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Licenciamento e Legislação Ambiental Transporte: BRT SALVADOR Discentes: Andrey Santos, Ayana Marçal, Camila Ribeiro e Catharina Rodrigues Docente: Augusto Copque Licenciamento e Legislação Ambiental 2019.1 Introdução ✓Crescimento acelerado das cidades brasileiras; ✓O que é o BRT? (Bus Rapid Transit); ✓Histórico do BRT. Disponível: <http://twixar.me/k1Nn>. BRT´S NO BRASIL Disponível: <http://twixar.me/GTNn>. Introdução • Rede Integrada de Transporte de Salvador (RIT); • Em 13 de novembro de 2013, o Prefeito Municipal de Salvador divulgou o projeto BRT; • Princípios e Considerações: ✓ Priorização do transporte público com faixas exclusivas e implantação de vias de fluxo contínuo para veículos; ✓ Manutenção e/ou implantação de vias marginais para acessos laterais aos corredores; ✓ Implantação de retornos e interseções utilizando estruturas em níveis diferentes; ✓ Infraestrutura adequada para implantação de um sistema de ônibus de alta capacidade; ✓ Manutenção de áreas verdes nos parques lineares das avenidas de vale; ✓ Segurança, conforto e acessibilidade para os pedestres. Caracterização Geográfica • Prefeitura Municipal de Salvador Secretaria de Urbanismo e Transporte; • 8,6km de Extensão; • Estação da Lapa, Av. Vasco da Gama, Rua Lucaia, Av. Juracy Magalhães Júnior e na Av. Antônio Carlos Magalhães. Caracterização Geográfica Legislação “Art. 225 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...)” “IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;” Fonte: Constituição Federal de 1988. Legislação A Constituição Federal de 1988 acresce em seu art. 30 que compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual, no que couber; VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; Processo Histórico da Gestão Ambiental na Bahia CONSELHO ESTADUAL DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (CEPRAM) DÉCADA DE 1970; POLO PETROQUÍMICO DÉCADA DE 1974; I CONFERÊNCIA MUNDIAL DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE EM 1972; Processo Histórico da Gestão Ambiental na Bahia A Constituição Baiana acolheu o já existente CEPRAM passando a denominá-lo de Conselho Estadual de Meio Ambiente; Em 1993, o CEPRAM atendendo a Constituição Estadual passou a ser composto de 15 (quinze) membros Conselheiros; Disciplinado por meio da Lei nº 6.529/93 como um órgão colegiado, normativo, deliberativo e recursal. Responsabilidades Institucionais Órgãos Federais Ministério do Meio Ambiente (MMA); Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA); Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); Agência Nacional de Águas (ANA)... Órgãos Estaduais Sistema Estadual de Meio Ambiente (SISEMA); Conselho Estadual de Meio Ambiente (CEPRAM); Secretaria do Meio Ambiente (SEMA); Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA); Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CONERH); Comitês de Bacias Hidrográficas; Conselho Gestor das Unidades de Conservação. • Aprovado pelo decreto estadual n°14.024 de 06 de junho de 2012, disciplinou que o licenciamento de empreendimentos ou atividades de impacto ambiental local serão licenciados pelo órgão ambiental municipal, conforme artigo 145, a seguir transcrito: “Art. 145 - compete aos órgãos municipais de meio ambiente promover o licenciamento e a fiscalização ambiental das atividades ou empreendimentos: I- que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelo CEPRAM, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou II- localizados em unidades de conservação instituídas pelo município, exceto em áreas de proteção ambiental - APAS.” Responsabilidades Institucionais Órgãos Estaduais Responsabilidades Institucionais Órgão Municipal de Salvador Lei Municipal n° 8.376, publicada no Diário Oficial do Município (DOM) nos dias 25 e 26 de dezembro de 2012 - Modificou a estrutura organizacional da Prefeitura Municipal do Salvador, transferindo o licenciamento e fiscalização ambiental para a Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte (SEMUT), por meio da Diretoria Geral de Licenciamento e Fiscalização Ambiental (DGA), e extinguiu a Superintendência de Meio Ambiente (SMA). Porte do Empreendimento • Anexo IV do Regulamento da Lei Ambiental do Estado da Bahia - Lei n.º 10.431/06, aprovado pelo Decreto nº 14.024 de 06 de junho de 2012, atualizado pelo Decreto nº 14.032 de 15 de junho de 2012. Aspectos normativos do Estudo de Impacto Ambiental e Respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) O licenciamento ambiental está conceituado no artigo 1º, inciso I, da Resolução CONAMA n° 237/1997; Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições: I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.” O artigo 1º, inciso III, da Resolução CONAMA n° 237/1997, que conceitua os estudos ambientais, dispondo também sobre os formatos que os mesmos poderão assumir. Art. 1º III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco. Aspectos normativos do Estudo de Impacto Ambiental e Respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) Tipos de Licença Ambiental Licença Prévia (LP): Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação. Licença de Instalação (LI): Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante. Licença de Operação (LO): Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. Curiosidades Art. 2º - O Regulamento, aprovado pelo Decreto nº 14.024 , de 06 de junho de 2012, passa a vigorar acrescido dos seguintes dispositivos: Art. 150-A - Os projetos de implantação de rodovias, assentamento de reforma agrária, linhas de transmissão ou de distribuição de energia elétrica, todos os empreendimentos urbanísticos, turísticos e de lazer relacionados na Divisão G do Anexo IV deste Regulamento e outras atividades que venham a ser definidas pelo CEPRAM não estão sujeitos à Licença de Operação - LO, devendo ser informado ao órgãoambiental o início de suas operações. Tipos de Licença Ambiental O artigo 2º da Resolução CONAMA 001/86 elenca atividades que dependem da elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). O empreendimento BRT Lapa – Iguatemi é passível de Licença Prévia (LP) na fase de planejamento da atividade, seguida de Licença de Instalação (LI), quando da elaboração do Projeto Básico contendo o detalhamento das obras. A LI autoriza o início da implantação do empreendimento devendo ser atendidos os condicionantes estabelecidos na Licença Ambiental, com ênfase para os Planos e Programas de Monitoramento identificados no EIA. ABORDAGEM SOBRE LIC. E LEG. DO BRT (FÍSICO/BIÓTICO, SOCIAL E ECONÔMICO) A Constituição Federal de 1988 estabeleceu como um dos deveres do Estado, através dos seus poderes constituídos, o de estabelecer espaços territorialmente protegidos para garantir a sobrevivência das espécies e o equilíbrio ambiental, resguardando os interesses não só das presentes gerações, como também das futuras. Na definição do novo Código Florestal, Lei nº 12.651/2012, as Áreas de Preservação Permanente (APPs) são espaços especialmente protegidos com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Assim, com base nas diretrizes do Código Florestal, e para melhor análise jurídico ambiental do Corredor BRT Lapa/Iguatemi, é preciso estabelecer duas premissas fundamentais, a saber: De acordo com o art. 3º, VIII, da lei nº 12.651/2012 – código florestal, as obras de infraestrutura, inclusive as relativas ao sistema viário são consideradas de utilidade pública; O projeto BRT será instalado em área urbana consolidada, que de acordo ao art. 47, II, da Lei nº 11.977/2009, são aquelas com malha viária implantada, o que importa reconhecer a irreversibilidade das estruturas existentes. Ou seja, não é razoável exigir o cumprimento das restrições impostas no Código Florestal quando existem construções que revertem funcionalidade ao ambiente urbano. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) MANEJO DE FAUNA E FLORA A Constituição Federal de 1988, prevê em seu artigo 225, inciso VII, que incumbe ao Poder Público proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade. De acordo com a Lei Complementar nº 140/2011, cabe ainda ao Município aprovar a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, por este ente federativo. No Art. 3º da Normativa Ibama nº 146/2007 são concedidas autorizações de captura, coleta e transporte de fauna silvestre específicas para cada uma das seguintes Etapas de Manejo: I - Levantamento de Fauna; II - Monitoramento de Fauna; III - Salvamento, Resgate e Destinação de Fauna. RECURSOS HÍDRICOS A Constituição Federal de 1988 estabelece que legislar sobre águas trata-se de competência privativa da União. Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...) IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; (...) Considerando-se que as águas envolvidas no Projeto BRT, eixo viário Lapa/Iguatemi, (Rio Lucaia e Rio Camarajipe) se constituem em águas de dominialidade do Estado da Bahia, será examinada a outorga do ponto de vista da legislação estadual, de que trata a Lei nº 11.612/2009, especialmente nos Arts. 17 a 21, onde se estabelece que a outorga de direito de uso tem por objetivo efetuar o controle quantitativo e qualitativo do uso das águas e assegurar o direito de acesso a esse bem, condicionada às prioridades de uso estabelecidas no Plano Estadual de Recursos Hídricos e nos Planos de Bacias Hidrográficas. EMISSÕES ATMOSFÉRICAS O projeto Corredores de Transporte Público Integrado - BRT será implantado com apoio de máquinas, veículos e equipamentos. O funcionamento destes requer fontes de energia, tais como: óleo diesel, gasolina, alcool, gás liquefeito de petróleo (GLP) e energia elétrica. RUÍDOS E VIBRAÇÕES Existe um arcabouço vasto de Leis, Decretos e Normas Regulamentadoras que disciplinam a respeito dos limites de tolerância, de emissões de ruídos, bem como metodologias de avaliação dos riscos inerentes a exposição dos seres humanos. O município de Salvador dispõe de leis que regulam e controlam as emissões sonoras: (Lei nº 5.354/1998; Lei nº 5.909/2001 e Lei nº 7.899/2010). A NBR 10151 da ABNT também disciplina a matéria. Trecho da Avenida Vasco da Gama, Avenida Mário Leal Ferreira (Bonocô) e Av. Antônio Carlos Magalhães (ACM). Pequeno trecho da Avenida Vasco da Gama até as proximidades da Ladeira da Naná, onde se pensou construir um túnel até a Avenida General Graça Lessa (Ogunjá), a partir desse ponto o traçado do projeto se conectaria com a Avenida Dom João VI. Foi concebido aproveitando o complexo viário que compõe a ligação da Estação da Lapa com a Estação de Transbordo do Iguatemi. Integram essa alternativa as seguintes Vias: Avenida Vasco da Gama; Rua Lucaia; Avenida Juracy Magalhães e Avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM). ANALISE SOCIOAMBIENTAL DAS ALTERNATIVAS LOCACIONAIS Dentre as três alternativas locacionais analisadas, a equipe multidisciplinar considerou a Alternativa Locacional 03 como sendo a mais viável para implantação do Projeto Corredores de Transporte Público Integrado (BRT). Destacam-se alguns dos aspectos principais que inviabilizaram a escolha das alternativas 01 e 02, a seguir: -Maior nível de interferências nas vias; -Elevado número de desapropriações; -Competição com o modal de transporte, sobrepondo com a Linha 01 do Metrô; -Elevação considerável no custo da obra, por conta da complexidade para execução de túnel; -Supressão de vegetação para abrir novas vias. CONSIDERAÇÕES FINAIS • Investimento Aproximado de R$820 milhoes ; • Somente a construção dos elevados representa R$179.350.079,85; • R$ 68,3 milhões e R$ 117 milhões por km; • Cada Km implantado chega a custar o triplo; • O trecho 1 do BRT possui 2,9 km, no qual serão construídos cinco viadutos; • Segundo especialistas em mobilidade urbana, o alto investimento do BRT é feito sem o planejamento adequado e, muito em breve, será uma solução ultrapassada para o transporte público; Disponível em: http://twixar.me/PKMn CONSIDERAÇÕES FINAIS Para o urbanista Carl Von Hauenschild, o BRT de Salvador, assim como o que aconteceu em cidades como Bogotá e Curitiba, vai se tornar uma solução ultrapassada em poucos anos, pois não beneficia, prioritariamente, o transporte em massa. “É imediatista e sem atender a demanda. Esses viadutos, no fundo, resolvem mais problema do tráfego privado, do carro, do que do BRT. Eles são, claramente, um apoio ao transporte individual que você quer reduzir com o investimento em transporte coletivo. Mas incentiva o transporte individual. É uma falta de lógica”, analisa. Disponível em: http://twixar.me/PKMn CONSIDERAÇÕES FINAIS Um abaixo-assinado criado pelo Movimento Salvador sobre Trilhos reúne 37 mil assinaturas e tenta frear o desmatamento que deve ser causado pelas obras. Enquanto a Prefeitura de Salvador afirma que 163 árvores serão removidas, dados do Movimento obtidas junto ao Ministério das Cidades apontam que 579 árvores — algumas centenárias — serão arrancadas. Coordenador do Movimento, Luis Brasileiro cita ainda o prejuízo que será causado pelo revestimento dos rios Lucaia e Camarajipe. Disponível em: http://twixar.me/PKMn Referências BAHIA. Constituição do Estado da Bahia. Salvador:Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, 1989. ______. Lei n° 10.431, de 20 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a Política Estadual de Meio Ambiente e de Biodiversidade e dá outras providências. Diário Oficial do Estado da Bahia, Salvador, BA ______. Decreto n° 14.024, de 06 de junho de 2012. Aprova o Regulamento da Lei nº 10.431, de 20 de dezembro de 2006. Diário Oficial do Estado da Bahia, Salvador, BA. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado 1988. ______. Ministério do Meio Ambiente. Resolução do CONAMA n° 237/97. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 22 dez. 1997. SALVADOR. Estudo de Impacto Ambiental – EIA. Projeto Corredores de Transporte Público Integrado (BRT), Lapa – Iguatemi. 2014. Disponível em: <http://brt.salvador.ba.gov.br/wp-content/uploads/2018/05/VOL_I-EIA_RIMA_BRT.pdf>. Acesso em 09 de jun de 2019. SALVADOR. Lei nº 7.400/2008. Dispõe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município do Salvador – PDDU 2007 e dá outras providências. 2008. ____________. Lei Municipal n° 8.376. Modificou a estrutura organizacional da Prefeitura Municipal do Salvador, publicada no Diário Oficial do Município (DOM) nos dias 25 e 26 de dezembro de 2012. Obrigado!
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