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Insuficiência hepática Acadêmicos: Ana Cristina Souza Oliveira Gabriel Nery Professor: Donato Farias O FÍGADO O fígado é considerado a maior glândula do corpo humano; Funciona tanto como glândula exócrina, liberando secreções em uma superfície externa, quanto como glândula endócrina, já que também libera substâncias no sangue e nos vasos linfáticos; O fígado executa muitas funções fundamentais para o organismo, entre elas: secretar a bile, armazenar glicose, desintoxicar o organismo, sintetizar o colesterol, filtrar microrganismos, produzir proteínas nobres; INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA A insuficiência hepática é uma deterioração dessas funções, podendo ser decorrente de distúrbios hepáticos, como: cirrose, hepatite viral, alcoólica ou medicamentosa, pois o fígado deixa de metabolizar produtos tóxicos e produzir substancias que controlam a coagulação; Pode ser aguda ou crônica; OBJETIVO O objetivo deste estudo bibliográfico é conceituar a insuficiência hepática, a epidemiologia e suas principais causas, sua semiologia, diagnósticos, tratamento e assistência de enfermagem. MÉTODO Foram utilizados os descritores: insuficiência hepática, fígado e hepatopatia, para pesquisas de artigos relacionados com o tema, as bases de dados foram LILACS e SCIELO, encontrados 22 artigos, foram revisados e utilizado os que mais se adequavam ao tema, resultando em 4 artigos. Para mais informações foi pesquisado sobre o tema em sites que pudessem complementar as informações adquiridas em artigos. BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DAS PRINCIPAIS CAUSAS DE INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA De 1999 a 2018 foram notificados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) 632.814 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes 24,4% são referentes a hepatite A, 36,8% referentes a hepatite B, 36,1% referentes a hepatite C e 0,7% referentes a hepatite D. Os números de óbito por cirrose devido ao uso de álcool em 1990, foi de 10.707 e em 2015 esse número subiu para 18.923 casos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A apresentação clínica é variável e inespecífica, podendo haver: mialgia, náuseas, fadiga, mal-estar, desconforto no quadrante superior direito do abdome, cefaleia, diarreia, hepatomegalia, icterícia, colúria entre outros. A encefalopatia hepática é uma síndrome comum em pacientes com IH crônica, tem curso flutuante e de caráter progressivo se não identificada e tratada adequadamente, caracterizada por sinais e sintomas neurológicos. Tem graus variáveis de gravidade como mostra o quadro a seguir: Após a confirmação laboratorial do diagnóstico sindrômico, é mandatória a investigação etiológica para a instituição de tratamento especifico, bem como a avaliação da gravidade de dano hepatocelular. Grau 0 Nenhum sintoma clínico é identificado; Grau 1 Confusão leve, apatia, agitação, ansiedade, euforia, inquietação, alterações do sono, tremor fino, coordenação Asterix lento; Grau 2 Sonolência, letargia, desorientação, comportamento inadequado, asterix, disartria, reflexos primitivos e paratonia atáxica; Grau 3 Sonolência, confusão mental, comportamento inadequado, hiperreflexia, sinal de babinsk, incontinência, mioclonia, hiperventilação. Grau 4 Coma, rigidez de detritos, reflexo oculomotor rápido. No inicio, há uma resposta a estímulos dolorosos que podem progredir para flacidez e falta de respostas a estímulos. TRATAMENTO Pacientes com encefalopatia grau I ficam em observação na enfermaria, mantidos em ambiente tranquilo e submetidos a testes neurológicos periodicamente; quando ocorre a progressão para grau II, III ou IV o tratamento passa a ser na UTI devendo ser suspensos os estímulos estressores do SNC; Dosagens diárias de aminotransferase e bilirrubina, Coagulograma, hemograma, painel metabólico, gasometria arterial e hemoglicoteste são uteis para acompanhar a evolução do quadro clinico; Há recomendações de realização rotineira de exames de urina e escarro, hemocultura e radiografias do tórax, especialmente se houver deterioração do quadro clínico, como piora da encefalopatia ou da função renal; Pacientes com IH estão em risco elevado de sangramento, sendo o TGI o foco mais frequente, sendo indicado a prevenção de úlceras de estresse; sendo assim a reposição de fatores de coagulação é indicada se houver sangramento ativo espontâneo ou se o paciente for submetido a procedimento invasivo; Em pacientes com encefalopatia grau I ou II, é possível suprir a demanda metabólica pela dieta oral ou enteral, a dieta enteral deve ser garantida a pacientes com grau III ou IV; ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Avaliar e anotar características da pele; Avaliar estado mental; Manter leito a 45º; Administrar medicamentos prescritos; Realizar a passagem de SNG, medir e anotar características do volume drenado; Realizar passagem de SVD e monitorar fluxo urinário; Ficar atento a sinais de edema cerebral; Ficar atento a sinais de acidose metabólica; Medir circunferência abdominal pelo menos 1xdia; Avaliar Coagulograma diariamente; CONSIDERAÇÕES FINAIS É notável que os riscos de desenvolver IH vem crescendo, visto que suas causas são multifatoriais e levam a deterioração das funções hepáticas, frente a isto a enfermagem tem papel fundamental tanto no tratamento quanto na prevenção deste male, através da educação em saúde sobre saneamento básico e vacinas, prevenindo as hepatites virais e orientações quanto ao consumo excessivo de álcool, abordando os seus principais riscos; REFERÊNCIAS Insuficiência hepática. Cursos aprendiz, 2019. Disponível em: https://www.cursoaprendiz.cm.br/insuficiencia-hepática/ Acesso em: 02 de março de 2020 SCHINONI, IM. Fisiologia hepática. Gaz. Méd. Bahia, 2006; FRAZÃO, A. O que é insuficiência hepática. +Tua saúde, 2019. Disponível em: https://www.tuasaude.com/insuficiencia-hepatica/ Acesso em 02 de março de 2020; BRASIL, ministério da saúde. Secretária de Vigilância em Saúde. Boletim epidemiológico; hepatites virais 2019. Vol. 50. nº17. Brasilia, 2019; MELO, PSA. FRNÇA, EB. MALTA, DC. GARACIA, LP. MOONEY, M. NAGHAVI, M. Mortalidade por cirrose, câncer hepático e transtornos devidos ao uso de álcool: carga global de doenças no Brasil, 1990 e 2015. Rev. Brasil Epidemiol, 2017; PAULA, A. SCHIMIT, V. ESTEVES, VS. KUPSKI, C. Abordagem inicial à insuficiência hepática aguda; FERRAZ, LR. FRANCISCO, L. FIGUEIREDO, P. Diagnóstico de encefalopatia hepática. Rev. Associação de Medicina do Brasil, 2004. VELÁZQUEZ, MI. Insuficiência hepática aguda. Rev. Cubana Med Milit, 2001; SIRIDAKYS, M. Cuidados intensivos ao paciente com quadro de insuficiência hepática grave. Portal enfermagem intensiva News, 2011. Disponível em: https://enfermeiros-intensivistas.webnode.pt/products/cuidados-intensivos-de-enfermagem-ao-paciente-portador-de-icc/ Acesso em: 03 de março de 2020;