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CSTPA PM-SP
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de 
Oficiais da Polícia Militar
Volume I
EDITAL DEC-16/23/18
JL049-A-2018
DADOS DA OBRA
Título da obra: Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais da Polícia Militar - CSTPA PM-SP
Cargo: Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais da Polícia Militar 
Volume I
• História do Brasil
• Atualidades
• Língua Portuguesa
• Matemática
• Direito Constitucional
• Direito Penal e Direito Processual Penal
• Direito Penal Militar e Processo Penal Militar
• Direito Administrativo
• Legislação Complementar
Volume I
• Legislação de Interesse Policial Militar
• Normas Administrativas de Interesse Policial Militar
Autores
Jaqueline Lima
Letícia Veloso 
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Diagramação/ Editoração Eletrônica
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Thais Regis
Ana Luiza Cesário
Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli
Leandro Filho
Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO
CURSO ONLINE
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*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.
Ex: FV054-18
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SUMÁRIO
História do Brasil
História do Brasil: .....................................................................................................................................................................................................01
O Primeiro Reinado (1822-1831): a consolidação da Independência, a Constituição de 1824, a Confederação do 
Equador, a abdicação de Dom Pedro I; ..................................................................................................................................................... 01
A Regência (1831-1840): as reformas institucionais, as revoltas provinciais, a política no período regencial; ............. 05
O Segundo Reinado (1840-1889): o “Regresso”, a luta contra o Império centralizado, o acordo das elites e o 
“parlamentarismo”, os partidos: semelhanças e diferenças, a preservação da unidade territorial, a estrutura 
sócioeconômica e a escravidão, a Guerra do Paraguai, a crise do Segundo Reinado; ........................................................... 13
A Primeira República (1889-1930): a primeira Constituição republicana, o Encilhamento, Deodoro na presidência, 
Floriano Peixoto, a Revolução Federalista, Prudente de Morais, Campos Sales, características políticas da Primeira 
República, o Estado e a burguesia do café, principais mudanças socioeconômicas - 1890 a 1930, os movimentos 
sociais, o processo político nos anos 20, a Revolução de 1930; ...................................................................................................... 25
O Estado Getulista (1930-1945): a colaboração entre o Estado e a Igreja, a centralização, a política do café, a política 
trabalhista, a educação, o processo político (1930-1934), a gestação do Estado Novo, o Estado Novo, as mudanças 
ocorridas no Brasil entre 1920 e 1940; ......................................................................................................................................................41
O Período Democrático (1945-1964): a eleição de Dutra, a Constituição de 1946, o governo Dutra, o novo governo 
Vargas, a eleição de Juscelino Kubitschek, o governo JK, a sucessão presidencial, o governo Jânio Quadros, a sucessão 
de Jânio, o governo João Goulart; ............................................................................................................................................................... 51
O Regime Militar (1964-1985): o governo Castelo Branco, o governo Costa e Silva, a junta militar, o governo Médici, 
o governo Geisel, o governo Figueiredo, caracterização Geral do Regime Militar, morte de Tancredo Neves; .......... 60
Completa-se a Transição: o Governo Sarney (1985-1989): política econômica, o Plano Cruzado, as eleições de 1986, 
a Assembleia Nacional Constituinte, a transição avaliada; ................................................................................................................63
Principais Mudanças Ocorridas no Brasil entre 1950 e 1980: população, economia, indicadores Sociais; .................... 73
Modernização pela Via Democrática: o Breve Mandato de Fernando Collor, o Governo Itamar Franco, Governo FHC, 
Os Governos de Lula; ........................................................................................................................................................................................ 77
História da Polícia Militar: .....................................................................................................................................................................................80
Marcos históricos da PMESP: ........................................................................................................................................................................80
Fundação da Polícia Militar (15 de dezembro de 1831); ...............................................................................................................80
Guerra dos Farrapos (1835 - 1845); ....................................................................................................................................................... 84
Campos das Palmas (1839); ...................................................................................................................................................................... 85
Guerra do Paraguai (1865 - 1870); ......................................................................................................................................................... 86
Revolta Armada e Revolução Federalista (1893); ............................................................................................................................. 88
Questão dos protocolos (1896); ............................................................................................................................................................. 88
Campanha de Canudos (1897); ............................................................................................................................................................... 91
Revolta da Vacina (1904); ........................................................................................................................................................................... 93
Revolta do Marinheiro João Cândido (1910); .................................................................................................................................... 94
Greve Operária em São Paulo (1917); ...................................................................................................................................................95
Os 18 do Forte de Copacabana e a Sedição de Mato Grosso (1922); .....................................................................................98
Revolução de São Paulo e Campanha do Sul (1924 - 1925); .......................................................................................................99
Campanhas do Nordeste e Goiás (1926);..........................................................................................................................................101
Revolução Outubrista de Getúlio Vargas (1930);............................................................................................................................101
Revolução Constitucionalista (1932); ..................................................................................................................................................102
Movimentos Extremistas (1935 - 1938); ............................................................................................................................................103
Segunda Guerra Mundial (1942 - 1945); ...........................................................................................................................................104
Revolução de Março (1964); ...................................................................................................................................................................108
Campanha do Vale do Paraíba - Martírio do Tenente Alberto Mendes Júnior (1970); ...................................................109
A Canção da PM; ..............................................................................................................................................................................................110
A unificação da Guarda Civil e da Força Pública. .................................................................................................................................112
Atualidades: .............................................................................................................................................................................................................113
questões relacionadas a atualidades e à Segurança e Ordem Pública, ocorridas a partir de 1º de janeiro de 2018. ........113
SUMÁRIO
Atualidades 
Questões relacionadas a atualidades e à Segurança e Ordem Pública, ocorridas a partir de 1º de janeiro de 2018 ..... 01
Língua Portuguesa
Distinção entre variedades da língua portuguesa; ..................................................................................................................................... 01
Norma ortográfica; ..................................................................................................................................................................................................05
Morfossintaxe das classes de palavras: ...........................................................................................................................................................08
Flexão nominal; .........................................................................................................................................................................................................08
Flexão verbal: expressão de tempo, modo, aspectos e voz; correlação de tempos e modos;.................................................. 08
Formação de palavras; ...........................................................................................................................................................................................08
Concordância nominal e verbal; ........................................................................................................................................................................08
Regência nominal e verbal; ..................................................................................................................................................................................08
Pronomes; ...................................................................................................................................................................................................................08
Advérbios; ...................................................................................................................................................................................................................08
Conectivos: função sintática e valores lógico-semânticos; .....................................................................................................................08
Processos de coordenação e subordinação; .................................................................................................................................................08
Reorganização de orações e períodos; paragrafação; ..............................................................................................................................08
Citação de discursos: direto, indireto e indireto livre. ...............................................................................................................................60
Organização do texto:............................................................................................................................................................................................61
Dissertação: fato e demonstração/argumento e interferência/relações lógicas; ...........................................................................61
Narração: sequenciação de eventos/ temporalidade; ...............................................................................................................................61
Descrição: simultaneidade/espacialidade na ordenação dos elementos descritores. ..................................................................61
Elementos de composição: ..................................................................................................................................................................................77
Recursos expressivos; estratégias de articulação do texto; ..................................................................................................................... 77
Poema: sonoridade, ritmo, verso, imagens.................................................................................................................................................... 77
Relação do texto com outros textos (intertextualidade); diversidade de tratamento de um tema; ....................................... 79
Relação do texto com a obra em que se insere ou com o conjunto da obra de um autor; ...................................................... 84
Relação do texto com seu contexto histórico e cultural; .........................................................................................................................84
Literatura: ..................................................................................................................................................................................................................100
Literatura brasileira, desde as origens até a atualidade; ........................................................................................................................100
Os textos ou fragmentos de textos que servirão de base às questões de literatura serão extraídos das obras de escritores 
representativos dos diferentes períodos das literaturas portuguesa e brasileira, devendo o candidato ter conhecimento 
do teor das seguintes obras: .............................................................................................................................................................................102
Camões - Poesia Épica: episódios de Inês de Castro (III, 118-135) e do Velho do Rastelo (IV, 90-104), de Os Lusía-
das; ..........................................................................................................................................................................................................102
José de Alencar - O Guarani; .............................................................................................................................................................................104
Álvares de Azevedo - Lira dos Vinte Anos; ..................................................................................................................................................105
Eça de Queirós - A Ilustre Casa de Ramires; ...............................................................................................................................................107
Machado de Assis - Memórias Póstumas de Brás Cubas; .....................................................................................................................107
Mário de Andrade - Macunaíma; ....................................................................................................................................................................108
Carlos Drummond de Andrade - Alguma Poesia; .....................................................................................................................................109
Graciliano Ramos - Vidas Secas; ......................................................................................................................................................................110
João Guimarães Rosa - Primeiras Estórias; ..................................................................................................................................................111
João Cabral de Melo Neto - Morte e Vida Severina. ...............................................................................................................................112
Matemática
Temas básicos de aritmética e álgebra: conjunto dos números reais, equações e inequações de 1º grau, polinômios, 
porcentagem; ............................................................................................................................................................................................................01
Temas básicos de geometria plana: ângulos e polígonos, congruência de triângulos, relação entre proporção e geome-
tria, circunferência e círculo, cálculo de áreas; .............................................................................................................................................26
SUMÁRIO
Estatística: noções de estatística, medidas estatísticas; ............................................................................................................................41
Sequencias numéricas: sequencias, progressão aritmética, progressão geométrica; ..................................................................47
Análise combinatória: princípios da análise combinatória. ..................................................................................................................... 51
Direito Constitucional
Constituição Federal: ..............................................................................................................................................................................................01
Dos Princípios Fundamentais; .............................................................................................................................................................................01
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; ........................................................................................................................................... 05
Da Administração Pública; ...................................................................................................................................................................................38
Dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; ..........................................................................................................38
Dos Tribunais e juízes dos Estados; ..................................................................................................................................................................61
Da Segurança Pública. ...........................................................................................................................................................................................66
Constituição do Estado de São Paulo: .............................................................................................................................................................67
Dos Fundamentos do Estado; .............................................................................................................................................................................67
Da Justiça Militar do Estado; ...............................................................................................................................................................................67
Da Administração Pública; ...................................................................................................................................................................................67
Dos Servidores Públicos Militares; ....................................................................................................................................................................67
Da Segurança Pública. ...........................................................................................................................................................................................67
Direito Penal e Direito Processual Penal
Direito Penal: .............................................................................................................................................................................................................01
Da aplicação da lei penal; .....................................................................................................................................................................................01
Do crime; .....................................................................................................................................................................................................................05
Da imputabilidade penal; .....................................................................................................................................................................................16
Do concurso de pessoas; ......................................................................................................................................................................................17
Das espécies das penas; ........................................................................................................................................................................................19
Dos efeitos da condenação; ................................................................................................................................................................................19
Da ação penal; ..........................................................................................................................................................................................................29
Da extinção da punibilidade; ...............................................................................................................................................................................31
Dos crimes contra a pessoa; ................................................................................................................................................................................31
Dos crimes contra o patrimônio; .......................................................................................................................................................................38
Dos crimes contra a dignidade sexual; ............................................................................................................................................................49Dos crimes contra a Administração Pública. .................................................................................................................................................52
Direito Processual Penal: .......................................................................................................................................................................................59
Do Inquérito Policial; ..............................................................................................................................................................................................59
Da ação penal; ..........................................................................................................................................................................................................63
Da Prova; .....................................................................................................................................................................................................................64
Da prisão e da liberdade provisória (com alterações introduzidas pela Lei Federal 12.403/11); ............................................. 70
Dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, nos termos da Lei Federal 9.099/95. ............................................................................83
Direito Penal Militar e Processo Penal Militar
Direito Penal Militar: ...............................................................................................................................................................................................01
Da aplicação da lei penal militar; ....................................................................................................................................................................... 01
Do crime; .....................................................................................................................................................................................................................13
Dos crimes contra a autoridade ou disciplina militar; ...............................................................................................................................13
Dos crimes contra o serviço militar e o dever militar; ............................................................................................................................... 15
Dos crimes contra a Administração Militar. .................................................................................................................................................. 15
Direito Processual Penal Militar: ........................................................................................................................................................................ 17
Da Polícia Judiciária Militar; .................................................................................................................................................................................17
Do Inquérito policial militar; ................................................................................................................................................................................19
SUMÁRIO
Da ação policial militar e do seu exercício; ....................................................................................................................................................21
Das medidas preventivas e assecuratórias; ...................................................................................................................................................21
Processo Especial - Deserção, complementado pela Portaria CORREGPM-1/310/16 (Bol G PM 221/16), que estabelece 
a rotina de procedimentos para os casos de deserção; ...........................................................................................................................23
Resolução 42/2016, do TJM. Dispõe sobre a audiência de custódia e procedimentos de polícia judiciária militar; ........ 27
Provimento 3/05-CGer do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo e Bol G PM 230/05 (item 24) - Crime 
militar decorrente de acidente de trânsito - instauração do adequado procedimento de polícia judiciária militar - Ato 
do Subcmt PM; .........................................................................................................................................................................................................30
Resolução 009/12 - Institui o Regimento Interno de Execução Penal do Presídio Militar Romão Gomes. .......................... 30
Direito Administrativo
Princípios constitucionais e infraconstitucionais da Administração Pública; ................................................................................... 01
Poderes Administrativos; ......................................................................................................................................................................................03
Atos Administrativos - requisitos (elementos) e atributos; .....................................................................................................................08
Responsabilidade administrativa, penal e civil dos militares do Estado. ...........................................................................................22
Legislação Complementar
BRASIL. Lei 4.898/65. Regula o Direito de Representação e o processo de Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, 
nos casos de abuso de autoridade; ................................................................................................................................................................. 01
Lei 8.069/90. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências (Arts. 1º ao 4º; 103 ao 128 
e 228 ao 244-B); .......................................................................................................................................................................................................03
Lei 8.429/92. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exer-
cício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras 
providências; .....................................................................................................................................................................................................07
Lei 8.666/93. Regulamenta o Artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da 
Administração Pública e dá outras providências; .......................................................................................................................................12
Lei 9.455/97. Define os crimes de tortura e dá outras providências; ..................................................................................................49
Lei 10.520/02. Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, 
da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá 
outras providências; ................................................................................................................................................................................................52
Lei 10.826/03. Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional 
de Armas - Sinarm, define crimes e dá outras providências; .................................................................................................................54
Lei 12.850/13. Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, 
infrações penais correlatas e o procedimento criminal; ...........................................................................................................................61
Decreto Federal5.123/04. Regulamenta a Lei n o 10.826/03, que dispõe sobre registro, posse e comercialização de 
armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas - SINARM e define crimes. .................................................... 65
HISTÓRIA DO BRASIL
História do Brasil: .....................................................................................................................................................................................................01
O Primeiro Reinado (1822-1831): a consolidação da Independência, a Constituição de 1824, a Confederação do 
Equador, a abdicação de Dom Pedro I; ..................................................................................................................................................... 01
A Regência (1831-1840): as reformas institucionais, as revoltas provinciais, a política no período regencial; ............. 05
O Segundo Reinado (1840-1889): o “Regresso”, a luta contra o Império centralizado, o acordo das elites e o 
“parlamentarismo”, os partidos: semelhanças e diferenças, a preservação da unidade territorial, a estrutura 
sócioeconômica e a escravidão, a Guerra do Paraguai, a crise do Segundo Reinado; ........................................................... 13
A Primeira República (1889-1930): a primeira Constituição republicana, o Encilhamento, Deodoro na presidência, 
Floriano Peixoto, a Revolução Federalista, Prudente de Morais, Campos Sales, características políticas da Primeira 
República, o Estado e a burguesia do café, principais mudanças socioeconômicas - 1890 a 1930, os movimentos 
sociais, o processo político nos anos 20, a Revolução de 1930; ...................................................................................................... 25
O Estado Getulista (1930-1945): a colaboração entre o Estado e a Igreja, a centralização, a política do café, a política 
trabalhista, a educação, o processo político (1930-1934), a gestação do Estado Novo, o Estado Novo, as mudanças 
ocorridas no Brasil entre 1920 e 1940; ...................................................................................................................................................... 41
O Período Democrático (1945-1964): a eleição de Dutra, a Constituição de 1946, o governo Dutra, o novo governo 
Vargas, a eleição de Juscelino Kubitschek, o governo JK, a sucessão presidencial, o governo Jânio Quadros, a sucessão 
de Jânio, o governo João Goulart; ............................................................................................................................................................... 51
O Regime Militar (1964-1985): o governo Castelo Branco, o governo Costa e Silva, a junta militar, o governo Médici, 
o governo Geisel, o governo Figueiredo, caracterização Geral do Regime Militar, morte de Tancredo Neves; .......... 60
Completa-se a Transição: o Governo Sarney (1985-1989): política econômica, o Plano Cruzado, as eleições de 1986, 
a Assembleia Nacional Constituinte, a transição avaliada; ................................................................................................................ 63
Principais Mudanças Ocorridas no Brasil entre 1950 e 1980: população, economia, indicadores Sociais; .................... 73
Modernização pela Via Democrática: o Breve Mandato de Fernando Collor, o Governo Itamar Franco, Governo FHC, 
Os Governos de Lula; ........................................................................................................................................................................................ 77
História da Polícia Militar: .....................................................................................................................................................................................80
Marcos históricos da PMESP: ........................................................................................................................................................................ 80
Fundação da Polícia Militar (15 de dezembro de 1831); ............................................................................................................... 80
Guerra dos Farrapos (1835 - 1845); ....................................................................................................................................................... 84
Campos das Palmas (1839); ...................................................................................................................................................................... 85
Guerra do Paraguai (1865 - 1870); ......................................................................................................................................................... 86
Revolta Armada e Revolução Federalista (1893); ............................................................................................................................. 88
Questão dos protocolos (1896); ............................................................................................................................................................. 88
Campanha de Canudos (1897); ............................................................................................................................................................... 91
Revolta da Vacina (1904); ........................................................................................................................................................................... 93
Revolta do Marinheiro João Cândido (1910); .................................................................................................................................... 94
Greve Operária em São Paulo (1917); ................................................................................................................................................... 95
Os 18 do Forte de Copacabana e a Sedição de Mato Grosso (1922); ..................................................................................... 98
Revolução de São Paulo e Campanha do Sul (1924 - 1925); ....................................................................................................... 99
Campanhas do Nordeste e Goiás (1926);..........................................................................................................................................101
Revolução Outubrista de Getúlio Vargas (1930);............................................................................................................................101
Revolução Constitucionalista (1932); ..................................................................................................................................................102
Movimentos Extremistas (1935 - 1938); ............................................................................................................................................103
Segunda Guerra Mundial (1942 - 1945); ...........................................................................................................................................104
Revolução de Março (1964); ...................................................................................................................................................................108
Campanha do Vale do Paraíba - Martírio do Tenente Alberto Mendes Júnior (1970); ...................................................109
A Canção da PM; ..............................................................................................................................................................................................110
A unificação da Guarda Civil e da Força Pública. .................................................................................................................................112
Atualidades: .............................................................................................................................................................................................................113questões relacionadas a atualidades e à Segurança e Ordem Pública, ocorridas a partir de 1º de janeiro de 2018. ........113
1
HISTÓRIA DO BRASIL
HISTÓRIA DO BRASIL: 
O PRIMEIRO REINADO (1822-1831): O PRI-
MEIRO REINADO (1822-1831): A CONSOLIDA-
ÇÃO DA INDEPENDÊNCIA, A CONSTITUIÇÃO 
DE 1824, A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR, A 
ABDICAÇÃO DE DOM PEDRO I;
De início, o Império teve que combater as províncias 
contrárias à Independência. Tratava-se de províncias com 
uma forte presença portuguesa ou com forte aproximação 
com a metrópole Portugal. Províncias como a Bahia, Piauí, 
Pará, Maranhão e a Província Cisplatina (atual Uruguai) fo-
ram combatidas pelas forças imperiais e por mercenários 
estrangeiros (como são exemplos o Inglês Cochrane e o 
francês Labatut) forçando-se a integração com o Império 
que nascia. Controlando as províncias pró-lusitanas e ob-
tendo aos poucos o reconhecimento externo da indepen-
dência, o Império necessitava agora de uma Constituição 
para legitimar sua existência. Prevendo isto, mesmo antes 
da independência, em junho de 1822, foi convocada uma 
Assembléia Nacional Constituinte.
A Constituição da Mandioca – 1823 
A Assembléia Constituinte, composta pelos grandes 
proprietários e liderada por Antônio Carlos Andrada apre-
sentou, em 1823, uma proposta constitucional que apre-
sentava os seguintes pontos: 
- Fortalecimento do poder legislativo;
- Aversão aos estrangeiros, sobretudo portugueses; 
- Voto censitário (votavam apenas indivíduos com ren-
dimento superior a 150 alqueires de mandioca por ano).
Constituição de 1824 
Não contente com a proposta da “Constituição da 
Mandioca”, D. Pedro nomeou um Conselho de Estado que 
redigiu a nova 1ª carta constitucional do Brasil, que foi ou-
torgada pelo Imperador. Características: 
- Centralização do poder;
- Monarquia hereditária; 
- Religião Católica ligada ao estado; 
- Voto censitário; 
- 04 poderes: executivo, legislativo, judiciário e Mode-
rador.
O poder Moderador servia como uma espécie de árbi-
tro dos três poderes. O Rei podia, através das atribuições 
do moderador, dissolver a Câmara dos Deputados e con-
vocar novas eleições; escolher os senadores (cargo vitalí-
cio) através de um lista dos eleitos.
Foi o exagero do poder moderador, junto com a cen-
tralização administrativa, que causou uma série de críticas 
à Constituição de 1824.
Confederação do Equador (1824) 
Em Pernambuco iniciou um movimento contra o auto-
ritarismo de D. Pedro I, devido à excessiva centralização do 
poder em suas mãos e a outorga da Constituição de 1824. 
Logo outras províncias se juntaram a Pernambuco, como 
o Rio grande do Norte, o Ceará, a Paraíba e Alagoas. A 
revolta iniciou quando D. Pedro nomeou um novo pre-
sidente para Pernambuco, destituindo Paes de Andrade, 
representante das forças políticas locais. Entre os planos 
dos revoltosos estava: 
- Formar um novo Estado reunindo as províncias do 
Nordeste; 
- Montar uma República federalista; 
- Inspirava-se no modelo de república dos EUA.
Todavia, um projeto de Pais de Andrade abolindo o 
tráfico negreiro em recife arrefeceu o ânimo revolucioná-
rio da classe dominante. Além disso, a participação popu-
lar no levante, através de brigadas próprias, atemorizou as 
elites regionais, temerosas de comoções sociais mais pro-
fundas, especialmente as que envolvessem negros, como 
ocorrera no Haiti.
A Guerra da Cisplatina (1825-28) Em 1816, em meio às 
lutas de independência do vice-reino do Prata (colônias 
espanholas), D. João VI invadiu a região do atual Uruguai, 
anexando ao território brasileiro a região que passou a 
se chamar Província Cisplatina. Em 1825, sob a influên-
cia da Argentina, e com a liderança de Lavalleja, os uru-
guaios iniciaram sua luta para se tornarem independentes 
do Brasil. O conflito teve fim apenas em 1828, causando 
um grande gasto ao Império Brasileiro que não conse-
guiu manter esta área sob sua influência. Sob mediação 
2
HISTÓRIA DO BRASIL
da Inglaterra, potência com interesses na região platina, 
foram feitos tratados e acordos que levaram à criação da 
República Oriental do Uruguai.
A Crise do 1º Reinado 
O primeiro reinado foi marcado pelo autoritarismo de 
D. Pedro I e pela impopularidade do imperador. Uma série 
de fatores levaram o rei a abdicar ao trono em 1831. Eis 
alguns desses principais fatores:
- Estilo autoritário de D. Pedro I;
 - Violências nas repressões políticas, como foi o caso 
da Confederação do Equador;
 - O fracasso da política militar externa e os altos gastos 
da Guerra da Cisplatina;
 - Hiato Intercíclico – Crise econômica decorrente da 
falta de um grande produto de exportação (o café só apa-
receria como grande produto mais tarde) 
- Ingerência de D. Pedro nos assuntos portugueses.
D. Pedro I era filho mais velho de D. João VI e, com a 
morte de seu pai, em 1826, tornou-se o legítimo herdeiro 
do trono português. Mas os políticos liberais brasileiros não 
queriam que D. Pedro I fosse imperador do Brasil e ao mes-
mo tempo rei de Portugal. Por isso ele renunciou ao trono 
português, em favor de sua filha Maria da Glória. Como ela 
era menor de idade, o trono ficou sob regência do irmão 
de D. Pedro I, D. Miguel, que em 1828, por meio de um gol-
pe de Estado, proclamou-se rei de Portugal. A atitude de D. 
Miguel revoltou o Imperador brasileiro, que elaborou pla-
nos militares para reconquistar o território herdado por sua 
filha. Os políticos liberais brasileiros temiam uma possível 
união entre Brasil e Portugal, caso D. Pedro I conseguisse 
reconquistar o trono para Maria da Glória. 
A consolidação da Independência, 
A consolidação da Independência ocorreu em pou-
cos anos, mas foi marcada por conflitos militares re-
lativamente graves. Os brasileiros que eram favoráveis 
à Independência reuniram forças para lutar contras às 
tropas portuguesas que estavam no Brasil desde 1808. Os 
conflitos mais importantes ocorreram no Sul do país e na 
Bahia, onde movimentos separatistas e conflitos com os 
portugueses causaram algumas disputas violentas.
Aclamação de Dom Pedro I no campo de Santana
Mas entre os brasileiros favoráveis à Independência 
existiam grandes divergências: a aristocracia rural defendia 
um regime monárquico centralizado e as camadas médias 
urbanas pregavam um regime democrático, com restrições 
ao poder do imperador.
No plano internacional, os Estados Unidos reconhe-
ceram a Independência em maio de 1824, mas, infor-
malmente, ela já era reconhecida pela Inglaterra, que era 
grande interessada em garantir a ordem e a ligação econô-
mica com o Brasil. O reconhecimento formal inglês tardou 
a acontecer porque os ingleses tentaram conseguir do Bra-
sil a imediata extinção do tráfico de escravos. Ainda assim, 
a Inglaterra esteve presente no processo de consolidação 
da Independência, servindo também de mediador no reco-
nhecimento da nova nação por Portugal.
O reconhecimento formal da Independência aconte-
ceu apenas em agosto de 1825, através de um tratado em 
que o Brasil concordou em compensar a Metrópole em 2 
milhões de libras pela perda da Colônia. Esta indenização 
foi paga com empréstimo inglês. Por conta dessas dificul-
dades no processo de consolidação da Independência, 
alguns historiadores têm feito objeções à famosa tese de 
que o processo de Independência foi fácil. Esses críticos 
defendem que a emancipação sob a forma de união em 
torno do Rio de Janeiro resultou de uma luta e não de um 
consenso geral.
As críticas à famosa tese têm o mérito de ressaltar o 
fato de que a Independência não correspondeu a uma pas-
sagem pacífica. Mas, ainda assim, não se pode deixar de 
lado a constatação de que, admitindo-se o uso da força e 
as mortes resultantes, a consolidação da Independência se 
fez em poucos anos e sem grandes desgastes. Além disso, 
a emancipação do Brasil não engendrou maiores altera-
ções na ordem econômica e social, tendo sido mantido no 
país o regime político imposto pela metrópole portuguesa.
Assim, após 1822, o Brasil continuou sendo uma mo-
narquiaencabeçada por um português e os anos seguintes 
à Independência até 1840 foram marcados por enorme flu-
tuação política, por rebeliões em todo o país e por tentati-
vas contrastantes de organizar o poder.
A Constituição de 1824, 
Dom Pedro I, por graça de Deus, e unânime aclamação 
dos Povos, Imperador Constitucional, e defensor perpétuo 
do Brasil: Fazemos saber a todos os nossos súditos, que 
tendo-nos requerido os Povos deste Império, juntos em câ-
maras, que nós quanto antes jurássemos e fizessemos jurar 
o Projeto de Constituição que havíamos oferecido às suas 
observações para serem depois presentes a nova Assem-
bléia Constituinte; mostrando o grande desejo, que tinham, 
de que ele se observasse já como Constituição do Império, 
por lhes merecer a mais plena aprovação, e dele esperarem 
a sua individual, e geral felicidade Política: Nós juramos o 
sobredito projeto para observarmos e fazermos observar, 
como Constituição, que d’ora em diante fica sendo deste 
Império; a qual é do teor seguinte:
3
HISTÓRIA DO BRASIL
ORGANIZAÇÃO 
O Império do Brasil e a associação Política de todos os 
cidadãos brasileiros. Eles formam uma Nação livre, e inde-
pendente, que não admite com qualquer outro laço algum 
de união, ou federação que se oponha à sua independên-
cia. O seu território é dividido em províncias na forma em 
que atualmente se acha, as quais poderão ser subdivididas, 
como pedir o bem do Estado. O governo é Monárquico he-
reditário, Constitucional, e representativo. A dinastia impe-
rante é a do senhor Dom Pedro Primeiro, atual Imperador, 
e defensor perpétuo do Brasil (artigos: 1º - 2º - 3º - 4º).
PODERES 
Os poderes políticos reconhecidos pela Constituição 
do Império do Brasil são quatro: O Poder Legislativo, o 
Poder Moderador, o Poder Executivo e o poder Judicial. A 
divisão e harmonia dos poderes políticos e o princípio con-
servador dos direitos dos cidadãos, é o mais seguro meio 
de fazer efetivas as garantias, que a Constituição oferece.
RELIGIÃO 
A religião Católica Apostólica Romana continuará a ser 
a religião do Império. Todas as outras religiões serão per-
mitidas com seu culto doméstico, ou particular em casas 
para isso destinadas, sem forma alguma exterior de templo.
1ª = O primeiro projeto de Constituição no Brasil, foi 
em 1823, mas não foi levado a efeito, tendo em vista que 
Dom Pedro Primeiro achou que o projeto era muito libe-
ral, razão pela qual, ordenou ao Exército para dissolver a 
Assembléia Constituinte e prender vários deputados (12 
de Novembro), por interesses portugueses no Brasil, e por 
estar sendo elaborada uma Constituição que não lhe dava 
todos os poderes que desejava (a idéia de convocar uma 
Assembléia Constituinte para dotar o Brasil independente 
de uma Constituição vinha da França revolucionária). 
2ª = A Constituição outorgada por Dom Pedro I, es-
tabelecia que a Câmara dos Deputados era temporária; o 
Senado vitalício; para ser deputado, além de outras exigên-
cias, tinha que possuir uma renda líquida de 200 mil-réis 
anuais e para ser Senador 800 mil-réis. Eleições indiretas. 
Anunciava a liberdade de pensamento e de imprensa, sem 
censura e o sigilo da correspondência. Afirmava que o País 
é a Nação livre e independente. 
3ª = O Poder Moderador e o Poder Executivo foram 
deferidos ao Imperador. O primeiro reconhecido como a 
chave de toda Organização Política, foi delegado privati-
vamente ao Monarca, para que, mediante o seu exercício, 
velasse sobre a preservação da independência e a manu-
tenção do equilíbrio e harmonia dos três outros poderes 
políticos. O exercício do Poder Moderador legitimava a 
intervenção do Imperador na esfera do Legislativo (no-
meando senadores, dissolvendo a Câmara dos Deputados, 
convocando extraordinariamente a Assembléia Geral, san-
cionando e vetando as proposições Legislativas), do Exe-
cutivo (nomeando e exonerando os Ministros de Estado) 
e o Judiciário (suspendendo os magistrados, exercendo a 
clemência soberana em relação aos réus condenados por 
sentença). 
4ª = O Imperador também chefiava o Poder Executivo, 
que exercia pelos seus Ministros de Estado. Estes eram res-
ponsáveis pelo desempenho de suas atribuições. A pessoa 
do Monarca, contudo, era inviolável e sagrada, não estan-
do ele sujeito a responsabilidade alguma. 
5ª = A alteração mais significativa na Constituição de 
1824 decorreu do ato Adicional de 1834, que exprimia al-
gumas das aspirações liberais. No centro das reivindica-
ções da época se encontravam a descentralização política, 
problema que permaneceu até o fim do segundo reinado e 
a supressão do Poder Moderador, do Conselho e do cará-
ter vitalício do Senado.
RESUMINDO 
A Constituição outorgada por Dom Pedro I (em 1824), 
estabelecia um governo Monárquico, hereditário e consti-
tucional representativo. O Imperador era inviolável e sagra-
do. Não estava sujeito a responsabilidade alguma. Exercia 
o 4o Poder chamado de poder moderador, que era a chave 
de toda a organização política. 
Escolhia os Senadores através de listas tríplices de elei-
tos, convocava a Assembléia Geral das Províncias quando 
julgava conveniente, aprovava ou suspendia as decisões 
dos conselhos provinciais, suspendia magistrados contra 
os quais julgava haver queixas fundadas, perdoava ou mo-
derava as penas e concedia anistia. 
Por ser também o Chefe do Poder Executivo, nomea-
va ministros, magistrados, bispo, provia empregos, dirigia 
a política externa e as Forças Armadas. Dom Pedro e sua 
família tinham assegurado: palácios, dotes pelo Tesouro 
Público e a manutenção. 
A Câmara dos Deputados era temporária e o Senado 
vitalício. Para ser eleitor era preciso não ser trabalhador, 
salvo exceções expressas. Para ser Deputados ou Senado-
res, além de uma série de exigências, era necessário possuir 
renda anual líquida de 200 e 800 mil-réis, respectivamente. 
As eleições eram indiretas
A Constituição mantinha no seu texto, além do que 
vimos nas observações, a proibição das corporações de 
ofício, seus juízes, escrivães e mestres, que caracterizavam 
os costumes feudais remanescentes e tolia a liberdade de 
produção, como também as proibições do açoite, da tor-
tura, da marca de ferro quente e de todas as outras penas 
cruéis. Finalmente, garantia o direito de propriedade em 
toda a sua plenitude.
A Confederação do Equador, 
A Confederação do Equador foi uma das muitas revol-
tas ocorridas no Brasil Imperial. Ocorreu no ano de 1824 na 
província de Pernambuco como um movimento de resistência 
ao governo e às medidas do Imperador D. Pedro I. Também 
tinha, entre seus objetivos, a intenção de separar-se efetiva-
mente do território brasileiro, constituindo nova república.
4
HISTÓRIA DO BRASIL
A raiz da revolta pode ser explicada por vários fatores. 
Um deles era a clara divisão econômica e espacial de Per-
nambuco à época. A Província tinha em si um contraste en-
tre um norte que se dedicou à multicultura, principalmente 
de algodão e açúcar, gerando uma economia diversificada, 
cidades populosas e economia mais robusta; e um sul mo-
nocultor açucareiro, com economia mais simples e nume-
rosas pequenas vilas.
Assim como em todo o resto do Brasil, em Pernambu-
co crescia a influência do pensamento liberal. Esses ideais 
encontravam um espaço de divulgação e debate em jornais 
de duas personalidades da região. O jornal Sentinela da 
Liberdade na Guarita de Pernambuco de Cipriano Barata 
(baiano e notável jornalista e defensor das classes baixas) 
e a publicação Tífis Pernambuco de Frei Caneca (Discípulo 
de Cipriano) inseriam Pernambuco no debate político na-
cional.
Em 1823, percebe-se o avanço das ideias republicanas 
liberais como resposta a uma tendência conservadora e au-
toritária de D. Pedro I, expressas na Constituição outorgada 
em 1824.
Pernambuco não aceita essa Constituição e Manuel de 
Carvalho Pais de Andrade, presidente da província, pro-
clama a Confederação do Equador, que unia Pernambuco, 
Ceará e Rio Grande do Norte. Os idealizadores do novo 
Estado optam pelaadoção da Constituição colombiana. O 
objetivo central era a criação de um Estado soberano sepa-
rado do Império, com soberania e autonomia das provín-
cias confederadas.
O Governo central, no Rio de Janeiro, observava com 
atenção do desenrolar da revolta e preparava desde o co-
meço a repressão. Para esse intento, se utilizaram de uma 
força militar, organizada e liderada pelo brigadeiro Francis-
co de Lima e Silva, que chefiava as forças terrestres e o Lord 
Cochrane, mercenário inglês que estruturou e comandou a 
ofensiva naval.
Em 1824, forças governistas tomam dos rebeldes os 
dois maiores centros de resistência, Recife e Olinda. Dois 
meses depois, a ofensiva toma o Ceará. Os revoltosos são 
presos e recebem severas punições, sem direito a clemên-
cia do Imperador. Frei Caneca foi condenado à forca, mas 
diante da recusa do carrasco em executar a pena, acaba 
por ser fuzilado. Muitos outros rebeldes receberam a mes-
ma pena, outros, poucos, fugiram.
O fim da revolta não representa o fim do desconten-
tamento com o Imperador. O Jornal Aurora Fluminense 
de Evaristo Veiga era a voz da oposição, representado por 
seu líder, Bernardo Pereira de Vasconcelos. Através desse 
veículo, uma parcela da sociedade fazia a defesa da mo-
narquia constitucional, críticas à autocracia do Imperador 
e ao favorecimento à aristocracia na distribuição de cargos 
públicos, uma vez que pregavam a conquista de cargos por 
mérito.
A Confederação do Equador, portanto, é parte do his-
tórico de movimentos conflituosos de reivindicação social 
no período imperial do Brasil, semeando as condições para 
que movimentos futuros pudessem lutar por seus direitos.
A abdicação de Dom Pedro I; 
A abdicação de Dom Pedro I ocorreu em 7 de abril de 
1831, sendo forçado a deixar o trono em favor de seu fi-
lho, Dom Pedro II, então com cinco anos de idade. Tal fato 
ocorreu por conta de diversos fatores, que demonstram 
uma instabilidade do império no contexto do período.
Se em 1824, data da constituição imperial, Dom Pedro 
I tinha plenos poderes, os anos seguintes mostram que aos 
poucos seu poder foi diminuindo. Um dos principais fato-
res dessa desestabilização se deu por conta da guerra entre 
Brasil e Buenos Aires. As disputas se deram a partir de 1825 
com uma rebelião regional que proclamou a separação do 
Brasil. A disputa ficou conhecida como Guerra da Cisplati-
na, em que o Império Brasileiro entrou em conflito com as 
Províncias Unidas do Rio da Prata.
A Guerra da Cisplatina foi uma catástrofe tanto para 
os militares brasileiros, como financeiramente para o Im-
pério. Os brasileiros foram vencidos em 1827 e a paz só 
veio por meio da interferência inglesa que tinha interesses 
comerciais. A Inglaterra precisava refazer as transações co-
merciais que foram rompidas com o conflito. O tratado de 
paz findou o conflito em 1828 e o Brasil perdeu o territó-
rio da Província da Cisplatina, garantindo o surgimento do 
Uruguai como país independente e a navegação livre no 
rio da Prata. Mesmo com o alto preço do território, tanto 
Brasil como Inglaterra tinham interesses comerciais na na-
vegação do rio.
Um dos graves problemas da guerra foi o recrutamen-
to forçado para brasileiros que gerou muito descontenta-
mento e a contratação por parte do rei de tropas estrangei-
ras. Estas pessoas pobres do continente europeu aceitavam 
a condição na esperança de tornarem-se proprietários de 
terras no Brasil, mas não tinham experiência militar que pu-
desse ser útil no conflito.
Assim, os gastos militares pioraram a situação já pro-
blemática da economia nacional. As rendas que depen-
diam dos impostos sobre as importações eram insuficien-
tes e, além disso, os preços dos produtos nacionais caíram, 
gerando pouco lucro.
O Banco do Brasil, criado em 1808 passava por sérias 
dificuldades. O aumento do custo de vida nas cidades e 
a desvalorização da moeda brasileira os réis em relação à 
libra inglesa foram fatores decisivos na crise que se instau-
rava no país à época. Mesmo as exportações sendo favore-
cidas, as importações de bens de consumo ficaram muito 
caras, não atendendo às demandas das novas camadas 
médias urbanas e das elites. Todos esses fatores levaram 
a descontentamento tanto de brasileiros como de portu-
gueses.
Entre as elites políticas a divisão era bem evidente. De 
um lado os absolutistas, que defendiam a ordem e a pro-
priedade privada, mas também o imperador e seus abusos 
contrários à legalidade, e de outro os liberais, que, embora 
também defendessem a ordem e a propriedade privada, 
defendiam a liberdade constitucional.
Inicialmente muitos membros da elite nacional se co-
locaram ao lado de D. Pedro I, especialmente porque pas-
saram a ocupar cargos administrativos e receber títulos 
5
HISTÓRIA DO BRASIL
honoríficos. Mas, com o passar do tempo, os brasileiros 
foram passando para o lado dos liberais, e os portugue-
ses saíam em defesa do imperador. Entre a população ur-
bana e o exército o sentimento contrário aos portugueses 
era bastante comum. Assim, o exército foi se afastando do 
imperador, tendo em vista que sua base era composta de 
pessoas pobres dos centros urbanos e as condições de tra-
balho não eram das melhores. O atraso no pagamento e a 
disciplina eram traços marcantes da atividade no exército.
Em março de 1831 o Imperador retorna de uma via-
gem à Minas Gerais, onde não foi bem recebido. Os por-
tugueses decidem promover festejos em sua homenagem, 
demonstrando apoio. Os brasileiros então reagiram e os 
conflitos nas ruas duraram poucos dias. Em um deles um 
evento conhecido como noite das garrafadas aconteceu. 
Brasileiros atacaram casas de portugueses, que responde-
ram com garrafas e cacos de vidro.
Iniciaram-se assim as manifestações contrárias ao im-
perador, com os comandantes aderindo à revolta. Com a 
situação cada vez mais insustentável, D. Pedro I se viu obri-
gado a abdicar do trono em abril de 1831. Texto adaptado 
de BUSSUNDA.
A REGÊNCIA (1831-1840): AS REFORMAS 
INSTITUCIONAIS, AS REVOLTAS PROVIN-
CIAIS, A POLÍTICA NO PERÍODO REGENCIAL;
Chamamos de período regencial o período entre a ab-
dicação de D. Pedro I e a posse de D. Pedro II no trono do 
Brasil, compreendendo os anos de 1831 a 1840.
Com a abdicação de D Pedro I, por lei, quem assumiria 
o trono seria seu filho D. Pedro II. No entanto, a idade de 
D. Pedro II, ainda criança à época não obedecia as deter-
minações de maioridade da Constituição. Nesse sentido, 
se tornou clara a necessidade da Regência, um governo 
de transição que administraria o país enquanto o impe-
rador ainda não tivesse idade suficiente para governas. A 
regência seria trina, a princípio, formada por membros da 
Assembléia Geral (Senado e Câmara dos deputados). Nesse 
sentido e diante da situação do país, a adoção da regência 
provisória era questão de urgência.
O período regencial foi dividido em duas partes: Re-
gência Trina (1831 a 1834) e Regência Una (1834 a 1840). 
Naquele momento, a Assembléia possuía três grupos: Mo-
derados (maioria, representavam a elite e era defensores 
da centralização), Restauradores (defendiam a restauração 
do Imperador D. Pedro I) e Exaltados (defendiam a descen-
tralização do poder).
A Regência Trina provisória governa de abril a julho, 
sendo composta pelos senadores José Joaquim Carneiro 
Campos, representante da ala dos restauradores, Nicolau 
de Campos Vergueiro, representando os liberais modera-
dos e o brigadeiro Francisco de Lima e Silva que represen-
tava os setores mais conservadores dos militares, sobretu-
do no Exército.
Logo, o jogo político exigiu a formação de uma Re-
gência Trina Permanente. Esta foi eleita em julho de 1831 
pela Assembléia Geral. Era composta pelo já integrante da 
Regência Provisória, Francisco de Lima e Silva, o deputado 
moderado José da Costa Carvalho e João Bráulio Muniz. 
Com isso, finda a provisoriedade da regência. Nesse go-
verno, como ministro da Justiça é nomeado o padre Diogo 
Antônio Feijó.
No entanto, mesmo com as mudanças, o país ainda en-
frentasérios problemas de governabilidade. A oposição entre 
restauradores e exaltados de um lado e os regentes do outro 
torna o cenário político bastante delicado. Por segurança con-
tra os excessos, Diogo Feijó cria a Guarda Nacional, em 1831, 
arregimentando filhos de aristocratas em sua formação.
A partir de 1833, a situação se agrava e conflitos in-
ternos, muitos separatistas, eclodem pelo país. A Cabana-
gem, no Pará dá início à onda. Seguem-se a Guerra dos 
Farrapos no Rio Grande do Sul, a Sabinada e a Revolta dos 
Malês, na Bahia, e a Balaiada no Maranhão.
No ano de 1834, a morte de D. Pedro I altera o cená-
rio político. A assembléia passa a abrigar a disputa entre 
progressistas defensores do diálogo com os revoltosos e 
regressistas, adeptos da repressão às mesmas revoltas.
Um novo documento é assinado em 12 de agosto de 
1834. Por esse documento, denominado Ato Adicional, 
conquista-se um avanço liberal, substituindo a Regência 
Trina pela Regência Una.
Os candidatos favoritos para essa eleição eram Antô-
nio Francisco de Paula e Holanda Cavalcanti (conservador) 
e padre Diogo Antônio Feijó (liberal). Este último venceu 
a disputa por apertada margem de votos. Feijó sobe ao 
poder em 1835, mas tem governo breve, deixando o poder 
em 1837, ainda que eleito para o período de 4 anos, moti-
vado pelos problemas com separatistas, falta de recursos e 
isolamento político.
A Segunda Regência Una foi conservadora. Chefiada 
por Pedro de Araújo Lima que aproveita a derrocada dos li-
berais e se elege Regente Uno em 19 de setembro de 1837 
fortalecimento da centralização política. A disputa com os 
liberais gera, entre outras medidas, a Lei Interpretativa do 
Ato Adicional de 1834, que é respondida com o chamado 
golpe da maioridade.
A contenda entre liberais e conservadores traz descon-
fiança para a elite, que prefere centralizar o poder, apoian-
do a posse de D. Pedro II. Os Liberais criam o Clube da 
Maioridade e fazem propaganda pela maioridade anteci-
pada de D Pedro II.
A opinião pública, influenciada pelos liberais, contraria 
a Constituição e aprova a Declaração de Maioridade em 
1840, quando D. Pedro II tem apenas 14 anos de idade.
Após a decisão, o jogo político tem como objetivo, 
para conservadores e liberais, controlar D. Pedro II em pro-
veito próprio garantindo assim seus privilégios
As reformas institucionais, 
A Constituição de 1988 determinou a realização de 
um plebiscito em 1993 sobre o sistema de governo. Os 
brasileiros dirão se desejam manter o presidencialismo 
6
HISTÓRIA DO BRASIL
ou substituí-lo pelo parlamentarismo. Após o plebiscito, 
o Congresso Nacional assumirá poderes constitucionais, 
sendo-lhe facultado modificar a Carta por maioria absoluta 
dos seus membros em sessão unicameral. A prefixação do 
plebiscito e a reabertura do processo constituinte foram 
atos de prudência política por parte dos legisladores de 
1988; dando-se conta das inadequações da estrutura po-
lítica do país, eles reconheceram, ao mesmo tempo, que a 
base consensual presidencialista obtida naquele momento 
os impedia de vincular constitucionalmente, nessa matéria, 
as gerações futuras. O Collorgate deu razão a eles, confir-
mando de modo inequívoco a necessidade de reforma. A 
probabilidade de que ela realmente ocorra é hoje muito 
alta; as pesquisas de opinião revelam uma fone preferên-
cia pelo parlamentarismo entre os parlamentares e uma 
maioria parlamentarista entre os eleitores1. As lideranças 
políticas também se apercebem de que a reforma deve ser 
sistemática: a mudança do sistema de governo associa-se 
a alterações da legislação relativa aos partidos, ao sistema 
eleitoral, à representação estadual no Congresso, à admi-
nistração pública e a outros assuntos.
Não nos deve escapar a excepcionalidade do processo 
que se anuncia. A experiência histórica nos mostra que al-
terações globais do sistema institucional produzem-se nor-
malmente por colapso (violento ou não) das bases políticas 
e sociais do regime anterior rediscutindo-se, ou impondo-
-se, uma nova ordem constitucional em seu conjunto ou 
como resultado de uma série de reformas parciais que se 
acumulam, passo a passo, em prazos seculares. O que se 
propõe no Brasil é um macro-empreendimento de enge-
nharia institucional no âmbito de uma ordem sócio-política 
estabelecida, nos termos da Constituição em vigor e das 
regras democráticas. A expressão ordem política estabele-
cida refere-se a um amplo consenso nacional sobre a base 
capitalista do desenvolvimento e sobre a intocabilidade dos 
princípios democráticos (submetendo-se todos, portanto, 
aos procedimentos de decisão negociada e à incerteza dos 
resultados). Admite-se também que a reforma institucional 
pode ser realizada sem pôr em risco esses dois elementos 
do consenso nacional sem que isso implique, é claro, con-
senso sobre os conteúdos específicos das reformas.
É notável também a emergência de disposições refor-
mistas generalizadas num contexto político tradicional-
mente conservador nessa matéria. A constituição profunda 
do Estado varguista tem resistido por décadas a toda sorte 
de vicissitudes políticas inclusive vinte anos de ditadura mi-
litar e a intensas transformações sócio-econômicas. Isso se 
explica politicamente pela adoção, por parte das principais 
forças políticas, de estratégias de cooperação conservado-
ra em matéria institucional: o presidencialismo brasileiro 
instituiu um jogo em que as oligarquias tradicionais do-
minariam os estados, os partidos e o Congresso; as forças 
nacionaldesenvolvimentistas fariam do poder presidencial 
seu principal instrumento de poder.
Estimo que o presente ânimo reformista reflete a falên-
cia do presidencialismo no país. Estruturalmente, a falência 
explica-se por dois processos de longo prazo: o esgota-
mento do nacional-desenvolvimentismo como estratégia 
econômica viável e o fortalecimento das organizações 
autônomas da sociedade. Os pré-requisitos históricos do 
presidencialismo no Brasil altas taxas de crescimento do 
PIB e baixo grau de autonomia social já não se verificam. 
De um outro ângulo, contudo, a falência do presidencialis-
mo apresenta-se como causa da crise estrutural: o sistema 
político atual padece de um duplo déficit de capacidade de 
governo e de representação. Esse é o ângulo que me inte-
ressa aqui. A reiteração do jogo presidencialista no plano 
político parece ter convencido um número crescente de 
atores dos seus efeitos ruinosos em outros planos da vida 
social. Em particular, ele bloqueia a ação desenvolvimentis-
ta do Estado e não permite uma administração adequada 
do contencioso nacional. Daí uma provável inversão de es-
tratégia por parte dos principais atores. Eles substituirão, 
ao que tudo indica, uma estratégia de colaboração con-
servadora em matéria institucional por uma colaboração 
reformista.
A reforma deverá ocorrer, portanto, num contexto de 
pronunciado envelhecimento das instituições políticas e 
de recessão prolongada. Seu impacto sobre os elementos 
desse contexto não é direto, mas os legisladores deverão 
tomá-los como parâmetros na definição do conteúdo e da 
profundidade das suas decisões.
Esboçamos, assim, um cenário de decisão política de 
amplo alcance em que as lideranças do país deverão as-
sumir as responsabilidades e os riscos a ela corresponden-
tes. O alcance é revolucionário. Não se trata, porém, nesse 
processo de reconstituição política do país, de reordenar, 
como na conhecida análise arendtiana, uma desordem re-
volucionária anterior. Daí decorre o caráter das responsa-
bilidades e dos riscos inerentes a ela. Uma revolução vio-
lenta inverte os princípios constitutivos da ordem anterior, 
fixando, nessa inversão, os seus próprios objetivos. As li-
deranças brasileiras não se beneficiarão dessa certeza, ou 
dessa clareza programática. Há vários desenlaces possíveis. 
Sua tarefa consiste, precisamente, em gerar, por meio de 
negociação um consenso sobre os objetivos: em inventar 
politicamente o futuro. A refundação constitucionaldo Es-
tado brasileiro, nesse contexto, não formaliza uma ruptura 
anterior ela própria surge como ruptura com a velha or-
dem, sob a forma de uma ruptura pactada.
A amplitude da reforma recomenda uma ampla dis-
cussão dos seus fundamentos político-constitucionais. No 
que segue, limito-me a apontar algumas dimensões dessa 
discussão e alguns possíveis dilemas com que a reforma 
pode defrontar-se.
Parece-me útil distinguir, de início, entre democracia 
como pacto constitucional e democracia como exercício 
do poder de governo. Essa distinção procede da oposição 
entre Estado de Direito e democracia, mas não se confunde 
com ela.
Democracia como pacto constitucional
Não utilizo a expressão no sentido de pacto originário. 
Refiro-me à adesão efetiva e durável das principais forças 
políticas a certas normas básicas da vida em comum no 
mundo moderno. O primeiro elemento do pacto é o es-
tado de direito, objeto tradicional do constitucionalismo 
7
HISTÓRIA DO BRASIL
liberal. Aludo às normas de controle do poder público ou, 
mais precisamente, às estruturas jurídico-institucionais 
do poder negativo que tem a sociedade de limitar o poder 
de governo. São as normas que, por um lado, reconhecem 
e garantem os direitos fundamentais dos indivíduos (direi-
tos humanos, sociais e políticos) e, por outro, consagram a 
divisão e a autonomia dos poderes. A igualdade de todos 
perante a lei e o governo segundo leis são as duas faces do 
estado de direito..
O segundo elemento do pacto constitucional são as re-
gras mínimas de operação do sistema democrático. Esse ele-
mento não se inclui, tradicionalmente, entre as normas que 
instituem o poder negativo de limitar o governo. É possível 
sustentar, contudo, que essas regras mínimas do jogo de-
mocrático têm uma função mais negativa que positiva: seu 
principal efeito é o de limitar e controlar o poder e não 
o de dispor sobre o exercício positivo desse poder. Refi-
ro-me, aqui, às regras que dispõem sobre a constituição 
eleitoral da autoridade pública, sobre o pluralismo políti-
co e sobre a periodicidade dos mandatos. Não há duvida 
de que, num contexto como o brasileiro, elas funcionam 
muito mais como meios de proteção contra a ditadura que 
como normas que garantem o bom funcionamento do go-
verno democrático.
Democracia como exercício do poder de governo
Esse conceito refere-se ao poder positivo de agir que 
se confere ao governo em sintonia com a vontade da maio-
ria. Na primeira fase do seu desenvolvimento, a democracia 
como exercício do poder positivo manifestou-se no fortale-
cimento da representação nacional no Parlamento, ou seja, 
no poder de legislar e, no limite, de modificar a Constitui-
ção. Nesse quadro, o legislativo e o executivo, bem como 
as formas de expressão de suas decisões (leis e decretos, 
respectivamente) permaneciam bem separados. Moderna-
mente, o poder democrático manifesta-se no fortalecimen-
to do poder executivo sustentado pela opinião pública e 
pela maioria parlamentar. O Parlamento envolve-se direta-
mente no governo, garantindo-lhe condições de exercício 
e controlando-o através da sua bancada oposicionista. A 
articulação entre os poderes, assim, é hoje muito mais pro-
nunciada, e a vontade executiva traduz-se com freqüência 
em ação legislativa: em boa parte, governa-se por meio de 
leis, e não apenas nos termos da lei.
É conveniente analisar a democracia como exercício 
governamental de dois ângulos. O primeiro é o ângulo 
da governabilidade, O problema, aqui, é o de dotar o sis-
tema político dos recursos institucionais que garantam o 
bom andamento do processo decisório e a implementa-
ção eficaz das decisões. Dizendo de outra forma, trata-se 
de fortalecer a autoridade democrática em grau suficiente 
para que ela possa atender eficientemente às demandas 
provenientes da sociedade e do próprio sistema político. 
Esse problema ganha relevância em face do rápido cres-
cimento dessas demandas nas democracias contemporâ-
neas, tanto quantitativamente como em sua diversidade.
O segundo ângulo diz respeito à maximização da de-
mocracia, ou seja, à qualidade das decisões, (e não me-
ramente à capacidade governamental de decidir). O bom 
governo é o governo não-arbitrário. O poder democrático 
é, pois, axiomaticamente, o poder de produzir boas políti-
cas. Estabelecemos, assim, uma correlação positiva entre a 
taxa de democracia e a qualidade das decisões, e supera-
mos, no mesmo passo, a questão de saber se a democra-
cia é o instrumento para a consecução de certos objetivos 
(o desenvolvimento econômico, a estabilidade política, a 
justiça social etc.) ou se é um fim em si mesma. A ordem 
democrática passa a ser, ela própria, um valor a maximizar, 
quaisquer que sejam as metas substantivas politicamente 
definidas. Ora, a ordem democrática só pode evoluir a par-
tir de si própria; é um sistema que se democratiza exerci-
tando seus próprios poderes. Tratamos aqui, portanto, de 
uma modalidade de ordenação política cuja lei de desen-
volvimento é a auto-reinvenção permanente por referência 
à idéia reguladora da soberania popular. Visto pelo avesso, 
trata-se de um processo auto-referido de redução da opo-
sição entre sociedade e Estado, do qual o aperfeiçoamento 
da representação é um aspecto central.
A relevância prática dessa discussão é muito clara. Em 
todos os países democráticos a democratização da demo-
cracia é um ponto permanente da agenda política, sempre 
reposto por setores sociais descontentes com seu lugar no 
ordenamento vigente. Sabemos quais são, nos países mo-
dernos, as principais linhas de maximizaçao democrática: a 
universalização do eleitorado, a participação eleitoral cres-
cente, a ampliação das possibilidades de escolha (incluin-
do-se aqui a apresentação de propostas alternativas, a boa 
fundamentação das propostas, acesso igual dos candida-
tos ao eleitorado, acesso igual de todos os eleitores às pro-
postas), a ampliação da participação entre as eleições (in-
cluindo-se todas as modalidades de influência no processo 
decisório), a utilização complementar de instrumentos de 
democracia direta, a ampliação do controle sobre os atos 
do governo, a ampliação da accountability, a ampliação da 
capacidade de negociação no processo decisório, a des-
centralização do poder de governo, o aumento da adesão 
dos cidadãos aos valores democráticos e outras. Natural-
mente, o ritmo e o grau de democratização submetem-se, 
historicamente, às restrições políticas, econômicas, cultu-
rais etc. atuantes nos vários países e épocas.
 
OS DILEMAS CONSTITUCIONAIS CLÁSSICOS
A literatura e a experiência histórica permite-nos iden-
tificar três dilemas com que, aparentemente, deve defron-
tar-se a reforma institucional. O primeiro pode ser deno-
minado (a) o dilema liberale se refere à opção entre as 
grandes dimensões da democracia: o pacto constitucional 
e o exercício de governo; (b) o dilema madisoniano, em 
seguida, diz respeito aos elementos da primeira dimensão; 
(c) o dilema de Weimar, enfim, diz respeito aos elementos 
da segunda.
O dilema liberal consiste, classicamente, na impossibi-
lidade de maximizar ao mesmo tempo as duas dimensões 
fundamentais da democracia moderna: o pacto constitu-
cional que, nos termos do liberalismo, limita o poder de 
governo pela garantia legal dos direitos individuais (ou 
seja, de modo mais geral, pelo estabelecimento de poderes 
8
HISTÓRIA DO BRASIL
externos ao poder de governo), e a democracia como exer-
cício da autoridade pública, que amplia o poder de governo 
em termos de eficiência e qualidade das decisões. O dilema 
tem origem na atitude básica do liberalismo com respeito 
ao poder: todo poder é suspeito e tem de ser restringido. 
Historicamente, a questão se colocou como opção entre o 
valor básico do rule of law e as pressões democráticas no 
sentido de aumentar a capacidade de governo.
A superação do dilema no âmbito da teoria política 
passa pela modificação dos seus termos e da articulação 
entre eles. O controle do poder não mais se limita