Buscar

ADIMPLEMENTO - CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

ADIMPLEMENTO DE OBRIGAÇÕES
DO PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO
O pagamento é o principal modo de extinção das obrigações. Ao lado do pagamento direto há, porém, outras
formas, que podem ser chamadas de pagamentos especiais. Alguns deles são tachados de pagamento indireto,
como, por exemplo, o pagamento em consignação, por ser efetuado mediante depósito judicial ou bancário, e
não diretamente ao credor. 
O que caracteriza o pagamento, como modo extintivo da obrigação, é a realização voluntária da prestação
devida e a satisfação do interesse do credor. No entanto, também ao devedor interessa o cumprimento, para
se liberar do vínculo a que se encontra adstrito. Se não efetuar o pagamento no tempo, local e forma devidos,
sujeitar-se-á aos efeitos da mora. Consistindo a obrigação na entrega de coisa, enquanto não houver a tradição,
permanece o devedor responsável pela guarda, respondendo por sua perda ou deterioração. Igual interesse
podem ter também terceiros, como o dono da coisa dada em garantia de dívida alheia, o adquirente da coisa
hipotecada, o fiador, o avalista etc.
Todavia, o pagamento depende ainda da CONCORDÂNCIA DO CREDOR, que por diversas razões pode
negar-se a receber a prestação ou a fornecer a quitação. Algumas vezes a discordância diz respeito ao
quantum devido e ao ofertado pelo devedor; outras, a quem deve receber a prestação; outras, ainda, ao fato de o
credor ser incapaz e não ter representante legal, ou encontrar-se em local ignorado. 
Não se realizando o pagamento pela falta de cooperação e anuência do credor, o devedor não se exonera da
obrigação. Em algumas ocasiões realiza ele o pagamento, mas, por não receber a devida quitação, não tem
como prová-lo. Contudo, o sujeito passivo da obrigação tem não apenas o dever de pagar, mas também o direito
de pagar. O locatário, por exemplo, a quem o credor recusou o recebimento do aluguel por discordar do valor
ofertado, tem interesse em não incorrer em mora e em não deixar acumular as prestações, para não correr o
risco de sofrer uma ação de despejo.
O PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO CONSISTE NO DEPÓSITO, PELO DEVEDOR, DA COISA DEVIDA,
COM O OBJETIVO DE LIBERAR-SE DA OBRIGAÇÃO. É MEIO INDIRETO DE PAGAMENTO, OU
PAGAMENTO ESPECIAL.
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário
da coisa devida, nos casos e forma legais.
A consignação é instituto de direito material e de direito processual. O Código Civil menciona os fatos que
autorizam a consignação. O modo de fazê-lo é previsto no diploma processual. 
Portanto, se o credor, SEM JUSTA CAUSA, RECUSA-SE A RECEBER O PAGAMENTO EM
DINHEIRO, poderá o devedor optar pelo depósito extrajudicial ou pelo ajuizamento da ação de
consignação em pagamento. Esta constitui modo de caracterização ou comprovação da mora accipiendi.
Todavia, pode ela ser reconhecida também quando o devedor é cobrado judicialmente e argui a exceptio non
adimpleti contractus, alegando que só estaria obrigado a pagar se o credor, antes, cumprisse a sua parte na
avença. Provada essa situação, configurada estará a mora do credor. Embora a lei assegure ao devedor o direito
de consignar a coisa devida, tal fato só pode ocorrer na forma e nos casos legais. Se não houve recusa do credor
em receber, ou outra causa legal, não pode aquele, sem motivo justificável, efetuar o depósito da prestação em
vez de pagar diretamente ao credor. O depósito, nesse caso, será considerado insubsistente e a ação julgada
improcedente.
OBJETO DA CONSIGNAÇÃO
O art. 334 do Código Civil, ao falar em depósito judicial da “coisa devida”, permite a consignação não só de
dinheiro como também de bens móveis ou imóveis. O credor, por exemplo, que se recusar a receber a mobília
encomendada só porque não está preparado para efetuar o pagamento convencionado dá ensejo ao marceneiro
de consigná-la judicialmente. Do mesmo modo possibilita a efetivação do depósito o adquirente dos animais,
que se recusa a recebê-los quando o alienante deseja entregá-los para se libertar do encargo de guardá-los e
alimentá-los. Também o imóvel pode ser consignado, depositando-se simbolicamente as chaves, como ocorre
frequentemente nas rescisões de contratos de locação. Até mesmo os lotes compromissados à venda podem ser
depositados em juízo pelo compromitente que recebeu todas as prestações, caso o compromissário, intimado
para receber a escritura em 30 dias, não a assinar no referido prazo (Dec.-Lei n. 58, de 1937, art. 17, parágrafo
único). Por isso, proclama a jurisprudência: “O direito material permite a consignação, tanto ao devedor de
imóveis quanto de DINHEIRO, DE QUANTIDADE DE MÓVEIS, DE COISA CERTA OU DE COISA
INCERTA”.
O fato de a consignação realizar-se por meio de um depósito limita a sua aplicação às obrigações de dar,
podendo tomar a forma de entrega ou restituição. 
CONSTITUI MODO DE EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES INAPLICÁVEL ÀS PRESTAÇÕES DE FATO.
O Código Civil distingue, dentre as obrigações de dar, as que concernem a objeto certo e individualizado das
obrigações de dar coisa incerta ou genérica, em que a coisa é determinada apenas pelo gênero e quantidade,
faltando, porém, definir a qualidade. 
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá
o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
Em se tratando de coisa indeterminada, incerta, faltando a escolha da qualidade e se esta competir ao credor, o
devedor não será obrigado a permanecer aguardando indefinidamente que ela se realize
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação
de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-
se-á como no artigo antecedente.
FATOS QUE AUTORIZAM A CONSIGNAÇÃO
O art. 335 do Código Civil apresenta um rol, não taxativo, dos casos que autorizam a consignação. Outros são
mencionados em artigos esparsos, como nos arts. 341 e 342, bem como em leis avulsas (Dec.-Lei n. 58, de 10-
12-1937, art. 17, parágrafo único; Lei n. 492, de 30-8-1937, arts. 19 e 21, n. III; Dec.--Lei n. 3.365, de 21-6-
1941, arts. 33 e 34, parágrafo único; Dec.-Lei n. 1.344, de 13-6-1939, art. 47).
Os fatos que autorizam a consignação, previstos no mencionado art. 335 do Código Civil, têm por fundamento: 
A MORA DO CREDOR 
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o
pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar,
tempo e condição devidos;
CIRCUNSTÂNCIAS INERENTES À
PESSOA DO CREDOR QUE IMPEDEM
O DEVEDOR DE SATISFAZER A SUA
INTENÇÃO DE EXONERAR-SE DA
OBRIGAÇÃO
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido,
declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso
perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o
objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Inciso I
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
Trata-se de hipótese de mora do credor. Embora o dispositivo cuide de três situações diferentes, equipara ele a
recusa do credor em receber o pagamento ou dar quitação à impossibilidade subjetiva de receber. 
Só a recusa injusta, não fundada em motivo legítimo, a autoriza. Se o locador, por exemplo, não quiser
receber o aluguel porque o inquilino não incluiu aumento autorizado por lei, não haverá lugar para a
consignação. O motivo apresentado para a recusa é justo, pois ninguém é obrigado a receber menos do que lhe
é devido. Se, no entanto, não houver base legal para o acréscimo pretendido, a consignação será procedente.
Observe-se que a consignação ainda terá lugar se o credor concordar em receber o pagamento, mas
RECUSAR-SE a fornecer o recibo de quitação, ou se NÃO PUDER recebê-lonem fornecê-lo, porque se
trata de meio liberatório do devedor. 
O caso em estudo contempla a hipótese de dívida portável, em que o pagamento deve ser efetuado no
domicílio do credor. É necessário que tenha havido oferta real, efetiva, incumbindo ao autor prová-la, bem
como a recusa injustificada do credor. A este incumbe, ao contrário, o ônus de provar a existência de justa causa
para a recusa.
Inciso II
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
Trata-se de dívida quesível, em que o pagamento deve efetuar-se fora do domicílio do credor, cabendo a este
a iniciativa. Permanecendo inerte, faculta-se ao devedor consignar judicialmente a coisa devida, ou
extrajudicialmente a importância em dinheiro, para liberar-se da obrigação. 
Cuidando-se, na hipótese, de dívida quesível, bastará ao autor alegar que o réu não foi, nem mandou buscar a
prestação devida, no tempo, lugar e modo convencionados, caso em que competirá ao CREDOR o ônus de
provar que diligenciou o recebimento. 
Inciso III
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de
acesso perigoso ou difícil;
O INCAPAZ, em razão de sua condição, não deve receber o pagamento. A exigência da lei é que o devedor
pague ao seu representante legal. Para que se configure a hipótese de consignação é necessário, pois, que, além
de ser incapaz, o credor não tenha representante legal, ou que, por algum motivo, o pagamento não possa
ser efetuado a este (por inexistência momentânea ou por ser desconhecido, ou se recusar a recebê-lo sem justa
causa, p. ex.). Nestes casos, a solução será consigná-lo. Em geral, as obrigações são contraídas com pessoas
conhecidas. Mas pode o accipiens, por fato posterior, tornar-se desconhecido, como, por exemplo, na hipótese
de sucessão decorrente da morte do credor originário ou da transferência de título ao portador.
AUSENTE é a pessoa que desaparece de seu domicílio, sem dar notícia de seu paradeiro nem deixar um
representante ou procurador para administrar-lhe os bens (CC, art. 22). Como a ausência há de ser
declarada por sentença, caso em que se lhe nomeará curador, dificilmente se caracterizará a hipótese descrita na
lei, pois o pagamento pode ser feito ao referido representante legal do ausente. E dificilmente será este
desconhecido, podendo seu nome ser apurado no processo de declaração de ausência. 
A RESIDÊNCIA EM LUGAR INCERTO, ou de acesso perigoso ou difícil, constitui também circunstância
que enseja a consignação, pois não se pode exigir que o devedor arrisque a vida para efetuar o pagamento.
Inciso IV
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
Se dois credores mostram-se interessados em receber o pagamento, e havendo dúvida sobre quem tem direito
a ele, deve o devedor valer-se da consignação para não correr o risco de pagar mal, requerendo a citação de
ambos. Somente se justifica a consignação se houver dúvida quanto a quem seja o credor legítimo. Inexistindo,
será decretada a carência da consignatória, por falta de interesse para agir. Comparecendo mais de um
pretendente ao crédito, o devedor é excluído do processo, declarando-se extinta a obrigação. O processo
prossegue entre os credores, para se apurar qual deles tem direito ao levantamento, descabendo reabrir-se a
discussão sobre ser devido, ou não, o valor depositado. Se aparecer apenas um pretendente, terá o direito de
levantar a quantia depositada. Não comparecendo nenhum, converter-se-á o depósito em arrecadação de bens
de ausentes (CPC/2015, art. 548).
Inciso V
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Estando o credor e terceiro disputando em juízo o objeto do pagamento, não deve o devedor antecipar-se ao
pronunciamento judicial e entregá-lo a um deles, assumindo o risco (CC, art. 344), mas sim consigná-lo
judicialmente, para ser levantado pelo que vencer a demanda.
REQUISITOS DE VALIDADE DA CONSIGNAÇÃO
Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao
objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
Requisitos SUBJETIVOS
A legitimidade ativa para a ação consignatória é conferida ao DEVEDOR, ao TERCEIRO INTERESSADO
no pagamento da dívida e também ao TERCEIRO NÃO INTERESSADO, se o fizer em nome e à conta do
devedor (CC, art. 304 e parágrafo único). 
Quanto à legitimidade passiva, réu da ação consignatória será o CREDOR CAPAZ DE EXIGIR O
PAGAMENTO OU QUEM ALEGUE POSSUIR TAL QUALIDADE, OU SEU REPRESENTANTE, uma
vez que tem ela finalidade liberatória do débito e declaratória do crédito. Deve ser proposta, por essa razão,
contra quem tiver obrigação de receber e poder para exonerar o devedor.
➔ Se essa pessoa for desconhecida, será citada por edital (CPC/2015, art. 256, I), com a intervenção, em
seu favor, de curador especial (CPC/2015, art. 72, II).
Requisitos OBJETIVOS
Quanto ao objeto ou requisitos objetivos, exige-se a INTEGRALIDADE DO DEPÓSITO, porque o credor
não é obrigado a aceitar pagamento parcial. Orienta-se a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no
sentido de que “impõe-se ao devedor, na consignatória, ao efetuar o depósito, fazê-lo com inclusão da correção
monetária do período compreendido entre a data do vencimento da obrigação e a do efetivo depósito, sob pena
de ser julgado improcedente o pedido”. Da mesma forma, ao principal devem ser acrescidos os juros de mora
devidos até a data do depósito (CC, art. 337).
Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os
juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.
➔ Se a hipótese consistir na entrega de coisa, deverá ela realizar-se juntamente com os respectivos
ACESSÓRIOS, como os FRUTOS ou PRODUTOS a que o credor tenha direito. Assim, na entrega
de ações, com dividendos já vencidos e pagos ou com bonificações já concedidas, por exemplo, não será
suficiente para a procedência da ação a consignação somente dos títulos. Se tal ocorrer, poderá o credor
alegar que o depósito não é integral (CPC de 2015, art. 544, IV).
Em princípio, para haver consignação é necessário que o DÉBITO SEJA LÍQUIDO E CERTO. Todavia, tem
a jurisprudência proclamado que a ação consignatória não é uma ação executiva “às avessas”, e nela a
cognição não sofre limitações outras que as pertinentes à própria finalidade de demanda. Destarte, é cabível,
na consignatória, a discussão em torno do débito e do seu valor, como condição para julgamento da causa.
MODO
O modo será o convencionado, não se admitindo, por exemplo, pagamento em prestações quando estipulado
que deve ser à vista. Quanto ao tempo, deve ser, também, o fixado no contrato, não podendo o pagamento
efetuar-se antes de vencida a dívida, se assim foi convencionado. Poderá ser efetuado pelo devedor, contudo, a
qualquer tempo, se o prazo se estipulou em seu favor (CC, art. 133), ou assim que se verificar a condição a que
o débito estava subordinado (CC, art. 332).
A mora do devedor, por si só, não impede a propositura da ação consignatória, se ainda não provocou
consequências irreversíveis e o pagamento ainda é útil ao credor, pois tal ação pode ser utilizada tanto para
prevenir como para emendar a mora. 
➔ Se, no entanto, o credor já houver demandado o devedor, não caberá mais a purgação da mora,
salvo se na ação proposta houver previsão dessa possibilidade, como ocorre no despejo por falta de
pagamento. Conclui-se, portanto, que o simples atraso do devedor não o impede de valer-se da
consignação em pagamento.
O “depósito requerer-se-á no lugar do pagamento”, assinala o art. 337 do Código Civil, tendo em vista que
não se pode obrigar o credor a receber ou o devedor a pagar em lugar diverso do convencionado. Sendo
quesível a dívida, o pagamento efetua-se no domicílio do devedor; sendo portável,no do credor (CC, art. 327),
podendo haver, ainda, foro especial, do contrato (CC, art. 78) e de eleição (CPC/2015, art. 63).
A consignação deve preencher todos esses requisitos e ainda os especificados nos arts. 341 a 343 do Código
Civil. Não poderá valer-se do depósito judicial ou extrajudicial quem pretender consignar contra credor incapaz
ou antes do vencimento da dívida; ou oferecer objeto que não seja o devido; ou ainda descumprir cláusulas
contratuais, tendo o credor, por contrato, direito de recusar o pagamento antecipado.
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está,
poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob
cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor,
proceder-se-á como no artigo antecedente.
Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso
contrário, à conta do devedor
LEVANTAMENTO DO DEPÓSITO
Levantamento do valor pelo devedor antes da aceitação
A lei faculta ao devedor, que preenche todos os requisitos subjetivos e objetivos mencionados no item anterior,
exonerar-se da obrigação mediante a consignação judicial ou extrajudicial do pagamento, quando não puder
efetuá-lo diretamente ao credor. Permite-lhe também, mesmo depois de realizado o depósito, mas enquanto o
credor não declarar que o aceita, retratar-se da oferta, requerendo o seu levantamento. 
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor
requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as
conseqüências de direito.
Desse modo, se o credor ainda não foi citado, ou se, citado, não impugnou a oferta, deixando de oferecer
resistência ao pedido, pode o devedor levantar a prestação consignada, tornando ineficaz a oblação feita.
Segundo prescreve o dispositivo supratranscrito, arcará ele, nesse caso, com as consequências jurídicas de sua
retratação, pois permanecerá respondendo pelos juros da dívida e pelos riscos da coisa, até que ocorra a
tradição, bem como pelas despesas do depósito, pois a obrigação subsiste integralmente.
Levantamento pelo devedor depois da aceitação ou impugnação
Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a 
preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados 
os co-devedores e fiadores que não tenham anuído.
Se o credor recusar o depósito e contestar a ação, o levantamento não poderá mais ocorrer sem a sua
anuência. 
Se, no entanto, vier a concordar com a sua efetivação, perderá a preferência e garantia que lhe competiam
com respeito à coisa consignada. Além disso, tendo a anuência ocorrido depois de assegurado o resgate de seu
crédito pelo depósito, reputa-se ter ele concedido novo crédito ao devedor, em substituição ao anterior. Em
consequência, ficam desde logo desobrigados os codevedores e fiadores, cujo risco desaparecera com o
depósito judicial da prestação, não sendo justo que se vejam compelidos a reassumir tal risco em virtude de
uma liberalidade do credor.
Aceitação e EXTINÇÃO da dívida
Se, em vez de contestar a ação, o credor aceita o depósito, a dívida se extingue, visto que a consignação produz
o mesmo efeito do pagamento. Se, depois disso, vem ele a anuir no levantamento do depósito efetuado pelo
devedor, surge uma nova dívida, em substituição à anterior, configurando-se a hipótese de novação, que tem
como consequência a liberação dos fiadores e codevedores do débito anterior, que não tenham anuído.
Procedência da ação e impossibilidade de levantamento
Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão 
de acordo com os outros devedores e fiadores.
A declaração de procedência do depósito acarreta a extinção da obrigação a que estava adstrito o devedor, com
eficácia de pagamento, e, em consequência, a exoneração dos fiadores e codevedores. 
O dispositivo trata da impossibilidade de levantamento do objeto depositado, depois de julgado procedente o
pedido, MESMO HAVENDO ANUÊNCIA DO CREDOR, QUANDO EXISTIREM OUTROS
DEVEDORES E FIADORES. Procura-se, dessa forma, resguardar os direitos destes, pois a procedência da
ação extingue a obrigação, acarretando a exoneração dos devedores solidários. Se estes, no entanto,
concordarem com o levantamento, deixará de existir o impedimento legal. O consentimento posterior do credor
com a pretensão do devedor de levantar o depósito não tem força para restaurar a dívida extinta, mas faz surgir
uma outra obrigação, que pode ser uma doação ou outro negócio. A esta nova obrigação não estão jungidos os
que, vinculados à anterior, não assentiram em se comprometer novamente.
	OBJETO DA CONSIGNAÇÃO
	FATOS QUE AUTORIZAM A CONSIGNAÇÃO
	Inciso I
	Inciso II
	Inciso III
	Inciso IV
	Inciso V
	REQUISITOS DE VALIDADE DA CONSIGNAÇÃO
	Requisitos SUBJETIVOS
	Requisitos OBJETIVOS
	MODO
	LEVANTAMENTO DO DEPÓSITO
	Levantamento do valor pelo devedor antes da aceitação
	Levantamento pelo devedor depois da aceitação ou impugnação
	Aceitação e EXTINÇÃO da dívida
	Procedência da ação e impossibilidade de levantamento

Outros materiais