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CONNELL, Raewyn. PEARSE, Rebecca. Gênero - Uma perspectiva global. São Paulo, nVersos, 2015.

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Nome: Patricia Loch Ramalho Polo:Ivaiporã 
 
Autoestudo III - Atividade 1 
 
1- Escolha 4 textos entre todos os oferecidos pelo professor nas unidades 2 e 
3 e realize um fichamento de citação comentado. 
 
TEXTO 1 
CONNELL, Raewyn. PEARSE, Rebecca. Gênero - Uma perspectiva global. São 
Paulo, nVersos, 2015. 
 
“Enquanto os corpos das mulheres são elementos comuns das imagens que 
consumimos na internet, as mulheres tem bem menos chances de se serem 
produtoras de conteúdo na rede.” (p. 30) 
“Na política, as mulheres seguem sendo a minoria.” (p. 31) 
“Apenas sete dentre as duzentas empresas listadas no topo da bolsa de valores 
australiana em 2012 (incluindo aquelas responsáveis pelas revistas de ampla 
circulação) tinham mulheres como CEO.” (p. 32) 
“As mulheres são parte substancial da população economicamente ativa, sobretudo 
nos empregos menos valorizados. Elas se concentram em postos de serviços - 
envolvidas em funções ligadas ao trabalho confessional ou administrativo, ao 
atendimento ao consumidor (telemarketing), à limpeza, à merenda, ao setor 
alimentício terceirizados e a outros tipos de trabalho relacionados ao cuidado, como 
educação básica ou enfermagem.” (p. 32) 
“Em todas as sociedades contemporâneas sobre as quais temos estatísticas, as 
mulheres realizam a maioria das tarefas domésticas de limpeza, cozinha, costura, 
 
cuidado com crianças e praticamente todo trabalho de cuidado com bebês 
(...).” (p. 33) 
“(...) a "taxa de atividade econômica" das mulheres cresceu discretamente, mas 
ainda é dois terços menor do que a dos homens.” (p. 33) 
“(...) a grande maioria de nós combina características masculinas e femininas, em 
proporções variadas, em vez de concentrarmo-nos em um ou outro polo.” (p. 39) 
“(...) há misturas de gênero o suficiente para provocar uma oposição odiosa de 
movimentos que procuram restabelecer a "família tradicional", a "verdadeira 
feminilidade" ou a "verdadeira masculinidade”.” (p. 40) 
“A maioria das igrejas e mesquitas é gerida exclusivamente por homens (...). A 
maioria da riqueza corporativa também está nas mãos de homens, as maiores 
instituições são lideradas por homens e a ciência e a tecnologia são, em sua 
maioria, controladas por homens.” (p. 41) 
“Em muitos países, incluindo alguns com populações muito densas, as mulheres 
tem menos chances que os homens de aprenderem a ler e a escrever.” (p. 41) 
“O gênero é a estrutura de relações sociais que se centra sobre a arena reprodutiva 
e o conjunto de práticas que trazem as distinções reprodutivas sobre os corpos para 
o seio dos processos sociais.” (p. 48) 
“De maneira informal, gênero diz respeito ao jeito com que as sociedades humanas 
lidam com os corpos humanos e sua continuidade e com as consequências desse 
"lidar" para nossas vidas pessoais e nosso destino coletivo. “(p. 48) 
 
A obra Gênero - Uma perspectiva global, versa sobre as diferenças de 
gênero, masculino e feminino, no que tange a esfera do trabalho, nesse contexto, 
retrata-se a influência da questão do gênero na escolha profissional e no acesso 
ao mercado de trabalho, na qual prevalece à escolha por profissões e atividades 
que consideram habilidades e aptidões tidas como “próprias” a cada sexo, onde a 
escolha da profissão ou atividade a ser exercida é influenciada por aspectos 
 
considerados “naturais” e “inatos”: homens dão preferência a atividades 
relacionadas à áreas como transporte e entrega, segurança, engenharias e a 
carreira militar, enquanto que entre as mulheres é mais comum a opção por áreas 
referentes ao cuidado, saúde e educação. Manifestam-se, assim, os estereótipos 
enraizados, implicitamente e de forma direta, no ideário social. 
 O texto traz um retrato em relação à divisão de cargos e funções entre 
homens e mulheres, e, na maioria dos casos a diferença de salários. Observa-se 
que, a forma como as questões de gênero estão enraizadas na sociedade, afetam 
diretamente as escolhas tomadas durante o início da carreira profissional, visto que 
é um aspecto decisivo no mundo do trabalho, que influencia desde a escolha da 
atividade, até as divisões de cargos e os critérios de remuneração e promoção 
profissional. 
 As autoras apresentam ainda a conceituação de gênero, sendo que, o 
feminino e masculino são construídos nos contextos sociais, históricos e culturais 
e a heteronormalidade é o padrão estabelecido pela sociedade que valoriza e 
compreende a heterossexualidade como “a” forma correta de ser , menosprezando 
e desvalorizando toda e qualquer forma de manifestação ou expressão sexual que 
se desvie desse padrão. 
 
 
TEXTO 2 
CARNEIRO, Aparecida Suelaine. Mulheres e Educação: Gênero, Raça e 
Identidades. Dissertação de mestrado - Universidade Federal de São Carlos, 
Sorocaba, 2015. 
 
“O tema identidade aporta novas formas de interrogar a questão da diferença e da 
igualdade não só entre homens e mulheres, mas também entre mulheres a partir 
de suas identidades políticas específicas(...).” (p. 48) 
 
“As identidades são constituídas em processos de identificação e de 
reivindicação de direitos no âmbito político, na busca por respeito à diversidade de 
seus sujeitos, não sendo fixas ou permanentes.” (p. 48) 
“(...)a diferença não representa necessariamente um marcador de opressão, 
podendo expressar também uma forma de fortalecimento pessoal ou de grupo.” (p. 
49) 
“As diferenças – sexo, cor, sexualidade, regionalidade, condição física etc. – estão 
relacionadas com os sistemas de significados identitários nas quais elas ganham 
sentidos, sendo construções sociais, políticas e culturais.” (p. 49) 
“(...) a identidade é realizada através de processos, questionamentos e 
contestações realizados ao longo da vida, não sendo fixa ou permanente. As 
identidades não são unificadas, são cada vez mais fragmentadas e multiplamente 
construídas.” (p. 49) 
“(...)somente a negociação política é que permitirá alcançar os princípios da justiça 
e da igualdade(...).” (p. 50) 
“A questão racial e as especificidades das mulheres negras, como a identidade 
sexual e as especificidades das mulheres lésbicas, se acentuam no movimento 
feminista, como também as discussões sobre sexualidade, o direito ao exercício da 
sexualidade sem coerção, o determinismo biológico, os papéis sociais, o racismo e 
as discriminações, os direitos reprodutivos e os direitos sexuais, as identidades.” 
(p. 53) 
“(...)devemos pensar gênero a partir de uma complexa rede de características, com 
diferentes elementos dessa rede presentes em diferentes casos(...).” (p. 55) 
“(...) gênero deve ser compreendido e relacionado com outras diferenças e 
vulnerabilidades, interpretado a partir dos diferentes efeitos produzidos por diversas 
atividades.” (p. 56) 
 
 
Na dissertação intitulada Mulheres e Educação: Gênero, Raça e 
Identidades, Carneiro nos apresenta um panorama onde inicia conceituando 
identidade e diferença. A identidade é “aquilo que eu sou”: “eu sou brasileira”, “eu 
sou mulher” etc., usa a própria pessoa como seu referencial. A autora descreve a 
identidade como algo plausivelmente mutável ao longo da vida. Em contrapartida, 
a diferença remete ao que o outro é: “ele é estrangeiro”, “ele é homem” etc. Ambos 
os conceitos (identidade e diferença) remetem a disputa pelo poder: o poder de 
incluir ou excluir, a afirmação do pertencimento a determinados grupos, “estes 
pertencem, aqueles não"; demarcar fronteiras "nós" e "eles"; classificar "bons e 
maus”; e normalizar “nós somos normais; eles são anormais”. A diferenciação se 
estabelece entre os dois conceitos, pois ao afirmar “o que sou” estou também 
esclarecendo “o que não sou”, estabelecendo limites, separando, classificando, 
dividindo. 
 Ao dividir e classificar estamos, mesmo que de forma velada, hierarquizando, 
estabelecendo critérios de importância e valor, ou seja: estamos falando de poder.Dessa forma, ao determinarmos uma identidade como padrão, estamos agregando 
a ela uma valoração positiva, a partir da qual todas as outras formas de identidade 
só podem ser valoradas negativamente. A identidade convencionada como padrão 
é tida como normal, natural, enquanto qualquer outra identidade que a confronte 
será encarada como: anormal, errada ou indesejável. 
 A presença de normas ligadas a heteronormatividade nas relações 
cotidianas, a separação de atividades e espaços femininos e masculinos, 
estimulam o sexismo e a homofobia (no sentido de preservar a manifestação de 
uma sexualidade tida como normal). Para quem se desvia do padrão da 
heterossexualidade, resta a discriminação, seja de forma velada ou abertamente, 
podendo ser também através da violência verbal, psicológica e /ou física.
 Carneiro aponta ainda que, apenas através de políticas públicas que visem 
reconhecer e aceitar a diversidade de identidades de gênero, será possível chegar 
ao um patamar de igualdade. 
 
 
TEXTO 3 
JESUS, Jaqueline Gomes de. Orientações sobre a população transgênero: 
conceitos e termos. Brasília: 2012. 
 
“(...)dois aspectos cabem na dimensão transgênero, enquanto expressões 
diferentes da condição. A vivência do gênero como:(...)Identidade (o que 
caracteriza transexuais e travestis); ou (...) Funcionalidade (representado por 
crossdressers, drag queens, drag kings e transformistas).” (p.7) 
“Há ainda as pessoas que não se identificam com qualquer gênero. Aqui no Brasil 
ainda não há consenso quanto a como denominá-las. Alguns utilizam o termo 
queer, outros a antiga denominação andrógino ou, ainda, reutilizam a palavra 
transgênero.” (p.7) 
“Tem sido utilizado o termo “transfobia” para se referir a preconceitos e 
discriminações sofridos pelas pessoas transgênero, de forma geral.” (p.7) 
“Uma parte das pessoas transexuais reconhece essa condição desde pequenas, 
outras tardiamente, pelas mais diferentes razões, em especial as sociais, como a 
repressão.” (p.8) 
“Uma pessoa transexual pode ser bissexual, heterossexual ou homossexual, 
dependendo do gênero que adota e do gênero com relação ao qual se atrai afetivo-
sexualmente(...). “ (p.8) 
“(...) são travestis as pessoas que vivenciam papéis de gênero feminino, mas não 
se reconhecem como homens ou como mulheres, mas como membros de um 
terceiro gênero ou de um não-gênero.” (p.9) 
“um termo novo, variante de travesti, para se referir a homens heterossexuais, 
geralmente casados, que não buscam reconhecimento e tratamento de gênero (não 
são transexuais), mas, apesar de vivenciarem diferentes papéis de gênero, tendo 
prazer ao se vestirem como mulheres, sentem-se como pertencentes ao gênero 
 
que lhes foi atribuído ao nascimento, e não se consideram travestis: 
crossdressers.” (p.10) 
“Artistas que fazem uso de feminilidade estereotipada e exacerbada em suas 
apresentações são conhecidos como drag queens (sendo mulheres fantasiadas 
como homens, são drag kings).” (p.10) 
 
Na cartilha Orientações sobre a população transgênero: conceitos e termos, 
Jaqueline Gomes de Jesus faz uma explanação rápida e direta sobre os principais 
conceitos relacionados à população LGBT, a partir desse guia, espera-se 
esclarecer ou mesmo orientar sociedade sobre termos adequados a serem usados. 
Como educadores, é importante conhecermos e estudarmos a respeito do assunto, 
para a adequação às novas barreiras que surgem, na qual é importante uma 
reorganização com foco em novas estratégias, visto que isso auxiliará a entender 
a complexidade do tema e a lidar com mais segurança com situações que podem 
surgir no contexto escolar. Uma vez que a população transgênero faz parte da 
nossa sociedade e que devemos nos preocupar em evitar com que preconceitos se 
perpetuem. 
 Sem dúvidas, um dos principais objetivos da autora ao elaborar esse 
material, foi auxiliar, também, no combate à homofobia, atitude que incita e 
aumenta os casos de bullying em toda sociedade, mas principalmente no ambiente 
escolar, observa-se que, muitas vezes os indivíduos homofóbicos rejeitam e evitam 
a aproximação de pessoas LGBT, para que não sejam “confundidos” com 
homossexuais sejam masculinos ou femininos, além disso, muitas vezes também 
se ocasiona condutas de agressão e violência. A conduta homofóbica acaba 
atuando como uma forma de controle social, pois ao ridicularizar, excluir ou mesmo 
agredir fisicamente o outro que assume uma postura que foge ao padrão tradicional 
da heterossexualidade, reforça-se que o modelo pré-convencionado como o 
“correto” deve ser seguido. 
 
 
TEXTO 4 
JUNQUEIRA, Rogério Diniz. Pedagogia do armário: a normatividade em ação. 
Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 7, n. 13, p. 481-498, jul. /dez. 2013. 
 
“Pedagogia do armário é o conjunto de práticas, relações de poder, classificações, 
construções de saberes, sujeitos e diferenças que o currículo constrói sob a égide 
das normas de gênero e da matriz heterossexual.” (p. 481) 
“O cotidiano escolar revela, entre outras coisas, situações e procedimentos 
pedagógicos e curriculares vinculados a processos sociais relativos à produção de 
diferenças e distinções sociais, que interferem na formação e na produção social 
do desempenho escolar.” (p. 482) 
“A escola tornou-se um espaço onde o “currículo em ação” faz rotineiramente 
circular preconceitos que colocam em movimento discriminações e outras formas 
de gestão das fronteiras da normalidade.” (p. 482) 
“A escola é um espaço obstinado na produção, reprodução e atualização dos 
parâmetros da heteronormatividade (...).” (p. 483) 
“O termo homofobia tem sido comumente empregado em referência a um conjunto 
de emoções negativas (aversão, desprezo, ódio, desconfiança, desconforto ou 
medo) em relação a “homossexuais”.” (p. 483) 
“O aporte da escola, com suas rotinas, regras, práticas e valores, a esse processo 
de normalização e ajustamento heterorreguladores e de marginalização de sujeitos, 
saberes e práticas dissonantes em relação à matriz heterossexual é crucial.” (p. 
484) 
“A pedagogia do armário interpela a todos(as). Ora, o “armário”, esse processo de 
ocultação da posição de dissonância ou de dissidência em relação à matriz 
heterossexual, faz mais do que simplesmente regular a vida social de pessoas que 
se relacionam sexualmente com outras do mesmo gênero, submetendo-as ao 
segredo, ao silêncio e/ou expondo-as ao desprezo público.” (p. 486) 
 
 
“Em suma, a vigilância das normas de gênero cumpre papel central na pedagogia 
do armário, constituída de dispositivos e práticas curriculares de controle, 
silenciamento, invisibilização, ocultação e não nomeação, que agem como forças 
heterorreguladoras de dominação simbólica, deslegitimação de corpos, saberes, 
práticas e identidades, subalternização, marginalização e exclusão.” (p. 486) 
“É patente a insuficiência do discurso dos direitos humanos frente à fúria 
normalizante das pedagogias do insulto e do armário. A livre expressão de gênero 
e do desejo é um direito humano.” (p. 490) 
“(...)a maior parte dos relatos de docentes refere-se ao heterossexismo homofobia 
quase que apenas contra estudantes de sexo masculino.” (p. 491) 
“(...)seria um equívoco conceber o heterossexismo e a homofobia na escola como 
manifestações de casos fortuitos ou isolados(...) a heteronormatividade está na 
ordem do currículo e do cotidiano escolar.” (p. 493) 
“(...) não parece ser de pouca monta investir na desconstrução de processos 
sociais, políticos e epistemológicos, próprios da pedagogia do armário, por meio 
dos quais alguns indivíduos e grupos se tornam normalizados ao passo que outros 
são marginalizados.” (p. 494) 
“Sexismo, heterossexismo, racismo e outras formas de preconceito e discriminação 
representam um problema educacional e afetam a qualidade da educação de todas 
as pessoas.” (p. 494) 
 
No artigo Pedagogia do armário - A normatividade em ação,Rogerio Diniz 
Junqueira discute o papel da escola no processo de normatização sexual, com foco 
na homofobia e no currículo que acentua tais práticas. As ações cotidianas 
presentes no ambiente escolar, já arreigadas a sociedade, como a separação de 
atividades e espaços femininos e masculinos, que estimulam o sexismo e a 
homofobia, em busca da normalização, no sentido de preservar a manifestação de 
 
uma sexualidade tida como normal. Essa conduta normativa acaba 
atuando como uma forma de controle social, pois ao ridicularizar, excluir ou mesmo 
agredir fisicamente o outro que assume uma postura que foge ao padrão tradicional 
da heterossexualidade, reforça-se que o modelo pré-convencionado como o 
“correto” deve ser seguido, marginalizando quem foge dos padrões. 
 O autor discorre que é importante trabalhar a diversidade sexual no espaço 
escolar, porém, este trabalho deve estar desvinculado de preceitos individuais e 
seu alicerce deve ser sedimentado em princípios amplos de respeito à diversidade 
e de direitos humanos. Através de exemplos e relatos, o autor mostra como o 
bullying homofóbico pode ser destrutivo na vida de quem o sofre, visto que, para 
quem se desvia do padrão da heterossexualidade, resta a discriminação, que 
ocorre tanto de forma velada quanto pública e abertamente, podendo ser não 
apenas através da violência verbal e /ou psicológica, mas também através de 
violência física. Por isso, é importante que toda a equipe escolar busque estratégias 
para superar essas práticas no espaço escolar.

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