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Disciplina: Direito Civil VII - Sucessões Aluna: Larissa Oliveira Alves, 1713050017 ATIVIDADE DE VERIFICAÇÃO, P2 1 - Para cada uma das frases abaixo, indique se estão verdadeiras ou falsas, e justifique sua resposta: a) Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor de um terço da herança. b) Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura do testamento ou do início do inventário. c) A companheira ou companheiro participará da sucessão do outro, quanto a todos os bens adquiridos na vigência da união estável, sendo certo que se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho. d) O coerdeiro poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessão, se nenhum coerdeiro a quiser, tanto por tanto. RESPOSTAS a) Falsa, segundo o artigo 1.789 do CC, quando tem herdeiros necessários, o testador só pode dispor de metade de sua herança. b) Falsa, de acordo com o artigo 1.787, a lei que regula a sucessão e a legitimação é a vigente no tempo da abertura da, e não a do início do inventário. c) Falsa, dispõe o artigo 1.790 que a companheira ou o companheiro irão sim participar, quanto aos bens que foram adquiridos onerosamente na vigência da união estável. Caso tenham filhos, ficará com uma quota equivalente à que for atribuída ao filho. Entretanto, o STF entende de forma que não há distinção entre cônjuges e companheiros, no RE 878694. Ementa: Direito constitucional e civil. Recurso extraordinário. Repercussão geral. Inconstitucionalidade da distinção de regime sucessório entre cônjuges e companheiros. 1. A Constituição brasileira contempla diferentes formas de família legítima, além da que resulta do casamento. Nesse rol incluem-se as famílias formadas mediante união estável. 2. Não é legítimo desequiparar, para fins sucessórios, os cônjuges e os companheiros, isto é, a família formada pelo casamento e a formada por união estável. Tal hierarquização entre entidades familiares é incompatível com a Constituição de 1988. 3. Assim sendo, o art. 1790 do Código Civil, ao revogar as Leis nºs 8.971/94 e 9.278/96 e discriminar a companheira (ou o companheiro), dando-lhe direitos sucessórios bem inferiores aos conferidos à esposa (ou ao marido), entra em contraste com os princípios da igualdade, da dignidade humana, da proporcionalidade como vedação à proteção deficiente, e da vedação do retrocesso. 4. Com a finalidade de preservar a segurança jurídica, o entendimento ora firmado é aplicável apenas aos inventários judiciais em que não tenha havido trânsito em julgado da sentença de partilha, e às partilhas extrajudiciais em que ainda não haja escritura pública. 5. Provimento do recurso extraordinário. Afirmação, em repercussão geral, da seguinte tese: “No sistema constitucional vigente, https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur379763/false https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur379763/false é inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime estabelecido no art. 1.829 do CC/2002”. (RE 878694, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/05/2017, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-021 DIVULG 05-02-2018 PUBLIC 06-02-2018) d) Verdadeira, segundo o art 1.794 “o co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto”. 2) Para cada uma das frases abaixo, indique se estão verdadeiras ou falsas, e justifique sua resposta a) Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da morte do de cujus. b) Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura do testamento cerrado. c) Na sucessão legítima podem ainda ser chamados a suceder os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivo este ao abrir-se a sucessão. d) Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários, entre outros, a concubina do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de um ano. RESPOSTAS a) Verdadeira, de acordo com o artigo 1.798 “Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão” b) Falsa, por causa que é do momento da morte do de cujus e não abertura do testamento cerrado, conforme o artigo 1.798 “Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão”. c) Falsa, não é na sucessão legítima, mas sim na sucessão testamentária. Artigo 1.799, I “Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão”. d) Falsa, pois o prazo para que o concubino tenha se separado do cônjuge é de mais de cinco anos e não mais de um, segundo o artigo 1.801, III “Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários: III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos”. 3) Discorra sobre cada um dos modelos de testamento ordinário, indicando as principais características de cada um deles. Os modelos de testamento ordinário estão estabelecidos no artigo 1.862 do Código Civil, esses são: Testamento Público: que é aquele elaborado por um tabelião ou seu substituto legal, devidamente registrado em cartório, de acordo com o princípio da publicidade. É um negócio jurídico solene, no qual a lei estabelece requisitos formais de validade. Segundo Carlos Gonçalves “A publicidade não consiste no fato de o testamento ficar aberto ao conhecimento do público depois de o ato ser lavrado no livro respectivo. Chama-se “público” o testamento em razão de o notário, em nosso país, por longo tempo, ter sido chamado, também, de “oficial público”, bem como pela circunstância de o ato ser testemunhado pelas pessoas cuja presença é essencial para garantir a sua seriedade e regularidade”. O Código Civil dispõe em seu art. 1.864 os requisitos de validade do testamento em questão: Art. 1.864. São requisitos essenciais do testamento público: I - ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de acordo com as declarações do testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou apontamentos; II - lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião ao testador e a duas testemunhas, a um só tempo; ou pelo testador, se o quiser, na presença destas e do oficial; III - ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo testador, pelas testemunhas e pelo tabelião. Parágrafo único. O testamento público pode ser escrito manualmente ou mecanicamente, bem como ser feito pela inserção da declaração de vontade em partes impressas de livro de notas, desde que rubricadas todas as páginas pelo testador, se mais de uma. Vale ressaltar que o testamento é público é a única forma de testamento que as pessoas com deficiência visual podem fazer, pois é mais segura juridicamente. Art. 1.867. Ao cego só se permite o testamento público, que lhe será lido, em voz alta, duas vezes, uma pelo tabelião ou por seu substituto legal, e a outra por uma das testemunhas, designada pelo testador, fazendo-se de tudo circunstanciada menção no testamento. Caso o testador seja analfabeto, quem irá assinar é o tabelião ou o seu substituto legal. Art. 1.865. Se o testador não souber, ou não puder assinar, o tabelião ou seu substituto legal assim o declarará, assinando, neste caso, pelo testador, e, a seu rogo, uma das testemunhas instrumentárias. Testamento Cerrado: é escrito pelo próprio autor e por ele assinado, com o conteúdo bastante sigiloso, o registro no cartório apenas certifica a sua existência. Os requisitos do testamento cerrado estão dispostos no artigo 1.868. Art. 1.868. O testamento escrito pelo testador, ou por outra pessoa, a seu rogo, e por aquele assinado, será válido se aprovado pelo tabelião ou seu substituto legal, observadasas seguintes formalidades: I - que o testador o entregue ao tabelião em presença de duas testemunhas; II - que o testador declare que aquele é o seu testamento e quer que seja aprovado; III - que o tabelião lavre, desde logo, o auto de aprovação, na presença de duas testemunhas, e o leia, em seguida, ao testador e testemunhas; IV - que o auto de aprovação seja assinado pelo tabelião, pelas testemunhas e pelo testador. Parágrafo único. O testamento cerrado pode ser escrito mecanicamente, desde que seu subscritor numere e autentique, com a sua assinatura, todas as páginas. A elaboração é igual ao do testamento público e o oficial realiza os dois. Após ser cerrada a cédula, vai ser entregue ao testador que ficará com a posse, aprovada uma vez. Lavrado o auto da aprovação, o testamento pode ser cerrado e costurado, efetivamente. A presença do beneficiário não é conveniente, pois representa suspeita de fraude, mas é aconselhável que uma pessoa conhecedora da técnica esteja presente para ajudar o testador. O Testamento pode ser em língua estrangeira desde que o testador tenha o domínio da língua, mas para seu ato de aprovação é necessário que primeiramente seja em portuguesa, dessa forma, a tradução será necessária somente para se cumprir. Vale ressaltar que as testemunhas presenciaram apenas a existência do testamento e o seu registro pelo tabelião, e não o seu conteúdo. O artigo 1.873 estabelece: Art. 1.873. Pode fazer testamento cerrado o surdo-mudo, contanto que o escreva todo, e o assine de sua mão, e que, ao entregá-lo ao oficial público, ante as duas testemunhas, escreva, na face externa do papel ou do envoltório, que aquele é o seu testamento, cuja aprovação lhe pede. Testamento particular: é escrito pelo próprio testador, porém não tem a presença do tabelião, e possui a dispensa do seu registro. Conforme dispõe o artigo 1.876, pode ser escrito a próprio punho ou mediante um processo mecânico. Caso seja escrito a punho: tem que ser lido e assinado por quem escrever e a leitura e assinatura devem ser testemunhas por no mínimo três pessoas. Caso seja por processo mecânico, não pode ter rasuras ou espaços em branco. Não exige que seja escrito em português, ou seja, pode ser escrito em outras línguas contanto que as testemunhas entendam. Segundo o artigo 1.877: Art. 1.877. Morto o testador, publicar-se-á em juízo o testamento, com citação dos herdeiros legítimos. Para isso, atribui-se a legitimidade ao herdeiro, ao legatário ou ao testamenteiro para requerer em juízo a publicação do testamento particular. Caso não consiga entregar, encontra-se respaldo no artigo 737, §1º do CPC. Art. 737. A publicação do testamento particular poderá ser requerida, depois da morte do testador, pelo herdeiro, pelo legatário ou pelo testamenteiro, bem como pelo terceiro detentor do testamento, se impossibilitado de entregá-lo a algum dos outros legitimados para requerê-la. § 1º Serão intimados os herdeiros que não tiverem requerido a publicação do testamento. Art. 1.879. Em circunstâncias excepcionais declaradas na cédula, o testamento particular de próprio punho e assinado pelo testador, sem testemunhas, poderá ser confirmado, a critério do juiz. 4) Discorra sobre cada um dos testamentos especiais, indicando as principais características de cada um deles. O Testamento Marítimo é o testamento feito quando uma pessoa está viajando em um navio nacional e não tem um tabelião para redigir um testamento público. O registro será feito no diário de bordo. E o navio pode ser de qualquer natureza. É agregado a ele o testamento aeronáutico, que apenas se diferencia no local onde é realizado. Art. 1.888. Quem estiver em viagem, a bordo de navio nacional, de guerra ou mercante, pode testar perante o comandante, em presença de duas testemunhas, por forma que corresponda ao testamento público ou ao cerrado. Parágrafo único. O registro do testamento será feito no diário de bordo. Art. 1.889. Quem estiver em viagem, a bordo de aeronave militar ou comercial, pode testar perante pessoa designada pelo comandante, observado o disposto no artigo antecedente. No testamento marítimo é expressamente exigido que o navio seja nacional para que assim reconheça a sua validade. Pois, o comandante tem um papel equivalente ao de uma autoridade brasileira para a celebração do negócio jurídico unilateral. Caso o testador tenha possibilidade de fazer o testamento de forma ordinária, o testamento por via excepcional não é justificável. Art. 1.892. Não valerá o testamento marítimo, ainda que feito no curso de uma viagem, se, ao tempo em que se fez, o navio estava em porto onde o testador pudesse desembarcar e testar na forma ordinária. Se o testador não morrer na viagem, o testamento excepcional caducará. Art. 1.891. Caducará o testamento marítimo, ou aeronáutico, se o testador não morrer na viagem, nem nos noventa dias subsequentes ao seu desembarque em terra, onde possa fazer, na forma ordinária, outro testamento. Testamento Militar: é o testamento feito por militar ou por outra pessoa a serviço das Forças Armadas, tanto pode ser dentro do país ou fora dele. Art. 1.893. O testamento dos militares e demais pessoas a serviço das Forças Armadas em campanha, dentro do País ou fora dele, assim como em praça sitiada, ou que esteja de comunicações interrompidas, poderá fazer-se, não havendo tabelião ou seu substituto legal, ante duas, ou três testemunhas, se o testador não puder, ou não souber assinar, caso em que assinará por ele uma delas. A justificativa para esse testamento é a de que quando a pessoa está na guerra e tem chance de morrer, um comandante, oficial ou chefe pode vir a fazer o testamento. Art. 1.893. 1º Se o testador pertencer a corpo ou seção de corpo destacado, o testamento será escrito pelo respectivo comandante, ainda que de graduação ou posto inferior. Caso o testador esteja no hospital, o testamento será feito pelo oficial da saúde. Se o testador sabe escrever, pode ser feito um testamento aberto ou cerrado, ou seja, a próprio punho. Art. 1.894. Se o testador souber escrever, poderá fazer o testamento de seu punho, contanto que o date e assine por extenso, e o apresente aberto ou cerrado, na presença de duas testemunhas ao auditor, ou ao oficial de patente, que lhe faça às vezes neste mister. Parágrafo único. O auditor, ou o oficial a quem o testamento se apresente notará, em qualquer parte dele, lugar, dia, mês e ano, em que lhe for apresentado, nota esta que será assinada por ele e pelas testemunhas. Também pode caducar. Vale ressaltar que , decorrendo o prazo de 90 dias seguidos que o testador esteja em um lugar onde possa ser feito na forma ordinária, é presumido a cessação dos efeitos do testamento. Art. 1.895. Caduca o testamento militar, desde que, depois dele, o testador esteja, noventa dias seguidos, em lugar onde possa testar na forma ordinária, salvo se esse testamento apresentar as solenidades prescritas no parágrafo único do artigo antecedente. 5) Trate dos codicilos, e relacione esse instituto com o que vem sendo contemporaneamente chamado de "herança digital". Segundo Gagliano e Pamplona, "codicilo é um negócio jurídico unilateral de última vontade, pelo qual o autor da herança pode dispor sobre o seu enterro e valores de pequena monta”. De certa forma, o codicilo é parecido com um testamento, mas não possui muitas limitações e também, não exige muitas formalidades. Vale ressaltar que pode ser feito por um documento informal, como por exemplo uma carta. A finalidade do codicilo é uma disposição patrimonial post mortem de menor monta, que seja referente ao próprio passamento de seu autor ou para dispor de bens de pouco valor. Já seu objeto é uma despesa de menor potencial econômico, por exemplo, roupas ou móveis.O conceito de menor potencial econômico é subjetivo e é de acordo com o patrimônio so autor do codicilo. Art. 1.881. Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular seu, datado e assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre esmolasde pouca monta a certas e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como legar móveis, roupas ou jóias, de pouco valor, de seu uso pessoal. Art. 1.885. Se estiver fechado o codicilo, abrir-se-á do mesmo modo que o testamento cerrado. A herança digital é um conjunto de materiais, conteúdos e acessos aos meios digitais. Ela pode ser composta de materiais que tenham um valor subjetivo, como produções criativas sem valor financeiro. Como também, pode conter assinaturas, plataformas com algum valor ou contas que contenham um valor financeiro potencial. O PL 5.820/19 define que herança digital é, por exemplo, vídeos, livros, senhas de redes sociais e outros elementos que podem ser armazenados na internet. Dessa forma, a herança digital pode ser considerada com despesa de menor potencial econômico. Dessa forma, como herança digital é algo de pouco ou sem valor econômico, pode vir a ser relacionado e integrado ao codicilo, como é o objetivo do PL 5.820/19.
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