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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Gestalt-terapia
 A Gestalt-terapia é uma Gestalt do homem, ela não é uma junção de teorias filosóficas distintas vazias ou sem lógica, é mas uma síntese pensada e refletida do homem, assim como ele é visto e sentido, é justamente como foi visto pelo fundador da Gestalt-terapia.
“Ela é uma configuração do ser, ela procura consumar a essência”. (Ribeiro. Jorge Ponciano. Gestalt-terapia, refazendo um caminho. São Paulo. 1985. p.114)
Friedrich Salomon Perls, mas conhecido como Fritz Perls o pai da Gestalt-terapia, nascido em Berlim, Alemanha, no ano de 1893, teve o aprofundamento progressivo na psicanálise freudiana, que o fez ter uma análise crítica à cerca dessa teoria, levando ao desenvolvimento da sua própria teoria. Porém, apesar do rompimento com os paradigmas pregados por Freud, uma das principais correntes influenciadoras de sua teoria foi a psicanálise. O rompimento de Perls com a psicanálise pode ser claramente observado com a publicação da obra “Ego, Fome e Agressão: Uma Revisão da Teoria e do método de Freud”, que contribui como um exercício de reflexão à contraposição que Perls coloca em questão, bem como suas semelhanças com a psicanálise. (Benevides, 1977)
A compreensão do ser humano como uma totalidade, onde corpo e psiquismo são inseparáveis, foi justamente uma das grandes inovações da Gestalt-Terapia. No que se refere ao âmbito terapêutico, Perls sinalizava sua preferência em manter o cliente em contato mais direto com o terapeuta, o que se esbarra novamente com a psicanálise onde existe um distanciamento do terapeuta com o cliente. A mudança de relacionamento contida na abordagem humanista que coloca o terapeuta “olho no olho” com o cliente, permite ao terapeuta a observação de sinais não verbais, sinais provenientes do corpo ao invés de só do campo verbal, e isto o leva a uma possível potencialização sobre o processo de autoconhecimento do seu cliente, o que lhe permite conseguir que o cliente alcance a auto realização e desenvolvimento de seu potencial, restaurando o contato consigo, com os outros e com o mundo. (Perls, 1977)
A Gestalt-terapia tem pontos em comuns com as escolas: fenomenológica, existencialista e humanista. A fenomenologia fomenta a noção de intencionalidade, na qual toda consciência é intencional e tende para algo fora de si, sendo sempre a consciência de alguma coisa, consciência e fenômeno não podem ser pensados isoladamente. Segundo este pensar, não existe objeto em si, este é sempre para um sujeito que lhe dá significado. A fenomenologia preocupa-se com a descrição da realidade, tendo como princípio da reflexão o homem e sua experiência. Aranha e Martins escrevem: "Nesse sentido a fenomenologia é uma filosofia da vivência.” Questões levantadas pelos pensadores fenomenológicos, tais como: a importância da vivência imediata, a supremacia da descrição sobre a explicação, o fato de que a percepção é submetida a fatores subjetivos irracionais, e a urgência de conscientizar-se do próprio corpo e da experiência, culminam nos seguintes conceitos gestálticos: o como precede o porquê, o processo no aqui-e-agora, o sentido único que cada indivíduo confere ao mundo e a experiência ímpar de cada ser humano. (Aranha e Martins, 1993).
Para os existencialistas, a essência é o que faz com que uma coisa seja o que é, portanto, o homem, primeiro existe para então definir-se, de acordo com a máxima existencialista: “A existência precede a essência.” Segundo o filósofo, escritor e crítico francês, conhecido como representante do existencialismo, Jean-Paul Charles Aymard Sartre, “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você. ”
Do existencialismo, a Gestalt apreende: a originalidade da experiência individual, a noção de responsabilidade que cada um deve ter sobre seu projeto existencial e a relativa liberdade para realizá-lo, a vivência concreta que possibilita ao homem experimentar, assumir, orientar e dirigir sua existência em busca de auto compreensão. 
Outra grande influência sofrida pela Gestalt vem da psicologia humanística, que surgiu como uma reação à desumanização e massificação dos indivíduos no século XX. Este movimento prega a vivência como fenômeno primário no estudo do ser humano. Há valorização da capacidade de escolher, da criatividade, da avaliação e auto realização. A objetividade é substituída pelo sentido dos fatos. O pensamento central dos humanistas é de que se deve subsidiar o valor e a dignidade do ser humano, instrumentalizando-o para o desenvolvimento de suas forças e capacidades. (Koffka, Kurt, 1975.)
Heidegger disse: "Estamos ainda longe de pensar, com suficiente radicalidade, a essência do ser. Conhecemos o agir apenas como produzir um efeito. Sua realidade efetiva é avaliada segundo a utilidade que oferece. Mas a essência do agir é o consumar. Consumar significa: desdobrar alguma coisa até a plenitude de sua essência. Por isto, apenas pode ser consumado, em sentido próprio, aquilo que já é. O que, todavia, já é, antes de tudo, é o ser.” E é este ser que consuma a própria existência, ou seja, utiliza sua potencialidade, o objetivo da Gestalt-terapia. (Koffka, Kurt, 1975.)
Na Gestalt terapia, o processo terapêutico é baseado no olhar para aquilo que é trazido e não imaginar o que pode estar por trás, deverá utilizar todo o seu potencial para transcender e viver o novo. O ideal condutor não existe, mas o bom é esvaziar-se para poder ser preenchido. Facilitar o desenvolvimento, trabalhar a fusão de simpatia e frustração como um instrumento efetivo, perceber situações de forma abrangente, ter contato com o campo total, conscientizar-se das próprias necessidades e reações do cliente ao terapeuta, liberdade para expressar estas necessidades e reações, são alguns norteadores do Gestalt-terapeuta, também é importante citar nessa empreitada terapêutica as 5 tarefas básicas teorizadas por Joen Fagan: Padronização, controle, potencia, humanidade e comprometimento. Portanto a Gestalt-terapia é uma terapia do contato, da experiência, das percepções, do autoconhecimento, da autossatisfação e da vida.( Fagan, 1977)
REFERÊNCIAS:
KOFFKA, Kurt Princípios da psicologia da gestalt. São Paulo, Cultrix, Ed. Da USP, 1975.
FADIMAN, James e FRAGER, Robert, Teorias da Personalidade, São Paulo, Editora Harbra, 1986.
ARANHA e MARTINS. Filosofando, introdução à filosofia. São Paulo, 1993. P.304.
RIBEIRO. Jorge Ponciano. Gestalt-terapia, refazendo um caminho. São Paulo. 1985. p.114
PERLS. Gestalt-tempia cxplicada. Sao Paulo, 1977.p.7.
FAGAN, Joe e SHEPERD, Irnea (organizadoras), Gestalt-terapia, teoria,
técnicas e aplicações. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1977.

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