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RELATO
PESSOAL E PRESENCIADO 
Gêneros narrativos (Relato)
“A narrativa está presente em todos os tempos, em todos os lugares, em todas as sociedades.”
(Roland Barthes)
“No combate entre um texto apaixonante e seu leitor, o romance ganha sempre por pontos, enquanto o conto deve ganhar por nocaute.”
(Julio Cortázar)
Elementos da narrativa 
 São o enredo, os personagens, o narrador, o espaço e o tempo. Eles são em alguma medida fundamentais para se tecer o sequenciamento de eventos, o desenvolvimento de ações e a participação dos personagens, que são imprescindíveis para se constituir um texto narrativo.
ELEMENTOS DA NARRATIVA - ENREDO
O enredo é o encadeamento de episódios que constrói a narrativa, ou mesmo a forma de fazê-lo, com o objetivo de possibilitar geralmente o desenvolvimento de um conflito que será a razão de existência de uma narrativa.
O conflito pode ocorrer entre pessoas, como no caso do romance “Poderoso Chefão”, de Mario Puzzo; entre os rigores da natureza e o homem, que é muito bem ilustrado em “Vidas secas” de Graciliano Ramos; entre o Estado e o cidadão, como no caso da obra “O processo” de Franz Kafka; entre a pessoa e seu íntimo, como em muitas narrativas de Clarice Lispector; etc.
O enredo pode ser linear quando se respeita a ideia de passagem mais cronológica ou mesmo física do tempo, como são os casos de grande parte dos filmes, em especial anteriores a década de 1970, e da Literatura anterior ao século XIX; ou pode ser não-linear como são os casos de narrativas de filmes como “Efeito borboleta”, “Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças”, “Pulp Fiction”, entre tantos outros exemplos em que digressões temporais, arranjos não cronológicos dos eventos da narrativa, inversão da estrutura narrativa, etc., são responsáveis por emprestar uma sensação não natural ou cronológica no tempo interior à narrativa.
ELEMENTOS DA NARRATIVA – O ESPAÇO 
O espaço ou ambiente é o local ou os locais onde se passa a narrativa, por isso pode ser descrito de forma detalhada ou displicente de acordo com as intenções do autor. 
Em algumas situações, pode ser mesmo um personagem em função da forma como interage e define comportamentos e escolhas dos outros personagens, como são os casos do planeta Duna, no romance homônimo de Frank Herbert; do cortiço, de Aluísio de Azevedo; do Ateneu, de Raul Pompéia; do sul dos Estados Unidos da série "True detective", etc. 
O espaço pode ser físico quando ele é real e concebível de acordo com a experiência humana partilhada desde que temos informações que permitam reconstruções fidedignas desses ambientes como local em que se passará uma narrativa, ou pode ser psicológico, quando é produto da criatividade parcial ou totalmente desconectada do que é entendido como realidade pela maioria das pessoas, é, portanto, um espaço de fantasia, de absoluta ficção e não reconhecível pela experiência sensorial das pessoas.
ELEMENTOS DA NARRATIVA – O TEMPO 
O tempo é outro elemento crucial em narrativas, até mesmo pelo tipo de temporalidade imprescindível para esse tipo de texto. Pode ser usado como forma de denunciar transformações no espaço da narrativa ou nos personagens, o que é perceptível nos filmes “Era uma vez na América” e “O curioso caso de Benjamim Button” respectivamente; como mecanismo de controle ou mesmo facilitador do entendimento a respeito da ordem em que os episódios ocorrem na narrativa, o que é muito perceptível na série “24h” ou no filme “Matrix”.
Pode ser grosseiramente, quanto a sua abordagem, dividido em dois tipos: tempo cronológico, que é aquele que pode ser medido, mensurado e percebido em acordo com a percepção média das pessoas a respeito de sua passagem; ou psicológico, quando admite-se a interferência de ponto de vista particular na construção ou mesmo na percepção da passagem do tempo, o que faz com que uma narrativa longa possa compreender um recorte temporal de um dia ou menos; ou ainda de não ser possível precisar ou quantificar o tempo passado ao longo da história.
Os personagens são os responsáveis pela existência do enredo pelo fato de ser nas relações entre eles que o conflito, o drama ou a trama é desenvolvido num espaço e num tempo em que se enredam histórias contadas por um narrador, que é o responsável por trazer à “vida” novamente aqueles personagens históricos já mortos, como é o caso de Sarah Bernhardt e Dom Pedro II no livro “O xangô de Baker Street”, ou mesmo dar “vida” a personagens produtos da ficção como o Bento de “Dom Casmurro”. Personagens podem ser descritos de forma detalhada e criteriosa já no início da narrativa ou podem ser descobertos ao longo do texto muito mais pelas suas ações e pela forma como são vistos por outros personagens do que por uma descrição objetivo do autor. 
ELEMENTOS DA NARRATIVA - PERSONAGENS
Ainda sobre esse elemento da narrativa, personagens podem, quanto à relevância e a função ocupada em uma história, ser protagonistas, antagonistas ou coadjuvantes. Essa classificação tradicionalmente constrói-se sob dois aspectos: o maniqueísmo e a importância. Assim o protagonista ou o herói seria a representação do bem na narrativa, e o mal seria representado pelo antagonista ou vilão, ambos tratados como os personagens mais importantes dela. Por meio disso, são definidos os coadjuvantes ou personagens secundários como aqueles de importância variada numa narrativa, mas de relevância sempre menor do que os que a protagonizam.
O foco narrativo pode ser compreendido de forma simples e didática como uma perspectiva assumida pelo narrador para apreciar, acompanhar, descrever, enfim, narrar. Uma história pode ser contada em primeira pessoa do discurso, o que confere ao narrador o papel também de personagem do relato que conta. Dessa forma, como protagonista ou coadjuvante da história na qual ele está envolvido, narra sob uma perspectiva algo privilegiada, que é a de contar uma história da qual fez parte. 
FOCO NARRATIVO 
Por outro lado, uma narração pode ser feita em terceira pessoa do discurso, quando o narrador assume uma perspectiva de quem não participa da história. O narrador em terceira pessoa pode ser observador ou onipresente, quando narra uma história de acordo com as limitações humanas, ou seja, sem aparentar conhecimento sobre o futuro ou mesmo sobre o passado dos personagens, sem narrar eventos simultaneamente e sem conhecimento sobre as sensações, sentimentos e pensamentos íntimos dos personagens.
 O relato é um gênero textual em que se conta um fato que ocorreu com o narrador ou com outra pessoa circunscrito a um intervalo específico e determinado de tempo. Também é comumente escrito com reflexões acerca das experiências vividas ou vivenciadas.
RELATO
Um relato tem como características principais:
Contextualização inicial do relato, identificando tema, espaço e período;
 Identificação do relator como sujeito das ações relatadas e experiências vivenciadas, ou seja, o narrador deve ser personagem, o que deve ser confirmado pela proposição geral da proposta de redação;
O discurso indireto é a única possibilidade de comunicação das falas dos personagens do relato. O discurso direto será penalizado.
4. É importante reforçar o uso de tempos verbais predominantemente no passado e com expressões temporais, como “Naquela manhã”, “Depois”, “Em seguida”, etc.;
5. Linguagem informal é mais comum, ainda que isso dependa das orientações da banca sobre como proceder na confecção do texto.
EXEMPLO
[...] Em Santos, onde morávamos, minha mãe me lia histórias, meu pai gostava de declamar poesias. Foi em um momento da escola - 6ª série hoje – que li do começo ao fim um romance: Inocência, de Taunay. Essa é minha mais remota lembrança de leitura de um romance brasileiro. Lia o livro aberto nos joelhos, afundada numa poltrona velha e gorda, num quartinho com máquina de costura, estante cheia de livros e quinquilharias e vez ou outra atrapalhada por uma gata branca chamada Minnie
Até então leitura era coisa doméstica.Tinha a ver apenas comigo mesma, com os livros que havia na estante de meu pai e com os volumes que avós, tias e madrinhas me davam de presente. No cardápio destas leituras, Monteiro Lobato com seu sítio do pica-pau amarelo, as aventuras de Tarzan, gibis e mais gibis.
Mas um dia a escola entrou na história.
Dona Célia, nossa professora de português, mandou a gente ler um livro chamado Inocência. Disse que era um romance. Na classe tinha uma menina chamada Maria Inocência. Loira desbotada, rica e chata. Muito chata. Alguma coisa em minha cabeça dizia que um livro com nome de colega chata não podia ser coisa boa.
Foi por isso que com a maior má vontade do mundo é que comecei a leitura do romance. O livro começou bem chatinho, mas depois acabei me interessando por ele. Não o incluo entre os melhores livros que li, mas foi ele quem me ensinou a ler romances e a gostar deles, desconfiando primeiro, abrindo trilhas depois e, finalmente, me entregando à história.
Depois vieram outros, em casa e na escola. Com o tempo virei uma profissional da leitura, dando aula de literatura em colégios, cursinhos e faculdades.
Assim, livros e leituras foram ocupando espaços cada vez maiores. Na minha casa e na minha vida. A estante do quartinho dos fundos ampliou-se. Falar de livros virou profissão e muitos outros romances brasileiros continuaram a construção da leitora que sou hoje. (Marisa Lajolo)

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