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Recristalização e Crescimento de grão • Recristalização: – Quando os metais são deformados plasticamente à temperatura ambiente, a densidade de discordâncias aumenta drasticamente (≈ 1015 m-2). Cada discordância tem energia de deformação de Gb2 / 2 por unidade de comprimento e o total de energia de deformação em um metro cúbico de metal deformado chega a cerca de 2 MJ, equivalente a 15 J mol-1. Quando metais trabalhados a frio são aquecidos a cerca de 0.6Tm, novos grãos livres de deformação nucleiam e crescem consumindo todo o metal encruado. Isso é chamado de recristalização. Os metais são muito mais macios quando recristalizadas (ou "recozidos"). Os metais, desde que sejam subseqüentemente recozido, podem ser deformado quase indefinidamente. • Crescimento de grão: – A energia do contorno de grão em um metal policristalino atua da mesma maneira para propiciar uma força motriz para o crescimento de grão. Valores típicos de γgb (0,5 m J- 2) e o tamanho dos grãos (100 mm) resultam Wf de cerca de 2 × 10-2 J mol-1. 13:09 1 Eq. de Avrami, na qual k e n são constantes independentes do tempo 13:09 2 • Convenciona-se a taxa de reação como o recíproco do tempo para 50% de reação: • A taxa r aumenta com T: • Onde A é uma constante independente de T, R é a constante dos gases e Q é a energia de ativação para uma dada reação. 13:09 3 13:09 4 Etapas da recristalização • Recuperação – Restauração das propriedades físicas do material trabalhado a frio sem que ocorra alguma mudança visível na microestrutura. A condutividade elétrica aumenta, a deformação da rede cristalina diminui (analisando em raios X), porém as propriedades de resistência, controladas pelas discordâncias, não são afetadas. • Recristalização – É a substituição da estrutura trabalhada a frio por um novo grupo de grãos livres de deformação. A energia armazenada no trabalho a frio é a forca motriz tanto para a recuperação como para a recristalização. • Crescimento de grão – Se os novos grãos forem aquecidos a temperaturas maiores que as de recristalização, ocorrerá crescimento gradativo de grão. A forca motriz pra este processo é a diminuição de energia livre resultante da diminuição de área de contornos de grão. 13:09 5 Recristalização • Pré-deformação: necessária quantidade mínima; • Temperatura: quanto menor grau de deformação, maior temperatura; • Tempo: maior tempo, menor temperatura. Mas o efeito de temperatura é preponderante. Para uma dada liga, dobrar o tempo equivale a aumentar aproximadamente 10 graus C; • Tamanho de grão final: depende do grau de deformação. Maior deformação, menor temperatura, menor TG; • Tamanho de grão inicial: Maior TG, maior trabalho a frio para produzir temperatura de recristalização equivalente. 13:09 6 Recristalização 13:09 7 13:09 8 Recristalização 13:09 9 Recristalização 13:09 10 Exercício • Uma barra cilíndrica de latão recozido tendo um diâmetro inicial de 6,4 mm (0,25 in) será trefilado a frio. É exigido que a barra após o trabalho a frio tenha tensão de escoamento de ao menos 345 MPa (50.000 psi) e uma ductilidade superior a 20 % EL. Além do mais, o diâmetro final deverá ser de 5,1 mm (0,20 in). Descreva a maneira em que este procedimento pode ser executado. • Resolução: Primeiro considera-se as conseqüências (em termos de tensão de escoamento e ductilidade) do trabalho a frio em que o diâmetro é reduzido de 6,4 mm (d0) a 5,1 mm (di). O % CW pode ser computado: 13:09 11 • Das Figuras, uma tensão de escoamento de 410 MPa (60.000 psi) e uma ductilidade de 8 % EL são atingidas a partir desta deformação de 36,5%. De acordo com os critérios estipulados, a tensão é satisfatória; no entanto, a ductilidade é demasiadamente baixa. • Outra alternativa de processamento é uma redução parcial de diâmetro, seguida por um tratamento de recristalização em que os efeitos do trabalho a frio são anulados. A tensão de escoamento necessária, ductilidade, e diâmetro são obtidos em um subseqüente passo de trefilação. • A figura indica que 20 % CW é exigido para obter-se tensão de escoamento de 345 MPa. Por outro lado, ductilidades maiores que 20 % são obtidas apenas para deformações de 23 % CW ou menos. • Assim durante a operação final, a deformação deve • estar entre 20 % CW e 23 % CW. • Vamos tomar a média destes extremos, 21.5%CW, e então calcular o diâmetro final para o primeiro passo, que torna-se o diâmetro inicial para o segundo. Outra vez, usando Equação 13:09 12 Temperatura • A temperatura depende de: • Temperatura inicial das ferramentas e do material • Calor gerado pela deformação plástica • Calor gerado por fricção • Transferências de calor • Para um processo de deformação sem fricção o aumento máximo de temperatura é: • Up é o trabalho de deformação plástica por unidade de volume; • ρ é a densidade; • c é o calor específico; • β é a fração de trabalho de deformação convertida em calor (tipicamente 0,95) 13:09 13 Temperatura • O aumento de temperatura devido a fricção é: • µ é o coeficiente de fricção; • p é a tensão normal na interface; • v é a velocidade na interface; • A é a área superficial na interface; • Δt é a variação no tempo • V é o volume sujeito ao acréscimo de temperatura. 13:09 14 Temperatura • Para evitar o tratamento do gradiente de temperatura ao longo da peça, consideramos uma fina placa de material com temperatura inicial To, tempertura das ferramentas T1. A temperatura instantânea média na interface: • h é o coeficiente de transferência de calor entre o material e as ferramentas e δ é a espessura de material considerado. • Essa equação descreve a variação na temperatura média do material durante o resfriamento, assumindo-se uma placa fina resfriada entre duas superfícies da ferramenta. A equação não inclui o aumento de temperatura devido a fricção e deformação. Então, a temperatura média final a um determinado tempo t é: 13:09 15 Trabalho a quente, a frio e a morno • Trabalho a quente 13:09 16 Trabalho a quente, a frio e a morno • Trabalho a quente • Sem elevada densidade de segundas fases, tais como cementita ou outros carbonetos, a austenita monofásica tem elevada ductilidade a quente e é facilmente trabalhada a quente para laminar ou forjar grandes lingotes a seções menores e formas complexas. • Aços aquecidos ao campo da austenita podem, de fato, conter outras fases, como inclusões, carbonetos (dependendo da liga e tempo disponível para solução), e precipitados de elementos microligantes. No entanto, a excelente ductilidade a quente da austenita é um dos principais contribuintes para a fabricação econômica de estruturas de aço. 13:09 17