição parcial: pode ser determinada de ofício ou a requerimento da parte interessada. 
5 – EFICÁCIA PROBATÓRIA DOS LIVROS COMERCIAIS: 
• 1ª regra: se o valor probatório não se sustenta, nem é confirmado com outros documentos, então o juiz 
pode desconsiderá-lo; 
• 2ª regra: se se somar com outras provas, o juiz pode conferir-lhes o valor que a lei menciona. Em outras 
palavras, não pode fazer prova plena, mas podem fazer prova contra ou a favor da empresa; 
• 3ª regra: para fazer prova a favor do titular:Art. 226. “Os livros e fichas dos empresários e sociedades 
provam contra as pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício extrínseco ou 
intrínseco, forem confirmados por outros subsídios”. Devem ser somados dois requisitos nessa situação: 1) 
regularidade na escrituração; 2) isonomia entre as partes litigantes, ou seja, lide envolvendo empresas (Art. 
418, NCPC. “Os livros empresariais que preencham os requisitos exigidos por lei provam a favor de seu 
autor no litígio entre empresários”; 
• 4ª regra: para fazer prova contra o seu titular:as provas acima não se exigem no caso deste artigo. 
Nesses casos, haverá uma presunção relativa em relação ao outro litigante. Art. 417, NCPC: “Os livros 
empresariais provam contra seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios 
permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos”. 
6 – PRAZO PARA GUARDAR A ESCRITURAÇÃO: Art. 1.194. “O empresário e a sociedade empresária são obri-
gados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, 
enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados”. 
7 – A SITUAÇÃO DA PEQUENA EMPRESA NA ESCRITURAÇÃO: de acordo com Fábio Ulhoa, teremos três 
situações: 
1. se não foram optantes do SIMPLES, prevalece o art. 1179, § 2o “É dispensado das exigências deste artigo 
o pequeno empresário a que se refere o art. 970”; 
2. se optante do SIMPLES: tem que escriturar os Livros Caixa e Registro de Inventário; 
3. nas demais hipóteses, se submeterá às regras normais, ou seja, o Diário é o obrigatório. 
Tal ponto neste assunto está longe de ser incontroverso, mas vamos optar por essa linha de raciocínio. 
OBSERVAÇÃO 1: este texto de apoio tem fins meramente didáticos, sendo o mesmo apenas um resumo das prin-
cipais obras voltadas ao Exame de Ordem, juntamente com algumas outras opiniões pessoais (André Ramos Santa 
Cruz, Maria Eugenia Finkelstein, Marcelo Hugo da Rocha e Vaudelir Ribeiro Santos). O mesmo é apenas um com-
plemento, só tendo utilidade para aqueles que acompanharam asnossasaulas. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art970
 
 
 
 
 
 
 
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PREPARATÓRIO PARA OAB/CONCURSOS EM GERAL: 
ASPECTOS GERAIS DO DIREITO DE EMPRESA, NOME EMPRESARIAL, REGISTRO 
Prof. Msc. RENATA DE LIMA PEREIRA (profrenata.direito@gmail.com) 
TEXTO DE APOIO PARA AULA 01 
ASPECTOS GERAIS DO DIREITO DE EMPRESA: 
# Codificação: 
Apenas a título de curiosidade, pois este não será um assunto cobrado em prova, é bom que vocês saibam que 
está em debate a proposta de um novo Código Comercial. O Projeto de Lei nº 1.572, de 2011, foi proposto pelo 
Deputado Vicente Cândido em junho daquele ano. No entanto, o Projeto poderá ser alterado durante sua tramitação 
na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. 
Enfim, o Direito Empresarial, em sua totalidade, rege-se pelas quatro fontes vistas em sala: 1. a Constituição Federal 
(com destaque ao art. 170); 2. o CC; 3. o Cód. Com. na parte que não foi revogada; 4. as várias leis esparsas que 
veremos no decorrer dos encontros. 
# Terminologias: temos que ficar atentos às mesmas e não as confundir. Explique-se: empresa é diferente de 
empresário, que, por sua vez, é diferente de estabelecimento empresarial. Empresa é o ente abstrato, é a atividade 
econômica organizada; empresário é quem exerce empresa profissionalmente (podendo ser individual ou socie-
dade); estabelecimento empresarial é o conjunto de bens utilizados numa empresa. 
# Teoria da empresa (artigos para ler referentes a este assunto: 966 a 971 CC): toda empresa é necessariamente 
uma atividade econômica, pois o Direito Empresarial sempre tem por intuito algo oneroso. Mas, o contrário não é 
verdadeiro: nem toda atividade econômica é de empresa. Sobre isso, falamos na aula, quando da análise do Pará-
grafo único do art. 966, in verbis: 
“Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, 
literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exer-
cício da profissão constituir elemento da empresa”. 
# Impedidos legalmente de serem empresários (artigos para ler referentes a este assunto: 972 a 980 CC): no 
livro de Marcelo Hugo da Rocha e Vaudelir RibeiroSantos (Como se preparar para o Exame de Ordem) , temos um 
interessante quadro sobre isso, transcrito abaixo. São as pessoas que, devido a certas atividades que desenvolvem, 
podem ter alguma restrição empresarial, tais como: 
O falido, desde a decretação da falência até a 
sentença que extinguiu suas obrigações e 
aquele ainda não reabilitado 
LF, arts. 102 e 181, I 
Aqueles que foram condenados pela prática 
de crime cuja pena vede o acesso à ativi-
dade empresarial 
Lei 8934/1994, art. 35, II 
O leiloeiro Decreto 21981/1932, art. 36 
 
 
 
 
 
 
 
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Os funcionários públicos civis da União Lei 8112/1990, art. 117, X 
Os estrangeiros ou sociedade não sediadas 
no Brasil ou não constituídas segundo nos-
sas leis ou que dependam de autorização 
CC, arts. 1123 a 1141 
Os devedores do INSS Lei 8212/1991, art. 95, § 2º, d 
Aqueles em desempenho de função pública CF, art. 54, II, a 
O estrangeiro com visto temporário Lei 6815/1980, art. 99 
O militar da ativa Lei 6880/1980, art. 29 
O membro do Ministério Público Lei 8625/1993, art. 44, III 
O Magistrado LC 35/1979, art. 36, I e II 
As pessoas arroladas no art. 1011 CC CC, art. 1011 
 
Destaquemos que não estamos dizendo que eles não podem desenvolver nenhuma atividade de empresa, mas que 
têm certas restrições. Analise-as uma a uma, principalmente as que dizem respeito à magistratura e aos promotores. 
Lembremos do conteúdo do art. 972 CC: “Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno 
gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos” (como as pessoas acima descritas). 
REGISTRO 
(artigos para ler referentes a este assunto: 1150 a 1154 CC): 
# Ruralista (art. 971): como visto em aula, o mesmo goza de um tratamento diferenciado, podendo (apenas quem 
exerce tal atividade) optar em se registrar ou não na Junta Comercial, sem ser penalizado. Sobre isso, vale desta-
carmos a Enunciado 202 do CJF: 
“O registro do empresário ou sociedade rural na Junta Comercial é facultativo e de natu-
reza constitutiva, sujeitando-se ao regime jurídico empresarial. É inaplicável esse regime 
ao empresário ou sociedade rural que não exercer tal opção”. 
A partir de tais palavras, a outra conclusão não se pode chegar: para os empresários em geral, o registro na Junta, 
tem efeito meramente declaratório, visto que, existem muitos que não o fazem (sociedade em comum, comércio 
informal). Mas, como dito acima, para o ruralista, o registro o torna empresário, daí a sua natureza ser constitutiva. 
# Registro Público de Empresas Mercantis (arts. 1150 a 1154 CC): tal assunto está disciplinado em nossa legis-
lação pela lei 8934/94, mais os artigos acima referidos. 
À Junta Comercial, caberão as funções de: 1) matrícula (de determinadas atividades, por exemplo, de leiloeiros); 2) 
arquivamento dos atos constitutivos das sociedades; 3) autenticação (é a parte que diz respeito ao aspecto contábil). 
Um importante aspecto e que tem sido alvo de questionamentos em concursos, diz respeito à competência para 
julgar causas envolvendo as Juntas. Com isso, o STJ posicionou-se da seguinte maneira: a Junta tem natureza 
 
 
 
 
 
 
 
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híbrida. Assim sendo, a competência será dividida da seguinte forma: a)causas envolvendo matéria administrativa: 
competência da justiça estadual; b) causas envolvendo matérias técnicas: serão julgadas pela Justiça Federal. 
Destaque-se que, todos os atos levados a registro na Junta, são públicos. 
NOME EMPRESARIAL 
(artigos para ler referentes a este assunto: 1155 a 1168 CC): 
# Nome empresarial: pode ser firma (formada por nomes próprios) ou denominação (formada por um elemento de 
fantasia). 
As regras mais importantes foram vistas em sala de aula. Apenas para complementá-las, podemos destacar que: 
a) toda vez que o sobrenome de algum sócio não aparecer na firma, devemos acrescentar “e Cia”; tal adjetivo 
pode ser substituído por “filhos, irmãos” ou outros equivalentes; 
b) o nome empresarial não poderá conter nomes ou expressões que não sejam o verdadeiro objeto da em-
presa; 
c) também não poderão dele constar nomes que incluam ou reproduzam siglas ou denominações de órgãos 
públicos ou internacionais; 
d) em regra, a proteção ao nome empresarial será estadual (podendo ser também federal). Caso a Junta 
Comercial erre ao registrar nomes idênticos, irá responder judicialmente pela conduta negligente. 
# Regra para memorização: 
ESPÉCIE DE NOME EMPRESARIAL: QUEM O ADOTA: 
FIRMA EMPRESÁRIO INDIVIDUAL (responsabili-
dade ilimitada) 
 SOCIEDADE EM NOME COLETIVO 
 SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES 
DENOMINAÇÃO SOCIEDADE ANÔNIMA 
 COOPERATIVAS 
FIRMA OU DENOMINAÇÃO SOCIEDADE LIMITADA 
 SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES 
 EIRELI 
 
 PESSOA CASADA x DIREITO EMPRESARIAL: 
(artigos para ler referentes a este assunto: 977 e 978 CC): 
 
 
 
 
 
 
 
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Caro aluno, tal assunto já foi devidamente esmiuçado em sala de aula. Com isso, há poucas considerações a serem 
feitas: 
a) empresário que vier a firmar títulos, dívidas, sendo casado sob comunhão universal, responderá com seus 
bens particulares e com os comuns até o limite de sua meação; 
b) em regra, se o regime matrimonial for o da comunhão parcial ou total, as quotas sociais, adquiridas onero-
samente, durante o casamento, por um dos cônjuges, poderão se comunicar ao outro; 
c) os frutos de bens particulares, como os dividendos de ações de uma SA, também poderão se comunicar a 
depender do regime de bens. 
OBSERVAÇÃO 1: este texto de apoio tem fins meramente didáticos, sendo o mesmo apenas um resumo das prin-
cipais obras voltadas ao Exame de Ordem, juntamente com algumas outras opiniões pessoais (André Ramos Santa 
Cruz, Maria Eugenia Finkelstein, Marcelo Hugo da Rocha e Vaudelir Ribeiro Santos). O mesmo é apenas um com-
plemento, só tendo utilidade para aqueles que acompanharam a aula 01. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO EMPRESARIAL: 
Do Direito de Empresa. Do Empresário. Da caracterização e da inscrição. Da capacidade. Institutos com-
plementares (nome empresarial e prepostos). 
 
Prof. Msc. RENATA DE LIMA PEREIRA (profrenata.direito@gmail.com) 
Embora não apareça comumente em questões de concurso, é bom que façamos uma rápida revisão histórica de 
nossa matéria. 
- Teorias que tratam e trataram do tema: 
a) Teoria Subjetivista ou do Comerciante (primeira teoria): quem praticasse o comércio e fosse registrado 
no órgão de classe, era comerciante. Não havia a exigência do critério atual da habitualidade, por isso, tal 
teoria foi rechaçada. Levava em conta a figura individual do comerciante, por isso, tal nomenclatura. No 
Brasil, nunca foi utilizada. 
b) Teoria Objetivista ou dos Atos do Comércio (segunda teoria): seria de comércio o ato definido na lei 
como tal. No Brasil, tal ideia influenciou o nosso primeiro Código, o de 1850. A lei definia taxativamente o 
que seria ou não um ato comercial. Pelo fato de ter tentado taxar demais, criou brechas e foi desprezada. 
Da codificação: ______________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
# Conteúdo da Teoria da Empresa (arts. 966 a 980): Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissi-
onalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
# Lembrete: a empresa deve se registrar no local de sua matriz (estado). Se ela abrir filial, existem duas situações:a) se for filial no mesmo estado da matriz = basta fazer averbação na matriz; b) se for filial em outro estado da matriz 
= precisa ser feita averbação na matriz e registro no novo estado da filial (art. 969, Parágrafo único). 
# Pequenas empresas: ________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
 
# EXCEÇÕES AO CONCEITO DE EMPRESA: 
Parágrafo único do art. 966: “Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza cientí-
fica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão 
 
 
 
 
 
 
 
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constituir elemento da empresa”. 
____________________________________________________________________________ 
 
 
Cooperativas (art. 982, Parágrafo único, CC e Lei 5764/71) 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
Atividade Rural (art. 971, CC) 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
# Lembrete: a posição peculiar do ruralista: ele escolhe o que será melhor, se registrar na Junta e ser empresário 
ou não se registrar e ter atividade civil. Ou seja, para os outros tipos de empresários, o registro tem função mera-
mente declaratória; já para o ruralista, que queira se inscrever, terá função constitutiva, visto que o constituirá na 
condição de comerciante. Essa situação pode se referir ao empresário individual ou à sociedade empresária, ou 
seja, não precisa ser necessariamente pequeno empresário para se enquadrar em tal condição. 
 Do registro: Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da 
respectiva sede, antes do início de sua atividade. 
Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo antecedente será requerido pela 
pessoa obrigada em lei, e, no caso de omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado. 
§ 1o Os documentos necessários ao registro deverão ser apresentados no prazo de trinta dias, contado da 
lavratura dos atos respectivos. 
§ 2o Requerido além do prazo previsto neste artigo, o registro somente produzirá efeito a partir da data de 
sua concessão. 
_________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________ 
 A pessoa casada e o Direito Empresarial (observações importantes): 
Venda de bens do estabelecimento empresarial pelo empresário casado: regra específica 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
A sociedade formada entre cônjuges: é possível? 
____________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
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____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
# Lembrete: 
Art. 980: “A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não 
podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis”. 
 
 DO NOME EMPRESARIAL (elementos de composição – arts. 1155, CC e ss): 
Nome ____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
# Lembrete: Proteção ao nome empresarial: dentro dos limites do estado no qual há a sua inscrição (regra). Exce-
ção: se o empresário requerer, poderá ser no âmbito federal. 
# Lembrete: utilização da FIRMA: em regra, dar-se para sociedades com sócios de responsabilidade ilimitada; DE-
NOMINAÇÃO: em regra, dar-se para sociedades onde há sócios com responsabilidade limitada. 
OUTROS ELEMENTOS IDENTIFICADORES DA EMPRESA: 
Marca ____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
Título de Estabelecimento 
____________________________________________________________________________ 
Insígnia ____________________________________________________________________________ 
Nome de Domínio 
____________________________________________________________________________ 
Slogan 
____________________________________________________________________________ 
# Lembrete: vimos a regra de proteção ao nome empresarial. Mais adiante, veremos a da marca. E, como fica a do 
título de estabelecimento (nome de fantasia)? Há uma verdadeira celeuma sobre o mesmo, pois não há um lugar 
específico para seu registro, assim como há para o nome e marca. Sendo assim, conjugamos com o entendimento 
da doutrina mais abalizada, a qual entende: apesar da omissão legislativa sobre o tema, na hipótese do título ser 
destacado no registro na Junta, estaria comprovado o direito à exclusividade de uso, à semelhança do que acontece 
com o nome empresarial. 
# Lembrete: a alienação do nome empresarial em regra, não pode ser feita, a não ser que haja “trespasse”, venda 
de todo o estabelecimento empresarial. 
 
 
 
 
 
 
 
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# Lembrete: Princípio da Veracidade: Art. 1165: O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não 
pode ser conservado na firma social. 
# Lembrete: no campo do Direito Penal, a lei pune como crime de concorrência desleal, a usurpação do nome 
empresarial. 
 UMA RÁPIDA PALAVRA SOBRE PREPOSTOS (arts. 1169 a 1178) 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
# Lembrete: há duas diferenças básicas entre os prepostos tratados expressamente pelo CC: 1. a existência do 
gerente, numa empresa, é facultativa; já a do contabilista, obrigatória; 2. qualquer pessoa pode ser gerente; já para 
ser contabilista, precisa ser profissional inscrito no órgão de classe. 
 
ESCRITURAÇÃO (arts. 1179 a 1195 CC): 
Livros mercantis: __________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
SÚMULAS SOBRE O ASSUNTO: 
227, STJ: A PESSOA JURÍDICA PODE SOFRER DANO MORAL. 
130, STJ: A EMPRESA RESPONDE, PERANTE O CLIENTE, PELA REPARAÇÃO DE DANO OU FURTO DE VE-
ÍCULO OCORRIDOS EM SEU ESTACIONAMENTO. 
390, STF: A exibição judicial de livros comerciais pode ser requerida como medida preventiva. 
439, STF: Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame 
aos pontos objeto da investigação. 
# ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL# 
PROF. Msc. RENATA LIMA (profrenata.direito@gmail.com) 
 
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL (arts. 1142 a 1149 CC c/c arts. 51 a 54 Lei de Locações 8245/91): 
Conceito: _____________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
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Requisito básico para que haja o trespasse: “Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para 
solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimentodepende do pagamento de todos os credores, ou 
do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação”. 
 
# Lembrete: é muito importante que você entenda a sistemática do art. 1146: “O adquirente do estabelecimento 
responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continu-
ando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da 
publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento”. Acho melhor explicar tal dispositivo através do seguinte 
exemplo: eu tenho uma empresa e a vendo para João. Vamos imaginar que o contrato do trespasse tenha sido 
publicado em 08/05/12, pois bem, em sendo assim, eu continuarei solidária com João pelas dívidas já vencidas até 
08/05/13; já em relação às dívidas vincendas, meu prazo de responsabilidade será a partir de suas datas de venci-
mento. Imaginemos que uma dívida que irá se vencer em 29/06/12. Nessa época, eu já havia vendido, mas era 
dívida feita por mim, portanto, vincenda, em sendo assim, eu serei responsável por ela até 29/06/13. Tal dispositivo 
não se aplica a dívidas trabalhistas, nem tributárias. Para essas, existem regras específicas: art. 133 CTN e art. 
448-A CLT (inclusive observe que este dispositivo sofreu mudança importante após a reforma trabalhista), e ainda, 
de acordo com a Lei de Falência: art. 141 “...II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá 
sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação 
de trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho”. 
SÚMULAS REFERENTES AO ASSUNTO: 
451, STJ: É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial. 
645, STF: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial. 
646, STF: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos co-
merciais do mesmo ramo em determinada área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO PREPARATÓRIO PARA A OAB - DIREITO EMPRESARIAL 
# PARTE GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 
PROF. Msc. RENATA LIMA (profrenata.direito@gmail.com) 
 
DIREITO CAMBIÁRIO: 
 (Arts. 887 a 926 CC) 
1 - CONCEITO DE TÍTULO DE CRÉDITO (art. 887): 
“É o documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado” (César Vinvant). 
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
_________________________# Lembrete:- São sub-princípios (desdobramentos do princípio da autonomia): 
a) abstração: quando o TC é posto em circulação, ele se desvincula da obrigação originária a qual lhe deu causa; 
b) inoponibilidade das exceções pessoais: o executado só pode opor matérias de defesa em relação ao exeqüente 
fundadas no TC. Por exemplo: falsidade do título, prescrição, etc; 
c) independentes: os TC não precisam de outro documento para comprová-lo. 
2 - DO ENDOSSO (aspectos gerais – arts. 910 a 920 CC): 
 Conceito, espécies: 
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
_________________________ 
# Lembrete: vimos na aula o chamado endosso próprio. Mas, também existe o tipo impróprio. Esses não são en-
dossos propriamente ditos, pois não transmitem a responsabilidade por parte do transmitente, transmitem algo di-
ferente. São classificados em: 
a)Endosso-mandato (para cobrança; por procuração ou por valor a cobrar): art. 917: 
- Funcionamento: não transfere a propriedade do TC (daí porque é impróprio), mas confere poderes ao 
mandatário para agir em nome do endossante. Ou seja, o endossatário é um mandatário. Em outras palavras, é 
apenas uma procuração feita no próprio TC, para não ter que fazer dois documentos diferentes, faz-se apenas um. 
b) Endosso-póstumo: art. 920. 
- Funcionamento: é o feito posterior ao prazo de pagamento, daí porque a expressão “póstumo”. O normal 
é se endossar um TC antes dele se vencer, mas algumas empresas compram um TC já vencido e não pago, pa-
gando um valor bem abaixo do valor do TC em si. Exemplo: João deve a Maria R$ 100,00. No dia marcado, João 
não paga. Daí, depois do vencimento Maria “vende” o TC para Pedro, digamos por R$ 60,00. Daí, Maria não tem 
que esperar mais, pois tem pressa no dinheiro e, por outro lado, Pedro executa o TC de João no valor de R$ 100,00. 
c) Endosso-caução (endosso pignoratício): art. 918: 
 
 
 
 
 
 
 
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- Funcionamento: o devedor dá ao credor um TC em garantia. Exemplo: Mário pega um empréstimo com 
Alfredo de R$ 100,00, mas não tem nenhuma garantia para dar. Daí, Mário fornece como garantia uma nota pro-
missória em que Joana lhe deve R$ 100,00. Pois bem, se Mário pagar a Alfredo, este lhe devolve o TC. Do contrário, 
Alfredo executa o TC em face de Joana. 
# Lembrete: é importante destacarmos que o conteúdo do dispositivo a seguir é norma geral, não se aplicando aos 
TC em espécie: 
“Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde o endossante pelo 
cumprimento da prestação constante do título”. 
3 – DO AVAL (arts. 898 a 900 CC): 
Pontos de semelhança entre os institutos: 
PONTOS DE IGUALDADE AVAL e FIANÇA 
Conceito 
 
Outorga conjugal 
 
Forma 
 
 
Diferenças fundamentais entre aval e fiança: 
PONTOS DE DIFERENÇA AVAL FIANÇA 
Regra geral 
 
 
Ramo do Direito a que per-
tence 
 
Bem de família 
 
 
Tipo de responsabilidade 
(como regra) 
 
Morte do garantidor 
 
 
Tipo de obrigação 
 
 
Prazo 
 
 
Onde será prestado 
 
 
 
FORMAS DE COBRANÇA DOS TC:_______________________________________ 
_____________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
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PREPARATÓRIO PARA OAB/CONCURSOS EM GERAL 
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL/PREPOSTOS/ESCRITURAÇÃO MERCANTIL 
Prof. Msc. RENATA DE LIMA PEREIRA 
TEXTO DE APOIO PARA AULA 02 
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 
(artigos que você deve ler referentes a esta matéria: 1142 a 1149 CC c/c arts. 51 a 54 da Lei do Inquilinato: 
8245/91): 
# Conceito: é a soma de bens corpóreos + incorpóreos + clientela (são as pessoas que mantêm continuamente 
relação com a empresa) + aviamento (possibilidade de produzir lucro que a empresa possui). 
# Trespasse: é a venda de todo o estabelecimento empresarial de um empresário para outro, observadas as con-
dições da lei, nos termos do art. 1145, vistas em sala. 
# Sub-rogação das obrigações no trespasse: é importante observarmos a disposição do enunciado 8º aprovado 
na I Jornada de Direito Comercial do STJ: 
“Há sub-rogação do adquirente nos contratos de exploração atinentes ao 
estabelecimento adquirido, desde que não possuam caráter pessoal, é a regra geral, in-
cluindo o contrato de locação. 
 
É relevante ainda destacarmos tal situação, pois de acordo com a dicção do art. 1148: 
“Salvo disposição em contrário, a transferência (do estabelecimento – acrescentei) importa 
a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabeleci-
mento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em 90 
dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste 
caso, a responsabilidade do alienante”. 
Ou seja, o que se quer dizer é que o novo dono continuará observando os contratos do dono anterior, a não ser que 
possuam caráter estritamente pessoal.# Locação empresarial: dentro do tema ora em análise, é importante que falemos algo sobre a locação empresarial. 
Explique-se: a locação empresarial confere maiores direitos ao locatário do que a residencial. O que as define não 
são os sujeitos das mesmas (locador/locatário), mas sim, a finalidade para a qual é utilizada (civil ou comercial), em 
regra. Ambas são tratadas pela mesma legislação, qual seja, a Lei do Inquilinato (8245/91). Tal matéria encontra-
se prevista a partir do art. 51 da mencionada lei. 
Observemos o que dissemos acima: basicamente, o que define o fato da locação ser empresária é a sua finalidade. 
Tal regra encontra-se excepcionada se o locatário for pessoa jurídica e o imóvel, destinar-se ao uso de seus titulares, 
diretores, sócios, gerentes, executivos ou empregados. 
Observemos: o principal direito que o inquilino de locação empresarial possui é o da chamada renovação compul-
sória. Mas, para que essa ocorra, são necessários os seguintes requisitos (que devem aparecer de maneira conco-
mitante) (obs.: a ação a seguir descrita é denominada de Renovatória ou garantia de inerência ao ponto comercial): 
 
 
 
 
 
 
 
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“Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a reno-
vação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: 
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; 
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos 
escritos seja de cinco anos; 
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e 
ininterrupto de três anos”. 
Além disso, outra exigência encontra-se presente, qual seja, o momento da propositura da dita Ação Renovatória: 
a mesma terá que se proposta pelo locatário no máximo até antes 01 ano do fim do contrato, e no mínimo, até 06 
meses antes (todos esses direitos também podem ser exercidos pelos sucessores). Exemplo: João tem uma loja 
no imóvel de Pedro. O contrato irá se encerrar dia 31\12\12. Com isso, João terá entre 31\12\11 a 30\06\12, depois 
de tais prazos, podemos afirmar que o locatário decaiu de seu direito. 
Mas, a própria legislação, em seu art. 52 transcreve as hipóteses em que o locador não é obrigado a proceder à 
renovação. Leia-se: 
“Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: 
I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem 
na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o 
valor do negócio ou da propriedade; 
II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio 
existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, 
ascendente ou descendente”. 
Ainda são requisitos da Ação Renovatória, além dos descritos alhures: 
“Art. 71. Além dos demais requisitos exigidos no art. 282 do Código de Processo Civil, a 
petição inicial da ação renovatória deverá ser instruída com: 
I - prova do preenchimento dos requisitos dos incisos I, II e III do art. 51; 
II - prova do exato cumprimento do contrato em curso; 
III - prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel e cujo pagamento 
lhe incumbia; 
IV - indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação da locação; 
V - indicação de fiador quando houver no contrato a renovar e, quando não for o mesmo, 
com indicação do nome ou denominação completa, número de sua inscrição no Ministério 
da Economia, Fazenda e Planejamento, endereço e, tratando-se de pessoa natural, a na-
cionalidade, o estado civil, a profissão e o número da carteira de identidade, comprovando, 
em qualquer caso e desde logo, a idoneidade financeira; 
V – indicação do fiador quando houver no contrato a renovar e, quando não for o mesmo, 
com indicação do nome ou denominação completa, número de sua inscrição no Ministério 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm#art282
 
 
 
 
 
 
 
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da Fazenda, endereço e, tratando-se de pessoa natural, a nacionalidade, o estado civil, a 
profissão e o número da carteira de identidade, comprovando, desde logo, mesmo que 
não haja alteração do fiador, a atual idoneidade financeira; (Redação dada pela Lei nº 
12.112, de 2009) 
VI - prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir na renovação aceita os encar-
gos da fiança, autorizado por seu cônjuge, se casado for; 
VII - prova, quando for o caso, de ser cessionário ou sucessor, em virtude de título oponível 
ao proprietário”. 
Por outro lado: 
“Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará ads-
trita, quanto à matéria de fato, ao seguinte: 
I - não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei; 
II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel na época da reno-
vação, excluída a valorização trazida por aquele ao ponto ou lugar; 
III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores; 
IV - não estar obrigado a renovar a locação (incisos I e II do art. 52)”. 
Em todo o caso, não sendo renovada a locação, será expedido mandado de despejo para que haja desocupação 
em 30 dias. 
Precisamos ter em mente o seguinte: quando o legislador confere esse direito ao locatário, qual seja, o da renovação 
compulsória (ou direito de inerência ao ponto) o faz por alguns motivos básicos: primeiro, o locatário acabou por 
valorizar aquele ponto; além do que, diferente do locatário de residência que por pior que seja a sua situação pode 
ir morar em qualquer lugar, o mesmo não se dá em relação a uma empresa, pois para onde a mesma vai? Se mudar 
o seu lugar, com certeza, isso afetará a sua clientela, o que pode resultar em prejuízo dos grandes. Mais direitos 
ainda possui o locatário empresarial de Shopping Center. 
De outra banda, a denúncia no contrato de locação empresarial poderá ocorrer nas seguintes hipóteses, ou seja, 
não é impossível o fim da locação empresarial, como pode parecer : 
“Art. 56. Nos demais casos de locação não residencial, o contrato por prazo determinado 
cessa, de pleno direito, findo o prazo estipulado, independentemente de notificação ou 
aviso”. 
“Art. 57. O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser denunciado por escrito, 
pelo locador, concedidos ao locatário trinta dias para a desocupação”. 
# Cláusula de não concorrência: por fim, em termos de estabelecimento empresarial, é bom que se diga que o 
alienante não pode fazer concorrência ao adquirente nos 5 anos subsequentes à transferência, salvo previsão con-
tratual em sentido contrário. 
 
PREPOSTOS 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2
 
 
 
 
 
 
 
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5 
(artigos que você precisa ler referentes a este tema: 1169 a 1178 CC): 
# Prepostos: o CC achou por bem tipificar tais figuras. Na definição de De Plácido e Silva: “Preposto é pessoa ou 
empregado que, além de ser um locador de serviços, está investido no poder de representação do empregado”. 
Explicando tal conceito: preposto é “pessoa” (autônomo) ou “empregado” (nos termos da CLT), o qual presta servi-
ços e pode representar o preponente. Todas as pessoas que nesta categoria se encontram são assim consideradas, 
mas o legislador preferiu tratar expressamente de duas (contabilistas e gerentes). 
Abaixo, vamos fazer algumas observações sobre os artigos citados. 
# Relação dos terceiros perante os prepostos: 
a) a entrega de valores/papéis feita a prepostos considera-se perfeita e acabada; 
b) responsabilidade dos atos praticados por eles perante terceiros: o preponente responde, salvo comprovada 
má-fé por parte do preposto; 
c) atos praticados dentro do estabelecimento: obrigam ao preponente, ainda que não estejam por escrito; 
d) atos praticados fora do estabelecimento:só obrigam ao preponente aqueles que constarem por escrito; 
e) os prepostos não podem fazer concorrência aos respectivos preponentes; 
f) prática de atos culposos perante terceiros: o preponente responde, mas o preposto responde diante do 
preponente; 
g) prática de atos dolosos perante terceiros: preponente e preposto respondem solidariamente. 
# Prepostos trazidos taxativamente pelo CC (visto que, outros também podem existir): foram o gerente e o con-
tabilista, vejamos: 
Segue a definição de “gerente”: 
“Art. 1.172. Considera-se gerente o preposto permanente no exercício da empresa, na 
sede desta, ou em sucursal, filial ou agência”. 
Na Junta, deverão estar descritos todos os poderes a eles conferidos para que possam ser válidos perante terceiros. 
É bom ainda que destaquemos que o gerente tratado pela lei, não é do gerente que também é sócio, aqui, a lei trata 
do tema “prepostos”, portanto, estamos apenas diante de mais um empregado que tem mais poderes e mais res-
ponsabilidades que os demais. 
O contabilista, por sua vez, será o profissional a quem cabe praticar todo o lado contábil de uma empresa. Por isso 
mesmo, uma empresa dele não pode prescindir. 
PROPRIEDADE INDUSTRIAL (lei 9279/96): 
Logo ao nos depararmos com a lei em comento, podemos constatar que o art. 2º prega que a proteção ao desen-
volvimento tecnológico neste país, dá-se das seguintes maneiras (conforme Marcelo Hugo da Rocha, em sua obra: 
Como passar no Exame de Ordem): 
 
 
 
 
 
 
 
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6 
CONCESSÃO: de patentes (através da carta 
patente ou carta de privilégio): 
de invenção; 
de modelo de utilidade (tam-
bém dito pequena invenção); 
 de registro: de marca; 
 de desenho industrial; 
REPRESSÃO: às falsas indicações geográfi-
cas; 
 ___ 
 à concorrência desleal. ___ 
 
Órgão que rege a matéria: tudo isso é regido pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). 
Espécies desses bens: móveis, para todos os fins legais. Por tal motivo, são passíveis de cessão, seja através de 
atos inter vivos ou causa mortis. 
 
 # Patente: refere-se à invenção e modelo de utilidade (conceitos vistos em sala de aula). Algo importante sobre a 
patente é o prazo (improrrogável), a saber: 
Invenção: 20 anos, contados a partir do depósito no INPI 
(regra geral); 
caso demore muito a sair a carta patente, o 
prazo não poderá ser inferior a 10 anos, con-
tatos da expedição da carta patente; 
Modelo de utilidade: 15 anos, contados a partir do depósito no INPI 
(regra geral); 
caso demore muito a sair a carta patente, o 
prazo não poderá ser inferior a 07 anos, con-
tatos da expedição da carta patente. 
Mesmo a patente fazendo parte da propriedade intelectual de seu autor, ele poderá perdê-la nas hipóteses previstas 
em lei, tais como: 
a) fim do prazo; 
b) renúncia por parte de seu titular (desde que não sejam prejudicados os direitos de terceiros); 
c) caducidade; 
d) falta de pagamento da retribuição anual ao INPI; 
e) falta de representante no Brasil, quando o titular for domiciliado no exterior. 
Ps.: em havendo a perda por quaisquer desses motivos, a patente cairá em domínio público. 
 - Quem pode requerer uma patente: 
 
 
 
 
 
 
 
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7 
a) o próprio inventor; 
b) inventores em conjunto; 
c) herdeiros; 
d) o cessionário. 
– O que não é invenção nem modelo de utilidade: 
Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade: 
 I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos; 
 II - concepções puramente abstratas; 
 III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de 
sorteio e de fiscalização; 
 IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética; 
 V - programas de computador em si; 
 VI - apresentação de informações; 
 VII - regras de jogo; 
 VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para 
aplicação no corpo humano ou animal; e 
 IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela 
isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais. 
– O que não é patenteável: 
Art. 18. Não são patenteáveis: 
 I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas; 
 II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação 
de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes 
de transformação do núcleo atômico; e 
 III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos 
de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera 
descoberta. 
Caros alunos, é bem chato tentar memorizar os dois artigos acima, mas a OAB e os concursos em geral, já os 
cobraram por diversas vezes. 
# Registro: refere-se à marca e à desenho industrial (design), conceitos tratados em sala. 
 
 
 
 
 
 
 
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8 
A lei nos oferece os seguintes tipos de marcas, descritos a seguir, das quais, a mais importante é a primeira, a 
saber: 
Marca de PRODUTO ou SERVIÇO É aquela usada para distinguir produto ou ser-
viço de outro idêntico, semelhante ou afim, de 
origem diversa; 
Marca de CERTIFICAÇÃO é aquela usada para atestar a conformidade de 
um produto ou serviço com determinadas nor-
mas ou especificações técnicas, notadamente 
quanto à qualidade, natureza, material utili-
zado e metodologia empregada; 
Marca COLETIVA é aquela usada para identificar produtos ou 
serviços provindos de membros de uma deter-
minada entidade. 
É importante destacar que o nome de domínio (site), visto na primeira aula, não tem proteção resguardada pelo 
INPI, e sim, pelo NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto Br), entidade de direito privado sem fins 
lucrativos. Prevalecendo neste, a ordem de chegada. Em havendo conflito de anterioridade com o registro de marca 
no INPI, prevalecerá o que estiver neste último. 
A extinção do registro dá-se quase que pelas mesmas maneiras da extinção da patente, só que, a taxa de retribuição 
da patente, é anual; ao passo que, a do registro, é quinquenal. 
OBSERVAÇÃO 1: é indispensável, caro aluno, que você faça a leitura dos artigos aos quais eu me referi. As bancas 
costumam cobrar muito em suas provas, texto literal de lei. Assim sendo, o ideal é que você os leia. Mas, não basta 
fazer a leitura, você precisa compreender o conteúdo dos mesmos. De preferência, você poderia fazer um resumo 
de tais dispositivos legais, visto que, não são muitos. 
OBSERVAÇÃO 2: este material não tem intuitos comerciais, são apenas textos de apoios para os alunos, consti-
tuindo o mesmo como um resumo das principais obras de concurso juntamente com minhas percepções próprias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Da Propriedade Intelectual: aspectos gerais 
 
DO GÊNERO “PROPRIEDADE INTELECTUAL” 
 
Das espécies 
→ Direitos Autorais (lei 9610/98) 
→ Propriedade Industrial (lei 9279/96) 
 
PREVISÃO LEGAL DO ASSUNTO: 
Art. 5º, XXIX, CF - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utili-
zação, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros 
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País. 
 
Lei específica 
Da Convenção de Paris/O acordo TRIPs 
 
DO INPI: 
 
Entendendo o funcionamento: 
 
Art. 2º A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerado o seu interesse sociale o desenvol-
vimento tecnológico e econômico do País, efetua-se mediante: 
 I - concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade; 
 II - concessão de registro de desenho industrial; 
 III - concessão de registro de marca; 
 IV - repressão às falsas indicações geográficas; e 
 V - repressão à concorrência desleal. 
 
DA PATENTE (ideia geral): 
 
 
Ima-
gem:https://www.google.com.br/search?q=patente&source=lnms&tbm=isch&sa
=X&ved=0ahUKEwigxs31jtjgAhXEB9QKHaP6C48Q_AUIDigB&biw=911&bih=4
17#imgdii=25CvZVf2bC9OLM:&imgrc=VDXn9wtReJLBAM: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Patente: espécies, aspectos gerais e requisitos 
 
 
 
Fon-
te:https://www.google.com.br/search?q=capacete+com+buraco+para+cabelo&source=l
nms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjpq6HoxdrgAhU8LLkGHfoTDTkQ_AUIDigB&biw=
911&bih=384#imgrc=n5vYPvN2gDE14M 
Fonte:https://minilua.com/17-invencoes-incriveis-japao-experimentar/ 
 
O QUE A PATENTE SE DIGNA A PROTEGER: 
 
- INVENÇÃO 
- MODELO DE UTILIDADE: art. 9º: “É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou 
parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato 
inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação” 
 
 
 
REQUISITOS: 
Art. 8º É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação 
industrial. 
 
1 – NOVIDADE: 
Art. 11. A invenção e o modelo de utilidade são considerados novos quando não compreendidos no esta-
do da técnica. 
 
2 – ATIVIDADE INVENTIVA: 
Art. 13. A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra 
de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica. 
 
Art. 14. O modelo de utilidade é dotado de ato inventivo sempre que, para um técnico no assunto, não de-
corra de maneira comum ou vulgar do estado da técnica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 – APLICAÇÃO INDUSTRIAL: 
Art. 15. A invenção e o modelo de utilidade são considerados suscetíveis de aplicação industrial quando 
possam ser utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indústria. 
 
Art. 15. A invenção e o modelo de utilidade são considerados suscetíveis de aplicação industrial quando 
possam ser utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indústria. 
 
4 – DESIMPEDIMENTO: 
Art. 18. Não são patenteáveis: 
I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas; Essa proi-
bição é lógica, pois tudo dessa espécie é repelido pelo Ordenamento jurídico; 
II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modifica-
ção de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resul-
tantes de transformação do núcleo atômico; e Nesse caso, há uma questão de política interna do país em fazer tal 
proibição; 
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requi-
sitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não se-
jam mera descoberta. 
 
O QUE NÃO SE CONSIDERA INVENÇÃO: 
 
Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade: 
 I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos; 
 II - concepções puramente abstratas; 
 III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de 
sorteio e de fiscalização; 
 IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética; 
 V - programas de computador em si; 
 VI - apresentação de informações; 
 VII - regras de jogo; 
 VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para 
aplicação no corpo humano ou animal; e 
 IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que 
dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos natu-
rais. 
 
PRAZO DE PROTEÇÃO DA PATENTE: 
 
Art. 40. A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos e a de modelo de utilidade pelo pra-
zo 15 (quinze) anos contados da data de depósito. 
Parágrafo único. O prazo de vigência não será inferior a 10 (dez) anos para a patente de invenção e a 7 
(sete) anos para a patente de modelo de utilidade, a contar da data de concessão, ressalvada a hipótese de o 
INPI estar impedido de proceder ao exame de mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo 
de força maior. 
 
DO PASSO A PASSO DO PEDIDO DE PATENTE 
 
PASSO 01: 
 
Art. 19. O pedido de patente, nas condições estabelecidas pelo INPI, conterá: 
 I - requerimento; 
 II - relatório descritivo: Art. 24. O relatório deverá descrever clara e suficientemente o objeto, de modo a pos-
sibilitar sua realização por técnico no assunto e indicar, quando for o caso, a melhor forma de execução. 
 
Segundo o Manual do INPI: 
- O título do pedido deve definir de forma concisa, clara e precisa o escopo técnico da invenção, e deve ser o 
mesmo para o requerimento, o relatório descritivo, o resumo, e a listagem de sequências, se houver; • Referir-se a 
 
 
 
 
 
 
 
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uma única invenção, ou a um grupo de invenções inter-relacionadas de maneira que constituam um só conceito 
inventivo; • Descrever a finalidade, aplicação e campo técnico de utilização da invenção; 
Comparar a matéria objeto de proteção com o estado da técnica, ressaltando suas vantagens e o problema que 
vem solucionar; • Relacionar os desenhos apresentados, numerando-os consecutivamente e descrevendo o seu 
significado, por exemplo: Fig. 1 - representa uma vista frontal do objeto, Fig. 2 - representa uma perspectiva do 
objeto, etc. • Descrever pormenorizadamente o objeto do pedido de patente, de acordo com os desenhos apresen-
tados, reportando-se às referências numéricas de cada parte do desenho. 
 
III - reivindicações; 
IV - desenhos, se for o caso; 
V - resumo; e 
VI - comprovante do pagamento da retribuição relativa ao depósito. 
 
PASSO 02: 
 
- Pedido feito em conformidade: Art. 20. Apresentado o pedido, será ele submetido a exame formal preliminar e, 
se devidamente instruído, será protocolizado, considerada a data de depósito a da sua apresentação. 
ou 
- Pedido feito em desconformidade: Art. 21. O pedido que não atender formalmente ao disposto no art. 19, mas 
que contiver dados relativos ao objeto, ao depositante e ao inventor, poderá ser entregue, mediante recibo datado, 
ao INPI, que estabelecerá as exigências a serem cumpridas, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de devolução 
ou arquivamento da documentação. 
 
PASSO 03: 
 
Art. 21, Parágrafo único. Cumpridas as exigências, o depósito será considerado como efetuado na data do 
recibo. 
 
# IMPORTANTE PREVISÃO: 
 
Art. 22. O pedido de patente de invenção terá de se referir a uma única invenção ou a um grupo de inven-
ções inter-relacionadas de maneira a compreenderem um único conceito inventivo. 
 
Art. 23. O pedido de patente de modelo de utilidade terá de se referir a um único modelo principal, que po-
derá incluir uma pluralidade de elementos distintos, adicionais ou variantes construtivas ou configurativas, desde 
que mantida a unidade técnico-funcional e corporal do objeto. 
 
PASSO 04: 
 
Do procedimento de análise do pedido: sigilo x publicação: Art. 30. O pedido de patente será mantido em sigilo 
durante 18 (dezoito) meses contados da data de depósito ou da prioridade mais antiga, quando houver, após o 
que será publicado, à exceção do caso previsto no art. 75. 
 
PASSO 05: 
 
Da publicação em si: Art. 31. Publicado o pedido de patente e até o final do exame, será facultada a apresenta-
ção, pelos interessados, de documentos e informações para subsidiarem o exame. 
Parágrafo único. O exame nãoserá iniciado antes de decorridos 60 (sessenta) dias da publicação do pedido. 
 
PASSO 06: 
 
Pedido do exame: Art. 33. O exame do pedido de patente deverá ser requerido pelo depositante ou por qualquer 
interessado, no prazo de 36 (trinta e seis) meses contados da data do depósito, sob pena do arquivamento do 
pedido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 
PASSO 07: 
 
Manifestação do INPI pós pedido de exame: 
Art. 35. Por ocasião do exame técnico, será elaborado o relatório de busca e parecer relativo a: 
 I - patenteabilidade do pedido; 
 II - adaptação do pedido à natureza reivindicada; 
 III - reformulação do pedido ou divisão; ou 
 IV - exigências técnicas. 
 
PASSO 08: 
 
Deferimento ou não da patente: 
Art. 36. Quando o parecer for pela não patenteabilidade ou pelo não enquadramento do pedido na nature-
za reivindicada ou formular qualquer exigência, o depositante será intimado para manifestar-se no prazo de 90 
(noventa) dias. 
 
Art. 37. Concluído o exame, será proferida decisão, deferindo ou indeferindo o pedido de patente. 
 
Art. 212. Salvo expressa disposição em contrário, das decisões de que trata esta Lei cabe recurso, que 
será interposto no prazo de 60 (sessenta) dias. 
 
PASSO 09: 
 
Concessão da patente: Art. 38. A patente será concedida depois de deferido o pedido, e comprovado o pagamen-
to da retribuição correspondente, expedindo-se a respectiva carta-patente. 
Custo atual da patente: http://www.inpi.gov.br/arquivos/tabela_servicos_inpi_nov_2018.pdf 
 
# OBSERVAÇÃO RELEVANTE: 
 
Art. 229-C. A concessão de patentes para produtos e processos farmacêuticos dependerá da prévia anuência da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. (Incluído pela Lei nº 10.196, de 2001) 
 
PRINCIPAL DIREITO DO TITULAR DA PATENTE: 
 
Art. 41. A extensão da proteção conferida pela patente será determinada pelo teor das reivindicações, in-
terpretado com base no relatório descritivo e nos desenhos. 
 
Art. 42. A patente confere ao seu titular o direito de impedir terceiro, sem o seu consentimento, de produ-
zir, usar, colocar à venda, vender ou importar com estes propósitos: 
 
Art. 44. Ao titular da patente é assegurado o direito de obter indenização pela exploração indevida de seu 
objeto, inclusive em relação à exploração ocorrida entre a data da publicação do pedido e a da concessão da pa-
tente. 
 
EXTINÇÃO DA PATENTE: 
 
Art. 78. A patente extingue-se: 
 I - pela expiração do prazo de vigência; 
 II - pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros; 
 III - pela caducidade; 
 IV - pela falta de pagamento da retribuição anual, nos prazos previstos no § 2º do art. 84 e no art. 87; e 
 V - pela inobservância do disposto no art. 217. 
 Parágrafo único. Extinta a patente, o seu objeto cai em domínio público. 
 
Art. 87. O pedido de patente e a patente poderão ser restaurados, se o depositante ou o titular assim o re-
querer, dentro de 3 (três) meses, contados da notificação do arquivamento do pedido ou da extinção da patente, 
mediante pagamento de retribuição específica. 
 
http://www.inpi.gov.br/arquivos/tabela_servicos_inpi_nov_2018.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10196.htm
 
 
 
 
 
 
 
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7 
LICENCIAMENTO DA PATENTE: 
 
- voluntário: Art. 61. O titular de patente ou o depositante poderá celebrar contrato de licença para exploração; 
- compulsório: razão de ser: Art. 5º, XXIX, CF - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio tem-
porário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de 
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e eco-
nômico do País; 
 
Hipóteses: 
A) Art. 68. O titular ficará sujeito a ter a patente licenciada compulsoriamente se exercer os direitos dela decorren-
tes de forma abusiva, ou por meio dela praticar abuso de poder econômico, comprovado nos termos da lei, por 
decisão administrativa ou judicial. 
§ 1º Ensejam, igualmente, licença compulsória: 
B) I - a não exploração do objeto da patente no território brasileiro por falta de fabricação ou fabricação incompleta 
do produto, ou, ainda, a falta de uso integral do processo patenteado, ressalvados os casos de inviabilidade eco-
nômica, quando será admitida a importação; 
C) ou II - a comercialização que não satisfizer às necessidades do mercado. 
 
Quem pode requerer o licenciamento nessas situações: § 2º A licença só poderá ser requerida por pessoa com 
legítimo interesse e que tenha capacidade técnica e econômica para realizar a exploração eficiente do objeto da 
patente, que deverá destinar-se, predominantemente, ao mercado interno, extinguindo-se nesse caso a excepcio-
nalidade prevista no inciso I do parágrafo anterior. 
 
Prazo de ajuste: § 5º A licença compulsória de que trata o § 1º somente será requerida após decorridos 3 (três) 
anos da concessão da patente. 
 
Art. 80. Caducará a patente, de ofício ou a requerimento de qualquer pessoa com legítimo interesse, se, 
decorridos 2 (dois) anos da concessão da primeira licença compulsória, esse prazo não tiver sido suficiente para 
prevenir ou sanar o abuso ou desuso, salvo motivos justificáveis. 
 
D) Art. 71. Nos casos de emergência nacional ou interesse público, declarados em ato do Poder Executivo Fede-
ral, desde que o titular da patente ou seu licenciado não atenda a essa necessidade, poderá ser concedida, de 
ofício, licença compulsória, temporária e não exclusiva, para a exploração da patente, sem prejuízo dos direitos do 
respectivo titular. 
 
Hipóteses excepcionais em que não haverá o licenciamento compulsório: 
 Art. 69. A licença compulsória não será concedida se, à data do requerimento, o titular: 
 I - justificar o desuso por razões legítimas; 
 II - comprovar a realização de sérios e efetivos preparativos para a exploração; ou 
 III - justificar a falta de fabricação ou comercialização por obstáculo de ordem legal. 
 
Contraditório em caso de licenciamento compulsório: Art. 73, § 4º Havendo contestação, o INPI poderá realizar as 
necessárias diligências, bem como designar comissão, que poderá incluir especialistas não integrantes dos qua-
dros da autarquia, visando arbitrar a remuneração que será paga ao titular. 
 
Prazo para início da exploração: Art. 74. Salvo razões legítimas, o licenciado deverá iniciar a exploração do objeto 
da patente no prazo de 1 (um) ano da concessão da licença, admitida a interrupção por igual prazo. 
Ônus da prova. 
 
DO REGISTRO DO DESENHO INDUSTRIAL: 
 
DA TITULARIDADE: 
 
Art. 94. Ao autor será assegurado o direito de obter registro de desenho industrial que lhe confira a propri-
edade, nas condições estabelecidas nesta Lei. 
Parágrafo único. Aplicam-se ao registro de desenho industrial, no que couber, as disposições dos arts. 6º 
e 7º. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCEITO E REQUISITOS: 
 
Art. 95. Considera-se desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamen-
tal de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua 
configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial. 
 
 
 
REQUISITOS: 
 
Art. 96. O desenho industrial é considerado novo quando não compreendido no estado da técnica. 
 
Art. 97. O desenho industrial é considerado original quando dele resulte uma configuração visual distintiva, 
em relação a outros objetos anteriores. 
 
QUANDO NÃO CABERÁ ESTA PROTEÇÃO: 
 
Art. 98. Não se considera desenho industrial qualquer obra de caráter puramente artístico. 
 
Art. 100. Não é registrável como desenho industrial: 
I - o que for contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas, ou 
atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou idéia e sentimentos dignos de respeito e venera-ção; 
II - a forma necessária comum ou vulgar do objeto ou, ainda, aquela determinada essencialmente por con-
siderações técnicas ou funcionais. 
 
PASSO A PASSO DO PROCEDIMENTO DO REGISTRO DO DESENHO INDUSTRIAL: 
 
1. Pedido: art. 101. 
2. Análise formal preliminar. 
3. Art. 106. Depositado o pedido de registro de desenho industrial e observado o disposto nos arts. 100, 101 e 
104, será automaticamente publicado e simultaneamente concedido o registro, expedindo-se o respectivo certifi-
cado. 
4. Art. 109. A propriedade do desenho industrial adquire-se pelo registro validamente concedido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9 
VIGÊNCIA E EXTINÇÃO: 
 
Art. 108. O registro vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos contados da data do depósito, prorrogável por 3 
(três) períodos sucessivos de 5 (cinco) anos cada. 
 
Art. 119. O registro extingue-se: 
 I - pela expiração do prazo de vigência; 
 II - pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros; 
 III - pela falta de pagamento da retribuição prevista nos arts. 108 e 120; ou 
 IV - pela inobservância do disposto no art. 217. 
 
DA VIOLAÇÃO DOS DIREITOS: 
 
Art. 207. Independentemente da ação criminal, o prejudicado poderá intentar as ações cíveis que conside-
rar cabíveis na forma do Código de Processo Civil. 
 
Art. 208. A indenização será determinada pelos benefícios que o prejudicado teria auferido se a violação 
não tivesse ocorrido. 
 
Art. 209. Fica ressalvado ao prejudicado o direito de haver perdas e danos em ressarcimento de prejuízos 
causados por atos de violação de direitos de propriedade industrial e atos de concorrência desleal não previstos 
nesta Lei, tendentes a prejudicar a reputação ou os negócios alheios, a criar confusão entre estabelecimentos 
comerciais, industriais ou prestadores de serviço, ou entre os produtos e serviços postos no comércio. 
 
O ENTENDIMENTO DOS TRIBUNAIS SOBRE O ASSUNTO: 
 
REsp 466/360: “Aquele que utiliza ilicitamente desenho industrial, para fabricar e comercializar produto, detém 
legitimidade para propor ação indenizatória contra o contrafator, por violação à propriedade industrial ou por con-
corrência desleal”. 
 
DIFERENÇA ENTRE DESENHO INDUSTRIAL E TRADE DRESS: 
 
Conceito de trade dress: aqui, o concorrente não imita a marca, não imita o desenho industrial propriamente dito, 
mas imita as características ou até mesmo o modus operandi de realizar um serviço (SANTA CRUZ, André Ra-
mos). 
 
DECISÃO ACERCA DE TRADE DRESS: 
 
O patrimônio da autora (incluindo o trade dress) também é digno de ser considerado e cabe interpretar os aspec-
tos da luta pela unicidade. Aqui comporta reflexão a noção de exclusividade e não cabe restringir esse alcance 
para comida chinesa, porque em sendo acolhido tal obviedade se permitirá que outras empresas de fast food utili-
zem o principal identificador do produto da autora, uma porta aberta para a contrafação que estimula a ideologia 
parasitária. Existe regra de mercado e o produto mineiro em caixa deverá ser exibido com marca diferente e não 
com o emprego do in box, que é exclusivo da autora. Por outro lado e embora se admita que o serviço delivery 
(agora em intensa expansão, principal em grandes centros urbanos) tenha que, necessariamente, empregar pa-
drões comuns, como o tipo de embalagem, não se concebe que se utilizem os mesmos desenhos registrados pela 
autora, como está ocorrendo. Uma pizza deverá ser entregue dentro de uma caixa redonda e não há como privile-
giar aquele que fez o primeiro desenho desse material; diferente, contudo, do produto da autora, que obedece a 
um desenho original e totalmente novo na área, competindo a quem deseja explorar tal segmento investir para 
encontrar fórmula distintiva. (AI Nº: 0138158-21.2012.8.26.0000, MM. JUIZ PROLATOR: CLAUDIO SALVETTI 
D’ANGELO) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10 
OS CASOS EM SI: 
 
 
A cerveja Deuce foi considerada cópia da cerveja Duvel, além das marcas serem muito semelhantes a garrafa e 
rotulo eram extremamente parecidos. Assim a 11ª câmara Cível do TJ/RJ manteve a condenação da empresa que 
fabrica a cerveja Deuce por “Trade Dress” e imitação da marca da cerveja belga Duvel. O juízo de 1º grau deter-
minou que a ré promova a alteração da representação visual de seu produto “Deuce”, desvinculando-a das carac-
terísticas visuais da cerveja “Duvel”, além de cessar a divulgação ou promoção da cerveja “Deuce” e todos os 
produtos anexos, alterando também a divulgação em mídias como Facebook e Instagram. (Disponível em: 
https://www.portalintelectual.com.br/traduzindo-o-trade-dress/) 
 
DO REGISTRO DA MARCA: 
 
DO CONCEITO: 
 
Art. 122. São suscetíveis de registro como marca os si-
nais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos 
nas proibições legais. 
 
AS MARCAS MAIS VALIOSAS DO MUNDO: 
 
 
 
VIGÊNCIA: 
 
Art. 133. O registro da marca vigorará pelo prazo de 10 
(dez) anos, contados da data da concessão do registro, prorro-
gável por períodos iguais e sucessivos. 
§ 1º O pedido de prorrogação deverá ser formulado durante o último ano de vigência do registro, instruído 
com o comprovante do pagamento da respectiva retribuição. 
§ 2º Se o pedido de prorrogação não tiver sido efetuado até o termo final da vigência do registro, o titular 
poderá fazê-lo nos 6 (seis) meses subseqüentes, mediante o pagamento de retribuição adicional. 
§ 3º A prorrogação não será concedida se não atendido o disposto no art. 128. 
 
 
 
 
 
 
http://www.migalhas.com.br/arquivos/2017/9/art20170925-05.pdf
https://www.portalintelectual.com.br/traduzindo-o-trade-dress/
 
 
 
 
 
 
 
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11 
OUTROS MODOS DE EXTINÇÃO DAS MARCAS: 
 
Art. 142. O registro da marca extingue-se: 
I - pela expiração do prazo de vigência; 
II - pela renúncia, que poderá ser total ou parcial em relação aos produtos ou serviços assinalados pela 
marca; 
III - pela caducidade; ou 
IV - pela inobservância do disposto no art. 217. 
 
SOBRE A CADUCIDADE: 
 
Art. 143 - Caducará o registro, a requerimento de qualquer pessoa com legítimo interesse se, decorridos 5 
(cinco) anos da sua concessão, na data do requerimento: 
I - o uso da marca não tiver sido iniciado no Brasil; ou 
II - o uso da marca tiver sido interrompido por mais de 5 (cinco) anos consecutivos, ou se, no mesmo pra-
zo, a marca tiver sido usada com modificação que implique alteração de seu caráter distintivo original, tal como 
constante do certificado de registro. 
§ 1º Não ocorrerá caducidade se o titular justificar o desuso da marca por razões legítimas. 
§ 2º O titular será intimado para se manifestar no prazo de 60 (sessenta) dias, cabendo-lhe o ônus de pro-
var o uso da marca ou justificar seu desuso por razões legítimas. 
 
COMO SE ADQUIRE A PROPRIEDADE DA MARCA: 
 
Art. 129. A propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente expedido, conforme as disposições 
desta Lei, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo em todo o território nacional, observado quanto às mar-
cas coletivas e de certificação o disposto nos arts. 147 e 148. 
§ 1º Toda pessoa que, de boa fé, na data da prioridade ou depósito, usava no País, há pelo menos 6 
(seis) meses, marca idêntica ou semelhante, para distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante 
ou afim, terá direito de precedência ao registro. 
 
RAZÕES DE IMPEDIMENTO PARA O REGISTRO: 
 
Art. 124. Não são registráveis como marca: 
I - brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento oficiais, públicos, nacionais, es-
trangeiros ou internacionais, bem como a respectiva designação, figura ou imitação; 
II - letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva; 
III - expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos bons costumes ou que 
ofenda a honra ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou idéia 
e sentimento dignos de respeito e veneração;IV - designação ou sigla de entidade ou órgão público, quando não requerido o registro pela própria enti-
dade ou órgão público; 
V - reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título de estabelecimento ou 
nome de empresa de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação com estes sinais distintivos; 
VI - sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou simplesmente descritivo, quando tiver relação 
com o produto ou serviço a distinguir, ou aquele empregado comumente para designar uma característica do pro-
duto ou serviço, quanto à natureza, nacionalidade, peso, valor, qualidade e época de produção ou de prestação 
do serviço, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva... 
 
JURISPRUDÊNCIA SOBRE O ASSUNTO: 
 
Decisão do STJ, 4ª turma, REsp 471.546: “não é passível o registro da marca SPA, vocábulo de uso comum e 
corrente para as casas que oferecem a seus clientes serviços especializados de estética de corpo, nutrição e 
emagrecimento, associando ordinariamente serviços médicos e de hotelaria. Seria o mesmo que adonar-se das 
palavras flat, hotel, motel, etc”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DA PROTEÇÃO CONFERIDA PELO REGISTRO: 
 
Art. 130. Ao titular da marca ou ao depositante é ainda assegurado o direito de: 
I - ceder seu registro ou pedido de registro; 
II - licenciar seu uso; 
III - zelar pela sua integridade material ou reputação. 
 
Art. 131. A proteção de que trata esta Lei abrange o uso da marca em papéis, impressos, propaganda e 
documentos relativos à atividade do titular. 
 
ESPÉCIES: 
 
Art. 123. Para os efeitos desta Lei, considera-se: 
I - marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, seme-
lhante ou afim, de origem diversa; 
II - marca de certificação: aquela usada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com deter-
minadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e me-
todologia empregada; e 
III - marca coletiva: aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma de-
terminada entidade. 
 
QUEM PODE SER TITULAR DE UMA MARCA: 
 
Art. 128. Podem requerer registro de marca as pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou de direito 
privado. 
§ 1º As pessoas de direito privado só podem requerer registro de marca relativo à atividade que exerçam 
efetiva e licitamente, de modo direto ou através de empresas que controlem direta ou indiretamente, declarando, 
no próprio requerimento, esta condição, sob as penas da lei. 
§ 2º O registro de marca coletiva só poderá ser requerido por pessoa jurídica representativa de coletivida-
de, a qual poderá exercer atividade distinta da de seus membros. 
§ 3º O registro da marca de certificação só poderá ser requerido por pessoa sem interesse comercial ou 
industrial direto no produto ou serviço atestado. 
 
PROTEÇÃO DA MARCA REGISTRADA: 
 
Marca de Alto Renome 
Art. 125. À marca registrada no Brasil considerada de alto renome será assegurada proteção especial, em 
todos os ramos de atividade. 
 
Marca Notoriamente Conhecida 
Art. 126. A marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade nos termos do art. 6º bis (I), da Con-
venção da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial, goza de proteção especial, independentemen-
te de estar previamente depositada ou registrada no Brasil. 
 
 
 
USO INDEVIDO DE MARCA: 
 
SÚMULA 143 
Prescreve em cinco anos a ação de perdas e danos pelo uso de marca comercial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NOTA PROMISSÓRIA (NP): 
 
 
 
1 – Legislação aplicável: a mesma LUG da Letra de Câmbio (LC), qual seja, o Decreto 57663/66 e o 2044/1908. 
2 – Conceito: promessa de pagamento feita pelo devedor ao credor de pagar uma quantia certa e determinada. 
3 – Diferenças com a LC: 
 
a) conceito: NP: é promessa de pagamento; a LC é ordem de pagamento; 
b) aceite: NP: não tem aceite; a LC: tem aceite (por isso, a NP é bem mais simples do que a LC, pois é como se já 
nascesse com o aceite); 
c) figuras envolvidas: NP: envolve sempre duas figuras jurídicas distintas; a LC: envolve três figuras jurídicas 
distintas. 
 
4 – Partes: 
 subscritor, emitente ou sacador (devedor); 
 beneficiário ou tomador (credor). 
 
5 – Requisitos: são iguais aos da LC (artigo primeiro) – algumas observações (art. 75): 
a) a denominação “nota promissória”; 
b) promessa de pagar quantia certa e determinada (é TC à ordem. A cláusula não à ordem terá que vir expressa); 
c) época do pagamento (se estiver ausente: à vista); 
d) local do pagamento (se faltar, será do domicílio do devedor); 
e) designação do beneficiário, pois, em regra, deverá ser nominal; 
f) indicação da data e lugar onde é passada; 
g) assinatura do subscritor (a lei não determina onde, mas, o costume é que seja no anverso). 
 
7 – Modelo: 
6 – Obs.: em relação ao aval, endosso, protesto e prescrição aplicam-se as mesmas normas da LC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA : TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE: LETRA DE CÂMBIO (LC) 
Prof. Msc. Renata Lima 
 
 
1 – Evolução histórica: foi o primeiro TC (Título de Crédito) que surgiu, tendo sido substituído, praticamente, hoje 
em dia, pelas funções da duplicata ou do cheque. Quando surgiu, tinha o seguinte sentido: os comerciantes na 
época (Idade Média) viajavam bastante. Com isso, pegavam uma moeda de um local que não era aceita em outro. 
Nessa oportunidade, o banco do lugar do qual ele estava saindo, dava uma ordem para o banco de outro lugar para 
o qual ele estava indo, pagar-lhe uma certa quantia. Com o tempo, tornou-se um TC raro devido a sua complexidade. 
 
1.1 – Lei que regulamenta a matéria: LUG (Lei Uniforme de Genebra), Decreto 57663/66, supletivamente, aplicam-
se as regras do Decreto 2044/1908. 
 
2 – Conceito (partes componentes): ordem de pagamento dada pelo sacador (emitente) ao sacado (aceitante) 
para que este pague uma determinada quantia a um beneficiário (tomador), sendo à ordem, ou seja, passível de 
endosso, em regra. Isso não quer dizer, no entanto, tenha que haver 3 pessoas distintas, pois o sacador pode emitir 
a LC contra ele próprio, tornando-se, também, beneficiário. 
 
3 – Requisitos de sua emissão: são os estabelecidos pela LUG (Lei Uniforme de Genebra) em seu artigo primeiro: 
 
a) a expressão (cláusula cambiária) “letra de câmbio” ou simplesmente “letra”. Isso porque o TC precisa ser identi-
ficado; 
b) mandato puro e simples de pagar uma quantia certa e determinada (“puro”, quer dizer, não pode haver elemento 
condicional, como encargo, condição; já quanto à expressão “mandato” é de má técnica legislativa, visto que não é 
algo como uma procuração, mas tão somente, uma ordem); 
c) nome do sacado: visto que este é o devedor (pelas relações de comércio são admitidas expressões de fantasia, 
pseudônimos, desde que seja possível a identificação do sujeito), mais o CPF; 
d) época do pagamento; 
e) lugar de pagamento (se não consignado, será do domicílio do sacado. É também importante porque nele será 
lavrado o protesto, se houver); 
f) nome do tomador (em regra, a lei não admite a LC ao portador, mas o STF já permite); 
g) assinatura do sacador (já que se o sacado não pagar ele, o sacador, será o responsável), mais o CPF; 
h) data do saque; 
i) lugar do saque. 
 
4 – Mecanismo de funcionamento: 
O sacador emite a LC – entrega ao tomador – o tomador procura o sacado para aceite – o sacado aceita: o tomador 
procura o sacado no dia marcado para pagamento (com o aceite o sacado deverá devolvê-la de imediato, sob pena 
de responder por apropriação indébita). 
 
Ou 
 
O sacador emite a LC – entrega ao tomador – o tomador procura o sacado para aceite – o sacado não aceita: o 
tomador procura o sacador imediatamente

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