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Aluno: Eduardo Alves Araújo
9º Período - Turno Matutino
RA: 02290007278
Direito das Sucessões
Testamentos: Público, Particular e Cerrado.
A normatização substantiva civil prevê três tipos de testamentos ordinários: o público, o cerrado e o particular. Os testamentos especiais são o marítimo, o aeronáutico e o militar. Para melhor compreensão dos testamentos ordinários que são objeto deste trabalho utilizaremos como esteio o magistério de Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho[footnoteRef:1]. [1: Gagliano, Pablo Stolze. Manual de direito civil; volume único / Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho. – São Paulo : Saraiva, 2017.] 
Entende-se por testamento público aquele elaborado por tabelião (ou por seu substituto legal), devidamente registrado em cartório, na perspectiva do princípio da publicidade. Trata-se de um negócio jurídico solene, para o qual a lei expressamente estabelece requisitos formais de validade, cujo descumprimento deve importar a nulidade da cláusula correspondente ou até mesmo de todo o ato.
A respeito do testamento público, dispõe o art. 1.864 do Código Civil: “Art. 1.864. São requisitos essenciais do testamento público: I — ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de acordo com as declarações do testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou apontamentos; II — lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião ao testador e a duas testemunhas, a um só tempo; ou pelo testador, se o quiser, na presença destas e do oficial; III — ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo testador, pelas testemunhas e pelo tabelião. Parágrafo único. O testamento público pode ser escrito manualmente ou mecanicamente, bem como ser feito pela inserção da declaração de vontade em partes impressas de livro de notas, desde que rubricadas todas as páginas pelo testador, se mais de uma”.
Do texto legal transcrito, vê-se que a ideia tradicional continua basicamente a mesma, havendo uma flexibilização no que diz respeito à razoável possibilidade de o testador levar escritos para estimular sua memória, como minutas, notas ou apontamentos.
A segunda forma ordinária de testamento prevista no vigente Código Civil brasileiro é o testamento cerrado, também conhecido como “testamento secreto”, “testamento místico” ou “nuncupação implícita”.
Trata-se de uma peculiar modalidade testamentária, escrita pelo próprio autor (ou por alguém, a seu pedido) e por ele assinada, com conteúdo absolutamente sigiloso. O registro cartorário apenas certifica a sua existência, não alcançado o seu conteúdo secreto.
 A palavra “cerrado” é utilizada aqui justamente no sentido de que se trata de uma disposição testamentária “fechada”, ou seja, de conhecimento extremamente limitado, restrito apenas ao testador. Daí decorre, também, a referência “a segredo ou misticismo” em algumas das denominações pelas quais essa modalidade testamentária é conhecida.
A vantagem de tal forma reside justamente na circunstância de que a manifestação de vontade do testador poderá ser mantida em sigilo, inclusive do tabelião (ou seu substituto legal) e das testemunhas, que somente presenciarão, como dito, a existência do testamento.
O art. 1.868 do Código Civil, estabelece algumas formalidades para a validade dessa forma testamentária, senão vejamos: “Art. 1.868. O testamento escrito pelo testador, ou por outra pessoa, a seu rogo, e por aquele assinado, será válido se aprovado pelo tabelião ou seu substituto legal, observadas as seguintes formalidades: I — que o testador o entregue ao tabelião em presença de duas testemunhas; II — que o testador declare que aquele é o seu testamento e quer que seja aprovado; III — que o tabelião lavre, desde logo, o auto de aprovação, na presença de duas testemunhas, e o leia, em seguida, ao testador e testemunhas; IV — que o auto de aprovação seja assinado pelo tabelião, pelas testemunhas e pelo testador. Parágrafo único. O testamento cerrado pode ser escrito mecanicamente, desde que seu subscritor numere e autentique, com a sua assinatura, todas as páginas”.
Por fim, como última forma ordinária de testamento, tratamos o particular. O testamento particular é aquele escrito pelo próprio testador, sem a participação de tabelião, e com a dispensa do seu registro. Por essa característica, é também denominado testamento hológrafo.
Pode ele, na forma do art. 1.876, ser escrito de próprio punho ou mediante processo mecânico, como datilografia, digitação ou qualquer outro meio equivalente. Se for escrito de próprio punho, consideram-se requisitos essenciais à sua validade: a) ser lido e assinado por quem o escreveu; b) a leitura e assinatura devem ser testemunhadas por pelo menos três pessoas, que também devem subscrever o testamento. Caso seja elaborado por processo mecânico, não pode conter rasuras ou espaços em branco, devendo ser assinado pelo testador, depois de tê-lo lido na presença também de pelo menos três testemunhas, que subscreverão, da mesma forma, tal documento. Tais testemunhas instrumentárias (ou instrumentais) são indispensáveis para a validade do negócio jurídico, visto que deverá haver a sua confirmação em juízo.

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